Conheça os destaques da edição especial do 10º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais
Dias após a 26ª Conferência do Clima da ONU, a mesa “Redes pelo clima: novos modelos de desenvolvimento para o Brasil e a Amazônia” reuniu Renata Piazzon, gerente do progama Mudanças Climáticas do Instituto Arapyaú, e Marcello Brito, presidente do Conselho Diretor da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio, com moderação de Paula Fabiani, CEO do IDIS, na edição especial do 10º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais.
Após identificar uma fragmentação nas iniciativas da Amazônia e sem resultados aparentes mesmo com investimento filantrópico na região, surgiu a Concertação pela Amazônia. “A gente viu que precisamos nos unir e fazer filantropia diferente. E também percebemos que não faríamos nada sem o setor privado, que deveria ser protagonista dessa agenda”, explica Renata Piazzon sobre a rede, criada há um ano e meio e que hoje conta com mais de 400 lideranças de diferentes setores. Destacou também que temos um desafio em termos de escala: “Vimos uma mudança no investimento filantrópico dos milhões para os bilhões, mas a mudança virá quando mobilizarmos trilhões”.
Sobre a Conferência do Clima, realizada em Glasgow, Reino Unido, que reuniu países para discussão de acordos climáticos, Piazzon compartilhou impressões do que observou nas discussões. “Na COP-26, vimos três ‘Brasis’: um era o do governo federal isolado; o Brasil da diplomacia buscando achar consensos e que fechou o acordo do artigo 6 sobre mercado de carbono; e o Brasil da sociedade, da sociedade civil, que chegou vibrante e diversa”, relata. Além disso, na temática sobre ESG, Renata conta que, ao longo das discussões da COP-26, ficou clara como estão caminhando juntas as agendas “E (Ambiental)” e “S (Social)”, da sigla em inglês ESG.
Marcello Brito, da Associação Brasileira do Agronegócio, iniciou a fala mencionando a importância do “G (Governança)” da sigla ESG. “Sem o G, não chegamos no E ou no S”. Além do cargo de liderança na ABAG, integra a Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura, rede que reúne mais de 300 participantes, desde pequenos agricultores até grandes empresas de alimentos. Segundo ele, o grupo possui visões divergentes sobre o desenvolvimento do Brasil, e que para avançar, ao invés de buscar consenso em todas as pautas, operam a partir da perspectiva do consentimento, ganhando agilidade para conter retrocessos em curso no País.
“Em 2022, qual é o projeto cidadão do Brasil?”, questiona Brito para a audiência após mencionar uma reportagem sobre a fome entre a população brasileira. Ele aponta que um Brasil novo surgirá a partir das coalizões de ideias. Se a gente não tiver um monte de gente embarcada, continuaremos perdendo”, conclui. Ainda com olhares para 2022, Renata Piazzon comenta que o Insituto Arapyaú e estas redes vão levar as agendas socioambientais para os futuros candidatos à presidência do Brasil para serem pauta eleitoral. “Acredito que esse será um papel fundamental para a filantropia no ano que vem”, ela diz.
Para saber mais sobre cada uma das sessões, leia as matérias sobre cada uma delas. A gravação de todas também está disponível no perfil IDIS_Noticias no YouTube.
O 10º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais aconteceu em 17 de novembro de 2021, no Jockey Club de São Paulo. Esta é uma realização do IDIS, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation, e esta edição teve apoio prata do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, e apoio bronze da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Sicoob, Mattos Filho Advogados e Movimento Bem Maior. Esta foi uma edição especial, que aprofundou as conversas iniciadas no evento online realizado em junho do mesmo ano (saiba mais aqui).