Investimento Social de Empresas ‘Dribla’ Economia Fraca e Cresce 18% no Brasil

1 de janeiro de 2014

Os investimentos sociais de empresas no Brasil cresceram 18% entre 2011 e 2012, apesar do fraco desempenho da economia no período. Os dados são da pesquisa Benchmark do Investimento Social Corporativo (Bisc), realizada pela Comunitas, organização da sociedade civil fundada por Ruth Cardoso e voltada à gestão e à pesquisa em responsabilidade corporativa. O volume de recursos somou R$ 2,5 bilhões – o maior desde que o levantamento começou a ser feito, em 2008. Em 2011, o valor havia sido de R$ 2,1 bilhões.

Os investimentos sociais de empresas no Brasil cresceram 18% entre 2011 e 2012, apesar do fraco desempenho da economia no período. Os dados são da pesquisa Benchmark do Investimento Social Corporativo(Bisc), realizada pela Comunitas, organização da sociedade civil fundada por Ruth Cardoso e voltada à gestão e à pesquisa em responsabilidade corporativa. O volume de recursos somou R$ 2,5 bilhões – o maior desde que o levantamento começou a ser feito, em 2008. Em 2011, o valor havia sido de R$ 2,1 bilhões.

Os dados foram colhidos de 224 empresas, 30 fundações empresariais, um instituto independente e uma federação de empresas. Além de contrastar com a economia fraca do período, o aumento superou as expectativas das próprias entidades pesquisadas: 81% investiram mais do que previam na edição anterior da pesquisa.

O bom desempenho “reflete a continuidade de um processo de maior envolvimento das empresas com os investimentos sociais, que se manifesta na menor sensibilidade dos valores aplicados a oscilações anuais no ciclo econômico”, avalia o relatório.

O documento também afirma que os projetos se estendem por um período maior do que o calendário anual, o que significa que os aportes frequentemente se mantêm para dar continuidade à ação social. “Uma vez iniciado, o ritmo do projeto pode exigir a continuidade das aplicações, caso contrário, a paralisação das obras ou a interrupção dos serviços prejudicaria as comunidades e comprometeria o relacionamento das empresas com elas”.

Outro ponto positivo apontado pelo texto é que a proporção do investimento social das empresas no Brasil, em relação ao lucro bruto, permanece acima da registrada por companhias norte-americanas. Em 2012, a porcentagem chegou a 1,37%. Nos Estados Unidos, a fatia é de 1%, segundo o Committee Encouraging Corporate Philantropy. Os números nacionais superam os norte-americanos desde 2009, mas a diferença vem crescendo desde então. Isso ocorre mesmo entre as companhias de pequeno ou médio porte (1,39%).

Os motivos mais citados para injetar recursos na área social são a aproximação com as comunidades (70%), o fortalecimento da imagem e da reputação da empresa (65%) e a melhoria na qualidade de vida dos beneficiários (61%).

Perfil do investimento

Educação e cultura continuam sendo as áreas campeãs de investimentos sociais das empresas analisadas pela pesquisa. Em 2012, 44% dos recursos foram para os dois campos. A educação, sozinha, recebeu R$ 679 milhões – 15% a mais do que em 2008.

A participação dos incentivos fiscais nos investimentos sociais chegou a um patamar histórico, mas ainda se restringe a 25% do total investido pelas organizações pesquisadas. Parte significativa das entidades (30%) não usa incentivo fiscal algum para financiar projetos. Por isso, o relatório conclui que os benefícios tributários “não sustentam os investimentos privados nos volumes observados”. A cultura continua a ser a área que mais recebe apoio público, basicamente em razão da Lei Rouanet, responsável por 59% da verba proveniente de incentivo.

Voluntariado

Parte do relatório debruçou-se sobre os programas de voluntariado das empresas. A maioria delas (73%) afirmou que o principal motivo para incentivar essa prática é engajar os funcionários e fornecedores na linha social definida pela corporação. As companhias entrevistadas disseram que o voluntariado fortalece o espírito de equipe dos colaboradores (88%), faz com que eles se identifiquem com a cultura da corporação (88%) e melhora as relações das empresas com as comunidades (81%).

A principal forma de estímulo a essa prática continuam sendo as “atividades em grupo propostas pelas empresas”: 93% das entrevistadas adotavam essa estratégia. Mas a iniciativa de liberar horas de trabalho para que os empregados se dediquem ao voluntariado cresceu muito: 60% adotam programas desse tipo (eram 35% em 2010 e 37% em 2011).

Também surpreendeu o aumento das doações casadas – em que as empresas doam recursos financeiros na medida em que seus funcionários doam horas para trabalho voluntário: 53% usam essa estratégia (eram 35% em 2010 e 26% em 2011).