Como o investimento social privado, alinhado ao negócio, pode transformar a empresa.

29 de novembro de 2017

 “Quanto mais diversidade nos projetos, melhor. Quanto mais dificuldades existirem, mais um planejamento estratégico forte será necessário” (Marcos Kisil, fundador do Idis)

Os conceitos, mecanismos, estratégias e experiências de ações relacionadas ao Investimento Social Privado (ISP) foram discutidos em um evento promovido pelo Comitê de Responsabilidade Social da Fiesp (Cores). O seminário Investimento Social como um Valor de Negócio trouxe à tona reflexões e, principalmente, a oportunidade para as empresas enxergarem a questão como um valor estratégico.

Na prática – O cenário do Investimento Social Privado no Brasil foi o tema central da palestra do dr. Marcos Kisil. Na visão do fundador do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e membro do Conselho Superior de Responsabilidade Social da Fiesp, é importante as empresas terem em mente que projetos do setor social precisam contemplar resultados efetivos e avaliar seus reflexos.  O que remeteu à implantação de mecanismos para o ISP. A professora Ana Lucia Vasconcelos, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, explicou a relevância da política e das motivações de uma empresa norteando os investimentos também no contexto social, daí a importância de planejar as fases de implementação, envolvendo os atores articulados na iniciativa.

Eleger um projeto social pode ser não apenas o ponto de partida, mas o momento mais desafiador de todo o processo. Raquel Coimbra, diretora de Projetos do IDIS, convidou os participantes a testar um outro olhar para o tema proposto: “Mais importante do que eleger um projeto, é eleger uma organização com a qual trabalhar. Porque é com ela a relação de confiança a ser estabelecida”.

Para concluir o painel que tratou do Investimento Social na prática, foi fundamental entender como a Receita Federal enxerga os projetos sociais desenvolvidos pelas corporações, ponto esclarecido pela diretora do Observatório Social do Brasil, Gioia Tosi.

Crescer gerando impacto social – Já as práticas do ambiente corporativo brasileiro e o impacto social foram relatados através de cases:

– Na Vedacit, as iniciativas da área social na transição de modelo mental da empresa levaram o produto da marca a adquirir um valor maior do que apenas a utilidade final;

No Instituto Elos, o exemplo de que a dor de cabeça pode virar oportunidade quando a operadora de telecomunicações GVT enfrentou reclamações de moradores de um bairro na zona oeste de São Paulo. Com a solução do problema veio também a oportunidade de revitalizar uma área verde, projeto que foi reproduzido pela empresa em outras cidades do País;

– Encerrando os relatos de casos bem sucedidas, o Instituto Saúde e Sustentabilidade apresentou ao público a experiência da organização no projeto que mobilizou os departamentos de empresas na arrecadação de recursos.

Novos tempos – O movimento da Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, pretende trazer essa discussão conceitual, influenciar o setor e mostrar a urgência das indústrias em repensar a relação empresa/sociedade para ser protagonista em um momento tão propício para assumir posições diante da atual realidade do País.