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Gincana de doação entre colaboradores do IDIS arrecada quase R$ 24 mil

Em celebração ao Dia de Doar, a equipe IDIS aceitou o desafio de participar de uma campanha de doação para Fundações e Institutos comunitários (FICs) participantes do programa Transformando Territórios. Divididos em 5 grupos, cada um ficou responsável por arrecadar doações que seriam dobradas devido a um matching realizado pelo programa.

Foto do 2º Seminário Transformando Territórios

Ao longo de 2 semanas, os colaboradores do IDIS acionaram amigos, colegas e familiares seja por meio de vídeos nas redes sociais ou até mesmo a mensagens individuais solicitando doações para a organização apadrinhada. Ao total foram R$ 23.806,00 arrecadados em formato de matching entre 163 pessoas mobilizadas.

As organizações beneficiadas foram: Instituto Comunitário Manaura, Instituto Baixada Maranhense, Instituto Comunitário de Sergipe, FUNDAES – Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo e Fundo comunitário Perifasul M’Boi.

“A experiência da gincana foi incrível. Foi uma ótima forma de apoiar as organizações nas suas campanhas, aproximar nossa equipe do trabalho das FICs e, principalmente, fomentar a cultura de doação no nosso entorno”, comenta Whilla Castelhano, gerente do programa Transformando Territórios.

Marina Negrão, analista de comunicação e uma das organizadoras da iniciativa, destaca o aspecto colaborativo da iniciativa. “Trabalhar em grupo com pessoas de fora do seu dia a dia faz com que novos desafios apareceram e novas oportunidades de interações. Essa experiência com certeza auxilia a todos os envolvidos!”, acredita.

 

Como definir o foco do investimento social corporativo?

Num contexto de recursos limitados, definir o foco do investimento social corporativo é fundamental para fazer melhor uso desses recursos e ampliar o impacto positivo das ações sociais desenvolvidas.

Quando a empresa define em que área vai investir, concentra seus recursos e esforços em torno de determinada causa, evitando a pulverização de sua atuação e eventual perda de benefício que poderia advir dos recursos investidos. Por outro lado, a acolhida ou não aos pedidos de apoio, é facilitada, já que a corporação desenvolve argumentos precisos, profissionais e respeitosos, para justificar ao demandante o motivo da recusa.

Mas definir o foco do investimento social corporativo não é tarefa simples, sobretudo num país como o Brasil, onde se acumulou progressivamente uma dívida social com relação a diferentes necessidades da população. Assim, definir um foco representa a necessidade de se explorar diferentes possíveis necessidades do agente financiador. A corporação deve buscar um mínimo de alinhamento do foco com sua própria operação, determinando se atuará em toda ou qualquer comunidade, onde sua planta está situada, ou nos lugares em que tem ponto de venda. Precisa avaliar se dará atenção a
algum grupo populacional específico (como mulher, adolescente, criança, idosos) ou se optará por uma área temática – como saúde, educação, geração de empregos.

Texto originalmente publicado em ‘Foco investimento social corporativo’ em 2007. 

Publicada em maio de 2007, a nota técnica explica a importância da definição do foco do investimento social corporativo e seu processo de construção. Também descreve o que a empresa deve observar na hora de estabelecer o foco de um programa de Marketing Relacionado a Causas.

Isso exige da empresa a tomada de decisões de caráter estratégico, alinhadas com seus valores e compromissos, com seu histórico de atuação social, com as expectativas de seus líderes, e com as necessidades das comunidades. Também exige uma definição do valor agregado que a empresa quer dar a sua marca e imagem, o que pede uma busca por conhecer com que diferenciais ela se apresentará junto aos diversos públicos de interesse, e por como deseja ser vista quando comparada
aos seus concorrentes. Sendo assim, a definição do foco demanda um olhar para dentro da própria corporação e para o contexto no qual ela está inserida, de forma que, nesse processo, seja possível identificar a “vocação” da empresa para sua atuação social.

Como operacionalizar uma decisão de foco: olhar para dentro

Como explica Paola Marinoni, o primeiro passo dessa importante decisão é identificar quais as ações sociais já realizadas pela empresa. “Não se deve jogar fora o passado da empresa. A causa a ser apoiada deve vir de dentro para fora. É, portanto, fundamental organizar o histórico das ações sociais, identificando em que iniciativas o dinheiro foi depositado, e de forma bastante ampla”. Assim, é importante levantar não apenas as doações, projetos e programas sociais
da empresa, mas também seus patrocínios, para avaliar se, mesmo que de forma inconsciente, a empresa já tem uma lógica de apoio, porém ainda não explicitada.
A definição de foco para o apoio externo deve ser coerente com as práticas organizacionais da empresa para o público interno. Não teria lógica, por exemplo, defender um foco em diversidade se a empresa não a pratica com seus próprios recursos humanos. Ou, como Paola Marinoni diz, “não adianta criar um programa de apoio a minorias étnicas se, internamente, na política de contratação de pessoal, a diversidade não é assumida como um valor. Isso significaria correr o risco de dar um tiro no próprio pé”.

Nesse sentido, a especialista defende que pode ser interessante criar um projeto social interno, voltado para os funcionários, e, só depois de a empresa fazer sua “lição de casa”, abrir o foco para a comunidade. “O investimento social corporativo não pode, de forma alguma, servir como ferramenta para amenizar os problemas internos da empresa. Quanto mais o investimento for uma extensão do
comportamento gerencial e uma extensão dos negócios, dos valores e princípios da empresa, melhor”, pondera a gerente.

O ideal, portanto, é que a ação de investimento social esteja o mais inserida possível na empresa, envolvendo todos os funcionários, pois isso aumenta a chance de bons resultados. Uma estratégia interessante pode ser observar se os colaboradores da empresa desenvolvem atividades voluntárias. Uma pesquisa junto aos funcionários pode revelar se há foco nessas iniciativas, que poderia ser assumido pela empresa. Com isso, a causa apoiada pela empresa já nasceria disseminada entre os funcionários.

Sem esquecer, evidentemente, o papel das lideranças da empresa nesse processo, que devem ser reunidas para explicitar a visão que têm em relação à atuação social. Esse momento deve ser usado para construir um consenso entre opiniões muitas vezes divergentes. Portanto uma assessoria externa pode ter um papel importante de facilitador nessa tomada de decisão, fazendo quem que ela esteja alinhada com os diferentes elementos explicitados, e que fazem parte da vida da empresa.

Um último ponto a ser observado dentro da empresa é como seu know-how pode ser usado nas  ações sociais. Se a corporação é forte na área comercial, pode criar um programa de geração de renda via empreendedorismo; se tem grande capacidade de planejamento, pode apoiar o fortalecimento de organizações sociais.

Definindo foco com olhar o “para fora”

Além de observar seus elementos internos, a empresa deve olhar para fora de si. Se ela tem planta industrial, por exemplo, é interessante escutar a comunidade em que está inserida, tentando entender suas características e necessidades. Se é do ramo do varejo, pode montar uma pesquisa junto a seus consumidores, para identificar que causas os clientes gostariam que ela apoiasse ou com quais delas eles gostariam de se engajar.

A concorrência também deve ser foco de atenção por parte da empresa. Se o objetivo dela é obter um diferencial de marca, ela não deve apoiar causas já sustentadas pelos concorrentes, sobretudo quando eles têm uma imagem bastante consolidada junto a uma determinada causa. Em outros casos, no entanto, o investidor social pode avaliar que vale a pena trabalhar de forma colaborativa com a concorrência. Exemplo disso é quando empresas se unem para realizar pesquisas conjuntas visando ao melhor aproveitamento do solo ou à preservação de florestas.

Conhecer as políticas públicas voltadas para o desenvolvimento socioambiental também é importante nesse processo. É fundamental verificar se as políticas são boas, mas não estão sendo implantadas, e se existem políticas locais nas regiões em que as empresas estão presentes. A partir disso, a empresa pode avaliar se seu o foco pode funcionar como catalisador ou facilitador da implementação dessas políticas, permitindo que certos grupos populacionais se beneficiem o que já existe.

Durante o mapeamento interno e externo, as lideranças vão amadurecendo e descobrindo a própria vocação da empresa. Assim, tornam-se aptas para tomar decisões conscientes e coerentes com o negócio, não apenas baseadas na intuição ou na opinião pessoal de alguma destas lideranças. Mas é importante ainda destacar que delimitar o foco da empresa não significa apenas definir a área de atuação. É necessário fazer recortes mais específicos.

Se o foco programático é educação, é preciso resolver se serão apoiadas atividades de educação infantil, ensino fundamental ou médio; de educação formal ou complementar; para crianças e  adolescentes ou para jovens e adultos. Também é preciso saber o que será apoiado na área da educação: capacitação de professores, infraestrutura, bolsas para estudantes, apoio para as famílias? E o delimitar o foco geográfico, avaliando se a empresa vai investir na comunidade em que está inserida, na cidade, na região ou no país.

O foco de um programa de MRC

Quando se pretende definir o foco de um programa de Marketing Relacionado a Causas (MRC), o recorte deve ser ainda mais preciso, conforme explica Márcia Woods. O MRC é uma parceria comercial entre uma empresa e uma causa/organização da sociedade civil, que utiliza o poder de suas marcas para vender um produto, ideia ou serviço que trará benefício mútuo. Sendo assim, é uma forma de investimento social corporativo, que está intimamente relacionado à estratégia do negócio, pois envolve um produto, sua
comunicação e marketing, seus clientes, sua reputação e marca.

Por ser uma forma muito eficiente de comunicar os valores de responsabilidade social de uma empresa, apoiando a construção da sua reputação, a causa para um programa de MRC deve ser distinta da concorrência, tornando-se também um sendo diferencial de mercado. Como um de seus objetivos é sensibilizar e mobilizar os consumidores para a causa apoiada pela empresa, a consulta aos clientes ganha maior relevância, já que é preciso encontrar a causa certa – não só para a corporação de forma geral, mas também para o produto que participará do programa.

Depois de fazer o levantamento junto às diversas fontes de informação (consumidores, lideranças, histórico da empresa, ações dos funcionários, concorrência etc), é interessante estabelecer critérios para avaliar qual a causa que mais se encaixa com o negócio da empresa. O MRC pressupõe um compromisso público assumido pela empresa, portanto é necessário avaliar se a causa terá resultados facilmente mensuráveis, se ela é pouco abraçada por outras empresas, se tem apelo de mídia, se tem coerência com a política de sustentabilidade da empresa, e se tem perenidade.
A partir desses critérios, é mais fácil eliminar as causas não condizentes com a estratégia da empresa. Sem esquecer que todo esse processo deve estar baseado em dados estatísticos sobre a relevância da causa no âmbito nacional e a real possibilidade de a empresa provocar a transformação social.

Texto originalmente publicado em ‘Foco investimento social corporativo’ em 2007. 

 

 

Planejando a sucessão do fundador

Por Andrea Hanai, gerente de projetos no IDIS

Qualquer mudança na liderança de organizações da sociedade civil pode ser um grande desafio, mas quando se trata da sucessão do fundador da instituição, que geralmente desempenha o papel de principal executivo, esse processo pode ser ainda mais complexo, representando muitas vezes um teste à sua sobrevivência.

Por essa razão, cada vez mais organizações vêm buscando o IDIS para apoiá-las no planejamento da sucessão de seus fundadores, baseados em nosso conhecimento no tema da governança de organizações da sociedade civil e inspirados na experiência do processo sucessório do próprio IDIS. Também é comum a questão surgir como uma preocupação durante o processo de planejamento ou revisão estratégica da organização, passando a ser foco do planejamento de curto e médio prazos da instituição.

A estruturação de um plano de sucessão deve ser iniciada a partir de um bom diagnóstico institucional, focado na governança da organização. Nesse trabalho, procura-se mapear os papéis e responsabilidades assumidos pelo fundador e analisar as forças e fraquezas da organização, seus recursos e competências e a efetividade da participação dos demais membros de sua liderança.

Com base nesse diagnóstico, é possível determinar as ações necessárias para viabilizar um processo de transição de liderança que não comprometa o desempenho e impacto da organização. Usualmente essas ações envolvem a reestruturação da governança (e do estatuto social da instituição) com o engajamento de novos membros; a revisão do processo de mobilização de recursos (em geral dependente da rede de relacionamentos construída pelo fundador); e a formulação (ou atualização) das políticas institucionais e operacionais da organização.

É fundamental que este trabalho se desenvolva de forma transparente, com uma comunicação clara para todos os stakeholders. Além disso, a BoardSouce, importante fonte de informações sobre governança de organizações da sociedade civil, recomenda que o processo conte com a assistência de consultores externos à organização, capazes de lidar com sensibilidade com as questões emocionais que comumente envolvem a sucessão do fundador.

Texto originalmente publicado em julho de 2019. 

Quer saber mais sobre a consultoria e os serviços oferecidos pelo IDIS? Escreva para comunicacao@idis.org.br

#Conhecimento: Cultura de Doação no Brasil

Descubra o que é cultura de doação e como você pode ajudar a fortalecê-la com atitudes simples, adequadas à sua realidade e às suas áreas de interesse.

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Avaliação de Impacto e SROI

Estudos de Avaliação de Impacto ganham cada vez mais importância entre filantropos e investidores sociais no Brasil e no mundo. É crescente a preocupação das organizações em mensurar o impacto de suas ações, enquanto doadores estão interessados em verificar se seus recursos estão alocados em iniciativas que trazem benefícios efetivos à sociedade.

 

O que é impacto e como mensurá-lo

Consideramos impacto a mudança social produzida por um programa ou projeto. Enquanto resultados se relacionam com as conquistas concretas, que, em geral, representam o alcance e a amplitude da iniciativa, o impacto pode ter uma natureza mais subjetiva – relacionado à ideia de transformação social. Quando mensuramos o impacto de um programa, ponderamos o quanto este muda a vida das pessoas envolvidas. Ou seja, é uma prática reflexiva que visa buscar evidências para identificar se uma iniciativa tem alcançado as transformações sociais que estabeleceu como objetivos.

 

Metodologias

Para avaliar os benefícios de uma intervenção socioambiental são utilizadas técnicas de Avaliação de Impacto que irão fornecer subsídios para compreender as transformações causadas pelo projeto ou programa. A escolha do método deve ser coerente com a amplitude, duração e objetivos estratégicos do investimento socioambiental. A cada novo projeto, o time de consultores do IDIS avalia a demanda do cliente e características dos projetos para definir qual o caminho mais adequado.

 

SROI – Social Return on Investment

O ‘SROI – Social Return on Investment’, ou Retorno Social sobre Investimento, é um protocolo de avaliação que propõe uma análise comparativa entre o valor dos recursos investidos em um projeto ou programa e o valor social gerado para a sociedade com essa iniciativa. Para isso, aplica diversas técnicas para estimar o valor intangível de ativos que não podem ser comprados ou vendidos. Dessa forma, nos permite concluir que a cada R$ 1 investidos, foram gerados R$ X em benefícios sociais, por exemplo.

O SROI é uma ferramenta poderosa de mensuração, que transcende a monetarização do impacto social. Ainda que a relação custo-benefício (ou retorno sobre o investimento) seja o que geralmente atrai a atenção dos investidores sociais, que veem a possibilidade de uma avaliação objetiva e financeira sobre o uso de seus recursos, este processo não deve ser considerado somente um índice. Cada uma de suas etapas é capaz de revelar informações pertinentes sobre o projeto ou programa e gerar insights que favorecem a tomada de decisão e a busca por impactos cada vez maiores e mais consistentes.

Um aspecto chave desse protocolo é seu foco na percepção do beneficiário – o envolvimento dos stakeholders é um dos princípios da SROI, o que significa que o impacto social deve ser avaliado a partir do ponto de vista daqueles que estão diretamente envolvidos no projeto social. Ademais, esse método favorece a integração de dados qualitativos e quantitativos. O primeiro fornece uma visão mais clara sobre a natureza do impacto do projeto por meio de depoimentos dos públicos envolvidos. A abordagem quantitativa, por outro lado, proporciona um trabalho com amostras estatisticamente significativas que mensuram a intensidade das mudanças percebidas.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, é a única brasileira certificada na metodologia SROI pela Social Value Internacional.

 

Avaliação de impacto e captação de recursos

Os resultados da Avaliação de Impacto, além de permitirem a potencialização dos impactos do projeto, também funcionam como um poderoso meio para captação de recursos. Uma mensuração objetiva a respeito da transformação social oriunda de um Programa ou índices de retorno sobre o investimento são maneiras de fazer um doador se sentir mais confiante de que seu recurso está sendo bem utilizado e de que a organização tem uma boa gestão sobre a iniciativa.

Saiba mais no artigo ‘Avaliar o Impacto Social é também uma estratégia de Comunicação e Captação de Recursos’.

 

 

A experiência do IDIS em avaliação de impacto

Já avaliamos o impacto de dezenas de projetos, para organizações como Amigos do Bem, Gerando Falcões, Instituto Chamex, Parceiros da Educação, Petrobras, Sesc e Vale.

Leia nossos cases.

Conheça aqui alguns dos relatórios publicados em nosso site:

 

Conhecimento

Conheça também os produtos de conhecimento desenvolvidos sobre Avaliação de Impacto.

 

Cursos e eventos

O que é Avaliação de Impacto e por que ela é importante?

Consideramos impacto a mudança social produzida por um programa ou projeto. Enquanto resultados se relacionam com as conquistas concretas, que, em geral, representam o alcance e a amplitude da iniciativa, o impacto pode ter uma natureza mais subjetiva – relacionado à ideia de transformação social.

Como medir o impacto?

Quando mensuramos o impacto de um programa, ponderamos o quanto este muda a vida das pessoas envolvidas. Ou seja, é uma prática reflexiva que visa buscar evidências para identificar se uma iniciativa tem alcançado as transformações sociais que estabeleceu como objetivos.

Por que medir o impacto?

Há diversos motivos pelos quais a Avaliação de Impacto é uma ferramenta estratégica valiosa. Ela fornece às organizações dados e evidências que permitem refletir sobre as abordagens adotadas e oferecem suporte para o processo de tomada de decisão. Ademais, torna possível analisar a relação de causalidade entre as intervenções e os impactos percebidos, identificando fatores que são fundamentais para impulsionar as transformações, outros que não contribuem de forma tão direta e, ainda, limitadores e fatores que criam obstáculos. Assim, estudos de Avaliação de Impacto vão muito além da mensuração – permitem também refletir sobre estratégias para potencializar as transformações desejadas. Por fim, estudos avaliativos têm o potencial de fortalecer o diálogo com investidores e com o setor público, auxiliando organizações a manterem um relacionamento transparente com doadores, reivindicarem melhorias nas políticas públicas e negociarem a ampliação de programas sociais efetivos.

Estudos de Avaliação de Impacto não apenas monitoraram resultados, adentram profundamente na relação de causa e efeito entre as atividades de um programa e os desdobramentos na vida das pessoas. Isso pode ser uma atividade complexa, especialmente em programas que trabalham com questões abstratas como empoderamento ou habilidades sociais. Mesmo quando esse tipo de impacto é perceptível, pode ser muito desafiador mensurá-lo e traduzi-lo em termos objetivos e quantitativos.

O que é SROI e por que ele é útil?

O ‘SROI – Social Return on Investment’ (ou Retorno Social sobre Investimento), é um protocolo de avaliação que propõe uma análise comparativa entre o valor dos recursos investidos em um projeto ou programa e o valor social gerado para a sociedade com essa iniciativa. Para isso, aplica diversas técnicas para estimar o valor intangível de ativos que não podem ser comprados ou vendidos.

O SROI é uma ferramenta poderosa de mensuração, que transcende a monetarização do impacto social. Ainda que a relação custo-benefício (ou retorno sobre o investimento) seja o que geralmente atrai a atenção dos investidores sociais, que veem a possibilidade de uma avaliação objetiva e financeira sobre o uso de seus recursos, este processo não deve ser considerado somente um índice. Cada uma de suas etapas é capaz de revelar informações pertinentes sobre o projeto ou programa e gerar insights que favorecem a tomada de decisão e a busca por impactos cada vez maiores e mais consistentes.

Um aspecto chave desse protocolo é seu foco na percepção do beneficiário – o envolvimento dos stakeholders é um dos princípios da SROI, o que significa que o impacto social deve ser avaliado a partir do ponto de vista daqueles que estão diretamente envolvidos no projeto social. Ademais, esse método favorece a integração de dados qualitativos e quantitativos. O primeiro fornece uma visão mais clara sobre a natureza do impacto do projeto por meio de depoimentos dos públicos envolvidos. A abordagem quantitativa, por outro lado, proporciona um trabalho com amostras estatisticamente significativas que mensuram a intensidade das mudanças percebidas.

A demanda por avaliação de impacto e SROI no Brasil

Apesar da demanda crescente por Avaliação de Impacto no Brasil, trata-se de prática ainda pouco desenvolvida. Seus conceitos são frequentemente mal utilizados ou pouco claros e organizações enfrentam dificuldades em definir os indicadores. Por exemplo, muitas declaram que mensuram seu impacto, quando na verdade estão mensurando seus resultados, informando o número de pessoas ou famílias atendidas, por exemplo. Evidentemente, analisar os resultados da organização é muito importante e deve ser feito regularmente. Contudo, avaliar impacto é um processo mais profundo e uma oportunidade de refletir sobre como um projeto pode gerar valor social a seus beneficiários e à sociedade como um todo.

O desafio é ainda maior quando consideramos o SROI especificamente. A monetização do impacto é uma tarefa desafiadora, devido à falta de bases de dados de estimativas financeiras no País (instrumento bastante desenvolvido em outros países). Portanto, quando são definidos os valores das estimativas, muitas vezes é necessário coletar dados de fontes primárias, porque praticamente não há dados secundários disponíveis para sustentar as pesquisas.

É muito necessário disseminar conhecimento sobre esse assunto no Brasil, enfatizando a importância de avaliar o impacto de projetos e programas sociais, mesmo com os desafios e limitações envolvidos neste processo. Mensurar o impacto pode nem sempre resultar em conclusões precisas, mas, recomendamos sempre trabalhar com estimativas viáveis (construídas e analisadas com responsabilidade e critérios) do que trabalhar sem nenhum tipo de evidência sobre as consequências das suas intervenções.

Certamente ainda iremos amadurecer e evoluir nessa temática. Por isso, no IDIS, vamos além da realização de trabalhos de consultoria. Procuramos disseminar conceitos e práticas, por meio de publicações, de cursos, do compartilhamento de relatórios de projetos realizados e da participação em eventos.

Qual horizonte enxergamos para a Avaliação de Impacto?

Esperamos que, no futuro, avaliar o impacto seja parte integrante do processo de concepção e planejamento de projetos sociais e programas. Tanto organizações sociais, quanto filantropos e investidores sociais, precisam reconhecer o quão essencial é esta prática e devem trabalhar juntos para fortalecê-la e disseminá-la.

Também esperamos que a Avaliação de Impacto influencie as políticas públicas, revelando o valor de projetos para o desenvolvimento social e contribuindo para a ampliação de sua escala. Para ilustrar esse potencial, destacamos um exemplo. Em 2016, o IDIS conduziu a avaliação do Retorno Social sobre Investimento – SROI de um projeto dedicado à primeira infância na região da Amazônia (conheça o relatório aqui). O resultado positivo evidenciado pelo estudo – a notável mudança social que o projeto provia aos seus beneficiários – ofereceu argumentos irrefutáveis para que o projeto se tornasse uma política pública, beneficiando uma parcela significativamente maior da população e contribuindo para a melhoria da vida de mais crianças. Iniciativas como essa poderiam ser ainda mais regulares caso houvesse uma cultura de avaliação de impacto em organizações brasileiras – não apenas nas organizações privadas, mas também nos programas mantidos pelo setor público.

Novas ferramentas tecnológicas podem contribuir para o futuro da Avaliação de Impacto, reduzindo seu custo e tempo necessário para coleta de dados e aumentando a precisão dos estudos. A coleta e análise de dados poderá se tornar mais fácil, rápida e permitirá a mensuração de mudanças sociais no longo prazo. A tecnologia permitirá que a sociedade tenha maior acesso a informações relevantes sobre soluções, podendo, assim, aprender mais rapidamente com experiências prévias, e, com isso, ampliar os benefícios àqueles que mais precisam.

Veja organizações e empresas para quem o IDIS já realizou avaliações de impacto.

Para saber mais, entre em contato conosco por meio do comunicacao@idis.org.br.

Elaboração de Projetos: O que é e por que realizar?

A elaboração de projetos já foi muito discutida no terceiro setor. No entanto, ainda é uma ferramenta pouco utilizada pela maioria das organizações da sociedade civil. Saiba por que esse instrumento ainda é atual e deve ser realizado de forma coletiva.

“Projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades interrelacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos específicos dentro dos limites de tempo e de orçamento dados”.
(APREMAVI, 1999 apud ONU, 1984)

 

 

Um projeto é uma ação organizada. É o resultado obtido ao se “projetar” no papel tudo o que é necessário para o desenvolvimento de um conjunto de atividades: quais são os objetivos, quais os meios para atingi-los, quais os recursos necessários, onde serão obtidos e como serão avaliados os resultados. O projeto social deve responder, de forma positiva, a uma ou mais necessidades implícitas na causa social sobre a qual a organização atua.

A elaboração de um documento do projeto ajuda a sistematizar esse trabalho em etapas a serem cumpridas, a compartilhar a imagem do que se quer alcançar, a identificar as principais deficiências, e a superar e a apontar possíveis falhas durante a execução das atividades previstas.

Quando um projeto é elaborado em grupo, o resultado é mais amplo e profundo do que se alguém o tivesse feito sozinho, pois a troca de ideias no processo gera outras propostas; há aprendizados e uma nova solução pode aparecer. Além disso, nos projetos elaborados de forma participativa, todas as ideias têm permissão para aparecer e são discutidas até se chegar a um consenso. Deste modo, cada participante se apropria do resultado final e tem clareza do que acontecerá, de que maneira e por que será feito da forma previamente discutida. A construção coletiva de um projeto promove o compromisso de todos os participantes, pois se eles ajudaram a idealizá-lo, são também corresponsáveis pelas ideias acordadas.

 

Por que falar em elaboração de projetos?

O tema da elaboração de projetos se disseminou no terceiro setor nos anos 90. Nessa época, as organizações da sociedade civil (OSCs) passaram a criar formas de sobrevivência em um contexto de concorrência por recursos e no qual a profissionalização e as mudanças sociais relevantes são exigidas pelos financiadores. Capacitações e cursos voltados ao planejamento estratégico, elaboração e avaliação de projetos foram criados por consultorias e pelos próprios financiadores. Assim, ferramentas tradicionalmente usadas pelo setor privado passaram a ser adaptadas à realidade das OSCs.

No entanto, o que se percebe atualmente é que uma “elite” de organizações conquistou a profissionalização. Poucas instituições expandiram sua rede de relações com órgãos governamentais e instituições privadas e conquistaram facilidades para acessar recursos. A maioria se manteve distante desse processo, sendo mantidas por meio de formas tradicionais de captação de recursos, como o apoio da comunidade local, realização de bazares, bingos, jantares e festas, além de doações de pessoas físicas.

Esse afastamento da profissionalização não seria ruim não fossem duas questões. Em primeiro lugar, as maneiras tradicionais de captação já não funcionam com tanta eficácia. As comunidades estão menos coesas e os doadores estão mais exigentes. Em uma recente conversa para a prospecção de parceiros para o programa social de um cliente do IDIS, a liderança de uma organização afirmou que a cada ano diminui o número de doadores e que as pessoas não doam mais como antigamente. A organização tem dificuldade de captar novos doadores – o que denota a mudança no perfil dessas pessoas e a forma como eles desejam atuar socialmente.

A captação, portanto, precisa mudar. Suas ferramentas devem ganhar novas roupagens. As organizações, por exemplo, devem comunicar seus resultados com mais freqüência e por meio de recursos mais modernos. Devem utilizar novos canais de comunicação para mais do que pedir recursos, mobilizar e envolver os doadores de formas inovadoras. Os bazares, por sua vez, podem ser modernizados por meio da produção e venda de peças com design contemporâneo, e do engajamento de parceiros como lojas e restaurantes que produzam eventos mais interessantes. Bons projetos também devem ser desenhados e apresentados para serem financiados pelo setor privado ou público.

Em segundo lugar, a aplicação de ferramentas como planejamento estratégico, elaboração e avaliação de projetos contribui para que as OSCs revejam sua forma de atuação, passando do assistencialismo a uma ação mais transformadora e impactante diante das questões sociais. Esses processos geram reflexões sobre o contexto em que a organização atua e sobre o seu papel diante dele, além de fomentar o aparecimento de soluções mais efetivas, que se transformam em escopo do projeto a ser elaborado.

Por isso, ainda que o tema da elaboração de projetos tenha sido exaustivamente trabalhado na área social, é preciso retomá-lo. Diversas organizações, principalmente as de base comunitária, ainda não se beneficiaram dessa ferramenta. Elas tendem a ganhar com essa discussão sobre sua forma de atuar e sobre como conquistar sua sustentabilidade financeira.

CASES DE SUCESSO

O IDIS apoiou o planejamento estratégico do Instituto Avon, Fundação André e Lúcia Maggi – FALM e do Pacto de Promoção da Equidade Racial:

 

Quer saber mais sobre a consultoria e os serviços oferecidos pelo IDIS? Escreva para comunicacao@idis.org.br

 

Você já ouviu falar em Institutos e Fundações Comunitárias?

O conceito de Fundação Comunitária surgiu nos Estados Unidos, mais precisamente em Cleveland/Ohio, em 1914, como uma solução para a dificuldade que os bancos encontravam em satisfazer o desejo de seus clientes de doar parte de seus recursos para organizações filantrópicas em testamento, pois não havia regras específicas para isso. Desde então, se espalhou pelos Estados Unidos tornou-se popular em outros países da América do Norte, Europa e mais recentemente, na África. De acordo com o Community Foundation Atlas, atualmente existem mais de 1.800 Fundações Comunitárias no mundo, que movimentam anualmente mais de USD 5 bilhões.

Mas o que são Institutos ou Fundações Comunitárias? Certamente você conhece ou já ouviu falar de organizações não governamentais (ONGs) que lutam em prol de uma causa como saúde, combate à fome, educação, meio ambiente, etc. Diferente das ONGs tradicionais, os Institutos ou Fundações Comunitárias atuam em um território geográfico específico, seja este um bairro, distrito ou até uma cidade ou região, e trabalham na solução dos problemas prioritários daquela localidade, ou seja, são multi-temáticos.

Os Institutos e Fundações Comunitárias se diferem também em outros princípios como:

  • Não executam projetos sociais, seu objetivo é apoiar financeiramente e tecnicamente iniciativas no território em que atuam;
  • Constroem conexões, capacidade e confiança dentro do território;
  • Servem como ponte entre os diversos atores de dentro e fora da localidade;
  • São gestoras de doação e doadores;
  • Buscam a construção de fundos temáticos e fundos patrimoniais para garantir perenidade de investimento no território;
  • Sua governança tem membros do território em sua composição.

Os Institutos e Fundações Comunitárias têm um modelo de organização social que fomenta o protagonismo local e empodera a comunidade reduzindo desigualdades, promovendo o desenvolvimento local sustentável e agindo como interlocutora dos diversos stakeholders (parte interessadas).

INSTITUTOS E FUNDAÇÕES COMUNITÁRIAS NO BRASIL

Hoje, no Brasil, apenas três organizações operam neste modelo: o Instituto Comunitário Grande Florianópolis, o Tabôa – Desenvolvimento Comunitário e o Instituto Baixada Maranhense.  Entendendo a importância deste tipo de instituição para o desenvolvimento social inclusivo, o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation, criou o programa Transformando Territórios, que vem fomentando a criação de mais Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, desde 2018.

Você já ouviu falar em Institutos e Fundações Comunitárias?

Evento – Fundação ABH (antes da pandemia de Covid-19)

Uma das organizações participantes é a Fundação ABH, que atua na periferia sul da cidade de São Paulo com o objetivo de gerar sustentabilidade e trazer investimento de maneira perene para a região, tendo sempre atores da comunidade envolvidos na concepção e desenvolvimento de todos as iniciativas que realiza. Com apoio do IDIS e do Programa Transformando Territórios, em 2021, a Fundação ABH criou o projeto PerifaSul 2050, que está sendo construído por meio de um processo colaborativo e empoderador, onde são identificadas as temáticas prioritárias para o território em curto, médio e longo prazo, junto aos atores locais. É um projeto ambicioso, pois vai além da construção de um plano, ele fomenta o protagonismo local, a construção de relações de confiança e cria uma visão e objetivos comuns para a região.

Para a Fundação ABH, é fundamental a participação e o envolvimento das pessoas do território. Se todos se percebem como parte do processo, entendendo seu papel e como podem contribuir para alcançar os objetivos em comum, a comunidade se torna protagonista na construção de soluções, na inovação de seus fazeres e o resultado desse processo pode ser exponencial.

O PerifaSul 2050 já identificou as três causas “guarda-chuva” prioritárias para o território: Inclusão Produtiva; Desenvolvimento Comunitário e Vida Digna e Bem-Estar. Estas causas contemplam ainda subtemas que são abordados e discutidos em cada reunião. A cada oficina, os atores sociais traçam atividades, metas, objetivos e os resultados esperados. André Benelli, participante do PerifaSul 2050 e membro do coletivo Fora de Frequência, reforça o foco no desenvolvimento local: “Acredito que todos os temas escolhidos são de extrema relevância e, de certa forma, todos estão associados com direitos básicos da vida em sociedade. Com isso, proporcionar ações que melhorem todos esses campos sociais, é contribuir e muito com o desenvolvimento humano no território sul da cidade de São Paulo”.

Transformando Territórios e Fundação ABH

Evento – Fundação ABH (antes da pandemia de Covid-19)

Assim como a Fundação ABH outras organizações estão se desenvolvendo como Institutos ou Fundações Comunitárias e participando desta mudança no cenário do terceiro setor e da filantropia social. O Programa Transformando Territórios está atuando em parceria com organizações em São Paulo, Minas Gerais, Amazônia, Rio de Janeiro, entre outros.

Saiba mais sobre o Programa Transformando Territórios.

Por Marina Fay, Diretora-Executiva da Fundação ABH, e Paula Fabiani, CEO do IDIS

 

Por Que as Empresas Estão Implantando Códigos de Ética?

16/08/2006 – Escrito por Maria do Carmo Whitaker* e publicado originalmente no livro “Ética na Vida das Empresas – Depoimentos e Experiências”, o artigo defende que o código de ética é um facilitador para se aliar lucros, produtividade, qualidade e eficiência de produtos e serviços, além de outros valores intangíveis que advêm das pessoas que as integram as empresas, tais como honestidade, justiça, cooperação, compreensão.

“Nossa empresa é ética. Temos uma filosofia de trabalho que prioriza a coerência entre o que se diz e o que se faz. Preservamos nossos valores. Somos reconhecidos no mercado por essa nossa postura. Não transigimos com nossos princípios. Assim, não precisamos de código de ética”. Não raro esse comentário advém de empresários que exercem importante papel de liderança, sem perceberem as reais vantagens de adotar, para suas empresas, códigos de ética ou guias de conduta.

Isso não quer dizer que para ser ética, seja imprescindível que a empresa adote um código de conduta. O importante é que, se optar por adotá-lo, deverá estimular a vivência prática de seu conteúdo no dia-a-dia.

 

Código de ética ou guia de conduta

O código de ética é um instrumento de realização da filosofia da empresa, de sua visão, missão e valores. “É a declaração formal das expectativas da empresa à conduta de seus executivos e demais funcionários.” 1

O código de ética deve ser concebido pela própria empresa, expressando sua cultura. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. É um instrumento que serve de inspiração para as pessoas que  aderem a ele e se comprometem com seu conteúdo. É imperioso que haja consistência e coerência entre o que está disposto no código de ética e o que se vive na organização. Se o código de conduta de fato cumprir o seu papel, sem dúvida significará um diferencial que agregará valor à empresa.

 

 

As empresas estão implantando códigos de ética porque esse documento tem a faculdade de:

  • Fornecer critérios ou diretrizes para que as pessoas se sintam seguras ao adotarem formas éticas de se conduzir.
  • Garantir homogeneidade na forma de encaminhar questões específicas.
  • Aumentar a integração entre os funcionários da empresa.
  • Favorecer ótimo ambiente de trabalho que desencadeia a boa qualidade da produção, alto rendimento e, por via de consequência, ampliação dos negócios e maior lucro.
  • Criar nos colaboradores maior sensibilidade que lhes permita procurar o bem-estar dos clientes e fornecedores e, em consequência, sua satisfação.
  • Estimular o comprometimento de todos os envolvidos na elaboração do documento.
  • Proteger interesses públicos e de profissionais que contribuem para a organização.
  • Facilitar o desenvolvimento da competitividade saudável entre concorrentes.
  • Consolidar a lealdade e a fidelidade do cliente.
  • Atrair clientes, fornecedores, colaboradores e parceiros que se conduzem dentro de elevados padrões éticos.
  • Agregar valor e fortalecer a  imagem da empresa.
  • Garantir a sustentabilidade da empresa.

Eis as razões2 que respondem à pergunta formulada no título. Elas levam as pessoas a acreditarem na possibilidade de explorar um caminho que abre espaço para que percorram juntos, sem antagonismo, os valores intangíveis e os resultados econômicos.

As pessoas que se dedicam à consultoria podem facilmente identificar, senão todos, ao menos alguns dos efeitos gerados nas empresas e nos seus colaboradores, durante e após o processo de implantação do código de ética ou do guia de conduta.

 

A crescente preocupação dos empresários

Os líderes empresariais perceberam que a ética passou a ser um fator de competitividade. Por isso é crescente a preocupação, entre os empresários brasileiros, com a adoção de padrões éticos para suas organizações. Sem dúvida, os integrantes dessas organizações serão analisados através do comportamento e das ações por eles praticadas, tendo como base um conjunto de princípios e valores.

Da mesma forma que o indivíduo é analisado pelos seus atos, as empresas (que são formadas por indivíduos) passaram a ter sua conduta mais controlada e analisada, sobretudo após a edição de leis que visam à defesa de interesses coletivos.

 

Todas as pessoas querem ser éticas . E a empresa?

De modo muito simples e resumido pode-se afirmar que é ético aquele que, livremente, com a consciência bem formada, responsabilidade e reta intenção, aplica a inteligência na procura da verdade e a vontade na busca do bem, em todas as circunstâncias. Nessa definição está a referência, o parâmetro da pessoa ética e pode-se afirmar com toda segurança, que existem muitas pessoas que se esforçam por atingir essa meta.

A fonte da Ética é a própria realidade humana, o ambiente em que se vive. Desta forma, o ambiente de trabalho, no qual se convive grande parte do dia, se desenvolve em uma sucessão de escolhas para tomadas de decisões e de práticas de virtudes, que nada mais são do que os valores transformados em ação.

A credibilidade de uma instituição é o reflexo da prática efetiva de valores como a integridade, honestidade, transparência, qualidade do produto, eficiência do serviço, respeito ao consumidor, entre outros. Conclui-se, portanto, que quando se fala em empresa ética, quer-se dizer que as pessoas que nela trabalham são éticas e buscam a excelência. Que os princípios e valores eleitos pelos seus fundadores e que impregnam a cultura da organização são éticos. Que os seus colaboradores, desde a alta administração até o último contratado, zelam pela conduta ética, e procuram exercer a liberdade com responsabilidade, tanto no seu relacionamento interno, como com o público externo.

Em suma, as pessoas são éticas; a empresa é uma pessoa jurídica, uma ficção de direito que, como se disse, refletirá a conduta daqueles que a representam.

 

Vulnerabilidade das empresas

Em consequência, se a ética é questão de conduta das pessoas  não cabe a indagação sobre que tipo de empresas são mais vulneráveis às fraudes e problemas éticos, se as pequenas ou as grandes. Cada ser humano desenvolve um papel na sociedade. São as convicções e comprometimentos das pessoas, que conduzidas pela sua consciência, bem ou mal formada, praticarão condutas éticas ou antiéticas. Qualquer um de nós está sujeito às fraquezas humanas e, portanto, torna-se um imperativo a manutenção de um esforço diário para a prática do bem.  Assim, o problema não é das pequenas ou grandes empresas, mas das pessoas que integram as grandes e pequenas empresas.

 

Dois grandes desafios

Nessa dimensão ética distinguem-se dois grandes planos de ação que são propostos como desafios às organizações: de um lado, em termos de projeção de seus valores para o exterior, fala-se em empresa cidadã, no sentido de respeito ao meio ambiente, incentivo ao trabalho voluntário, realização de algum benefício para a comunidade, responsabilidade social, sustentabilidade, etc.

De outro lado, sob a perspectiva de seu público mais próximo, como executivos, acionistas, empregados, colaboradores, fornecedores, envidam-se esforços para a criação de um sistema que assegure um modo ético de operar, sempre respeitando os princípios gerais da organização e os princípios do direito e da moral.

São muito pesados os ônus impostos às empresas que, despreocupadas com a ética, enfrentam situações que muitas vezes, em apenas um dia, destroem uma imagem que consumiu anos para ser conquistada. Multas elevadas, quebra da rotina, empregados desmotivados, fraude interna, perda da confiança na reputação da empresa, são exemplos desses ônus.

Daí o motivo de muitas empresas terem adotado elevados padrões pessoais de conduta para seleção de seus empregados, cientes de que, atualmente, a integridade nos negócios exige profissionais altamente capazes de conciliar princípios pessoais e valores empresariais.

 

Gestão da ética

Ao lidar com pessoas, é imprescindível considerar a dignidade da pessoa, facilitando e promovendo o seu crescimento integral. Não se pode considerar as pessoas como simples elementos de produção e geração de lucros, que estão a serviço da empresa. Ao contrário, a empresa ética torna-se um instrumento do desenvolvimento econômico, a serviço da mulher e do homem integral, um campo riquíssimo de aperfeiçoamento da pessoa.

O empresário ético, que tem visão de futuro, investe na formação de seus colaboradores e conquista o comprometimento deles; lança desafios para que cresçam e se superem.

Por essa razão, muitas empresas de respeito empreendem um esforço organizado, a fim de encorajar a conduta ética entre seus empregados. Para tanto, implantam códigos de ética, reciclam o aprendizado de seus executivos e colaboradores, idealizam programas (hoje em dia programas virtuais) de treinamento, criam comitês de ética, capacitam líderes que percorrem os estabelecimentos da organização incentivando o desenvolvimento de um clima ético. Nessa perspectiva, servem-se de consultores externos que os assessoram na elaboração de códigos de conduta e no desenvolvimento do clima ético, sensibilizando seus integrantes, mediante cursos e palestras, e participando ativamente de treinamentos, procurando adequar tudo à legislação e aos critérios oferecidos por instituições internacionais de renome.

 

O empresário ético no seu dia-a-dia

Após inúmeras conversas e entrevistas com empresários que privilegiam a ética foi possível identificar os seguintes itens em suas condutas:

  • Certificam-se de que sua consciência foi bem formada.
  • Seguem a voz de sua consciência.
  • Não transigem com seus princípios.
  • Agem com liberdade e responsabilidade.
  • Cercam-se de bons assessores.
  • Desenvolvem suas próprias competências e estabelecem planos estratégicos.
  • Aglutinam e mobilizam pessoas, estimulam iniciativas e novas idéias.
  • Conquistam a confiança de seus colaboradores e investem no seu treinamento.
  • Respeitam as pessoas, valorizando a dignidade de cada colaborador, cliente, fornecedor, concorrente, e todas as demais pessoas de seu círculo de relacionamento.

 

Aliar resultados econômicos aos valores intangíveis

Pode-se concluir, portanto, que o código de ética é um facilitador para se aliar lucros, resultados, produtividade, qualidade e eficiência de produtos e serviços, além de outros valores típicos de empresa, com valores intangíveis que advém das pessoas que a integram, tais como: honestidade, justiça, cooperação, tenacidade, compreensão, exigência, prudência, determinação, entre outros.

*Maria do Carmo Whitaker, professora universitária, sócia fundadora e ex-diretora da Associação Latino-Americana de Ética, Negócios e Economia, – Alene. Advogada, membro do Tribunal de Ética da OAB/SP. Membro do Grupo de Excelência em Ética e Responsabilidade Social do Conselho Regional de Administração – CRA/SP, consultora de Ética nas organizações e organizadora do site de ética empresarial do Portal Academus.

1 ARRUDA, Maria Cecilia Coutinho de, RAMOS, Jose Maria Rodriguez e WHITAKER, Maria do Carmo. Fundamentos de Ética Empresarial e Econômica. São Paulo: Atlas, 2003. p.64.

2 ARRUDA, Maria Cecilia Coutinho de. Código de Ética: um instrumento que adiciona valor. São Paulo: Negócio Editora, 2002. p. 2-18. (com adaptações)

Saiba mais sobre práticas empresariais sustentáveis:

O que é Capitalismo de Stakeholders?

ESG, RSC e ISP: o que significa e como as siglas se relacionam?

Colaboração e materialidade: fatores-chave para empresas concretizarem ações sociais da pauta ESG

IDIS tem projeto de advocacy contemplado por edital internacional da WINGS

Há décadas os Fundos Patrimoniais têm se mostrado um mecanismo de uso crescente e exitoso para a mobilização de recursos que apoiem causas de impacto social positivo em diversos países. Tais iniciativas contribuem, assim, para um setor filantropo muito mais forte e estruturado, alcançando, dessa forma, resultados e recursos cada vez mais relevantes. Recentemente, o IDIS foi selecionado para uma bolsa em um desses fundos como instituição representante no Brasil.

 

Em todo o mundo, países enfrentam dificuldades para atingir o potencial da filantropia. Entre as razões, questões tributárias, regulatórias, ameaças à liberdade de expressão e até a falta de articulação entre atores do ecossistema. Com o objetivo de abrir estes caminhos, a WINGS, organização que fomenta o desenvolvimento da filantropia ao redor do mundo, criou o projeto “Unlocking Philanthropy’s Potential: Enhancing the Enabling Environment, Effectiveness and Leveraging the Contributions of Philanthropy Actors’, em português ‘Desbloqueando o potencial da filantropia: aprimorando o ambiente propício, a eficácia e alavancando as contribuições dos atores filantrópicos’, com financiamento da União Europeia.

 

De acordo com a organização, ao alavancar recursos para esta causa, contribui não só para que a sociedade civil possa prosperar, mas também para o cumprimento dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente no Sul global.

 

O ‘WINGS Enabling Environment Fund for Philanthropy’ é quem integra esta iniciativa. Por meio do fundo, a organização selecionou projetos de onze organizações em diferentes países. A ação de advocacy pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos do IDIS foi uma das contempladas. Com o recurso, seguiremos na liderança da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, grupo multisetorial composto por mais de 70 signatários, entre organizações, empresas e indivíduos, e avançaremos na agenda de incidência.

 

O valor recebido contribuirá também para a produção de conhecimento, com destaque para a publicação ‘Panorama dos Fundos Patrimoniais no Brasil’, levantamento inédito sobre os endowments ativos no país.

 

No Brasil, também foi selecionada uma ação da ABCR – Associação Brasileira dos Captadores de Recursos para a promoção de um ambiente fiscal mais favorável às organizações da sociedade civil.

Conheça no site da WINGS os demais vencedores.

 

Mais sobre Fundos Patrimoniais

Acesse mais conteúdos nesta temática produzidos pelo IDIS aqui.

Caso queira saber mais sobre fundos patrimoniais ou queria conhecer nossos serviços, envie um e-mail para comunicacao@idis.org.br.

Fundos patrimoniais: desafios e benefícios da Lei 13.800/19

A Lei nº. 13.800, de 4 de janeiro de 2019, estabeleceu a regulamentação para a criação de fundos patrimoniais (endowments) no país. Algumas instituições públicas e privadas foram precursoras na estruturação de seus fundos patrimoniais filantrópicos, sendo que a maioria delas contou (ou está contando) com o apoio do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) nesse processo. Assim, nesse espaço compartilhamos os aprendizados desses meses desde a aprovação da Lei, com o objetivo de ajudar grantmakers e investidores sociais que ainda buscam compreender as oportunidades e desafios de criarem seus próprios fundos patrimoniais.

 

Os fundos patrimoniais (ou endowments) são um caminho para a sustentabilidade de longo prazo de organizações sem fins lucrativos e universidades. São estruturas destinadas a realizar a gestão de um conjunto de ativos formado por doações filantrópicas, cuja aplicação financeira gera recursos para apoiar causas de interesse público, como a educação, a saúde, a cultura e o meio ambiente. Para garantir a perpetuidade, objetivo da maioria dos fundos patrimoniais ao redor do mundo, sua estrutura deve prever a preservação do valor principal, composto pelas doações recebidas. Assim, somente o rendimento real (descontada a inflação) resultante do investimento deste conjunto de doações poderá ser utilizado, garantindo o objetivo de perpetuidade do fundo.

 

Os endowments podem ser criados em benefício de uma instituição, como o Harvard Endowment (um dos maiores e mais conhecidos fundos patrimoniais universitários do mundo), ou em favor de uma causa social específica como o da Rockefeller Foundation (que destina seus recursos para o bem-estar social e populações vulneráveis). A forma de constituição e regras de funcionamento dos endowments variam de acordo com a legislação de cada país, mas em todo o mundo são instituídos como entidades sem fins lucrativos.

 

No Brasil, alguns importantes fundos patrimoniais surgiram ainda antes da regulamentação, a partir dos anos 1950, entre eles o da Fundação Bradesco (1956), da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (1965), do Instituto Unibanco (1982) e da Fundação Itaú Social (1993). Esses fundos patrimoniais compartilham o objetivo de se tornar o legado de um investidor social privado (familiar, empresarial ou ambos) assim como fizeram Bill e Melinda Gates e a família proprietária da empresa Ford, com a criação de seus endowments.

 

Não gera surpresa, então, que o primeiro fundo patrimonial filantrópico instituído após a promulgação da Lei 13.800/19 seja de origem familiar: o Fundo Rogério Jonas Zylbersztajn, criado por Raikel Zylbersztajn, em memória de seu filho, com a finalidade de “fomentar e promover causas de interesse público, voltadas para a população em geral”. No entanto, a aprovação da Lei dos Fundos Patrimoniais vem impulsionando mais a formação desta estrutura por outros grupos de atores sociais.

 

A movimentação em torno da criação de novos endowments no país não vem sendo liderada por investidores sociais familiares pensando em seu legado (como é comum em outras partes do mundo), mas por instituições públicas e privadas buscando fortalecer sua própria sustentabilidade financeira por meio de um instrumento de diversificação de suas fontes de recursos. A Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) se lançaram no desafio de criar seus fundos patrimoniais. Outras universidades e instituições da área da cultura como o Museu de Arte do Rio também estão nessa trajetória.

 

Questões tributárias podem justificar uma menor movimentação por parte dos investidores sociais familiares, uma vez que não há incentivos fiscais à doação em vida de grandes fortunas (como ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos). Entretanto, questões culturais também parecem ter relevância no debate em torno da constituição de grandes fundos patrimoniais filantrópicos familiares no Brasil.

 

Investidores sociais privados familiares, aparentemente, receiam a perda de controle sobre a gestão financeira dos recursos de sua atuação filantrópica, uma vez instituído um fundo patrimonial sob as regras da Lei 13.800/19. Além disso, a preocupação com o legado filantrópico ainda é tema pouco difundido em nossa sociedade.

 

Essas questões podem seguir trajetória semelhante à onda de profissionalização de empresas familiares, que aconteceu em décadas anteriores no Brasil. Muitas famílias equacionaram os desafios do legado e sucessão em seus negócios, por meio da profissionalização. Entretanto, o mesmo ainda não ocorreu em relação ao legado e sucessão na filantropia, o que coloca o destino de programas e projetos socioambientais bastante consolidados nas mãos de novas gerações, cujas motivações e interesses filantrópicos muitas vezes não convergem com os da geração anterior.

 

Poucas famílias nos abordaram para discutir a estruturação de fundos patrimoniais visando o planejamento do legado e sucessão na filantropia familiar. Porém, assim como ocorreu no âmbito empresarial nas últimas décadas, as famílias paulatinamente estão percebendo a importância desse instrumento para profissionalização de sua filantropia e garantia da perpetuidade do apoio a uma causa ou organização da sociedade civil.

 

A Lei 13.800/19 buscou endereçar essas questões de perpetuidade, o fundo patrimonial na Lei brasileira é estruturado para perdurar no longo prazo. E também buscou endereçar a profissionalização da gestão. Mas alguns destes aspectos ainda permanecem como desafios na formação de fundos patrimoniais no Brasil, em especial a governança e a mobilização de recursos.

 

Com normas de proteção ao patrimônio e seguindo princípios de boa governança, a Lei dos Fundos Patrimoniais propõe a seguinte estrutura: uma organização gestora do fundo patrimonial (OGFP), instituída na forma de associação ou fundação, capta e gere doações e o patrimônio acumulado; aplicando os ativos no mercado e resgatando somente rendimentos líquidos de inflação, que são destinados a uma (ou mais) causa ou instituição apoiada.

 

A legislação determina a segregação contábil, administrativa e financeira do patrimônio do fundo patrimonial e da instituição apoiada. Isso evita que problemas financeiros, trabalhistas, fiscais ou outros, ocorridos na instituição apoiada, venham a afetar os ativos do fundo patrimonial.

 

A gestão desses ativos é orientada por políticas de investimento, resgate e utilização de recursos, desenhadas por um órgão consultivo e aprovadas pelo órgão deliberativo da OGFP, seu Conselho de Administração.

 

A Lei 13.800/19 determina parâmetros específicos para a governança da OGFP. Esses parâmetros são baseados nas melhores práticas do tema e representam um importante desafio na estruturação de fundos patrimoniais filantrópicos no Brasil, principalmente àqueles destinados a apoiar com exclusividade uma instituição pública ou privada.

 

Nesses casos, a instituição pública ou privada que recebe os recursos do fundo patrimonial tem um assento garantido no Conselho de Administração da OGFP, para endereçar maior garantia de autonomia programática.

 

O receio da perda da autonomia programática por parte dos gestores de instituições apoiadas exclusivas tem sido recorrente em diversos dos casos que acompanhamos. Porém, vale reforçar que um fundo patrimonial (e uma OGFP) vinculado a uma instituição apoiada exclusiva existe para ajudar a instituição a desenvolver sua causa, e não o contrário. Em nenhum momento a OGFP deveria interferir na estratégia, programas e projetos desenvolvidos pela instituição apoiada para o cumprimento de suas finalidades socioambientais.

 

É claro que nada impede que os órgãos de governança da OGFP contem com mais de um membro indicado pela sua instituição apoiada exclusiva. Na realidade essa medida pode agilizar a conformação desses órgãos e a criação da OGFP. Deve-se, no entanto, considerar os seguintes fatores:

 

Diferença de perfil dos conselheiros das duas organizações

A instituição apoiada pode ter excelentes conselheiros, que muito contribuem para as definições estratégias que fomentam o avanço de sua causa. Infelizmente, esses mesmos conselheiros podem não ser os mais indicados para apoiar a finalidade da OGFP de captar, gerir e destinar recursos para a instituição apoiada. Recomenda-se para os fundos patrimoniais a composição de uma governança diversa, capaz de promover uma boa gestão técnica dos recursos e, simultaneamente, atrair doações para o crescimento do fundo patrimonial.

Transparência.  É preciso garantir que o sistema de “checks and balances” (freios e contrapesos) e a robustez da prestação de contas não sejam comprometidos quando há grande coincidência entre os órgãos de governança da OGFP e sua instituição apoiada exclusiva. Além disso, deve-se atentar aos potenciais conflitos de interesses que podem surgir a partir dessa sobreposição.

Aspectos legais de instituições apoiadas públicas exclusivas. A composição dos órgãos de governança de OGFPs de instituições públicas com muitos membros da instituição pública apoiada pode caracterizar um ambiente de órgão público, ao passo que a OGFP deve, obrigatoriamente, ser uma organização de caráter privado (ainda que apoie de forma exclusiva uma instituição pública).

Participação dos doadores e outros stakeholders. É importante abrir espaço para a participação de outros stakeholders na governança do fundo patrimonialalém daqueles ligados à instituição apoiada. Não endereçar esta questão pode prejudicar a legitimidade da OGFP e sua consequente capacidade de captar recursos em nome da instituição apoiada exclusiva.

Importante lembrar que uma governança bem estruturada, baseada nas melhores práticas, reforça o compromisso com a causa, inspira segurança e atrai parceiros e investidores. Aliás, também ajuda a potencializar a captação de recursos, grande desafio não somente à estruturação de fundos patrimoniais filantrópicos, mas também às organizações sem fins lucrativos em geral.

O legado ou herança, por exemplo, é uma fonte relevante de recursos para fundos patrimoniais filantrópicos ao redor do mundo. Entretanto, ainda não vemos muitas heranças direcionadas de forma organizada a causas filantrópicas, ou endowments criados para dar continuidade a um investimento social familiar.

O Brasil ainda precisa aumentar e amadurecer sua Cultura de Doação. Entretanto, o crescimento significativo de doações devido à pandemia da Covid-19 mostrou o potencial filantrópico do país, que pode perdurar com mecanismos confiáveis e transparentes para o estabelecimento de relações duradouras entre doadores e beneficiados. Nesse sentido, possuir um plano de mobilização de recursos estruturado é fundamental para uma instituição que busca atrair recursos, em especial se tratando de recursos para um fundo patrimonial.

Outro caminho importante para a atração de recursos para os fundos patrimoniais filantrópicos no Brasil são as chamadas ‘receitas não tradicionais’, como, por exemplo, doações decorrentes de obrigação assumida em termos de ajuste de conduta, acordos de leniência e colaboração premiada[1].

A filantropização via privatização’, conceito criado pelo professor Lester Salamon, da Johns Hopkins University, propõe que parte dos valores advindos da privatização de empresas públicas seja destinada a fundos patrimoniais, formados para beneficiar causas da sociedade.

Também são fontes de recursos não tradicionais para os fundos patrimoniais filantrópicos as multas decorrentes de danos ao meio ambiente e ao patrimônio, e valores recuperados em ações de combate à corrupção, entre outros. Caminhos promissores não faltam, mas a implementação destas trilhas depende de ajustes na lei, superação de entraves burocráticos e atuação conjunta do Poder Público e da sociedade civil.

Como mencionamos, o desejo dos brasileiros de apoiar causas socioambientais vem crescendo. Em apenas dois meses após o início da pandemia do Covid-19, mais de R$ 5 bilhões foram doados por mais de 300 mil pessoas. Em pouco tempo, foram criadas diversas iniciativas para enfrentar o colapso na saúde e economia, como fundos emergenciais, que se propõem a dirimir os impactos da pandemia em diferentes setores[1].

Ainda é cedo para prever uma mudança de comportamento e um impacto de longo prazo na Cultura de Doação no país, mas esse movimento mais uma vez comprova que o brasileiro é solidário e que se mobiliza em torno de causas relevantes. Faltam mais estímulos, especialmente os incentivos fiscais. Pena que a Lei não endereçou de forma ampla essa questão, mas estamos diante da chance de exercer nosso papel social e atuar pela equidade e justiça socioambientais. Os fundos patrimoniais são certamente uma importante ferramenta para alavancar esse processo.

NOTA:
[1] Contanto que não haja transferência de recursos da Administração Pública aos fundos patrimoniais (art.13, §6º, cc art. 17, Lei nº. 13.800/19).

[2] Como o Fundo Emergencial para a Saúde, instituído pelo IDIS, pela BSocial e pelo Movimento Bem Maior, com o apoio de diversos parceiros.

PARA SABER MAIS

Leia mais sobre a atuação e saiba como se engajar na Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, entre em contato com comunicacao@idis.org.br.

Conheça nossa produção de conhecimento sobre Fundos Patrimoniais Filantrópicos:

Nota Técnica: Fundos Patrimoniais Filantrópicos

Fundos Patrimoniais Filantrópicos – Sustentabilidade para causas e organizações (IDIS)

Brazil’s New Endowment Law Could Strengthen Philanthropy and Democracy Around the Globe (Stanford Social Innovation Review)

Something amazing just happened in Brazilian politics (Alliance Magazine)

IDIS led an education and advocacy strategy to build support for an Endowment Law, capítulo publicado em Impact Case Studies: Promoting an enabling environment for philanthropy and civil society (Wings)

Eight-year long fight for new law in Brazil (Charities Aid Foundation CAF-UK)

Lei de Endowments pode transformar o Brasil (Capital Aberto)

Regulação de fundo patrimonial pode elevar doação de fortunas (Folha de S.Paulo)

O impacto da lei dos fundos patrimoniais (Gazeta do Povo)

Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos completa 1 ano (IDIS)

Recursos não tradicionais para Fundos Patrimoniais de OSCs (IDIS)

Brumadinho: e depois da comoção? (IDIS)

A aprovação da lei dos Fundos Patrimoniais e sua repercussão (IDIS)

 

* Paula Fabiani é diretora-presidente do IDIS e Andrea Hanai, gerente de projetos no IDIS.

Artigo originalmente publicado na plataforma Grantlab, do Gife, em 19 de junho de 2020 

IDIS busca Analista Administrativo e Financeiro Jr.

Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, o IDIS atua junto a empresas, famílias, institutos, fundações e organizações da sociedade civil. Desenvolvemos projetos de impacto, geramos conhecimento ao setor e oferecemos consultoria ao investidor social e às organizações que executam projetos e programas sociais para que tomem decisões estratégicas e ampliem o impacto de suas iniciativas.

Para nos apoiar na área administrativa e financeira, buscamos um (a) analista com perfil comprometido e curioso, que tenha o desejo de trabalhar em uma Organização da Sociedade Civil e contribuir para o desenvolvimento socioambiental no Brasil.

Principais Atribuições e Responsabilidades

Conhecer e seguir as políticas e os processos administrativos e financeiros propondo e participando de mudanças e melhorias;

Atualizar/alimentar o Sistema Financeiro RM Totvs;

Monitorar os controles administrativos e financeiros do IDIS;

Auxiliar no relacionamento com a assessoria contábil e prestadores de serviços externos (consultores, fornecedores);

Auxiliar nos processos de compras de mercadorias e serviços;

Apoiar a formalização de contratos junto a clientes, fornecedores, funcionários e parceiros do IDIS;

Acompanhar o processo anual de auditoria independente auxiliando na sua preparação e coleta de documentos;

Auxiliar na análise da documentação de validação de organizações sociais parceiras; e

Apoiar na elaboração de documentos, apresentações, relatórios.

Requisitos do Cargo

Graduação em Ciências Contábeis, Administração ou áreas correlatas;

Experiência de 1 ano na área financeira/contábil.

 

Conhecimentos específicos:

Conhecimento avançado do pacote Office (Excel, Word e PowerPoint);

Desejável nível intermediário/avançado de inglês;

Desejável conhecimento de ERP Financeiro. 

 

Competências:

Facilidade para trabalhar em equipe;

Organização.

 

Local de trabalho:

Trabalho remoto e presencial

Após quarentena: São Paulo/SP – próximo à estação Pinheiros.

 

Remuneração mensal:

Salário de R$ 3.000 (três mil reais) + VA + VT

 

Processo seletivo

Inscrições serão feitas somente via o formulário (http://bit.ly/idisvaga8_) e anexar o CV no campo indicado ao final até o dia 10 de agosto.

 

Buscamos a diversidade

No IDIS, prezamos pela igualdade nas oportunidades de emprego. Nossas decisões sobre as contratações de funcionários são feitas independentemente de idade, raça, credo, cor, religião, sexo, nacionalidade, orientação sexual, identidade ou expressão de gênero, informações genéticas, estado civil ou qualquer outra base protegida pela lei.

Filantropia é destaque na Revista Riviera

Em reportagem sobre doações, a Revista Riveira, publicação impressa da região se São Lourenço no litoral paulista, traz os benefícios de fazer doações, como o desenvolvimento da nação, equilíbrio da balança social e bem-estar.

Assim a Revista Riviera se propõe a tratar da filantropia, ação que foi impulsionada no país nos últimos tempos. A pandemia de covid-19 provocou uma onda de doações no país. Famílias, indivíduos, organizações e empresas colaboraram financeiramente apoiando diversas áreas. A saúde foi um dos principais focos das doações, embora projetos de assistência social, educação e geração de renda também tenham sido beneficiados pelo aumento das ações filantrópicas no país.

O World Giving Index, pesquisa realizada pela Charities Aid Foudantion (CAF) que classifica o Ranking de Solidariedade foi citado para ilustrar o crescimento das ações solidárias no país.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, foi convidada para comentar este cenário. Segundo Paula, em 2021 estamos vendo uma nova onda dessa mobilização ocasionada pela pandemia. Além disso, houve uma diversificação no perfil do doador brasileiro.

Revista Riviera Filantropia

Revista Riviera | Edição 32 – julho 2021, página 74

“Se antigamente o típico doador brasileiro era uma mulher de meia-idade, satisfeita com seu rendimento e sua vida, agora as mais diferentes pessoas têm praticado a filantropia. Percebemos que a empatia é o sentimento que tem motivado doações, e novas pessoas passaram a doar”, explica com base na Pesquisa Doação Brasil de 2015.

Essa diversificação  deve-se também a maior participação das empresas que “se deram conta de que causam um grande impacto apoiando organizações envolvidas com os locais beneficiados”, destaca a CEO do IDIS. Além disso, Paula chama atenção para a tendência de campanhas e voluntariado dentro das corporações.

Confira a matéria na íntegra clicando aqui.

 

 

 

#Fórum2021 – Inclusão produtiva: caminho para a redução da pobreza e da desigualdade

A pandemia expôs as grandes desigualdades entre países e dentro deles. O Banco Mundial estima que seus efeitos levem 49 milhões de pessoas à pobreza. No Brasil, regredimos em vários indicadores sociais. Atingimos 14,7% de desemprego ao mesmo tempo em que a renda média per capita despencou para o patamar mais baixo da série histórica. Igualmente preocupante é a volta do país, depois de muitos anos, ao mapa da fome.

O enfrentamento à crise passa pela geração de emprego e renda, com investimento na inclusão produtiva, seja por meio da atuação direta, seja pelo fortalecimento das organizações que atuam com este foco. Para este painel, convidamos especialistas comprometidos com esta pauta, com ações complementares – Andreia Rabetim, gerente de Articulações Intersetoriais e Voluntariado da Vale, Vivianne Naigeborin, diretora superintendente da Fundação Arymax, Gabriella Bighetti, diretora executiva da United Way Brasil, e Wilson Poit, diretor-superintendente do Sebrae SP. A moderação foi de Renato Rebelo, diretor de projetos do IDIS, e a pergunta norteadora, feita por Poliana Simas, Senior Wealth Planner no Bradesco Private Bank, foi como construir pontes entre o capital filantrópico e a inclusão produtiva com foco em sustentabilidade.

Vivianne Naigeborin abriu a sessão traçando um panorama e trazendo o conceito de inclusão produtiva, que definiu como a inserção de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica no mundo do trabalho, em áreas rurais ou urbanas, por meio do empreendedorismo ou da empregabilidade. Destacou que apesar do agravamento na pandemia, há no Brasil uma exclusão histórica de muitos grupos, como mulheres, negros e jovens, e que nunca houve, de fato, uma agenda de prioridades para o desenvolvimento sustentável, tampouco uma política clara de inclusão de populações marginalizadas. O crescimento do número de trabalhadores por conta própria e do número de empreendedores por necessidade, somado às transformações pelas quais o mundo está passando, como o advento das novas tecnologias que vão mudar radicalmente os postos de trabalho daqui pra frente, a crise ambiental que pode mudar a disponibilidade de trabalhos no mundo que dependem de recursos naturais, as mudanças na relação entre cidade e campo a partir da intensificação da urbanização, o envelhecimento da população e mudanças no padrão de consumo, compõe um cenário complexo, desafiador, mas ao mesmo tempo, repleto de oportunidades. Entre as janelas que se abrem para a inclusão produtiva, Naigeborin destacou os novos mercados, como a economia verde, a economia digital, a economia circular, o mundo da tecnologia, o mercado de saúde e de cuidados e o mercado de alimentação saudável.

Dois aspectos mostraram-se centrais nas falas trazidas pelos palestrantes. O primeiro, diz respeito à colaboração, com o entendimento de que programas eficazes de inclusão produtiva são apenas possíveis com o envolvimento de organizações de diferentes setores e de que os beneficiários devem participar das tomadas e decisões. Gabriella Bighetti chamou atenção à importância do trabalho em rede, de que todos devem se enxergar como parte de um ecossistema e ressaltou: “Precisamos de sistemas articulados, e não de bons projetos individualizados”. O segundo aspecto está relacionado à perspectiva de tempo. Foi consenso que a causa exige investimento de longo prazo e que os resultados não são imediatos, e que portanto deve haver um grande comprometimento dos envolvidos. Ainda de acordo com Bighetti, “Identificar e superar as barreiras para a mudança sistêmica exige tempo e é preciso que o capital filantrópico entenda isso – os resultados tardarão a surgir e é preciso que este capital estimule as ações de longo prazo, que visem escala e sustentabilidade – no mínimo 3 a 5 anos de investimento.”

Sobre o papel do capital filantrópico, ficou evidente que a agenda é extensa e há múltiplas possibilidades de engajamento, seja produzindo conhecimento, criando pontes, ou atuando diretamente junto aos beneficiários. Naigeborin destacou a liberdade que a filantropia tem de experimentar e conectar diferentes atores, criando soluções que podem depois ganhar escala, além de adequar as práticas ao olhar do mercado de trabalho e às necessidades que ele impõe. Sobre isso, reforça: “A inclusão produtiva não deve ser um fim em si mesma, mas um meio para um projeto compartilhado de desenvolvimento sustentável e social para o país”.

Bighetti chamou atenção à tendência de investimento coletivo. Conforme sua experiência na articulação do GOYN, uma aliança com mais de 120 organizações para promover a inclusão produtiva de jovens na cidade de São Paulo, ao trazer muitos investidores para um mesmo projeto é possível multiplicar os recursos, potencializar impacto, tornar o projeto mais sustentável e ampliar as possibilidades de aprendizagem pelas trocas de experiências que acontecem.

Conheça agora as experiências da Vale e do Sebrae SP, apresentadas por Andreia Rabetim e Wilson Poit.


Inclusão Produtiva na Prática



Fundação Vale – Sobre Trilhos

A Vale é uma das maiores mineradoras do mundo, com uma produção mundial bastante expressiva em minério de ferro, cobre e níquel. Em 2020, a companhia assumiu o compromisso de se tornar carbono neutra até 2050 e a partir de então iniciou a revisão de processos e operações, passando por tecnologia ambiental e social, com destaque ao cuidado com as pessoas. Segundo Andreia Rabetim, gerente de Articulações Intersetoriais e Voluntariado da Vale, é neste contexto que nasce o projeto de inclusão social com foco no fortalecimento do empreendedorismo de mulheres no Maranhão.

 

A Vale tem uma operação logística bastante estruturada para levar o minério do Pará ao Maranhão e tem a concessão da estrada de ferro Carajás, onde opera um trem de passageiros que transporta cerca de 1.300 pessoas por dia, atravessando 27 municípios com características de rarefação econômica severa e IDHs muitos baixos, e cuja parcela da população dependia do comércio informal de venda de refeições feito pela janela nas paradas do trem. Em 2004, iniciou um processo de modernização nos trens, que passariam a ter suas janelas vedadas, fator que impactaria diretamente a vida de muitas famílias. Foi assim que nasceu o Rede Mulheres do Maranhão, projeto de inclusão produtiva idealizado pela Fundação Vale. Focado em mulheres, elas passaram a vender seus produtos dentro dos trens. Entre os pontos chave para o fomento à sustentabilidade dos 15 empreendimentos apoiados, Andreia destacou a compreensão de que é necessário tempo para o amadurecimento dos empreendimentos, o papel da Vale como agente conector deste processo, abrindo novas portas e ampliando horizontes, como aconteceu com um empreendimento com foco em babaçu, que foi capaz de obter uma certificação e hoje já exporta para os Estados Unidos e para a União Europeia, e o reconhecimento das potencialidades dos territórios e do protagonismo das mulheres, que com o suporte necessário são capazes de encontrar soluções para os desafios que se apresentam.

 

“A transformação social é um processo essencialmente colaborativo. Atuamos em parceria para somar expertises e potencializar resultados em benefício de todos, como é o caso da iniciativa Rede Mulheres do Maranhão, realizada pela Fundação Vale e que tem a Wheaton Precious Metals, uma das maiores empresas de streaming do mundo, como parceira. A Wheaton é parceira da Fundação Vale em projetos no Pará e no Maranhão desde 2015 e abraça a Rede Mulheres do Maranhão desde 2017. Para se ter ideia, os executivos da Wheaton têm uma agenda de visitas na região e fazem questão de acompanhar de perto o desenvolvimento das empreendedoras, gerando vínculo, respeito e aprendizados para ambos – salvo em contexto de pandemia. A equipe da Fundação Vale acompanha permanentemente o projeto, em parceria com o Instituto de Socioeconomia Solidária (ISES), parceiro na execução da iniciativa. Esse trabalho mútuo, a escuta aberta e o diálogo transparente com todos os agentes envolvidos são aspectos fundamentais para o sucesso e a sustentabilidade da iniciativa”, conclui Andreia.

 

Sebrae SP – Redes para Inclusão Produtiva

O programa Redes para Inclusão Produtiva, realizado pelo Sebrae SP em parceria com o IDIS, teve início em 2020 e está sendo implementado em quatro macrorregiões – Vale do Ribeira, Alta Paulista, Bauru e Pontal do Paranapanema. O primeiro passo é identificar as oportunidades e vocações locais, em seguida, o IDIS apoia o Sebrae na seleção das organizações e formação de redes para compartilhamento e desenvolvimento de boas práticas e inovações relacionadas à inclusão produtiva, por meio da disseminação e acesso a conhecimento, recursos e parceiros. O objetivo final é fortalecer OSCs que desenvolvem projetos de inclusão produtiva e atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social, para fomento do empreendedorismo e geração de renda.

Também atua junto a cooperativas sociais e de catadores e tem iniciativas que estimulam o ciclo de consumo e relações mais locais. Entre as capacitações que oferece, estão a gestão financeira, técnicas de vendas, comunicação, entre outros. Sobre a atuação do Sebrae, Poit comenta “Nosso maior aprendizado ao lidar com inclusão produtiva é que nada irá funcionar se os atores envolvidos não sentarem para conversar, buscando soluções para quem está na base da pirâmide. A inclusão produtiva, para ser de fato eficiente, necessita de estabilidade, ser duradoura e ter visão de longo prazo.

Explicou ainda que a atuação do Sebrae SP junto a grupos vulneráveis é incontornável, faz parte da missão da organização e está integrada em diferentes agendas, considerando o empreendedorismo uma ferramenta poderosa para transformar e atingir a inclusão produtiva, em especial em um momento em que o desemprego chega a níveis de desemprego tão altos.

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, oferece um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Em 2021, teve como tema ‘O Capital e a Humanidade’ e foi realizado em 22 e 23 de junho com o apoio prata da Fundação José Luiz Egydio Setúbal e apoio bronze de BNP Paribas Asset Management Brasil, Bradesco Private Bank, BTG Pactual, Mattos Filho, Movimento Bem Maior, Santander e Vale.

Forum IDIS Apoio

 

 

Bibliografia sobre Filantropia Comunitária

A literatura sobre Fundações e Institutos Comunitários é muito vasta e rica, para facilitar a leitura inicial sobre o conceito e referências nacionais sobre o tema separamos estas doze bibliografias.

Filantropia Comunitária: Terreno Fértil para o Desenvolvimento Social. 

Fundações Comunitárias no Brasil: Presente e Futuro

What do we mean by community foundation

Community Philanthropy and a New Model of Development Hodgson

Expandindo e fortalecendo a filantropia comunitária no Brasil.

Community Foundation Atlas

Columbus Survey Results

The New Generation of Community Foundations.

Em Busca do Equilíbrio

Carta de Princípios da Rede Iberoamericana de Fundações Cívidas e Comunitárias.

The Growing Importance of Community Foundations

Keeping the “Community” in Community Foundations

Vídeos sobre Filantropia Comunitária

Para aprender mais sobre Fundações e Institutos Comunitários, separamos alguns vídeos que apresentam o conceito de forma ilustrativa e simples!

 

What is a Community Foundation? – KernFoundationLive

 

 

 

Sample Video: What is a Community Foundation?

 

What is a Community Foundation? – Community Foundation of Madison & Jefferson Co.

 

Community Foundation Atlas – Intro Video

 

UK Community Foundations – The power of Community Foundations

 

Global Fund for Community Foundations (GFCF) – A resposta é local: Como a filantropia comunitária transfere poder e muda o mundo

https://www.youtube.com/watch?v=QA88jnFF5hY&t

 

 

Tot Raval Foundation

 

Avaliar o Impacto Social é também uma estratégia de Comunicação e Captação de Recursos

Alguma vez você sentiu que a mensagem que queria transmitir não foi assimilada pelo público da maneira como você esperava? Estabelecer uma boa comunicação está entre os grandes desafios pessoais e organizacionais que todos nós enfrentamos. Transmitir uma mensagem é uma tarefa complexa, porque envolve inúmeras variáveis – a linguagem utilizada, o canal correto para transmiti-la, o repertório e as referências do público, a familiaridade e domínio do tema que ele possui previamente, a forma como você aborda o assunto, e tantas outras.

 

Quando falamos sobre o universo de Programas Sociais, existe uma necessidade constante de comunicar-se com o público-alvo, com a equipe e os parceiros envolvidos, com os investidores e com a sociedade em geral. Cada um desses públicos se relaciona com o Programa de uma forma diferente e, portanto, usar a mesma linguagem e os mesmo materiais de comunicação para todos eles, provavelmente será uma estratégia pouco eficaz.

 

A Avaliação de Impacto Social (estudo que faz uso de métodos de pesquisa para identificar e mensurar a transformação social gerada por um projeto ou programa) é, por vezes, encarada como um documento técnico: um estudo de alta complexidade, que gera um relatório extenso e detalhado, com muitas informações estatísticas e metodológicas, que fica restrito à gestão do Programa, para apoiá-la em processos de tomada de decisão. No entanto, os resultados de um estudo como esse também podem ser grandes aliados na construção de uma estratégica de comunicação da organização.

 

O detalhamento metodológico e estatístico do estudo é, de fato, muito relevante, porque demonstra que a pesquisa foi feita de forma responsável e consistente. Mas quais são as informações geradas pela Avaliação que devem ser transmitidas para a equipe que lida no dia a dia com a operação da Programa Social? Quais são as mensagens que devem ser compartilhadas com os investidores que já apoiam o Programa? E com aqueles que ainda não apoiam e que você encontrará em uma reunião de captação de recursos? Como compartilhar as conclusões de um estudo avaliativo com os beneficiários atendidos pelo Programa? Que informações da pesquisa devem constar no relatório de atividades da organização?

 

Entender a aplicação estratégica que cada tipo de informação obtida por meio de uma Avaliação de Impacto pode ter para o Plano de Comunicação da organização é importante para fazer o melhor uso do aprendizado e das conclusões obtidas ao longo do estudo. A seguir, apresentamos algumas reflexões relevantes para alguns públicos de interesse.

 

A estratégia de comunicação com investidores ou potenciais investidores é uma das mais utilizadas a partir dos estudos de Avaliação de Impacto. Uma mensuração objetiva a respeito da transformação social oriunda de um Programa ou índices de retorno sobre o investimento são supostamente maneiras de fazer um investidor se sentir mais confiante de que seu recurso está sendo bem utilizado e de que a organização tem uma boa gestão sobre a iniciativa. Um erro frequente, no entanto, é apresentar indicadores numéricos de forma isolada, sem contextualizá-los em uma narrativa que explique o que é o trabalho realizado, quem é o público-alvo, como ele participa do Programa e quais são as mudanças que ele vivencia a partir de seu envolvimento com a iniciativa. Tudo isso pode ser, em seguida, ilustrado com indicadores objetivos, porém, não deixe de dar uma perspectiva geral do aspecto humano envolvido do Programa. Os números estão lá para trazer evidências, materialidade e fortalecer a sua narrativa de impacto, mas, sozinhos e sem uma boa contextualização, até os melhores indicadores podem se tornar pouco impactantes para alguém que desconhece como o Programa funciona. Lembre-se de que, na sua maioria, investidores não são especialistas na causa que a sua organização apoia. Portanto, evite termos muito técnicos e acadêmicos, que podem não ser familiares para qualquer pessoa. Por fim, com frequência, uma conversa com um potencial investidor pode não durar mais do que 30 minutos, portanto, selecione as informações mais relevantes em um material de uma ou duas páginas, e tenha à mão links para arquivos complementares, que ele possa consultar mais tarde, caso queira se aprofundar no assunto.

 

A equipe executora do Programa e parceiros implementadores, por outro lado, possuem um conhecimento aprofundado sobre o funcionamento do Programa e seus aspectos metodológicos. Para esse público, vale a pena explorar em profundidade os depoimentos de beneficiários a respeito dos aspectos positivos e pontos de melhoria. As pesquisas qualitativas oferecem extenso material para isso e as pesquisas quantitativas proporcionam boas análises a respeito dos aspectos do programa que são mais ou menos percebidos pelo público-alvo. Esses elementos são muitos ricos para que a equipe reflita sobre as oportunidades de aprimorar sua forma de atuação. Adicionalmente, é muito inspirador para a equipe envolvida na iniciativa ouvir os depoimentos dos beneficiários. Embora estejam em constante contato com eles, nem sempre a equipe tem a oportunidade de ouvir e ler relatos sobre como as pessoas se sentem impactadas e as mudanças que ocorreram em suas vidas com a mesma profundidade em que são coletadas em estudos de Avaliação de Impacto. O momento de compartilhamento dessas informações costuma ser muito gratificante e emotivo para a equipe, e os encoraja a seguir sua jornada de dedicação ao Programa e às causas nas quais acreditam.

 

Por fim, é importante considerar a estratégia de comunicação com os próprios beneficiários, que costumam participar ativamente das Avaliações de Impacto em entrevistas, grupos focais e preenchimento de questionários. Compartilhar as conclusões do estudo com eles, além de ser uma importante etapa de validação, onde a organização se certifica de que eles se reconhecem nos resultados apresentados pelo estudo, mostra consideração e apreço pelo tempo que eles investiram na pesquisa e pela abertura que tiveram ao compartilhar suas opiniões, percepções e histórias de vida. É importante ter o cuidado de planejar a melhor forma de apresentar o conteúdo do estudo com os beneficiários, levando em consideração o perfil do público. Em Avaliações de Impacto realizados pelo IDIS, por exemplo, já preparamos devolutivas sobre os resultados do estudo para crianças de 8 a 12 anos, e foi muito interessante adaptar o conteúdo para um formato e linguagem que fosse interessante e estimulante para eles. Compartilhar as conclusões do estudo com o público-alvo também mostra que a organização está atenta às suas percepções, valoriza suas opiniões e está comprometida em perseguir a evolução contínua da iniciativa ao longo do tempo, criando assim uma maior relação de transparência e confiança.

 

A Avaliação de Impacto é uma ferramenta que se desdobra em muitas aplicações estratégicas. Ajuda as organizações a repensarem o modelo operacional de seus programas, tomarem decisões sobre a continuidade ou expansão de iniciativas, obterem evidências sobre a relevância de sua atuação e fortalecerem seus esforços de captação de recursos. Além de tudo isso, é também uma valiosa ferramenta para seu plano de Comunicação: fazendo as adaptações necessárias na linguagem, enfoque e nível de detalhamento, o conteúdo desse tipo de estudo pode e deve ser compartilhado com os mais diversos públicos, gerando interesse por parte de investidores, alinhamento e inspiração para a equipe do Programa e relações de transparência e confiança junto aos beneficiários.

Por Raquel Altemani, gerente de projetos no IDIS. Este artigo foi publicado em uma versão reduzida na Folha de S. Paulo

 

A estratégia já foi utilizada por organizações como Amigos do Bem, Parceiros da Educação e Fundação Sicredi.

 

 

 

Conheça os cases do IDIS de avaliação do impacto.

#FórumIDIS | Descolonizando a Filantropia: equilibrando forças e somando saberes

A filantropia olhada a partir da perspectiva global reflete a desigualdade econômica entre países. Quem tem mais, apoia quem tem menos, e por anos o apoio financeiro veio acompanhado de imposição técnica. O movimento #ShiftThePower é um, entre muitos, que destaca os saberes locais para alavancar mudanças locais. Neste painel, convidamos Francis Kiwanga, diretor executivo da Foundation for Civil Society (Tanzânia), Neil Heslop OBE, CEO da Charities Aid Foundation (Inglaterra) e Pablo Gabriel Obregón, Presidente da Fundação Mario Santo Domingo e presidente do Conselho da Latimpacto (Colômbia) para debater o tema a partir de diferentes lugares de fala e apresentarem novos modelos para colaboração. A moderação foi feita por Naila Farouky, CEO do Fórum Árabe de Fundações (Egito).

Confira a mesa na íntegra:

“Conhecimento local devem alavancar mudanças locais”, acredita Francis Kiwanga. Ele analisou o percurso dos recursos filantrópicos internacionais, destinados em sua maioria a ações para o desenvolvimento no continente africano. De acordo com ele, recursos internacionais são inicialmente destinados a multinacionais, que fazem a gestão do recurso. Uma parte é usado para a própria gestão, outra, para questões que envolvem o continente, depois vai para as regiões, e quando chega efetivamente aos beneficiários, já é uma parcela muito pequena. Destacou também que as exigências técnicas muitas vezes são tantas que dificultam o impacto e geram um paradoxo – ao tentar se alinhar às exigências dos financiadores, algumas organizações acabam perdendo sua identidade e, ao fazer isso, são excluídas das comunidades que tentam salvar. Para que haja maior equilíbrio, defende que as vozes locais sejam ouvidas e que o planejamento seja participativo, incluindo também os beneficiários.

Outro ponto de vista foi trazido por Pablo Obregón, que defendeu que antes de pensar em equilíbrio norte-sul, os países devem voltar-se para dentro e buscar recursos junto a empresários locais e governos. “Os tempos estão mudando e há interesse em investir no desenvolvimento das comunidades locais.”. Chamou atenção às possibilidades de colaboração entre a sociedade civil e poder público, e às políticas públicas implementadas a partir desta relação. Como presidente do conselho da rede Latimpacto, comentou sobre as motivações dos investidores, que sempre perseguem o maior retorno com o menor risco, e trouxe exemplos de mecanismos de diversificação para terem ganhos ao mesmo tempo que geram impacto social e ambiental positivos. É isso o que chama de investimento para impacto. Neste sentido, tem atuado para fortalecer o ecossistema e a integração Sul-Sul e chama atenção à necessidade de investimento em capital humano.

Neil Heslop OBE, representante da Charities Aid Foundation, organização britânica dedicada à filantropia, destacou o contexto macroeconômico no qual operamos. De acordo com ele, entre 2010 e 2030 presenciaremos a mudança de uma economia de mercado para uma sociedade de mercado, alavancada por três grandes crises: a de crédito, a da Covid e a do clima. Ele coloca que valores humanos ressurgiram, iluminados pelas desigualdades fundamentais, e isso impacta empresas, comunidades e estados, que começam a reavaliar suas prioridades, alterando o fluxo do dinheiro. De acordo com Heslop, “esta é uma oportunidade para mudanças significativas em relação a um futuro justo e sustentável para todos, no mundo inteiro, com uma efetiva mudança de poder.” Também chamou atenção à importante agenda EDI – equidade, diversidade e inclusão, afirmando que as organizações filantrópicas no norte global têm o dever moral de fortalecer a representação em suas estruturas de tomada de decisão e tornar seus processos transparentes e claros o mais rápido possível. Explica que ao quebrar as estruturas de dentro para fora, aceleramos a mudança nos mecanismos de poder.

Descolonizando a Filantropia

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, oferece um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Em 2021, teve como tema ‘O Capital e a Humanidade’ e foi realizado em 22 e 23 de junho com o apoio prata da Fundação José Luiz Egydio Setúbal e apoio bronze de BNP Paribas Asset Management Brasil, Bradesco Private Bank, BTG Pactual, Mattos Filho, Movimento Bem Maior, Santander e Vale.

Forum IDIS Apoio

Solidariedade é tema de caderno especial da Folha

Na segunda-feira (19) o jornal Folha de S. Paulo publicou um caderno especial sobre Solidariedade. A temática abordada perpassa os temas da filantropia, da desigualdade, os efeitos da pandemia e a cultura de doação entre os brasileiros. A série com três artigos traz informações, dados e a opinião filantropos e membros do terceiro setor.

 

Folha Solidariedade

Brasileiro é solidário, mas ainda falta cultura de doação

No Ranking de Solidariedade, o Brasil ficou em 54º em uma colocação com 114 países. Este dado World Giving Index, ranking produzido pela Charities Aid Foundation (CAF), divulgado em 15 de junho, mostra uma melhora na posição do país na classificação, que subiu 20 posições desde o último ranking em 2019. No entanto, acredita-se que esta colocação se deu junto a onda de solidariedade ocasionada pela pandemia de Covid-19, revelando que a solidariedade entre os brasileiros é movida por situações emergenciais.

Nesta perspectiva, o primeiro artigo que compõe o caderno especial da Folha faz a seguinte provocação, a de que o “brasileiro é solidário, mas ainda falta a cultura de doação”.

Convidada para falar sobre o tema, Paula Fabiani, CEO do IDIS, acredita que esta situação se dá devido aos entraves culturais e burocráticos do país.

Segundo ela, “há aquilo de as pessoas não gostarem de falar que doam, e também falta um ambiente promotor de doação. Não há políticas públicas nesse sentido, e muitos não percebem a filantropia como uma forma de participação social”, afirma.

Para embasar seu argumento, Paula revela dados da 1ª edição Pesquisa Doação Brasil 2015. Segundo a pesquisa, dentre os doadores, a maior parte diz ajudar o combate à fome e à pobreza (aumento de 29% para 43%). A seguir, fica a ajuda a projetos ligados a crianças, cuja cifra recuou de 36% para 19%. Isso pode ser um reflexo da situação econômica do país, avalia. A segunda edição dessa pesquisa, referente a 2020, deve ser lançada ainda este ano pelo IDIS.

Para Roberta Faria do Instituto Mol, os brasileiros não enxergam o apoio ás ONGs como um ato de cidadania, o que reforça a ideia de que a cultura de doação entre os brasileiros está centrada na caridade, principalmente movida por princípios religiosos.

O que você precisa saber antes de fazer uma doação

Diante do cenário ocasionado pela crise pandêmica, o número de doações no país subiu. Mesmo diante deste aumento, ainda é necessário unir esforços para uma sociedade mais solidária. Nesse sentido, o questionamento “como saber se uma instituição é idônea ou não? ” norteia um outro artigo. Nesta publicação, a Folha reúne dicas e recomendações para se seguir na hora de fazer uma doação.

Primeiramente, é essencial verificar a existência da Instituição. As redes sociais, o site da fundação e o Mapa das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) são ferramentas importantes neste primeiro passo a ser tomado. “Se aquela instituição existe, ela está no mapa das OSCs, porque ele pega a base de dados do CNPJ”, diz a advogada Priscila Pasqualin, sócia responsável pela área de filantropia e investimento social do PLKC Advogados e conselheira fiscal do IDIS.

Em seguida, recomenda-se pedir à associação documentos que comprovem a aprovação por uma lei de incentivo, como ocorre em projetos voltados para a cultura, educação, saúde, entre outros.

Ademais, a observação de parceiros é um ponto relevante a ser levado em conta. Foi através de parcerias com empresas que a Gerando Falcões desenvolveu o modelo de gestão e transformou-se em uma rede de instituições. A avaliação de impacto realizada pelo IDIS para a Gerando Falcões é tida como exemplo nesta recomendação. Segundo o estudo, a cada R$ 1 investido nestes projetos, há retorno de R$ 3,50 em benefícios sociais. Hoje, o processo é ensinado na formação dos líderes sociais que integram o conjunto pelo qual a entidade, que nasceu em Poá (SP), expandiu sua atuação para 700 favelas em todo o país.

 

Não importa a razão, todas as formas de doação são importantes

Por fim, para falar de solidariedade, Elie Horn, Fundador do Movimento Bem Maior, trata da importância de se fazer o bem, algo que segundo ele, é a essência da solidariedade. Fazendo menção ao World Giving Index de 2019, em que o Brasil foi classificado em 74º em um ranking de 126 países, Elie chama atenção para a necessidade dos brasileiros de serem mais solidários, ainda que mediante a falta de incentivos no país. A importância está em praticar a solidariedade e divulgar seus efeitos, independentemente de quem seja, se pessoa física, empresa, sociedade civil ou governo.

“Em um país com o nível de desigualdade social que temos, é muito importante doar dinheiro. Mas tem gente que doa trabalho, doa tempo. E isso também vale muito, pois as necessidades no Brasil são imensas e diversas, e todo mundo tem alguma coisa que pode compartilhar, mesmo que seja conhecimento, força física ou amor” ressalta.

Este conteúdo reúne conhecimento, por meio da troca de saberes e traz diferentes olhares acerca da solidariedade de modo a reforçar a cultura de doação no país.

Confira na íntegra o material acessando o site da Folha.

Empresas e causas é tema do podcast ‘Aqui se Faz, Aqui se Doa’

O engajamento das empresas em causas é o assunto central do episódio especial com participação do IDIS no podcast ‘Aqui se Faz, Aqui se Doa’, realizado pelo Instituto Mol e Movimento Bem Maior. Para falar sobre o assunto, Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Roberta Faria, diretora do Instituto Mol, entrevistaram Marc Twil, jornalista e LinkedIn Top Voice.

Marc Twill podcadt

Para Marc, o envolvimento de marcas com causas “pode contribuir desde que seja legítimo”. Segundo ele, há menos tolerância contra iniciativas falsas e maior transparência e engajamento das empresa vem a partir de um despertar de consciência de funcionários.

Ainda que as marcas estejam engajadas em determinadas causas, Roberta Faria, diretora do Instituto Mol, questiona se a participação em causas “polêmicas”, como o trabalho infantil e de mudanças climáticas virão da pressão de consumidores e da população. Respondendo a pergunta, Marc Twil lembra do movimento “Black Lives Matter” nos EUA após a morte de George Floyd por um policial americano e a repercussão que o caso teve em outras causas. “Uma causa abre a porteira para outras várias causas”, acredita.

Ouça o episódio em sua plataforma preferida ou abaixo:

Ouça também o pocast da Luiza Trajano e Eduardo Gianetti.

Atuação filantrópica territorial é destaque no Valor

A filantropia comunitária em territórios é um movimento que vem ganhando espaço no país e é destaque no jornal Valor Econômico. Estas iniciativas que visam ampliar a participação individual e fomentar estratégias de longo prazo para a mudança social em territórios estão sendo aprimoradas nos últimos anos. O trabalho coordenado entre ONGs, fundações, associações de ação social, empresas e universidades se mostra muito mais eficiente na transformação social e vem demostrando grande potencial de impacto.

Para Paula Fabiani, CEO do IDIS, os esforços que envolvem o conceito mais amplo de filantropia comunitária, representam uma tendência que veio para ficar. Segundo Paula, “a sociedade entendeu que precisa de soluções integradas e locais”. “Este olhar mais sistêmico e com atuações transversais estimula o surgimento das fundações comunitárias”, ressalta.

A atuação das associações leva em conta as realidades de áreas delimitadas, levantando informações socioeconômicas, promovendo saúde, inclusão produtiva e empreendedorismo. Paula cita como exemplos desse modelo de atuação do ICom – Instituto Comunitário da Grande Florianópolis; o Instituto Comunitário Baixada Maranhense e a Tabôa, associação comunitária criada no sul da Bahia pelo fundador da Natura Guilherme Leal. Todas estas organizações fazem parte do projeto Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Confira o artigo na íntegra.

 

Ricardo Amorim faz live sobre importância das doações no Brasil

Para falar do cenário filantrópico brasileiro e desmitificar alguns conceitos sobre o ato de doar, Ricardo Amorim, economista e influencer, promoveu uma live via Instagram junto a organizações do Movimento por Uma Cultura de Doação.

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Participaram da conversa Leonardo Letelier (Fundador e CEO da SITAWI Finanças do Bem), Patrícia Lobaccaro (CEO da Mobilize Global) e Joana Mortari (Diretora da Associação Acorde e Co-Criadora do Comitê Coordenador do Movimento por uma Cultura de Doação).

Joana Mortari destacou dados da Pesquisa Doação Brasil, realizada pelo IDIS em 2015, que mostra que 87% dos doadores não acham que se deve falar sobre doação. Ricardo Amorim perguntou às três pessoas convidadas sobre as expectativas da segunda edição da pesquisa Doação Brasil que será lançada esse ano.

Também foram citados dados da pesquisa World Giving Index 2021, da Charities Aid Foundation, que faz um ranking da solidariedade ao redor do mundo. Atualmente o Brasil está na 54º posição em relação a 114 países. Patrícia Lobaccaro também trouxe a novidade desta pesquisa deste ano em que quatro países africanos estão no topo.

Ao longo da conversa, também foram abordados o valor das doações no Brasil, a confiança em organizações da sociedade civil, a motivação das doações e também os planos de incentivar a cultura de doação do Brasil.

Ao final, foram indicadas organizações para quem não sabe por onde começar a doar.

Confira na íntegra:

Pesquisa revela que crianças e jovens demandam educação de qualidade para todos

A valorização e o fortalecimento de uma cultura de doação no Brasil ocupam o centro dos propósitos do IDIS e aqui compartilhamos esta interessante iniciativa do Dia de Doar Kids, realizada pela empresa de comunicação Umbigo do Mundo.

Em sua segunda edição, a pesquisa ‘3 coisas que eu quero mudar no mundo’  ouviu 500 crianças e jovens, em todo Brasil, para entender o que pensam sobre os desafios e as oportunidades da sociedade e do planeta.

O maior destaque neste ano foi ‘melhorar a educação e o direito de estudar’, à frente em todos os rankings: no geral, por respostas e por região. Em uma análise geral, o relatório destaca que há uma preocupação explícita das novas gerações com os direitos individuais e coletivos que precisam ser garantidos e preservados. Além disso, demostra que a pandemia trouxe novos desafios que estimulam a empatia, tolerância e o amor ao próximo.

Em um comparativo com o levantamento de 2020, em 2021 o desejo por melhoria da saúde (7,3%) e acabar com a desigualdade socioeconômica (6,9%) continuam liderando as 5 primeiras posições do ranking, reforçando que a percepção de uma consciência coletiva premente na geração estudada. Outros valores como, empatia/amor, o respeito aos animais e ao meio ambiente também tiveram um advento nos indicadores. No entanto, o destaque da edição de 2021 foi a demanda por “melhorar a educação e o direito de estudar” (12,4%), estando a frente em todos os rankings.

Ranking Dia de Doar Kids

Todos os respondentes tiveram que ser devidamente autorizadas por seus responsáveis, responderam ao questionário online com análise quantitativa e qualitativa dos resultados. A maioria dos pesquisados estavam localizados na região Sudeste (83,5%), eram de escola pública (64%) e tinham entre 4 a 18 anos.

Os resultados servirão para articular soluções em materiais para escolas e professores, iniciativas para crianças e jovens, além de estudos para a sociedade.

Conheça aqui a pesquisa completa.

Brasil tem novo projeto nacional para promover a equidade racial

Associação de Promoção da Equidade Racial, com amplo apoio da sociedade civil, lança um novo programa inédito no Brasil para reduzir a desigualdade racial nas empresas

 

Foi lançado hoje o Pacto de Promoção da Equidade Racial para propor e implementar um novo Protocolo ESG Racial no Brasil, trazendo a questão racial para o centro do debate econômico brasileiro e atraindo a atenção de grandes empresas nacionais e multinacionais, assim como de importantes agentes da sociedade civil para o tema. O Pacto irá promover a adoção do novo Protocolo por empresas e investidores institucionais com o objetivo de incentivar a adoção de ações afirmativas e a realização de investimento sociais voltados à melhoria da qualidade da educação pública e a formação de profissionais negros.

O Pacto de Promoção da Equidade Racial, que será gerido pela Associação de Promoção da Equidade Racial, uma entidade privada e sem fins lucrativos, foi desenvolvido durante um ano por um grupo de mais de 140 pessoas, incluindo representantes da comunidade negra, especialistas financeiros e em ESG, acadêmicos, professores, advogados, econometristas, pesquisadores, empresários, profissionais do terceiro setor e líderes de ONGs e entidades.

O Protocolo ESG Racial é uma iniciativa inédita no mundo e de alto potencial de impacto no curto, médio e longo prazos. Propõe que as empresas trabalhem seus ambientes internos e, simultaneamente, contribuam para a transformação da realidade externa. Ou seja, que invistam na promoção da equidade racial entre seus próprios colaboradores e atuem positivamente nas comunidades nas quais estão inseridas.

O fator de mudança está no movimento das empresas de incorporarem a questão racial a parâmetros sociais, ambientais e de governança. Os critérios ESG (sigla de Environmental, Social and Governance) que já orientam investidores institucionais quanto a questões ambientais, sociais e de governança e, agora, podem também ser a base da mudança estrutural do Brasil no que tange à equidade de negros no mercado de trabalho em cargos de gestão e de liderança. Investidores e a sociedade estão exigindo das empresas um novo posicionamento com relação essa questão racial, e o projeto proporciona a essas empresas um roteiro claro do que fazer diante dessa nova demanda no Brasil.

“Após séculos de escravidão e falta de oportunidades sociais e econômicas para a população negra, a sociedade civil e as empresas brasileiras podem (e devem) atacar as consequências negativas desse problema histórico”, diz Gilberto Costa, importante profissional do mercado financeiro e que atuará como Diretor Executivo da Associação.

 

O projeto considera a relação direta entre sustentabilidade e rentabilidade, destacando que há, sim, uma demanda crescente do setor privado e, em especial, dos investidores institucionais, pela adoção de tais parâmetros. Nessa linha, pesquisas nos EUA indicam que a diversidade pode ter um expressivo efeito sobre a economia. De acordo com o estudo The allocation of talent and U.S. economic growth, 2019, produzido pela Econometrica, a inclusão de negros e mulheres nas ocupações de alta qualificação explicaria cerca de 20% a 40% do crescimento do PIB americano per capita no período compreendido entre 1960 e 2010. Além de gerar resultados financeiros de impacto, com a crescente exigência pública por posturas socialmente responsáveis nas empresas, o investimento em diversidade melhora a reputação corporativa e o relacionamento com clientes e com todos os stakeholders (públicos de interesse).

Ao promover a adoção do Protocolo por investidores institucionais, o Pacto de Promoção da Equidade Racial impulsionará a adesão voluntária de empresas interessadas em atender às demandas sociais por maior equidade racial, consciência social e transparência. Nesse sentido, contará também com regras de governança que prezam pela representatividade dos distintos stakeholders envolvidos com o tema racial e com a agenda ESG, além de contemplar no Protocolo mecanismos próprios de mensuração do equilíbrio racial (o Índice ESG de Equidade Racial – IEER), de aferição de resultados e certificação por organizações independentes.

“O que fizemos foi adaptar o Protocolo ESG para a realidade racial brasileira, que é muito diferente daquela encontrada nos países desenvolvidos.  No Brasil, com 56% da população negra, as empresas estão muito atrás na promoção da diversidade racial, principalmente quanto às suas posições de liderança. Nesse sentido, para atender à pauta ESG, não basta apenas às empresas brasileiras adotarem ações afirmativas. Há que se investir no enfrentamento do racismo institucional e, ao mesmo tempo, investir na formação de crianças e jovens negros potencializando o investimento do Estado nas redes públicas”, diz Jair Ribeiro, um dos idealizadores da iniciativa e presidente da Associação Parceiros da Educação. “Acreditamos que com maior participação da sociedade civil podemos, sim, mudar a realidade do país e promover maior equidade racial e social”, complementa.

“O momento é especialmente propício devido ao advento e a maior relevância de métricas ESG adotadas por investidores em todo o mundo, e aos recentes movimentos no mundo e no Brasil em prol da inclusão racial e contrários a episódios de violência pautados na exclusão racial”, diz o Professor Hélio Santos, Presidente do Conselho da OXFAM Brasil e que foi indicado para a presidência do Conselho da Associação. Segundo ele, o Protocolo ESG Racial será uma grande oportunidade para que as empresas desenvolvam um posicionamento e uma narrativa consistentes com essa nova cobrança da sociedade, bem como apoiem a busca por maior justiça social. “Como resultado, as empresas irão alavancar sua sustentabilidade econômica e social, além de fortemente contribuir para a mudança da realidade brasileira em apenas uma geração”, diz.

O processo de adesão é totalmente voluntário e gratuito. Os interessados assinarão um Termo de Parceria com a Associação de Promoção da Equidade Racial, manifestando interesse em adotar o novo Protocolo ESG para questões raciais no Brasil com base nas premissas do Pacto de Promoção da Equidade, e calcularão o seu respectivo Índice ESG de Equidade Racial (IEER), com o apoio de uma empresa certificadora. Esse Índice, construído por especialistas, serve para medir o desequilíbrio racial dentro das organizações em termos de renda destinada a profissionais negros, quando comparado ao percentual de negros na população economicamente ativa na região em que a empresa atua.  O Índice pode ser melhorado com a adoção de ações afirmativas e o compromisso de realizar investimentos em equidade racial dentro dos parâmetros do programa.    

Para simplificar a comunicação do tema com o grande público e investidores, foi adotado um rating, seguindo modelo amplamente reconhecido por empresas e gestoras de ativos financeiros, indo de A++ a H.

O Índice ESG de Equidade Racial (IEER) será medido em três níveis: N1, N2 e N3 – valendo o Nível 3 como referência para a respectiva empresa:

IEER_N1 – reflete a condição  atual da empresa, atribuindo maior peso à participação de negros em cargos de liderança

IEER_N2 – considera a adoção de ações afirmativas, que contemplem o recrutamento, permanência e promoção de profissionais negros, assegurando uma mudança cultural sistêmica nas empresas e

– IEER_N3 – considera o compromisso com investimentos sociais voltados à formação integral de indivíduos negros, dando preferência programas de melhoria da qualidade da educação pública e a organizações com lideranças negras já atuantes.

“Em sua concepção, o programa adotou como referência o Índice ESG de Equidade Racial (IEER). Este índice representa uma forma de medir o desequilíbrio entre brancos e negros no mercado de trabalho formal. Com o IEER, será possível avaliar, monitorar e comparar as empresas ao longo do tempo e, isto por si só, tenderá criar um incentivo, endógeno, para que elas se tornem mais comprometidas com a promoção da equidade racial”, afirma Michael França, pesquisador do Insper, membro do Grupo de Construção do Pacto e um dos criadores do índice.

“Em um mercado corporativo e financeiro que pouco tem debatido questões ambientais e de direitos humanos, é sintomático que a agenda ESG que aqui aporta tenha predominantemente uma pauta internacional e não local, focando quase que exclusivamente na questão climática e igualdade de gênero e deixando questões brasileiras de lado, como a desigualdade social e a inequidade racial. Neste sentido, a adoção do IEER não só joga um holofote ao problema expondo o tamanho do abismo racial, como também constrói soluções estimulando ações afirmativas e investimento social na temática racial no intuito de resolver em definitivo um problema histórico fundamental até então pouco combatido no mundo corporativo”, diz Fábio Alperowitch, Presidente da FAMA Investimentos e membro do Grupo de Construção do Pacto.

A alocação dos investimentos sociais em equidade racial reflete o objetivo de formar mão de obra negra qualificada ao longo de uma geração, dando preferência por intervenções que apoiem a formação integral de mão de obra negra e sua inserção no mercado de trabalho.  O Protocolo define os ranges quanto à alocação dos investimentos sociais em equidade racial por área, cabendo à gestão das empresas definir onde e como alocá-los.  Esses investimentos serão, por definição, realizados para fora da organização, respeitando as premissas sugeridas no Pacto, que estimulam projetos e programas de promoção da equidade racial através da educação, cidadania e empreendedorismo negro, o que, certamente, resultará em retorno positivo para a sociedade a curto, médio e longo prazos.

 

E exatamente por reconhecer essa ampla capacidade do Pacto de Promoção da Equidade Racial de impulsionar mudanças realmente significativas na sociedade, o Pacto Global da ONU, a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo com mais de 16 mil membros em 160 países, não apenas endossa o programa como também recomendará o protocolo de ações às empresas associadas. “O Pacto de Promoção da Equidade Racial é um poderoso instrumento para promover mudanças sociais fundamentais para o Brasil. Entendemos que estamos diante de uma excelente oportunidade para Brasil definitivamente adotar novos caminhos e estabelecer o equilíbrio racial como uma premissa básica”, diz Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global da ONU.

 

O IDIS colaborou com o planejamento e sistematização do Programa, por meio de consultoria técnica, com participação ativa para a definição de políticas para o investimento social em equidade racial e desenvolvimento do IEER, índice que norteia o Pacto.

Saiba mais em:pactopelaequidaderacial.org.br

Contexto

A desigualdade social é um dos grandes desafios da sociedade brasileira e está profundamente relacionada à questão racial, que é a problemática central desta questão. Segundo dados do IBGE, entre os 10% mais pobres da população brasileira, 78,5% são negros (pretos e pardos) e 20,8% são brancos. Já entre os 10% mais ricos, a situação se inverte: 72,9% são brancos e 24,8% são negros. A ausência de políticas afirmativas de inclusão do negro na economia, o racismo estrutural e a baixa qualidade da educação pública são apontados como fatores causais desses altos índices de desigualdade e da instabilidade social do país.

A questão da diversidade de gênero tem sido trabalhada pelas empresas ao longo dos últimos anos, com algum sucesso, porém, e principalmente no Brasil com 56% da população negra, estamos muito atrás na promoção da diversidade racial nos quadros de funcionários das empresas de capital nacional ou subsidiárias de multinacionais. Apesar de algumas empresas implantarem programas de ações afirmativas e existirem milhões de profissionais negros qualificados ainda não absorvidos pelo mercado de trabalho, grandes empresas ainda alegam dificuldade na contratação de funcionários e executivos negros para atingir um percentual equivalente à população economicamente ativa da região em que atuam.

Um dos grandes obstáculos que se apresenta para a formação de profissionais negros é a baixa qualidade da educação pública, que figura entre as piores do mundo segundo dados da OCDE. Nesse sentido, para atender à pauta ESG, não basta apenas às empresas brasileiras adotarem ações afirmativas.  No Brasil, ao contrário de outros países do hemisfério norte, há que se investir na formação de profissionais negros tecnicamente mais preparados para que as empresas possam manter, em todos os níveis hierárquicos do seu quadro de colaboradores, um retrato da população na região em que atuam.

Segundo o Pacto, a dificuldade é ainda maior nos níveis de alta gerência das empresas, com um percentual muito baixo de negros nessas funções. “Entendemos que cabe à sociedade como um todo, e não apenas do Estado, a responsabilidade de endereçar a questão da desigualdade social racial, bem como a formação de mão de obra negra. A sociedade e o momento histórico no qual vivemos exigem que indivíduos, organizações e empresas assumam uma postura protagonista de antirracismo”, diz Selma Moreira, diretora geral do Fundo Baobá e membro do Grupo de Construção do Pacto.

 

GRUPO DE CONSTRUÇÃO DO PACTO

Pessoas físicas que colaboraram diretamente na construção e revisão do Pacto:

Gilberto Costa – JP Morgan (Coordenador)
Jair Ribeiro – Parceiros da Educação (Coordenador)

 

Adriana Barbosa – PretaHub

Carlo Pereira – Pacto Global

Carolina Costa – Mauá Investimentos

Cida Bento – CEERT

Daniel Teixeira – CEERT

Eduardo Alves – PWC

Elizabeth Scheibmayr – Uzoma Diversidade, Educação e Cultura

Fabio Alperowitch – FAMA Investimentos

Fabio Coelho – Google

Felipe Insunza Groba – IDIS

Guibson Trindade (PMO)

Gustavo Wernek – Gerdau

 

Hélio Santos – Oxfam Brasil

Igor Lima – Instituto Sonho Grande

Lina Pimentel – Matos Filho Advogados

Lucas Cavalcanti – Econometrista – Índice ESG de Equidade Racial

Michael França – Econometrista – Índice ESG de Equidade Racial

Paula Jancso Fabiani – IDIS

Rachel Maia – RM Consulting

Rafael Tavares – Econometrista – Índice ESG de Equidade Racial

Ricardo Henriques – Instituto Unibanco

Selma Moreira – Fundo Baobá

Theo van der Loo – NatuScience

Thiago Amparo – Advogado

Wilson Risolia – Fundação Roberto Marinho

 

 

 

 

GRUPO DE APOIADORES E FUNDADORES DO PACTO

Pessoas físicas e jurídicas que serão convidadas para serem membros fundadores

Adriana Barbosa (PretaHub e Feira Preta) – Integrante Grupo de Trabalho; Alan Duarte (ONG Abraço Campeão); Alfredo Pinto (Bain); Ana Diniz (Inst. Península); Ana Karla (ANEPE); André Coutinho (KPMG); Andrea Alvares (Natura); Angélica Souza (PWC); Anna Helena Altenfelder (Cempec); Bete Scheibmayr (Uzoma); Caio Magri (Instituto Ethos); Carlo Pereira (Pacto Global); Carlo Pereira (Pacto Global) – Integrante Grupo de Trabalho; Carlos Ambrosio (Ambima & Avenue); Carlos Donzelli (Magalu); Carlos Magalhães (BRK); Carlos Takahashi (BlackRock); Carlos Terepins; Carolina Costa (Mauá Investimentos) – Integrante Grupo de Trabalho; Célia Parnes (Secretaria do Desenvolvimento Social – SP); Celso Athayde (Favela Holding); Celso Loducca; Celso Prudente (Universidade Federal do Mato Grosso); Christian Olgmeister (Suzano); Cláudia Costin (FGV); Claudia Sender (Gerdau, Telefonica); Daniel Funis (Farfetch); Danielle Almeida (Diasporica); David Velez (Nubank); Edson França (UNEGRO); Edu Lyra (Gerando Falcões); Eduarda Penido Dalla Vechia (Fundação Flupp); Eduardo Alves (PWC); Eduardo Guardia (BTG Asset); Eduardo Mufarej (RenovaBR); Edvaldo Vieira (Amil); Eliane Leite (Paula Sousa); Elizabeth Mac Nicol (B3); Erica Butow (Ensina Brasil); Eugenio Mattar (Localiza); Everton Rodrigues (CFA Society); Fabio Aidar (Colégio Santa Cruz); Fabio Alperowitch (Fama Investimentos) – Integrante Grupo de Trabalho; Fabio Coelho (Google); Felipe Gonzalez (Fund Lemann); Fernanda Camargo (Wright Capital Wealth Mgt); Florian Bartunek (Constellation); Frei David (Educafro); Gilberto Costa (JPM) – Integrante Grupo de Trabalho; Gilvan Bueno Costa (Financier Educação); Giovani Rocha (UPenn); Giovanni Harvey (Fundo Baobá); Glaucimar Peticov (Bradesco); Guibson Trindade (Parceiros da Educação); Guilherme Leal (Natura); Guinle Johannpeter (Gerdau); Gustavo Werneck (Gerdau); Helio Santos (Instituto Brasileiro de Diversidade); Igor Lima (ex- Inst. Sonho Grande) – Integrante Grupo de Trabalho; Isabella Marinho (Instituto Humanize); Ivanir dos Santos (CEAP-RJ); Izabela Murici (Falconi); Jackeline Busnello (Bradesco); Jair Ribeiro (Parceiros da Educação) – Integrante Grupo de Trabalho; James Gulbradsen (NCH Capital); Jan Karsten (Julius Baer); Jandaraci Araujo (Sec. Desenv. Econ. SP); Jéssica Rios (Vox Capital); João Miranda (Votorantim); Joice Toyota (Vetor); José Carlos Doherty (AMBIMA); José Junior (Afro Reggae); José Papa (Trace); José Roberto Marinho (Globo); José Vicente (Zumbi dos Palmares); Juliano Seabra (Banco Mundial); Kellen Julio (Rede Globo); Laio Santos (XP Clear); Laura Mattar (Mattos Filho); Leonardo Dutra (EY); Leonardo Letelier (Sitawi); Liliane Rocha (Kairós); Lina Pimentel e Flavia Oliveira (Mattos Filho) – Integrante Grupo de Trabalho; Luana Génot (IDBR); Luana Ozemela (Dima Consult); Luciana Ribeiro (EB – Capital); Luciene Magalhães (KPMG); Luis Sthulberger (Verde); Luisa Brasuna (Ernest Young); Luiz Fernando Figueiredo (Mauá); Luiz Maia (Brookfield); Luiz Pretti (Amcham); Luiza Hirata (Santander Asset e AMBIMA); Mandalyn Gulbrandsen (BrazilFoundation); Manuela Marquez (RDP); Marcelo Bacci (Suzano); Marcelo Billi (AMBIMA); Marcelo Lyrio; Marcelo Medeiros (Alpargatas); Marcelo Serafim (PRI); Marcelo Tragtenberg (INCT); Marcio Correia (JGP); Marco de Castro (PWC); Marco Fujihara (Fundo Baobá); Marcos Magalhães (ICE); Maria Gal; Marina Mansur (McKinsey); Mário Theodoro (UNB); Marta Pinheiro (XP Investimentos); Masao Ukon (BCG); Matt Klingerman (Escale); Maurício Columbari (PWC); Maurício Pestana (Revista Raça); Mirian Leitão; Neca Setubal (Fundação Tide Setubal); Oded Grajew (Global Compact); Osvaldo Cervi (Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros); Patricia Ellen (Secretaria do Desenvolvimento Econômico); Patrícia Lobaccaro (Mobilize Global NY); Paula Belizia (Google); Paula Fabiani (IDIS); Paulo Batista (Alicerce); Paulo Kakinoff (Gol); Paulo Veras; Pedro Rudge (Leblon Asset); Piero Minardi (Warburg Pincus ABVCAP); Preto Zezé (CUFA); Priscila Cruz (Todos pela Educação); Priscila França (Instituto Equânime); Prof Ivanir dos Santos (UFRJ); Prof. Silvio Luiz de Almeida (FGV, Duke, Inst. Luiz Gama); Rachel Maia (RM Consulting); Rachel Maia (RM Consulting); Rafael Machiaverni (Parceiros da Educação); Raquel Teixeira (SEDUC- SP); Regina Esteves (Comunitas); Renato Ejnisman (Bradesco); Renato Feder (Secretaria Estadual da Educação do Paraná); Renato Meirelles (Inst. Locomotiva); José Marcos da Silva (Deloitte); Renato Souza (PWC); Ricardo Henriques (Inst. Unibanco) – Integrante Grupo de Trabalho; Ricardo Madeira (USP); Roberto Chade (Dotz – Inst. Superação); Rodrigo Dib (Proa); Rogério Mascarenhas (McKiney); Rogerio Monaco (Todos pela Educação); Rossieli Soares (Secretaria Estadual da Educação de São Paulo); Salatiel Barbosa (Banco Regional de Brasília); Selma Moreira (Fundo Baobá) – Integrante Grupo de Trabalho; Silvio Dulinski (WEF); Sonia Quintella (Artesol / Artiz); Tatiana Figueiras (Instituto Ayrton Senna); Tereza Vernaglia (BRK); Thalita Cunha (Blend); Theo van der Loo (NatuScience) – Integrante Grupo de Trabalho; Thiago Amparo (FGV); Thiago Spercel (Machado Meyer); Thiago Thobias (Advogado); Tom Mendes (ID BR); Vanessa Dockhorn (Psicologia Dockhorn); Viviane Senna (Instituto Ayrton Senna); Vivianne Naigeborin (Arymax); Walter Schalka (Suzano); Wania Sant’Anna (IBASE); Willian Reis (Afro Reggae); Wilson Risolia (Fundação Roberto Marinho) – Integrante Grupo de Trabalho.

 

Consultores Técnicos e Jurídicos – O projeto possui importantes consultores técnicos e jurídicos, especializados em diversidade, ESG, inclusão e equidade racial como, por exemplo Fabio Garcia; Lorraine Silva; Lucas Cavalcanti; Michael França; Michelle Ratton; Odara Andrade; Sérgio Firpo; Thiago Aparo; IDIS – Instituto para Desenvolvimento do Desenvolvimento Social; Diversidade Corporativa; Uzoma Diversidade, Educação e Cultura. A consultoria jurídica societária é feita pelo escritório Matos Filho Advogados; a consultoria de Resolução ESG é feita pelo Machado e Meyer Advogados.

 

 

Filantropia global é tema no programa Matéria de Capa da TV Cultura

O World Giving Index, ranking que classifica o índice global de solidariedade, foi destaque no Matéria de Capa, programa da TV Cultura.

O programa coloca em pauta a divisão de riquezas e mostra como as pessoas mais ricas do mundo exercem a filantropia, além de mostrar o ranking dos países mais generosos do mundo. Para falar sobre este tema, o programa convida Paula Fabiani, CEO do IDIS, para comentar o índice e falar sobre a prática de doação entre os brasileiros.

Segundo Paula, “a doação é um ato de cidadania, é um ato de participação social”. Ela ressalta a importância de campanhas que apoiem e divulguem a prática da divulgação, como o  , rede com propósito de enraizar a doação como parte de nossa cultura, e o Dia de Doar, data de contraponto ao consumo que visa catalisar o apoio a organizações da sociedade civil. Além disso, alega que a falta de mobilização e incentivos de políticas públicas voltadas à prática da doação atuam como um impasse para o avanço dessa cultura de doação no país.

Confira aqui o programa 

“No Brasil não temos bons incentivos para doação, o que falta é um ambiente promotor. O governo e a sociedade civil precisam se engajar em campanhas para promover a doação, a prática da filantropia e promover o engajamento das pessoas em causas e ações”, destaca Paula.

O Ranking Global de Solidariedade faz parte de uma iniciativa da organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo IDIS. O estudo é conduzido a partir de três perguntas: você ajudou um estranho, doou dinheiro a uma organização social ou fez algum tipo de trabalho voluntário no mês passado? Nesta edição, foram incluídos os dados de 114 países, representando mais de 90% da população adulta global. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.

Acesse a pesquisa completa do World Giving index 2021 gratuitamente clicando aqui.

 

IDIS participa de evento sobre filantropia familiar na FGV Direito

No Grupo de Estudos de Empresas Familiares (GEEF) da FGV Direito SP, Paula Fabiani, CEO do IDIS, integrou um debate sobre ações filantrópicas e famílias empresárias, ou seja, filantropia familiar, junto de Marcia Setti e Priscila Pasqualin, ambas sócias do PLKC Advogados. A mediação ficou por conta de Roberta Nioac Prado, coordenadora do GEEF.

A conversa abordou não só os benefícios, mas também desafios da filantropia para famílias. Paula Fabiani destacou a necessidade do aprimoramento da cultura de doação no Brasil em comparação a outros países do mundo. “Estamos numa jornada promissora. A pandemia colaborou nesse sentido. As famílias olharam para as suas riquezas e quererem dar um maior significado em um momento tão difícil para todos nós. Afinal, perante à doença somos todos iguais”, comenta.

A CEO do IDIS também destaca o novo perfil da nova geração de filantropos “que se veem como descendentes e não ancestrais. Eles querem usar a riqueza a serviço do outro”, explica. Essa frase faz parte da publicação sobre filantropia familiar “Filantropia da Próxima Geração”, disponível aqui. Confira também mais publicações da série da Rockefeller Philanthropy Advisors, traduzidos pelo IDIS “Investimento de Impacto” e “Seu Roteiro para a Filantropia”.

Confira o evento na íntegra:

 

O Grupo de Estudos de Empresas Familiares (GEEF) da FGV Direito SP é um grupo formado por profissionais com ampla experiência em empresas familiares e famílias empresárias, e especializados em diversas áreas, tais como Direito Societário, Direito de Família e das Sucessões, Planejamento Tributário, Administração de Empresas, Economia, Psicologia, Recursos Humanos, Governança Corporativa e Governança Familiar.

 

Convidadas:

Marcia Setti: advogada especializada em Direito Societário, Organização Patrimonial e Planejamento Sucessório. Sócia do escritório PLKC, também responsável pela área de Filantropia e Investimento Social.

Paula Fabiani, economista, com MBA e cursando doutorado, é CEO do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. Aprovou duas legislações do endowment, nos âmbitos federal e estadual. Autora de livros sobre o tema.

Priscila Pasqualin, advogada especializada em Direito Societário, Tributário e contratual, com foco no Terceiro Setor e Investimento Social e de Impacto, incluindo endowment. Sócia do escritório PLKC, Autora de livros sobre o tema.

 

Moderação:

Roberta Nioac Prado, Doutora em Direito Empresarial pela Universidade de São Paulo, formada em Direito pelo Mackenzie e sócia fundadora da Legar Governança e Gestão. Foi associada e membro do Conselho de Administração e de Comitês do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). É coordenadora de livros sobre empresas familiares e famílias empresárias, autora do livro “Oferta pública de ações, obrigatória nas S.A. – tag along” e de vários artigos em revistas especializadas.

Ranking Global de Solidariedade é pauta no Podcast Contra Regra

Em entrevista ao Podcast ContraRegra, Paula Fabiani, CEO do IDIS, fala sobre o Ranking Global de Solidariedade de 2021 para tratar da generosidade em tempos de pandemia.

No episódio, Paula explica como é mensurado o ranking e traz uma análise dos destaques do índice, como a mudança que colocou os países ocidentais no topo da colocação.

Paula também comenta a colocação do Brasil no ranking, pontuando que, ainda que o país tenha subido de posição, poderíamos avançar se tivessem políticas públicas voltadas para a doação. “A política pública é um caminho importante para promover a solidariedade de um país” afirma Paula.

“O Brasil está em um caminho promissor assim como vários países em desenvolvimento que partilham de uma situação econômica semelhante à nossa”, destaca.

Além disso, foi ressaltada a influência de questões culturais e religiosas nas colocações de 2020 e também foi discutido fatores que atuam na colocação dos países da América do Sul.

O Ranking Global de Solidariedade é uma iniciativa da organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

Avaliação de impacto da Gerando Falcões realizada pelo IDIS é destaque no Valor

Ao completar 10 anos, a Gerando Falcões divulgou o resultado do retorno social de projetos da organização.

A avaliação do impacto, utilizando a abordagem SROI – Retorno Social do Investimento (Social Return On Investment) feita pelo IDIS, revelou que, a cada R$ 1 investido, R$ 3,50 são revertidos em benefícios sociais. Os resultados foram divulgados em reportagem no Valor Econômico sobre os dez anos de atuação da organização. Os projetos da Gerando Falcões avaliados foram as oficinas de esporte e cultura para crianças e adolescentes e o programa de qualificação profissional para jovens e adultos.

Edu Lyra - Gerando Falcões

Foto: @aleschneider

“A pobreza e a fome não são boas para ninguém. Um mundo melhor para os mais pobres vai ser um mundo melhor para todos” enfatiza Edu Lyra, fundador e CEO da Gerando Falcões.

Confira a matéria na íntegra 

 

Fundo Emergencial para a Saúde conquista Troféu Escolha do Leitor no “Prêmio Empreendedor Social 2020”

A iniciativa foi a mais votada entre os 30 finalistas, com mais de 159 mil votos

Desde 2005 a Folha de S.Paulo realiza, em parceria com a Fundação Schwab, o Prêmio Empreendedor Social, principal concurso de empreendedorismo socioambiental na América Latina. Em 2020, o concurso teve edição especial em resposta à Covid-19 com a escolha de 30 iniciativas de destaque no enfrentamento à pandemia, em três categorias: Ajuda Humanitária, Mitigação da Covid-19 e Legado Pós-Pandemia. Os vencedores do Prêmio, entre eles o Fundo Emergencial para a Saúde (FES), iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, Movimento Bem Maior e BSocial, foram então submetidos à votação popular.

O FES foi o grande vencedor do Troféu Escolha do Leitor, com 30% do total de votos entre os 30 finalistas. O projeto concorreu na categoria Mitigação da Covid-19, com 159.709 votos, seguido de Humanizando a Pena, Protegendo a Vida (41.367 votos) e Comitê das Favelas – Presidentes de Rua (31.853 votos). O Fundo Emergencial para a Saúde também foi vencedor em volume de doações (R$ 12.125), que serão destinadas ao Hospital Santa Marcelina, de São Paulo, um dos hospitais filantrópicos apoiados pelo Fundo e que continua atendendo a população pelo SUS.

Sobre a conquista, a CEO do IDIS, Paula Fabiani, comenta. “Em 2020 a sociedade civil mostrou sua força. Indivíduos, famílias e empresas doaram como nunca, inúmeras organizações e empreendedores responderam rapidamente aos desafios diários que se apresentaram, e salvaram vidas. É uma honra ver nosso projeto ser premiado e reconhecido pelo voto direto, mas a verdade é que todos que agiram são vencedores. Nós, enquanto sociedade, saímos fortalecidos, e isso deve ser comemorado”.

A iniciativa, uma das primeiras lançadas motivadas pela pandemia, alcançou números expressivos: captou R$ 40,4 milhões em sete meses de operação e teve 61 beneficiários, sendo 59 hospitais filantrópicos, um instituto de pesquisa e uma organização social, contribuindo para o fortalecimento do sistema público de saúde. Entre os mais de 11 mil doadores, empresas de diferentes portes e áreas de atuação, além de famílias engajadas com ações filantrópicas e a sociedade civil em geral. Os recursos arrecadados foram revertidos em equipamentos hospitalares para UTI e materiais como respiradores, testes para diagnósticos da Covid-19, máscaras, luvas, entre outros.

 

“Essa onda de solidariedade trouxe, definitivamente, o fortalecimento da cultura de colaboração no país e do trabalho em rede. Pois, o desafio de enfrentar uma pandemia mundial fez o cenário nacional da filantropia emergir com uma velocidade sequer imaginada”, afirma a diretora-executiva do Movimento Bem Maior, Carola Matarazzo.

 

Esta ação é mais um exemplo de como a colaboração entre a sociedade civil, empresas e poder público foi importante para enfrentar os efeitos da pandemia e os desafios emergenciais diante deste cenário. A forma como a pandemia se espalhou, mostrou a importância de estender os recursos para estados em situação mais vulnerável, como Pernambuco, Amazonas, Acre, Rio de Janeiro, Ceará, Minas Gerais entre outros. Em Manaus, onde a mortalidade foi elevada, quase R$1 milhão de reais foram encaminhados a dois hospitais da cidade. Santas Casas de várias partes do país também receberam recursos para enfrentar a pandemia.

 

A criação de fundos emergenciais foi grande durante a pandemia, e em 2021, um projeto de lei foi aprovado no Senado e agora tramita na Câmara para sua regulamentação. Considerando que serão mais comuns a partir de agora, as instituidoras optaram por fazer um relatório de prestação de contas diferente, compartilhando além de números, os aprendizados da experiência e dicas para a criação de outros fundos emergenciais. A publicação detalha desde como se deve fazer a escolha dos parceiros instituidores do fundo, a definição da estrutura jurídica, de gestão e governança, passando pelas campanhas de comunicação e mobilização de redes, pelas estratégias de captação de recursos até sua destinação.

 

“Participar do Fundo Emergencial foi uma oportunidade de agir no momento de necessidade do nosso país frente à pandemia. Oferecer um caminho para fazer as doações chegarem aos hospitais filantrópicos, levando recursos a linha de frente de combate ao COVID. Transparência, união, força e solidariedade foram valores que nos guiaram.”, enfatizou Maria Eugênia Duva Gullo, BSocial, cofundadora da Bsocial.

 

Ainda é possível apoiar outras iniciativas que ajudam a mitigar os impactos da pandemia com doações. No site https://empreendedorsocial2020.folha.com.br/ é possível fazer uma doação e continuar apoiando as causas.

Resultados do Fundo Emergencial para a Saúde:

  • R$ 40,4 milhões em recursos mobilizados
  • 61 instituições de 25 estados foram beneficiadas
  • 3,7 milhões de EPIs distribuídos
  • 362 mil testes para COVID-19 realizados
  • 3.621 equipamentos hospitalares adquiridos
  • Mais de 11 mil doadores, entre empresas de diferentes portes e áreas de atuação, além de famílias engajadas com ações filantrópicas e a sociedade civil em geral

 

Relatório ‘Como criar um Fundo Emergencial – a experiência e os resultados do Fundo Emergencial para a Saúde’ https://bit.ly/criarfundoemerg

#FórumIDIS: Conheça os destaques da 10ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais

Com o tema ‘O Capital e a Humanidade’, o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais reuniu 281 participantes nos 22 e 23 de junho. Foram ao todo sete horas de programação, com 49 palestrantes e especialistas, que trouxeram reflexões e experiências práticas sobre este assunto que tem ocupado o centro dos debates em diversos setores e continentes. Manifestações ao redor do mundo exigem mudanças no modelo atual, que produz inequidades e destrói os recursos naturais. Surgem movimentos como Imperative 21, campanha que pretende redefinir o capitalismo para maximizar o bem-estar compartilhado em um planeta saudável. O Fórum Econômico de Davos apontou a necessidade de um compromisso novo do capital, e a pandemia de Covid-19 explicitou o poder da colaboração entre os diversos setores e a filantropia. Foi esta a discussão proposta para esta edição e como destacou Paula Fabiani, CEO do IDIS, na abertura do evento: “O capitalismo precisa ser cheio de afetos, de vacinas, gerador de prosperidade e bem-estar, capaz de enfrentar os efeitos causados pela pandemia”.

Com o desafio de debater o tema homônimo ao evento, a plenária O Capital e a Humanidade (assista aqui) reuniu Fábio Alperowitch (fundador da Fama Investimentos e diretor do Instituto FAMA), Hugo Bethlem (cofundador e presidente do Conselho do Instituto Capitalismo Consciente), Selma Moreira (diretora executiva do Fundo Baobá) e Francine Lemos (diretora executiva do Sistema B Brasil), responsável pela moderação. A agenda ESG (Ambiental, Social e Governança), os impactos da pandemia do coronavírus e as desigualdades estavam presentes nas falas dos palestrantes. Entre os destaques, a constação de Alperowitch “Elas [as empresas] estão se perguntando se o papel delas é só vender ou envolve algo mais: cuidar dos colaboradores e do entorno sem esquecer-se que a empresa visa rendimento e lucro, e que é possível fazer isso de forma combinada”.

Já na tradicional mesa ‘Em conversa com…’, o entrevistado Jayme Garfinkel, filantropo e ex-presidente da Porto Seguro, inspirou o público ao falar sobre os projetos que desenvolve nas áreas da educação e de reinserção social de egressos do sistema prisional e afirmou: “Não me sentiria humano se eu não fizesse o bem. Se você pode fazer o bem, faça. Esse é o espírito que eu quero passar, cada um tem que fazer sua parte”. (assista aqui)

Na sessão ‘Filantropia Familiar: decisões estratégicas para deixar um legado’, com moderação de Juliana Ramalho (sócia do Mattos Filho Advogados), os palestrantes Inês Lafer (diretora do Instituto Betty e Jacob Lafer) e José Luiz Setúbal (Fundação José Luiz Egydio Setúbal) compartilharam experiências sobre as ações filantrópicas de suas famílias. Também presente na mesa o consultor e especialista em sucessão e empresas familiares Renato Bernhoeft, que ressaltou pontos de atenção na gestão de recursos para o início da filantropia desta natureza.

O painel ‘Colaboração de Impacto’ reuniu atores que, por meio de parcerias, potencializaram ações de impacto social. Como destacou Raphael Mayer, co-Fundador da Simbiose Social e do Movimento Catalyst 2030,  “O impacto colaborativo é uma realidade. A pandemia e todo cenário que estamos vivendo acelera esse processo e deixa mais escancarada as demandas e a certeza de que tanto o setor público quanto as organizações sociais e as empresas precisam agir de forma colaborativa”. Participaram também Juliana de Paula (diretora de Responsabilidade Social do BTG) e Patricia Ellen (secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo). A moderadora da mesa foi Carola Matarazzo presidente do Movimento Bem Maior.

Duas breves sessões encerraram a manhã. Na primeira, ‘Filantropia comunitária territorial: do diagnóstico local ao impacto sistêmico’, Paula Fabiani e Felipe Groba, gerente de projetos do IDIS, apresentaram o programa Transformando Territórios. Em seguida, no painel Recursos Alternativos para Fundos Patrimoniais, Renata Biselli, head de Sustainable Solutions no Santander, Lidiane Gonçalves, superintendente da Área de Estruturação de Empresas e Desinvestimento do BNDES, e Priscila Pasqualin, sócia do PLKC Advogados, conversaram sobre como recursos proveniente de multas e acordos de leniência podem ser revertidos para a sustentabilidade de causas e organizações.

O segundo dia do Fórum começou animado, com um set do DJ Alok, que também falou sobre seu recente ingresso na filantropia. A plenária seguinte, ‘Informação, Entretenimento e Ativismo: amplificando causas’ debateu sobre como produções de audiovisual podem abordar temáticas sociais relevantes. Participaram da sessão Ana Paula Brasil, gerente de Valor Social da Globo, Estela Renner, cofundadora da Maria Farinha Filmes, o ator e diretor Lázaro Ramos, Sabrina Wagon, CEO da Elo Company, e Eliane Trindade, editora na Folha de S.Paulo e responsável pela moderação.

Como foco no público corporativo, a sessão ‘Equidade racial: qual a responsabilidade das empresas?’, moderada pelo diretor executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, teve a participação de Cida Bento, co-fundadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades – CEERT, Eduardo Alves, sócio na PwC, e Gilberto Costa, diretor executivo do J.P. Morgan. A discussão abordou as mudanças sistêmicas necessárias na sociedade e nas empresas para que as oportunidades sejam equânimes para todas as pessoas.

O impacto gerado por iniciativas de empresas e organizações foi o tema central da sessão ‘Avaliação e o círculo virtuoso da sustentabilidade: meio ambiente, pessoas e economia’. Jéssica Silva Rios, sócia da VOX Capital, Olinta Cardoso, gerente executiva de Responsabilidade Social da Petrobras e Virgilio Viana, superintendente geral da Fundação Amazonas Sustentável, com moderação do gestor de Investimentos da Yunus Negócios Sociais, Luciano Gurgel, aprofundaram a reflexão sobre a temática. A fala de Olinta revela a tônica da mesa “A interdependência hoje se mostra de forma prática e a necessidade da avaliação de impacto passa a fazer parte da gestão de forma efetiva”.

Andreia Rabetim, Gerente de Articulações Intersetoriais e Voluntariado da Vale, Vivianne Naigeborin,  diretora superintendente da Fundação Arymax, Gabriella Bighetti, diretora executiva da United Way Brasil, e Wilson Poit, Diretor-Superintendente do Sebrae SP, foram os convidados para falar no painel ‘Inclusão produtiva: caminho para a redução da pobreza e da desigualdade’, com moderação de Renato Rebelo (diretor de projetos do IDIS). Durante a mesa, além de conceitos, foram apresentados projetos de inclusão produtiva como o Sobre Trilhos, da Fundação Vale, e o Redes para Inclusão Produtiva, do Sebrae SP em parceria com o IDIS.

O plenária de encerramento reuniu palestrante internacionais para debater o tema ‘Descolonizando a Filantropia: equilibrando forças e somando saberes’. Neste painel, Francis Kiwanga, diretor executivo da Foundation for Civil Society (Tanzânia), Neil Heslop OBE, CEO da Charities Aid Foundation (Inglaterra) e Pablo Gabriel Obregón, Presidente da Fundação Mario Santo Domingo e presidente do Conselho da Latimpacto (Colômbia) trouxeram pontos de vista complementares, traçando um cenário verdadeiramente global. A moderação foi feita por Naila Farouky, CEO do Fórum Árabe de Fundações (Egito). “Os tempos estão mudando e há interesse em investir no desenvolvimento das comunidades locais.”, destacou Pablo Obregón.

Ao longo da programação, os participantes também puderam conhecer 15 Empreendedores Sociais da Rede Folha, premiados em 2020 por seus projetos de combate aos efeitos da pandemia.

Confira todas as sessões em nosso canal do YouTube

Em 2021, o Fórum comemorou seu décimo aniversário. Assista aqui o vídeo onde relembrarmos temas, convidados e palestrantes que construíram esta história:

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, oferece um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Em 2021, foi realizado em 22 e 23 de junho com o apoio prata da Fundação José Luiz Egydio Setúbal e apoio bronze de BNP Paribas Asset Management Brasil, Bradesco Private Bank, BTG Pactual, Mattos Filho, Movimento Bem Maior, Santander e Vale. Pela segunda vez, aconteceu de forma virtual para manter o distanciamento social devido à pandemia e possibilitar a participação de filantropos, investidores sociais e executivos de forma segura.

IDIS participa de podcast do BTG Pactual sobre Fundos Filantrópicos

Paula Fabiani, CEO do IDIS, participou do podcast “Papo de Responsa” do BTG Pactual, que destacou a importância dos Fundos Filantrópicos e Fundos Emergenciais.

Junto dela também participaram Juliana de Paula, diretora de Responsabilidade Social do BTG Pactual, e Silvia Daskal, especialista em Parcerias e Mobilização de recursos na SITAWI.

Fundos Filantropicos BTG Pactual

Para acelerar essa agenda dos fundos patrimoniais no Brasil, Paula Fabiani acredita que se deve discutir o que é governança. “Acredito que as organizações ainda precisam se estruturar melhor em questões de governança. Quem toma decisões, como funciona um conselho fiscal do fundo filantrópico e muito mais”, explica.

Ouça o episódio:

Veja também: Evento do BTG Pactual aborda filantropia e cultura de doação

IDIS e Latimpacto trazem para o Brasil discussão sobre inovação social e investimento para impacto

Com o objetivo de disseminar o conceito de investimento para impacto no Brasil e ampliar sua aplicação, a primeira atividade da parceria entre entre o IDIS e a Latimpacto, foi o café da manhã virtual Brasil e Portugal: inovação social e investimento de impacto, com Luis Melo. Luis é membro do conselho da EVPA, rede europeia de Venture Philanthropy, e Diretor do Programa Coesão e Integração Social da Fundação Calouste Gulbenkian, em Portugal. Ele lidera um portfólio de projetos de inovação social, investimento de impacto e social impact bonds na Fundação, com sólida experiência em investimento para impacto em Portugal e Europa.

O encontro que aconteceu no dia 1º junho e para dar as boas-vindas contou com a participação de Georgia Pessoa, CEO do Instituto Humanize e vice chair da Latimpacto, e Paula Fabiani, CEO do IDIS. Carolina Suárez, CEO da Latimpacto, participou fazendo uma breve apresentação sobre a rede e o evento foi mediado por Greta Salvi, diretora da Latimpacto no Brasil .

Paula destacou a relevância do encontro, especialmente no momento de retrocessos trazidos pela pandemia, sendo necessária a união de esforços para avançar as agendas do país. Para ela “trazer a perspectiva de Portugal é muito interessante porque é um país de muitas similaridades com o Brasil, não só da língua, mas parte da nossa cultura e da história estão junto com Portugual”, ressalta Paula.

Georgia chamou atenção ao fato de que, mesmo diante de realidades socioeconômicas e políticas distintas entre Brasil e Portugal, a promoção desta conexão para ilustrar, inspirar e adaptar a nossa realidade, é sempre um caminho interessante de se seguir.

Carolina Suarez, CEO da Latimpacto,  comentou que o objetivo da rede é fazer uma comunidade para maximizar o impacto e o desenvolvimento sustentável, fortalecendo o conhecimento e a comunidade na América Latina. “Queremos amplificar o que estamos fazendo, gerar maiores conexões, fortalecer a comunidade, fortalecer o conhecimento e profissionalizá-lo para gerar maior impacto” afirma Carolina.

Na conversa, foram abordados os caminhos e os desafios para a inovação social e investimento para impacto. O debate acerca do investimento para o desenvolvimento social é crescente e abre espaço para mecanismos alternativos de financiamento de iniciativas que transformem nossa sociedade. Uma dessas modalidades é o investimento para impacto, ou Venture Philanthropy, uma abordagem de investimento que prioriza o impacto social e ambiental sobre o retorno financeiro.

Luis de Melo Jeromino da Fundação Calouste Gulbenkian

Fundação Calouste Gulbenkian

Fundada em 1957, a Fundação Calouste Gulbenkian tem como propósito fundamental melhorar a qualidade de vida das pessoas por meio da arte, da assistência social, da ciência e da educação, sendo o fomento à inovação social e ao empreendedorismo eixos transversais de sua atuação. Luis trouxe um panorama dos percursos da Fundação.

A partir de 2013, a Fundação passa a também avaliar a inovação no financiamento de projetos, e é então que se aproxima da abordagem da Venture Philanthropy e começa a fomentar a criação de um ecossistema de impacto em Portugal.

Luis explicou que para acessar o investimento alternativos, além dos recursos públicos e aqueles provenientes da filantropia mais tradicional, empreendedores devem conjugar três elementos para maximizar o seu potencial de impacto: capital, competências e dados.

Capital: empreendedores precisam ter acesso a instrumentos de financiamento adequados e suficientes para as necessidades dos projetos e das organizações.

Nesta categoria, ele aponta: “há um duplo desafio que é de um lado, desenvolver um grupo de financiamento que consiga captar outros tipos de investidores (impacto e retorno financeiro) e por outro lado responder aquilo que são as necessidades dos empreendedores, das organizações e dos seus projetos”

Competências: formação e capacitação para assegurar oportunidades de desenvolvimento dos empreendedores nas áreas de gestão, estratégia, finanças e comunicação.

Dados: transparência nas informações dos investimentos de impacto (desde a modulação financeira até pequenos dados) para criar confiança no mercado.

A Fundação passou a trabalhar em dois níveis para a criação do ecossistema de investimento de impacto. O primeiro, o market building, que consiste no desenvolvimento de mercado em si, com o mapeamento dos atores nacionais, o apoio à criação de uma entidade especializada, o apoio à uma resposta de financiamento público, o engajamento de outros stakeholders nacionais e o lançamento de uma base de dados de custos públicos. Deste processo, surgiu o ‘Grupo de trabalho português para o investimento social’, firmando a proximidade com o setor público, dinâmica muito relevante nesta agenda. A segunda linha de atuação foi tornar-se um market player, ou seja, ser um agente ativo este mercado. A Fundação teve que rever sua estratégia e hoje investe em 5 social impact bonds e fez um investimento relevante no primeiro fundo de capital de risco de impacto português.

Entre as lições aprendidas com a construção de um ecossistema de investimento de impacto, Luis falou sobre a importância da construção de uma visão e agenda de trabalho compartilhadas e da identificação de “champions“, que serão referências para o mercado, sendo quanto mais diversificados, melhor. Lembrou também que a adaptação ao contexto local é essencial, sendo as políticas públicas de grande ajuda para este tipo de projetos.  Além disso, assegurar os quick wins é muito importante porque podem fazer transformações concretas de impacto para transmitir mais confiança no trabalho realizado.

Veja aqui o painel na íntegra:

 

Veja também: Iniciativa Social Corporativa é tema de evento promovido pela Latimpacto junto ao IDIS

Conheça os ganhadores do Edital da Água 2021 da Mosaic Fertilizantes

No Dia Mundial dos Oceanos, celebrado no último dia 8, a Mosaic Fertilizantes e o Instituto Mosaic divulgaram a lista de projetos contemplados pelo Edital da Água 2021, que contou com o apoio técnico do IDIS. O objetivo do edital é promover ações de melhoria da gestão dos recursos hídricos nas comunidades em que a empresa atua e, para isso, foram selecionadas 15 iniciativas capazes de contribuir com o ODS 6 – água potável e saneamento.

Nessa terceira edição do Edital, foram recebidas 70 inscrições de 57 organizações da sociedade civil diferentes e de 8 universidades, demonstrando uma maior capilaridade do Edital da Água dentro do terceiro setor em relação às edições anteriores, uma grande conquista para a Mosaic Fertilizantes e para o Instituto Mosaic, que buscam também fortalecer o desenvolvimento das organizações da sociedade civil nas regiões em que atua.

As organizações inscritas passaram por um processo de validação institucional conduzida pelo IDIS e as iniciativas foram avaliadas por uma banca de especialistas na temática de recursos hídricos. O resultado foi a seleção de 15 vencedoras, que irão receber um apoio de até R$ 45 mil cada para implementarem seus projetos.

Conheça as organizações contempladas:⠀

1- Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campo Grande (MS)

2- Associação Quilombola de Patioba – Japaratuba (SE)

3- Associação Cerrado Vivo (CERVIVO) – Patrocínio (MG)

4- Associação de Turismo Rural Ecológico e Aventura de Araxá e região – Araxá (MG)

5- Engenheiros sem fronteiras – Brasil – Patos de Minas (MG)

6- Humana Brasil – Candeias (BA)

7- Universidade de Uberaba (Uniube) – Uberaba (MG)

8- Centro de Integração Social da Mulher Vida Mulher Viva – Catalão (GO)

9- UNESP – Registro (SP)

10- Associação Renovar de Tecnologia e soluções para o Agronegócio, Meio Ambiente e Topografia – Alfenas (MG)

11- Instituto Agronelli de Desenvolvimento Social – Uberaba (MG)

12- Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Conquista – APAE –Conquista (MG)

13- Instituto Consciência e Ação – Araxá (MG)

14- ONG Corrente do Bem – Tapira (MG)

15- Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Uberaba – APAE – Uberaba (MG)

Retrospectiva 10 anos do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais

Em 2021, o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais chegou à 10ª edição! Desde 2012, o Fórum realizado pelo IDIS e Global Philanthropy Forum oferece um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira.

Em 10 edições, o evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Para mapear e discutir o papel da filantropia para o desenvolvimento do Brasil, já recebemos lideranças como Ana Lúcia Villela, Ana Paula Padrão, Eduardo Giannetti, Eduardo Lyra, Guilherme Leal, Gustavo Montezano, Gilberto Carvalho, Jane Wales, Jorge Gerdau Johannpeter, Giovanni Harvey, Lester M. Salamon, Matthew Bishop, Peter Eigen, Rob Garris, Swanee Hunt, Viviane Senna, entre outros.

Para a 10ª edição do evento, preparamos uma retrospectiva com os temas, palestrantes e convidados. Assista:

 

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, oferece um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira.

Saiba mais sobre o evento em nosso site e também confira todas as sessões gravadas disponíveis aqui em nosso canal do YouTube!

Valor Econômico mostra Ranking Global de Solidariedade

O World Giving Index 2021 (WGI), estudo conduzido pela Charities Aid Foundation (CAF) foi destaque no Valor Econômico.

Conduzido desde 2009, já entrevistou mais de 1,6 milhão de pessoas e faz a cada uma delas três perguntas: você ajudou um estranho, doou dinheiro a uma organização social ou fez algum tipo de trabalho voluntário no mês passado? Nesta edição, foram incluídos os dados de 114 países, representando mais de 90% da população adulta global. Foram entrevistadas pessoas acima de 15 anos, nível de confiança da pesquisa é de 95%.

De acordo com o Ranking Global de Solidariedade de 2020, o Brasil subiu 14 posições, ficando em 54º lugar. Paula Fabiani, CEO do IDIS, conta ao Valor Econômico aspectos que poderiam ajudar a melhorar os indicadores brasileiros, particularmente no campo das doações:

“O estudo revela que vários países desenvolvidos perderam muitas posições no ano da pandemia, enquanto países em desenvolvimento se destacaram, com aumento das doações e ajuda a estranhos”, conta Fabiani.

Leia a reportagem completa clicando aqui.

WGI 2021 mostra as mudanças no mapa de doações no mundo

Pela primeira vez, 5 das principais economias ocidentais saíram do Top 10 dos países
mais generosos. Por outro lado, houve recorde no número de pessoas que ajudaram um desconhecido: mais de 3 bilhões de pessoas.

Acesse a pesquisa completa do World Giving index 2021 gratuitamente clicando aqui.

Para dados mais atualizados, acesse o World Giving Index 2022

Segundo o World Giving Index (WGI) o país mais generoso em 2021 é a Indonésia, com uma pontuação de 69, acima dos 59 na última vez em que um Índice anual foi publicado em 2018, quando também ficou em primeiro lugar. Mais de oito em cada 10 indonésios doaram dinheiro este ano e a taxa de voluntariado do país é mais de três vezes a média global. Em segundo lugar vieram o Quênia e em terceiro a Nigéria.

 

O Ranking Global de Solidariedade é uma iniciativa da organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. Conduzido desde 2009, já entrevistou mais de 1,6 milhão de pessoas e faz a cada uma delas três perguntas: você ajudou um estranho, doou dinheiro a uma organização social ou fez algum tipo de trabalho voluntário no mês passado? Nesta edição, foram incluídos os dados de 114 países, representando mais de 90% da população adulta global. Foram entrevistadas pessoas acima de 15 anos, nível de confiança da pesquisa é de 95%.

 

A pesquisa deste ano destaca o impacto do lockdown em países que por anos lideraram o ranking da generosidade:  Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Irlanda e Países Baixos tiveram todos uma queda significativa em suas pontuações. Apenas Austrália e Nova Zelândia, onde a pesquisa foi realizada nas semanas anteriores ao início da primeira onda da pandemia, mantiveram-se entre as 10 primeiras colocações.

 

Confira o gráfico dos países mais generosos do mundo. (Fonte: World Giving Index 2021)

 

Um ponto a se destacar em tempos de coronavírus, é o número recorde de pessoas que relataram que ajudaram um desconhecido em 2020. Segundo a CAF, 55% da população adulta do mundo ajudou um desconhecido no ano passado, o equivalente a mais de 3 bilhões de pessoas. Seis dos 10 países que mais se destacaram em relação a esta variável estão localizados na África.

 

Também cresceu o número de pessoas que doaram dinheiro em 2020, atingindo o maior patamar nos últimos cinco anos – 31% -, enquanto os níveis de voluntariado em 2020 permaneceram relativamente inalterados em nível global.

 

Neste ano, o Brasil ficou em 540 lugar no ranking, subindo 14 posições em relação aos dados de 2018 e 20 posições em relação a sua posição média nos últimos 10 anos.

 

Segundo Paula Fabiani, CEO do IDIS “A generosidade no mundo aumentou, em especial nas economias com pessoas em situação de maior vulnerabilidade. Este movimento de cuidar do próximo e realizar doações precisa continuar para enfrentarmos os efeitos perversos da pandemia e acelerar a melhoria do bem-estar de quem mais precisa”.

 

Para Neil Heslop, diretor executivo da CAF, o World Giving Index deste ano revela o potencial não aproveitado de apoio às organizações sociais como resultado do lockdown em todo o mundo, em especial nos países desenvolvidos.

 

Para ele, a generosidade sem dúvida salvou muitas vidas, mas para instituições sem fins lucrativos que dependem de eventos de arrecadação de fundos, de doações espontâneas em dinheiro ou de um exército de voluntários, o fechamento de economias teve um impacto profundo e será duradouro.

 

A CAF ainda destaca no relatório deste ano que ainda há um grande trabalho a ser feito para reconstruir sociedades devastadas pela perda de recursos para as organizações sociais.

DESTAQUES DA EDIÇÃO

  • Vários países subiram no índice e fizeram sua primeira aparição no top 10, incluindo Nigéria, Gana, Uganda e Kosovo – mas embora suas pontuações gerais de doações tenham aumentado um pouco, sua ascensão no Índice foi impulsionada também pelo declínio de outros países.

 

  • Comunidades em todo o mundo se mobilizaram para ajudar os cidadãos conforme a pandemia se instalou, resultando nos maiores números de ‘ajudou a um estranho’ desde que o índice foi lançado pela primeira vez em 2009.

 

  • Mais da metade (55%) dos adultos do mundo – ou 3 bilhões pessoas – relataram ajudar alguém que não conheciam em 2020. O Brasil atingiu seu recorde neste indicador, com 63% de brasileiros ajudando um estranho.

 

  • Da mesma forma, mais pessoas doaram dinheiro em 2020 do que nos últimos cinco anos (31%). O Brasil também teve o seu melhor percentual dos últimos 5 anos com 26% brasileiros doando para uma organização.

 

  • Os níveis de voluntariado em 2020 permaneceram praticamente inalterados em nível global, assim como no Brasil (15%).

 

  • O Japão ocupou o último lugar do WGI, como o país menos generoso do mundo.

 

  • No relatório especial do 10º aniversário do WGI, divulgado em 2019, os Estados Unidos da América foram o país mais generoso do mundo na década anterior e sete das 10 nações mais generosas estavam entre as mais ricas do mundo.

 

Acesse a pesquisa completa do World Giving index 2021 gratuitamente clicando aqui.

 

 

IDIS participa de evento sobre ESG junto do Instituto Capitalismo Consciente e inovabra habitat

Com o objetivo de se aprofundar no debate sobre a ESG e propor um novo olhar para a sigla, o Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB) em parceria com o inovabra habitat, ambiente de coinovação do Bradesco, promoverá um evento online e gratuito no dia 9 de junho. O conteúdo será dividido em três momentos, com duração de uma hora cada, com foco nos três temas centrais: Ecossistema Ambiental, Social e Governança. A CEO do IDIS, Paula Fabiani, participa do evento sobre Social às 15h.

A trilha que dará início ao evento é a de Governança. Na visão de Hugo Bethlem, chairman do ICCB, o termo deveria ser GSE, com Governança em primeiro lugar, para garantir a veracidade, a transparência e a sustentabilidade de todas as ações no Social e, consequentemente, no Ecossistema Ambiental. Para se aprofundar no assunto, Bethlem mediará uma conversa entre Claudinei Elias (CEO e Fundador da Bravo GRC) e Silvio Genesini (conselheiro de administração da brMalls, Anima, Grupo Algar, Hortifruti e Verzani & Sandrini).

 

“A ampliação da consciência é o primeiro passo para a construção de uma cultura mais inclusiva e de boas práticas, por isso entendemos que a governança é o ponto de partida dessa mudança. É fundamental pensar e agir sempre orientado para o propósito do negócio, não importando a circunstância e acreditar no papel em ‘servir’ os stakeholders gerando oportunidades e riqueza para todos, enquanto trabalha na maximização do retorno ao acionista. É a partir dessas ações de governança que os outros pilares se estruturam dentro das companhias”, explica Bethlem.

 

O evento também contará com outros grandes speakers que falarão sobre Social e Ecossistema Ambiental, como: Marcelo Pasquini, Superintendente Executivo responsável por Sustentabilidade Corporativa no Bradesco; Rodrigo Pipponzi, diretor executivo da MOL, uma editora de impacto social que em parceria com redes varejistas já doou mais de R$ 38 milhões a dezenas de organizações sociais; Paula Fabiani, CEO do IDIS, que tem sua trajetória marcada pela atuação nos campos da filantropia e cultura de doação; e Marcello Brito, Presidente do Conselho Diretor da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio.

 

“Ficamos felizes em viabilizar esse encontro, em especial porque o inovabra habitat pretende continuar atraindo startups que possam contribuir com inovação sustentável e expandir o portfólio de habitantes que já atuam dessa forma.  Dar um novo olhar sobre o tema e destacar a importância da construção da consciência como principal pilar para nortear práticas ESG é essencial”, destaca a head do inovabra habitat, Renata Petrovic.

 

Os interessados em acompanhar o bate-papo podem se inscrever no site, clicando aqui.

 

AGENDA

Governança – 10h às 11h

Claudinei Elias (CEO da Bravo GRC) e Silvio Genesini (conselheiro emérito do ICCB) conversarão sobre a importância da construção da consciência como principal pilar para nortear práticas ESG, com mediação de Hugo Bethlem (presidente do conselho do ICCB).

 

Social – 15h às 16h

Painel contará com a presença de Paula Fabiani (CEO do IDIS) e Rodrigo Piponzzi (diretor executivo Editora MOL), com mediação de Daniela Garcia (diretora de operações do ICCB)

 

Ecossistema Ambiental -18h às 19h

Painel contará com a presença de Marcello Brito (presidente do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio) e de Marcelo Pasquini (Superintendente Executivo de Sustentabilidade Corporativa no Bradesco), com mediação de Dario Neto (diretor geral do ICCB).

 

Inscreva-se, clicando aqui.

Confira as sessões abertas do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais de 2021

Com o tema ‘O Capital e a Humanidade’, a 10º edição do tradicional evento realizado pelo IDIS acontece nos dias 22 e 23 de junho, em formato online. Entre os mais de 30 palestrantes confirmados até o momento, destacam-se nomes como Jayme Garfinkel, filantropo e ex-presidente da Porto Seguro, Jéssica Silva Rios, sócia da VOX Capital, Ricardo Henriques, diretor executivo do Instituto Unibanco, a egípcia Naila Farouky, CEO do Fórum Árabe de Fundações e o ator e diretor Lázaro Ramos. O DJ Alok também fará uma participação especial, recepcionando os convidados com um set feito para o evento e falando sobre seu recente ingresso ao mundo da filantropia. A programação completa está disponível em www.idis.org.br/forum.

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é um evento exclusivo para convidados, mas novamente transmitirá ao vivo duas sessões no canal do IDIS no YouTube, abertas a todos que quiserem acompanhar em tempo real e enviar perguntas aos palestrantes. Destacamos aqui as informações sobre cada uma delas:

 

22 de junho, das 9h às 10h10

Abertura do Fórum e plenária ‘O Capital e a Humanidade’

 

Este tema tem ocupado o centro dos debates em diversos setores e continentes. O Fórum Econômico de Davos aponta a necessidade de um compromisso novo do capital. A pandemia expôs as grandes desigualdades entre países e o setor privado terá uma grande responsabilidade em mudar este cenário. Surgem movimentos como Imperative 21, campanha que pretende redefinir o capitalismo para maximizar o bem-estar compartilhado em um planeta saudável. Decisões de investimentos passam a levar em consideração os critérios ESG e Fundos Patrimoniais são criados como mecanismo de sustentabilidade para organizações e causas¬ A sociedade civil está em ebulição e manifestações ao redor do mundo exigem mudanças do modelo que produz inequidades e o modelo de endowments para financiar a agenda socioambiental.

Para falar dessas transformações, convidamos:

Fábio Alperowitch, fundador da FAMA Investimentos e diretor do Instituto FAMA
Hugo Bethlem, cofundador e presidente do Conselho do Instituto Capitalismo Consciente.
Selma Moreira, Diretora Executiva no Baobá – Fundo para Equidade Racial, primeiro e único fundo dedicado, exclusivamente, à promoção da equidade racial para a população negra no Brasil.
Moderação: Francine Lemos, diretora executiva do Sistema B Brasil.

 

23 de junho, das 9h às 10h (com abertura do DJ Alok)

Informação, Entretenimento e Ativismo: amplificando causas.

 

Tendo em vista o crescente espaço ocupado na grande mídia por pautas relacionadas à filantropia e à cultura de doação, o “Social Impact Entertainment” emerge como estilo que leva, para os momentos de lazer, reflexões sociais. O ativismo é impulsionado por meio das mídias digitais. Tudo isso em um cenário de crescente desinformação e ameaça às instituições democráticas, o que nos leva a questionar: Como navegar neste cenário e ‘surfar’ nas ondas certas, que potencializam o impacto das ações da sociedade civil? Para responder a esta pergunta, a mesa contará com:

 

Ana Paula Brasil, gerente de Valor Social da Globo
Estela Renner, cofundadora da Maria Farinha Filmes.
Lázaro Ramos, ator e diretor de cinema
Sabrina Wagon, cofundadora e CEO da ELO Company
Moderação: Eliane Trindade, editora do Prêmio Empreendedor Social da Folha de S.Paulo.

 

Não fique de fora! Inscreva-se no canal do IDIS e ative as notificações para não perder as sessões abertas do evento.

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é uma iniciativa conjunta do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, da Charities Aid Foundation e do Global Philanthropy Forum.

IDIS e Instituto ACP lançam último módulo do Guia sobre gestão de pessoas no Terceiro Setor

O Instituto ACP e o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social lançam o módulo final do Guia de Gestão de Pessoas no Terceiro Setor, abordando Clima Organizacional.

Em linhas gerais, o Clima Organizacional traduz a visão que o público interno tem da instituição onde trabalha, por isso quando bem cuidado, gera um ambiente harmonioso, sadio e estimulante, no qual as pessoas sentem-se motivadas a crescer, a produzir, a dar o seu melhor e a inovar.

Entre os temas abordados, traz modelos para capturar a percepção dos colaboradores sobre o Clima e destaca a importância da Comunicação Interna como uma ferramenta para cuidar do Clima, mostrando, por exemplo, como falar com os colaboradores no dia a dia e qual a melhor maneira de comunicar os que estão deixando a instituição. No capítulo sobre cultura organizacional, o leitor encontra dicas para identificar a cultura e os valores de sua organização.

Este projeto é uma iniciativa do Instituto ACP. “Com o objetivo de fortalecer a gestão das organizações da sociedade civil e a atuação do Terceiro Setor, uma das nossas frentes de atuação é a produção de conhecimento acessível e de qualidade. A série sobre Gestão de Pessoas é uma das nossas primeiras iniciativas nessa frente. O tema foi escolhido a partir de uma consulta às lideranças do setor” explica Erika Sanchez Saez, diretora-executiva da organização.

“Ficamos muito felizes pela execução deste projeto. Não havia nenhuma literatura organizada sobre o Gestão de Pessoas no Terceiro Setor e a recepção foi excelente – desde o primeiro módulo, lançado em novembro de 2020, tivemos mais de 1.500 downloads.” comenta Paula Fabiani, CEO do IDIS.

O Guia de Gestão de Pessoas no Terceiro Setor tem 4 módulos: ‘Formar uma Boa Equipe‘, ‘Manter uma Boa Equipe’, ‘Colocar a Casa em Ordem‘ e ‘Cuidar do Clima’. Todos podem ser baixados gratuitamente no site do IDIS: https://bit.ly/guiasgestao

 

INSTITUTO ACP

Criado em 2019, o Instituto ACP é uma organização de filantropia e investimento social que tem como missão contribuir para o fortalecimento da governança e gestão das organizações da sociedade civil no Brasil para que sejam vetores de desenvolvimento do país. 

IDIS

Fundado em 1999, o IDIS Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social é uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil e na América Latina. Com a missão de apoiar o investimento social privado para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e sustentável, facilita o engajamento de pessoas, famílias, empresas e comunidades em ações sociais estratégicas transformadoras da realidade, contribuindo para a redução das desigualdades sociais no país. Em 2020, liderou a criação do Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil.

 

Assessoria de Imprensa IDIS

4 Press – (11) 5096-0439

Ana Lucia Moretto – anamoretto@4pressnews.com.br

Leandro Andrade – leandro@4pressnews.com.br

 

Por que ter diversidade e inclusão no terceiro setor?

A sociedade civil não deve escolher as mesmas justificativas de empresas para ter espaços de trabalho diversos e inclusivos

Há mais de um ano falamos de uma só doença – a COVID-19. Há algumas décadas, as pessoas inacreditavelmente também chamavam a homossexualidade de “homossexualismo” e consideravam uma doença que precisava ser tratada. Mas em 17 de maio de 1990 ela foi extinta – a orientação sexual homoafetiva deixava de ser considerada como um distúrbio mental pela Organização Mundial da Saúde, dando lugar ao Dia Internacional de Combate à Homofobia.

Mesmo após 30 anos, ainda enfrentamos barreiras e buscamos curar o preconceito, e aqui destacamos os desafios no ambiente profissional. Em pesquisa realizada pela agência Santo Caos, 40% dos entrevistados relataram já ter sofrido discriminações em relação à orientação sexual no trabalho.

O tema da diversidade, em toda sua extensão, no terceiro setor é obrigatório. Devemos acolher e valorizar todos os gêneros, todas as orientações sexuais, todas as raças, todas as idades, todas classes sociais, as diferentes origens, aqueles que tem algum tipo de deficiência e aqueles que estão começando suas carreiras da mesma forma daqueles que já viveram muito. Afinal, como conseguiremos construir um mundo mais justo e igualitário sem olhar para opressões e violências históricas e sem discutir privilégios?

Não devemos usar justificativas de aumento de inovação, lucros ou criatividade, como é feito por empresas, pois apesar de estes serem benefícios de programas de Diversidade e Inclusão, não devem ser a motivação primária do setor social. A sociedade civil surgiu para responder ao que o primeiro e segundo setor não davam conta, seja na assistência social, defesa de minorias, animais ou do meio ambiente. É por isso que devemos incluir. É um dever das organizações sociais ter um espaço de trabalho diverso e inclusivo para catalisar o ideal de mundo pelo qual trabalhamos. Selma Moreira, diretora do Fundo Baobá e conselheira do IDIS, sintetizou essa ideia em um encontro: “Nós do terceiro setor não podemos deixar a população negra, que sofreu tanto, de fora”.

Mas, é claro, essa não é uma tarefa fácil.

Apesar de muito idealizado, organizações sociais possuem dificuldades crônicas, como financiamentos escassos para área institucional, parte essencial para um fortalecimento da gestão de pessoas. Essa acaba sendo uma justificativa comum para fazerem pouco por esta frente, mas aqui trazemos caminhos que todas podem seguir para que floresçam ambientes mais diversos inclusivos nas organizações.

Ainda que a pesquisa sobre discriminação no trabalho não tenha sido feita exclusivamente com organizações sociais, lembramos que a sociedade civil não é isenta de preconceitos ou reprodução destes. Por isso, a criação de grupos de afinidade sobre gênero, raça, etarismo e sexualidade pode ser um espaço de acolhimento e aprendizado. As lideranças devem ser sensibilizadas e engajadas. Destacar em vagas que a organização terá um olhar atento à diversidade pode atrair pessoas que não se sentiam convidadas, e divulgar estas vagas nos lugares onde elas estão também é um passo importante. Estes são alguns cuidados no dia a dia que estão ao alcance de qualquer tipo de organização. Dicas como essas estão em materiais gratuitos, como na coleção de guias de gestão de pessoas no terceiro setor, lançado pelo IDIS e Instituto ACP.

Com a exclusão da homossexualidade como doença, o movimento LGBTI+ aprendeu que há muitos outros sintomas deixados pelo preconceito ao longo de gerações. Podemos não ter a vacina para acabar com a discriminação, como já temos para a COVID-19, mas podemos tratar os sintomas de um preconceito estrutural. É preciso ainda acolher não só profissionais LGBTI+, mas também com outros marcadores sociais e criar um ambiente de trabalho inclusivo e aberto com o engajamento de toda a organização. Não para lucrar, lacrar ou evitar crises de imagem, mas para lutar por um mundo melhor e justo. É para isto que nós, do terceiro setor, trabalhamos afinal.

 

Por Alexandre Gonçalves, analista de comunicação do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

Por Paula Fabiani, CEO do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

 

O artigo foi originalmente publicado na Folha de S. Paulo.

Luiza Trajano é a convidada do podcast “Aqui Se faz Aqui se Doa”

Em mais uma participação do IDIS no podcast sobre cultura de doação “Aqui se Faz, Aqui se Doa”, Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Roberta Faria, diretora do Instituto Mol, conversam com Luiza Trajano, Presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza.

Em 2020 a pandemia gerou uma grande onda de generosidade, mobilizando empresas e indivíduos em campanhas de doações de combate à pandemia. Luiza Trajano esteve envolvida em ações contra a pandemia, como o movimento Unidos pela Vacina, e também participa do Grupo Mulheres do Brasil, movimento de empresárias que hoje reúne mais de 85 mil mulheres no pelo mundo inteiro.

“Acredito que a epidemia e essa tristeza profunda abriu essa fresta: o mundo, e os milionários do mundo, a maioria deles estão ensinando que não adianta acumular uma fortuna muito grande se tiver um país pobre. A desigualdade social bate em todo mundo”, comenta Luiza sobre o engajamento de líderes empresariais e suas empresas na pandemia.

Além disso, ela também abordou o programa de trainee só para negros do Magalu e também o papel do 3º setor na sociedade.

Essa participação especial nos mostra como a mobilização das empresas e da sociedade civil organizada podem fazer mudanças no país.

Ouça através do Spotify logo abaixo ou pelo site.


Veja também: IDIS convida Eduardo Giannetti para podcast em parceria com Instituto Mol

 

 

Oportunidade para Consultor(a) Externo(a) em Projeto de Rede de OSCs

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social está com uma oportunidade para profissional com experiência em projetos de rede junto a Organizações da Sociedade Civil (OSCs).

 

A pessoa será responsável pelo apoio na implementação das ações do projeto, envolvendo:

• Contato e interação com organizações sociais.
• Relacionamento e articulação com cliente e parceiros.
• Preparação de materiais para realização de reuniões, workshops presenciais e mentorias online.
• Apoio, condução e sistematização de reuniões, workshops presenciais e mentorias online.
• Elaboração de relatórios.
• Monitoramento, acompanhamento e análise de coletas quantitativas e qualitativas de dados.
• Zelar pela ética e valores institucionais do IDIS.

 

REQUISITOS DO CARGO

INSTRUÇÃO E EXPERIÊNCIA

Formação superior completa e experiência mínima de 3 anos em gestão de projetos e/ou projetos de fortalecimento de redes de OSCs e em relacionamento institucional com instituições e atores dos setores públicos e/ou privados.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Conhecimento teórico e experiência prévia em projetos de rede de OSCs e inclusão produtiva.
• Experiência em sistematizar e analisar informações e dados.
• Habilidade para elaborar relatórios.
• Excel e Power Point intermediário/avançado.
• Habilidades comportamentais para manter bom relacionamento com equipe e clientes, bem como com outros parceiros estratégicos do IDIS.

COMPETÊNCIAS

Iniciativa, planejamento, organização, capacidade para solucionar problemas, boa redação, capacidade analítica e bom relacionamento interpessoal.

VAGA

Tipo de contratação: PJ
Remuneração a combinar
Local de trabalho: Remoto e com disponibilidade para viajar quando a pandemia permitir.

ORIENTAÇÕES PARA PARTICIPAÇÃO NO PROCESSO SELETIVO:

Preencher o formulário disponível em bit.ly/idisvaga7_ e anexar o CV no campo indicado ao final.

O prazo para o envio do formulário é 01 de junho.

IDIS e Latimpacto firmam parceria para o avanço do Investimento para Impacto no Brasil

O desejo de alinhar investimento a desenvolvimento social é crescente e abre espaço para mecanismos alternativos de financiamento de iniciativas que transformem nossa sociedade. Uma dessas modalidades é o investimento para impacto, ou venture philanthropy, uma abordagem de investimento que prioriza o impacto social e ambiental sobre o retorno financeiro. Ele está posicionado entre a filantropia tradicional e o investimento de impacto, já que visa gerar mudanças sistêmicas, é estratégico na forma como utiliza os recursos financeiros e humanos e adota processos e práticas do setor financeiro para provocar essas mudanças. Esta é mais uma forma de identificar e desenvolver soluções inovadoras que rapidamente possam ser escaladas e replicadas por outro tipo de investidor, como instituições do setor financeiro, fundos de investimento de impacto ou investidores tradicionais que visam retorno financeiro.

 

Sobre a Latimpacto

Criada em 2020, a Latimpacto é uma rede latino-americana que mobiliza os provedores de capital social para garantir uma implementação mais eficaz dos recursos financeiros e não financeiros e, assim, gerar impacto social e ambiental positivo, sustentável e de longo prazo. Com tem equipes no Brasil, Colômbia e México, se torna uma importante parceira do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. “Para nós é uma honra oficializar essa parceria com o IDIS, uma instituição com tanta credibilidade e relevância no campo do investimento social no Brasil. A Latimpacto é uma rede que está nascendo guiada por uma abordagem muito clara que é a Venture Philanthropy, e um dos nossos objetivos principais é mobilizar diferentes tipos de investidores, como filantropos, empresas e mercado financeiro. Promovemos atividades de conhecimento e facilitamos conexões e fazer isso junto com o IDIS certamente trará bons frutos para o Brasil e América Latina.” explica Greta Gogiel Salvi, Brazil Country Director da Latimpacto.

 

A parceria

Ao compreender o ecossistema brasileiro e os aspectos socioeconômicos e desafios do país, o IDIS se torna um embaixador ativo da Latimpacto, apoiando a promoção do investimento para impacto mais estratégico no país. A parceria inclui a realização de eventos, a produção de artigos e publicações, capacitações, além da participação no Conselho da Latimpacto. “O IDIS, desde a sua fundação, tem como missão mapear e promover as novas formas de se pensar e fazer investimento social privado no país, articulando parcerias estratégicas com atores importantes do setor. A parceria com a Latimpacto reflete essa trajetória e abrirá portas para maior interlocução e acesso a novos atores e práticas do ecossistema global de impacto”, comenta Renato Rebelo, diretor de projetos do IDIS.

 

Primeira ação conjunta

A primeira atividade em conjunto será o café da manhã virtual Brasil e Portugal: inovação social e investimento de impacto, com Luis Melo, membro do conselho da EVPA, rede europeia de venture philanthropy, e Diretor do Programa Coesão e Integração Social da Fundação Calouste Gulbenkian, em Portugal. Luis lidera um portfólio de projetos de inovação social, investimento de impacto e social impact bonds na Fundação, além de sólida experiência em investimento para impacto em Portugal e Europa. O encontro será uma excelente oportunidade para aprender e se inspirar com a liderança de uma organização que está trabalhando por uma sociedade mais justa e solidária, preparando os cidadãos do futuro.

O evento conta também com o apoio do Instituto Humanize e acontecerá no dia 1º de junho, das 8:30h às 10h, em formato virtual. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas em http://bit.ly/brpt_inovsoc.

 

Veja também: IDIS e Latimpacto trazem para o Brasil discussão sobre inovação social e investimento para impacto

PL 4450 para Fundos Emergenciais Filantrópicos é aprovado no Senado e segue para a Câmara

Calamidades públicas exigem ação rápida e destinação de recursos segura. É o caso de apoio a pessoas atingidas por enchentes ou impactados pela pandemia, por exemplo. Em 2020, vimos o surgimento de inúmeros projetos com este foco como o Fundo Emergencial para Saúde Coronavírus Brasil, idealizado pelo IDIS, Movimento Bem Maior e BSocial para fortalecer o sistema público de saúde, ou o Estímulo 2020 – fundo emergencial que dá apoio financeiro e capacitação para pequenos empreendedores. Este importante mecanismo, até hoje, não era regulamentado no Brasil. O Projeto de Lei 4450, recém-aprovado pelo Senado, é um marco legal para os Fundos Emergenciais, e o projeto agora segue para a Câmara. Foram bastante ativos neste processo os idealizadores do Estímulo 2020, que levaram a pauta à Brasília e engajaram congressistas. O projeto é de autoria do Senador Antonio Anastasia (PSD-MG).

O PL reconhece a importância dos fundos emergenciais que surgiram como resposta imediata à grave crise da pandemia a ponto de criar uma lei que facilite sua instituição, com a possibilidade de uso dos incentivos fiscais atualmente em vigor. “O texto reconhece que esses fundos, temporários, podem ser a semente dos fundos patrimoniais, ao permitir que o saldo remanescente seja destinado a uma organização gestora de fundo patrimonial, que dará perenidade aos recursos e buscará medidas transformadoras a longo prazo”, aponta Paula Fabiani, CEO do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

O senador Antonio Anastasia (PSD-MG) durante a sessão de aprovação do PL 4450

O senador Antonio Anastasia (PSD-MG) durante a sessão de aprovação do PL 4450
Fonte: Agência Senado

Para entender melhor os significados do projeto de Lei, entrevistamos Priscila Pasqualin, sócia do PLKC Advogados e especialista no tema.

 

O que significa O PL 4450 E por que deve ser comemorada?

A regulamentação permite que Fundos Emergenciais Filantrópicos possam ser constituídos com rapidez e sem burocracia, para atender a situações emergenciais, permitindo o uso de incentivos fiscais.

 

Qual a diferença entre Fundos Patrimoniais Filantrópicos e Fundos Emergenciais Filantrópicos?

Eles podem ser complementares. Os Fundos Patrimoniais são criados para dar sustentabilidade de longo prazo a causas ou instituições de interesse público. E, aqueles já existentes podem criar fundos emergenciais para captar doação de propósito específico num momento de crise.

Mas, como vimos na pandemia, num momento de grave crise, a iniciativa de enfrentamento à crise surge de diversas pessoas, que podem não estar ligadas a qualquer Associação, Fundação ou Fundo Patrimonial já existente. O PL veio para permitir que essas pessoas possam criar, rapidamente e com segurança jurídica, esse tipo de fundo emergencial.

O Fundo Emergencial é essencialmente temporário, enquanto que o Fundo Patrimonial é perpétuo. O Fundo Emergencial é voltado para fazer os recursos chegarem rapidamente à ponta, podendo destinar seus recursos a pessoas físicas ou jurídicas, com ou sem fins lucrativos. O Fundo Patrimonial é voltado para dar sustentabilidade de longo prazo para causas de interesse público, destinando seus recursos a instituições públicas ou privadas, sem fins lucrativos, que destinam suas atividades ao público em geral.

 

Qual a facilidade que a regulamentação efetivamente traz para a criação de fundos emergenciais? Você acredita que com a aprovação da Lei passaremos a ter mais Fundos Emergenciais?

As pessoas envolvidas em iniciativas poderão rapidamente se organizar e criar um documento, similar a um estatuto social, que indique a finalidade do fundo, tempo de duração, e sua governança. Esse documento, assinado, deverá ser levado a registro em cartório de títulos e documentos, apenas para dar publicidade ao documento, sem toda a análise que o cartório de pessoas jurídicas faz. Esse primeiro registro será suficiente para obtenção de CNPJ e abertura de conta bancária para começar a operar. Com isso, o fundo pode ser criado de um dia para o outro, enquanto que no procedimento regular das fundações esse tempo varia de 30 a 60 dias ou mais, a depender da quantidade de exigências que o cartório irá fazer.

Essa desburocratização aliada aos incentivos fiscais previstos deve estimular a criação de Fundos Emergenciais.

Entre os principais pontos aprovados estão:

> Foi criado um tipo novo de pessoa jurídica, de natureza temporária, que nasce com o propósito de arrecadar doações e destiná-las a pessoas físicas ou jurídicas, com ou sem fins lucrativos, afetadas por fato caracterizado como calamidade pública.

> A lei prevê a forma de constituição, a governança, obrigações de transparência, e a possibilidade de uso dos incentivos fiscais já existentes, para a captação de recursos.

> A lei traz o regime tributário das instituições sem fins lucrativos para esses fundos, e cria a isenção do Imposto de Renda sobre aplicações financeiras. Importante: as associações e fundações privadas atuais também podem instituir os fundos filantrópicos emergenciais, sem criar uma nova pessoa jurídica, aplicando-se a elas a isenção do IRF e a possibilidade de uso dos incentivos fiscais. Ao final, se ainda houver recursos esses voltam a associação ou fundação, são destinadas a outras organizações congêneres ou a fundos patrimoniais.

Números, desafios e conquistas de 2020

O último ano foi inacreditável devido aos acontecimentos ao redor do mundo. No IDIS, poucas vezes trabalhamos tanto, inovamos, ousamos, investimos e acreditamos como em 2020. Com muito orgulho, trazemos em nosso Relatório de Atividades os destaques desta jornada.

IDIS em números

Reconhecimentos

Fomos reconhecidos como uma das 100 Melhores ONGs do Brasil e vencedores do Prêmio Empreendedor Social da Folha de S.Paulo, pela realização do Fundo Emergencial para a Saúde.

RELATÓRIO COMPLETO

Confira o relatório de atividades 2020 do IDIS.

 

 

 

Veja também os relatórios de anos anteriores em: www.idis.org.br/sobre-nos/relatorio-de-atividades/

Filantropia é destaque na capa da Veja

Na reportagem de capa da revista Veja, a expansão inédita da filantropia foi explorada e mostrou as movimentações de empresas em ações sociais.

A matéria destacou personalidades do setor como Neca Setubal e Edu Lyra, além de outros filantropos e representantes de empresas.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, foi uma das pessoas ouvidas pela Veja para falar sobre a situação tributária  para este setor no Brasil. “O sistema brasileiro até que é bem generoso com as empresas interessadas em investir em ações sociais”, comentou Fabiani.

Leia a reportagem completa clicando aqui.

Capital e a Humanidade é o tema do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2021

‘O Capital e a Humanidade’ é o tema transversal do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, assunto que tem ocupado o centro dos debates em diversos setores e continentes. Manifestações ao redor do mundo exigem mudanças no modelo atual, que produz inequidades e destrói os recursos naturais. Surgem movimentos como Imperative 21, campanha que pretende redefinir o capitalismo para maximizar o bem-estar compartilhado em um planeta saudável. O Fórum Econômico de Davos apontou a necessidade de um compromisso novo do capital, e a pandemia de Covid-19 explicitou o poder da colaboração entre os diversos setores e a filantropia. É esta a discussão que propomos nesta edição, que acontecerá de forma online nos dias 22 e 23 de junho, das 9h às 12h30.

Entre os palestrantes, estão Beatriz Azeredo (Globo), Carola Matarazzo (Movimento Bem Maior), Estela Renner (Maria Farinha Filmes),  Fabio Aperowitch (FAMA Investimentos), Francine Lemos (Sistema B), Francis Kiwanga (Tanzânia), Gilberto Costa (J.P. Morgan), Hugo Bethlem (Capitalismo Consciente), Jayme Garfinkel (ex-presidente da Porto Seguro), entre outros. Confira todos os palestrantes confirmados no site do Fórum.

O evento é exclusivo para convidados, mas haverá uma sessão em cada dia transmitida ao vídeo no canal do IDIS do YouTube.

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é uma iniciativa conjunta do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e do Global Philanthropy Forum (GPF) e nesta edição tem como parceiro prata a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, e parceiros bronze a BNP Paribas Asset management, o Bradesco Private Bank, o.Mattos Filho Advogados, o Movimento Bem Maior e o Santander.

 

Veja Também: #FórumIDIS: Conheça os destaques da 10ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais

Vaga de Coordenador(a) de projetos com foco em Planejamento Estratégico e Governança

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para profissionais com experiência na coordenação de projetos. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, atuamos junto a empresas, famílias, institutos, fundações e organizações da sociedade civil. Desenvolvemos projetos de impacto, geramos conhecimento ao setor e oferecemos consultoria ao investidor social e às organizações que executam projetos e programas sociais para que tomem decisões estratégicas e ampliem o impacto de suas iniciativas.

A pessoa que buscamos será responsável por implementar as atividades previstas e elaborar os estudos e análises necessários ao desenvolvimento dos projetos de consultoria do IDIS, principalmente com foco em Planejamento Estratégico do Investimento Social Privado e Governança, envolvendo:

 

▪ Planejamento e condução de entrevistas individuais presenciais e virtuais.

▪ Elaboração de Benchmarking, SWOT, Árvore de Problemas, Diagrama Espinha e Peixe, Causal Layered Analysis (CLA), Matriz de Probabilidade e Impacto, Matriz de Stakeholders, Eixos da Incerteza, Sensemaking e outras análises de apoio ao Planejamento Estratégico.

▪ Planejamento e condução de workshops participativos presenciais e virtuais.

▪ Elaboração de Mapa Estratégico por meio de metodologias como Teoria de Mudança, Canvas, Futures Thinking, Teoria U, Marco Lógico, Design Thinking, etc.

▪ Definição de indicadores de monitoramento e avaliação de processos, resultados e impacto de organizações e projetos.

▪ Facilitação e apoio a grupos de trabalho e comitês temáticos.

▪ Elaboração de Plano de Ação com base em metodologias como Smart Goals, Ciclo PDCA, 5W2H, etc.

▪ Planejamento, elaboração e condução de apresentações e capacitações presenciais e virtuais em temas relacionados a Investimento Social Privado, Responsabilidade Social Corporativa, Governança, entre outros, em Português e Inglês.

▪ Análise de informações e elaboração de conclusões e recomendações.

▪ Elaboração de relatórios e apresentações em Português e Inglês.

▪ Coordenação da equipe dedicada ao projeto.

▪ Zelar pelo cumprimento do cronograma e orçamento previstos para os projetos.

▪ Zelar pela ética e valores institucionais do IDIS.

Requisitos do Cargo:

▪ Instrução e Experiência:

▪ Formação superior completa e experiência mínima de 3 anos na coordenação de processos de Planejamento Estratégico.

▪ Inglês fluente (para elaboração de relatórios e realização de apresentações).

Conhecimentos específicos:

▪ Conhecimento teórico e experiência prévia na aplicação de metodologias de análise para diagnóstico voltado a Planejamento Estratégico.

▪  Conhecimento teórico e experiência prévia na aplicação de metodologias de Planejamento Estratégico e Plano de Ação.

▪ Habilidade para sistematizar informações.

▪ Excel e Power Point intermediário/avançado.

▪ Habilidades comportamentais para manter bom relacionamento com equipe e clientes, bem como com outros parceiros estratégicos do IDIS.

Competências:

Iniciativa, desenvoltura, planejamento, organização, gosto pelo estudo, capacidade para solucionar problemas, capacidade analítica, foco em resultados, bom relacionamento interpessoal.

Vaga:

Tipo de contratação: PJ
Remuneração a combinar
Local de trabalho: combinação de presencial (escritório na região de Pinheiros – São Paulo, quando a pandemia permitir) e remoto, com disponibilidade para viajar (quando a pandemia permitir).

Orientações para participação no processo seletivo:

Preencher este formulário (bit.ly/idisvaga6) e anexar o CV no campo indicado ao final.

O prazo final para candidaturas é 9 de maio às 23h59.

IDIS participa da segunda edição do Catalysing Change Week

Catalyst 2030, o movimento global que reúne empreendedores de impacto e ativistas sociais que estão na linha de frente para a implantação do 17 ODS, até 2030, vão promover a segunda edição do Catalysing Change Week, entre os dias 3 e 7 de maio.

A Catalysing Change Week – 2021 será composta de 85 sessões on-line, ao longo de cinco dias, permitindo a adequação do fuso horário dos participantes em quase todos os continentes. Entre os participantes e mestres de cerimônia estarão os finalistas e os vencedores do Catalyst 2030 Award, além de ativistas de diversos cantos do planeta.

Além de palestras internacionais, haverá também representantes do Brasil também estará presente. No dia 5 de maio, às 10h, Paula Fabiani, CEO do IDIS, participará da mesa Financiadores Colaborando de Forma Eficaz junto de José Luiz Egydio Setúbal (Fundação José Luiz Egydio Setúbal) e Patricia Villela Marino (Humanitas 360). O encontro será sobre como doadores podem trabalhar em colaboração no cumprimento dos ODS. Inscreva-se em: bit.ly/idischangeweek

 

Para falar sobre Economia Inclusiva: garantindo oportunidades para todos, com geração de renda, acesso e inclusão social, participarão em outra mesa Caroline Carpenedo (Gerdau), Marcelo Cardoso (Instituto Integral Brasil), David de Aquino Filho,Sergio Serapião (Labora) e Fernanda Zemel (Labora). O encontro acontecerá no dia 6 de maio às 13h30.

Onde estão as pessoas nos ODS? Será outra mesa em português com participação de Danielle Almeida (TBC), Adriana Barbosa (Insituto Feira Preta) e Mozana Amorim.

“Durante a Catalysing Chance Week – 2021, reuniremos especialistas, empreendedores de impacto, ativistas das causas sociais, representantes do legislativo e de governos para troca de experiências. Nosso objetivo é que a partir desses encontros seja possível estreitar laços e fomentar um ambiente de cooperação entre países, regiões e os mais diversos setores da sociedade,” diz Jeroo Billimoria, porta-voz e uma das cofundadoras do Movimento Catalyst.

As sessões estão divididas em três temas:

 

CONECTAR – O cerne de nossa Teoria  de Mudança prevê que atuemos como conectores entre os diversos integrantes dos ecossistemas dos quais fazemos parte. Nosso objetivo é criar um ambiente que propicie a colaboração e leve à cocriação de iniciativas destinadas a dar conta das demandas sociais, ambientais e econômicas de nosso tempo.

 

CELEBRAR – A celebração é uma forma de nos encorajar, inspirar e reenergizar sobre a relevância de nosso trabalho e o engajamento de cada um. A partir da disseminação de boas práticas e iniciativas exitosas, podemos gerar um efeito cascata positivo em outros agentes sociais interessados em arregaçar as mangas e se engajar neste trabalho.

 

ACELERAR – Ao colocarmos lado a lado stakeholders de diversos segmentos sociais, esperamos que eles acabem funcionando como indutores de mudanças em políticas sociais. Para isso não podemos abrir mão do engajamento de gestores públicos, nem de legisladores. Afinal, como destacado em diversos documentos e relatórios (Embracing Complexity, Getting from Crisis to Systems Change and New Allies), o suporte dos agentes sociais ao setor público é a chave para que consigamos implantar todas as iniciativas previstas nos 17 ODSs em nível local, nacional e global.

 

No âmbito da Catalysing Change Week – 2021 esperamos atingir seis objetivos:

 

1. Celebrar iniciativas que possam se tornar modelo de ação

2. Construir compromissos em torno de mudanças nas políticas públicas

3. Apresentar exemplos práticos de iniciativas capazes de serem replicadas

4. Trazer mais vozes ao centro do debate

5. Acelerar os esforços para o cumprimento da Agenda 2030

6. Trocar experiências entre os participantes e fortalecer nossa interação e capacidade de luta

 

A inscrição para a Catalysing Change Week – 2021 é gratuita.

Para mais informações, visite o site https://catalyst2030.net/ccwsessions/

 

Sobre o Catalyst 2030

Catalyst 2030 é um movimento global de empreendedores sociais e inovadores de diferentes setores que reuniram esforços para criar iniciativas destinadas a engajar os diversos atores da sociedade civil na implementação dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2030 (ODS).

Lançado em janeiro de 2020, durante o Fórum Econômico Mundial, o Catalyst 2030 reúne mais de 500 empreendedores sociais, cujo trabalho impacta diretamente cerca de 2 bilhões de pessoas em 180 países.

Acreditamos na força das ações coletivas como um importante instrumento para elaboração de estratégias inovadoras com o objetivo de alcançar as metas previstas nos 17 ODS, até 2030.

IDIS lança novo site e nova newsletter

Como parte do projeto da nova identidade visual do IDIS, atualizamos o nosso site e também a nossa tradicional newsletter InVista Social.

O novo site destaca o nosso tripé de atuação de Consultoria, Projetos de Impacto e Conhecimento:

Também inauguramos a seção IDIS na Mídia que mostra as principais entrevistas e referências ao nosso trabalho na imprensa.

O InVista Social, newsletter mensal do IDIS, também foi reformulada para uma melhor leitura de nossos assinantes. Caso ainda não receba, cadastre-se em no botão nas páginas do nosso site.