Cultura de Doação ou Doação para a Cultura?

Reflexões sobre o incêndio da Notre-Dame e o que ele tem a nos dizer

As chamas que consumiram uma das mais preciosas catedrais da Europa não tiveram impacto apenas na bela Ile de la Citê, onde se encontra a construção medieval. Elas também provocaram lamentações, reflexões e mesmo discussões aqui no Brasil.

Catedral de Notre Dame em chamas – Foto G1

Se por um lado descobríamos que tragédias que destroem tesouros culturais não são exclusividade nossa, também entrávamos em contato com um ímpeto e uma mobilização pela recuperação do patrimônio, que não havíamos visto por aqui.

E então vem o inevitável questionamento: por que não somos assim? Seguido de uma tempestade de respostas imediatas, quase todas com uma certa dose de razão.

O mais fácil é dizer simplesmente que no Brasil não há cultura de doação. Isso não é verdade. A Pesquisa Doação Brasil e muitas outras sobre o tema, já mostraram que cerca de metade da população brasileira costuma fazer doação, pelo menos uma vez ao ano.  Talvez o que falte não seja uma Cultura de Doação e sim uma Doação para a Cultura.

Porque quando temos desastres, como, por exemplo, o rompimento da barragem em Brumadinho, vemos uma grande iniciativa de doadores de todos os tipos, os que dão bens, o que dão recursos financeiros e o que doam seu tempo, trabalhando voluntariamente. Isso acontece porque as pessoas compreendem e se identificam com o sofrimento das vítimas.

Já no caso do incêndio do Museu Nacional, será que as pessoas entendiam a dimensão da perda? Será que se identificavam com aquele acervo e aquela história? Parece que não.

Outro elemento interessante a ser analisado é a atitude das famílias mais ricas da França, que imediatamente anunciaram doações muito volumosas. Esse comportamento certamente inspirou outros doadores a fazerem o mesmo, ainda que com valores bem menores. Mas essas pequenas doações conseguiram dobrar o dinheiro aportado pelas classes mais altas.

Será que se tivéssemos uma iniciativa semelhante no Brasil, ela não teria conseguido também atrair doações para o Museu Nacional? Não podemos desprezar o poder do exemplo e da liderança. Entretanto, também não podemos desprezar o fato de que a França construiu um ambiente propício à filantropia, baseado em generosos incentivos fiscais. Boa parte dos recursos doados pelas grandes fortunas, será abatido de seus impostos.

Por fim, há sempre o clássico argumento que justifica a não doação: a desconfiança. Como vamos saber que o dinheiro chegará mesmo ao seu destino e será aplicado na restauração do Museu? E esta pergunta não vem do nada, ela está respaldada por centenas de denúncias e escândalos de desvio de recursos. É bem verdade que no caso do incêndio da Notre-Dame, as instituições envolvidas são duas das mais antigas e sólidas do mundo: a Igreja Católica e o Estado francês. Nem sempre as instituições implicadas são tão robustas como essas duas. Por isso, precisamos desenvolver instrumentos que nos permitam doar e confiar nas instituições também aqui no Brasil. E no caso específico do incêndio do Museu, o governo (Executivo e Legislativo) reagiram e criaram a Lei dos Fundos Patrimoniais exatamente para conceber um instrumento que desse segurança ao doador de que os recursos que ele entregou serão bem geridos e bem aplicados.

Se o Museu Nacional dispusesse de um Fundo Patrimonial Filantrópico, teria sido muito, mas muito mais fácil fazer doações para sua recuperação. Aliás, caso ele tivesse esse Fundo, o mais provável é que nunca chegasse ao ponto que chegou, porque teria os recursos necessários para a manutenção do prédio e do acervo.

A nossa Lei dos Fundos Patrimoniais é fruto, entre outros, de sete anos de trabalho de advocacy do IDIS e de parceiros, que contribuíram com apoio técnico, redigindo propostas de lei e recomendando melhorias, assim como fazendo articulações para que o processo avançasse no Congresso. O resultado é uma Lei com ampla abrangência de causas e que pressupõe uma governança clara e transparente.

Para nossa satisfação, percebemos que essa conquista está sendo reconhecido até fora do Brasil. Na segunda semana de abril, a diretora-presidente do IDIS viajou até Moscou, onde foi convidada a apresentar o case da criação da Lei dos Fundos Patrimoniais no Brasil, em um evento da Fundação Vladimir Potanin, uma das mais antigas organizações filantrópicas da Rússia.

Paula Fabiani em palestra na cidade de Moscou

 

Democracia e Filantropia no Global Philanthropy Forum

Por Paula Fabiani
Diretora-Presidente do IDIS

O tema do Global Philanthropy Forum não poderia ser mais adequado: a discussão sobre como a filantropia pode desempenhar um papel relevante no fortalecimento da confiança na democracia, em tempos tão turbulentos como os atuais. Estive no Fórum, entre os dias 1 e 3 de abril, em San Franciso, no EUA, e quero compartilhar com os leitores algumas reflexões.

A primeira delas, e talvez a mais séria é que a democracia é frágil e pode ser substituída como podemos ver em muitas partes diferentes do mundo. E a democracia está sendo usada para enfraquecer a própria democracia. O pluralismo está em risco. Respeitar as diferenças e a abertura ao diálogo é a chave para um ambiente positivo. Parece que perdemos a capacidade de escutar diferentes visões, e estamos, cada vez mais polarizando e rotulando pessoas, movimentos e sociedades. Vivemos em tempos de prevalência de ódio e exclusão, com a intensificação da migração. Como apontado por um integrante de um painel, “infelizmente o ódio se espalha muito mais rápido que o amor”. E com as pessoas usando as mídias sociais para espalhar o ódio e as falsas mensagens, ficou muito mais fácil e barato.

Como podemos lidar com essas tendências? Como a filantropia pode contribuir para reforçar a democracia?

A imprensa livre e as instituições fortes são vitais, mas a participação de todos é obrigatória se queremos defender a democracia. A filantropia tem a liberdade de usar seus recursos para nos unir para fortalecer os ambientes democráticos.

O Global Philanthropy Forum trouxe exemplos interessantes, algumas novidades e outras não, como o Luminate Group e o K-Monitor, fazendo uso da tecnologia para o bem, a Latin American Leadership Academy, Wave e Mobdium – Creative Youth e a importância de desenvolver uma nova geração de líderes , o Dia de Doar (Giving Tuesday) e as possibilidades de usar o novo poder que emerge na era digital, além de muitos outros.

Com tais esforços e pensamentos inovadores e positivos, o sentimento no Fórum era de que podemos ter esperança. Relacionamentos podem curar o ódio. Histórias comuns podem criar movimentos, podem reconstruir a confiança. Mais do que nunca, os indivíduos têm o poder de mudar a realidade de maneira positiva. Mais do que nunca, as organizações estão se unindo para desenvolver soluções comunitárias e aumentar o volume das vozes dos excluídos. Há muito a ser feito, mas há muitos dispostos a fazer.

Fundos Patrimoniais: Novas Possibilidades

O livro ‘’Filantropização via Privatização’’, escrito pelo Professor Lester Salamon, da Johns Hopkins University, traduzido pelo IDIS, propõe um debate sobre a utilização de recursos oriundos dos processos de privatização para o desenvolvimento da Filantropia. Eles poderiam ser utilizados para produzir um Fundo Patrimonial, por exemplo, uma forma de garantir a sustentabilidade das organizações.

No dia 09 de maio, o professor Lester Salamon estará em Brasília no evento ‘Fundos Patrimoniais: Novas Possibilidades’. Além de compartilhar sua perspectiva, haverá um debate sobre a nova Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, sancionada em janeiro deste ano. Esta é uma iniciativa do IDIS, com co-realização do BNDES e apoio institucional do PLKC Advogados, APF, CEBRAF, GIFE, Humanitas 360 e Levisky Legado.

O IDIS coordena, desde 2012, uma campanha de advocacy em prol da regulamentação dos Fundos Patrimoniais. Em 2018, mobilizou a criação da Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, um grupo de organizações e pessoas que apoiam o fortalecimento do tema no Brasil. Esta iniciativa integra a agenda da Coalização, que terá representantes no evento.

O debate acontecerá segundo a programação abaixo:

14h00
Boas-vindas

Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS
Felipe Sigolo, Secretário-Executivo adjunto do Ministério da Cidadania

Representantes da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos

Aline Viotto, GIFE
Luciane Gorgulho, BNDES
Priscila Pasqualin, PLKC Advogados
Ricardo Levisky, Levisky Legados

14h30
Fundos Patrimoniais: Novas Possibilidades

Apresentação:
Lester Salamon, professor da Johns Hopkins University

Debatedores:
Eliane Lustosa, diretora de investimento do BNDES
José Sabo Paes, procurador de Fundações do Ministério Público do DF
Roberto Waack, diretor-presidente da Fundação Renova

Moderação:
Marcos Kisil, fundador do IDIS

15h45
Fundos Patrimoniais: Reflexões sobre a Nova Legislação

Debatedores:
Augusto Hirata, pesquisador da FGV
Fabrício Brollo, gerente do Depto de Educação e Cultura do BNDES
Priscila Pasqualin, sócia do PLKC Advogados

Moderação:
Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS

16h45 Encerramento

Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS

O evento é gratuito, sujeito à disponibilidade.

Para participar, envie sua confirmação para o e-mail: comunicação@idis.org.br

 

Fundos Patrimoniais: Novas Possibilidades

Data: 09 de maio de 2019

Local: Auditório do IPEA – SBS – Quadra 1 – Bloco J – Ed. BNDES

Horário: 14h às 17h

 

Impactos positivos do Programa Guri e EMESP Tom Jobim são comprovados em projeto realizado pelo IDIS

Em setembro de 2018, o IDIS iniciou a avaliação SROI (Social Returno On Investment) do Programa Guri e da Escola de Música do Estado de São Paulo Tom Jobim (EMESP Tom Jobim), ambos sob a gestão da Santa Marcelina Cultura, em parceria com o governo do Estado de São Paulo.

De que forma um projeto social contribui para a sociedade? O projeto cumpre efetivamente com o objetivo proposto? É capaz de gerar transformações sociais sustentáveis?

São essas perguntas que o SROI busca responder.

O SROI é um método de avaliação que tem como objetivo mensurar o valor social produzido por um projeto. Em outras palavras, ele busca traduzir em valores monetários as transformações sociais geradas por determinada ação, de modo a identificar se o investimento está, de fato, contribuindo com transformações positivas na sociedade e retornando, em valor social, o investimento realizado.

O Programa Guri, que já atendeu cerca de 26 mil jovens entre 2016 e 2018, oferece formação musical e inclusão sociocultural para crianças e jovens de regiões periféricas da Grande São Paulo, desenvolvendo o seu potencial humano e artístico e fortalecendo o seu papel como cidadãos conscientes e críticos.

Durante a avaliação, contatou-se que a cada R$1 investido no Programa Guri, R$6,53 são gerados em valor social, um resultado muito positivo que reafirma a amplitude das transformações geradas pelo programa e a sua relevância para a sociedade.

Já a EMESP Tom Jobim, referência no ensino brasileiro de música, é uma Escola que forma crianças, jovens e adultos e oferece aos estudantes a oportunidade de se apresentarem em conservatórios renomados e aprender com grandes nomes da música nacional e internacional. A Escola é reconhecida pela qualidade de seu ensino e por promover a difusão artística por meio de seus grupos como a Orquestra Jovem do Estado, a Orquestra Jovem Tom Jobim, a Banda Sinfônica Jovem do Estado, dentre outros.

Entre 2016 e 2018, A EMESP Tom Jobim atendeu mais de 3.000 alunos e o estudo de avaliação de impacto social evidenciou resultados bastante positivos: a cada R$ 1,00 investido na Escola, R$ 3,27 são gerados em benefícios para a sociedade.

Com base no modelo de avaliação SROI, uma organização é capaz de compreender a performance de seus projetos, alinhar-se com seu objetivo e orientar sua estratégia de modo que consiga alcançar impactos cada vez mais relevantes. Trata-se, dessa forma, de uma ferramenta que promove o aprimoramento de projetos sociais e, consequentemente, a transformação positiva da sociedade.

Jovens do Programa Guri

IDIS avalia impacto social do Programa Guri

Ao longo de 2018, o IDIS realizou um estudo de avaliação de impacto social do Programa Guri Capital e Grande São Paulo, uma iniciativa de educação musical e inclusão social que, nesta região, é gerida pela Santa Marcelina Cultura. O estudo seguiu a metodologia SROI (Retorno Social sobre o Investimento), e apresentou resultados muito positivos: para cada R$ 1 que a Secretaria de Cultura e Economia Criativa investe no Programa Guri Capital e Grande São Paulo, são gerados R$ 6,53 em benefícios para a sociedade.

Atualmente, na Grande São Paulo, cerca de 26 mil jovens de 6 a 18 anos participam do Programa, cujas unidades se concentram em regiões periféricas e de alta vulnerabilidade social. Durante a avalição, o IDIS teve a oportunidade de conversar com alunos, ex-alunos, familiares e professores do GURI, e mensurar indicadores concretos sobre o impacto social percebido por eles. Os comentários foram unânimes: o GURI é mais do que um programa de formação musical – é uma ferramenta para a criação de uma sociedade mais justa e mais inclusiva.

Apresentação da Orquestra Sinfônica Infanto Juvenil, do Guri da Santa Marcelina Cultura, com regência de Diego Guzmán, dia 21/07/2018 no Teatro do Ceu São Mateus. Fotos de Roberta Borges.

Aprendendo sobre Filantropia Comunitária em Berlim

Entre 26 de Fevereiro e 1 de Março, Raquel Altemani, nossa gerente de Projetos, esteve em Berlim, capital da Alemanha, acompanhando um workshop promovido pela Mott Foundation* com o objetivo de promover o conceito e a prática de Fundações Comunitárias no mundo.

Estavam no evento, além da equipe da Mott, 22 representantes de organizações da sociedade civil, consultores e pesquisadores de 20 diferentes nacionalidades, envolvendo América Latina, África e Europa, que foram contratados pela fundação para desenvolver uma investigação em seus países com o intuito de responder duas perguntas.

Com base no resultado dessa pesquisa, a Mott espera ser capaz de selecionar alguns dos países como alvo de uma iniciativa de fomento às Fundações Comunitárias. O workshop marcou a início desse trabalho e, para contribuir com os pesquisadores, a Mott convidou pessoas e organizações que já receberam grants no passado para desenvolver Fundações Comunitárias em seus países e tiveram sucesso.

A escolha dos participantes do workshop priorizou países onde a Mott ainda não possui nenhuma iniciativa em curso. O Brasil, representado pelo IDIS, não é um deles, uma vez que a Mott já atua aqui. Mesmo assim, o IDIS foi convidado a participar para se aprofundar no tema e para trocar experiências com os demais participantes.

Em 2018 o IDIS conduziu uma pesquisa, em parceria com Mott, para mapear organizações no estado de São Paulo que desenvolvessem projetos sociais baseados em engajamento comunitário. O objetivo desse projeto foi compreender melhor o perfil dessas organizações e explorar, junto a elas, possíveis estratégias para estimular o crescimento e fortalecimento de iniciativas de Filantropia Comunitária no Brasil. Os resultados dessa pesquisa serão compartilhados em uma publicação a ser lançada pelo IDIS ainda em 2019.

“Para mim, foi uma grande oportunidade participar desse workshop porque pude conhecer pessoas muito experientes no campo da filantropia comunitária, que compartilharam conosco não apenas os casos que deram certo, mas também os erros e as dificuldades” conta Raquel. “Além disso, tivemos a possibilidade de conhecer dirigentes de algumas das Fundações Comunitárias de Berlim e de visitar alguns dos projetos conduzidos por elas”, conclui.

(*)A Mott Foundation é uma fundação norte americana com sede em Flint-Michigan que vem trabalhando desde 1926 para fortalecer comunidades ao redor do mundo. A organização conta com um fundo patrimonial de mais de 3 bilhões de dólares e tem uma expressiva atuação como grantmaker – ao longo de sua história, já investiu mais de 3,2 bilhões em organizações de 62 países.

 

O que é Filantropia Comunitária
No conceito da Mott Foundation, Fundações Comunitárias são organizações filantrópicas com uma agenda ampla e múltipla de causas que contribuem para o desenvolvimento comunitário, comprometidas com resultados de longo prazo e focadas em uma área geográfica específica. Seu objetivo é melhorar a vida das pessoas da região onde atua por meio da mobilização e distribuição de ativos locais e da atração de investidores. São organizações que funcionam como um veículo para o exercício da cidadania dos moradores locais, já que criam espaço para debate sobre as prioridades locais e para a tomada de decisão sobre o uso dos recursos captados. De acordo com James Magowan, Diretor da European Community Foundation Initiative, que foi um dos palestrantes do workshop, as Fundações Comunitárias atuam dentro do modelo de “bounding, bridging & linking”, ou seja, possuem um papel articulador que estimula e promove laços, pontes e conexões entre os diversos atores de uma comunidade.

Mosaic Fertilizantes lança o ‘’Edital da Água’’, com apoio técnico do IDIS

 

Em março (22) foi comemorado o Dia Mundial da Água, um dos recursos naturais mais importantes do mundo.

Pensando na relevância da água, a Mosaic Fertlizantes, uma das maiores produtoras globais de insumos para a produção agrícola, lançou o ‘’Edital da Água’’, com apoio técnico do IDIS.

O objetivo é valorizar e incentivar boas práticas de gestão de recursos hídricos com o apoio aos  projetos focados na disponibilidade de água de qualidade para as futuras gerações.

Dez instituições vão ser escolhidas, sendo oito com prêmios de até R$ 32 mil cada e duas com prêmios de até R$ 52 mil cada.

Podem se inscrever projetos realizados nas seguintes cidades, onde há atuação da Mosaic: Paranaguá (PR); Cajati (SP); Catalão, Ouvidor e Rio Verde (GO); Capela, Rosário do Catete, Japaratuba, General Maynard e Barra dos Coqueiros (SE), Patos de Minas, Patrocínio, Araxá, Tapira, Conquista, Sacramento, Delta e Uberaba (MG); Campo Grande (MS); Sorriso, Rondonópolis e Alto Araguaia (MT); Candeias (BA) e Rio Grande (RS).

Para mais informações e inscrições que, poderão ser realizadas até o dia 22 de abril de 2019, acesse: www.mosaicco.com.br/edital

Flora, a campeã do Descubra sua Causa!

A campanha ‘Descubra sua Causa’, lançada em dezembro pelo IDIS continua a pleno vapor.

Durante os dois primeiros meses de 2019, dois personagens se destacaram por saírem mais vezes nos resultados dos respondentes do teste.

Nelson, o personagem que liderou nas primeiras semanas de campanha (mantinha em média 40% das respostas) sofreu uma virada para a segunda colocada, Flora, que agora está na frente com 37% das respostas enquanto ele detém 35%.

E o que isso significa? Que a principal causa de quem respondeu o teste é: meio-ambiente, seguida de desenvolvimento sustentável, equidade e justiça social.

E você? É mais Nelson ou mais Flora? Ou será que nenhum dos dois? Afinal, ainda temos o Yama, Beto e Catarina que também lutam por importantes causas em prol de uma sociedade melhor.

Faça o teste e descubra sua causa: www.descubrasuacausa.net.br

 

Artigo de Paula Fabiani, em parceria com Rhodri Daves, é destaque em publicação da Universidade de Stanford

A Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, aprovada em janeiro (4) continua conquistando espaço e mostrando sua importância.

Foi publicado no boletim Stanford Social Innovation Review, um veículo voltado a filantropia e mudanças sociais, um artigo escrito pela diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani, e pelo líder do Giving Thought da Charities Aid Foundation (CAF), Rhodri Daves.   

O artigo explica como essa lei pode fortalecer a filantropia no Brasil. Uma vez que dá maiores segurança para os doadores e também promove a visão de sustentabilidade no longo prazo para causas e organizações.

Paula e Rhodri também contam como foi o trabalho de seis anos de advocacy para a regulamentação dos Fundos Patrimoniais e como a formação da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos e a adesão de novos parceiros acelerou o processo.

Para ler o artigo completo (em inglês) acesse o link.

Internalizando o Design Thinking

O IDIS usa diversos instrumentos para facilitar reuniões, estimular o pensamento criativo, aumentar a integração e produzir boas ideias. Um desses instrumentos é o Design Thinking – que muitos definem como uma ‘forma de pensar’ -, e que o IDIS aplica quando desenvolve projetos junto com parceiros.

Mas, nesse começo de ano, decidimos que o Design Thinking merecia ser incorporado na gestão do próprio IDIS. Para isso, fizemos uma oficina de capacitação com a presença de toda a equipe.

O treinamento, oferecido gentilmente pela consultora Bianca Ferreira, teve duração de um dia e contou com o envolvimento entusiasmado de todos, especialmente dos mais jovens.

Aproveitamos a ocasião para desenvolver o embrião de um novo produto, voltado para o investimento social familiar, que será lançado em breve.

Descubra sua Causa atinge 1,5 milhão de pessoas

A campanha ‘Descubra sua Causa’, lançada em dezembro pelo IDIS, alcançou, em 45 dias, 1,5 milhão de pessoas. 

Inicialmente, a meta era conseguir a marca de 1 milhão de pessoas alcançadas em 90 dias, mas, chegamos lá na metade do tempo.

Queremos agradecer aos parceiros, que nos ajudaram a divulgar a Campanha, assim como aos veículos que exibiram o anúncio gratuitamente: Canal Futura, Revista Carta Capital, Revista Sorria, TV Cultura e TV Globo.

A ótima resposta a campanha indica que o brasileiro se interessa por saber mais a respeito das causas.

Não fez o teste ainda? Acesse www.descubrasuacausa.net.br e se junte aos mais de 50 mil brasileiros que já descobriram sua causa.

O Nelson, Flora, Catarina, Yama e Beto esperam por você, descubra sua causa e comece a contribuir com ela e para um país melhor!

A Campanha Descubra sua Causa não seria possível sem o apoio da Charities Aid Foundation, da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, do Instituto C&A e do Instituto Cyrela. 

 

CAF publica artigo sobre Lei dos Fundos Patrimoniais no Brasil

”Oito anos trabalhando por uma legislação que possibilite mais solidariedade”

Por: Eva Astreinidou

Tradução: IDIS

Ver um Projeto de Lei ser aprovado pode ser um longo e árduo processo, e mesmo que leve uma década, o final pode ainda ser bem-sucedido.

Nosso parceiro no Brasil, o IDIS, começou o debate sobre a regulamentação dos Fundos Patrimoniais em 2011, realizando advocacy sobre os benefícios desse instrumento e construindo relações com o governo e organizações não-governamentais para chegar ao resultado final.

Mas o caminho para a aprovação da Lei foi cheio de surpresas – e com a posse do novo presidente do país, Jair Bolsonaro, neste ano, havia algumas incertezas sobre se a legislação veria a luz do dia.

Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS

Apesar da campanha controversa, Bolsonaro sancionou a relevante medida provisória em seu quarto dia no governo, transformando-a oficialmente em ‘Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos’

Isso cria, pela primeira vez no Brasil, um instrumento financeiro legal de Fundos Patrimoniais que podem sustentar instituições e projetos voltados ao interesse público (educação, ciência, cultura, saúde, meio-ambiente, entre outros)

Após o trágico incêndio, que dizimou 90% da coleção do Museu Nacional Brasileiro, e com uma incerteza sobre o financiamento de organizações sem fins lucrativos, esse projeto de lei era mais importante do que nunca.

“Nós estamos muito otimistas sobre os efeitos da nova legislação, ela reflete como os brasileiros estão percebendo a importância de dar sustentabilidade no longo prazo para organizações e iniciativas culturais e do meio ambiente”, disse a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani.

Preparando o terreno

Fundo Patrimonial é um mecanismo comumente utilizado por filantropos e organizações da sociedade civil ao redor do mundo, mas até pouco tempo atrás nenhuma legislação regulamentava os Fundos Patrimoniais no Brasil, o que trazia insegurança para os doadores.

Para conseguir apoio em todo o Brasil, o IDIS desenvolveu uma estratégia de advocacy e promoveu pesquisas para demonstrar como a Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos poderia beneficiar uma grande variedade de causas e organizações sem fins lucrativos.

A equipe organizou diversas reuniões com representantes no Congresso e autoridades relevantes no Ministério da Cultura, Educação, Câmara dos Deputados e Senado para construir parcerias significativas com o governo.

O IDIS e seus parceiros também promoveram um grande número de eventos para aumentar a conscientização e manter engajamento no debate.

Por fim, a equipe do IDIS conseguiu criar um movimento, reunindo todos os principais parceiros para formar um grupo de advocacy, a Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos.

Formado por mais de 60 organizações, incluindo o Museu Nacional Brasileiro, a Coalizão foi lançada no Congresso Nacional e foi crucial para a aprovação da Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos.

A nova legislação reforça a transparência com o que os recursos devem ser usados, e estabelece um conceito similar a um Trust, uma entidade a parte, criada com o único propósito de gerir e proteger os Fundos Patrimoniais de potenciais fraudes.

Com essas regras, as doações para Fundos Patrimoniais estão melhor protegidas no longo prazo e os doadores podem contar com um melhor ambiente legal para doações via Fundos Patrimoniais Filantrópicos.

Linha do Tempo

– 2011: IDIS lança o livro Fundos Patrimoniais, Criação e Gestão no Brasil com o apoio da Fundação Vale e da Fundação Ford. Esse foi o primeiro livro sobre o assunto no Brasil. Até hoje, o livro serve como referência para organizações, filantropos, acadêmicos, gestores de fundos e reguladores.

– 2012 & 2013: IDIS estabelece o Grupo de Estudos sobre Fundos Patrimoniais. Durante esse período, foram realizadas quatro reuniões em parceria com a Associação Brasileira de Fundações (APF), GIFE, também com o Grupo de Endowments do Brasil e o JP Morgan. O Grupo de Estudos sobre os Fundos Patrimoniais reuniu 90 membros (incluindo advogados, executivos do terceiro setor, procuradores públicos, acadêmicos, entre outros) com o objetivo de escrever uma proposta de lei para o tema.

– 2016
• O IDIS desenvolve três guias com conceitos e orientações para implementação de Fundos Patrimoniais. Esse trabalho é realizado em parceria com a Levisky Negócios & Cultura, PLKC Advogados, BNDES, Petrobras e Caixa Econômica Federal.
• IDIS faz a tradução do livro ‘’Filantropização via privatização”* (PtP). PtP é um modelo que prevê a utilização de parte dos recursos provenientes de processos de privatização e da devolução de dinheiro desviado por corrupção ou lavagem, entre outros, para criação ou expansão de fundações filantrópicas e/ou um fundos patrimoniais, trazendo novos recursos significativos, no longo prazo, para resolver os problemas sociais, econômicos e ambientais.

-2018 – Um incêndio destrói mais de 90% da coleção do Museu Nacional Brasileiro – o prédio não tinha seguro, além da perda do acervo. Esse incidente foi determinante para que Michel Temer, o presidente na época, assinasse uma Medida Provisória para garantir que museus, e outras organizações não-governamentais, se beneficiassem do mecanismo dos Fundos Patrimoniais para garantir a sustentabilidade no longo-prazo. A Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos foi instituída.

Fundos Patrimoniais no mundo

Alguns dos maiores Fundos Patrimoniais Filantrópicos no mundo são encontrados nos Estados Unidos e no Reino Unidos. Alguns exemplos são: Fundação Bill & Melinda Gates (um fundo patrimonial de mais de 40 bilhões de dólares), Universidade de Harvard (avaliado em 37 bilhões de dólares), e o fundo patrimonial Wellcome Trust (avaliado em mais de 27 bilhões de dólares).

Em economias emergentes, alguns exemplos incluem os Emirados Arábes Unidos, com a Fundação Mohammed Bin Rashid Al Maktoum e com a Fundação Azim Premji, ambas com fundo patrimonial de 10 bilhões de dólares.

IDIS e a Aliança Global da CAF

O IDIS é parte da Aliança Global da CAF, uma rede de nove organizações locais, independentes que estão espalhadas pelos 6 continentes.

Há mais de 25 anos, a Aliança Global e sua presença internacional conduz avanços e mudanças sociais que tiveram um efeito positivo na vida de milhões de pessoas e comunidades em situação de vulnerabilidade.

Em seu núcleo, a Aliança Global trabalha para ajudar no fortalecimento da sociedade civil pelo mundo todo, como parte da Charities Aid Foundation, uma organização campeã ajudar doadores, empresas e organizações a terem maior impacto.

*Livro escrito por Lester Salomon

 

Versão original (em inglês)

 

As novas gerações de brasileiros são mais engajadas e doam mais

As novas gerações de brasileiros são mais engajadas, e doam mais, aponta o Country Giving Report 2018, o mais recente estudo sobre a doação individual no Brasil realizado pela Charities Aid Foundation (CAF) e  lançado nesta quarta-feira, dia 6 de fevereiro, pelo IDIS.        

O estudo mostra que pessoas entre 25-34 anos doaram mais dinheiro do que as pessoas com mais de 55 anos (75% vs 64%). Além disso, o estudo também constata que a faixa etária 18-24 anos é a que percebe mais o impacto positivo da atuação das organizações da sociedade civil no Brasil (85% vs 73% da média geral).

Sendo assim, é possível notar no estudo que com o passar dos anos, a cultura de doação tende a crescer, já que os jovens estão cada vez mais engajados. “É fantástico ver tantos brasileiros dispostos a doar seu tempo e dinheiro para aqueles que mais necessitam.”, afirma Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS.

As principais descobertas do estudo são:

– 7 em cada 10 pessoas, ou seja, 70% realizou uma doação em dinheiro nos últimos 12 meses, tanto para alguma organização sem fins lucrativos/caridade, para uma igreja ou organização religiosa, ou doando para uma outra pessoa.

– Doações em dinheiro são as mais populares, 68% das pessoas fizeram doações dessa forma

– Aproximadamente 8 em 10 pessoas disseram ter realizado alguma atividade de doação nos últimos 12 meses, sendo a mais comum doar dinheiro para a igreja ou alguma outra organização religiosa.

– A principal razão que leva os brasileiros a doarem é se sentir bem sobre eles mesmos (metade dos doares disseram isso), se importam com a causa (42%) e vontade de ajudar os mais necessitados (40%) como principais razões para doar.

– 76% dos entrevistados afirmaram que as doações têm um impacto positivo internacionalmente; uma proporção similar de pessoas disse que as doações têm impacto positivo nas comunidades locais e no Brasil como um todo (73%).

Para ler o relatório completo, acesse o link

Educação para o trabalho e para a vida: história de uma avaliação de impacto

No ano passado, o IDIS teve a oportunidade de aplicar a metodologia Social Return on Investment (SROI) para avaliar o impacto de diversos projetos sociais.

Raquel Altemani realizando um grupo focal com alunos do CEAP

Um deles foram os Cursos Técnicos do Centro Educacional Assistencial Profissionalizante, mais conhecido como CEAP. A organização esperava que, caso a avaliação se mostrasse positiva, poderia contribuir para a arrecadação de recursos para seu recém-criado Fundo Patrimonial Filantrópico.

Técnico e humano Apesar da palavra ‘profissionalizante’ constar no nome da organização, a verdade é que, desde meados da década de 1980, os cursos do CEAP se propõem não só a preparar jovens em situação de vulnerabilidade para terem uma profissão, senão para que também consigam conduzir suas próprias vidas e contribuir para a sociedade.

Esse diferencial representou um grande desafio para o IDIS porque exigiu, além da mensuração do impacto no campo profissional, também a avaliação dos efeitos em termos de desenvolvimento humano, que envolve aspectos muito mais subjetivos.

Um dos pontos importantes do processo realizado pelo IDIS foi a construção de uma Teoria de Mudança dos Cursos Técnicos que indique claramente quais as transformações sociais pretendidas e os objetivos de longo prazo da iniciativa. Raquel Altemani, gerente de Projetos do IDIS, que liderou os trabalhos com o CEAP, pôde constatar, em parceria com as principais lideranças da organização, que os Cursos Técnicos buscam impactar os alunos em quatro eixos de mudança.

  • Formação técnica de excelência;
  • Ética e responsabilidade na relação com famílias, amigos e sociedade
  • Habilidades sociais desenvolvidas;
  • Perspectivas de futuro e disposição para perseguir objetivos.

A Teoria de Mudança foi a base para as etapas seguintes, de conversas com grupos focais e aplicação de questionário para coleta de dados qualitativos e quantitativos com os principais stakeholders.

Medindo transformações O próximo passo foi a montagem do modelo de cálculo do SROI, que compara o impacto positivo gerado com o volume total de recursos aplicados. Este é o momento mais desafiador porque exige que o avaliador consiga transformar mudanças e impactos abstratos em bens e serviços com valores mensuráveis e monetários.

Mas a ferramenta SROI oferece diversas alternativas e soluções para essa transformação e o resultado final da comparação dos recursos investidos versus os impactos positivos gerados foi muito positiva.


O CÁLCULO APONTOU QUE

PARA CADA R$1,00 APLICADO NOS CURSOS PROFISSIONALIZANTES DO CEAP,

R$3,00 SÃO GERADOS EM IMPACTO SOCIAL POSITIVO


“Trabalhar com o IDIS e aplicar o SROI foi uma grande oportunidade de entender melhor a percepção dos alunos, antigos alunos e das famílias sobre os cursos e sobre o CEAP” avalia Gustavo Henrique Pena de Castro, gerente de Desenvolvimento Institucional do CEAP.  “O resultado alcançado é muito significativo com um impacto oferecido à sociedade de extrema relevância. Esse resultado só nos motiva a melhorar ainda mais a Educação oferecida e atender ainda mais pessoas!”, conclui.

O levantamento mostrou que os alunos do CEAP conseguem continuar os estudos por mais tempo do que a média normal de sua região (periferia da Zona Sul da cidade de São Paulo), o que acaba por se refletir em progressão de carreira e aumento de renda.

Cuidados individuais e familiares Um importante elemento do curso, que contribuiu muito para o resultado positivo é o CEAP faz com que cada aluno tenha um preceptor, que mantém conversas individuais com ele, sobre os mais variados assuntos, desde orientação de carreira até relacionamento com a família e os amigos.

Além disso, a família também precisa se engajar na formação dos jovens, já que devem comparecer oito encontros por ano, anuais visando ajudá-los a desempenhar melhor a missão de orientar seus filhos. As amizades, a questão das drogas, a formação do caráter e a gestão do orçamento familiar são exemplos de assuntos abordados nesses encontros. Os cursos têm dois anos de duração, o que representa 16 formações voltadas para os familiares no total.

O IDIS parabeniza o CEAP pela excelência de seu trabalho, fazendo votos que os bons frutos comprovados na avaliação sejam revertidos em recursos para o novo Fundo Patrimonial Filantrópico.

Aproveitamos a ocasião para publicar alguns depoimentos espontâneos de alunos e ex-alunos, que ratificam os resultados da avaliação de impacto.


“Formação humana é o grande diferencial do CEAP”

“Tem ótima infraestrutura: diferente de qualquer outra escola”.

“No CEAP me ensinaram que, mesmo que eu escolha o melhor caminho, haverá dificuldades e eu preciso saber lidar com isso”.

“Eu me recordo todos os dias do CEAP e não tem como mensurar o quanto foi positivo para mim. Todos os envolvidos estão permanentemente empenhados com a excelência contínua, fazendo com que eu não tenha o que comentar para melhorar algo que para mim já é excelente em tudo o que faz”.


Brumadinho: e depois da comoção?

IDIS propõe que parte dos recursos arrecadados com a punição às empresas seja destinado ao Fundo Patrimonial Filantrópico de apoio à comunidade afetada

Sobrevoo da região atingida pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho/MG.

Quando acontece uma tragédia, como o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, todos as atenções se voltam para lá. As perdas humanas e ambientais são tão grandes, que todos levamos um tempo até acreditar que possa ter acontecido, que é verdade, e, pior ainda, que é a segunda vez que esse tipo de acidente acontece no Brasil em três anos.

Todos queremos ajudar, fazer qualquer coisa para aliviar o sofrimento das vítimas e suas famílias. E queremos acompanhar todas as notícias na esperança de saber que a situação já está, nem que seja um pouquinho, melhorando.

Porém, o tempo passa, a vida cotidiana vai retomando o seu lugar e, aos poucos, as cicatrizes daquele susto imenso vão se fechando. Os noticiários já não falam tanto e outros fatos começam a chamar a atenção popular. Isso aconteceu no caso da tragédia em Mariana.

E chega o momento que deixamos de acompanhar o que está acontecendo em Brumadinho e voltamos a viver nossas vidas. É normal que isso aconteça com quem não tem uma ligação direta com o desastre, mas isso não quer dizer que a comunidade e o meio ambiente em Brumadinho tenham deixado de precisar de atenção, de cuidados e de apoio para se reconstruírem.

Por isso, este é o momento de se criar uma estrutura definitiva para cuidar das vítimas e da comunidade marcada por essa tragédia. Este é o momento em que existem os recursos necessários para o estabelecimento de um Fundo Patrimonial Filantrópico, cujos rendimentos serão sempre destinados a garantir que a comunidade de Brumadinho tenha toda a ajuda necessária para se recuperar da catástrofe e reencontrar formas de se reerguer. Que serão destinados a garantir que os melhores esforços e técnicas serão usados para que a flora e fauna da região sejam reconstituídas e preservadas. Que serão destinados a evitar que essa população volte a correr riscos como este.

O IDIS, como uma das organizações que trabalhou muito pela regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil, convida a sociedade e as autoridades de Brumadinho a discutir a possibilidade de que uma parcela dos recursos arrecadados com as multas aplicadas à(s) empresa(s) responsável(is) pelo rompimento da barragem sejam destinados a um fundo que não deixe que esta comunidade seja esquecida jamais.

Contato: comunicacao@idis.org.br

Paula Fabiani tem artigo destaque na Alliance Magazine!

A Aprovação da Lei dos Fundos Patrimoniais foi destaque na mais relevante revista sobre Filantropia, a Alliance Magazine.

Em tradução livre: Jair Bolsonaro rouba as manchetes, mas algo maravilhoso acaba de acontecer na política brasileira

Para falar dessa grande conquista do Brasil, a revista publicou um artigo escrito pela diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani.

O artigo mostra como essa aprovação pode ser positiva para o país, trazendo maiores possibilidades de investimento social, beneficiando a vida de milhares de brasileiros.

Para ler o texto completo (em inglês) basta clicar aqui.

Já atingimos mais de um milhão de pessoas!

Em dezembro de 2018, o IDIS lançou a Campanha ‘Descubra sua Causa’, que têm como objetivo divulgar a Cultura de Doação em nosso país.

Em pouco tempo a campanha se espalhou pelas mídias digitais e já atingiu mais de um milhão de pessoas!

E como a Campanha pretende aumentar a Cultura de Doação?

Através de um teste bem simples e rápido, no qual você responde a perguntas tais como “qual manchete te deixa mais feliz?” ou “com qual personagem você mais se identifica?”. Ao final do teste, você vai descobrir qual é sua causa, através de um dos cinco personagens que adoram defender suas próprias causas. Além disso, você também vais saber quais são os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU, que estão ligados à sua causa e baseado nas respostas, vai receber sugestões de organizações que pode ajudar.

Nossos cinco personagens são a Flora, o Beto, o Nelson, a Catarina e o Yama. Cada um deles tem uma (ou mais) diferentes causas, a Flora, por exemplo atua na defesa do meio ambiente e na proteção dos animais. O Beto é preocupado com a acessibilidade e a mobilidade urbana, o Nelson luta contra a desigualdade racial, social, de todos os tipos, a Catarina, por sua vez é cientista e apoia organizações que promovam acesso à ciência e tecnologia. Por fim, o Yama, apoia a causa da geração de emprego e renda.

O resultado final do teste é uma combinação entre um personagem e um ambiente, que pode ser a floresta, cidade, sala de aula, laboratório ou co-working.

Em quase 2 meses de campanha, o personagem preferido dos brasileiros é o Nelson.

Ainda não fez o teste e gostaria de saber qual é a sua causa e ajudar organizações que contribuam com ela? Acesse aqui e não deixe de participar dessa grande campanha em prol de um país cada vez mais solidário!

Da esquerda para direita: Nelson, Flora, Yama, Catarina e Beto

 

 

A aprovação da Lei dos Fundos Filantrópicos e sua repercussão

No dia 4 de janeiro desse mês, foi sancionada pelo Presidente da República a Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, um recurso que têm se mostrado eficaz mundialmente para mobilizar recursos filantrópicos.

Os Endowments, como também são conhecidos, tem como principal função garantir a sustentabilidade de longo prazo de organizações, que recebem doações e financiam causas de interesse público. 

O IDIS atua pela regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil desde 2012. Trabalhou para colocar o tema na agenda política do Congresso, contribuiu para a redação do Projeto de Lei, sugeriu melhorias no texto que foi aprovado na Câmara, participou de audiências públicas, e cobrou o andamento das votações.

Em junho de 2018, o IDIS liderou a criação da Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, que, atualmente, conta com mais de 60 organizações.

A partir da aprovação da lei, que ganhou o número 13.800/2019, o IDIS acredita que os doadores se sentirão mais seguros para investir em Fundos Patrimoniais Filantrópicos e contribuir para a sustentabilidade de organizações sabendo que os recursos serão sempre destinados para a causa que escolheram.

A aprovação de uma lei dessa magnitude, repercutiu em grandes veículos da imprensa, como Folha, Veja*, e até mesmo em um artigo na revista Alliance Magazine (link para a reportagem), entre outros.

Para conhecer todos os detalhes da Lei, clique aqui e acesse a íntegra.

*A reportagem da Veja está disponível apenas para assinantes

Fundos Patrimoniais Filantrópicos passam a ter lei própria

Também conhecidos como Endowments, os Fundos Patrimoniais Filantrópicos são fundos criados para garantir a sustentabilidade de longo prazo de organizações, que recebem doações e financiam causas de interesse público.

Após o lamentável incêndio do Museu Nacional em setembro de 2018, o então Presidente da República, Michel Temer, assinou a Medida Provisória 851/2018 para permitir que instituições públicas recebam doações da sociedade e para regulamentar a criação dos fundos patrimoniais filantrópicos. Entre as áreas de destinação previstas estão educação, ciência, tecnologia, pesquisa e inovação, cultura, saúde, meio ambiente, assistência social, esportes, direitos humanos e segurança pública.

A partir da lei, aprovada na última sexta-feira (4), novas figuras jurídicas específicas devem ser criadas para gerir os recursos desses fundos, sendo responsável pelo repasse dos rendimentos às instituições apoiadas – sejam públicas ou privadas.

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social lidera a Coalizão dos Fundos Filantrópicos, que reúne pessoas e organizações que apoiam a regulamentação dos fundos patrimoniais, e participou ativamente do processo de aprovação da MP, juntamente com seus parceiros.

Além de sugerir melhorias no texto, o IDIS participou da audiência pública, que aconteceu na Comissão Mista que analisou a medida.

A diretora presidente do IDIS, Paula Fabiani, destaca que o debate em torno da regulamentação dos endowments acontece desde 2012. “Entre as questões mais importantes trazidas pela lei estão a segurança jurídica aos doadores que terão recursos protegidos e destinados, indefinidamente, à causa escolhida; a garantia da sustentabilidade financeira de organizações no longo prazo e, por último, a possibilidade de apoio a instituições públicas por meio de recursos privados e da sociedade.”

O texto aprovado determina que a organização responsável pela gestão dos recursos seja distinta da instituição apoiada. A separação entre as organizações tem como objetivo resguardar o fundo de eventuais passivos e proteger a instituição gestora de obrigações de qualquer natureza da instituição apoiada.

No mundo, os fundos filantrópicos têm se mostrado, há décadas, um mecanismo exitoso para mobilizar recursos filantrópicos. Estados Unidos, Inglaterra e Índia já possuem legislação específica para o tema. A França criou mais de 200 fundos filantrópicos, inclusive um do Museu do Louvre, após aprovação de lei específica em 2008.

Lei dos Fundos Patrimoniais é aprovada no Senado

O mês de dezembro foi um mês de enormes avanços para que a Medida Provisória 851/2018, dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, seja transformada em lei e passe a vigorar.

O Projeto de Lei oriundo da MP foi para votação na Câmara dos Deputados e foi aprovado. Logo após, no dia 12 de dezembro, foi aprovado no Senado. O próximo passo agora é a sanção do Presidente da República, e com isso a lei passa a vigorar.

A equipe IDIS agradece a todos que participaram desse processo que tanto nos orgulha! E um agradecimento especial a todos os membros da Coalizão.

‘’O que desperta nossa solidariedade?’’

‘’O que faz com que tenhamos vontade de ajudar alguém que não conhecemos, de doar dinheiro para organizações sociais ou dedicar horas para um trabalho voluntário?’’

Grafite ‘quem doa vive mais’, feito em muro da rua Baronesa de Itu, região central de São Paulo, por Pedro Frazão, 38, que espalha mensagens incentivando a doação por São Paulo para ajudar organizações sociais.

É o que o artigo ‘’O que desperta nossa solidariedade?’’ escrito pela nossa diretora de Comunicação, Andréa Wolffenbüttel, destaque na coluna Empreendedor Social da Folha, tenta responder.

A má posição do nosso País no Ranking Mundial de Solidariedade é abordada trazendo questionamentos sobre a enorme queda que o Brasil teve nos últimos anos, além de trazer uma proposta de solução para ajudar a aumentar a solidariedade do brasileiro no dia-a-dia.

Para ler o artigo completo, acesse o link.

IDIS realiza oficina de filantropia comunitária

O que caracteriza a filantropia comunitária? A pergunta é complexa e não há apenas uma resposta certa. Para discutir o tema com quem está no campo, o IDIS Instituto do Desenvolvimento do Investimento Social realizou, nos dias 5, 6 e 7 de dezembro, o Workshop de Filantropia Comunitária com as oito entidades selecionadas no edital de Mapeamento e Fortalecimento de organizações e iniciativas de atuação comunitária do Estado de São Paulo, iniciativa em parceria com a MOTT Foundation.

A oficina proporcionou a troca de conhecimento e experiências entre as organizações selecionadas e os palestrantes convidados. O IDIS foi responsável por organizar a oficina e abordar os aspectos teóricos e práticos da ‘filantropia comunitária e desenvolvimento comunitário com base nos talentos e recursos locais’.

“Entender os mecanismos mais eficazes para fomentar a filantropia comunitária no Brasil é crucial para promover o desenvolvimento e o fortalecimento da sociedade civil.” declarou a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani, durante a abertura da oficina.

Nick Deychakiwsky, da Mott Foundation, enviou sua mensagem aos participantes diretamente dos Estados Unidos e destacou os pontos que caracterizam as organizações comunitárias tais como o forte comprometimento com a comunidade, a diversidade de causas e objetivos, o engajamento da comunidade local, a atuação permanente, a pluralidade de fontes de financiamento, a gestão independente, a necessidade de ativos mínimos para operar e a capacidade de apoiar outras iniciativas locais.

Pelo IDIS, a gerente de projetos Raquel Altemani explanou sobre o que é atuação comunitária e relatou que não há consenso sobre um conceito definitivo, por isso, o IDIS debateu com especialistas e com a MOTT Foundation em busca de uma definição. Já Andrea Hanai, gerente de projetos, abordou os aspectos financeiros e a necessidade de mobilização de recursos para as organizações. A diretora de comunicação, Andrea Wolffenbüttel, apresentou aspectos da cultura de doação no Brasil e no mundo.

Os participantes da oficina ainda ouviram o fundador do IDIS, Marcos Kisil, que tratou do desenvolvimento comunitário. Para falar dos desafios e oportunidades para a filantropia comunitária no Brasil, o IDIS convidou Erika Saez, do GIFE, e a Graciela Hopstein, da rede de Filantropia para a Justiça Social.

As organizações participantes realizaram uma visita de campo ao Galpão da Fundação Tide Setúbal no Jardim Lapenna, zona leste de São Paulo, e conheceram uma organização não governamental de origem familiar que atua com a missão de fomentar iniciativas que promovam a justiça social e o desenvolvimento sustentável de periferias urbanas.

Para tratar de modelos de atuação para organizações comunitárias, a oficina contou com a participação de Marina Fay, da Fundação ABH, e Tony Marlon, do Historiorama. Já Mariana Nunes contou a história de atuação do Instituto Comunitário da Grande Florianópolis (ICOM).

No último dia, os participantes trabalharam por meio de dinâmicas para tratar dos desafios e das oportunidades de cada organização e avaliaram a experiência como muito valiosa para reverem e aprimorarem suas atuações locais.

Raquel Altemani, gerente de projetos do IDIS liderou a oficina e destacou que a troca de saberes entre as organizações enriqueceu a programação e fez com que a oficina fosse ainda mais importante para todos os participantes e também para o IDIS.

IDIS lança a Campanha ‘Descubra sua Causa’

Nesta terça-feira (11) foi lançada a Campanha Descubra sua Causa, uma iniciativa gestada há muito tempo pelo IDIS e muitos parceiros, para promover a Cultura de Doação no Brasil.

A Pesquisa Doação Brasil mostrou que um dos motivos que dificulta o aumento das doações no Brasil é o fato das pessoas não terem noção de causa e não perceberem o poder transformador da doação. Para ajuda-las a se familiarizar com o conceito de causa, foi criada a campanha e um teste para que cada um possa descobrir sua causa, uma forma lúdica de abordar o assunto.

O #Descubrasuacausa conta com cinco personagens para orientar os internautas nos caminhos das diversas causas. E também tem cinco cenários, que combinados com os personagens traçam os diferentes perfis das pessoas.

 

Os nossos amigos, Nelson, Flora, Yama, Catarina e Beto foram destaque na Revista Galileu, da Editora Globo, mostrando seu grande potencial em ser um agente de mudança importante na Cultura de Doação no Brasil.

Queremos que o teste se popularize e seja tema de rodas de conversa para que se fale mais sobre doação e as pessoas se acostumem a contar para as outras as doações que fazem. Já que a Pesquisa também identificou que o brasileiro não fala que doa, pois acha que é algo que não deve ser propagado.

Quer descobrir sua causa e começar a ajudar aqueles que lutam por ela todos os dias? Faça o teste no site: www.descubrasuacausa.net.br

 

Vídeos do Fórum no ar

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2018 foi um sucesso! Reunimos representantes de famílias filantropas, fundações, institutos e empresas para refletir sobre o tema ‘’Impacto da Tecnologia, ele contribui para reduzir ou aumentar as desigualdades?’’

Grandes nomes palestraram no evento como Michael Green, CEO da Social Progress Imperative, Alexandre Dietrich, líder do IBM Watson, e Patrícia Vilella, presidente do Humanitas 360, entre outros…

Durante o dia, discussões sobre inteligência artificial, blockchain, benefícios da tecnologia e desafios trazidos por ela aconteceram.

Não participou do Fórum e gostaria de saber mais sobre o tema? Ou estava no Fórum, mas gostaria de rever as palestras? Em nosso canal no Youtube vamos disponibilizar semanalmente as palestras desse evento tão querido para nós e o setor como um todo.

Para acessar basta clicar aqui.

Já estamos preparando o Fórum de 2019, que esperamos que seja um sucesso também!

                                                Paula Fabiani falando durante as Boas-Vindas do Fórum de 2018

Nossa história de doação

Aqui no IDIS, resolvemos trazer o Dia de Doar para o clima das festividades de final de ano porque achamos que as duas ocasiões combinam perfeitamente. Para fazer essa sinergia, aproveitamos a clássica brincadeira de amigo secreto, ou oculto, de uma maneira diferente. Em vez de comprar um presente para o amigo sorteado, nós fazemos uma doação.

E como funciona?

Cada colaborador do IDIS pensa numa organização social que tem afinidade com o seu amigo secreto/oculto, e faz uma doação para essa organização. Só que essa doação deve acontecer no Dia de Doar.

Assim, garantimos que todos os integrantes do IDIS participamos desse importante dia em nosso calendário que é o Dia de Doar, além de homenagear nosso amigo secreto/oculto.

Aqui você pode ver um vídeo da nossa diretora de comunicação, Andréa Wolffenbüttel, contando um pouco mais sobre nossa participação no Dia de Doar.

 

Ranking Mundial de Solidariedade é destaque no Bom Dia Brasil!

A queda expressiva do Brasil no Ranking Mundial de Solidariedade (World Giving Index) foi destaque no telejornal Bom dia Brasil, da Rede Globo, uma das maiores emissoras de TV do país.

A reportagem ressaltou como a redução na solidariedade do brasileiro prejudicou o trabalho de algumas organizações sociais, fazendo-as demitir funcionários e o cortar o número de beneficiários dos projetos desenvolvidos.

Nossa diretora-presidente, Paula Fabiani, foi uma das entrevistadas e ponderou que tanto quanto a crise econômica e política, a falta de perspectiva para o futuro também contribui para a mudança de comportamento.

O IDIS trabalha para que esses números mudem no ano que vem e para que possamos ser destaque pelo aumento das atitudes solidárias dos brasileiros.

Para assistir a reportagem completa, clique aqui.

                                                            Paula Fabiani em entrevista ao Bom Dia Brasil

MP dos Fundos Patrimoniais avança no Congresso

A Comissão Mista que analisa a Medida Provisória 851/2018 aprovou, nesta terça-feira (27/11), o parecer favorável à criação da Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos. Na semana anterior, duas audiências públicas foram realizadas pela Comissão e o IDIS participou de ambas. Em uma delas, fomos convidados a falar e aproveitamos a ocasião para defender a criação da lei.

O parecer final contemplou grande parte das 23 emendas à MP, recomendadas pelo IDIS e seus parceiros, sendo a mais importante delas a inclusão de algumas causas que não estavam especificadas na MP. As sugestões foram consolidadas em uma carta, assinada pela Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, e entregue a todos os parlamentares integrantes da Comissão.

A MP 851/2018 segue agora para aprovação no plenário da Câmara e do Senado, para que possa ser transformada em lei. A MP, assinada pelo Presidente da República em 10 setembro, tem 120 dias para virar lei e, devido ao recesso parlamentar, o prazo se estende até fevereiro de 2019.

                                                      Audiência Pública pela aprovação da MP 851/2018

Ainda neste mês de novembro, aconteceu a 2ª edição do Fórum Internacional Endowments Legados, realizado pela Levisky Negócios & Cultura, em parceria com o IDIS, o BNDES, o PLKC Advogados e a Caixa Econômica Federal. A presidente do IDIS, Paula Fabiani, foi uma das palestrantes e falou sobre a contribuição que os Fundos Filantrópicos podem trazer para o amadurecimento do Mercado de Capitais brasileiro. Ela também lembrou como é importante pensar nos Fundos Patrimoniais como um legado que será deixado para as gerações futuras. ‘’Os Endowments sustentam museus, universidades e as fundações mais importantes do mundo’’, afirmou Paula.

                                Paula Fabiani em sua palestra no II Fórum Internacional Endowments Legados

CAF cria páginas divulgando projetos brasileiros!

Dois grandes projetos do IDIS foram divulgados no site oficial da Charities Aid Foundation (CAF). O primeiro, realizado em parceria com a Fundação Banco do Brasil, é o Tecnologias Sociais do Amazonas (TSA). E o segundo, em parceira com o Instituto Avon, busca reduzir a taxa de mortalidade por câncer de mama no Brasil, promovendo a detecção precoce dessa doença e a melhora na qualidade de vida das mulheres.

Em seu site, na área dedicada às iniciativas dos integrantes da Global Alliance, a CAF contou como esses projetos foram desafiadores, mas conseguiram atingir seus objetivos com sucesso.

O TSA reduziu drasticamente a incidência de anemia entre as crianças de comunidades ribeirinhas, baixando de um índice inicial de 40,55% para 2,7%, o que é abaixo do nível aceitável de 5%, estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, diminuiu os níveis de contaminação da água, através de banheiros ecológicos e disseminou a tecnologia SODIS, para tornar a água potável.

Já a parceria com o Instituto Avon conseguiu realizar 3 milhões de mamografias e ultrassons da mama, e arrecadou 9 milhões de reais para a causa, permitindo a compra de 42 máquinas de mamografia e 26 de equipamentos de ultrassom, para realização de ainda mais exames.

Os artigos completos, em inglês, estão nos links: TSA e Projeto Avon

O IDIS fica muito feliz com o reconhecimento de projetos tão especiais para nós!

Campanha ‘Se Liga!’ aumenta em 58% o cadastro no Mapa das OSCs do IPEA

No dia 15 de junho desse ano, o IDIS lançou a mobilização ‘Se Liga!’ aonde convocamos as ONGs para atualizarem suas informações no Mapa das Organizações da Sociedade Civil do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA.

A intenção do IDIS com essa mobilização é engajar as organizações para que essas pudessem fazer parte da Campanha por Uma Cultura de Doação, que será lançada ainda esse ano.

Mas, nessa reta final de mobilização, qual o tamanho da mudança nos cadastros no mapa do IPEA?

A boa notícia é que, desde o dia em que a mobilização começou, segundo dados do próprio Instituto, o cadastro na plataforma aumentou em 58%! Ou seja, a mobilização tem sido um sucesso nesses 4 meses de existência.

Se você ainda não está participando ou conhece alguma organização que deveria participar as informações estão no site da Se Liga!

A Equipe IDIS agradece a todos que participam dessa mobilização, em prol de algo tão importante como a Cultura de Doação.

Brasil despenca no Ranking Mundial de Solidariedade

O Brasil teve o pior desempenho já registrado no World Giving Index. O país saiu da posição de número 75 e foi para o 122ºlugar no ranking geral, que apresenta 146 países.
Conhecido como ranking global de solidariedade, o levantamento é medido pela CAF – Charities Aid Foundation – instituição com sede no Reino Unido, e que no Brasil é representada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, o IDIS. Este ano, foram entrevistadas mais de 150 mil pessoas em 146 países.
O levantamento registra o número de pessoas que, no mês anterior à consulta, doaram dinheiro para uma organização da sociedade civil, ajudaram um estranho ou fizeram trabalho voluntário.

No Brasil, houve queda nos três comportamentos.

Para a diretora presidente do IDIS, Paula Fabiani, a recessão econômica dos últimos anos fortaleceu o individualismo na sociedade, fazendo com que as pessoas se preocupem mais em se proteger, deixando um pouco de lado os comportamentos solidários.

“O relatório mostra que voltamos a níveis muito baixos de solidariedade, ao contrário dos últimos dois anos, quando cresceu a proporção de pessoas que ajudaram um estranho, fizeram trabalho voluntário ou doaram dinheiro. Isso indica que ainda não temos uma cultura de doação madura e estabelecida”, explica Paula.

Como podemos aumentar a participação cívica?

2ª Artigo da série

Em agosto deste ano, o IDIS publicou o artigo ‘O que leva as pessoas a apoiarem organizações da sociedade civil? ’, primeiro texto baseado dissertação de mestrado de Economia do aluno do Insper, Rubens Sanghikian, que buscou compreender, por meio de análise das estatísticas existentes, como é possível aumentar a participação cívica.

No primeiro artigo, ele explorou quais são as características individuais que mais interferem para estimular ou inibir a participação cívica. Neste artigo, ele amplia o olhar e apresenta quais são as características de um país que podem afetar o nível de participação cívica de sua população.

Qual o perfil de um país que apoia organizações da sociedade civil?

Por Rubens Sanghikian, mestre em economia pelo Insper

A fonte dos dados desse artigo é a minha tese de mestrado em Economia, elaborada sob a orientação da professora Drª Regina Madalozzo

No primeiro artigo apresentei o perfil de um indivíduo com alta probabilidade de apoiar uma organização da sociedade civil. Vimos que o perfil de um apoiador seria o de uma pessoa que confia nas pessoas, com alta instrução e alta classe social, que gosta de política, tem religião e com alto acesso à informação. Neste segundo artigo discutirei quais são as características de países que têm alta participação da população em atividades como doação, trabalho voluntário e ajuda a desconhecidos.

Através de um amplo levantamento da literatura, selecionei as principais características que podem impactar o nível de participação em doações trabalho voluntário e ajuda a desconhecidos. Utilizei dados da pesquisa World Giving Index, publicada desde 2010 pela Charities Aid Foundation, representada no Brasil pelo IDIS, e conduzida anualmente pela Gallup. Meu estudo tem o propósito de complementar a análise sobre participação cívica, sob a perspectiva de países e não de indivíduos, como vimos no artigo 1.

A pesquisa realiza as seguintes perguntas para entrevistados em mais de 140 países, considerando apenas se esses atos foram realizados no último mês:

• “Doou dinheiro para uma organização social?”.
• “Fez trabalho voluntário ou doou tempo para uma organização?”
• “Ajudou um estranho, ou alguém que você não conhecia que precisava ajuda?”.

Baseando-se nas respostas, a pesquisa cria três indicadores para os países que são: porcentagem da população que realizou doação, porcentagem que fez trabalho voluntário e porcentagem que ajudou um desconhecido.

Através da revisão bibliográfica e de modelos econométricos, consegui identificar os principais fatores que afetam a taxa de participação da população de um país. Os resultados dizem respeito ao efeito médio de vários países, mas tudo indica que se aplicam bastante bem à sociedade brasileira.

Principais resultados:

1) PIB per capita:
O modelo aponta que quanto maior o PIB per capita de um país, maior a participação em doação, porém não tem efeito sobre trabalho voluntário e ajuda a desconhecidos, corroborando as evidências do levantamento literário realizado por Bekkers e Wiepking (2012). Encontrei que 10% de aumento no PIB per capita aumenta em média 0,67% da participação em doações de um país. Vale a pena destacar que este efeito é uma média e não leva em conta participação por classe social.

No Brasil, a Pesquisa Doação Brasil realizada pelo IDIS, indica que a prática da doação aumenta com a renda até 15 salários mínimos, apresentando uma queda na participação da doação para indivíduos que ganham mais de 15 salários mínimos no Brasil.

2) Índice de percepção de corrupção:
Já o aumento da transparência, medido pelo índice de percepção de corrupção, faz com que o engajamento aumente em todas as atividades, principalmente na doação em dinheiro. Um ponto de melhora no indicador de percepção de corrupção aumenta a participação, em média, 0,38% para doação, 0,12% para trabalho voluntário e 0,24% para ajuda a desconhecidos. Encontra-se mais uma evidência que falta de confiança reduz a participação cívica da população, em linha com o trabalho de Evers e Gesthizen (2011) e o resultado apresentado no artigo 1.

3) Desigualdade social:
O quociente de desigualdade humana impacta apenas as doações, de forma inversa, ou seja, quanto menor a desigualdade social, maior a prática de doação. Apesar do aumento da desigualdade social aumentar a percepção de necessidade dos indivíduos, ela aumenta também a distância social e dificulta a empatia entre grupos de renda muito diferentes. Principalmente, a desigualdade muitas vezes está relacionada a alto nível de pobreza e alta concentração de renda. De acordo com Andreoni, Nikiforakis e Stoop (2017), dificuldade financeira diminui a capacidade dos mais pobres realizarem uma atitude altruísta envolvendo dinheiro, e se um país possui muitas pessoas nesta situação, a participação tende a diminuir. Uma diminuição de 0,01 no quociente, que vai de zero a um, aumentaria em média 0,57% a participação em doações.

4) Anos de Educação:
Quanto maior o nível educacional maior a probabilidade de uma pessoa fazer trabalho voluntário. A educação aumenta a percepção dos problemas existentes no mundo, além de dar ideias de como solucioná-los, motivando as pessoas a ajudar. Estima-se que um ano a mais de educação aumenta, em média, 2,2% a participação em trabalho voluntário, porém não impacta doações e ajuda a desconhecidos.

5) Porcentagem da população acima de 65 anos:
Constatei o crescimento do grupo de idosos em uma sociedade provoca queda do engajamento cívico. Estimei que 1% a mais da população nesta faixa etária reduz a participação na doação, em média, 1,37%. Já para trabalho voluntário reduz, em média, 0,92% e ajuda a desconhecidos 0,85%. Os modelos apresentados neste trabalho apresentam evidência de redução nas atividades cívicas em grupos de idade mais avançada, também relatado nos trabalhos apresentados por Bekkers e Wiepking (2011) que mostram queda na doação.

O relatório Volunteering and Older Adults (2013) levanta uma série de barreiras para pessoas em idade mais avançada fazerem trabalhos voluntários, tais como transporte, saúde, custos, acesso à informação sobre instituições, barreiras culturais e experiências negativas no passado nessas atividades. Tudo isso impacta negativamente a probabilidade de fazer trabalho voluntário. Esses fatores também devem impactar negativamente outras atividades cívicas como doação, ajuda a desconhecidos e associação voluntária.

6) Gastos do governo em porcentagem do PIB:
Essa é uma questão muito discutida: se o gasto do governo inibe a participação na sociedade civil. Quando maior o gasto, as pessoas poderiam argumentar que é maior a responsabilidade do governo em prover os serviços e resolver os problemas sociais. Porém, não encontrei esta relação para participação, entretanto, há forte evidência na literatura que há redução no valor doado quando os gastos do governo são altos, por exemplo, no estudo de Andreoni (1993).

Tabela resumo:

Conclusão:

A importância deste estudo é que ele ajuda a identificar características que aumentam ou diminuem a participação de pessoas na sociedade civil, podendo auxiliar no direcionamento de políticas públicas para o seu fortalecimento. Um país com alto PIB per capita, baixa corrupção, baixa desigualdade social e alto nível educacional tende a ter grande participação da sua população na vida cívica.

Um ponto que eu acredito ser muito interessante e muitas vezes não abordado, é a participação do público da terceira idade na vida cívica. Com o envelhecimento da população mundial, há um impacto negativo na sociedade civil.  Se altos gastos dos idosos, problemas de locomoção e experiências negativas no passado podem inibir a participação deles, devemos focar na solução desses desafios para engajá-los. Há forte evidência na literatura que idosos que realizam trabalho voluntário possuem menos depressão, maior satisfação e maior estimativa de sua expectativa de vida.

No próximo artigo da série, apresentarei como podemos aumentar a captação de recursos utilizando a teoria sobre nudges, desenvolvida pelo economista, ganhador do prêmio Nobel, Richard Thaler.

Referências:

ANDREONI, J. An experimental Test of the Public-Goods Crowding-Out Hypothesis. The American Economic Review, v. 83, n.5, p. 1317-1327, 1993.

ANDREONI, J.; NIKIFORAKIS N; STOOP, J. Are the rich more selfish than the poor, or do they just have more money? A natural field experiment. NBER Working Paper, n. w23229, 2017.

BEKKERS, R.; WIEPKING P. Who gives? A literature review of predictors of charitable giving. Part One: Religion, education, age and socialization. Voluntary Sector Review, v. 2, n. 3, p.337-365, 2011.

BEKKERS, R.; WIEPKING P. Who gives? A literature review of predictors of charitable giving. Part Two: Gender, family composition and income. Voluntary Sector Review, v. 3, n. 2, p.217-245, 2012.

EVERS, A.; GESTHUIZEN M. The impact of generalized and institutional trust on donating to activist, leisure, and interest organizations: individual and contextual effects. International Journal of Nonprofit and Voluntary Sector Marketing, v. 16, p. 381-392, 2011.

Pesquisa Doação Brasil. São Paulo: Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, 2016. Disponível em: http://idis.org.br/pesquisadoacaobrasil/wp-content/uploads/2016/10/PBD_IDIS_Sumario_2016.pdf. Acesso: 30 de julho de 2018.

SANGHIKIAN, Rubens. Participação cívica: associação, doação e trabalho voluntário. 2017. 44 f. Dissertação (Mestrado profissional em economia) – Instituto de Ensino e Pesquisa – INSPER, São Paulo, 2017.

VOLUNTEERING AND OLDER ADULTS. Ottawa: Volunteer Canada, 2013. Disponível em: <https://volunteer.ca/content/volunteering-and-older-adults-final-report>. Acesso em: 12 de nov. 2017.
WORLD GIVING INDEX. Kings Hill: Charities Aid Foundation, 2011-2016. Disponível em: https://www.cafonline.org/about-us/publications. Acesso em: 18 de jun. 2017.

 

 

Fórum de Filantropos 2018 inspira e alerta investidores sociais

Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado no dia 12 de setembro, bateu recorde de inscrições e participantes, e foi um grande sucesso!

Tendo como tema principal ‘Impacto da Tecnologia’, o evento reuniu representantes de famílias filantropas, fundações, institutos e empresas, para explorar os benefícios trazidos pela tecnologia e também os problemas que ela gera.

O Fórum foi aberto com uma apresentação de Rhodri Davies, pesquisador da Charities Aid Foundation, especializado em filantropia e tecnologia. Ele traçou um panorama das tecnologias que estão afetando mais a forma como filantropos e organizações da sociedade civil atuam. Mostrou pontos positivos, como o uso da Inteligência Artificial para aumentar a eficácia de projetos sociais e ambientais, e a aplicação do blockchain para garantir transparência nas transações. Também alertou para aspectos negativos, como o potencial de manipulação dos algoritmos sobre as mensagens apresentadas ao público, a disseminação de fake news e o início da era do fake vídeo. Mas escolheu concluir a palestra deixando várias perguntas para a plateia, tais como, ‘a tecnologia pode subverter totalmente a forma como gerimos as organizações da sociedade civil?’, ‘ela vai criar novos desafios para os beneficiários?’, ‘ela vai gerar problemas totalmente novos a serem enfrentados pelos investidores sociais?’. Perguntas para as quais ainda não existem respostas…

Outro destaque do Fórum foi a apresentação de Jake Garcia, vice-presidente para Dados e Estratégias, do Foundation Center. Jake mostrou como está usando Inteligência Artificial para criar mapas ligando os caminhos de fundações doadoras e organizações sociais, de forma mais eficiente, fazendo com que os recursos cheguem mais rapidamente aonde são necessários e vindos de fontes que se interessam nessas causas específicas.

Em uma sessão focada especificamente nos desafios trazidos pela tecnologia, representantes da Fundação Ford e da Anistia Internacional falaram sobre as iniciativas que estão adotando ou apoiando para evitar que os avanços tecnológicos tragam retrocessos às liberdades civis e também aprofundem os gaps já existentes entre os que têm e os que não têm acesso à informação.

O Fórum também representou a oportunidade de reunir, em um só bate-papo, um filantropo iniciante e uma filantropa experiente.  Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá Capital, que criou, recentemente, a Fundação Felipe Figueiredo, com intuito de investir em projetos de Educação, falou sobre suas motivações. E Patrícia Villela, presidente do Humanitas 360, que há muitos anos atua pela defesa dos direitos humano, contou um pouco sobre seu trabalho atual, voltado para a humanização do tratamento da população carcerária brasileira.

O evento teve a honra de terminar com uma fala de Michael Green, autor do livro Philanthroapitalism, e criador do Social Index Progress, um índice que mede o nível de desenvolvimento dos países com base na qualidade de vida oferecida a seus habitantes, e não apenas no crescimento econômico. Green é um profundo defensor dos dados como grande orientador do planejamento e da gestão da filantropia, e acredita que o investimento social terá mais impacto na medida em que se apropriar mais das ferramentas criadas pelo mundo dos negócios para acelerar suas realizações.

Ao final do evento, ficou a mensagem de que a evolução da tecnologia é um caminho irreversível, que será inevitavelmente trilhado, mesmo que traga novos problemas. E que cabe aos investidores sociais aproveitarem o melhor dela para gerar mais impacto, buscando incluir todas as pessoas nesse futuro mais justo e sustentável, que trabalhamos par construir.

 

Recebemos muitos elogios e agradecimentos pelo Fórum

Organizar um evento como o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é um grande desafio e dá bastante trabalho.

Mas todo o cansaço desaparece quando chegam mensagens de parabéns e agradecimentos dos participantes.

Selecionamos alguns dos elogios que recebemos e que nos deixaram muito orgulhosos.

Confira aqui todas as sessões gravadas de todas as edições do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais:

“Não posso deixar de parabenizá-los pela organização impecável do evento! Tive a oportunidade de aprender muito. Tenham certeza que todo o conteúdo será compartilhado e muito bem aproveitado por toda a equipe aqui da fundação.”  Débora Borges, Fundo Brasil de Direitos Humanos

“Parabéns pelo evento hoje! Além da ótima programação, proporcionou bons encontros!”  Isabel Aché Pillar, Instituto Credit Suisse Hedging-Griffo

“Gostaria de parabenizá-los pela realização do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais na última quarta-feira! O evento foi excelente! Agradeço também a oportunidade de participar de uma das mesas temáticas, foi uma experiência incrível!” Joyce Costa, Consulado dos Estados Unidos em São Paulo

“Parabéns pelo evento. Foi muito inspirador e com conteúdos muito interessantes.” Luiza Serpa, Instituto Phi

“O Forum estava impecável, como sempre, com discussões muito ricas e encontros de grande valor.” Natasha Alexander, ACNUR-UNHCR ONU

“Parabéns pelo Fórum. Cada ano mais qualificado, mais estruturado. Gostei da corajosa escolha do tema e da performance dos palestrantes.” Regina Vidigal Guarita, Conselheira do IDIS

“Achei o evento muito bom (muito bom mesmo). Os temas da agenda eram altamente relevantes, os palestrantes super capacitados, e o público muito qualificado.” Rogério Monaco, Todos Pela Educação

Mas as opiniões positivas não vieram apenas pelas mensagens.

Marcia Woods, diretora da ABCR, atendeu ao pedido feito durante o Fórum e escreveu artigo para a Alliance Magazine sobre os temas e questionamentos que surgiram ao longo do evento.

E nosso apoiador, a Fundação Telefônica-Vivo publicou uma bela matéria em seu site, abrindo espaço para o evento, para as fotos e para o conteúdo debatido.

Por fim, não podemos deixar de mencionar a nota sobre o Fórum, publicada no site da Exame, demonstrando que, cada vez mais, investimento social privado está conquistando o interesse no mundo dos negócios.

 

 

Regulamentação dos endowments: o que ainda precisa ser feito?

Com a assinatura da medida provisória que visa regulamentar os Fundos Patrimoniais Filantrópicos (endowments) no Brasil, o tema ganhou grande relevância nacional.

O IDIS vem fazendo um trabalho de advocacy pela regulamentação dos endowments há seis anos, e nos últimos dois, vários atores de grande influência como, BNDES, MINC e MEC, se juntaram à essa causa. Além de organizações como PLKC Advogados, GIFE, APF, Cebraf, Levisky Negócios e Cultura, apoiadores da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, lançada esse ano.

Mas, agora que o tema virou uma importante parte agenda do governo, quais os próximos passos?

O primeiro passo já foi dado, que foi o envio de 24 sugestões de emendas para mudar alguns pontos como o fato de nem todas as causas receberem incentivos fiscais e diminuir as restrições de governança para instituições privadas, para que as grandes fortunas não sejam desencorajadas a doar.

Para conseguir a aprovação desses pontos, e transformar a Medida Provisória em lei, é necessário manter diálogo com a Relatoria do projeto, através de reuniões com os 13 deputados e 13 senadores que fazem parte dela, dando prioridade para o presidente e vice-presidente da comissão que será responsável pela aprovação, ou não, da Medida Provisória e transformá-la em lei.

Uma outra ação para estimular a regulamentação definitiva e a criação dos fundos filantrópicos será o Fórum de Endowments, em novembro, realizado pela Levisky Negócios e Cultura, em parceria com o IDIS e com o apoio do BNDES. O evento vai fomentar o debate sobre o tema e os interessados em participar podem entrar em contato com o IDIS.

O IDIS continua trabalhando para que cada vez mais os Fundos Patrimoniais Filantrópicos sejam instrumentos para a sustentabilidade de organizações e associações em nosso país!

O que muda com a assinatura da Medida Provisória dos Fundos Patrimoniais?

No dia 10 de setembro de 2018, foi assinada a Medida Provisória (MP) que visa regulamentar os Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil.

Os Fundos Patrimoniais, também conhecidos como endowments ou fundos filantrópicos, são fundos criados para receber doações que são destinadas a organizações especificas ou à sustentação de alguma causa. Eles preservam o patrimônio doado, porque, de um modo geral, só os rendimentos são sacados, garantindo a geração de recursos para causas que são de interesse público.

Mas, quais são os principais pontos dessa medida provisória? O que muda para o doador e para quem recebe a doação do endowment?

Em primeiro lugar, diferentemente de alguns projetos de lei que estavam tramitando, a MP contempla uma abrangência de causas. Existem leis que regularizam os fundos patrimoniais, entretanto, sempre especificando qual a causa que pode ser beneficiaria deles.  Nessa medida foram abrangidas várias causas, como: educação, ciência, tecnologia, pesquisa e inovação, cultura, saúde, meio ambiente, assistência social e desporto. Além disso, tanto associações quanto fundações podem receber doações para um endowment.

Na linha de melhorias para a governança dos fundos patrimoniais, a medida provisória coloca uma separação entre as responsabilidades de quem gere o fundo e a instituição ou associação apoiada. Porém, quando o assunto é incentivo fiscal, apenas duas causas foram contempladas: cultura e educação, o que pode gerar um menor incentivo para a doação a outras causas.

Por fim, a medida provisória tenta minimizar os danos em catástrofes parecidas com a do Museu Nacional porque permite que um percentual mais elevado das doações para o fundo patrimonial seja utilizado para recuperação em casos extremos.

O IDIS realiza um trabalho de advocacy pela regulamentação dos Fundos Patrimoniais desde 2012, e esse ano lançou a Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, um grupo multisetorial composto por mais de 40 membros, entre organizações, empresas e pessoas que apoiam a regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no país. A Coalizão é aberta para qualquer pessoa ou entidade que apoie a causa dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos.

Coalizão lança Nota Pública de apoio à regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos

 

NOTA PÚBLICA DE APOIO À REGULAMENTAÇÃO DOS FUNDOS PATRIMONIAIS FILANTRÓPICOS

 

Nós, os integrantes da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, grupo multissetorial composto por mais de 40 membros, entre organizações, empresas e pessoas, viemos a público manifestar nosso apoio à edição da Medida Provisória de regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil, causa pela qual vários de nossos integrantes lutam desde 2012.

Lamentamos que a aceleração do processo de regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos tenha sido provocada por uma tragédia de dimensões incalculáveis para a Cultura e a História do Brasil, como o incêndio que destruiu grande parte do acervo do Museu Nacional. Nos serve de consolo, entretanto, saber que essa mesma tragédia pode trazer algum fruto positivo para o País, e queremos colaborar para que a legislação que regulará os Fundos Patrimoniais Filantrópicos seja a melhor possível, alcançando seu máximo potencial de contribuição para a sociedade.

Para isso, queremos alertar para um ponto que precisa ser incluído na legislação, para que ela tenha os efeitos desejados.

Os Fundos Patrimoniais Filantrópicos são instrumentos que contribuem para a sustentabilidade financeira de organizações sem fins lucrativos que trabalham por causas de interesse público, como educação, saúde, assistência, cultura, meio ambiente e esportes, entre outras.

Não há razão para restringir o tipo de organização que pode ser titular de Fundos Filantrópicos, nem a causa à qual eles se destinam. Organizações privadas sem fins lucrativos (fundações e/ou associações) devem ser incluídas entre as que podem contar com esse mecanismo. Os Fundos Patrimoniais Filantrópicos devem ter como objetivo causas de interesse público, podendo ser vinculados ou não, a instituições públicas ou privadas predeterminadas como universidades, museus e Santas Casas de Misericórdia. Essa é a boa prática adotada no exterior.

Recomendamos também a edição de uma Medida Provisória clara, objetiva e que contemple unicamente o tema dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, de modo a facilitar a criação desses instrumentos tão importantes para a sustentabilidade financeira das organizações sem fins lucrativos.

Com a publicação da Medida Provisória, convocamos os deputados e senadores a, ainda nessa legislatura, refletirem conscientemente sobre a importância da sua transformação em lei, garantindo maior capacidade das instituições se financiarem com o apoio daqueles que acreditam em suas causas, e buscando, assim, evitar tragédias como a do Museu Nacional.

Por fim, nos colocamos à disposição para qualquer contribuição que se faça necessária para concretização de uma legislação clara, abrangente e eficaz para os Fundos Patrimoniais Filantrópicos.

 

São Paulo, 5 de setembro de 2018

COALIZÃO PELOS FUNDOS FILANTRÓPICOS (www.idis.org.br/coalizao)

Quem somos nós

A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos é grupo multisetorial composto por 40 membros, entre organizações, empresas e pessoas que apoiam a regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no país.

Lançada em junho de 2018, e liderada pelo IDIS, Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, essas organizações brasileiras integram a Coalizão, que é aberta para qualquer pessoa ou entidade que apoie a causa dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos.

 

Organizações integrantes da Coalizão pela Fundos Filantrópicos

Coordenação

IDIS Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

 

Apoio Jurídico

PLKC Advogados

 

Apoio Institucional

APF Associação Paulista de Fundações

Cebraf Confederação Brasileira de Fundações

GIFE Grupo de Institutos, Fundações e Empresas

Humanitas 360

Levisky Negócios e Cultura

 

Participantes

ABCR Associação Brasileira de Captadores de Recursos

ACTC Casa do Coração

Arredondar

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CEAP Centro Educacional Assistencial Profissionalizante

CIEDS

Demarest Advogados

Fehosp Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Est. SP

Fundação Darcy Vargas

Fundação Educar DPaschoal

Fundação José Luiz Egydio Setúbal

Fundação Stickel

Instituto Acaia

Instituto Akatu

Instituto Arara Azul

Instituto Ayrton Senna

Instituto Cyrela

Instituto Doar

Instituto Homem Pantaneiro

Instituto Jatobás

Instituto Phi

Instituto Reciclar

Instituto Sabin

Instituto Sol

Instituto SOS Pantanal

ISE Business School

LAB Laboratório de Inovação Financeira

Liga Solidária

Lins de Vasconcelos Advogados Associados

Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. Quiroga Advogados

Onçafari

Rede de Filantropia para a Justiça Social

Santa Marcelina Organização Social de Cultura

Sistema B

Todos pela Educação

Visão Mundial

Wright Capital

 

 

 

 

 

 

Edital reforma refeitório e espaço para brincar

O Instituto Cyrela, que acaba de receber o Prêmio Master Imobiliário, é parceiro do IDIS há  seis anos. Neste mês, mais um edital do Instituto, realizado com apoio técnico do IDIS, foi finalizado com sucesso. O projeto RenovAção Kids teve suas obras concluídas. E as duas organizações vencedoras foram Lar Amor, Luz e Esperança da Criança (LALEC) e Núcleo Educacional da Santa Casa de Diadema, dentre 20 que se candidataram.

O Edital selecionou duas organizações da sociedade civil que promovessem transformação social com foco na infância. Cada uma recebeu R$ 100 mil para realizar a reforma de um espaço já existente ou construção de um novo, tornando os projetos mais eficazes. As obras aconteceram entre setembro do ano passado e junho este ano.

No LALEC foi feita uma reforma no espaço para brincadeiras das crianças, com adição de novos brinquedos e móveis, para tornar mais confortável e aconchegante o dia-a-dia dos pequenos.

Já na Santa Casa de Diadema, a obra foi a ampliação da área construída do refeitório das crianças, possibilitando um ambiente mais agradável e estimulante aos beneficiários do projeto.

Este é o quarto edital que o Instituto Cyrela e o IDIS realizam juntos e é sempre uma grande satisfação ver quanto a transformação do espaço físico contribui para melhorar a qualidade das iniciativas sociais. Para o IDIS é uma honra e privilégio atuar em projetos assim, que transformam a vida das pessoas diariamente.

Novo espaço para brincar do LALEC

 

Refeitório na Santa Casa de Diadema  depois de reformado

Se Liga! é destaque na Folha de S.Paulo

A coluna Empreendedor Social, da Folha de S. Paulo, destacou a mobilização realizada pelo IDIS ‘Se Liga! Vem aí a Campanha por uma Cultura de Doação’. Trata-se de uma chamada para que as ONGs preparem seus sites e seus cadastros para o lançamento da Campanha.

A reportagem trouxe detalhes sobre como a Mobilização Se Liga! funciona, dando destaque ao mapa das Organizações da Sociedade Civil do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Mostrou como ele é importante nessa campanha e precisa ser atualizado pelas organizações cadastradas que queiram ser localizadas por novos doadores.

A coluna destacou ainda: ‘’A ideia é mostrar o poder transformador da doação ao convidar o público a refletir que tipo de transformação ele gostaria de realizar no mundo”, ponderando sobre a importância não só dessa mobilização inicial, mas também da Campanha por uma Cultura de Doação que será lançada pelo IDIS em novembro.

Para ler a reportagem completa, acesse o link: https://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2018/08/antes-de-lancar-campanha-instituto-mobiliza-ongs-para-atualizacao-de-mapa.shtml

Já somos 40 organizações na Coalizão pelos Fundos Filantrópicos!

No dia 26 de junho desse ano, o IDIS liderou ao lançamento de uma coalizão que visa a regulamentação dos fundos patrimoniais filantrópicos no país. Hoje, após pouco mais de um mês do lançamento, a coalizão chegou ao expressivo número de 40 participantes.

Um dos apoiadores institucionais da iniciativa, o GIFE, divulgou, em sua newsletter, uma reportagem sobre os fundos patrimoniais filantrópicos. ‘’Nós temos trabalhado para garantir alguns parâmetros. Além de um mecanismo que ofereça estímulo e segurança jurídica, a intenção é que a ferramenta seja ao mesmo tempo pouco burocratizada, a fim de permitir que organizações com perfis diversos possam contar com o mecanismo, e possa servir para quaisquer causas’’ afirmou o secretário-geral do GIFE, José Marcelo Zacchi.
A reportagem contou também com a participação equipe do IDIS, nossa colega, Olivia Castello Branco, que defendeu como a regulamentação é um importante passo para a perenidade das organizações e alcance de maior impacto a partir de suas atividades.

Para ler a reportagem na íntegra, acesse o link: https://gife.org.br/coalizao-defende-regulamentacao-dos-fundos-patrimoniais-filantropicos-no-brasil/?utm_campaign=redegife_1041_30072018__mailing_site_-_cadastro_news&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

E, para mais informações sobre a coalizão e como fazer parte dela, acesse o site oficial: https://www.idis.org.br/coalizao/

Como podemos aumentar a participação cívica?

Por Andréa Wolffenbüttel, diretora de Comunicação do IDIS

De vez em quando, mais raramente do que eu gostaria, aparecem algumas pessoas trazendo informações interessantes. Uma dessas ocasiões aconteceu no final de julho, quando recebi, aqui no IDIS, o Rubens Sanghikian, que elaborou sua dissertação no mestrado de economia pelo Insper.

O rapaz entrou em contato pelo e-mail do nosso site, oferecendo-se para apresentar os resultados da sua tese, uma pesquisa sobre o que leva as pessoas a desenvolverem algum tipo de participação cívica.

Quando o estudante chegou, trouxe consigo um relatório de mais de quarenta páginas com muitas, mas muitas informações valiosas. Ao final da apresentação, aconselhei-o a escrever um artigo com os principais dados da pesquisa para ser divulgado no universo do terceiro setor e evitar que todo o trabalho ficasse ‘escondido’ no meio da produção acadêmica em geral.

Ele fez uma contraproposta, sugerindo não um, mas uma série de quatro artigos discutindo o perfil de indivíduos que apoiam organizações e fatores que influenciam a decisão de doar dinheiro e fazer trabalho voluntário.

Aqui está o primeiro artigo.

1ª Artigo da série
‘O que leva as pessoas a apoiarem organizações da sociedade civil? ’

Por Rubens Sanghikian, mestre em economia pelo Insper

A fonte dos dados desse artigo é a minha tese de mestrado em Economia, elaborada sob a orientação da professora Drª Regina Madalozzo.

Antes de entrar no tema do artigo propriamente dito, vale a pena falar um pouco sobre sociedade civil. Apesar da expressão ser muito usada, nem sempre existe um consenso sobre seu significado. Sociedade civil é o conjunto das organizações voluntárias que servem como mecanismo de articulação de uma sociedade. E a principal característica dessas organizações é não estarem apoiadas na força do Estado (governo) ou do mercado.

Portanto, quando falamos de participação cívica, estamos nos referindo a qualquer tipo de ação ligada às organizações da sociedade civil, tal como associação, doação de recursos financeiros ou realização de trabalho voluntário.

Para as organizações da sociedade civil, um dos principais desafios, se não o maior, é a dificuldade em captar recursos financeiros e humanos para completar seus objetivos. Esta foi uma das razões que me levaram a estudar o tema.

Qual o perfil de uma pessoa que apoia organizações da sociedade civil?

Com o objetivo de responder esta pergunta, utilizei o extenso e rico trabalho de Bekkers e Wiepking (2011, 2012) que realizaram um levantamento da literatura para verificar o perfil de quem faz doações.  Com base nesta ideia, fiz uma revisão de literatura para selecionar as principais características individuais que poderiam indicar o perfil de alguém que ajuda organizações. Utilizando a pesquisa World Values Survey, realizada de 2010 a 2014, obtive informações de aproximadamente 80 mil pessoas de 55 países.

Através da revisão bibliográfica e de modelos econométricos, consegui identificar os principais fatores que afetam a probabilidade de um indivíduo apoiar diferentes organizações: religiosas, ligadas ao esporte, partidos, ligadas à educação, sindicatos, profissionais, instituições de caridade, causas do consumidor, grupos de auto ajuda e ambientais. Os resultados dizem respeito à população desses diversos países, mas tudo indica que se aplicam bastante bem à sociedade brasileira.

Principais resultados

1) Ter confiança nas outras pessoas:
Fundamental para o estabelecimento de vínculos, a confiança se mostra bastante relevante para todas as participações cívicas. Um indivíduo que acredita que se pode confiar nas outras pessoas tem maior probabilidade de se associar a uma organização,.

2) Ter interesse por política:Os debates e a busca por resolver um conflito, elementos presentes na política, estão presentes nas organizações da sociedade civil. Um indivíduo que declara que possui alto interesse por política tem maior probabilidade de se aproximar de entidades, independente da natureza da organização.

3) Classe Social à qual pertence:
O modelo aponta que quanto mais alta a classe social, maior a probabilidade de apoio. Indivíduos em situação financeira mais frágil possuem menos tempo e capacidade de ampliar a participação na sociedade. Organizações também buscam indivíduos com maior status social, devido a maior influência que eles possuem dentro da sociedade. Porém, devemos realizar ressalvas sobre a relação classe social e participação cívica. Por exemplo, a Pesquisa Doação Brasil indica uma queda participação da doação para indivíduos que ganham mais de 15 salários mínimos no Brasil. Já o Country Giving Report mostra que em termos de proporção da renda, pessoas de classe mais baixa contribuem mais.

4) Nível de educação:
Quanto maior o nível educacional maior a probabilidade de uma pessoa apoiar uma organização. A educação aumenta a percepção de problemas que existem no mundo, além de dar ideias de como solucioná-los, motivando as pessoas a ajudar.

5) Frequência com que assiste TV:
Um estudo realizado por Putnam (1995) afirma que a participação cívica poderia estar caindo devido ao fato das pessoas passarem mais tempo assistindo TV. Não consegui confirmar esta relação.

6) Frequência com que acessa à internet:
Um indivíduo que acessa diariamente a internet tem maior probabilidade de apoiar uma instituição. A internet e redes sociais são uma importante ferramenta de comunicação para as organizações, aumentando o número de solicitações a potenciais apoiadores.

7) Idade:
O estudo sugere que quanto maior a idade, maior a probabilidade de apoio para muitos tipos de organizações, menos para as ligadas ao esporte.

8) Ter religião:
O fato de uma pessoa ser religiosa se mostrou importante, indicando que é mais provável uma pessoa religiosa se aproximar de muitos tipos de organizações, tanto de ajuda a terceiros, quanto de autoajuda.

9) Ser estudante:
Quando comparamos estudantes em relação às pessoas que trabalham, vemos que eles tendem a participar mais em organizações educacionais, desportistas e religiosas. Porém, são menos ativos em sindicatos e organizações profissionais.

10) Ser do sexo feminino:
Este é um quesito onde a determinação biológica sofre alterações de acordo com as normas e convivência social. Percebe-se uma diferença significativa no tipo de organização que homens e mulheres escolhem para contribuir. É menos provável que mulheres estejam ligadas a organizações não religiosas, como partidos, desportistas e sindicatos. O estudo aponta que as mulheres sofrem com a desigualdade em relação aos homens até no terceiro setor, sendo menos representadas em certas atividades. Na mesma linha, os estudiosos Rotolo e Wilson (2007) destacam que mulheres em organizações têm maior probabilidade de realizarem trabalhos relacionados à alimentação, levantamento de recursos e eventos, enquanto homens têm maior probabilidade de participação em comitês de decisão, ensino e manutenção.

Tabela resumo

As tabelas abaixo mostram como as características das pessoas ou as atividades que elas praticam exercem influência sobre a probabilidade de ela vir atuar junto a determinado tipo de organização.

 

 

 

 

 

Conclusão

A importância deste estudo é que ele ajuda a identificar variáveis características que aumentam ou diminuem a probabilidade de pessoas apoiarem organizações, podendo auxiliar no direcionamento de recursos e escolha de público alvo durante captação de recursos e recrutamento de voluntários, por exemplo.

O perfil de um apoiador seria o de uma pessoa que confia nos indivíduos, com alta instrução e alta classe social, que gosta de política, tem religião e com alto acesso à informação.

No próximo artigo da série, apresentarei características de países com grande participação em doações, trabalho voluntário e ajuda a desconhecidos.

Referências

BEKKERS, R.; WIEPKING P. Who gives? A literature review of predictors of charitable giving. Part One: Religion, education, age and socialization. Voluntary Sector Review, v. 2, n. 3, p.337-365, 2011.
BEKKERS, R.; WIEPKING P. Who gives? A literature review of predictors of charitable giving. Part Two: Gender, family composition and income. Voluntary Sector Review, v. 3, n. 2, p.217-245, 2012.
PUTNAM, R. D. Bowling Alone: America’s Declining Social Capital. Journal of Democracy, v. 6, n.1, p. 65-78, 1995.

ROTOLO , Thomas; WILSON, John. Sex segregation in Volunteer Work. The Sociological Quartely, v. 48, n. 3, p. 559-585, 2007.
SANGHIKIAN, Rubens. Participação cívica: associação, doação e trabalho voluntário. 2017. 44 f. Dissertação (Mestrado profissional em economia) – Instituto de Ensino e Pesquisa – INSPER, São Paulo, 2017.

WVS WAVE 6. Madrid: World Values Survey, 2010-2014. Disponível em: <http://www.worldvaluessurvey.org/WVSDocumentationWV6.jsp>. Acesso em: 18 de jun. 2017.
Country Giving Report 2017 – Brasil. São Paulo: Charities Aid Foudation e Instituto para o

Desenvolvimento do Investimento Social, 2017. Disponível em: https://www.idis.org.br/wp-content/uploads/2017/11/country-giving-report-2017-brasil.pdf .Acesso: 30 de julho de 2018.
Pesquisa Doação Brasil. São Paulo: Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, 2016.

Disponível em: http://idis.org.br/pesquisadoacaobrasil/wp-content/uploads/2016/10/PBD_IDIS_Sumario_2016.pdf. Acesso: 30 de julho de 2018.

IDIS e MOTT Foundation iniciam projeto na área da Filantropia Comunitária

O protagonismo social é fundamental para processos de transformação da realidade; que por sua vez são necessários para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável. E por isso faz parte dos temas de atuação do IDIS desde a sua fundação.
No Brasil, há inúmeras evidências e pesquisas recentes que indicam que o nível de confiança e credibilidade das instituições do país é extremamente baixo – um quadro que leva os cidadãos a buscarem novas formas de se engajar na solução dos problemas sociais que enfrentam.

Nesse contexto, a filantropia comunitária vem crescendo muito, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo e tem sido foco de estudos, pesquisas e trocas entre organizações que atuam com filantropia.

E o IDIS, junto com a MOTT Foundation, iniciou um projeto para mapear as iniciativas de Filantropia Comunitária no Estado de São Paulo. A primeira atividade, realizada no dia 12 de julho, foi uma oficina para explorar alguns conceitos inerentes ao tema, pois há distintos entendimentos sobre o que é uma comunidade e o que caracteriza uma organização de filantropia comunitária.

“ O que faz o avanço global da Filantropia Comunitária tão entusiasmante é a variedade de formatos que ela assume, adaptações para diferentes contextos, desafios, recursos e lideranças”
Barry Knight e Andrew Milner CENTRIS, Global Alliance for Community Philantropy

Tivemos a participação de algumas importantes organizações que atuam no setor: Fundo Elas, Gife, Wings, Fundo Brasil de Direitos Humanos, CIEDs, Fundação Tide Setubal, Rede de Filantropia para a Justiça Social, ICOM, Fundo Casa, Fundação Affonso Brandão Hennel e Fundação Salvador Arena.

Saiba mais sobre Filantropia Comunitária nesse vídeo desenvolvido pelo Global Fund for Community Foundations:

 

IDIS no mundo!

Desde 2005, o IDIS representa a Charities Aid Foundation (CAF) no Brasil, uma rede de 9 escritórios espalhados em todos os continentes.Ao longo dos anos, tem sido objetivo dessa aliança trabalhar cada vez mais próximos, pois juntos temos condições de gerar mais impacto em nossas atividades.

Para incentivar esse trabalho em grupo, todos os escritórios contribuíram para a realização de um vídeo que conta porque ‘Juntos somos melhores (We are better together)’

** o vídeo está em inglês

#WeAreBetterTogether

BNDES e o Investimento Social Corporativo

No mês de julho, o IDIS teve a oportunidade de organizar, junto com o BNDES, o evento de lançamento da nova Política Socioambiental de Mercado de Capitais do banco.

Na ocasião, Paula Fabiani, presidente do IDIS, pôde falar para uma plateia de cerca de 70 pessoas, todas ligadas a empresas que se relacionamento com o BNDES, sobre a importância do Investimento Social Corporativo.

Com um volume relativamente modesto, frente à riqueza do universo empresarial brasileiro, o Investimento Social Corporativo costuma girar em torno de R$ 2 bilhões de reais ao ano. Já as doações realizadas por pessoas físicas, alcançam um patamar, pelo menos, quatro vezes maior.

Paula também falou sobre a tendência, cada vez presente, das empresas alinharem o Investimento Social ao próprio negócio, buscando iniciativas que tragam impacto positivo em ambos os campos.

Ela também destacou as causas mais frequentemente apoiadas pelas empresas: Educação, Formação de Jovens para o Trabalho, e Cultura e Arte. Enquanto que Comunicação, Saúde e Assistência Social são as causas que menos recebem recursos das companhias.

O objetivo da palestra de Paula Fabiani foi destacar a relevância do Investimento Social Corporativo para o desenvolvimento do país e explicar a importância das novas diretrizes do BNDES, que, cada vez mais, inclui o critério de contribuição social, entre os que são considerados na hora de investir em uma corporação.

O Fórum 2018 está chegando e vamos falar sobre o impacto da tecnologia!

Não há dúvidas que a tecnologia, cada dia mais desenvolvida, permeia todas as nossas atividades. Ela foi um divisor de águas em nossa sociedade e seu impacto no nosso dia-a-dia é inegável. Porém, será que ela veio para aumentar ou diminuir as desigualdades?

Esse é questionamento que o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2018 vai colocar. O tema desse ano será ‘Impacto da Tecnologia’ e a discussão vai girar em torno de como a filantropia pode tirar o melhor da tecnologia e ainda contribuir para reduzir os efeitos negativos gerados por essa rápida transformação.

A programação irá contar com grandes nomes como Michael Green, autor de ‘Filantrocapitalismo’ e criador do Social Progress Index, um índice que avalia o grau de desenvolvimento de um país pelas condições de vida que ele oferece para sua população. Além dele, Rhodri Davies, pesquisador da Charities Aid Foundation, especializado em filantropia e tecnologia, Jake Garcia, Vice-presidente para Dados e Estratégias do Foundation Center e Alexandre Dietrich, executivo da IBM, responsável pelo projeto Watson na América Latina.

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é a versão brasileira do Global Philanthropy Forum (GPF) e visa trazer novas possibilidades ao mundo da filantropia, fomentar diferentes discussões e movimentar o setor. O evento acontecerá no dia 12 de setembro, e é um evento fechado para 200 convidados. As palestras serão disponibilizadas posteriormente em nosso canal do Youtube.

Para acompanhar novidades sobre o evento é só acessar o site: https://www.idis.org.br/forum/

IDIS lança campanha “Se liga ONG”

Dia 27 de novembro, o Brasil e o mundo celebram o Dia de Doar. Um dia para sensibilizar cada vez mais a sociedade sobre a importância da doação de recursos para organizações e projetos sociais, culturais, ambientais e esportivos.

Este ano, o IDIS vai lançar uma campanha para contribuir com a cultura de doação no Brasil.
A campanha, concebida junto com parceiros, será veiculada em diversos meios de comunicação: jornais, revistas, sites e cinemas; com uma estratégia intensa de mobilização.
Todo mundo tem uma causa. Qual é a sua? Com essa convocação, a campanha irá atrair pessoas para descobrirem qual é a causa delas a partir de um quizz online.

São três passos, apenas:
1. Descubra qual é a sua causa
2. Doe para uma organização social que defende a sua causa – pelo Mapa das OSCs do IPEA (https://mapaosc.ipea.gov.br/)
3. Conte para todo mundo e inspire as pessoas a fazerem o mesmo!

Mas para ser um sucesso e para que as pessoas consigam efetivamente contribuir, as ONGs precisam estar prontas para receber! Por isso, se liga ONG!

Estamos nos preparando e convidamos todas as organizações a se prepararem também!
1. Entre no Mapa das OSCs faça ou atualize o seu cadastro!
2. Cheque se o seu site tem as seguintes informações:
a/ A causa da sua organização
b/ Uma explicação clara do que a sua organização faz pela causa
c/ Os resultados alcançados até agora
d/ Uma chamada / convite para doação

Esteja pronto em novembro para nos ajudar na campanha e receber mais apoio para o seu trabalho!

Está no ar o Relatório de Atividades 2017 do IDIS!

Em 2017, o IDIS chegou à maioridade, completou 18 anos! Ao longo de nossa história foram mais de 300 programas e projetos de investimento social privado. Essa trajetória nos permitiu estar entre as 100 Melhores ONGs do país, segundo a Revista Época e o Instituto Doar. Este também foi um ano de grandes mudanças internas para o IDIS, tivemos o fim do processo sucessório da presidência, e nosso fundador dr. Marcos Kisil passou a integrar o Conselho Deliberativo. 

 
O Relatório destaca as realizações e os eventos mais importantes do ano em nosso Instituto, como a finalização do projeto Tecnologias Sociais do Amazonas (TSA), que reduziu drasticamente o número de crianças com anemia ferropriva nas comunidades ribeirinhas do Amazonas. Conseguimos reduzir o índice de 36% para apenas 2,8%! Além das nossas publicações e nosso tão tradicional Fórum de Filantropos e Investidores Sociais, que com o tema Sucesso, procurou contribuir para que todos sejam bem-sucedidos no Investimento Social Privado.

 
O IDIS agradece a todos que fizeram parte dessa história, e convida à leitura do nosso relatório anual, onde todos os detalhes desse ano tão importante para nós são contados. Que 2018 seja um ano ainda melhor!

 
Para ler na íntegra o Relatório Anual de 2017 do IDIS, acesse: https://www.idis.org.br/wp-content/uploads/2018/06/relatorio-anual-2017-idis.pdf

Fundador do IDIS é reconhecido como um dos 8 profissionais mais influentes do mundo da filantropia

O fundador do IDIS, Dr. Marcos Kisil, foi reconhecido pela Alliance Magazine, a principal revista sobre filantropia e investimento social do mundo, como um dos oito profissionais mais influentes do setor Filantrópico em escala global. O fundador do IDIS é o único latino-americano da lista.

Na edição de junho da revista, Andrew Milner, editor associado da Alliance Magazine, levou aos leitores uma reportagem sobre os perfis fundamentais para o desenvolvimento de infraestrutura filantrópica. Os oito profissionais foram escolhidos com base nas grandes contribuições que fizeram internacionalmente e em seus respectivos países.

Fonte: Alliance Magazine

Infraestrutura filantrópica é tudo que molda, que permeia as ações do setor. É o esqueleto que conduz o desenvolvimento da filantropia, e a torna cada dia mais eficiente. São considerados itens estruturantes: avaliação e monitoramento, capacitações em áreas temáticas da organização, auditorias, apoio na seleção de projetos, entre outros temas.

Os perfis tinham as seguintes características semelhantes:

– Pioneiros em investimento social
– Fundadores ou sócio fundadores de organizações respeitadas no meio da Filantropia
– Trouxeram um novo olhar para a Filantropia

 

Veja o perfil do Dr. Marcos Kisil:

Médico de formação, Marcos Kisil trabalhou como consultor da Organização Pan-Americana da Saúde antes de se tornar diretor dos Programas Latino-Americano e Caribenho na Fudação W. K. Kellogg, em Michigan, nos Estados Unidos. Em 1999, ele deixou a Kellogg para fundar o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), umas das principais organizações de apoio à filantropia no Brasil, a qual, em parceria com o Fórum Global de Filantropia, mantém o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. A ideia por trás do IDIS é prover apoio técnico a companhias, comunidades, famílias e indivíduos que querem exercer investimento social privado (o nome mais adotado para filantropia na América Latina) de modo estratégico e inovador. O IDIS também procura sistematizar modelos de intervenção social que contribuam para a redução das desigualdades sociais no Brasil. Kisil também esteve envolvido em outras organizações de infraestrutura, como membro do conselho do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), do Worldwide Initiative in Grantmaking Support –WINGS, da Resource Alliance, e membro do conselho editorial da Alliance e de outras publicações (tradução realizada pela equipe da Universidade de São Paulo – Faculdade de Saúde Pública)

Nova Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos

Lançada no dia 26 de junho, no Fórum Internacional de Endowments Culturais, em Brasília, uma Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, reunindo mais 30 organizações brasileiras de diferentes naturezas, porém, unidas pela convicção de que a regulamentação dos Fundos Filantrópicos é muito importante para a sustentabilidade do Terceiro Setor.

A primeira iniciativa da Coalizão, liderada pelo IDIS, foi a elaboração de um folheto, a ser distribuído para todos os parlamentares, explicando a relevância dos Fundos Filantrópicos e também apresentando a principal característica de uma boa legislação, ou seja, a abrangência de causas.
Desde 2011, o IDIS e seus parceiros atuam pela regulamentação dos Fundos Filantrópicos, e esse trabalho resultou em diversos projetos de lei que abordam o tema, mas dois tramitam de forma avançada no Congresso, um de autoria da senadora Ana Amélia e outro da deputada Bruna Furlan. Além dos congressistas, o IDIS também mobilizou ministérios importantes, como o da Educação e o da Cultura.

O próximo passo da Coalizão será a realização do Fórum Internacional de Endowments Culturais no Rio de Janeiro, em novembro.

 

 

Organizações integrantes da Coalizão
Coordenação:
IDIS
Apoio Jurídico:
PLKC Advogados
Apoio Institucional
APF – Associação Paulista de Fundações
Cebraf – Confederação Brasileira de Fundações
Gife – Grupo de Institutos, Fundações e EmpresasHumanitas360
Levisky Negócios e Cultura
Integrantes
ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos
Acaia Pantanal
ACTC Casa do Coração
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Social
CEAP – Centro Educacional Assistencial Profissionalizante
CIEDS – Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável
Demarest Advogados
Fehosp – Federação dos Hospitais Beneficentes e Santas Casas de SP
Fundação Educar DPaschoal
Fundação José Luiz Egydio Setúbal
Fundação Stickel
Instituto Akatu
Instituto Arredondar
Instituto Ayrton Senna
Instituto Cyrela
Instituto Doar
Instituto Jatobás
Instituto Phi
Instituto Reciclar
Instituto Sabin
Instituto Sol
ISE Business School
Lins de Vasconcelos Advogados
Santa Marcelina Cultura
Sistema B
Todos pela Educação
Wright Capital

Site da Coalizão para mais informações: https://www.idis.org.br/coalizao/

 

IDIS, Consulado dos EUA em São Paulo e CAF America realizam dois dias de treinamentos para ONGs

Foram dois dias intensos. Vinte instituições reunidas no curso Fortalecimento de Organizações da Sociedade Civil tiveram aulas práticas e teóricas sobre planejamento estratégico, captação de recursos no Brasil e nos Estados Unidos entre outros temas e puderam trocar experiências sobre seus pontos fortes e fracos.

“O engajamento das organizações vem num crescente mas ainda existe uma busca pela profissionalização, principalmente na captação de recursos”, disse a presidente do IDIS, Paula Fabiani.

De fato, a captação de recursos foi o tema que mais chamou a atenção dos participantes.

“ O primeiro passo é a entidade definir claramente a sua causa, metas, indicadores e o papel que cada um de seus membros terá na captação de recursos”, explica Andrea Hanai gerente de projetos do IDIS.

O CEO da CAF América e CAF Canadá, Ted Hart, um dos professores, lembrou que solicitar é uma atividade que deve ser menos pedir e mais negociar e saber se comunicar com os doadores para obter sucesso. A transparência e o histórico financeiro são pontos fundamentais para quem busca recursos não só no Brasil, mas nos EUA também.

A vice-presidente da CAF America, Jessie Krafft, explicou como uma organização pode se tornar candidata a receber doações de empresas ou entidades norte americanas. Lembrou de pontos práticos como estar com a documentação em ordem, ter uma boa apresentação, dados completos, contratos de doação claros nos seus objetivos e estar bem preparado para responder a todas as questões que podem ser feitas.

“O que vimos sobre a captação de recursos abre a nossa cabeça. É uma mudança de visão perceber que isso uma responsabilidade de todos, não apenas do financeiro, por exemplo”, disse a representante da Associação Viva e Deixe Viver, Isabela Bastos, uma das participantes do treinamento.

Fundo Areguá: Encontro de doadores com os primeiros beneficiários celebra o acesso ao ensino de qualidade

Foi um encontro especial… em um happy hour no último dia 23 de Abril, os primeiros bolsistas e intercambistas da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSC) financiados pelo Fundo Areguá tiveram a oportunidade de encontrar aqueles que contribuíram para o Fundo. Agora estudantes de medicina, que um dia temeram  ter o sonho da carreira destruído por falta de recursos, comemoraram ao lado de grandes doadores e de jovens cotistas o  resultado alcançado desde o lançamento, em 2016: R$ 1,8 milhão.

A cifra foi atingida com grandes aportes, é claro, mas também com pequenas contribuições de quem ainda está no começo da vida. Saiu dali, daquele encontro informal entre futuros médicos, a ideia de cotizar R$ 1 mil, o que significa R$ 13,00 de cada um, mensalmente, durante um ano. A quantia,  que em um primeiro momento parece pouco, carrega valores incalculáveis: o compromisso com a causa, o fortalecimento da cultura de doação e o desejo de transformação social. “O engajamento dos estudantes vai garantir a sustentabilidade da Santa Casa”, diz o dr. José Luiz Egydio Setubal, idealizador e provedor do Fundo Areguá.

Estruturado com o apoio do IDIS,  o Fundo foi criado para atrair e reter talentos, concedendo bolsas de estudos para alunos que não têm condições de pagar por um dos mais reconhecidos cursos de medicina do País. “Este é um exemplo de como os fundos patrimoniais podem contribuir para a democratização do acesso à educação de qualidade”, ressalta Paula Fabiani, presidente do IDIS. A importância dos fundos patrimoniais para a sustentabilidade e independência das organizações sociais e a urgência pela regulamentação são defendidos pelo IDIS, que desenvolve um trabalho de advocacy junto ao Congresso Nacional. Para entender um pouco mais sobre Fundos Patrimoniais (Endowments, em inglês), você pode baixar o download gratuito dos Guias de Endowments Culturais,  clique aqui!

Grito de guerra – o Fundo Areguá recebeu esse nome em referência à saudação e grito de guerra dos alunos e ex-alunos da FCMSC. Para conhecer um pouco mais sobre a relevância da Santa Casa na formação de médicos e profissionais da saúde e entender a importância do Fundo Areguá para a retenção de talentos, apoio a pesquisas e melhoria na infraestrutura da Faculdade, basta clicar na imagem abaixo: