Filantropia científica: o que tem sido feito e o futuro da prática

“Não é possível pensar em desenvolvimento sustentável sem considerar o desenvolvimento científico”. Essa foi uma das declarações do Dr. Marcos Kisil, médico e fundado do IDIS, durante o I Seminário Internacional ‘Ciência encontra Filantropia’. Durante um dia inteiro na Universidade de São Paulo (USP), líderes de diversas áreas discutiram o cenário, exemplos, estratégias e futuro da relação entre o desenvolvimento da ciência e filantropia, tanto no Brasil quanto no cenário internacional.

O evento foi organizado pelo Gema Filantropia (Grupo de Estudos de Modelos de Apoio à Ciência) – iniciativa do IEA-USP (Instituto de Estudos Avançados da USP) -, e pela Fundação José Luiz Egydio Setúbal, com apoio do IDIS. O objetivo é estimular a colaboração entre as comunidades científicas e filantrópicas do Brasil. Líderes de universidades, institutos de pesquisa, entidades filantrópicas, agências de financiamento e autoridades governamentais de Ciência e Tecnologia e pesquisadores engajados na causa se reuniram no encontro.

Durante todo o dia, foi destacada a atual homogeneidade dos financiamentos na área da ciência, que provem principalmente setor governamental. Foi destacada a oportunidade para o setor filantrópico de colaborar nesses investimentos, dada sua independência e capacidade de experimentação e aceitação de riscos, características importantes e benéficas para o campo científico. A filantropia tem desempenhado um papel cada vez maior no apoio à ciência e à tecnologia, algo que ainda é incipiente no Brasil, mas já bem estabelecido em países como Estados Unidos, Inglaterra, Canadá e na Comunidade Europeia. O termo science philanthropy ou ‘filantropia científica’ foi criado para descrever essa tendência.

Durante a mesa ‘Discussão sobre as necessidades e propostas para um ambiente legal favorável à filantropia na ciência’, ao lado de Laís de Figueiredo Lopes, sócia da SBSA Advogados, Paula Fabiani, CEO do IDIS, enfatizou os fundos patrimoniais filantrópicos como uma alternativa estratégica de sustentabilidade financeira para o financiamento da ciência. Esses fundos, criados para receber doações destinadas a causas ou organizações específicas, permitem que os recursos recebidos permaneçam aplicados, e apenas os rendimentos sejam usados para custear a causa. Ela também apresentou um panorama da pauta dos fundos patrimoniais no legislativo, que atualmente conta com dois Projetos de Lei que propõem incentivos às doações aos fundos.

“A ciência tem um tempo próprio de maturação, exige experimentação e demanda investimento de longo prazo. Os fundos patrimoniais possibilitam que a causa possua recursos longevos, levando o tempo que for necessário”, comenta Paula.

O mecanismo dos fundos patrimoniais já é utilizado por diversas organizações científicas ao redor do mundo, como NIH Common Fund, Harvard University, The Endowment for Basic Science, e no Brasil, o próprio Fundo Patrimonial da USP, o Fundo Medicina Endowment FMUSP, entre outros.

Hélio Nogueira Cruz, membro da Faculdade de Economia e Administração da USP e ex-conselheiro do IDIS, indicou na mesa ‘Contribuições e projetos da Universidade de São Paulo no campo da filantropia científica’ que, apesar dos ganhos com o mecanismo, ainda há muito para ser feito. “A experiência dos fundos patrimoniais é recente e há um enorme espaço para sua evolução”, disse.

Reforçando a colaboração internacional e buscando inspiração em outras partes do globo, o evento também contou com a presença remota de Joseph R. Betancourt, presidente do Commonwealth Fund. A organização americana direciona os recursos de seu fundo ao apoio de pesquisas independentes de questões relacionadas à saúde, buscando promover um maior acesso e qualidade dos atendimentos, especialmente para pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica.

O Dr. Marcos Kisil participou da mesa ‘Estratégias e ações futuras para fortalecer a filantropia científica no Brasil’, destacando a importância da filantropia como apoio direto ao desenvolvimento científico. “Acho que as questões científicas começam a ter um realce maior para a sociedade no momento que você divulga que o desenvolvimento não pode acontecer por processos cíclicos, mas deve ser por um processo permanente e sustentável ao longo da história, no que a filantropia científica pode apoiar diretamente”, comenta.

Em outro momento, indicou como a filantropia é de fato uma ferramenta e plataforma poderosa, mas que pode também ser utilizada de forma equivocada por seus detentores. “Você tem filantropos que negam a ciência de tal forma, que hoje são financiadores do movimento antivacina nos Estados Unidos. Mostrando que esse poder, essa influência, essas redes de comunicação, podem ser contrárias a ciência”, diz.

Ao final do evento, houve o lançamento de seu novo livro ‘Filantropia de Risco: do desenvolvimento científico ao desenvolvimento sustentável’, que explora a necessidade do aprofundamento da relação entre filantropia e ciência no Brasil, com exemplos práticos do que já está sendo feito, e aprofundando as discussões levantadas ao longo do evento.

 

Confira a gravação completa do evento:

“Embora seja impossível prever exatamente o que vamos encontrar com uma nova ferramenta científica, devemos lembrar que a ciência não se limita aos resultados esperados: todo o processo gera conhecimentos, descobertas e aprendizados aos pesquisadores. Não se perde recurso apoiando a ciência”

(MYHRVOLD, 2000)

Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2024 destaca respostas à policrise e uso da IA

Produzido pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, o relatório apresenta desafios e inspirações para investidores sociais

Reconhecido pela produção de conhecimento, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, apresenta a terceira edição do relatório anual Perspectivas para a Filantropia no Brasil, explicitando movimentos que são importantes para o agora, que se destacam e para os quais filantropos, investidores sociais e todos aqueles que atuam neste campo devem estar atentos.

Captcha obrigatório

As oito perspectivas apresentadas são fruto de um processo coletivo, que reúne diferentes saberes dos profissionais que compõe a equipe do IDIS. O ponto de partida desta edição foi a compreensão de que os desafios que enfrentamos estão cada vez mais complexos e interconectados. Se antes era predominante uma atuação filantrópica baseada em causas especificas, em silos e caixinhas delimitadas, abre-se o olhar para respostas integradas e que contribuem para mudanças estruturantes. Não à toa, a perspectiva ‘Policrise e as respostas da filantropia’ abre o relatório.

Os crescentes compromissos públicos assumidos por empresas, que vão além do lucro e declaram ações concretas e metas de impacto, conectadas à agenda ESG, a expansão de atores ao redor do Brasil, que atuam de forma localizada, e o investimento crescente na promoção de um ambiente regulatório favorável ao nosso setor são abordados também. Proteção do meio ambiente, a questão climática, a promoção da diversidade e o combate à pobreza são causas que não poderiam ficar de fora, assim como inovações no campo da avaliação de impacto, que começa a se beneficiar do blockchain, e a adoção da Inteligência Artificial, que precisa ser encarada como realidade e não como possibilidade.

“A ação filantrópica, ao mesmo tempo que gera mudanças, responde aos desafios de seu tempo. É propositiva e resiliente. É fruto de iniciativas individuas e de criações coletivas. É inovadora, ágil e profunda. Neste projeto, buscamos apresentar uma fotografia mais nítida de nosso horizonte em 2024. É um convite à reflexão e à ação” explica Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Conheça todas as Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2024 e baixe a publicação completa:

1 – Policrise e as respostas da filantropia
Interdependência entre causas demandam soluções estratégicas e interconectadas

2 – Compromissos com o futuro
Mais do que intenções e declarações públicas: é hora de ação

3 – Brasil no centro das discussões sobre clima e meio ambiente
O protagonismo do poder público e da filantropia nesta agenda global

4 – Potência da Filantropia Regional
Iniciativas filantrópicas avançam em diferentes regiões do Brasil e endereçam desafios locais

5 – Ações para um ambiente regulatório favorável
O foco do investimento filantrópico vai além de causas específicas, beneficiando a infraestrutura do Terceiro Setor

6 – Avaliação de Impacto como aliada na Agenda ESG
A mensuração das ações relacionadas ao pilar Social traz materialidade e contribuem para narrativas de verdadeiro impacto positivo

7 – Governança e diversidade lado a lado
Diferentes origens e perspectivas fortalecem conselhos e levam a melhores decisões

8 – Inteligência Artificial: risco ou oportunidade? Realidade.
A IA veio para ficar e investimento é necessário para que o Terceiro Setor possa aproveitar seu potencial

 

Captcha obrigatório

 

IDIS participa de encontro com famílias empresárias em Recife

O IDIS esteve presente em Recife para facilitar a sessão “Impacto: como famílias empresárias podem contribuir para o desenvolvimento socioambiental no Brasil”, parte do Encontro FBN Recife. A iniciativa faz parte da agenda regional do Instituto de disseminar conhecimento e gerar debates sobre o Investimento Social Privado, Filantropia Familiar e cultura de doação em mais regiões brasileiras, para além dos locais onde já temos atuação.

Ao longo do ano de 2023, intensificamos o relacionamento com atores estratégicos de diferentes estados, buscando enriquecer com diferentes saberes a expertise que vem sendo construída pelo IDIS ao longo desses 24 anos.

O Encontro na cidade de Recife – PE, foi promovido pela Family Business Network Brasil, a maior organização de famílias empresarias do mundo que promove a sustentabilidade desses modelos de negócio. A programação total do evento foi exclusiva para empresários parte da rede, porém a sessão promovida e realizada pelo IDIS foi aberta a outras pessoas, parte do ecossistema filantrópico da região.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, facilitou uma conversa ao lado de Mariana Moura, presidente do conselho de família da Baterias Moura e vice-presidente do Grupo Conceição Moura; e Helena Brennand, membro do Conselho de sócios e presidente do Conselho de Família do Grupo Cornélio Brennand.

Na oportunidade, Paula Fabiani apresentou aos convidados um pouco do contexto de Investimento Social Privado onde destacou diferentes modelos possíveis de atuação de famílias empresárias com impacto socioambiental, além de recomendações para aqueles que querem começar na jornada filantrópica.

 

 

CEO do IDIS participa de documentário do SescTV

Paula Fabiani, CEO do IDIS, participou do documentário “Pandemia Entre Nós”, produzido pelo SescTV. O episódio intitulado “Solidariedade” explora o impacto da pandemia na sociedade brasileira com foco nas iniciativas de ajuda mútua que se multiplicaram durante esse período.

No documentário, Paula Fabiani fala sobre a importância da solidariedade em momentos de crise.

“A boa notícia (…) foi o engajamento das empresas, a gente viu doações sem precedentes. Segundo o BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo), que mede as doações das empresa, a gente tinha em 2019 R$ 2,9 bilhões de doações e, esse número foi pra R$ 5,6 bilhões em 2020 (…) vimos no ano de 2020 um engajamento das empresas incrível! Isso realmente mostrou como as empresas podem participar da solução dos nossos problemas.”, afirma.

“A segunda boa notícia, segundo a Pesquisa Doação Brasil, os mais favorecidos também se engajaram. Então, as pessoas com a renda acima de seis salários mínimos, esse número em 2015 estava em 51% de pessoas engajadas em doações para instituições, esse número subiu para 58%. Enquanto acima de oito salários mínimos foi de 55% para 59%. Ou seja, a gente tem a classe mais favorecida se engajando mais.”, finaliza.

 

Fabiani também destaca o papel da filantropia no enfrentamento da crise. “Gosto de dizer que a filantropia é algo que quando você começa a praticar é um caminho sem volta porque ele traz benefícios para o indivíduo. Ele se sente bem, sente prazer na doação. E aí isso se torna uma jornada, o que acontece é que você não necessariamente vai doando mais recursos financeiros, mas você vai tendo um engajamento maior com as causas (…) e aí isso passa ser um caminho sem volta.”

O episódio “Solidariedade” de “Pandemia Entre Nós” está disponível no SescTV. Assista aqui!

Sobre o SESCTV

O SescTV é um canal de TV por assinatura do Sesc em São Paulo. O canal apresenta uma programação variada, com filmes, séries, documentários e atrações culturais.

Fórum WINGS 2023: a transformação impulsionada pelo espírito Ubuntu

por Luisa Lima | Gerente de Comunicação do IDIS

O encontro trienal da WINGS – Worldwide Iniciatives for Grantmaker Support aconteceu em Nairobi, Quênia, em outubro. Guiados pelo tema TRANSFORMAÇÃO, participantes de 45 países refletiram sobre como destravar o potencial da filantropia. Representando o IDIS, Paula Fabiani, CEO do IDIS e membro do conselho da WINGS, e eu, Luisa Lima, responsável pela área de comunicação e conhecimento, e pela primeira vez participando do encontro. Ao todo, a delegação brasileira contou com 15 representantes.

A plenária de abertura deu tom ao evento: ‘Desafios existenciais e futuros compartilhados: redescobrindo o papel da filantropia’. A indígena brasileira e ativista Txai Suruí, compartilhou a sabedoria de seu povo – todos somos a natureza e apenas proteger não é suficiente, devemos retribuir tudo aquilo que recebemos. Disse que o futuro é ancestral – em nossas culturas há muitas das respostas que buscamos e podem ter sido perdidas ou não são valorizadas-, e a declaração foi citada por muitas pessoas ao longo do evento.

O inglês de ascendência indiana Indy Joha, usou números e dados para mostrar como não estamos nos dando conta da escala de nossos problemas, ou não queremos nos dar conta, afinal, cada um de nós é também responsável por eles. O filantropo estoniano Jaan Tallinn, destacou o papel dos negócios na filantropia e sua jornada pessoal – é o fundador do Skype, da Kazaa e do centro de estudos de Risco Existencial, na universidade de Cambridge. Em sua fala, um olhar positivo sobre o uso da inteligência artificial, que em sua opinião pode trazer grandes benefícios à sociedade se houver investimento. A jovem japonesa Rena Kawasaki contou que aos dezesseis anos foi convidada a participar do conselho de uma empresa de biotecnologia. A experiência mudou sua vida e envolver os jovens nas tomadas de decisão sobre a solução dos desafios que impactarão seu futuro se tornou sua causa. O recado foi que é possível e necessário transformar nosso modelo de desenvolvimento e que a força está quando fazemos isso juntos.

Ao longo de três dias, alguns temas se destacaram nas conversas e por vezes, foi citado o termo de origem africana, Ubuntu, que significa ‘Sou o que sou, porque somos todos nós´. Estamos todos conectados e em nossas práticas filantrópicas esse entendimento, esse pressuposto, pode guiar tudo o que fazemos. Também conectados são os desafios que devemos enfrentar – pobreza, desigualdades em geral, e de gênero e raça com suas especificidades, educação, saúde, emergências climáticas, e muitos outros, que em seu conjunto, configuram a policrise, outro tema bastante presente. Entre outros destaques, a importância do desenvolvimento de lideranças e do envolvimento da juventude, fundações comunitárias como modelo que privilegia soluções locais, a importância da decolonização da filantropia, do investimento na infraestrutura do setor e no desenvolvimento institucional e o potencial de modelos alternativos de financiamento como o blended finance ou venture philanthropy para alavancar o capital filantrópico.

Nas plenárias, destaque para um debate acerca do papel dos conselhos, tema sobre o qual há relativamente pouca reflexão, ainda que a governança seja tantas vezes citada pelas organizações.

O brasileiro Rodrigo Pipponzi, fundador do Grupo MOL, e presidente do conselho do Instituto ACP, compartilhou sua visão e a importância da clareza sobre o papel de cada uma das instâncias. Em um debate com filantropos, a indiana Vidya Shah, destacou a importância do comprometimento dos negócios com práticas sustentáveis (olhar para dentro) e a importância de investirem não só em causas, mas no desenvolvimento institucional de organizações. A austríaca Marlene Engelhorn contou sobre sua campanha para a taxação de grandes fortunas, ela própria representante de uma família bastante abastada. Em sua opinião, este é um importante ponto de partida para reduzir as desigualdades.

Entre os palestrantes e participantes, muitos representantes do continente africano, que contribuíram para que todos compreendêssemos mais as especificidades da região. Bastante dependentes do capital filantrópico internacional, houve debates sobre como esperam que esse apoio aconteça, com maior independência para criação de soluções locais, e não puramente a implementação de projetos ocidentais, que pode ser mais rápidos, mas que por vezes não envolvem as comunidades, geram externalidades e por vezes repetem uma lógica colonialista. A importância de ampliarmos o debate e a prática da filantropia baseada em confiança apareceu em muitos momentos. Como brasileira, foi particularmente especial, pois pude ver como algumas práticas e costumes são fundantes também para quem somos, trazidos há centenas de anos por homens e mulheres que foram escravizados. Me impressionou como modelos citados por africanos se parecem com os modelos das Irmandades Negras, no Brasil colônia, por exemplo.

O ambiente multicultural, diverso, com pessoas de origens tão distintas, contribuiu para a riqueza das conversas. Os espaços na programação para networking e grupos de trabalho permitiam a troca de experiências sobre temas específicos. Em uma sessão sobre a produção e uso de dados, por exemplo, compartilhamos experiências. Um participante de uma organização de direitos humanos chamou atenção de como seus dados que são coletados para proteger populações, se não são armazenados com cuidado, podem ser demandados em tempos de crises, e serem usados contra as populações que se desejava proteger. Representantes de países africanos, por sua vez, chamaram atenção sobre a dificuldade de disseminação dos achados, posto que muitos governos consideram oficiais apenas os dados produzidos por instâncias públicas. O melhor uso e análise de dados existentes foi também citado, assim como a importância de treinarmos as organizações para entenderem como ler os dados e usarem em seu favor.

A transformação é o resultado da ação de cada um de nós e a sensação é de que todos saíram energizados e imbuídos deste dever. Em linha com o tema do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2023, OUSADIA foi uma das palavras de ordem. Devemos ser mais ambiciosos e tomar riscos. É urgente agir e para isso, vamos catalisar o poder desta e de tantas outras redes, que trazem potência em sua constituição. Vamos criar o futuro que queremos!

O papel da filantropia familiar no enfrentamento de causas invisibilizadas

Por Isadora Pagy, analista de projetos do IDIS

Quando falamos de filantropia é comum pensarmos que se tratam de doações realizadas para causas como educação, saúde e combate à fome. A primeira imagem que nos vem à cabeça muitas vezes é a de crianças em situação de vulnerabilidade que precisam de ajuda. Não à toa que a causa infantil foi a que mais recebeu doações em 2022, representando 46% das doações realizadas no último ano, segundo a Pesquisa Doação Brasil 2022, coordenada pelo IDIS.

Apesar da grande importância e urgência de tais temas, outros acabam ganhando menos destaque, se tornando causas invisibilizadas, o que faz com que seja necessário termos ousadia para dar visibilidade e passar a priorizar esses temas, territórios e organizações. Ainda mais quando falamos de filantropia familiar, que tem se tornado cada vez mais estratégica, indo além de ações pontuais ou assistencialistas, tendo um grande potencial de transformação.

Tal ousadia foi o tema transversal do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2023, que aconteceu no dia 14 de setembro. Nele, foi realizada uma sessão para falar justamente sobre Filantropia familiar e o enfrentamento de causas invisibilizadas¸ contando com a presença de Ilana Minev, presidente do Conselho de Administração da Bemol, Luciana Temer, Diretora Presidente do Instituto Liberta e conselheira do Movimento Bem Maior, Philippine Vernes, Gerente Sênior de Parcerias Internacionais na CAF e, como moderador, Luciano Cerqueira, Coordenador de Projetos da Samambaia Filantropias.

Durante a conversa, Luciana Temer, que trabalha para dar visibilidade ao combate da violência sexual infantil como diretora no Instituto Liberta, comenta como muitos investidores e empresas não têm interesse em investir nesta causa por considerarem “um tema feio”, ou seja, não querem associar sua marca com a causa. Levantando também uma discussão sobre social washing e a realização de investimentos apenas em assuntos que estão “na moda”, visando a valorização da marca aos olhos do consumidor e de potenciais investidores.

Temer compara o tema com o combate à violência contra a mulher, que também não era falado, porque era considerado um assunto que deveria ser tratado dentro de casa, como o ditado que diz “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. Ela ressalta que esse pensamento deve ser combatido, e que a violência sexual infantil, assim como a violência contra a mulher, “é intrafamiliar, é silenciada, está em todas as classes sociais”.

Apesar da importância, as causas invisibilizadas são consideradas residuais e não estruturantes. Justificativa utilizada mais uma vez para não olhar com seriedade e estratégia para tais temas. O que cria um grau de dificuldade maior de engajar parceiros, sendo necessária ousadia para endereçar tais questões socioambientais.

Além da causa de Luciana Temer, ainda há outras tão invisibilizadas quanto. Ilana Minev atua com a causa socioambiental na região da Amazônia e conta sobre as adversidades e peculiaridades de se trabalhar nesta região. Ela comenta que “quando você faz sozinho, você tem uma limitação de recurso, de tempo e de engajamento”, reforçando a importância de se trabalhar de forma colaborativa, um dos pilares para sua atuação, cooperando com outras organizações que também atuam na região.

Minev ressalta outra característica específica do território, de que “a maioria das pessoas têm um olhar de helicóptero [para a Amazônia]. Olha pela copa da árvore e vê tudo verde e vê rios. Mas é necessário descer e abaixar nas raízes e olhar essas 25 milhões de pessoas que moram e que buscam prosperidade”. Falando da potência que a região traz e da importância de se trabalhar de forma aprofundada, combatendo de novo o social washing.

Quando falamos de território, Luciano Cerqueira ressalta outro obstáculo que enfrentamos no passado, que foi da visão dos financiadores e organizações internacionais para com o Brasil como um todo, não apenas em relação à Amazônia. Ele comenta como o Brasil era visto como um país rico e desigual, que possuía riqueza para financiar causas sociais, o que causou a saída de grandes financiadores internacionais, em 2004. Luciano fala como esse movimento mudou e como as organizações internacionais passaram a enxergar novas possibilidades de parceria com o Brasil, trazendo uma boa perspectiva para organizações brasileiras.

Apesar das dificuldades levantadas, existem oportunidades para a filantropia familiar se tornar cada vez mais estratégica. Philippine Vernes, representante da CAF, organização britânica centenária de filantropia, comenta sobre a questão intergeracional, a transferência de riqueza para as próximas gerações, que abre portas para novas temáticas, formas de doar e de fortalecer o terceiro setor.

Assim, é preciso focar em um fortalecimento institucional das organizações, olhando para a governança, mobilização de recursos. De forma que o investimento social privado seja potente, duradouro, colaborativo e que contribua para as diversas causas sociais e territórios do país, trazendo visibilidade para todas e todos.

Confira a sessão completa:

Fórum IDIS 2023: importância da ousadia para a evolução da filantropia

Aconteceu em setembro, em São Paulo, a 12ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. Promovido pelo IDIS, o evento busca acelerar soluções por meio das conexões e fomentar a filantropia no país.

Com o tema OUSADIA, as sessões abordaram assuntos como ESG, transformação territorial, avaliação de impacto, modelos de financiamento e muito mais. Ao longo do dia, participaram mais de 40 palestrantes brasileiros e internacionais. Entre os destaques, Armínio Fraga (filantropo e ex-presidente do Banco Central), Braulina Baniwa (diretora da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade), Eduardo Saron (presidente da Fundação Itaú), Geyze Diniz (cofundadora do Pacto Contra a Fome), Gilson Rodrigues (Presidente do G10 Favelas), Guerda Nicolas (cofundadora do Ayiti Community Trust), Jean Jereissati (CEO da AMBEV), Luciana Temer (diretora presidente do Instituto Liberta), Marcelo Klein (Diretor de Gestão de Territórios na Vale), Nivedita Narain (CEO da CAF India), Priscila Cruz (Presidente executiva do Todos pela Educação) e Roberto Sallouti (CEO e membro do conselho do BTG Pactual). Estiveram presentes 265 convidados presencialmente e 934 acompanharam a transmissão ao vivo.

Depois de uma abertura emocionante com artistas do Favela Music, a mesa de abertura ‘Ousadia: elemento transversal para ações transformadoras’ logo de cara deu o tom do evento, que ao longo da programação trouxe diferentes olhares para a necessidade de ações ousadas no Investimento Social Privado para o enfrentamento de nossos desafios socioambientais.

Em seguida, na plenária ‘Filantropia familiar: enfrentamento de causas inviabilizadas’, foram abordados exemplos de pessoas que ousam e investem seus recursos em causas, territórios e organizações negligenciadas, por vezes controversas aos olhos do grande público, e como isso ajuda no fomento da cultura de doação.

Outra mesa trouxe uma discussão sobre um assunto pouco explorado: os erros. É comum que busquemos inspiração apenas em cases de sucesso, mas a mesa ‘Errando é que se aprende: histórias de quem ousou e não acertou de primeira’ mostrou como olhar para o que não saiu como o esperado pode ser igualmente inspirador.

A programação teve ainda a participação dos vencedores de 2022 do “Prêmio Empreendedor Social” da Folha de S. Paulo e Fundação Schwab, que puderam apresentar suas iniciativas e propósitos de atuação. O painel contou com a moderação de Eliane Trindade, editora do Prêmio.

Em seguida, Sir Ronald Cohen, considerado um dos papas do Investimento de Impacto, participou por vídeo, trazendo uma mensagem inspiradora e potente sobre o que ele chama de Revolução do Impacto, estimulando todos a fazer as coisas de forma diferente e a correr riscos para gerar transformações efetivas. Confira.

Embalados pelo chamado, a mesa seguinte, ‘A ousadia da filantropia na Agenda ESG’, trouxe a perspectiva corporativa sobre o tema. Em um cenário em que a agenda ESG avança com velocidade, é importante que as empresas busquem atuar no Investimento Social Privado orientadas por visão de longo prazo e com clareza das contribuições do ISP para sua estratégia de sustentabilidade.

Encerrada a programação da manhã, os convidados participaram de um coquetel seguido de um almoço temático: cada mesa tinha um anfitrião, que propunha um tema de conversa. Os participantes puderam escolher entre 18 opções e aprofundar as reflexões sobre as mais diversas questões.

No retorno do almoço, Carla Reis, Chefe do Departamento do Complexo Industrial e de Serviços da Saúde da Área de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, apresentou o programa Juntos pela Saúde e mostrou como, por meio de um modelo de matchfunding, o Banco vem somando capital público e filantrópico para fortalecer a Saúde Pública no Norte e Nordeste do Brasil.

A entrevista da tradicional sessão ‘Em conversa com…’ foi com Armínio Fraga, filantropo, fundador da Gávea Investimentos e ex-presidente do Banco Central. Ele explicou as razões que o levaram ao caminho do Investimento Social Privado, e falou sobre os projetos com os quais está envolvido atualmente.

Depois foi a vez de Rhodris Davies, em uma aparição também por vídeo, trazer reflexões sobre Inteligência Artificial. À medida que o mundo e as organizações descobrem como a IA pode ser útil (ou não) para a sociedade, como as OSCs e financiadores, em vez de adotá-la passivamente, podem tomar a liderança em demonstrar como a IA pode ser usada para promover mudanças positivas na sociedade? Veja o vídeo.

Outro tema de debate no Fórum 2023 foi a necessidade de um olhar cuidadoso para os territórios, suas singularidades e saberes, e como isso potencializa ações em diversas temáticas, amplificando vozes silenciadas e construindo um futuro mais promissor para todos. A temática foi trabalhada com profundidade na sessão  ‘Alianças Improváveis: a ousadia na defesa de causas e territórios’.

A mesa ‘Da reportologia à gestão baseada em evidências’, por sua vez, discutiu como a crescente demanda por resultados efetivos e aprimoramento do desempenho têm impulsionado organizações a abandonar práticas tradicionais de coleta e apresentação de dados em favor de abordagens de avaliação de impacto mais dinâmicas e baseadas em evidências. Os convidados compartilharam as experiências de organizações que conseguiram realizar com sucesso essa transição.

No painel ‘Modelos de financiamento: riscos calculados para retornos transformadores’, o debate girou em torno das alternativas cada vez mais inovadoras de financiamento, mirando no impacto socioambiental.

Fechando a programação do dia, na plenária de encerramento ‘Mais que nunca, devemos ousar para combater a pobreza!’, nossos convidados, lideranças de destaque em seus setores e países, reforçaram como ações ousadas e criativas podem reduzir, de fato, as vulnerabilidades sociais e institucionais no Brasil e no mundo.

Veja as fotos da 12° edição do Fórum de Filantropos e Investidores Sociais

 

“Quando começamos a planejar este encontro, tivemos dúvidas se teríamos casos suficientes de ousadia. Conforme fomos desenhando a agenda, descobrimos histórias surpreendentes e vê-las juntas, foi muito potente”, comentou Paula Fabiani, CEO do IDIS, no encerramento do evento.

 

Confira a gravação do evento na íntegra:

realização e apoio

A realização é do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation, e apoio prata da Charles Stewart Mott Foundation; e apoio bronze da Ambev, B3 Social, BNP Paribas Asset Management, BTG Pactual, Fundação Itaú, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Sicoob, Movimento Bem Maior e Grupo RaiaDrogasil S.A. e Vale. A Alliance Magazine é a parceira de mídia.

FÓRUM BRASILEIRO DE FILANTROPOS E INVESTIDORES SOCIAIS

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Em nosso canal do YouTube estão disponíveis listas com as gravações de todas as edições. Confira!

 

Lançamento do Arquétipos da Filantropia reúne filantropos e investidores sociais

Em uma manhã de junho, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e a RPA – Rockefeller Philanthropy Advisors reuniram filantropos, membros de organizações empresariais e familiares e organizações da sociedade civil, para o lançamento do ‘Arquétipos da Filantropia: Nova Ferramenta para Análise Estratégica. A publicação aborda e analisa os principais perfis de filantropos e investidores sociais, fornecendo diretrizes para maximizar o impacto para cada tipo de organização.

O estudo é um desdobramento do projeto ‘Estrutura Filantrópica’, promovido pela Rockefeller Philanthropy Advisors em 2019 a partir de entrevistas com 75 fundações, além de dezenas de sessões de trabalho com mais de 200 financiadores, peritos e parceiros de pesquisa nos EUA, Europa, Ásia, África e América Latina.  A versão brasileira foi publicada em parceria com o IDIS, parceiro da RPA há mais de 10 anos, em prol da ampliação do investimento social privado. 

Conheça mais e baixe a publicação aqui.

Captcha obrigatório

Alinhar recursos aos objetivos para uma filantropia mais efetiva 

Melissa Berman, CEO da Rockefeller Philanthropy Advisors e uma das autoras da publicação, abriu o evento apresentando os objetivos e descobertas do estudo. Melissa explicou que a ideia surgiu após a constatação da necessidade de sistematização e renovação dos modelos existentes de filantropia, diante do surgimento de novos e crescentes desafios globais, foi necessário que o investimento social privado em todo mundo também se atualizasse para, assim, poder resolver tamanhas questões.

“Não é possível resolver problemas do século 21 com um modelo de filantropia do século 19”  

A CEO da Rockefeller explicou que os 8 arquétipos surgiram, então, com o objetivo de proporcionar um guia de planejamento estratégico para organizações, unindo as pontas entre seus objetivos finais, propósitos e recursos disponíveis.

Melissa Berman, CEO da Rockefeller Philanthropy Advisors, apresentando a publicação

Após a apresentação inicial, aconteceu um painel de discussão sobre os achados e suas implicações no setor filantrópico brasileiro. Mediado por Paula Fabiani (CEO do IDIS), a mesa contou com a participação de Cassio França (Secretário-Geral do GIFE), Thiago Piazzetta (Gerente de Projetos da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza) e Patricia Loyola (Diretora de Gestão e Investimento Social da Comunitas).

Paula Fabiani (IDIS), Thiago Piazzeta (Fundação Grupo Boticário), Cassio França (GIFE) e Melissa Berman (RPA) discutindo a publicação sob o contexto filantrópico brasileiro

Piazzetta destacou a ação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que trabalha com o apoio a organizações promotoras da conservação da biodiversidade no Brasil. O grupo foi um dos cases presentes na publicação e servem como exemplo do chamado ‘arquétipo do Catalisador de Risco’, um perfil caracterizado essencialmente por fornecer financiamento inicial, muitas vezes sem restrições, a organizações novas ou com pouco histórico comprovado. “Evitamos o financiamento de grandes organizações, optando por apoiar grupos e empresas menores e mais inovadores”, afirma Thiago.

A Fundação Grupo Boticário já financiou 1600 iniciativas não estabelecidas e inovadoras de conservação ambiental da natureza por meio de doações e outros instrumentos financeiros, incluindo um programa de aceleração de impacto ambiental para fortalecer a capacidade de investimento de impacto da comunidade empresarial. 

Cassio França acrescentou à reflexão a importância de organizações que aplicam o perfil do arquétipo do Catalisador de Riscos em suas ações para combater as desigualdades no contexto brasileiro. Segundo o secretário-geral do GIFE, o modelo garante poder a organizações verdadeiramente inovadoras e impactantes contra as problemáticas nacionais. “É uma das coisas mais revolucionárias que podem existir na filantropia brasileira”, indica.

França também enfatizou a importância da compreensão dos arquétipos no processo de decolonização da filantropia. O conceito parte do entendimento da necessidade de superar os desequilíbrios de poder em dinâmicas internas do campo filantrópico, para que o mecanismo não seja um perpetuador das desigualdades, mas que contribua efetivamente para o seu fim.

Diante desse contexto, Cassio apontou os arquétipos como uma excelente ferramenta para que filantropos e investidores sociais reconheçam seus modos de atuação, entendam suas potencialidades e contribuam de maneira efetiva para a mitigação da desigualdade social. “Eu vejo o material como um grande benefício para o campo, porque ajuda as organizações a se entenderem”, destaca.

Patricia Loyola enriqueceu a discussão ao ressaltar a importância da colaboração com o poder público na potencialização de ações filantrópicas. Ela exemplificou a força do modelo de colaboração a partir do programa Juntos Pela Saúde, uma iniciativa do BNDES gerida pelo IDIS, que combina doações da iniciativa privada com aportes do próprio BNDES para projetos de saúde pública nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Ela relacionou esse movimento ao arquétipo do Gestor de Campanha, um perfil que busca reunir especialistas de diferentes áreas, incluindo o setor público, a fim de produzir iniciativas mais inovadoras na filantropia. “O poder público conhece o campo e as necessidades a serem trabalhadas. Não tem como fazer parceria com o poder público sem reconhecer sua legitimidade”, afirma.

Ao final da mesa, Melissa apontou a necessidade de revisão dos formatos de prática da filantropia e indicou o conteúdo da publicação como um caminho para alcançar essa transformação. “Não acho que temos escolha a não ser reagir às mudanças do mundo, nos tornando organizações mais diversas, inclusivas e transparentes”, acredita.

Encerrando a manhã de reflexões, a equipe da Rockefeller Philanthropy Advisors (RPA) realizou um workshop interativo sobre os 8 arquétipos com os participantes do evento. Eles puderam refletir sobre qual perfil melhor representa o modelo de investimento do instituto que representam, contando com a ajuda da equipe da RPA para identificação e compartilhando as descobertas com todos os presentes.

Workshop interativo com Melissa Berman durante o evento

O momento rendeu grandes reflexões entre os participantes e revelou membros que identificavam suas organizações entre os mais variados arquétipos, incluindo a Agência de Talentos, que identifica e amplifica vozes de indivíduos e grupos que vivenciam de forma mais direta e próxima das problemáticas; o Construtor de Campo, que fortalece instituições responsáveis por gerar e divulgar perspectivas científicas; e o Semeador, modelo que fornece apoio por meio de fontes diversificadas para a mesma causa.

Confira mais fotos do evento:

Sobre a Rockefeller Philanthropy Advisors

A Rockefeller Philanthropy Advisors (RPA) é uma organização sem fins lucrativos que aconselha e gere mais de 400 milhões de dólares em doações anuais feitas por indivíduos, famílias, corporações e fundações. Fundada em 2002, buscando manter o histórico de filantropia da família Rockefeller, a RPA tornou-se uma das maiores organizações de serviços filantrópicos do mundo e facilitou a concessão de mais de 3 milhões de dólares a mais de 70 países. A RPA também serve de patrocinador fiscal para mais de 100 projetos.

Para mais informações visite www.rockpa.org

IDIS e Rockefeller Philanthropy Advisors lançam publicação sobre perfis das organizações filantrópicas

O material contribui para que investidores socioambientais atinjam sua missão de forma mais eficaz e qualificada, maximizando os impactos gerados

Arquétipos da Filantropia: Nova Ferramenta para Análise Estratégica, publicado no Brasil pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, apresenta uma análise sistematizada dos principais perfis de filantropos e investidores sociais. As diferenças são determinadas pelas estruturas, áreas de priorização, capacidades e redes de relacionamentos das organizações. A publicação auxilia os filantropos e investidores sociais, indicando caminhos práticos para a potencialização do uso de seus recursos.

As soluções apresentadas respondem aos desafios contemporâneos. As desigualdades socioeconômicas, a crescente polarização, o racismo institucional e as mudanças climáticas desafiam o propósito e a legitimidade da filantropia com sua complexidade e, portanto, demandam novas abordagens.

O estudo é um desdobramento do projeto ‘Estrutura Filantrópica’, promovido pela Rockefeller Philanthropy Advisors em 2019 a partir de entrevistas com 75 fundações, além de dezenas de sessões de trabalho com mais de 200 financiadores, peritos e parceiros de pesquisa nos EUA, Europa, Ásia, África e América Latina. “O momento instiga filantropos e investidores sociais a reverem, não apenas o que pretendem fazer, mas também o como e para quem. É preciso repensar o envolvimento com seus beneficiários, parceiros e comunidade para criar essa mudança”, comenta Melissa Berman, CEO da RPA e uma das autoras da publicação.

O conteúdo apresenta 8 diferentes arquétipos da filantropia, que são:

1 – Agência de Talentos: Identifica, fortalece e promove indivíduos e organizações próximas à sua causa de interesse.

2 – Think Tank: Aplica sua experiência e pesquisas internas na formulação e implementação de políticas públicas.

3 – Gestor de Campanha: Reúne um conjunto diversificado de agentes (financiadores, beneficiários, setor público) para implementar soluções complexas e demoradas.

4 – Construtor de Campo: Fortalece e desenvolve organizações, oferecendo um suporte constante, a fim de criar um ecossistema filantrópico mais robusto e contribuir com progressão em áreas problemáticas da sociedade.

5 – Catalisador de Risco: Fornece financiamento antecipado, muitas vezes sem restrições, para organizações novas e com pouco histórico comprovado.

6 – Designer: Aproveitam o conhecimento criado internamente com pesquisas para projetar e desenvolver novos programas.

7 – Subscritor: Um financiador institucional ou privado que faz uma “grande aposta” a instituições consolidadas ou causas, com base em seus valores e/ou experiências pessoais.

8 –  Semeador: Fornece um grande volume de doações a uma gama diversificada de atores e instituições individuais.

Para Paula Fabiani, CEO do IDIS, “ao trazer este conteúdo para o Brasil, esperamos promover a reflexão de nossos filantropos e contribuir para a melhoria de suas estruturas estratégicas e operacionais. Os recursos disponíveis para o investimento socioambiental são escassos e é preciso fazer o melhor uso deles.

O conteúdo foi produzido pela Rockefeller Philanthropy Advisors (RPA). A versão brasileira foi publicada em parceria com o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Melissa Berman, CEO da Rockefeller Philanthropy Advisors

 

Acesse o conteúdo

Captcha obrigatório

Sobre o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

O IDIS é uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas e fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

 

Sobre a Rockefeller Philanthropy Advisors

A Rockefeller Philanthropy Advisors (RPA) é uma organização sem fins lucrativos que aconselha e gere mais de 400 milhões de dólares em doações anuais feitas por indivíduos, famílias, corporações e fundações. Fundada em 2002, buscando manter o histórico de filantropia da família Rockfeller, a RPA tornou-se uma das maiores organizações de serviços filantrópicos do mundo e facilitou a concessão de mais de 3 milhões de dólares a mais de 70 países. A RPA também serve de patrocinador fiscal para mais de 100 projetos.

Para mais informações visite www.rockpa.org

#Conhecimento: Cultura de Doação no Brasil

Descubra o que é cultura de doação e como você pode ajudar a fortalecê-la com atitudes simples, adequadas à sua realidade e às suas áreas de interesse.

Conheça os conteúdos exclusivos que selecionamos para você.

 

Publicações

Pesquisa Doação Brasil 2022

Site: www.idis.org.br/pesquisadoacaobrasil 

Vídeo do evento de lançamento:

Apresentação de dados selecionados:

Artigos

Podcasts

 

Apoie a causa em que você acredita doando ou se tornando voluntário

Faça o teste em www.descubrasuacausa.net.br

IDIS apresenta perspectivas e desafios da filantropia no Brasil em 2023

Um ano sempre começa com expectativas de renovação e, mais do que isso, de realização. Colocar em prática projetos, ampliar o conhecimento e desenvolver novos planos. Por meio desta iniciativa, buscamos trazer uma leitura do cenário, identificar ações inspiradoras e apontar caminhos para um investimento social privado mais estratégico e transformador.

Este exercício, feito diariamente pela equipe do IDIS, é compartilhado aqui com o Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2023. Não há a pretensão de traçar um quadro completo da realidade, mas de reunir elementos que contribuam para tomadas de decisões.

“Há exemplos de inovações, de novas metodologias e modelos de financiamento, de parcerias improváveis, de mudanças significativas, de novas formas de fazer diferente o que já estava dando certo. Que este elemento transversal seja também uma fonte de inspiração para você, como já é para nós”, explica Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Conheça abaixo as Perspectivas da Filantropia no Brasil:

PERSPECTIVA 1 – A POTENCIA (E A NECESSIDADE) DO DIÁLOGO COMO CONSTRUTOR DE PONTES

As soluções são encontradas na interação, exigem colaboração e contemplam múltiplas demandas e pontos de vista

PERSPECTIVA 2 – muito além de responsabilidade: legado

O que empresas deixam para as próximas gerações

PERSPECTIVA 3 – diversificação das formas de financiamento

Mais que nunca, otimizar e contribuir para a evolução das possíveis fontes de financiamento é necessário para a solução de desafios

PERSPECTIVA 4 – o número não é o ponto final

A  Avaliação de Impacto Social com monetização tem sido cada vez mais debatida e procurada, mas, descoberto o número, qual o próximo passo?

PERSPECTIVA 5 – emergências ambiental e social caminhando lado a lado

A interdependência entre clima, florestas e pessoas

PERSPECTIVA 6 – terceiro setor engajado na promoção de políticas públicas

A sociedade civil organizada fortalece a democracia e acelera mudanças sistêmicas

PERSPECTIVA 7 – fortalecimento da sociedade civil organizada: confiança, governança e transparência

A relevância das OSCs – organizações da sociedade civil cresce conforme aumenta a confiança da população nos trabalhos realizados

PERSPECTIVA 8 – filantropia familiar mostra a sua cara

Indivíduos e famílias assumem compromissos públicos em suas práticas de doação

Caso você queira ler sobre cada uma das perspectivas com as dicas e exemplos, confira abaixo:

Captcha obrigatório

O que é filantropia?

Filantropia é um conceito antigo, cujo significado vem se transformando ao longo dos séculos. A expressão é formada por duas palavras gregas. A primeira é filos, que quer dizer afeição, amor. E a segunda é antropo, que quer dizer homem, humanidade. Portanto, ao pé da letra, filantropia é ‘amor pela humanidade’.

No decorrer do tempo, porém, passamos a entender filantropia como ‘ações realizadas em favor do próximo, ou do bem público’. Talvez você esteja se perguntado: por que não chamamos de filantropo todo mundo que faz doações, que faz trabalho voluntário, que doa bens, enfim, que ajuda os outros?

Porque existe uma diferença entre quem pratica a caridade e quem faz filantropia. As pessoas que praticam a caridade estão buscando aliviar o sofrimento dos outros, enquanto a tendência da filantropia é tentar resolver o problema que está causando o sofrimento.

Conheça aqui as Perspectivas da Filantropia no Brasil 2023

Como solucionar a origem do problema quase sempre exige mais recursos e mais tempo, os ‘chamados’ filantropos costumam ser pessoas com maior poder aquisitivo. Por isso, quando pensamos em filantropos, logo lembramos dos grandes milionários. Um dos maiores exemplos atuais de filantropo é Bill Gates, criador da Microsoft, que destinou mais de 50 bilhões de dólares para a Fundação Bill e Melinda Gates. Antes dele, houve diversos outros, talvez o mais famoso seja John D. Rockefeller, mais conhecido simplesmente como Rockefeller, que construiu sua fortuna na indústria do petróleo, fez vultuosas doações e criou a Fundação Rockefeller.

 

Filantropia no Brasil

Aqui no Brasil também temos grandes filantropos, ainda que não cultivemos o costume de falar muito a respeito. Um deles é Guilherme Leal, fundador da Natura e de diversas organizações sociais que cobrem as várias causas apoiadas por ele. Outro filantropo brasileiro é Jorge Paulo Lemann, um dos sócios da Ambev, que também criou diversas organizações sociais. Mais recentemente, Elie Horn, fundador da construtora Cyrela, tem surgido como um grande filantropo. Ele foi o primeiro brasileiro a assinar o Giving Pledge, uma declaração de que vai doar, em vida, pelo menos metade de sua fortuna. O Giving Pledge é uma iniciativa lançada por Bill Gates e Warren Buffet, em 2010, que convida bilionários a se comprometerem a doar, no mínimo, 50% de suas riquezas antes da morte. Até outubro de 2021, a iniciativa contava com 224 assinaturas.

Estamos falando sobre pessoas, mas também existe a filantropia corporativa. Em 2020, o Banco Itaú doou R$ 1 bilhão para ajudar no combate à pandemia. É menos comum vermos doações realizadas pelas empresas com um caráter exclusivamente espontâneo e humanitário. As companhias costumam fazer doações estratégicas, alinhadas com sua atuação empresarial ou com públicos de interesse. Mas na pandemia também as empresas precisaram mobilizar em ações assistenciais.

 

Filantropia e Caridade: diferenças e semelhanças

De um modo geral, caridade e filantropia formam uma excelente dobradinha. Uma traz o alívio imediato e a outra trabalha para resolver o problema no longo prazo. E sempre foi assim ao longo da história. A primeira entidade filantrópica no Brasil foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, fundada em 1543. Naquela época, a caridade e a filantropia estavam fortemente concentradas na Igreja Católica, e permaneceu desse modo, aqui no Brasil, até o século XX, quando ocorreu a separação da Igreja e do Estado, e o surgimento de associações, sindicatos e partidos para defesa dos interesses da sociedade. Essas entidades foram evoluindo e se transformando. Surgiram as Organizações Não Governamentais, conhecidas como ONGs e, que, hoje em dia, são chamadas de OSCs, ou seja, Organizações da Sociedade Civil.

 

Para que serve a filantropia?

Todas essas instituições não têm fins lucrativos e trabalham para defender os interesses da sociedade em diversos campos, desde Saúde e Educação, até Cultura e Meio Ambiente. Para viver e funcionar, elas contam com as doações dos filantropos, das empresas e, eventualmente, de recursos advindos do governo. De acordo com Censo Gife 2018, as doações filantrópicas de institutos, fundações e empresas totalizaram R$ 3,5 bilhões naquele ano. Mas esse número foi muito mais alto em 2020, quando empresas doaram mais de R$ 6 bilhões apenas para o enfrentamento da pandemia de COVID-19, segundo levantamento feito pelo Monitor das Doações.

O longo período de instabilidade que o Brasil atravessou na última década prejudicou bastante o crescimento da filantropia. Mas a onda de solidariedade e empatia, gerada pela pandemia, pode ter virado esse jogo, mostrando a doadores e filantropos, que a responsabilidade por construir uma sociedade melhor para todos e todas está nas mãos de cada um de nós.

Por Andrea Wolffenbuttel, consultora associada do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. 

O IDIS promove anualmente o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira.

No evento a discussão sobre filantropia e investimento social é ampliada e agregada com diversas temáticas que tangem a sociedade. Filantropos, especialistas e grandes investidores sociais contribuem com o debate.

Nos acompanhe nas redes sociais, inscreva-se em nossa newsletter e fique por dentro das novidades do universo da filantropia e do investimento social privado. Basta preencher o formulário abaixo:

Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!

Filantropia, colaboração e estratégias de longo prazo: perspectivas para o investimento social no Brasil

por Paula Fabiani, CEO do IDIS e Gabriella Bighetti, Diretora Executiva na United Way

A filantropia tem amadurecido no Brasil nos últimos anos. Com um início profundamente assistencialista, hoje conseguimos ver seu poder transformador vivido pelas pessoas em gerações. Isso porque filantropos e doadores – sejam pessoas físicas ou organizações – perceberam que problemas complexos e sistêmicos, demandam soluções colaborativas, estratégicas e de longo prazo.

A pandemia foi um ponto de inflexão nesse caminho de aperfeiçoamento. As colaborações sempre aconteceram, mas, especialmente neste período de crise sanitária, elas ganharam luz e dimensão nunca antes vistas e o investimento social privado obteve um aporte recorde. De acordo com o Monitor das Doações, da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), que acompanhou o aumento das doações de março de 2020 até agosto de 2021, foram doados R$ 7.164.458.094 como resposta à COVID-19. Destes, 85% foram realizados por empresas.

Do ponto de vista da doação individual, também experimentamos mudanças. De acordo com o World Giving Index 2022, ou Ranking Global de Solidariedade, o Brasil passou da posição 54 para a posição 18, entre 119 nações. O levantamento feito pela organização britânica Charities Aid Foundation leva em consideração doações em dinheiro, trabalho voluntário e ajuda a desconhecidos.

Foi nesse momento que, felizmente, a filantropia intensificou a colaboração. Não por coincidência, as últimas edições dos principais eventos brasileiros sobre o tema abordam essa conexão. Foi o caso da 11ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, realizado em São Paulo no fim de setembro, e o Fórum Latino-Americano de Impacto Coletivo, da United Way Brasil (UWB) – organização filantrópica presente em mais de 40 Países -, realizado em outubro. Ambos trouxeram a mesma premissa: juntos vamos mais longe.

A tendência vai além da nossa região, ela é pauta em todo o mundo. Em novembro, o Global Philanthropy Forum 2022, que acontece desde 2013 nos Estados Unidos, trouxe também a colaboração como tema principal do seu encontro. “Shifting Power, Collective Action” ou, em tradução livre, “Mudando o poder, Ação Coletiva” foi a agenda da vez.

A partir da união entre filantropia e colaboração chegamos, enfim, ao que chamamos de filantropia transformadora – provando que uma doação pontual ou doações feitas ao longo de um ano, por exemplo, não promovem transformações consistentes. Não tem outra maneira de resolver problemas complexos como os do Brasil – desigualdade social, racismo estrutural e outras questões sistêmicas – sem uma forte atuação em rede e de forma perene. Por isso, a UWB acredita tanto na força do impacto coletivo e difunde a atuação a partir desta metodologia. Criada em Stanford pelos pesquisadores John Kania e Mark Kramer e divulgada em um artigo publicado em 2011 no Stanford Social Innovation Review, é uma abordagem em que um grupo de atores importantes, de diferentes setores, que têm compromissos de longo prazo com uma agenda comum, trabalha junto para resolver um problema social específico com escala.

A metodologia ainda é pouco conhecida na América Latina. Ela pressupõe também que é necessário ouvir e incluir os atores que figuram nas pontas dos processos. Afinal, eles detém o conhecimento das necessidades reais da comunidade, do território e têm uma capacidade ímpar de garantir a implementação de ações e projetos com agilidade. No Brasil, o GOYN SP (Global Opportunity Youth Network São Paulo) coloca em prática a metodologia, conectando jovens, empresas e outras organizações em prol da inclusão produtiva. Atuando na capital paulista, possui em sua rede 80 organizações como Itaú Educação e Trabalho, Instituto Coca-Cola Brasil, Fundação Tide Setubal, Fundação Arymax, Secretaria Municipal de Juventudes e PepsiCo e, só em 2022, impactou mais de 8 mil jovens das periferias.

Embora seja possível apontar os visíveis avanços e os olhares mais atentos à temática da filantropia, há ainda muitos desafios pela frente. É possível reconhecer que houve uma mudança na cultura das organizações, que estão se tornando mais criteriosas em relação à importância de avaliar o impacto de projetos, mas ainda enfrentam muitos desafios na hora de comprovar que os investimentos realizados estão gerando as transformações desejadas.

No IDIS, entre 2019 e 2020, foram realizadas sete consultorias dessa natureza. No biênio 2021-22, esse número saltou para 54, em sua maioria com a aplicação do protocolo SROI – ‘Social Return on Investment’, ou Retorno Social sobre Investimento. Esse processo gera uma agenda propositiva a investidores sociais e projetos, pois ao mesmo tempo em que identifica o sucesso das suas ações, aponta sugestões de melhoria, unindo investidores e beneficiários. Por tudo isso, a perspectiva de futuro para o investimento social privado no Brasil é otimista, mas só seguirá evoluindo de forma consistente se não esquecer a colaboração e as estratégias de longo prazo pelo caminho. Vamos desafiar o ditado e mostrar que juntos é possível ir longe e ainda mais rápido!

Artigo originalmente publicado na Folha de S.Paulo.

IDIS reúne familiares em dia especial

Afinal, o que é que você faz lá no IDIS? E OSC, o que significa mesmo? Como funciona o Investimento Social Privado?.

Podemos garantir que todos os colaboradores do IDIS já ouviram perguntas como essas. Curiosidades e dúvidas de nossos familiares a respeito do que fazemos e como funciona nosso dia a dia de trabalho são comuns, provavelmente em todos os setores.

Para criar um ambiente cada vez mais acolhedor para o time, em 19 de novembro, foram convidados familiares e companheiros(as) para um café da manhã, conhecer o escritório e o que fazemos por aqui.

Paula Fabiani, nossa CEO, falou sobre filantropia, investimento social privado, cultura de doação. Explicou o que fazemos, apresentando os pilares de atuação, alguns projetos e perspectivas para o futuro. Os participantes puderam tirar dúvidas, conversar e debater um pouco sobre tudo o que foi visto.

Marcos Manoel, Diretor de Projetos, e família

“Passamos uma parte importante de nossas vidas trabalhando e, em organizações do terceiro setor, onde atuamos diretamente junto a causas que são importantes para nós, o envolvimento emocional tende a ser ainda maior. Somos gratos à dedicação de cada um e foi maravilhoso esse dia em família, quando pudemos nos aproximar ainda mais” comenta Luisa Lima, gerente de comunicação do IDIS.

Juntos pela Saúde: entenda o que é e como funciona o matchfunding pelo SUS brasileiro

O Sistema Único de Saúde brasileiro, o SUS, é universal e gratuito, referência em todo o mundo, e pode beneficiar ainda mais pessoas e com mais qualidade se somarmos recursos públicos e privados.

Você sabia que para 18% da população brasileira, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, o número de médicos disponíveis na saúde pública é inferior a 1 para cada mil habitantes? A média brasileira é de 2,15 para cada mil.

Além disso, nessas regiões, a expectativa de vida média é 3 anos menor que no restante do país, enquanto a taxa de mortalidade infantil é 3% maior se comparada ao centro-sul.

Vamos juntos e juntas mudar essa realidade?


O que é o Juntos pela Saúde?

O programa Juntos pela Saúde é uma iniciativa de doação do BNDES no estilo de matchfunding. Ou seja, será cofinanciada pela iniciativa privada para destinar R$200 milhões para projetos na área da Saúde nas regiões Norte e Nordeste, ao longo de quatro anos.

Com estas diretrizes, a iniciativa mostra-se alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU 3, Saúde e Bem-estar; e 10, Redução das Desigualdade.

Qual o objetivo do programa?

Apoiar e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) nas regiões Norte e Nordeste, com foco na melhoria da eficiência da prestação dos serviços de saúde, qualidade e integração do sistema com um todo.

Quem receberá os recursos?

As entidades que podem receber recursos do programa são: organizações privadas sem fins lucrativos (Unidades Filantrópicas de Saúde, por exemplo) ou órgãos públicos que não dependam de transferências de recursos da União para sua manutenção. Os projetos de saúde apresentados devem estar alinhados às premissas do Juntos pela Saúde e serão submetidos à aprovação do Comitê de Validação, formado por membros do BNDES e demais apoiadores do Juntos pela Saúde.

Como os recursos serão investidos?

Serão três as possibilidades de investimento, a depender da necessidade da unidade de saúde apoiada.

Quem participa:

  • BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social: promotor e financiador da iniciativa.
  • IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social: responsável pela gestão dos recursos, pela captação e seleção de projetos que serão beneficiados pelo programa.
  • Impulso Gov: idealizador do “Impulso Previne”, projeto que reúne soluções e serviços gratuitos para municípios ampliarem o alcance e a qualidade da atenção primária do SUS, e que já está apto a receber investimentos.

 

Apoiadores:

 

  • Fundação Banco do Brasil: aporte de R$35 milhões.
  • Fundação Vale: primeira empresa a aderir ao Juntos pela Saúde, com o compromisso de aporte de R$34 milhões ao programa

IDIS marca presença em evento sobre filantropia comunitária no Maranhão

Em viagem ao Maranhão, Paula Fabiani, CEO do IDIS, Whilla Castelhano, coordenadora do programa Transformando Territórios (TT), e Hermes de Sousa, fundador do Instituto Comunitário Cacimba, organização participante do TT, estiveram em um evento promovido pelo Instituto Baixada Maranhense com o objetivo de engajar e falar sobre filantropia comunitária e desenvolvimento comunitário na região.

A organização trabalha dentro do modelo de uma fundação comunitária para promover e desenvolver a comunidade e apoiar outras instituições desse território. Diferente das OSCs tradicionais, as Fundações ou Institutos Comunitários (FICs) atuam em um território geográfico específico, seja este um bairro, distrito ou até uma cidade ou região, e trabalham na solução dos problemas prioritários daquela localidade, ou seja, são multi-temáticos.

Saiba mais sobre esse modelo aqui.

Em uma série de eventos, incluindo um jantar solidário, o Baixada Maranhense aproveitou a presença de representantes do setor empresarial da região, beneficiários dos projetos sociais e sociedade civil e demonstrou suas potencialidades e apresentou seus projetos. Paula Fabiani falou na abertura evento para as mais de 80 convidados, incluindo empresários, doadores, filantropos e beneficiários. No encontro, foi lançada a Solidárias, plataforma de investimento e doação para projetos sociais e estímulo ao empreendedorismo local que integram a rede da Baixada Maranhense, desenvolvida pelo próprio Instituto.

Paula Fabiani, Whilla Castelhano, Erika Saez (Instituto ACP) e Hermes de Sousa (Instituto Cacimba) no lançamento da plataforma Solidárias

Visitas de campo marcaram os dias seguintes. O grupo realizou uma trilha na comunidade quilombola da Ilha do Cajual. “É incrível o engajamento e a força das mulheres neste grupo”, comenta Paula. Também visitaram um projeto de produção de cerâmica.

Em uma roda de conversa, os participantes partilharam saberes e conheceram ainda mais sobre a atuação do Instituto junto de participantes de vários países da América Latina.

O Instituto Baixada Maranhense participa do programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

Conheça mais sobre:

Fórum IDIS 2022: importância da colaboração e a evolução da filantropia

Aconteceu em setembro, em São Paulo, a 11ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. Promovido pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, o evento que busca acelerar soluções por meio das conexões e fomentar a filantropia no país.

Com o tema COLABORAÇÃO, as sessões abordaram assuntos como ESG, transformação territorial, avaliação de impacto, fundos patrimoniais e muito mais. Ao longo do dia, participaram mais de 40 palestrantes do Brasil e internacionais. Estiveram presentes 220 convidados e houve mais de 1.800 visualizações da transmissão ao vivo.

“Foi muito rico poder retornar aos eventos presenciais e promover o Fórum com tantas discussões essenciais para o amadurecimento da filantropia no Brasil”, comentou Paula Fabiani, CEO do IDIS.

VEJA O ÁLBUM DE FOTOS DO EVENTO

Sozinho se vai rápido. Juntos se vai longe e ainda mais rápido

A abertura do evento teve a participação de Celso Athayde (CUFA), Mônica Sodré (RAPS), Neil Heslop (CAF) e Atila Roque (Fundação Ford). Representantes da sociedade civil, abordaram a importância da colaboração para encontrarmos respostas aos desafios que temos como sociedade e qual é o caminho que, idealmente, devemos percorrer.

A mesa ‘Sozinho se vai rápido. Juntos se vai longe e ainda mais rápido’, logo de cara, já deu tom ao evento que, em toda sua programação buscou diferentes olhares para a colaboração. Celso Athayde destacou o papel fundamental da colaboração em ambientes de desigualdade social, pois “é isso o que mantém a população persistente e evoluindo”. Nesse sentido, a filantropia também possui o papel de viabilizadora desse impacto.

Os palestrantes destacaram que a honestidade, diversidade e empatia são valores necessários para que o trabalho em colaboração seja efetivo, além é claro de um foco real em alcançar objetivos concretos e de longo prazo.

 Assista ao debate:

Ainda trazendo um olhar amplo sobre o tema, Ana Buchaim (B3); Luiza Helena Trajano (Magazine Luiza e Grupo Mulheres do Brasil); Marcílio Pousada (RaiaDrogasil) e Rodrigo Pipponzi (Grupo MOL e Movimento 1% Brasil) trouxeram a perspectiva coorporativa.

Na plenária ‘ESG: empresas colaborando contra a desigualdade’, o destaque entre os palestrantes foi o debate sobre a importância de as companhias assumirem publicamente compromissos com a sociedade. “É impressionante a força de uma empresa quando elas abraçam uma causa para valer”, destacou Luiza Helena Trajano, e ainda realçou o quanto ainda precisamos estar atentos aos resultados da crise que enfrentamos por conta da Covid-19. “Nós não entendemos ainda o que a Covid fez com a sociedade. O perfil profissional, o perfil das empresas, do consumidor, as prioridades das pessoas“, comentou.

A programação teve ainda a participação dos vencedores de 2021 do ‘Prêmio Empreendedor Social’ da Folha de S. Paulo, que puderam apresentar suas iniciativas e propósitos de atuação. Infelizmente, Stellinha Moraes, da organização Anjos da Tia Stellinha teve um problema de saúde e não pode estar presente.

Conheça um pouco da história de cada um:

Causas e temas

Os participantes do Fórum tiveram a oportunidade de também mergulhar em assuntos mais específicos e, durante a programação, em alguns momentos, puderam se dividir conforme seus interesses.

Assuntos relacionados ao meio ambiente foram abordados em dois momentos distintos, com chamados diretos à ação da comunidade filantrópica.  A bióloga e ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Terixeira, destacou os desafios contemporâneos e os desafios globais que dizem respeito ao meio ambiente e a luta pela redução das desigualdades. “A filantropia tem um papel estruturante e estratégico, que pode nos levar à situação de sair do greenwishing para o greendoing”. A atriz e ativista ambiental Christiane Torloni, por sua vez, trouxe uma mensagem forte, compartilhando o significado da palavra “florestania”. Contou suas ações em prol do meio ambiente e convocou os participantes a agir.

Para debater como o desenvolvimento sistêmico de um território é mais potente e mais longevo com o engajamento da comunidade, subiram ao palco Agustín Landa (Lanza e Alliance Magazine), Fernanda Bombardi (ICE – Instituto de Cidadania Empresarial) e Hermes de Sousa (Instituto Cacimba); moderados por Lúcia Dellagnelo (ICOM e CIEB).

O painel destacou como o modelo de institutos e fundações comunitárias pode contribuir para fortalecer os atores locais ao estabelecer vínculos com públicos externos, fomentando a colaboração, criando conexões de impacto e fomentando uma cultura de doação e colaboração local. Também foi abordado o contexto dos investimentos de impacto, que levam a força dos negócios de impacto para apoiar o desenvolvimento de um território, demonstrando que com a colaboração é possível ajudar e construir mudanças perenes em territórios com grandes vulnerabilidades.

A sessão ‘Cultura Avaliativa: gestão estratégica para impacto positivo’, por sua vez, discutiu os benefícios e desafios das avaliações de impacto como parte integrante da cultura das organizações, trazendo o ponto de vista de financiadores e projetos beneficiados.

Louize Oliveira, do Instituto Sicoob e uma das palestrantes da mesa destacou que o processo avaliativo foi muito rico para a empresa e todos os stakeholders envolvidos em suas iniciativas sociais.  “Durante todo o percurso avaliativo notamos que o ganho de valor estava além da mensuração do impacto gerado, bastante importante, mas também na geração de conhecimento e reconstrução dos processos do que a empresa já vem fazendo”.

O evento trouxe também o debate sobre novas formas de doação e filantropia e de que maneira o mercado vem inovando nesse sentido. As mesas ‘Plataformas amplificando impacto’ e ‘Fundos filantrópicos: colaboração multissetorial’ trataram disso.

A primeira apresentou diferentes perspectivas, formatos e plataformas, e como eles podem gerar um ambiente favorável para a colaboração e doação. Com a participação de Flavia Rosso (iFood), João Paulo Pacífico (Grupo GAIA) e Mafoane (Meta) e mediados por Carlos Pignatari (Ambev) os convidados ressaltaram o quanto as alternativas de modelos de financiamento para a atuação filantrópica são necessárias para evoluirmos no impacto social.

No painel de Fundos Filantrópicos: colaboração multissetorial, o debate girou em torno da conceitualização da temática, trazendo exemplos de diferentes arranjos que contribuem para a sustentabilidade de causas e organizações apresentando cases dos palestrantes que já trabalham com o mecanismo. Mediados por Renata Biselli (Santander), estiveram na mesa Daniela Grelin (Instituto Avon), Fabio Lesbaupin (Estímulo 2020) e Osmar Lima (BNDES)

A interação e as conversas se intensificaram durante o almoço, quando 18 especialistas foram anfitriões de mesas temáticas. Entre os temas debatidos, a equidade racial, ações para o atingimento dos ODSs, estratégias para a filantropia familiar, mecanismos de resposta à situações emergenciais, criptofilantropia, e muito mais.

Interpretação do passado e olhares para o futuro

A entrevistada da tradicional sessão “Em conversa com…” foi Sonali Patel, sócia do Bridgespan, grupo responsável por intermediar a doação de USD 17 milhões de MacKenzie Scott a 16 organizações brasileiras, em março deste ano. Sonali abordou  as mudanças que tem observado na forma como os filantropos estão fazendo seus investimentos sociais. Ela acredita que a colaboração entre filantropos vem crescendo – eles trocam conhecimento e confiam mais nas organizações onde fazem seus investimentos.

Cassio França (GIFE), Giovanni Harvey (Fundo Baobá para Equidade Racial), Donzelina Barroso (Rockfeller Philanthropy Advisors) e Georgia Pessoa (Instituto Humanize) trouxeram o debate de como, no ecossistema filantrópico, há entes que contribuem para acelerar e potencializar interações, criando as condições mais favoráveis para ações transformadoras. Metodologias e mecanismos fortes possuem esse importante papel.

“Os negócios como eram feitos já não funcionam mais. Isso exige uma mudança de mentalidade e habilidades para que doadores, filantropos e instituições possam colaborar de forma estratégica e sistêmica”, destacou Donzelina na mesa ‘Metodologias e redes para o fortalecimento da filantropia’.

Fechando a programação do dia, Atti Worku (African Visionary Fund), Carola Matarazzo (Movimento Bem Maior), Matthew Bishop (Catalyst 2030) e Benjamin Bellegy (WINGS), abordaram ‘Desafios e perspectivas para a filantropia sob a ótica da colaboração’.

“Os negócios estão aprendendo a colaborar melhor em prol do impacto social, mesmo no mercado competitivo”, destacou Matthew; “Acredito que todas as instituições atualmente precisam estar muito atentas a qual seu propósito, seus objetivos claros e responsabilidade. Demonstrando que a entrega não é apenas material, mas que pensa no impacto positivo para a sociedade”, acrescentou.

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é uma realização do IDIS com parceria do Global Philanthropy Forum e a CAF – Charities Aid Foundation. Esta edição teve apoio prata da Ford Foundation; apoio bronze de Ambev, B3 Social, BNP Paribas Asset Management, Fundação Arymax, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Sicoob, Movimento Bem Maior, Raia Drogasil e Santander. A revista Alliance foi a parceria de mídia.

Época Negócios lança glossário de Inovação Social com apoio do IDIS

Recentemente, a Época NEGÓCIOS lançou uma reportagem bastante aprofundada estudando o investimento social privado e ações de inovação social no país. A partir dessa grande reportagem, o veículo produziu um ebook gratuito onde mostra como o ecossistema de investimentos sociais privados mudou, com exemplos recentes de companhias no Brasil e um glossário dos termos mais usados.

O IDIS apoiou na produção do glossário de termos que circundam a temática, sendo eles: filantropia estratégica, filantropia de risco, blended finance, negócio de impacto, inclusão produtiva; empreendedorismo social e economia regenerativa.

Confira o ebook completo da Época NEGÓCIOS clicando aqui

Filantropia estratégica

É a alocação voluntária e estratégica de recursos privados, sejam eles financeiros, em espécie, humanos, técnicos ou gerenciais, para o benefício público. Para promover a transformação social sistêmica e de longo prazo, esse investimento é feito com planejamento estratégico ancorado em dados, com indicadores pré-definidos, execução cuidadosa, monitoramento dos resultados e avaliação do seu impacto.

Fonte: IDIS

Filantropia de risco


A filantropia de risco, também chamada ‘venture philanthropy’, tem como objetivo apoiar e catalisar soluções inovadoras para problemas socioambientais, propostas por negócios de impacto em estágio inicial ou organizações da sociedade civil. Neste modelo, o investidor assume riscos ao apostar em potenciais de mudanças sistêmicas e prioriza o impacto positivo ao retorno financeiro, com financiamento personalizado, complementado com apoio estratégico, monitoramento e avaliação do impacto.

Fonte:  Investimento Social e Impacto no Brasil – Latimpacto

Blended finance


Blended Finance, ou finanças híbridas, são estruturas que combinam capital filantrópico e o capital financeiro para realização de iniciativas com impacto socioambiental. Elas podem combinar instrumentos diversos para apoio aos projetos, como por exemplo dívida, equity, garantias, seguros, programas ou fundos garantidores, grants, pagamento por resultados e assistência técnica.

Fonte: World Economic Forum e BNDES

Negócio de impacto


Negócios de impacto são empreendimentos que oferecem, por meio de seus produtos e serviços, soluções para desafios socioambientais e geram mudanças positivas ao mesmo tempo em que geram resultados financeiros positivos de forma sustentável.

Fonte: Artemisia e Anprotec/ICE


Inclusão produtiva


Inserção de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social no mundo do trabalho, em áreas rurais ou urbanas, por meio do empreendedorismo ou da empregabilidade formal, de modo que sejam capazes de gerar sua própria renda de maneira digna e estável, e assim superar processos crônicos de exclusão social.

Fonte: IDIS e Sebrae

 

Empreendedorismo social


Empreendedorismo social é o conceito por trás da construção de negócios de impacto. Ou seja, o ato de empreender para promover soluções sistêmicas que responder a desafios sociais e ambientais.

Fonte: Fundação Schwab

 

Economia regenerativa


A economia regenerativa propõe o reconhecimento – de maneira calculada – do valor econômico do meio-ambiente, das pessoas e das relações entre estes elementos, para os sistemas produtivos. Com isso, é possível prever usos mais adequados, privilegiando a regeneração e evitando o consumo até a escassez.

Fontes: NetZero

Empreendedores sociais pedem compromisso de candidatos com a Agenda 2030

Catalyst 2030 Brasil divulga carta aberta para incorporar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na gestão pública

Empreendedores sociais de todo Brasil publicaram uma carta aberta para candidatos e candidatas a cargos públicos em disputa nessas eleições. No documento, elencam oito compromissos e ações concretas para fortalecer a Agenda 2030 na gestão pública.

A ação foi organizada pelo Catalyst 2030 Brasil, rede global que atua em rede para tornar o mundo melhor e mais justo para todos e, com a carta, apresenta sugestões  criar ambiente e condições para acelerar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Até o momento, a iniciativa já conta com mais de sessenta assinaturas de organizações e empreendedores de impacto.

Nós do IDIS, somos membros fundadores do Catalyst 2030 e assinamos a carta. Convidamos você a participar também desse movimento. No contexto brasileiro são muitos os temas que precisam ser endereçados e apenas por meio da colaboração e fortalecimento dessas metas, isso é possível.

“Estamos diante de inúmeros desafios. A agenda dos ODS nos orienta na direção da solução de problemas que precisamos resolver urgentemente. Não temos tempo a perder e precisamos que todas as lideranças públicas estejam engajadas em colaboração com o setor privado e com a sociedade civil organizada”, argumenta Erika Sanchez Saez, membro do Catalyst 2030 BR e Diretora Executiva do Instituto ACP.

Clique aqui e acesse à carta 

Ou confira o conteúdo na íntegra abaixo.

Carta de Compromisso com a Agenda 2030 e os 17 ODS aos Candidatos e Candidatas das Eleições 2022

As pessoas e organizações signatárias desta carta se dirigem aos candidatos e às candidatas das eleições de 2022 para pedir o seu apoio e compromisso com os principais desafios coletivos tão bem traduzidos pela Agenda 2030, por meio dos 17 ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Somos um grupo de empreendedores de impacto, intra-empreendedores, inovadores e empreendedores sociais que, por meio do capítulo brasileiro do Movimento Global Catalyst 2030, promove  soluções inovadoras e a colaboração como estratégia fundamental e transversal para o alcance dos ODS em todo o planeta. O Movimento surgiu no Fórum Econômico Mundial, a partir da articulação de organizações internacionais como Ashoka, Skoll Foundation e Schwab Foundation, e reúne empreendedores sociais em 197 países que, juntos, impactam positivamente a vida de mais de 2 bilhões de pessoas. Continue lendo

Com confiança e estratégia, a solidariedade é ainda mais forte!

Paula Fabiani – CEO do IDIS
Texto publicado originalmente pela Folha de São Paulo em 21/08/2022

O brasileiro é conhecido por ser um povo solidário, mas até recentemente, não tínhamos dados para afirmar se existia, de fato, uma cultura de doação no país. Em 2015, a primeira edição da Pesquisa Doação Brasil, realizada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, relevou que mais de três quartos da população havia feito uma doação – seja dinheiro, bens ou tempo, na forma de voluntariado. A segunda edição, com dados de 2020, constatou que as classes mais privilegiadas passaram a se engajar mais e a percepção geral sobre doação passou a ser mais positiva. Por outro lado, metade dos entrevistados disse não conhecer o papel das organizações da sociedade civil (OSCs) e 33% afirmou não ter certeza se o ato de doar faz alguma diferença. Naquele ano, doações em dinheiro a OSCs somaram R$ 10,3 bilhões, o equivalente a 0,14% do PIB.

Se por um lado constatamos que existe engajamento, também identificamos espaço para crescer e amadurecer. Em relação a outros países, em 2021, o Brasil se encontrava na posição 54 entre 114 nações na prática da solidariedade, segundo o World Giving Index, publicado pela britânica Charities Aid Foundation.

Quando consideramos o investimento social de empresas e famílias, os levantamentos também mostram mudanças. Durante a pandemia, os recursos investidos em causas atingiram seu recorde. De acordo com o Censo GIFE 2020, o montante total investido foi de R$ 5,3 bilhões – aumento de 53% em relação a 2018. Apesar do grande volume, ele não foi igualmente distribuído. Naquele ano, enquanto mais de três quartos dos entrevistados financiaram projetos nas áreas de Educação e Assistência, em especial em ações para o enfrentamento da Covid-19, menos da metade investiu em causas de grande relevância para o país como Meio Ambiente, Defesa de Direitos e Democracia e, apenas 36%, em Fortalecimento da Gestão Pública ou em Ciência e Tecnologia. Mais uma vez, os dados mostram que há possibilidades de evolução.

É preciso um olhar estratégico na prática da filantropia para que ela seja poderosa e transformadora. É preciso focar em sanar as causas dos problemas socioambientais, e não apenas seus efeitos. E essa tomada de consciência é necessária em toda a sociedade. A boa notícia é que estamos dando passos importantes nessa direção. Durante a pandemia de Covid-19, muitos doaram para aliviar o sofrimento dos grupos mais vulneráveis, uma abordagem assistencialista extremamente necessária naquele momento. Por outro lado, diversos doadores sabiam a mudança que queriam provocar, e desenvolveram tecnologias e caminhos inovadores para gerar impacto positivo. Doaram com rapidez e confiança nas OSCs. E as entidades beneficiárias responderam criando redes de apoio para levar ajuda a todos que precisavam.

Esse momento raro, do casamento da confiança com a estratégia, trouxe frutos maravilhosos e modificou a maneira como atuamos. Ouso acreditar que corporações e famílias com mais recursos ainda estão sob o efeito mágico produzido pelas transformações que foram capazes de gerar. E buscam evoluir na sua prática filantrópica, refletindo, monitorando e avaliando o impacto produzido na sociedade.

Testemunhamos um número crescente de empresas preocupadas com agenda ASG (ambiental, social e governança). Por parte das famílias mais privilegiadas, ainda que sutil, vemos um aumento da constituição de fundos patrimoniais filantrópicos, instrumento que permite perenizar o investimento social. Acompanhamos também o surgimento de ações colaborativas, fundamentais para acelerar mudanças socioambientais em linha com os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

O debate sobre a importância da filantropia foi impulsionado pela pandemia, e correntes de solidariedade surgiram em todo país. Vemos que a confiança e as estratégias estão amadurecendo, na medida em que aprendemos que o ato de doar tem o poder de mudar realidades. Mas, se quisermos realmente contribuir para a redução das desigualdades sociais no país, precisaremos da união entre empresas de todos os setores e portes, organizações da sociedade civil, governos e todos os brasileiros e brasileiras. O caminho é longo, mas o fundamental já temos, que é a solidariedade e o desejo de um Brasil justo e sustentável.

Tutela e emancipação: dois caminhos para o Voluntariado

Por Bruno Barcelos, consultor em projetos nas áreas de ESG – Environmental, Social and Governance (em português Ambiental, Social e Governança), Sustentabilidade, Investimento Social Privado e Voluntariado para iniciativas privadas e públicas do Brasil e Portugal.

O voluntariado cruza-se com vários conceitos, dentre eles a caridade, a assistência, as doações e outros cuja relação aprofundei na minha dissertação de mestrado. Contudo, das palavras que cercam o voluntariado, apenas uma não pode estar de fora: ação. Depois disso, há que se cuidar na relação do voluntariado para fins de tutela ou emancipação dos envolvidos, com a atenção de que a tutela pode ter mais a ver com a manutenção das desigualdades estruturais do que com a sua resolução. 

As bases coloniais influenciaram a constituição conceitual e prática da caridade institucional no Brasil. A revisão historiográfica permite identificar a chegada das ordens religiosas com a finalidade colonial, portando consigo os valores a serem implantados, com ou sem consentimento das populações originais, que de protagonistas do seu território precisaram estabelecer novas relações sociais junto aos viajantes, e identificadas como pessoas assistidas, analfabetas, com necessidade de ensino e catequese, e pobres em moral e cultura, sob o discurso dos que invadiam. 

A pauta civilizadora era tal que, ao buscar fincar no novo mundo uma réplica dos seus modelos de gestão monárquica, eclesiástica e comercial, foi necessário também trazer consigo as irmandades que cuidariam dos efeitos colaterais da sua própria ação: os modelos urbanos e sociais que implementavam à maneira da metrópole, carregavam a pobreza, doenças, a peste, e sistemas desiguais que demandavam a assistência aos vulneráveis e doentes, executadas principalmente pelas Santas Casas de Misericórdia. 

A partir daí, o modelo de assistência social varia conforme os padrões de gestão do Estado, influenciado pelas variações na relação do governo com a igreja. Basicamente, tornava o doador um cidadão virtuoso perante as instituições que integrava, e isso carregou o conceito de voluntariado com características que até hoje vigoram. Sendo a caridade mais ligada à benevolência da igreja e a filantropia à sociedade civil. 

Portanto, o termo caridade, apesar de originalmente significar ’amor‘, cresceu ligado à noção de ’desvalido‘. Ou seja, os atos de caridade, seriam destinados a aqueles que são desprotegidos por ’paternidade‘ – ou paternalismo. E podemos reparar até hoje que a figura do coitado desvalido é tão desempoderada e, ao mesmo tempo, utilitária, que, nessa lógica, aos ricos pedir esmola em sua função ’era‘ considerado virtuoso. Dito isso, a figura utilitária do pobre para salvação dos ricos é uma equação comum na concepção de caridade, e é importante ter isso no radar ao aplicar esse termo: a ação de voluntariado que se pratica coloca doador e recebedor em posição de igualdade ou é um exercício enobrecedor do doador? 

Remetendo a Dilene Nascimento: “a filantropia pode ser explicada, grosso modo, como a laicização da caridade cristã, ocorrida a partir do século XVIII, e que teve nos filósofos das luzes seus maiores propagandistas.” Provavelmente, uma diferença entre esses dois conceitos seja que a filantropia pode conceder ao doador maior protagonismo do seu ato, em relação ao donatário, conferindo utilidade a publicitação das suas obras, para fins de destaque social e intercâmbio de ideias. Felizmente, no Brasil, a Filantropia junto ao Investimento Social Privado evolui para práticas estruturantes que buscam a emancipação e o impacto. 

Por fim, uma palavra transversal aí tem sido a doação, e mais profícuo que problematizá-la é enquadrá-la como ação necessária, pontualmente, como uma ferramenta das relações de voluntariado de continuidade. Com a doação é possível alcançar grandes números de engajamento e benefício, e ela é, muitas vezes, uma porta de entrada para o voluntariado transformador. 

O consenso é que: doação, filantropia, caridade e voluntariado, são termos que coexistem e farão muito se apontarem para uma dinâmica social libertadora. 

Referências:
NASCIMENTO, Dilene Raimundo. Liga Brasileira contra a Tuberculose: um século de luta. Fundação Ataulpho de Paiva — Rio de Janeiro, Quadratim/FAPERJ, 2001, 156p.

Pesquisa global detalha as tendências em práticas de doações digitais e modelos inovadores em oito países

Primeiros relatórios analisam a atividade filantrópica no Brasil e no Reino Unido e identificam demanda de doadores por transparência e crescimento em doações digitais

Iniciativa da Lilly Family School of Philanthropy, da Universidade de Indiana (EUA), a série Digital for Good: estudo global sobre modelos emergentes de doação é lançada com capítulo brasileiro, desenvolvido em parceria com o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, e inglês, realizado com a Charities Aid Foundation (CAF). A série narrará descobertas e insights sobre tendências em modelos de doação para organizações da sociedade civil (OSCs), como crowdfunding, doações online, doações viabilizadas pelo uso do celular, doações no local de trabalho, voluntariado online e iniciativas de impacto social.

 

O material complementa outros estudos sobre o ecossistema filantrópico promovidos pela Escola – o Global Philanthropy Environment Index e o Global Philanthropy Tracker. Ao longo de cinco meses, serão lançados novos capítulos, contemplando perfis de outros seis países – África do Sul, China, Coreia do Sul, Índia, Quênia e Singapura. Em cada um, organizações ou especialistas locais foram responsáveis pela condução da pesquisa para identificar tendências específicas, moldar a coleta de dados e interpretar os resultados, sempre com o suporte e supervisão dos pesquisadores da Lilly Family School of Philanthropy. A série foi financiada com o apoio da Fundação Bill & Melinda Gates.

 

“Expandir a pesquisa sobre filantropia global, introduzindo esses estudos, nos permite entender melhor as tendências em constante evolução da filantropia e examiná-las em países com cenários filantrópicos variados”, diz Una Osili, Ph.D., reitora associada de Pesquisa e Programas Internacionais da Lilly Family School of Philanthropy. “Ao identificar e entender os modelos emergentes de doação, contribuímos para que lideranças de organizações da sociedade civil fortaleçam sua estrutura de captação e possam ampliar seu impacto positivo.”

 

Os dois primeiros perfis de países examinam o envolvimento filantrópico no Brasil e no Reino Unido antes e durante a pandemia de Covid-19. Ambos os países relatam uma expansão de canais para doações, cujas soluções passara a contar cada vez mais com tecnologia. Os perfis de ambos os países se concentram em modelos emergentes e em expansão de doação: doações online e crowdfunding no Reino Unido e, no Brasil, modelos relacionados a microdoações, como o arredondamento do valor das compras em redes varejistas e a venda de produtos sociais, que envolve a produção de conteúdo editorial inspirador e gerador de receita destinada a organizações sem fins lucrativos, além de uma plataforma de doação.

 

Brasil – principais destaques:

As iniciativas selecionadas para participar do relatório representam diferentes modelos de doação que amadureceram ao longo dos anos. As histórias do Arredondar, BSocial e Editora MOL se destacam e podem ser inspiradoras para outras pessoas e organizações. A escolha não se deu porque são as únicas a aplicarem o modelo, mas porque contribuem para a compreensão da diversidade dos mecanismos de doação no Brasil.

 

Modelos inovadores contribuem para o fortalecimento da Cultura de Doação.

Os estudos de caso sugerem que novas abordagens de doação estão se consolidando no Brasil. Isso inclui plataformas de doação, doar por meio de arredondamento do valor das compras em redes varejistas e por meio da compra de produtos sociais – todas elas, práticas que incentivam doações menores e mais frequentes que acomodam contribuições em orçamentos domésticos de todos os tamanhos. Entre 2013 e 2020, as doações para OSCs viabilizadas pelo Arredondar aumentaram exponencialmente – de apenas R$ 1.091 em 2013 para mais de R$ 1,6 milhão em 2020. A Editora MOL também teve crescimento nas doações feitas por meio de seus produtos editoriais: quase um sexto de todas as doações recebidas desde 2008 foram feitas em 2021. E só em 2020, o uso da plataforma de doações BSocial disparou de 600 doadores registrados para cerca de 15.000, resultando em um aumento em quatro vezes nas contribuições a organizações sociais.

“As três iniciativas compartilhadas neste relatório destacam modelos inovadores de doação no Brasil nos últimos anos. Curiosamente, esses modelos não são nativos digitais, mas a tecnologia contribuirá para seu crescimento e expansão, e esperamos que inspirem mais ideias para promover a filantropia”, comenta Luisa Lima, gerente de comunicação do IDIS.

As iniciativas mais bem-sucedidas priorizam a transparência e a responsabilidade na doação.

No Brasil, como em muitos países, as OSCs enfrentam desconfiança ou ceticismo dos doadores sobre o uso do dinheiro e o impacto de sua doação. Modelos que enfatizam a transparência e a responsabilidade podem trazer mais segurança e engajar mais doadores.

“Transparência e responsabilidade são cruciais para o desenvolvimento da filantropia no Brasil”, acrescentou Lima. “Embora os brasileiros sejam empáticos e solidários, há uma atitude subjacente de desconfiança em relação às instituições que recebem doações. A transparência é fundamental para mudar essas atitudes e construir uma confiança renovada dentro do ambiente filantrópico.”

 

Reino Unido – principais destaques:

As doações online aumentaram, especialmente durante a pandemia de Covid-19.

Pesquisa online com três mil indivíduos mostrou que a proporção de ingleses que doaram em dinheiro diminuiu significativamente durante o primeiro período de lockdown no Reino Unido, entre março e abril de 2020, e permaneceu em níveis muito mais baixos do que o habitual mesmo após o cancelamento de muitas restrições. Simultaneamente, as doações online mostraram um aumento significativo durante a pandemia. Em média, os doadores entrevistados entre maio e julho de 2021 relataram que 60% de suas doações nos últimos 12 meses foram feitas online. As doações por meio de aplicativos provaram ser a maneira mais comum de doar online, com mais da metade dos entrevistados que doaram online nos últimos 12 meses observando que fizeram doações por meio de aplicativos como JustGiving ou Virgin Money Giving.

 

Uma em cada quatro pessoas doou via crowdfunding nos últimos 12 meses.

O motivo mais comum para apoiar um pedido de captação de recursos via crowdfunding foi contribuir para a organizações da sociedade civil (30%). Os resultados sugerem que 23% das pessoas doaram para iniciativas estabelecidas por um amigo ou membro da família ou criadas por um amigo de um amigo ou conhecido, enquanto 17% contribuíram para um esforço de crowdfunding estabelecido por alguém que não conhece. Notavelmente, enquanto uma parcela substancial (33%) dos doadores que doaram por meio de crowdfunding ou mídias sociais disseram que responderam a pedidos postados por um amigo, membro da família ou conhecido, muito poucos doadores (4%) indicaram serem motivados a doar por um ‘influenciador digital’.

 

Pedidos online e offline geralmente se reforçam, criando formas híbridas do novo normal em doações para OSCs.

Os pesquisadores descobriram que 63% das pessoas que usaram as mídias sociais para solicitar doações também fizeram pedidos pessoalmente. “Para o Reino Unido, o futuro da captação de recursos parece digital, mas com um forte elemento humano”, disse Alison Taylor, CEO da Charity Services da CAF, que conduziu a pesquisa no Reino Unido. “Embora as doações possam ser realizadas online, os pedidos de apoio geralmente são feitos por um amigo ou membro da família pessoalmente ou pelas mídias sociais.” Esse fenômeno destaca a importância contínua da conexão interpessoal ao engajar possíveis doadores.

“Os resultados dos dois primeiros perfis de países sugerem uma evolução nas práticas de doação e destacam uma expansão significativa das práticas de doação digital e peer-to-peer”, disse Amir Pasic, Ph.D. da Lilly Family School of Philanthropy. “Embora essas descobertas sejam as primeiras de uma série, o crescimento documentado nas doações digitais e as mudanças nas expectativas dos doadores reforçam as evidências de que as práticas digitais podem ajudar a democratizar a prática da filantropia. A inovação digital torna a filantropia acessível e promove maior transparência e conexão das doações com o impacto produzido por elas.

 

Sobre a Lilly Family School of Philanthropy

A Lilly Family School of Philanthropy da Universidade de Indiana se dedica a melhorar a filantropia para melhorar o mundo, treinando e capacitando estudantes e profissionais para serem inovadores e líderes que criam mudanças positivas e duradouras. A escola oferece uma abordagem abrangente à filantropia por meio de seus programas acadêmicos, de pesquisa e internacionais, e por meio da The Fund Raising School, Lake Institute on Faith & Giving, Mays Family Institute on Diverse Philanthropy e Women’s Philanthropy Institute. Saiba mais em www.philanthropy.iupui.edu

Sobre o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país. Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimento, consultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a cocriação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista. Saiba mais em www.idis.org.br

Confira os resultados da Pesquisa Doação Brasil 2020

Promovida pelo IDIS, a Pesquisa Doação Brasil 2020 é o mais amplo estudo sobre a prática da doação individual no País. Os resultados da segunda edição, realizada pelo instituto de pesquisas Ipsos, revelam o impacto da longa crise econômica e da pandemia sobre a doação dos brasileiros. Ao comparar os dados de 2015 com os de 2020, vemos que a doação encolheu no Brasil, em todas as suas formas, desde a doação em dinheiro, até a doação de bens e de tempo (trabalho voluntário).

 

Baixe a publicação completa: bit.ly/doacaobr2020

Visite o site pesquisa: https://pesquisadoacaobrasil.org.br

 

Enquanto em 2015, 77% da população havia feito algum tipo de doação, em 2020, o percentual ficou em 66%. Quando se trata de doação em dinheiro, a proporção caiu de 52% para 41%. E no caso de doações para organizações/iniciativas socioambientais, a redução foi de 46% para 37%.

Sobre os achados da Pesquisa, Paula Fabiani, CEO do IDIS, comenta: “Apesar da queda das doações, a Cultura de Doação se fortaleceu nos últimos cinco anos. A sociedade está mais consciente da importância da doação e tem uma visão muito mais positiva das organizações da sociedade civil e seu trabalho. As classes mais privilegiadas demonstraram maior grau de solidariedade e responderam à crise de 2020 doando mais.

Cerca de 650 pessoas acompanharam o evento de lançamento pelo Zoom e ao vivo pelo YouTube do IDIS. Desde então, a pesquisa tem sido destaque na imprensa nacional.

Assista ao evento de lançamento na íntegra:

 

Pesquisa Doação Brasil 2020

 

INFLUÊNCIA DA RENDA

Ao analisar a composição dos dados, fica claro que as alterações se deram por conta da prolongada crise econômica dos últimos anos, agravada pela pandemia e pelo cenário de incerteza para o futuro. Observamos que a doação de dinheiro para organizações/iniciativas socioambientais encolheu muito entre as classes menos favorecidas (de 32% para 25% entre 2015 e 2020, na faixa com renda familiar até 2 salários mínimos) e cresceu significativamente entre as classes com mais alta renda (de 51% para 58%, nas classes com renda familiar entre 6 e 8 salários mínimos, e de 55% para 59% entre as classes com renda familiar acima de 8 salários mínimos). Essas classes doaram mais em 2020 do que haviam feito em 2015.

 

VALOR DA DOAÇÃO

Em 2020, menos brasileiros doaram a organizações da sociedade civil e o valor doado caiu. Em 2015, a mediana* do valor anual doado por pessoa era de R$ 240 e em 2020, caiu para R$ 200.

Essa redução teve forte impacto sobre o montante total das doações. Em 2015, o valor total doado pelos indivíduos foi de R$ 13,7 bilhões, o que correspondia a 0,23% do PIB. Em 2020, somou R$ 10,3 bilhões, equivalentes a 0,14% do PIB desse ano.

(*) A mediana é preferida para estimar o valor total doado porque ela considera os valores mais praticados pela sociedade e despreza os valores extremos, ou seja, as doações muito altas ou muito baixas, que deturpam a média.

 

CAUSAS MAIS SENSIBILIZADORAS

O efeito da pandemia mudou as prioridades dos brasileiros, quando se trata de causas. Enquanto em 2015 Saúde e Crianças ocupavam os primeiros lugares na preferência dos brasileiros, em 2020, o Combate à Fome e à Pobreza foi citado por 43% da população como sendo a causa mais sensibilizadora, seguida por Crianças, Saúde e Idosos.

Duas outras causas também ganharam muitos adeptos nos últimos cinco anos – o Combate ao Abandono e Maus-tratos de Animais, e os Moradores de Rua. Ambas haviam pontuado muito pouco em 2015, mas aparecem no ranking de 2020, em quinto e sexto lugar, respectivamente.

 

PERCEPÇÃO SOBRE A DOAÇÃO

Apesar do encolhimento na prática, a população brasileira vê de forma cada vez mais positiva a doação. Mais de 80% da sociedade acredita que o ato de doar faz diferença, e entre os não doadores, essa concordância atinge 75%.

O conceito de que a doação faz bem para o doador cresceu significativamente, de 81% para 91% da população, atingindo uma maioria quase absoluta.

Outro aspecto positivo é que a ideia de que o doador não deve falar que faz doações está perdendo força. Em 2015, ela contava com a concordância de 84% da população e, em 2020, o percentual caiu para 69%. Este é um ponto especialmente importante porque o falar sobre a doação estimula sua prática, traz inspiração, esclarece temores e desperta o interesse de outras pessoas.

 

PERCEPÇÃO SOBRE AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL

A opinião dos brasileiros sobre as organizações da sociedade civil, mais conhecidas como ONGs, evoluiu muito nos últimos cinco anos.

A noção de que as ONGs são necessárias no combate aos problemas socioambientais recebe a adesão de 74% da população, enquanto em 2015, essa concordância estava em 57%.

A afirmação ‘Percebo que a ação das ONGs leva benefícios a quem realmente precisa’ conta com a concordância de 67% da população, e em 2015, esse índice era de 47%.

O reconhecimento de que as ONGs fazem um trabalho competente é indicado por 60% da população, e em 2015, só 44% pensavam desse modo.

O maior destaque, porém, fica com o crescimento da confiança nas ONGs. 45% da população concorda que as ONGs deixam claro o que fazem com os recursos que aplicam. Em 2015, apenas 28% se mostravam de acordo com a afirmação.

OUTROS DESTAQUES

A longa crise econômica que o País atravessa afetou muito as doações;

Parte da população mais pobre, que doava em 2015, deixou de doar e passou a precisar de doações;

Em compensação, as classes de maior renda doaram mais em 2020 do que em 2015;

A doação é vista de forma muito positiva pela população como um todo, e aumentou a percepção de que as pessoas devem falar que fazem doação;

A imagem das ONGs melhorou muito junto à sociedade brasileira.

 

Baixe a publicação completa: bit.ly/doacaobr2020

Visite o site pesquisa: https://pesquisadoacaobrasil.org.br

 

Escute também o podcast “Aqui se Faz, Aqui se Doa” sobre a pesquisa:

REALIZADORES E APOIADORES

A Pesquisa Doação Brasil é uma iniciativa coordenada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, realizada pela Ipsos e com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Fundação Tide Setúbal, Instituto ACP, Instituto Galo da Manhã, Instituto Mol, Instituto Unibanco, Itaú Social, Mercado Pago e Santander.

Voluntariado: uma escolha que transforma

Por Carola Matarazzo, diretora-executiva do Movimento Bem Maior. 

A palavra “voluntário” veio do latim e já tinha em sua origem o significado de “agir por vontade própria”. Agora, penso ser mais do que justo também associarmos esse termo à “escolha de estar no mundo”, quando falamos de alguém que decide destinar, sem remuneração, parte do seu tempo, do seu conhecimento e do seu amor para, simplesmente, servir a uma causa importante. 

Quem faz essa escolha vai além de ser empático. Depois de se identificar com a necessidade do outro, dá um passo adiante e age de maneira simpática, com afinidade e com muita disposição para prestar o apoio. Costumo dizer que um sentimento especial surge como se fosse um “fogo sagrado” no peito que te move a querer ajudar mais.

Além de auxiliar quem precisa, os voluntários percebem que a prática altruísta faz muito bem a eles próprios. Não há nenhum exagero em dizer que dádivas aparecem pelo caminho. Durante os trabalhos, há uma enorme troca de aprendizados, com cada encontro trazendo experiências novas, provocando emoções diversas e gerando estímulos para seguir adiante.

Um doador, quando contribui destinando dinheiro (e é fundamental que isso vire uma rotina!) para alguma causa, está ajudando a mudar o mundo. Mas, talvez, ele não consiga ver de perto o impacto que a sua contribuição faz na vida dos outros. Já, ao se envolver diretamente nas atividades, é possível ter a chance de olhar nos olhos de quem está sendo ajudado e, por exemplo, receber um sorriso como agradecimento. O simples ato de fazer algo que possa ser maior que você e pensar no coletivo é transformador.

Em um país como o Brasil, principalmente, as ações emergenciais são extremamente necessárias e auxiliam muito a minimizar o sofrimento. Quando há, por exemplo, fortes chuvas que provocam deslizamento de terras, é preciso mobilização para levar o apoio o mais rápido possível. Ficamos todos consternados. Agora, não podemos parar por aí. 

Sem ações estruturais, o deslizamento de terras pode se repetir no próximo verão. Além disso, também devemos ficar consternados todos os dias com as tragédias persistentes em nossa sociedade, como a injustiça social. Não podemos encará-la com normalidade.

Os voluntários podem se envolver em filantropia ou em caridade – ambas estão relacionadas à generosidade, ao desejo de fazer o bem ao próximo, mas elas têm proporções e significados diferentes, apesar de muitas pessoas confundirem os conceitos. 

A filantropia exerce um importante papel em uma sociedade democrática, que é o de buscar cortar as raízes dos problemas e resolver questões mais sistêmicas. Já as iniciativas de caridade miram em eliminar os sofrimentos causados por esses problemas, de forma pontual.

Por quase 20 anos, trabalhei como voluntária na Liga Solidária e posso dizer, com clareza, que aprendi muito mais do que eu servi nesse período. Ao longo da minha trajetória, vejo que a solidariedade está muito ligada à questão cultural. Eu nasci em uma casa onde o trabalho voluntário era altamente enaltecido. Quando criança, eu me lembro de estar ao lado da minha mãe vendendo cartelas de bingo para a Fundação Dorina Nowill para Cegos. Iniciativas assim sempre foram naturais em minha vida. 

Esse foi um legado que recebi e procuro passar adiante. Sei que voluntariado não é uma questão de se mostrar mais ou menos bondoso ou de ter mais ou menos horas livres (claro, cada um atua dentro das suas possibilidades). Mas é, sim, uma decisão feita por quem escolheu servir como uma condição, como uma forma de viver. Espero que o comportamento solidário seja enraizado na cultura brasileira para construirmos um país mais justo.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

Acesse o site da Pesquisa Voluntariado no Brasil

Filantropia no mundo cresceu moderada e desigualmente, mostra estudo

A nova edição do Global Philanthropy Environment Index, realizado pela Lilly Family School of Philanthropy, ligada à Universidade da Indiana (EUA), revela que a filantropia ao redor do mundo, entre 2018 e 2020, evoluiu de forma moderada e desigual. O índice contém dados e ferramentas que contribuem para a promoção da filantropia em nível global.

A partir de dados dos 91 países que participam do estudo, pode ser observado que um sistema regulatório eficiente, colaboração estatal, tradição filantrópica, e valores sociais são essenciais para nutrir a filantropia.

Por meio de entrevistas com mais de 100 especialistas ao redor do globo, entre eles, Paula Fabiani, CEO do IDIS, o estudo analisa a filantropia por meio de seis fatores:

  • Facilidade de operação da organização filantrópica
  • Incentivos fiscais
  • Doações internacionais (Cross-border giving)
  • Cenário político
  • Cenário econômico
  • Ambiente sociocultural

 

Baixe aqui o Global Philanthropy Environment Index 2022. 

 

Com base nos fatores, é possível comparar a evolução de cada um deles em relação à região e também ao fator global. A América Latina fica abaixo da média global em todos eles. (Confira aqui o relatório regional específico da América Latina)

Confira alguns destaques:

CRESCIMENTO DA FILANTROPIA

Cerca de 62% dos países participantes tiveram um crescimento nos setor filantrópico entre o período do estudo. Já o restante desses países, relataram uma diminuição do espaço para a filantropia devido à instabilidade política, campanhas contra direitos humanos e restrições de doações internacionais.

DOAÇÕES ENTRE PAÍSES

No que se trata de doações entre países, mais de um terço dos 91 países comentam ter um ambiente pouco favorável para este tipo de transação. Este foi um fatores que mais caiu em relação à última edição. Neste indicador, a América Latina possui a penúltima pontuação, somente atrás do Oriente Médio e Norte da África.

O FUTURO DA FILANTROPIA

Com olhares para o futuro, o estudo levou em consideração também os efeitos da Covid-19 e os especialistas ouvidos acreditam que a tecnologia e novas formas de doar vieram para ficar.

Um outro ponto é a formalização e institucionalização da filantropia ao redor do mundo. Devido ao cenário mundial, o fortalecimento da colaboração entre os diferentes setores e a conscientização sobre o trabalho de organizações da sociedade civil serão indispensáveis daqui em diante. “A filantropia é e permanecerá presente em todos os locais”, pontua o relatório, destacando a participação essencial da filantropia na resposta à emergências, como a da pandemia da Covid-19.

 

Baixe aqui o Global Philanthropy Environment Index 2022. 

Programa fortalece organizações sociais que atuam com inclusão produtiva

O programa Redes para Inclusão Produtiva, fruto da parceria entre o Sebrae SP e o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, já alcançou diretamente 88 organizações em quatro macrorregiões do Estado de São Paulo: Bauru, Vale do Ribeira, Pontal do Paranapanema e Alta Paulista. O objetivo do programa é o fortalecimento de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que desenvolvem projetos de inclusão produtiva para públicos em situação de vulnerabilidade econômica e social.

O projeto, iniciado em 2020 e desenvolvido ao longo de um ano e meio de trabalho, contou com a participação de organizações sociais de 44 municípios. Tais organizações sociais, embora diferentes em relação à forma de atuação e ao público beneficiado (catadores, artesãos, pequenos agricultores, jovens, egressos do sistema prisional, entre outros), compartilham o mesmo objetivo: o atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social, e o fomento ao empreendedorismo como alternativa para a geração de renda.

As organizações participaram de encontros presenciais de troca de experiências e conhecimentos, definindo desafios comuns e priorizando soluções práticas para esses desafios. Os participantes tiveram acesso a cursos, workshops e sessões presenciais e virtuais de apoio e aprendizado em diversas temáticas, como: elaboração de projetos; gestão de equipes; associativismo e cooperativismo; comunicação e divulgação; e captação de recursos.

Além de propiciar a troca de experiências e conhecimentos, o programa também teve como premissa contribuir para o empoderamento das organizações sociais participantes e para o fortalecimento de sua atuação em rede. Com isso, os resultados começaram a surgir.

Uma das organizações beneficiadas pelo programa é a Associação Pró Menor de Primavera (APROMEP), do município de Rosana, na região do Pontal do Paranapanema. A partir das informações acessadas na rede, a associação redigiu proposta de inclusão produtiva para qualificar 100 jovens e adultos de até 24 anos por meio de parcerias, como com o Sebrae-SP, a fim de inseri-los no mercado de trabalho nas áreas administrativa e de hotelaria e turismo, atendendo às necessidades do município. A proposta foi encaminhada ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e aprovada.

Já o Instituto Feliz Cidade, de Pariquera-Açu, na região do Vale do Ribeira, que se dedica ao atendimento e à doação de alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade econômica e social, obteve junto ao Sebrae-SP a oportunidade de participar de cursos para a reestruturação e capacitação de sua equipe, além da elaboração de projeto de capacitação profissional e inserção de seus beneficiários no mercado de trabalho.

“Trabalhar com públicos em situação de vulnerabilidade é, atualmente, um foco estratégico do Sebrae-SP em prol de uma sociedade mais igualitária em termos de recursos e oportunidades, pois não há crescimento econômico sem que ele seja inclusivo”, diz Wilson Poit, diretor-superintendente do Sebrae-SP. Nesse contexto, as organizações sociais assumem um papel de protagonismo, já que estão, diariamente, trabalhando em prol da inclusão dessas pessoas.

O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e a pandemia acentuou ainda mais esse cenário. O Banco Mundial estima que seus efeitos levem até 49 milhões de pessoas à pobreza. Dados recentes do IBGE demonstram que o país possui mais de 13,5 milhões de desempregados e uma pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional apontou que o Brasil tem pelo menos 19 milhões de pessoas passando fome.

Outra informação alarmante é proveniente do levantamento publicado pela Oxfam em janeiro de 2022. A publicação apresenta uma estimativa de que, entre abril de 2020 e abril de 2021, 377 brasileiros perderam o emprego por hora, e que mais de 600 mil empresas faliram. Antes que o país comece a se recuperar e a reestruturar sua economia, a tendência é de agravamento da crise.

Assim, a união de forças entre o Sebrae-SP e o IDIS na execução do programa surge como uma reação a esse contexto de desemprego e de falta de oportunidades de geração de renda. “Esta experiência gerou resultados e aprendizados muito importantes. As organizações participantes abraçaram a metodologia de rede e se mobilizaram entre si para manter aprendizado e trocas perenes a partir do programa. Com as consequências negativas da pandemia na economia e na renda dos brasileiros, contribuir para esta causa é urgente e tem impacto direto na vida de milhares de pessoas”, comenta Renato Rebelo, diretor de projetos do IDIS.

Colaboração e comprometimento foram as temáticas de destaque no evento “O futuro da filantropia”, promovido pela revista Alliance

Ao longo de 2021, como parte das comemorações especiais do 25º aniversário da revista Alliance – publicação britânica especializada em filantropia – foram promovidos eventos regionais sobre “o futuro da filantropia”.

Durante a celebração, aconteceram painéis online com foco na África, Região Árabe, Ásia & Pacífico, Europa, América Latina e América do Norte. O encerramento das celebrações ocorreu em fevereiro de 2022, com uma conversa global com representantes de cada um dos seis eventos anteriores.

A convidada da América latina foi a CEO do IDIS, Paula Fabiani. Ao lado dela, Caroline McLaughlin da Asia Venture Philanthropy Network; Naila Farouky, CEO do Fórum de Fundações Árabes; Delphine Moralis, CEO do Philanthropy Europe Association; Dave Biemesderfer, Presidente e CEO do Fórum de Filantropia dos EUA; e Caesar Ngule, Diretor de Programas do Kenya Community Development Foundation.

 

E com tantos nomes importantes debatendo o assunto afinal, qual será, então, o futuro da filantropia?

Como era de se esperar, as prioridades e temáticas em cada região do mundo variam de acordo com o momento de cada povo. Entretanto, todos os representantes ressaltaram o poder e a necessidade de colaboração para que a filantropia e o impacto social positivo se fortaleçam. A crise iniciada por conta da pandemia da Covid-19 deixou bastante nítido o poder que a colaboração e comprometimento com causas possuem em momentos de crise. Além disso, mais pessoas passaram a olhar para as doações e ações filantrópicas de outra forma, valorizando o investimento social privado.

“Há uma tendência acelerada em direção à filantropia colaborativa na Ásia à medida que mais financiadores trabalham juntos para implantar fundos e resolver problemas sistêmicos”, destacou Caroline McLaughlin da Asia Venture Philanthropy Network. Dave Biemesderfer, também sobre essa temática, chamou atenção para outro ponto importante que é justamente verificar se todas as mudanças e comprometimentos assumidos durante a pandemia seguirão perenes daqui em diante nos países.

 

 

Questões tangenciais como saúde mental, educação e diversidade também foram destaque e, de acordo com os especialistas, tem ganhado atenção de filantropos ao redor do mundo. Naila Farouky ressaltou que tem se observado uma tendência de que os financiadores e filantropos sejam “mais intencionais em suas ações com o objetivo de criar um impacto mais efetivo”. Ponto também evidenciado por Paula Fabiani, que ainda pontuou que no Brasil tem acontecido um movimento de maior investimento em organizações da sociedade civil como forma mais efetiva de resolver problemas locais.

O evento completo pode ser acessado abaixo.

Além disso, caso você queira refletir ainda mais sobre o que a filantropia tem discutido para os próximos anos, acesse o artigo com as perspectivas da filantropia no Brasil publicado pelo IDIS, basta clicar aqui.

IDIS apresenta perspectivas e desafios da filantropia no Brasil em 2022

Um dos grandes nomes da filantropia da história, Andrew Carnegie disse, no século XIX, que era mais fácil fazer fortuna do que doar dinheiro de forma inteligente.

Passado mais de um século dessa declaração, os filantropos contemporâneos se deparam, atualmente com uma sociedade muito mais complexa, com problemas multifacetados e um desafio ainda maior para resolver para quem e como fazer suas doações.

Buscando, então, contribuir com a tomada de decisão dos filantropos, o IDIS preparou o artigo Perspectivas para a Filantropia Brasileira’. A seleção dos tópicos foi feita a partir da vasta experiência do IDIS no apoio a investidores sociais privados. Isso, além da vivência dos últimos dois anos, que trouxeram muitas mudanças nas demandas e expectativas no campo da filantropia.

Baixe agora as 8 tendências completas. 

O documento traz oito perspectivas relevantes e que devem ser considerados pelos filantropos na hora de planejar suas doações. “Cada perspectiva é uma janela para uma paisagem onde algo importante está acontecendo e o filantropo pode traçar um cenário a partir delas, agregando seus elementos próprios”, explica Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Além de apresentar cada tendência e explicar os motivos para ela ter sido escolhida, o artigo também cita exemplos nos quais se pode enxergar ela na prática.

Conheça abaixo as Perspectivas da Filantropia no Brasil:

PERSPECTIVA 1 – Mais grantmakers, menos projetos próprios

A filantropia ganha relevância em seu papel de financiadora das organizações da sociedade civil que buscam a solução para os problemas complexos.

PERSPECTIVA 2 – Emergência x longo prazo

A filantropia estratégica se vê no impasse entre as necessidades de curto prazo e o olhar para o futuro.

PERSPECTIVA 3 – Causas que se fortaleceram

Mesmo em meio à crise sanitária e econômica, a força de algumas causas não se abalou. Elas ganham novos formatos e se mostram mais importantes do que nunca.

PERSPECTIVA 4 – A comunidade como célula mater da filantropia

Nos momentos mais difíceis, os problemas se concentram nas comunidades, assim como as soluções.

PERSPECTIVA 5 – Atuação colaborativa e em parceria

Chegamos mais longe quando caminhamos juntos e, contrariando o ditado, chegamos mais rápido também.

PERSPECTIVA 6 – Empresas mais engajadas

Experiência da pandemia e pressão de investidores e consumidores levam empresas a aumentar as doações.

PERSPECTIVA 7 – Já não é só o capital filantrópico que gera impacto

A possibilidade de conciliar lucro com impacto positivo é cada vez mais atraente para novos e antigos investidores.

PERSPECTIVA 8 – O desembarque da Geração Z

Os Millenials já estão deixando sua marca na filantropia. E agora, o que esperar da Geração Z?

Brasil Giving Report 2021: um retrato dos doadores brasileiros durante a pandemia

Conhecer a cultura de doação de um país é essencial para o amadurecimento da sociedade civil e para o engajamento de atores na filantropia. Qual a importância que as pessoas dão a este tema? Quanto se engajam para o bem comum? Quais as barreiras que impedem a ação? E quais as tendências que nos ajudam a traçar possíveis futuros?

Essas são algumas das perguntas que constantemente tenta-se responder. No IDIS  – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, investimos na realização da Pesquisa Doação Brasil 2020, que mostrou como a longa crise econômica e social que o país atravessa atingiu a população entre 2015 e 2020, tirando muitos da posição de doadores para a dos que necessitam de doação, mas por outro lado, fortalecendo a cultura de doação neste período, com uma maior consciência sobre a importância da doação e uma visão mais positiva das organizações da sociedade civil e seu trabalho.

Baixe agora o Brasil Giving Report 2021

 

Agora apresentamos a quarta edição do Brasil Giving Report – pesquisa promovida pela britânica CAF – Charities Aid Foundation e pelo IDIS, que traça um panorama da doação no Brasil em 2020, porém, em comparação ao ano anterior. Esse é um olhar mais sutil sobre as mudanças ocorridas em um período de doze meses que vai desde um pouco antes da chegada ao país da pandemia de Covid-19 até novembro de 2020.

Para além da esperada queda na prática da doação para organizações da sociedade civil (de 53% para 49%), o Brasil Giving Report 2021 oferece alguns elementos novos, que contribuem ao melhor entendimento da realidade enfrentada pelos cidadãos brasileiros.

O impacto da pandemia na renda familiar foi significativo, com três em cada cinco (60%) respondentes experimentando uma diminuição em seus ganhos e a maioria (84%), preocupada com a segurança de sua própria renda familiar nos próximos seis meses.

O nível de incerteza aumentou e pode ter afetado a generosidade neste período. A pesquisa indica, também, que houve uma ligeira modificação na forma como a população enxerga o resultado do trabalho das organizações sociais. A percepção do impacto positivo, que aumentou entre 2018 e 2019, passando de 72 para 79%, caiu em 2020, atingindo 67 pontos em nível local. A mesma tendência foi evidenciada também em nível nacional e internacional.

Mas a cobrança não é exclusiva sobre o Terceiro Setor. A pandemia colocou em evidência o papel que as empresas desempenham na sociedade. Embora muitas pessoas (53%) concordem que a iniciativa privada apoiou as comunidades brasileiras durante a pandemia, uma proporção maior (73%) acredita que as empresas deveriam ter feito mais.

Em relação ao poder público, existe a percepção de que o governo não apoiou efetivamente a atuação das organizações da sociedade civil durante a crise sanitária. Quatro em cada cinco (80%) concordam que o governo deve colaborar com elas em sua resposta e 77% acreditam que o governo deve oferecer apoio financeiro às OSCs que estão em risco de colapso.

Diante de tanta insatisfação, foi perguntado o que faria com que as pessoas doassem para organizações sociais nos próximos 12 meses. A resposta mais comum foi ter mais dinheiro (49%). Esta tem sido a razão mais citada desde o início da pesquisa em 2017 (59%), mas menos pessoas a selecionam ano após ano. Depois de ter mais dinheiro, o público é motivado por saber com certeza como o dinheiro seria gasto (40%).

Outros fatores que encorajariam doações futuras são mais transparência por parte das organizações beneficiadas (32%) e ser capaz de encontrar uma instituição que trabalhe por uma causa sensibilizadora (26%), mostrando caminhos interessante para a comunicação das OSCs com a sociedade.

Ao que parece, os acontecimentos de 2020 aumentaram as expectativas da população em relação aos vários entes da sociedade e deixaram o doador mais exigente.

Clique aqui e acesse a pesquisa completa!

O Futuro da Filantropia é tema de evento promovido pela Alliance Magazine

A Alliance Magazine, organização social britânica com foco em conteúdo relacionado a investimento social, reunirá especialistas do ramo de diferentes países para debater e refletir sobre o Futuro da Filantropia. O evento encerra uma série que promoveu seis painéis virtuais com representantes de organizações ligadas ao tema em diferentes regiões globais (África, Região Árabe, Ásia & Pacífico, Europa, América Latina e América do Norte) e marca o encerramento da comemoração do 25º aniversário da revista.

Reunindo vozes de cada um desses painéis em uma conversa global, o evento acontecerá no dia 10 de fevereiro de forma online e gratuita. Com um olhar para o futuro, propõe debater a evolução da filantropia após tempos de crise e a contribuição  das novas gerações.

Participaram do evento:

Paula Fabiani, CEO do IDIS, Caroline McLaughlin, Diretora de Parcerias da Asia Venture Philanthropy Network, Dave Biemesderfer, Presidente e CEO do United Philanthropy Forum, Delphine Moralis, CEO da Philanthropy Europe Association, Naila Farouky, CEO do Arab Foundations Forum e Stigmata Tenga, Diretora Executiva da Africa Philanthropy Network serão os palestrantes do evento, que terá mediação de Elika Roohi, da revista Alliance.

As inscrições podem ser feitas no link: bit.ly/futurodafilantropia

Data: 10 de fevereiro | Horário: 11h – 12h (UTC-03:00) Brasília

O Futuro da Filantropia na América Latina

O IDIS foi o parceiro da Alliance para a realização da edição latinoamericana do ciclo de debates.

Além de Paula Fabini, integraram a mesa Carolina Suarez, da Latimpacto (Colombia),
Inês Mindlin Lafer, representando o GIFE e o Instituto Betty e Jacob Lafer (Brasil) e Magdalena Aninat, do Centro de Filantropia e Investimentos Sociais da Universidade Adolfo Ibáñez (Chile).

Entre os temas debatidos, a importância do fortalecimento do ecossistema da filantropia na América Latina, a necessidade do fomento a um ambiente político mais favorável às organizações da sociedade civil e o avanço da colaboração na prática filantrópica, especialmente a partir do evento da pandemia de Covid-19. Houve consenso de que a filantropia vem amadurecendo no continente e que o futuro mostra-se positivo.

Confira o vídeo:

Desafios da colaboração entre empreendedores sociais

Agenda comum, liderança e diálogo são pontos fundamentais para ONGs e negócios sociais ajudarem a atingir objetivos da ONU

 

Vivemos em uma sociedade desigual e que coloca em risco a sobrevivência dos seres que aqui habitam. Precisamos repensar o consumo e nossas relações humanas e organizacionais.

Este anseio pode ser endereçado se trabalharmos pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), movimento liderado pela ONU para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir que as pessoas desfrutem de paz e de prosperidade.

Mas precisamos atuar já e juntos, para que esses objetivos sejam atingidos em 2030, e não em 2093, como se projeta se continuarmos a agir da mesma maneira.

Em um momento em que desafios foram acentuados pela pandemia, a polarização e crise de confiança nas instituições dificultam a união em torno de agendas prioritárias. Por isso, a colaboração se torna ainda mais vital.

Para promover a colaboração e catalisar condições para acelerar a implantação dos ODS, surge o movimento Catalyst 2030 no mundo, que conta com um capítulo brasileiro.

O movimento acredita que um caminho promissor é a colaboração entre empreendedores sociais, ou seja, líderes de ONGs e negócios de impacto.

Contudo, apesar do alinhamento de propósito para a geração de impactos socioambientais destes líderes, é preciso reconhecer alguns desafios que devem ser superados para que a colaboração potencialize os atributos de diferentes visões em projetos conjuntos.

ONGs e negócios de impacto podem apresentar ritmos, repertórios e competências diversas. Desta forma, as capacidades operacionais precisam ser compreendidas em suas especificidades, e as prioridades bem estruturadas. Diferenças metodológicas e processuais precisam ser equalizadas no processo colaborativo.

Neste tipo de arranjo, há que se observar ainda a governança da colaboração, evitando conflitos de interlocução, e as diferentes abordagens comunicacionais, cuidando para que o projeto tenha uma voz própria que represente, de forma colaborativa, o conjunto das iniciativas realizadoras.

E, por fim, o desafio do financiamento, comum a quaisquer empreendedores sociais, pode se tornar uma oportunidade de ampliação das possibilidades, uma vez que ONGs e negócios sociais podem acessar uma maior diversidade de fontes.

Somente unindo forças nesse momento de reconstrução do mundo e das organizações é que podemos encontrar uma saída para que consigamos atingir os ODS em colaboração.

A implementação dos ODS alinhados com a estratégia não somente nos fortalece para resolvermos os problemas socioambientais mais rapidamente no mundo, mas também intensifica a relação entre todos os setores através da comunicação de uma linguagem comum e global.

Também promove inovação no desenvolvimento de soluções socioambientais, favorece a atração de novos talentos comprometidos com a causa e de investimentos a longo prazo.

Na prática, estabelecer agendas de colaboração entre ONGs e negócios de impacto para promover impacto coordenado e sustentável depende de uma visão ampla sobre pontos de atenção que não podem ser deixados de lado.

AGENDA COMUM

É fundamental que haja clareza sobre as ODS que busca atingir, e a estratégia que será utilizada em torno disso se aproveitando das fortalezas de cada iniciativa envolvida. Muitas vezes, uma boa discussão sobre o plano de trabalho antecipa problemas em momentos futuros.

LIDERANÇA E COLABORAÇÃO

A governança da colaboração precisa estar alinhada e estruturada: a interlocução deve ser única e o fluxo interno de conhecimento deve escoar na direção correta, evitando uma descentralização que prejudique o resultado.

Os times devem ter claras as maneiras de interagir entre si, e o ritmo de trabalho deve respeitar as limitações e possibilidades de todos os envolvidos.

ESCUTA E DIÁLOGO

Nada mais importante em processos de colaboração do que a oportunidade de se aprender com experiências diversas. ONGs e negócios de impacto trazem repertórios complementares que, unidos, podem gerar soluções poderosas –e nesse contexto, a escuta e a troca se tornam ferramentas poderosas para o sucesso da colaboração.

 

Por Larissa Gurjão (SIB Impact), Paula Brandão (Baluarte Cultura), Paula Fabiani (IDIS) e Rodrigo Pipponzi (MOL)

Este artigo foi publicado originalmente pela Folha de São Paulo.

Jovens brasileiros: confiança nas ONGs e no poder da doação

Pesquisa Doação Brasil, promovida pelo IDIS, traz destaques sobre os jovens

Quando o assunto é doações, os jovens brasileiros são os que mais confiam nas organizações da sociedade civil e acreditam no poder transformador da doação. Quase a metade (45%) dos jovens com idade entre 18 e 29 anos acha que as ONGs são muito responsáveis pela solução dos problemas sociais e ambientais do País, enquanto na população em geral, apena 34% têm a mesma opinião. Os jovens também têm mais confiança no Terceiro Setor, com 32% deles concordando totalmente que as ONGs deixam claro o que fazem com os recursos que aplicam. Na média brasileira, esse grau de concordância é de 24%. E ¾ dos jovens têm certeza de que o fato de doar faz diferença, uma proporção bem maior do que a da sociedade em geral, que fica em 67%.

 

Abaixo o cruzamento dos dados sobre a opinião sobre ONGs e faixa etária do público entrevistado.

Esses e outros dados sobre doação você encontra no site da Pesquisa Doação Brasil, que acaba de lançar novas funcionalidades, tais como filtros por idade, região, escolaridade e renda, entre outros.

A Pesquisa Doação Brasil, único levantamento no país dedicado a traçar o perfil do doador individual brasileiro, é uma iniciativa coordenada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e realizada pela Ipsos Brasil Pesquisas de Mercado.

 

Faça download da pesquisa completa gratuitamente clicando aqui.

#FórumIDIS – Redes pelo clima: novos modelos de desenvolvimento para o Brasil e a Amazônia

Conheça os destaques da edição especial do 10º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais

Dias após a 26ª Conferência do Clima da ONU, a mesa “Redes pelo clima: novos modelos de desenvolvimento para o Brasil e a Amazônia” reuniu Renata Piazzon, gerente do progama Mudanças Climáticas do Instituto Arapyaú, e Marcello Brito, presidente do Conselho Diretor da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio, com moderação de Paula Fabiani, CEO do IDIS, na edição especial do 10º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais.

Após identificar uma fragmentação nas iniciativas da Amazônia e sem resultados aparentes mesmo com investimento filantrópico na região, surgiu a Concertação pela Amazônia. “A gente viu que precisamos nos unir e fazer filantropia diferente. E também percebemos que não faríamos nada sem o setor privado, que deveria ser protagonista dessa agenda”, explica Renata Piazzon sobre a rede, criada há um ano e meio e que hoje conta com mais de 400 lideranças de diferentes setores. Destacou também que temos um desafio em termos de escala: “Vimos uma mudança no investimento filantrópico dos milhões para os bilhões, mas a mudança virá quando mobilizarmos trilhões”.

Renata Piazzon, gerente do progama Mudanças Climáticas do Instituto Arapyaú | Foto: André Porto

Sobre a Conferência do Clima, realizada em Glasgow, Reino Unido, que reuniu países para discussão de acordos climáticos, Piazzon compartilhou impressões do que observou nas discussões. “Na COP-26, vimos três ‘Brasis’: um era o do governo federal isolado; o Brasil da diplomacia buscando achar consensos e que fechou o acordo do artigo 6 sobre mercado de carbono; e o Brasil da sociedade, da sociedade civil, que chegou vibrante e diversa”, relata. Além disso, na temática sobre ESG, Renata conta que, ao longo das discussões da COP-26, ficou clara como estão caminhando juntas as agendas “E (Ambiental)” e “S (Social)”, da sigla em inglês ESG.

Marcello Brito, presidente do Conselho Diretor da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio | Foto: André Porto

Marcello Brito, da Associação Brasileira do Agronegócio, iniciou a fala mencionando a importância do “G (Governança)” da sigla ESG. “Sem o G, não chegamos no E ou no S”. Além do cargo de liderança na ABAG, integra a Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura, rede que reúne mais de 300 participantes, desde pequenos agricultores até grandes empresas de alimentos. Segundo ele, o grupo possui visões divergentes sobre o desenvolvimento do Brasil, e que para avançar, ao invés de buscar consenso em todas as pautas, operam a partir da perspectiva do consentimento, ganhando agilidade para conter retrocessos em curso no País.

“Redes pelo clima: novos modelos de desenvolvimento para o Brasil e a Amazônia” no 10º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais | Foto: André Porto

“Em 2022, qual é o projeto cidadão do Brasil?”, questiona Brito para a audiência após mencionar uma reportagem sobre a fome entre a população brasileira. Ele aponta que um Brasil novo surgirá a partir das coalizões de ideias. Se a gente não tiver um monte de gente embarcada, continuaremos perdendo”, conclui. Ainda com olhares para 2022, Renata Piazzon comenta que o Insituto Arapyaú e estas redes vão levar as agendas socioambientais para os futuros candidatos à presidência do Brasil para serem pauta eleitoral. “Acredito que esse será um papel fundamental para a filantropia no ano que vem”, ela diz.

Para saber mais sobre cada uma das sessões, leia as matérias sobre cada uma delas. A gravação de todas também está disponível no perfil IDIS_Noticias no YouTube.

O 10º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais aconteceu em 17 de novembro de 2021, no Jockey Club de São Paulo. Esta é uma realização do IDIS, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation, e esta edição teve apoio prata do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, e apoio bronze da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Sicoob, Mattos Filho Advogados e Movimento Bem Maior. Esta foi uma edição especial, que aprofundou as conversas iniciadas no evento online realizado em junho do mesmo ano (saiba mais aqui).

#FórumIDIS: Contexto Brasil: desenvolvimento e filantropia

Conheça os destaques da edição especial do 10º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais

A filantropia deve atender às demandas da sociedade e por isso, conhecer bem o contexto, saber ler os cenários político e econômico e identificar os atores envolvidos, em especial suas prioridades e limitações, é tão importante para uma ação verdadeiramente transformadora.

Apresentar esta leitura da atualidade foi a missão dada ao economista e ex-Ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, e a Marcia Groszmann, líder de Investimentos para Instituições Financeiras Brasileiras no BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, que participaram do painel de abertura da edição especial do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2021, que teve como tema transversal ‘Capital e a Humanidade’ (leia a notícia completa aqui).

Maílson da Nóbrega no 10º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais | Foto: André Porto

O Estado deve equilibrar seu papel no desenvolvimento econômico e social, especialmente em momentos como esse em que ele tem que amparar os segmentos menos favorecidos da sociedade e assegurar o melhor ambiente possível de geração de emprego e renda, dotando o país das condições para aumentar seu potencial de crescimento há sinais animadores de que estamos mudando.

Confira a sessão na íntegra em nosso YouTube:

 

Recursos advindos de privatizações e concessões deveriam ser destinados a iniciativas de impacto social e à criação de Fundos Patrimoniais, geridos pela sociedade civil com amarras que permitem vigilância e favorecem a transparência, contribuindo para a sustentabilidade de causas. Em sua visão, essa é uma agenda importante para ser trabalhada junto ao Poder Executivo e ao Congresso, que acredita, não tem isso como prioridade e tampouco recursos, mas sugere que o assunto seja cada vez mais debatido –  “Hábitos se mudam pelo convencimento, pelo exemplo, pela informação confiável, e este deve ser um trabalho sistemático”.

Marcia Groszmann, líder de Investimentos para Instituições Financeiras Brasileiras no BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento | Foto: André Porto

Além da leitura como especialista, falou também a partir de sua experiência como voluntário no GRAAC – Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, que, segundo ele, é um exemplo do poder transformador das organizações da sociedade civil. Destacou também a importância do avanço da Cultura de Doação no Brasil, citando dados da Pesquisa Doação Brasil, que mostrou que em 2020, 66% dos brasileiros fizeram algum tipo de doação. Lembrou que no GRAAC, pelo menos um terço dos recursos vem de doações individuais inferiores a R$ 30/mês. E se as pequenas doações fazem diferença, é preciso também estimular os detentores de grandes fortunas. Para isso, Maílson lembrou a importância de aprimoramos a legislação sobre heranças.

Audiência  no 10º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais | Foto: André Porto

Em relação ao mercado, Maílson e Marcia concordam que empresas podem fazer mais pela sociedade. Maílson lembrou como este setor vem sistematicamente contribuindo para avanços na educação, saúde, e até política, citando iniciativas de formação de jovens lideranças. Marcia enfatizou a agenda ESG como um dos guias para que isso aconteça, e como o tema tem amadurecido no Brasil. Citou em apenas um ano, os fundos de investimento social passaram de 40 para cerca de 100, e que cada vez mais tem sido estabelecidas regras claras para eles – “Os investidores querem ter certeza dos impactos causados por seu dinheiro. Essa sopa de letrinhas veio para ficar”. Sobre a possível resistência para sua consolidação, Maílson destacou que não há volta, lembrando que estamos na era dos stakeholders e que empresas que mirarem apenas o lucro, sem se atentarem a todos seus impactos, não sobreviverão.

Para saber mais sobre cada uma das sessões, leia as matérias sobre cada uma delas. A gravação de todas também está disponível no perfil IDIS_Noticias no YouTube.

O 10º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais aconteceu em 17 de novembro de 2021, no Jockey Club de São Paulo. Esta é uma realização do IDIS, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation, e esta edição teve apoio prata do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, e apoio bronze da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Sicoob, Mattos Filho Advogados e Movimento Bem Maior. Esta foi uma edição especial, que aprofundou as conversas iniciadas no evento online realizado em junho do mesmo ano (saiba mais aqui).

IDIS reúne comunidade filantrópica e aprofunda debate sobre o ‘Capital e a Humanidade’

Conheça os destaques da edição especial do 10º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais

Com céu azul e clima de celebração, aconteceu a edição presencial do 10º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. Ao longo de uma manhã, os convidados voltaram a se encontrar depois de um longo período de contato exclusivamente online, e conversar sobre os desafios que se apresentam e como enfrentá-los a partir da perspectiva da filantropia estratégica. “Com a população cada vez mais vacinada, ousamos reunir nossa comunidade. Para a segurança de todos, optamos por um local aberto e público limitado a 50 pessoas*. A sociedade e o meio ambiente exigem ação e saímos com as energias renovadas e com esperança para seguirmos em frente”, comenta Paula Fabiani, CEO do IDIS.

*A comprovação da vacinação contra COVID-19 era exigida para entrada no evento e o uso de máscaras durante as sessões era obrigatório para a plateia.

Paula Fabiani, CEO do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social na abertura da edição especial do 10º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais – Foto: André  Porto

Tema transversal de todas as sessões, “Capital e a Humanidade” é um assunto que tem ocupado o centro dos debates em diversos setores e continentes. Manifestações ao redor do mundo exigem mudanças no modelo atual, que produz inequidades e destrói os recursos naturais. Surgem movimentos como Imperative 21, campanha que pretende redefinir o capitalismo para maximizar o bem-estar compartilhado em um planeta saudável. O Fórum Econômico de Davos apontou a necessidade de um compromisso novo do capital, e a pandemia de Covid-19 explicitou o poder da colaboração entre os diversos setores e a filantropia.

 

Contexto Brasil: desenvolvimento e filantropia

Maílson da Nóbrega (Foto: André Porto)

O evento abriu com a sessão Contexto Brasil: desenvolvimento e filantropia, com a participação do economista e ex-Ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega e a moderação de Marcia Groszmann, líder de Investimentos para Instituições Financeiras Brasileiras no BID Invest. A importância crescente do investimento social corporativo, o fortalecimento da cultura de doação no Brasil e a necessidade de mudanças na legislação para a destinação de recursos de privatizações e conceções para Fundos Patrimoniais foram os destaques da fala de Maílson. Além da leitura como especialista, falou também a partir de sua experiência como voluntário no GRAAC – Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, que, segundo ele, é um exemplo do poder transformador das organizações da sociedade civil. Márcia destacou também a importância da mensuração de impacto, demanda cada vez maior dos investidores.

A programação seguiu com três mesas temáticas, que abordaram assuntos bastante contemporâneos, sempre pautados por pesquisas e dados. Confira a matéria completa aqui.

 

 O capital e equidade de gênero

 

Palestrantes da mesa ‘O capital e equidade de gênero’ – Foto: André Porto

Na sessão ‘O capital e equidade de gênero, Sônia Hess, vice-presidente do grupo Mulheres do Brasil e fundadora e idealizadora do Fundo Dona de Mim, e Amalia Fischer, CEO do ELAS + Doar para Transformar, compartilharam seus pontos de vista como articuladoras da sociedade civil e destacaram como tem acontecido o engajamento de empresas. A moderação foi de Marcia Kalvon Woods, assessora da Fundação José Luiz Egydio Setúbal.

Confira o resumo da mesa e a gravação na íntegra aqui.

 

O papel das empresas na Equidade Racial

 

Hélio Santos, presidente do Conselho do Pacto de Promoção da Equidade Racial – Foto: André Porto

Para debater ‘O papel das empresas na Equidade Racial, sob moderação de Flavia Regina de Souza, sócia de Mattos Filho Advogados, foram convidados o professor Hélio Santos, presidente do Conselho do Pacto de Promoção da Equidade Racial e Presidente do Conselho da Oxfam Brasil, que contextualizou bem a questão e destacou o papel inovador do Pacto, e Edvaldo Vieira, CEO da Amil, que trouxe sua experiência como empresário e o caminho que tem trilhado para a construção de um ambiente mais diverso e inclusivo.

Confira o resumo da mesa e o vídeo na íntegra aqui.

 

Redes pelo clima: novos modelos de desenvolvimento para o Brasil e a Amazônia

Palestrantes da mesa Redes pelo clima: novos modelos de desenvolvimento para o Brasil e a Amazônia Foto: André Porto

O encerramento foi marcado pelo painel ‘Redes pelo clima: novos modelos de desenvolvimento para o Brasil e a Amazônia, que trouxe os destaques da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP26, realizada na semana anterior. Renata Piazzon, gerente do programa de mudanças climáticas do Instituto Arapyaú, e Marcello Brito, presidente do Conselho Diretor da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio, deixaram claro que a solução de problemas complexos como a questão da Amazônia passa pela articulação de atores de toda sociedade – empresas, governos, academia, sociedade civil devem atuar juntos.

Confira o resumo e a sessão na íntegra aqui.

confira as discussões

Para saber mais sobre cada uma das sessões, leia as matérias sobre cada uma delas. A gravação de todas também está disponível no perfil IDIS_Noticias no YouTube.

Ao final do evento, dois pontos ficaram bastante evidentes. O primeiro é que a agenda ESG (do inglês, Ambiental, Social e Governança) não é apenas uma moda. Ela veio para ficar e aos poucos, traduzimos para o Brasil não só a sigla, mas também seus significados a partir da realidade e desafios locais. O outro, é a importância crescente do papel da sociedade civil neste momento turbulento do país, e tem se fortalecido e agregado atores. As conquistas podem não acontecer na velocidade que almejamos, mas são contínuas e perceptíveis em todos temas discutidos.

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais aconteceu em 17 de novembro de 2021, no Jockey Club de São Paulo. Esta é uma realização do IDIS, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation, e esta edição teve apoio prata do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, e apoio bronze da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Sicoob, Mattos Filho Advogados e Movimento Bem Maior. Esta foi uma edição especial, que aprofundou as conversas iniciadas no evento online realizado em junho do mesmo ano (saiba mais aqui).

CARTA ABERTA À RECEITA FEDERAL

A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, grupo multissetorial composto por organizações da sociedade civil e outras instituições abaixo-assinadas, vem manifestar publicamente discordância com o parecer da Receita Federal, expressada na Solução de Consulta nº 178, de 29.9.2021.

Os Fundos Patrimoniais permitem que entidades estabeleçam uma base financeira sólida, capaz de sustentar ou complementar suas atividades com os recursos gerados a partir do rendimento do patrimônio. Entidades cujo objeto social é o interesse público e que possuem Fundos Patrimoniais se tornam menos dependentes de novas doações e patrocínios, alcançam maior estabilidade financeira e asseguram sua viabilidade operacional. Assim, em cenários de limitação de gastos públicos, os Fundos Patrimoniais são uma fonte alternativa e viável de recursos.

Um dos esforços da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos é esclarecer junto à Receita Federal do Brasil pontos de dúvida sobre a legislação tributária aplicável aos Fundos Patrimoniais constituídos com base na Lei 13.800/19, dado que ela não abordou questões tributárias.

O posicionamento da Receita Federal, expressada na Solução de Consulta nº 178, de 29.9.2021, representa um desestímulo à criação de Fundos Patrimoniais ligados à educação, saúde e assistência social. O ponto principal se refere à tributação dos rendimentos da Organização Gestora de Fundos Patrimoniais (OGFP) ligados a essas áreas, ao entender que elas não teriam direito à imunidade de impostos. Outro ponto relevante foi o posicionamento de que a OGFP não pode adquirir participação em sociedade de natureza empresária, pois desnaturaria sua finalidade não econômica, estendendo a ela a posição da Solução de Consulta nº 121.

Estes posicionamentos vão na contramão do que há no exterior em termos de tributação e gestão dos fundos patrimoniais (endowments) e, em especial o parecer da Solução de Consulta nº 178, contraria a Constituição Federal do Brasil e diversas decisões de nossas cortes, administrativas e judiciais, sobre temas similares.

Deste modo, solicitamos que essa posição seja revista, de ofício, pela Receita Federal, para o que nos colocamos à disposição para apresentar esclarecimentos e dados relativos à relevante atuação dos fundos patrimoniais no Brasil, assim como sua tributação e modalidades de investimentos em outros países, que tem interpretação diferente desta apresentada pela Receita Federal.

Por fim, nos colocamos à disposição para qualquer contribuição que se faça necessária.

São Paulo, 26 de outubro de 2021

COALIZÃO PELOS FUNDOS FILANTRÓPICOS (www.idis.org.br/coalizao)

 

Quem somos nós

A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos é grupo multisetorial composto por mais de 80 membros, entre organizações, empresas e pessoas que apoiam a regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no país.

Lançada em junho de 2018, e liderada pelo IDIS, Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, essas organizações brasileiras integram a Coalizão, que é aberta para qualquer pessoa ou instituição que apoie a causa dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos.

 

Organizações integrantes da Coalizão pela Fundos Filantrópicos

 

Coordenação

IDIS Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

 

Apoio Jurídico

PLKC Advogados

 

Apoio Institucional

APF Associação Paulista de Fundações

CEBRAF Confederação Brasileira de Fundações

GIFE Grupo de Institutos, Fundações e Empresas

Humanitas 360

Levisky Negócios e Cultura

Participantes

ABCR

Acaia Pantanal

ACTC Casa do Coração Arredondar

ASEC – Associação pela Saúde Emocional de Crianças

Associação Amigos do Museu Nacional – SAMN

Associação dos Antigos Alunos da PUC-Rio – AaA PUC-Rio Associação Samaritano

Baluarte Cultura

Banco da Providência

CEAP

Cesnik Quintino e Salinas Advogados

CIEDS

Demarest Advogados

Fehosp

Fundação Arymax

Fundação Darcy Vargas

Fundação Educar DPaschoal

Fundação Gerações

Fundação José Luiz Egydio Setubal

Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira

Fundação OSESP

Fundação Stickel Fundo Agbara

Fundo Catarina

Fundo Patrimonial Amigos da Univali FUSP

GRAACC

Grupo Tellus

ICE – Inovação em Cidadania Empresarial

Insper

Instituto Akatu

Instituto Apontar

Instituto Arlindo Ruggeri (Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo)

Instituto Ayrton Senna

Instituto Clima e Sociedade

Instituto Cyrela

Instituto de Tecnologia Social

Instituto Doar

Instituto Ethos

Instituto Jatobás

Instituto Norte Amazônia de Apoio ao Terceiro Setor – INATS

Instituto Phi

Instituto Reciclar

Instituto Ronald McDonald

Instituto Sol

Instituto SOS Pantanal

Instituto Sou da Paz

Intermuseus

ISE Business School

Koury Lopes Advogados

Laboratório de Inovação Financeira

Liga Solidária

Lins de Vasconcelos Advogados Associados

Machado Meyer Advogados

Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. Quiroga Advogados

Movimento Bem Maior

Parceiros Voluntários

Pinheiro Neto Advogados

PLKC Advogados

Rede de Filantropia para a Justiça Social

Rubens Naves Santos Jr Advogados

Sistema B

SITAWI Finanças do Bem

Szazi, Bechara, Storto, Rosa e Figueirêdo Lopes Advogados

Todos pela Educação

Tozzini Freire Advogados

Visão Mundial

Wright Capital Wealth Management

5 razões para as empresas continuarem doando

Dois anos após a chegada da pandemia da Covid-19 ao Brasil, sabemos que ela transformou para sempre nossa realidade e trouxe muito sofrimento, mas também provocou uma onda inédita de solidariedade e doações.

O Monitor das Doações, desenvolvido pela ABCR (Associação Brasileira dos Captadores de Recursos), registra R$ 7,1 bilhões em doações para o combate à pandemia, sendo que 85% desse montante foi aportado por empresas.

Contudo, os recursos não vieram de forma uniforme ao longo do tempo. No final de 2020, o totalizador já indicava R$ 6,5 bilhões. Ou seja, durante boa parte do ano de 2021, foram reportadas doações de apenas 10% do volume de 2020, mesmo com as condições da pandemia no Brasil voltando a piorar de forma drástica, o auxílio emergencial do governo federal reduzido a um quarto do valor inicial e muitas organizações reportando queda nas doações recebidas.

A cultura de doação iniciada em 2020 não pode ser passageira, afinal temos uma série de desafios pela frente. Por isso, indicamos cinco razões para que as empresas continuem doando agora e nos próximos anos, fazendo disso uma cultura.

1. Consumidores preferem empresas que doam e se posicionam sobre questões sociais

Um primeiro fato a se destacar é que os consumidores querem comprar de empresas engajadas e olham positivamente para empresas que doam para organizações sociais.

Sete em cada dez brasileiros (71%) afirmam que estariam mais inclinados a comprar um produto ou serviço de uma empresa que doa a causas sociais ou que apoia sua comunidade local.

As mulheres, em especial, são mais propensas a levar isso em consideração na hora da compra (77% contra 65% dos homens), segundo a Charities Aid Foundation e o IDIS divulgaram no Brazil Giving Report de 2020.

2. Suas futuras contratações também preferem empresas doadoras e engajadas

Segundo ponto: as pessoas querem trabalhar em empresas engajadas. Em tempos em que passamos por longos períodos de isolamento social e home office, é ainda mais importante fortalecer o vínculo entre a empresa e seus colaboradores. Mostrar preocupação com os problemas sociais do país e envolver os profissionais em iniciativas de doação podem ser excelentes formas de atrair e reter talentos.

O trabalho com propósito, principalmente diante de todo o cenário criado desde 2020, é uma demanda. Uma pesquisa global focada em trabalhadores, do IBM – Institute for Business Value, mostrou que quase a metade dos entrevistados (48%) aceitaria um salário mais baixo para trabalhar em empresas ambiental e socialmente responsáveis.

3. A população quer ser mais solidária e doar mais, mas não sabe como

Terceiro fator a ser levado em conta: a população quer ser mais solidária, mas não consegue colocar isso em prática. Como doar, para quem, onde?

Quase a totalidade dos brasileiros (96%) tem o desejo de ser mais solidária, mas pouco mais de um quarto (27%) concretiza essa vontade, especialmente porque não conhece formas e oportunidades.

As empresas, doando para organizações sociais, têm a chance de ajudar a canalizar essa imensa solidariedade e criar caminhos para que consumidores e colaboradores também possam doar. Comuniquem as doações realizadas. É preciso dar o exemplo a outras empresas e para indivíduos.

4. Parâmetros ESG

Em quarto lugar, destaco que cada vez mais as empresas são avaliadas de acordo com os parâmetros ESG (Environmental/Ambiental, Social e Governança). Doar reforça o S.

Inevitavelmente, o mercado brasileiro vai seguir a tendência de adotar critérios ESG para orientar os investidores. Fazer doações para projetos sociais e ambientais reafirma o posicionamento da empresa e também contribui para o seu desempenho.

Pesquisas indicam que empresas que doam e com melhores práticas em ESG colhem mais lucros no longo prazo, além do aumento de seu valor de mercado.

5. A democracia precisa da sociedade civil

E fecho reforçando que o livre mercado depende da democracia e a democracia depende de uma sociedade civil forte. As empresas quando doam e dão apoio às organizações da sociedade civil, podem ter um ambiente saudável para os negócios, pois elas defendem a democracia, a livre expressão e os direitos civis. Além disso, trabalham por uma sociedade mais forte e equilibrada, ou seja, uma estrutura melhor dentro da qual as empresas podem operar e prosperar.

Essas são apenas cinco de muitas razões pelas quais convocamos as empresas a readequarem definitivamente o padrão de investimento social que costumam praticar e assumir um compromisso com a solução dos crescentes problemas socioambientais que enfrentamos.

Subam a régua. Doem mais e melhor. Se não for pelo legítimo desejo de construir um Brasil mais justo e acolhedor para todos, que seja pela certeza de que todo Real doado voltará para a empresa na forma de admiração, valorização e resultados.

Saiba mais: cultura de doação

Este artigo foi publicado originalmente pela Folha de S. Paulo.

 

CAF promove evento global sobre desafios e tendências da filantropia

Simpósio Global de Filantropia | 9 de novembro

A filantropia é um tema global. Ao redor do mundo, a sociedade civil é peça-chave para a solução de desafios socioambientais e em cada país, há pessoas dedicadas a pensar e encontrar os melhores meios para potencializar o impacto dos investimentos. Ao promover o primeiro Simpósio Global de Filantropia, a Charities Aid Foudation (CAF) convida todos a aprendermos uns com os outros e encontrar inspirações em experiências globais.

Focado em doadores, o encontro abordará tendências internacionais e percepções locais, ao longo de 19 horas e com a participação de representantes de 10 países – África do Sul, Austrália, Brasil, Bulgária, Canadá, Estados Unidos, Índia, Inglaterra, Rússia e Turquia. Entre os temas, filantropia de impacto, empoderamento negro, confiança e mecanismos de doação internacional. O evento acontece no dia 9 de novembro. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas aqui: bit.ly/simposiocaf

O IDIS, representante da CAF no Brasil, promoverá dois painéis virtuais.

9/nov – 14h às 15h

Empresas Grantmakers: impacto social por meio do apoio a OSCs

_Daniela Grelin, diretora do Instituto Avon

_Paulo Eduardo Batista, diretor executivo do Instituto Mosaic

_moderação: Andrea Hanai, gerente de projetos do IDIS

 

 

 

SimposioGloalFilantropia

9/nov – 15h às 16h

Transformando Territórios: investimento para o desenvolvimento local

_Eliana Sousa, fundadora e diretora da Redes da Maré

_Erika Sanchez, diretora executiva do Instituto ACP

_moderação: Felipe Groba, gerente de projetos do IDIS

 

As sessões serão realizadas em português com opção de tradução simultânea para o inglês. Com isso, o evento reunirá uma audiência local e global. Todas serão gravadas e ficarão disponíveis aos participantes na plataforma do evento. Confira a agenda completa aqui:

 

Além das sessões em português, Raquel Altemani, gerente de projetos do IDIS, também participará da mesa Gestão de de dados de impacto para investidores sociais, no 9 de novembro às 7h. Esta mesa será em somente inglês.

A Charities Aid Foundation (CAF) é uma organização britânica dedicada à filantropia e com mais de 90 anos de experiência. A CAF apoia doadores – indivíduos, grandes doadores e empresas – a obter o maior impacto possível a partir de sua doação. Sua rede global consolidando-se como a maior estrutura de apoio ao investidor social privado, no mundo. Além da sede no Reino Unido, a CAF também atua na África do Sul, Austrália (Good2Give), Brasil (IDIS), Bulgária (BCause), Canadá, Estados Unidos, Índia, Rússia e Turquia (Tusev).

Brasil marca presença no Global Philanthropy Forum

Com o tema “Sistemas vitais, Comunidades saudáveis: encontrando o novo normal”, o Global Philanthropy Forum (GPF) reunirá filantropos, investidores sociais e executivos de organizações da sociedade civil entre os dias 19 e 21 outubro em evento virtual. O papel da filantropia em face das mudanças trazidas pela pandemia permeará toda a programação, trazendo aprendizados de ações ao longo deste período e boas práticas que podem ser replicadas ao redor do mundo.

O IDIS estará presente e também indicou outros representantes do Brasil para contribuir às conversas desta edição do GPF. A nossa CEO, Paula Fabiani, compartilhará a experiência do Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil. Em outra mesa, Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon, falará sobre a experiência do Fundo de Investimento Social Privado pelo Fim das Violências contra Mulheres e Meninas. Além disso,  Rodrigo Pipponzi, filantropo e fundador da Editora Mol, participará de um grupo de trabalho sobre a nova geração de filantropos.

Confira a agenda:

19 de outubro – 14h30 (horário no Brasil)

Filantropia – Quando a crise atinge: Fundos de Emergência e Repostas rápidas

_Bernadette Moffat, diretora exectiva da ELMA Philanthropies

_Maya Winkelstein, CEO da Open Road Alliance

_Patricia McIlreavy, Presidente e fundadora do Center for Disaster Philanthropy

_Paula Fabiani, CEO do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

 

Em meio a apelos à filantropia para enfrentar as crises da COVID-19 e a injustiça racial, mais filantropos consideraram a criação de fundos de emergência ou a alteração dos procedimentos de doações para movimentar o dinheiro mais rapidamente. Essas mudanças, incluindo concessões menos restritas e fundos de emergência alocados, se tornarão padrão? E em face de crises em que os financiadores devem ser ágeis em suas doações, como podemos garantir que o financiamento seja baseado em equidade e justiça para apoiar a todos?

 

19 de outubro – 14h30 (horário no Brasil)

A garantia da saúde das mulheres e o combate à violência de gênero

_Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon

_Joia Creer-Perry, fundadora e diretora da National Birth Equity Collaborative

_Esta Soler, presidente e fundadora Futures Without Violence

_Majandra Rodriguez-Acha, Frida Young Feminist Fund

_Purity Kagwiria, diretor da With and For Girls Fund and Collective, Purposeful

 

Da proteção e defesa dos direitos reprodutivos das mulheres ao fim da violência contra as mulheres – este grupo de trabalho abordará a importância dos direitos das mulheres no contexto da saúde global. Como podemos mobilizar a influência e a participação das mulheres por meio de ativismo político, legal e cívico para abordar o avanço das mulheres e proteger a autonomia corporal? Ouça as pessoas que trabalham para acabar com a violência contra mulheres e crianças em todo o mundo – como financiadores, ativistas, formuladores de políticas e líderes de saúde pública.

 

21 de outubro – 14h30 (horário no Brasil)

Aprendendo com a próxima geração de filantropos

_Danielle Oristian York, 21/64

_Rodrigo Pipponzi, Fundador da Editora Mol

 

Uma transferência de riqueza sem precedentes está criando toda uma nova geração de doadores que herdarão cerca de US $ 59 trilhões de dólares até 2061. Eles também devem alocar quase metade dessa quantia para causas beneficentes. À medida que os jovens com acesso à riqueza começam a ter mais poder de decisão sobre os recursos, eles podem revolucionar as doações e efetuar mudanças sociais de maneiras extraordinárias. Aproveite esta oportunidade para aprender diretamente com os doadores da próxima geração sobre o que orienta suas doações.

 

Confira a agenda completa e como se inscrever clicando aqui.

 

 

O GPF é um projeto do World Affairs Council, criado para construir uma comunidade de doadores e investidores sociais comprometidos com causas internacionais. Por meio de uma conferência anual, um seminário de verão, eventos especiais e teleconferências, o GPF conecta doadores a causas, a estratégias eficazes, a potenciais parceiros de cofinanciamento e a emblemáticos agentes de mudança de todo o mundo.

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social é parceiro do Global Philanthropy Forum. Anualmente, também o GPF apoia a realização do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, promovido pelo IDIS desde 2012.

Veja aqui o vídeo comemorativo de 10 anos da edição brasileira:

 

 

 

 

‘Como escolher uma causa’ é tema de live no Valor Econômico

O Valor Econômico em colaboração com o Valor Social, área de responsabilidade social da Globo, promoveu uma semana especial de lives que teve como temática principal ‘Cultura de Doação’. O evento propôs ampliar os debates sobre a importância e o tamanho do investimento social privado no Brasil, apresentar os melhores caminhos para doar, mostrar o que é feito no âmbito dos negócios e como estimular a cultura de doação.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Joana Mortari, diretora da Associação Acorde, protagonizaram a mesa “Como Escolher Sua Causa”, importante assunto quando se trata da construção de uma cultura de doação. A mesa foi mediada por Celia Rosemblum, Editora de Projetos Especiais do Valor.

Com o objetivo de mobilizar os brasileiros para a doação, o IDIS criou o ‘Descubra sua Causa’, um teste de 9 perguntas que ajuda a encontrar uma causa com a qual a pessoa melhor se identifica e depois mostra organizações com as quais pode contribuir, doando dinheiro ou tempo, por meio de trabalho voluntário.  A Pesquisa Doação Brasil, que tenta entender as barreiras para a cultura de doação no país, em sua edição de 2015 mostrou que 84% dos brasileiros não concordavam com a ideia de que o doador deve falar que faz doações e que, além disso, explica Paula, não havia uma clareza de qual causa mobilizava a ação. Isso mostrou a necessidade de se falar mais sobre o assunto, sobre diferentes causas e do endereçamento das doações. Foi nesse contexto que o teste surgiu e hoje traz opções de como e para onde contribuir de acordo com a causa identificada, direcionando os passos para aquele que deseja agir.

Veja a live na completa:

Estadão destaca fundos patrimoniais de universidades brasileiras

Comum em universidades americanas, os endowments, também conhecidos como fundos patrimoniais, têm se tornado estratégicos para a sustentabilidade financeira de instituições de ensino brasileiras nos últimos anos.  A reportagem do  Estadão aponta as iniciativas que tem surgido e como o IDIS tem auxiliado no fortalecimento dos fundos filantrópicos no Brasil.

Nas redes sociais, com Pix e contribuições mensais, a contribuição para o crescimento dos endowments nas universidades é facilitada. A criação de fundos patrimoniais das instituições tem o apoio de projetos de impacto social e impulsionar a pesquisa brasileira. A ação consiste em aumentar a quantia somada de doações visando um maior rendimento e com isso, mais projetos apoiados.

A ideia é que o fundo funcione de forma perene, ou seja, quanto maior o bolo de doações, maior os rendimentos e mais projetos são apoiados. O foco está não só em ex-alunos como também pequenos doadores que possam contribuir com pequenas quantias e tornar o ato mais popular.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, lembra que a participação do pequeno doador na construção de fundos patrimoniais é estratégica e contribui para a popularização da ação, uma vez que pode gerar futuros doadores e empreendedores. Paula comenta: “A popularização é importante porque traz legitimidade para a organização”.

O IDIS atua no advocacy com fundos patrimoniais desde 2012 e em outubro de 2020 atuou junto a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) na criação do Lumina, o fundo patrimonial que tem como objetivo de contribuir com o financiamento de projetos e iniciativas da Universidade nas áreas de ensino, pesquisa, extensão e inovação. A iniciativa foi orientada pelo IDIS ao longo do todo processo de criação. Leia o case e saiba mais sobre a ação.

Confira a matéria na íntegra, acesse: bit.ly/idisnamidia15

 

Mais sobre fundos patrimoniais

Acesse mais conteúdos nesta temática produzido pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, clique aqui.

Caso queira saber mais sobre fundos patrimoniais ou queria conhecer nossos serviços, envie um e-mail para comunicacao@idis.org.br.

IDIS participa de edição 100ª da Alliance Magazine

Em comemoração aos 25 anos de aniversário da Alliance Magazine, a revista inglesa lança a 100ª edição com relatos de filantropos, executivos de organizações sociais e personalidades do campo. O IDIS contribuiu com dois depoimentos. Parabenizamos a Alliance pelos 25 anos sendo a principal revista de filantropia e investimento social em todo o mundo e é uma honra fazer parte desta trajetória.

Em uma sessão dedicada à reflexão de especialistas com experiência de 25 anos trabalhando no setor, a CEO do IDIS, Paula Fabiani, escreve um relato sobre o que gostaria de ter aprendido antes sobre o setor filantrópico. “Eu gostaria de ter sabido que a filantropia teria um grande papel na promoção da democracia. Eu gostaria de ter tido conhecimento da relevância de se trabalhar pela equidade racial, primeira infância e ciência. E também gostaria de ter previsto as dificuldades do avanço da agenda contra o aquecimento global”, comenta.

Já em outra parte da publicação, Alexandre Gonçalves Jr, analista de comunicação do IDIS, participa do capítulo dedicado a profissionais do setor filantrópico nascidos no mesmo em que a publicação foi lançada, 1996, intitulado “PHILLENIALS”, alusão aos termos millennials e philanthropy, em inglês. Com um olhar para os próximos 25 anos, ele destaca as mudanças estruturais para a transformação social. “A filantropia pode apoiar estas mudanças. Pode dar voz às pessoas, empoderar comunidades locais a manter atividades e promover um espaço seguro para a sociedade civil lutar contra desigualdades”, acredita.

Para acessar e conferir a publicação completa, acesse: alliancemagazine.org

Inscreva-se para o evento gratuito de lançamento da publicação, clicado aqui.

Na esteira da celebração histórica, além da tradicional edição imprensa e digital da revista, a Alliance também promoveu ao longo do ano debates internacionais sobre a filantropia ao redor do mundo. O encontro sobre as perspectivas para a América Latina foi realizado em parceria com o IDIS. Confira o vídeo:

 

 

IDIS promove curso Avaliação de Impacto SROI: conceitos e práticas

Há um interesse crescente sobre avaliação de impacto. Empresas e filantropos desejam saber se os investimentos feitos estão gerando transformações e organizações sociais querem entender como podem gerar ainda mais benefícios socioambientais. Por isso, em outubro, o IDIS oferecerá o curso Avaliação de Impacto SROI: conceitos e práticas. Interessados já pode fazer sua inscrição.

Com 12 horas de duração, divididas em 4 encontros semanais, o curso abordará conceitos gerais de avaliação, concentrando-se nos elementos que compõe o protocolo SROI (Social Return on Investment ou Retorno Social do Investimento). Entre os tópicos, Teoria da Mudança, Pesquisa Qualitativa e Quantitativa, Monetização, Mapa de Impacto, Relatórios, Devolutivas e Comunicação.

O curso será online e realizado por meio de plataforma de EAD. Os encontros serão ao vivo, com gravação disponibilizada posteriormente aos alunos do curso. O valor para participação será de R$ 1.900, com vagas limitadas a 30 participantes.

As aulas serão ministradas por profissionais do IDIS, entre eles a CEO Paula Fabiani, e as gerentes e especialistas em avaliação Laís Faleiros e Raquel Altemani, todas capacitadas pela organização inglesa Social Value. Casos práticos de projetos realizados pelo IDIS para organizações como Amigos do Bem, CEAP, Gerando Falcões, Fundação Sicredi, Santa Marcelina Cultura (Programa Guri), Petrobrás, Sesc, entre outros serão usados para ilustrar as aulas.

O ‘SROI – Social Return on Investment’, ou Retorno Social sobre Investimento, é um protocolo de avaliação que propõe uma análise comparativa entre o valor dos recursos investidos em um projeto ou programa e o valor social gerado para a sociedade com essa iniciativa. Trata-se de uma ferramenta poderosa de mensuração, que além de trazer a monetização do impacto social, integra dados qualitativos e quantitativos capturando a percepção dos beneficiários.

Faça sua inscrição no curso: https://bit.ly/cursosroi

Em agosto, realizamos um evento para explicar do que se trata a abordagem, com a participação de representantes da Gerando Falcões e da Fundação Sicredi. Assista aqui:

 

Nesta sessão, selecionamos artigos, publicações e vídeos sobre avaliação de impacto e SROI. Confira!

#Conhecimento: Avaliação de Impacto e SROI

 

 

Confira os resultados da Pesquisa Doação Brasil 2020

Promovida pelo IDIS, a Pesquisa Doação Brasil 2020 é o mais amplo estudo sobre a prática da doação individual no País. Os resultados da segunda edição, realizada pelo instituto de pesquisas Ipsos, revelam o impacto da longa crise econômica e da pandemia sobre a doação dos brasileiros. Ao comparar os dados de 2015 com os de 2020, vemos que a doação encolheu no Brasil, em todas as suas formas, desde a doação em dinheiro, até a doação de bens e de tempo (trabalho voluntário).

 

Baixe a publicação completa: bit.ly/doacaobr2020

Visite o site pesquisa: https://pesquisadoacaobrasil.org.br

 

Enquanto em 2015, 77% da população havia feito algum tipo de doação, em 2020, o percentual ficou em 66%. Quando se trata de doação em dinheiro, a proporção caiu de 52% para 41%. E no caso de doações para organizações/iniciativas socioambientais, a redução foi de 46% para 37%.

Sobre os achados da Pesquisa, Paula Fabiani, CEO do IDIS, comenta: “Apesar da queda das doações, a Cultura de Doação se fortaleceu nos últimos cinco anos. A sociedade está mais consciente da importância da doação e tem uma visão muito mais positiva das organizações da sociedade civil e seu trabalho. As classes mais privilegiadas demonstraram maior grau de solidariedade e responderam à crise de 2020 doando mais.

Cerca de 650 pessoas acompanharam o evento de lançamento pelo Zoom e ao vivo pelo YouTube do IDIS. Desde então, a pesquisa tem sido destaque na imprensa nacional.

Assista ao evento de lançamento na íntegra:

 

Pesquisa Doação Brasil 2020

 

INFLUÊNCIA DA RENDA

Ao analisar a composição dos dados, fica claro que as alterações se deram por conta da prolongada crise econômica dos últimos anos, agravada pela pandemia e pelo cenário de incerteza para o futuro. Observamos que a doação de dinheiro para organizações/iniciativas socioambientais encolheu muito entre as classes menos favorecidas (de 32% para 25% entre 2015 e 2020, na faixa com renda familiar até 2 salários mínimos) e cresceu significativamente entre as classes com mais alta renda (de 51% para 58%, nas classes com renda familiar entre 6 e 8 salários mínimos, e de 55% para 59% entre as classes com renda familiar acima de 8 salários mínimos). Essas classes doaram mais em 2020 do que haviam feito em 2015.

 

VALOR DA DOAÇÃO

Em 2020, menos brasileiros doaram a organizações da sociedade civil e o valor doado caiu. Em 2015, a mediana* do valor anual doado por pessoa era de R$ 240 e em 2020, caiu para R$ 200.

Essa redução teve forte impacto sobre o montante total das doações. Em 2015, o valor total doado pelos indivíduos foi de R$ 13,7 bilhões, o que correspondia a 0,23% do PIB. Em 2020, somou R$ 10,3 bilhões, equivalentes a 0,14% do PIB desse ano.

(*) A mediana é preferida para estimar o valor total doado porque ela considera os valores mais praticados pela sociedade e despreza os valores extremos, ou seja, as doações muito altas ou muito baixas, que deturpam a média.

 

CAUSAS MAIS SENSIBILIZADORAS

O efeito da pandemia mudou as prioridades dos brasileiros, quando se trata de causas. Enquanto em 2015 Saúde e Crianças ocupavam os primeiros lugares na preferência dos brasileiros, em 2020, o Combate à Fome e à Pobreza foi citado por 43% da população como sendo a causa mais sensibilizadora, seguida por Crianças, Saúde e Idosos.

Duas outras causas também ganharam muitos adeptos nos últimos cinco anos – o Combate ao Abandono e Maus-tratos de Animais, e os Moradores de Rua. Ambas haviam pontuado muito pouco em 2015, mas aparecem no ranking de 2020, em quinto e sexto lugar, respectivamente.

 

PERCEPÇÃO SOBRE A DOAÇÃO

Apesar do encolhimento na prática, a população brasileira vê de forma cada vez mais positiva a doação. Mais de 80% da sociedade acredita que o ato de doar faz diferença, e entre os não doadores, essa concordância atinge 75%.

O conceito de que a doação faz bem para o doador cresceu significativamente, de 81% para 91% da população, atingindo uma maioria quase absoluta.

Outro aspecto positivo é que a ideia de que o doador não deve falar que faz doações está perdendo força. Em 2015, ela contava com a concordância de 84% da população e, em 2020, o percentual caiu para 69%. Este é um ponto especialmente importante porque o falar sobre a doação estimula sua prática, traz inspiração, esclarece temores e desperta o interesse de outras pessoas.

 

PERCEPÇÃO SOBRE AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL

A opinião dos brasileiros sobre as organizações da sociedade civil, mais conhecidas como ONGs, evoluiu muito nos últimos cinco anos.

A noção de que as ONGs são necessárias no combate aos problemas socioambientais recebe a adesão de 74% da população, enquanto em 2015, essa concordância estava em 57%.

A afirmação ‘Percebo que a ação das ONGs leva benefícios a quem realmente precisa’ conta com a concordância de 67% da população, e em 2015, esse índice era de 47%.

O reconhecimento de que as ONGs fazem um trabalho competente é indicado por 60% da população, e em 2015, só 44% pensavam desse modo.

O maior destaque, porém, fica com o crescimento da confiança nas ONGs. 45% da população concorda que as ONGs deixam claro o que fazem com os recursos que aplicam. Em 2015, apenas 28% se mostravam de acordo com a afirmação.

OUTROS DESTAQUES

A longa crise econômica que o País atravessa afetou muito as doações;

Parte da população mais pobre, que doava em 2015, deixou de doar e passou a precisar de doações;

Em compensação, as classes de maior renda doaram mais em 2020 do que em 2015;

A doação é vista de forma muito positiva pela população como um todo, e aumentou a percepção de que as pessoas devem falar que fazem doação;

A imagem das ONGs melhorou muito junto à sociedade brasileira.

 

Baixe a publicação completa: bit.ly/doacaobr2020

Visite o site pesquisa: https://pesquisadoacaobrasil.org.br

 

Escute também o podcast “Aqui se Faz, Aqui se Doa” sobre a pesquisa:

REALIZADORES E APOIADORES

A Pesquisa Doação Brasil é uma iniciativa coordenada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, realizada pela Ipsos e com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Fundação Tide Setúbal, Instituto ACP, Instituto Galo da Manhã, Instituto Mol, Instituto Unibanco, Itaú Social, Mercado Pago e Santander.

Evento do BTG Pactual aborda filantropia e cultura de doação

O BTG Pactual promoveu na quinta-feira (12/08) o Give Back Day, evento que apresentou e reconheceu as seis ONGs participantes do BTG Soma, programa de aceleração de Organizações Não Governamentais e Organizações da Sociedade Civil com o objetivo de fomentar um ecossistema mais sustentável, independente e com melhor performance, contribuindo para uma transformação social. O programa contou com mais de 100 horas de workshop voltadas para o desenvolvimento das organizações.

Para celebrar a conclusão do projeto, foram convidadas para o Give Back Day grandes nomes do setor para falar sobre cultura de doação e filantropia. Entre eles, Paula Fabiani, Luiza Helena Trajano, Alcione Albanesi, Patrícia Lobaccaro, Sonia Hess e mais convidados.

Para falar sobre Estruturas de doação, Juliana de Paula, diretora de responsabilidade social do BTG Pactual convidou Paula Fabiani, CEO do IDIS e Patricia Lobaccaro, fundadora e CEO da Mobilize Global.

Juliana de Paula e Paula Fabiani no Give Back Day

Give Back Day – na foto: Juliana de Paula e Paula Fabiani

Dando início a conversa, Juliana de Paula lembra que o país subiu 14 posições no World Giving Index, o ranking realizado pela Charities Aid Foundation que mede o índice de solidariedade global. Atualmente o Brasil ocupa a 54º posição. Partindo desse dado, Juliana lembra o papel das empresas no desenvolvimento e aceleração da responsabilidade social e questiona de que modo esse movimento pode ser feito.

Para responder à pergunta, Paula citou o Monitor das Doações COVID-19 da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), que revelou mais de 700 mil doadores somando cerca de 6 bilhões de reais doados em resposta a pandemia de Covid-19, o que revela que há potenciais recursos, no entanto, a questão gira em torno de “como manter” esse movimento de contribuição das empresas.

“Temos no Brasil uma situação onde muitos institutos e fundações empresariais operavam projetos, mas percebemos que essa tendência começa a mudar. E que começamos a ter mais investidores sociais corporativos com a prática da doção de grantmaking. Apoiando as organizações que existem, que estão no território e que conhecem as necessidades do território podendo endereçar melhor os problemas sociais”, explica a CEO do IDIS.

Paula lembra que, na pandemia, quem primeiro reagiu foram as organizações da sociedade civil, que protagonizaram as ações com rapidez e agilidade e nesse sentido, as empresas podem funcionar como uma ponte importante através da doação, não apenas financeiramente, mas também firmando parceria, fornecendo colaboradores entre outras ações que podem transformar a empresa num importante agente da transformação social.

Paula Fabiani, CEO do IDIS

Give Back Day – na foto: Paula Fabiani, CEO do IDIS

Patricia Lobaccaro trouxe a visão que os Estados Unidos possuem sobre a filantropia de “give back” ou, em português, dar de volta. “Em termos de filantropia individual, filantropia é algo muito pessoal, não existe certo nem errado, existe aquilo que funciona para você”, comenta.

Confira o evento na íntegra:

Paula Fabiani faz parte do Comitê Social do BTG SOMA e participou na aceleração das organizações selecionadas nesse programa. Além disso, a equipe do IDIS atuou fornecendo apoio técnico às organizações com mentorias e capacitações sobre fundos patrimoniais, avaliação de impacto e captação de recursos.

Todos os presentes no evento foram testados e negativados para a Covid-19.

Filantropia é destaque na Revista Riviera

Em reportagem sobre doações, a Revista Riveira, publicação impressa da região se São Lourenço no litoral paulista, traz os benefícios de fazer doações, como o desenvolvimento da nação, equilíbrio da balança social e bem-estar.

Assim a Revista Riviera se propõe a tratar da filantropia, ação que foi impulsionada no país nos últimos tempos. A pandemia de covid-19 provocou uma onda de doações no país. Famílias, indivíduos, organizações e empresas colaboraram financeiramente apoiando diversas áreas. A saúde foi um dos principais focos das doações, embora projetos de assistência social, educação e geração de renda também tenham sido beneficiados pelo aumento das ações filantrópicas no país.

O World Giving Index, pesquisa realizada pela Charities Aid Foudantion (CAF) que classifica o Ranking de Solidariedade foi citado para ilustrar o crescimento das ações solidárias no país.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, foi convidada para comentar este cenário. Segundo Paula, em 2021 estamos vendo uma nova onda dessa mobilização ocasionada pela pandemia. Além disso, houve uma diversificação no perfil do doador brasileiro.

Revista Riviera Filantropia

Revista Riviera | Edição 32 – julho 2021, página 74

“Se antigamente o típico doador brasileiro era uma mulher de meia-idade, satisfeita com seu rendimento e sua vida, agora as mais diferentes pessoas têm praticado a filantropia. Percebemos que a empatia é o sentimento que tem motivado doações, e novas pessoas passaram a doar”, explica com base na Pesquisa Doação Brasil de 2015.

Essa diversificação  deve-se também a maior participação das empresas que “se deram conta de que causam um grande impacto apoiando organizações envolvidas com os locais beneficiados”, destaca a CEO do IDIS. Além disso, Paula chama atenção para a tendência de campanhas e voluntariado dentro das corporações.

Confira a matéria na íntegra clicando aqui.

 

 

 

Solidariedade é tema de caderno especial da Folha

Na segunda-feira (19) o jornal Folha de S. Paulo publicou um caderno especial sobre Solidariedade. A temática abordada perpassa os temas da filantropia, da desigualdade, os efeitos da pandemia e a cultura de doação entre os brasileiros. A série com três artigos traz informações, dados e a opinião filantropos e membros do terceiro setor.

 

Folha Solidariedade

Brasileiro é solidário, mas ainda falta cultura de doação

No Ranking de Solidariedade, o Brasil ficou em 54º em uma colocação com 114 países. Este dado World Giving Index, ranking produzido pela Charities Aid Foundation (CAF), divulgado em 15 de junho, mostra uma melhora na posição do país na classificação, que subiu 20 posições desde o último ranking em 2019. No entanto, acredita-se que esta colocação se deu junto a onda de solidariedade ocasionada pela pandemia de Covid-19, revelando que a solidariedade entre os brasileiros é movida por situações emergenciais.

Nesta perspectiva, o primeiro artigo que compõe o caderno especial da Folha faz a seguinte provocação, a de que o “brasileiro é solidário, mas ainda falta a cultura de doação”.

Convidada para falar sobre o tema, Paula Fabiani, CEO do IDIS, acredita que esta situação se dá devido aos entraves culturais e burocráticos do país.

Segundo ela, “há aquilo de as pessoas não gostarem de falar que doam, e também falta um ambiente promotor de doação. Não há políticas públicas nesse sentido, e muitos não percebem a filantropia como uma forma de participação social”, afirma.

Para embasar seu argumento, Paula revela dados da 1ª edição Pesquisa Doação Brasil 2015. Segundo a pesquisa, dentre os doadores, a maior parte diz ajudar o combate à fome e à pobreza (aumento de 29% para 43%). A seguir, fica a ajuda a projetos ligados a crianças, cuja cifra recuou de 36% para 19%. Isso pode ser um reflexo da situação econômica do país, avalia. A segunda edição dessa pesquisa, referente a 2020, deve ser lançada ainda este ano pelo IDIS.

Para Roberta Faria do Instituto Mol, os brasileiros não enxergam o apoio ás ONGs como um ato de cidadania, o que reforça a ideia de que a cultura de doação entre os brasileiros está centrada na caridade, principalmente movida por princípios religiosos.

O que você precisa saber antes de fazer uma doação

Diante do cenário ocasionado pela crise pandêmica, o número de doações no país subiu. Mesmo diante deste aumento, ainda é necessário unir esforços para uma sociedade mais solidária. Nesse sentido, o questionamento “como saber se uma instituição é idônea ou não? ” norteia um outro artigo. Nesta publicação, a Folha reúne dicas e recomendações para se seguir na hora de fazer uma doação.

Primeiramente, é essencial verificar a existência da Instituição. As redes sociais, o site da fundação e o Mapa das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) são ferramentas importantes neste primeiro passo a ser tomado. “Se aquela instituição existe, ela está no mapa das OSCs, porque ele pega a base de dados do CNPJ”, diz a advogada Priscila Pasqualin, sócia responsável pela área de filantropia e investimento social do PLKC Advogados e conselheira fiscal do IDIS.

Em seguida, recomenda-se pedir à associação documentos que comprovem a aprovação por uma lei de incentivo, como ocorre em projetos voltados para a cultura, educação, saúde, entre outros.

Ademais, a observação de parceiros é um ponto relevante a ser levado em conta. Foi através de parcerias com empresas que a Gerando Falcões desenvolveu o modelo de gestão e transformou-se em uma rede de instituições. A avaliação de impacto realizada pelo IDIS para a Gerando Falcões é tida como exemplo nesta recomendação. Segundo o estudo, a cada R$ 1 investido nestes projetos, há retorno de R$ 3,50 em benefícios sociais. Hoje, o processo é ensinado na formação dos líderes sociais que integram o conjunto pelo qual a entidade, que nasceu em Poá (SP), expandiu sua atuação para 700 favelas em todo o país.

 

Não importa a razão, todas as formas de doação são importantes

Por fim, para falar de solidariedade, Elie Horn, Fundador do Movimento Bem Maior, trata da importância de se fazer o bem, algo que segundo ele, é a essência da solidariedade. Fazendo menção ao World Giving Index de 2019, em que o Brasil foi classificado em 74º em um ranking de 126 países, Elie chama atenção para a necessidade dos brasileiros de serem mais solidários, ainda que mediante a falta de incentivos no país. A importância está em praticar a solidariedade e divulgar seus efeitos, independentemente de quem seja, se pessoa física, empresa, sociedade civil ou governo.

“Em um país com o nível de desigualdade social que temos, é muito importante doar dinheiro. Mas tem gente que doa trabalho, doa tempo. E isso também vale muito, pois as necessidades no Brasil são imensas e diversas, e todo mundo tem alguma coisa que pode compartilhar, mesmo que seja conhecimento, força física ou amor” ressalta.

Este conteúdo reúne conhecimento, por meio da troca de saberes e traz diferentes olhares acerca da solidariedade de modo a reforçar a cultura de doação no país.

Confira na íntegra o material acessando o site da Folha.

Atuação filantrópica territorial é destaque no Valor

A filantropia comunitária em territórios é um movimento que vem ganhando espaço no país e é destaque no jornal Valor Econômico. Estas iniciativas que visam ampliar a participação individual e fomentar estratégias de longo prazo para a mudança social em territórios estão sendo aprimoradas nos últimos anos. O trabalho coordenado entre ONGs, fundações, associações de ação social, empresas e universidades se mostra muito mais eficiente na transformação social e vem demostrando grande potencial de impacto.

Para Paula Fabiani, CEO do IDIS, os esforços que envolvem o conceito mais amplo de filantropia comunitária, representam uma tendência que veio para ficar. Segundo Paula, “a sociedade entendeu que precisa de soluções integradas e locais”. “Este olhar mais sistêmico e com atuações transversais estimula o surgimento das fundações comunitárias”, ressalta.

A atuação das associações leva em conta as realidades de áreas delimitadas, levantando informações socioeconômicas, promovendo saúde, inclusão produtiva e empreendedorismo. Paula cita como exemplos desse modelo de atuação do ICom – Instituto Comunitário da Grande Florianópolis; o Instituto Comunitário Baixada Maranhense e a Tabôa, associação comunitária criada no sul da Bahia pelo fundador da Natura Guilherme Leal. Todas estas organizações fazem parte do projeto Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Confira o artigo na íntegra.

 

Ricardo Amorim faz live sobre importância das doações no Brasil

Para falar do cenário filantrópico brasileiro e desmitificar alguns conceitos sobre o ato de doar, Ricardo Amorim, economista e influencer, promoveu uma live via Instagram junto a organizações do Movimento por Uma Cultura de Doação.

RicardoAmorim_Doacoes

Participaram da conversa Leonardo Letelier (Fundador e CEO da SITAWI Finanças do Bem), Patrícia Lobaccaro (CEO da Mobilize Global) e Joana Mortari (Diretora da Associação Acorde e Co-Criadora do Comitê Coordenador do Movimento por uma Cultura de Doação).

Joana Mortari destacou dados da Pesquisa Doação Brasil, realizada pelo IDIS em 2015, que mostra que 87% dos doadores não acham que se deve falar sobre doação. Ricardo Amorim perguntou às três pessoas convidadas sobre as expectativas da segunda edição da pesquisa Doação Brasil que será lançada esse ano.

Também foram citados dados da pesquisa World Giving Index 2021, da Charities Aid Foundation, que faz um ranking da solidariedade ao redor do mundo. Atualmente o Brasil está na 54º posição em relação a 114 países. Patrícia Lobaccaro também trouxe a novidade desta pesquisa deste ano em que quatro países africanos estão no topo.

Ao longo da conversa, também foram abordados o valor das doações no Brasil, a confiança em organizações da sociedade civil, a motivação das doações e também os planos de incentivar a cultura de doação do Brasil.

Ao final, foram indicadas organizações para quem não sabe por onde começar a doar.

Confira na íntegra:

Filantropia global é tema no programa Matéria de Capa da TV Cultura

O World Giving Index, ranking que classifica o índice global de solidariedade, foi destaque no Matéria de Capa, programa da TV Cultura.

O programa coloca em pauta a divisão de riquezas e mostra como as pessoas mais ricas do mundo exercem a filantropia, além de mostrar o ranking dos países mais generosos do mundo. Para falar sobre este tema, o programa convida Paula Fabiani, CEO do IDIS, para comentar o índice e falar sobre a prática de doação entre os brasileiros.

Segundo Paula, “a doação é um ato de cidadania, é um ato de participação social”. Ela ressalta a importância de campanhas que apoiem e divulguem a prática da divulgação, como o  , rede com propósito de enraizar a doação como parte de nossa cultura, e o Dia de Doar, data de contraponto ao consumo que visa catalisar o apoio a organizações da sociedade civil. Além disso, alega que a falta de mobilização e incentivos de políticas públicas voltadas à prática da doação atuam como um impasse para o avanço dessa cultura de doação no país.

Confira aqui o programa 

“No Brasil não temos bons incentivos para doação, o que falta é um ambiente promotor. O governo e a sociedade civil precisam se engajar em campanhas para promover a doação, a prática da filantropia e promover o engajamento das pessoas em causas e ações”, destaca Paula.

O Ranking Global de Solidariedade faz parte de uma iniciativa da organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo IDIS. O estudo é conduzido a partir de três perguntas: você ajudou um estranho, doou dinheiro a uma organização social ou fez algum tipo de trabalho voluntário no mês passado? Nesta edição, foram incluídos os dados de 114 países, representando mais de 90% da população adulta global. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.

Acesse a pesquisa completa do World Giving index 2021 gratuitamente clicando aqui.