* Conteúdo inspirado em sessão ‘Em conversa com…’ da 8ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social em setembro de 2019. Palestrantes: Carlos Wizard Martins, empreendedor, fundador do Grupo Sforza e filantropo; Eduardo Fischer, codiretor presidente da MRV Engenharia e do Instituto MRV; e moderação de Eliane Trindade, editora da Folha de S.Paulo. Saiba mais aqui.
Há um ano Carlos Wizard Martins, empreendedor, fundador do Grupo Sforza e filantropo, está com a esposa atuando na linha de frente, em Roraima, para ajudar refugiados venezuelanos. Eduardo Fischer, codiretor presidente da MRV Engenharia e do Instituto MRV, conhece de perto as dificuldades de uma das indústrias que mais sofre com os problemas de educação no Brasil, a da construção civil. Moderados pela editora da Folha de S.Paulo, Eliane Trindade, os dois ajudaram a lançar um olhar mais amplo a esses cenários em uma conversa descontraída durante o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2019.
Eduardo Fischer destacou que desde cedo a MRV entendeu que seu papel passa por tentar ajudar o problema da educação no país e essa consciência motivou as ações da empresa e do instituto, como a implantação do ‘Escola Nota 10’, programa que leva escolas a canteiros de obras. Atualmente, há 1.200 voluntários, que não apenas participam dos projetos que a MRV incentiva, como também apresentam projetos próprios. O desafio, acredita Fischer, é conseguir atender toda a demanda existente. “Acho que estamos no caminho certo, mas na velocidade errada, o que nos angustia”. Aos filantropos, ele deixa sua mensagem: “Somos omissos com a sociedade que nos deu tanta coisa. Cada vez mais temos que deixar de ser omissos, nos envolver, estimular pessoas a se envolverem. Envolva-se e logo verá a diferença que isso faz. Eu me pergunto que Brasil estou deixando para o meu filho. Não é o que eu queria deixar, mas ainda há tempo”.
Wizard contou que mais de 4 milhões de venezuelanos já deixaram seu país de origem, tornando essa a maior crise migratória depois da Síria. E chama atenção: “Está acontecendo no nosso quintal. As pessoas não estão saindo por opção, mas por sobrevivência. Quinhentas pessoas cruzam a fronteira por dia e precisamos de um programa de acolhimento. Muitos chegam com a roupa do corpo, há mães com crianças no colo. Abrigo não é solução. Sinto que temos o dever e a obrigação de acolher esses refugiados. O Brasil é um país de imigrantes, que vinham muitas vezes só com a roupa do corpo e com esperança”, ressalta. “Acho que Deus foi muito generoso comigo, com minha família, construímos um império nesse país e hoje temos capacidade de ajudar e, o mais importante, é estar na linha de frente desse movimento”. Wizard criou a plataforma Brasil do Bem, para fazer a ponte entre refugiados e pessoas que podem ajudar, receber, acolher e dar estrutura para que eles se estabeleçam no país.
Assista à sessão na íntegra: