Oraganização Social Mineira Redireciona Atuação e Mostra Importância do Planejamento Estratégico

13 de novembro de 2013

Para ampliar as chances de atingir seus objetivos, uma organização social precisa de planejamento estratégico. Ainda que essa proposição pareça óbvia, poucas entidades traçam esse tipo de plano quando começam a atuar, e depois de anos de existência, é ainda mais raro lançarem mão desse recurso. Mas foi exatamente isso o que fez a Associação Ortópolis Barroso (AOB), criada há nove anos no município mineiro de Barroso.

“Com o planejamento, ficou mais claro o nosso papel na comunidade, e a Associação, que atuava mais como executora de projetos, reforçou sua postura de articuladora dos diversos atores do município”, afirma a gerente executiva da AOB, Regina Couto.

“O planejamento é uma revisão de estratégias e ajuda a dar norte em um contexto de diversas possibilidades”, diz Adriana Deróbio, gerente de projetos do IDIS, que foi contratado pelo Instituto Holcim, principal financiador da AOB, para assessorar  na redefinição  da sua estratégia de atuação em Barroso.

Inicialmente, segundo Adriana, a Associação tinha uma atuação pulverizada. Em encontros realizados em 2012, envolvendo diversos representantes da comunidade, foram definidos cinco eixos de atuação: meio ambiente; fortalecimento institucional; trabalho e geração renda; cultura, esporte e lazer e influência em políticas públicas.

Parte dos eixos inclui temas antes já abordados, como aqueles ligados a meio ambiente e geração de trabalho e renda. A mudança foi, principalmente, na forma de atuação. “A Associação deixa de ser apenas mais um agente colocando projetos em funcionamento no município para ser também o articulador de outras iniciativas, fazendo o link entre outros atores, olhando o contexto e unindo forças”, comenta Adriana.

A Associação Ortópolis Barroso até já se autoatribuía a missão de também funcionar como articuladora, mas, como diz Regina, isso ficara apenas no papel. Assumir essa linha de ação, no entanto, não significa que a entidade vá deixar de tocar projetos próprios. No momento, por exemplo, a AOB desenvolve o Observatório Social de Barroso, um levantamento coletivo de diversos indicadores municipais. Com os dados, a organização pretende ajudar Barroso a implementar um Plano de Desenvolvimento Participativo, com o envolvimento de diversos atores municipais.

Fortalecimento
A AOB nasceu do Projeto Ortópolis, criado há dez anos pelo Instituto Holcim e baseado em  uma proposta inovadora com o objetivo de buscar alternativas para o desenvolvimento sustentável do município. Dado o grande desafio, surgiu um importante eixo de fortalecimento institucional, para conferir à Associação maior autonomia, ampliação das fontes de recursos e organização de papéis internos.

O processo de fortalecimento inclui um foco na sustentabilidade da Associação. “Esse é o primeiro ano em que a Ortópolis está fazendo captação própria, de forma estruturada e estratégica”, ressalta Adriana. A diversificação de fontes de financiamento estava no horizonte do planejamento estratégico, tanto que a AOB tem metas graduais de aumentar a captação de recursos, para reduzir a dependência em relação à Holcim. “Em 2013, nossa meta foi de arrecadar 30% do orçamento com outras fontes, proporção que deve crescer nos próximos anos”, afirma Regina.

Para saber mais sobre investimento social comunitário e o trabalho desenvolvido pelo IDIS, escreva para comunicacao@idis.org.br.