Bilionário Aproveita o Fórum Econômico Mundial em Davos para Estimular Filantropia

17 de fevereiro de 2014

“É importante que pessoas que tenham uma quantidade razoável de dinheiro façam algo útil com ele em vez de apenas comprar iates, casas ou coisas do tipo”, disse o bilionário norte-americano David Rubenstein durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça. Rubenstein é CEO do Grupo Carlyle, um dos maiores fundos de private equity do mundo.

“Em algum momento da vida, as pessoas percebem a necessidade de fazer algo, de devolver à sociedade”, declarou Rubenstein em entrevista ao canal de televisão Bloomberg. E o CEO faz o que prega: é um dos signatários do The Giving Pledge, iniciativa criada por Bill Gates e Warren Buffet que busca comprometer as pessoas mais ricas do mundo a doarem ao menos metade de seu patrimônio.

Rubenstein afirmou também que um dos objetivos é internacionalizar a lista de pessoas envolvidas com o The Giving Pledge. Atualmente, há cerca de 120 signatários, mas a grande maioria é dos Estados Unidos. “Estamos trabalhando cada vez mais para conseguir pessoas de fora do país”, afirmou ele, que vai promover, junto com Bill Gates, um almoço para reunir quem já se comprometeu e possíveis aderentes à causa. O Fórum Econômico Mundial, que reuniu algumas das pessoas mais ricas do planeta, é, sem dúvida nenhuma, um ótimo lugar para buscar novos membros.

A entrevista também abordou o papel dos doadores enquanto exemplos para os outros. “Se você for um modelo, outras pessoas podem ver alguém que queiram imitar”, disse Rubenstein, que ainda completou: “Se você fala sobre isso e explica o que está fazendo, pode ter algum impacto nas pessoas com quem trabalha”.

O bilionário, no entanto, não alimenta ilusões sobre o poder do investimento social privado e disse que esse tipo de iniciativa não vai resolver a crescente desigualdade social no planeta. “Precisamos nos lembrar, a filantropia não vai resolver todos os problemas do mundo”, afirmou Rubenstein. Ele citou o caso dos Estados Unidos, onde iniciativas filantrópicas representam apenas 2% do PIB – “uma pequena porcentagem”, segundo ele.
Para o CEO, a redução da desigualdade passa necessariamente pela educação. “O problema não pode ser resolvido da noite para o dia, precisamos nos comprometer por algum tempo, mas a educação provavelmente é a chave”, ressaltou Rubenstein.

A filantropia, por fim, não foi o único tema de cunho social tratado no Fórum, um espaço tradicionalmente voltado para a discussão de temas econômicos. Uma breve olhada entre os tópicos mais comentados pelos participantes no twitter mostra a amplitude dos assuntos em pauta. Entre os oito tópicos mais citados há “trabalho”, “crescimento”, “clima” e “mudança”. Assim, não é surpreendente que um dos homens mais ricos tenha trazido a filantropia à tona.