Seminário Transformando Territórios reúne mais de 30 lideranças comunitárias do Brasil

Aprender entre os pares foi o objetivo do Seminário Transformando Territórios, realizado em setembro, em São Paulo. Participaram representantes de Fundações e Instituto Comunitários (FICs) integrantes do Programa Transformando Territórios, projeto de impacto realizado pelo IDIS em parceria com a C.S. Mott Foundation. Com visitas a projetos apoiados, palestras, capacitações e eventos com investidores sociais e filantropos, foi possível aprofundar a compreensão de um tema fundamental: o poder de transformação dessas organizações no Brasil.

Na segunda edição, o evento teve a participação de mais de 60 pessoas, incluindo lideranças das FICs, filantropos, parceiros e apoiadores comprometidos com essa causa.

 

“Foram 3 dias importantes para conexões, benchmarking e ampliação de visões, processos e possibilidades”, resumiu um dos participantes.

 

“O Seminário foi muito especial, principalmente por ser muito participativo. Acredito nessa construção coletiva para o Transformando Territórios nos próximos anos”, comentou outro participante, de forma anônima, nas avaliações do evento.

 

Inspiração e exemplo: uma visita ao Instituto Cacimba em São Miguel Paulista

É impossível ir à São Miguel Paulista e passar despercebido das ações apoiadas pelo Instituto Cacimba. A organização está no programa Transformando Territórios desde 2020, sendo uma das primeiras FICs da cidade de São Paulo. O Cacimba foi criado com o apoio do Programa e respaldado na sólida confiança que o líder comunitário Hermes de Souza possuía na região. Desde então, Hermes de Souza tem ocupado a direção do Instituto. Saiba mais sobre essa história aqui. Mostrando a importância de inspirar ação, a programação do Seminário começou por aqui.

Ao longo do dia, diversos projetos sociais apoiados pelo Cacimba na região puderam ser conhecidos. Muitos deles receberam orientação do líder Hermes de Souza e agora são apoiados pelo Instituto.

 

Aprendizado e formação: uma constante

No período da tarde, o grupo participou do workshop  “Diversidade e Direitos Humanos”, oferecido por Clara Serva, sócia da área de empresas e Direitos Humanos do TozziniFreire Advogados, e Maria Paula Bonifácio Custódio, advogada da área.

Entre os momentos de troca de experiências e intervalos, houve apresentações culturais de dança por projetos do Instituto NUA, ministrados por pessoas do território.

No segundo dia do Seminário, palestras e rodas de conversas destacaram a relevância e atuações das FICs em seus territórios, e muitas experiências puderam ser trocadas. O encontro aconteceu na sede da Comunitas, que apoia institucionalmente o Transformando Territórios.

Confira os destaques dos quatro painéis que integraram o evento.

 

Confira os destaques dos quatro painéis que integraram o evento.

Painel 1: Grandes impactos a partir de pequenas doações: potencializando mudanças com contribuições significativas

Nesta mesa estavam presentes os palestrantes Elio Raymundo (presidente da Rede de Organizações do Bem), Thais Almeida (secretária executiva do Instituto Espraiada), Alânia Cerqueira (líder do Fundo Comunitário M’Boi), e como moderadora, Pâmela Ribeiro (coordenadora de Projetos Especiais do GIFE).

A mesa trouxe novas perspectivas sobre como o apoio a pequenas iniciativas locais pode gerar grandes transformações sociais e ambientais, destacando o potencial dos fundos voltados aos microprojetos e do capital semente para o fortalecimento comunitário, sobretudo em regiões em que os recursos são concentrados em grandes organizações.

Elio Raymundo, presidente da Rede do Bem que atua na região metropolitana do Rio de Janeiro, destacou como projetos que recebem pequenos apoios financeiros conseguem promover “resultados inesperados” de desenvolvimento local. O cerne da questão, entretanto é que, para ele só é possível por meio da confiança nas organizações e lideranças que fazem a diferença em seus territórios e da simplicidade nos processos de contrapartida.

Painel 2: Fortalecendo vínculos: construindo relações sustentáveis com o território

Nesta mesa estavam presentes os palestrantes Hermes de Sousa (diretor do Instituto Cacimba), Ana Paolo Vieira (conselheira da FUNDAES), Flávia Mota presidenta do Fundo Comunitário JEQUI), e como moderadora Lúcia Dellagnelo (embaixadora do Programa Transformando Territórios).

Partindo da necessidade de criar laços, Hermes trouxe para o debate a questão da confiança para fortalecer parcerias e construir com o território. Segundo ele, “a confiança em si mesmo leva a confiança no outro” e isso institui a regeneração da confiança.  A chave para ter relações sustentáveis segundo sua experiência é “envolver e trabalhar com a comunidade e não para a comunidade”. Para atingir esse objetivo, é necessário entrar na mesma linguagem, e adaptar a linguagem em cada espaço, até mesmo na construção dos editais, os quais hoje o Instituto Cacimba também tornaram mais inclusivos com a possibilidade de inscrição por vídeos e áudios, além do formato escrito.

Painel 3: Unindo forças: colaborações com o setor público e empresas para transformação comunitária

Nesta mesa estavam presentes os palestrantes Eliane Macari (presidenta da FEAV), Jair Resende (superintendente na Fundação FEAC), Célia Petit (presidenta da Associação Manauara), e como moderadora Patrícia Loyola (diretora de Gestão e Investimento Social da Comunitas).

A parceria entre as fundações que se dedicam às cidades vizinhas – Valinhos e Campinas -, FEAV e FEAC, respectivamente, também demonstraram a força da colaboração entre si e em territórios de atuação. Como compartilhou Jair Resende, da FEAC, como mais de 60 anos de história a FEAC continua a missão de estimular o setor social e vem apoiando o desenvolvimento da FEAV, no desenvolvimento da organização vizinha de município ao doar um imóvel centenário para constituição do fundo patrimonial da FEAV. O apoio mútuo é um exemplo a ser seguido e mostra a potência em prol da transformação comunitária nesse território.

Painel 4: Unindo forças: filantropia comunitária para justiça social

 Nesta mesa estavam presentes os palestrantes Diane Pereira (presidenta do Instituto Comunitário Baixada Maranhense), Gisele Ribeiro (presidenta da Associação Redes da Maré), Willian Narzetti (gerente executivo do ICOM), e como moderadora Mônica de Roure (vice-presidente e diretora de relações institucionais do BrazilFoundation)

No âmbito das potencialidades, Diane apontou a necessidade de estar dentro do território para que a filantropia comunitária entenda a possibilidades, as pessoas e a terra de uma região em distintas situações.  Ela acredita que “considerar que existe potencialidade, quando o rio está cheio, pois é bom para regar as plantas, e quando está vazio é bom pra passar o boi para outras regiões. É preciso pensar que desenvolvimento é ver abundância e não escassez”. A representante do Instituto Baixada ainda afirma que é necessária uma rede de pessoas para que não só se compreender a abundância, mas também de materializar a mudança social.

No terceiro e último dia, os participantes tiveram a oportunidade de participar do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. Saiba mais aqui.

Texto produzido por Alexandra Teles, Ana Beatriz Pedreira e Leticia Calvante, todas da equipe do IDIS. 

Sobre o Transformando Territórios

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation que tem como missão fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico. São parceiros institucionais BrazilFoundation e GIFE.

Institutos e Fundações comunitárias tem se consolidado como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto sistêmico para o desenvolvimento da região. São protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento. Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, financiam projetos e iniciativas sociais em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região e fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

Atualmente o Programa Transformando Territórios é composto por 17 fundações e institutos comunitários oriundas de várias regiões do Brasil, localizadas em 10 estados.

Saiba mais sobre o programa e os participantes em transformandoterritorios.org.br

Modelos de Financiamento: riscos calculados para retornos transformadores

Por Laura Comparato Cardoso – estagiária de consultoria no IDIS

 

Durante o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2023, discutiu-se sobre diferentes modelos de financiamento e seus riscos calculados para obtenção de retornos transformadores, tema da mesa moderada por Andrea Hanai, gerente de projetos no IDIS, e composta por Fabiana Prianti, Head da B3 Social, Marcel Fukayama, Head de Global Policy na B Lab Global e Co-fundador da Din4mo e da BlendLab, e Rodrigo Hübner Mendes, Fundador e Superintendente do Instituto Rodrigo Mendes.

 

Incorporando o tema da ousadia, os palestrantes discutiram a necessidade de inovar no setor social para potencializar o impacto do investimento social privado e fomentar o desenvolvimento do país. Algumas das modalidades discutidas, tais como o investimento social privado voltado para o fortalecimento institucional das organizações, o modelo de blended finance, e o investimento em endowments, focam na ampliação do impacto socioambiental e assumem riscos de forma planejada.

 

A B3 Social é uma organização exclusivamente grantmaker, ou seja, que apoia financeiramente outras organizações da sociedade civil. O seu modelo de filantropia estratégica tem como propósito o combate às desigualdades sociais no país através de aportes institucionais para demais organizações e para endowments, diversificando o seu portfólio de investimento.

Com base na construção de uma relação de longo prazo e de confiança com as organizações beneficiadas, seguindo o princípio de trust-based philanthropy, a B3 Social é capaz de mitigar potenciais riscos associados ao repasse de recursos. Para amenizar o processo de saída do investimento, que pode resultar na interrupção de projetos a ele associados, a organização prioriza uma retirada gradual e busca fortalecer institucionalmente as organizações, contribuindo para a sua autonomia financeira.

Um outro modelo de financiamento inovador é o blended finance, uma forma de investimento misto no qual o capital filantrópico é muitas vezes utilizado para mitigar o risco sistêmico da estrutura, atraindo um maior volume de capital comercial em benefício de causas sociais.

Foi a partir da percepção da dificuldade de famílias das classes D e E para financiarem moradias dignas que surgiu um projeto de blended finance. Foi criado um fundo piloto de R$5 milhões, sendo 60% de capital comercial e 40% de capital filantrópico, capaz de mitigar o risco financeiro. O investimento filantrópico cobre o nível de inadimplência esperado nos empréstimos realizados para as famílias, o que leva a uma redução das taxas de juros e torna os empréstimos mais acessíveis para populações em vulnerabilidade socioeconômica.

 

Para Marcel Fukayama, o blended finance faz parte de uma mudança de paradigma econômico. Para ele, o comportamento empresarial brasileiro estaria migrando de uma lógica de mitigação de externalidades negativas para uma lógica de geração de impacto positivo. Essa é a lógica necessária para que o Brasil consiga colocar em prática um plano de transição ecológica, baseado em uma estratégia de economia verde e de economia de impacto, e o modelo de blended finance é uma boa alternativa para a viabilização dessa transição.

Por fim, o investimento em fundos patrimoniais – endowments também é um modelo de financiamento ousado, permitindo uma estabilidade financeira de longo prazo e um planejamento mais ambicioso. Os endowments surgem como alternativa a um modelo de captação muito centralizado em projetos, o que gera incertezas financeiras não só para a própria organização, mas fragiliza o setor como um todo.

 

O Instituto Rodrigo Mendes é uma das organizações pioneiras na criação de fundos patrimoniais no Brasil e tem por missão a educação inclusiva. Seu endowment está fundamentado em três pilares: (i) visão de longo prazo e uso somente do rendimento real do fundo para perenização do direito à educação para todos; (ii) governança baseada em agilidade e transparência, tendo como elemento estruturante um Comitê de Investimentos voltado para apoiar as decisões em torno da alocação dos recursos no mercado financeiro; e (iii) engajamento através de um Conselho Curador, responsável pelo estabelecimento de metas de captação e atração de investidores.

 

Rodrigo Mendes conclui: Toda pessoa pode gerar um legado. Essa herança varia em amplitude e relevância. […] Os endowments têm uma beleza inerente em sua intenção de perenização e longevidade”.

 

Em suma, foram apresentados três modelos de financiamento capazes de gerar impacto social positivo de longo prazo e mitigar potenciais riscos. É preciso OUSAR para adotar estratégias inovadoras de financiamento, como o blended finance ou o investimento em endowments, assim como, estratégias de fortalecimento institucional de organizações da sociedade civil através de uma instituição grantmaker. Como recado final, o campo filantrópico precisa ter mais OUSADIA para alavancar modelos de financiamento inovadores a fim de promover o desenvolvimento socioambiental no longo prazo, uma vez que as lacunas de desenvolvimento no país são abissais.

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A ousadia da filantropia na Agenda ESG

por Marcelo Modesto gerente, e Gabriel Bianco, coordenador, ambos da célula ESG IDIS

 

A filantropia corporativa, quando realizada de forma estratégica, pode impulsionar resultados positivos não só em outras áreas da empresa – como no caso do engajamento de colaboradores por meio do voluntariado – mas também na totalidade dos stakeholders. Do ponto de vista do stakeholder consumidor, por exemplo, a Pesquisa Doação Brasil, promovida pelo IDIS, indicou que 77% dos brasileiros rejeitam alguma marca/empresa ao tomar conhecimento de práticas socioambientais inadequadas. Em um cenário que a agenda ESG avança com velocidade, é importante que as empresas busquem atuar no Investimento Social Privado orientados por visão de longo prazo e com clareza das contribuições do ISP para sua estratégia de sustentabilidade.

Essa foi a principal mensagem da palestra “A ousadia da filantropia na Agenda ESG” durante o 12º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais de 2023. A mesa contou com nomes de peso para discutir o assunto e estiveram presentes, como moderador, Guibson Trindade, Cofundador do Pacto de Promoção da Equidade Racial e, palestrando, Caroline Albanesi, VP de Comunicação, Marketing e Relações Institucionais na Amigos do Bem; Marcelo Klein, Diretor de Gestão de Territórios na Vale S.A. e Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual.

Roberto Sallouti, abriu a discussão destacando que no cerne do ESG está a criação de valor para investidores a partir da análise de riscos e oportunidades não-financeiros. Partindo desta motivação inicial, as companhias que buscam desenvolver o planejamento e execução de uma estratégia ESG integrada ao negócio, acabam contribuindo também com outras áreas da empresa, que passam a enxergar novas oportunidades de criação de valor para própria organização e para a sociedade.

No caso do BTG Pactual, foi destacado que a agenda ESG ganhou tração como forma de se antecipar sobre questões regulatórias e tendências de compliance encontradas na Europa e Estados Unidos. Como resultado deste processo, foram criados filtros ESG nos investimentos da instituição antes mesmo desta demanda chegar com mais força no Brasil. Atualmente, fazem isso de forma proativa, atuando de forma criativa e ousada, tomando riscos.

“Investidores ainda são, muitas vezes, burocráticos, e daí as ações viram somente marketing. Precisamos sair da diligência e passar para o transformacional. É aí que atuação do ESG vinculada à filantropia pode trazer resultados interessantes para todos stakeholders”, concluiu.

Caroline Albanesi, por sua vez, trouxe para o debate o ponto de vista de organizações da sociedade civil. Segundo Albanesi, o avanço da agenda ESG nas empresas impactou positivamente o cenário para OSCs, já que, no geral, as parcerias com empresas passaram a ser mais estratégicas e mais proativas do lado do investidor social. Esse fator, abre margem para abordagens inovadoras e ousadas para projetos de impacto socioambiental.

“Quando somos abordados para uma parceria, nossa primeira pergunta é ‘você quer ajudar mesmo, ou colocar isso em um relatório?’, e percebemos que o interesse das empresas é cada vez mais genuíno”, apontou.

Ela destacou que, atualmente, 30% da receita da organização é oriunda de produtos sociais, um modelo de financiamento cada vez mais procurado por empresas parceiras, uma vez que combina diferentes impactos positivos: a inclusão produtiva de públicos vulneráveis com remuneração justa na cadeia de produção e distribuição; o engajamento direto e indireto de consumidores para a causa apoiada; processos de compliance e gestão financeira responsável, visto que a operação do produto social precisa ser superavitária e sustentável.

Encerrando as exposições, Marcelo Klein, Diretor de Gestão de Territórios na Vale S.A., trouxe uma visão geral das transformações ocorridas ao longo dos últimos anos na empresa – muito em consequência da tragédia de Brumadinho.

“As experiências que tivemos de relacionamento com o território após o rompimento da barragem em Brumadinho levaram a Vale a repensar um trabalho árduo de planejamento. A diretoria de Gestão de Territórios nasceu neste processo”, apontou.

Essa nova célula na empresa trabalha especialmente em cinco dimensões: saúde, educação, infraestrutura, nutrição, trabalho e renda.

Outro fator acelerador de mudanças se deu quando a Vale cruzou seus compromissos socioambientais públicos – por exemplo, a meta de retirar 500 mil pessoas da pobreza extrema até 2030 – com a capacidade instalada de execução. Percebeu-se que:

“Não tínhamos internamente a capacidade para executar tudo o que nos propusemos, e daí precisamos fazer um processo duplo, tanto de letramento, quanto de escuta ativa dos territórios, buscando, sobretudo, um equilíbrio entre os stakeholders envolvidos em todas as nossas operações”, afirmou Klein.

Portanto, empresas que buscam maneiras ousadas e inovadoras de se relacionarem com diferentes stakeholders podem se beneficiar de uma estratégia de investimento social privado, já que esta privilegia, em sua origem, a criação de soluções de e pelas comunidades atendidas.

Já Guibson Trindade, em seus comentários sobre a fala dos expositores, relembrou a experiência de criação do Pacto, primeiro protocolo ESG racial no Brasil, que cruza dados públicos de diversidade com levantamentos internos de empresas, além de considerar em seu score ações de investimento social privado para a pauta de equidade racial, considerando o imperativo de ações pelas empresas pelo combate ao racismo tanto da porta para dentro, como da porta para fora.

Portanto, a partir de uma visão das duas pontas geradoras de impacto socioambiental – investidores sociais e executores de projetos – fica evidente a importância do Investimento Social Privado como forma de alavancar os resultados ESG das empresas, não apenas nos projetos em si, mas também no potencial de destravar o relacionamento e percepção de valor de stakeholders.

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Explorando novos caminhos na filantropia: as alianças como motor de mudança

por Alexandra Kaory Higa Teles | Estagiária de Projetos IDIS

 

Defender uma causa exige coragem e ousadia. A mesa “Alianças Improváveis: a ousadia na defesa de causas e territórios” trouxe ao Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais organizações que ousam nessa temática ao desenvolver iniciativas socioambientais de impacto em uma distinta abordagem da filantropia. Entre as palestrantes, estavam Allyne Andrade (superintendente adjunta do Fundo Brasil de Direitos Humanos), Braulina Baniwa (diretora executiva da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas, Guerreiras da Ancestralidades – ANMIGA), Omar Rodrigues (gerente sênior de comunicação e relações institucionais da Fundação Grupo Boticário), e como moderadora, Diane Pereira, (presidenta do Instituto Baixada). O evento é uma realização do IDIS e Charities Aid Foundation em parceria com o Global Philanthropy Forum.

Ao longo da sessão, as pessoas palestrantes compartilharam experiências sobre como suas organizações inovaram a adotar diferentes formas de apoio e/ou soluções alternativas às mais convencionais da filantropia, colaborando de forma próxima com as comunidades para aprimorar o impacto socioambiental positivo nas regiões que atuam pelo Brasil.

O primeiro exemplo de ousadia na defesa de territórios de Braulina Baniwa. Ela relata que há dois anos, quando criou a organização na qual ocupa a diretoria, enfrentou resistência e  poucas organizações e empresas estavam dispostas a apoiá-la por ser uma mulher indígena recém-chegada no setor social. Além disso, Braulina apresentou desafios que dificultaram a captação de recursos financeiros por meios de editais, entre elas a dificuldade com a língua, pelo fato de português não ter sido seu idioma materno, e questões de cunho burocrático.

Ainda sobre as necessidades exigidas muitas vezes em editais, Braulina contrapõe que:

 

“Os números têm sua importância, mas as

narrativas são essenciais para humanizar esse processo de credibilidade no setor social, para mediar nosso impacto.”

Para ela, a valorização das narrativas incentiva que os recursos cheguem às organizações que ainda não estão tão consolidadas e que são compostas por pessoas historicamente marginalizadas da sociedade.

Baniwa ressalta que somente com ousadia e coragem a ANMIGA conquistou ocupar espaços para defender território e causa, ao conquistar cada vez mais credibilidade e confiança do setor social, conseguindo construir uma rede de apoio, ter mais parceiros e criar alianças improváveis.

Já do ponto de vista de uma organização que financia iniciativas socioambientais, Allyne, superintendente adjunta do Fundo Brasil (que representou Ana Valéria Araujo devido a uma emergência pessoal) destacou a importância de organizações e fundos que lutem pela defesa dos direitos humanos, ambientais e sociais no Brasil, como a Rede Comuá.

Dentro os membros desta rede estão Fundo Brasil, Fundo Baobá e Fundo Elas, unidos por um objetivo comum de fortalecer a sociedade civil no Brasil. Esses fundos não operam em projetos diretamente, mas, em vez disso, financiam e apoiam iniciativas sociais diversas para fortalecer o terceiro setor no país, acreditando que isso contribui significativamente para o fortalecimento da democracia no país.

O Fundo Brasil tem apoiado e acreditado em projetos de defesa dos direitos humanos ao longo de 16 anos e isso por si só já é ousado. Entre os focos de atuação está o fornecimento de orientação e dados para políticas públicas, medindo o impacto social e ouvindo ativamente as organizações.

Já a Fundação Grupo Boticário, também financiadora de iniciativas socioambientais, contou sobre a ousadia da criação da organização e nas mudanças do apoio a projetos desde a criação. Omar Rodrigues, representante da Fundação Grupo Boticário, relatou a trajetória da Fundação e de como o fundador, Miguel Krigsner, despontou ao criar uma organização focada na preservação do meio ambiente, antes mesmo de se discutir extensamente o tema da sustentabilidade no Brasil, dois anos antes da Conferência RIO 92. Desde então, a fundação já apoiou mais de 1.600 iniciativas em todo o Brasil, incluindo a preservação de reservas naturais.

Ao longo das três décadas, Omar destaca como a Fundação alterou a forma de atuação.

Até 2019, nosso processo era baseado em editais. A partir de 2020, adotamos um novo modelo chamado ‘Teias de Soluções’, no qual envolvemos uma gama mais ampla de atores, além de biólogos e outros movimentos sociais. Buscamos uma compreensão mais profunda da região, identificando os atores do setor social e compreendendo melhor o território para colaborar com o Grupo Boticário e especialistas na proposição de soluções.” 

 

Explica destacando que esse modelo foi criado partir do pensamento de que fundamentalmente o terceiro setor se assenta na construção de alianças, cooperação e colaboração.

Para condensar as ideias do debate Diane Pereira, do Instituto Baixada, traz uma reflexão sobre como o trabalho de cada organização presente na mesa é importante para transformar os territórios que defendem:

“Como a Maya Angelou diz a coragem é a mais importante de todas as virtudes, porque sem ela nós não podemos praticar nenhuma outra virtude com consistência. Pois em algum momento chegaremos em um problema grande demais e não a enfrentaremos se não tivermos coragem. E para fim isso se refere muito ao setor social, pois o terceiro setor só faz o que faz, atua tão grandiosamente, porque tem coragem e ousadia.”

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Errando é que se aprende: histórias de quem ousou e não acertou de primeira

por Carolina Lopes | Analista de Monitoramento e Avaliação no IDIS

 

No Fórum IDIS 2023, tivemos a oportunidade de participar de uma palestra que abordou um assunto pouco explorado: os erros. É comum que busquemos inspiração em casos de sucesso, mas é importante também considerar que os erros podem ser igualmente inspiradores. Eles, afinal, trazem consigo aprendizados valiosos e muitas vezes ocorrem justamente porque nos arriscamos a ousar. Os erros fazem parte de qualquer processo e, se encarados como ferramentas, podem impulsionar passos ainda maiores.

A palestra teve a participação de representantes do governo, de empresas e da sociedade civil, que compartilharam suas histórias de ações que não tiveram os resultados desejados inicialmente, mas que, diante das adversidades, abriram caminhos ainda melhores.

O presidente do Transforma Brasil e Porto Social, Fábio Silva, iniciou a sessão apresentando o tema e atuando como moderador. Logo em seguida, Nívea Marsili, Secretária de Educação de São Vicente, compartilhou sua história de reconstrução da cidade, ressaltando os erros cometidos no início do processo e como foi importante dar passos para trás e observar o cenário com distância para compreender as complexidades reais diante dos problemas do município.

 

Saulo Barreto, cofundador do Instituto de Pesquisa em Tecnologia e Inovação (IPTI), continuou a palestra com entusiasmo, enfatizando a importância de errar na construção da tecnologia social.

 

“O processo de erro é fundamental para

desenvolver soluções eficazes e a transformação social é um processo demorado, que demanda tempo e paciência”, ele ressaltou.

 

Fábio Silva corroborou com as palavras de Saulo, ressaltando como o impacto social está diretamente conectado à participação ativa das comunidades envolvidas nos processos e como as dificuldades têm o papel de nos colocar no caminho certo.

Em seguida, foi a vez de Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon,

apresentar sua experiência e os desafios enfrentados na instituição. Para ela, o risco é essencial para a inovação e o erro é uma fonte de informação que alimenta o próximo passo a ser dado. Ela mencionou o projeto desenvolvido durante a pandemia em parceria com a rede Accor, que utilizou os hotéis como abrigos para mulheres vítimas de violência, evidenciando a responsabilidade que atores sociais possuem em inovar.

Após as apresentações, Fábio aprofundou o tema central da palestra com perguntas aos participantes. Nívea destacou a importância da flexibilidade e da compreensão do território e da comunidade ao estabelecer parcerias entre o sistema de educação pública e a iniciativa privada. Ela ressaltou que a importância de saber adaptar-se e de entender a cultura local para que o poder público possa de fato trabalhar de forma efetiva e assertiva.

Saulo abordou a questão da “reaplicação” como princípio da tecnologia social, enfatizando que é necessário reconstruir a solução de acordo com a realidade de cada comunidade. Ele ressaltou ainda a importância do capital humano e a necessidade de envolver as pessoas no processo de transformação. Daniela complementou o debate mencionando a importância das conexões baseadas em valores e da construção da confiança através da credibilidade.

A citação de Paulo Freire por Saulo encerrou a palestra de forma inspiradora, ressaltando a importância da educação emancipadora como uma ferramenta para resolver problemas e promover a autonomia das pessoas.

 

A palestra nos mostrou a importância de compartilhar histórias de erros e adversidades, ao invés de apenas relatos de sucesso. Por meio dessas experiências, somos inspirados a enfrentar desafios, aprender com nossos equívocos e buscar caminhos ainda melhores. As palavras e ideias dos participantes nos proporcionaram uma visão mais profunda sobre a ousadia, o impacto social e a necessidade de trabalharmos juntos para alcançarmos resultados eficazes. Que essas histórias sirvam de inspiração para todos nós, sendo um lembrete constante de que é errando que se aprende e que cada erro nos impulsiona a seguir em frente, com determinação, coragem e esperança. Compartilhar nossas falhas e aprender com elas é o caminho para o sucesso verdadeiro e duradouro.

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‘A mudança exige coragem’: mais que nunca, devemos ousar para combater a pobreza

por Joana Noffs | Analista de de projetos do IDIS

 

Em 2021, o Brasil ultrapassou a marca de 63 milhões de pessoas vivendo em situação de pobreza, enquanto 33 milhões de pessoas enfrentavam a fome, de acordo com dados do IBGE e de uma pesquisa conduzida pelo Instituto Vox Populi. Ao mesmo tempo, uma parcela correspondente a 50% da população brasileira detinha apenas 0,4% da riqueza do país em ativos financeiros e não financeiros, segundo dados do World Inequality Lab, também de 2021.

A desigualdade foi agravada, também, pela pandemia no contexto global. Conforme evidenciado em um relatório da Oxfam, entre 2020 e 2022, o 1% mais rico do mundo concentrou quase dois terços de toda a riqueza gerada no período, totalizando cerca de U$ 42 trilhões. A desigualdade extrema na economia também se relacionada com problemas ambientais, raciais e de gênero, e demonstra a urgência de ações corajosas e criativas para enfrentar as vulnerabilidades sociais e institucionais que assolam não apenas o Brasil, mas que se desdobram em uma realidade preocupante à nível global.

A mesa que encerrou o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais de 2023, intitulada “Mais do que nunca, devemos ousar combater à pobreza!”, abordou e discutiu justamente esse cenário desafiador. A palestra contou com mediação da CEO do IDIS, Paula Fabiani, e com os convidados Gilson Rodrigues, presidente do G10 das favelas, Jean Jereissati, CEO da Ambev, e Nivedita Narain, CEO da Charities Aid Foundation (CAF) India. Os palestrantes apresentaram caminhos possíveis e experiências que, tendo a ousadia como impulsionadora, têm se mostrado significativas para pautar um futuro menos desigual.

 

 

Gilson Rodrigues abriu sua participação na mesa resgatando o tema da ousadia, que guiou o Fórum de 2023, e destacou que, apesar do aumento na concentração de renda e aprofundamento das desigualdades sociais no país em um período recente, não se deve definir as favelas e áreas periféricas brasileiras por um olhar de falta, pois isso apenas agrava sua marginalização.

Para combater o estigma e consolidar uma visão positiva sobre as favelas brasileiras, Gilson é uma das vozes que trazem histórias inspiradoras vindas de contexto de adversidade, demonstrando que a favela também é um lugar de muito conhecimento.  O G10 das favelas tem destacado a importância da inovação e empreendedorismo para atingir as mudanças necessárias. Ele argumenta que para o investimento social ser eficaz no combate à pobreza, deve garantir a geração de oportunidades ao combater problemas como a fome e a falta de acesso a serviços básicos.

“Nós acreditamos, efetivamente, que precisamos criar soluções a partir dessa realidade para que a favela possa prosperar e não depender apenas dessas condições [da doação]. (…) Temos buscado criar soluções para impactar positivamente a sociedade e para que a população possa ter trabalho e renda para se desenvolver, mas que também possa optar o que quer comer, pontuou Gilson. 

 

Para isso, segundo a liderança, o investimento social nas favelas deve sempre partir de uma atuação que fortaleça a autonomia dos moradores e seus territórios, e, assim, garanta a sustentabilidade financeira da implementação de projetos com potencial de transformação de desigualdades estruturais.

Através de sua experiência no setor privado, Jean Jereissati, CEO da Ambev, ressaltou em sua fala as inciativas bem-sucedidas que a empresa também tem desenvolvido com objetivo de contribuir com a esses mesmos desafios. Frente aos desafios cada vez mais severos causados pelas mudanças climáticas, que também aceleram fatores chave na manutenção da desigualdade, como a escassez de alimentos, deslocamentos populacionais e contaminação por poluentes, a Ambev busca tornar sua cadeia produtiva ‘carbono neutra’ nos próximos anos, e ressalta a importância da consistência na mitigação de impactos ambientais negativos. Como nos lembra Jereissati sobre as perspectivas para o investimento social privado no país, tomar riscos e ousar é necessário para que possamos obter resultados que são urgentes

Se você quer manter o status quo, você pode se arriscar menos, mas se você quer mudar, você precisa ousar. No Brasil, precisamos ousar para atingir uma filantropia sustentável, destaca o CEO da empresa.

 

Para além do compromisso com a sustentabilidade, que, na visão do palestrante, hoje deve ser encarado como obrigação, a gigante do setor de bebidas tem buscado utilizar-se de uma característica chave de suas atividades para gerar transformação social: sua capilaridade. Estando presente desde a ‘colheita do milho até o garçom na mesa do bar’, essa característica permite que a Ambev atue de forma coerente em frentes diversas. Com o Bora, por exemplo, a companhia tem buscado qualificar empreendedores e conectá-los através de sua rede, gerando inclusão produtiva. O VOA, por outro lado, é um programa de voluntariado da empresa que busca disseminar o conhecimento e expertise em gestão que seus funcionários possuem para iniciativas do terceiro setor, fomentando um ecossistema mais maduro de impacto social. Por fim, destacamos também, dentre as iniciativas mencionadas durante o evento, a água AMA, produto social da Ambev cujos lucros são revertidos para a garantia do acesso dos brasileiros à água potável em regiões de escassez hídrica.

Por fim, Nivedita Narain, CEO da CAF India, nos lembrou da coragem necessária para tomarmos ações estratégicas e planejadas na busca por uma sociedade mais igualitária.

 

Quando você fala em ousadia, eu penso em coragem, compartilhou Nivedita Narain.

 

Que esteve à frente de iniciativas em seu país que colocaram a sociedade civil organizada como um ator chave no enfrentamento da pobreza e da violência de gênero. Retomando tendências recentes da filantropia ao redor do mundo, Narain explica que houve uma mudança no século XXI no curso das doações privadas, que passaram a ser mais direcionadas aos governos, o que acarretou uma diminuição da integração de organizações da sociedade civil neste processo. Ecoando o trazido por Gilson, ela ressalta a importância de que as organizações comunitárias sejam ouvidas e tenham papéis ativos na construção de políticas articuladas entre governo, terceiro setor e investimento privado.

Durante sua apresentação, a líder indiana trouxe um exemplo sólido de como este tipo de ação coordenada pode ter sua faísca inicial com movimentações locais e escalar para uma política pública exitosa, a partir de uma iniciativa na Índia que começou levando crédito bancário a mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica na década de 1990 e que impactou na ampliação representação política de lideranças femininas e na diminuição da violência doméstica. De modo relevante, Nivedita explicitou que, quando discutimos o papel da filantropia no combate à pobreza em um quadro mais amplo, sobretudo quando falamos do Sul global, não podemos nos esquecer de olhar para a questão sob as lentes de gênero.

 

 

Precisamos de muita coragem para as mulheres, a mudança precisa de coragem, ela não acontece facilmente. E a forma da mudança é onde, na comunidade, as mulheres buscam esse espaço e conquistam esse espaço, pois ele não é dado para nós”.

 

Assim, Narain nos deixa como lição a necessidade de observamos fatores como participação comunitária e gênero quando refletimos sobre desenvolvimento local e para sermos capazes de atingirmos as metas da agenda 2030.

Encerrando a mesa, Paula Fabiani, CEO do IDIS, agradeceu aos presentes e apoiadores do evento, nos lembrando da importância das ações coordenadas entre governo, terceiro setor e empresas para o combate às desigualdades. Celebrando a ousadia das iniciativas apresentadas durante a conversa,

“Primeiro precisamos convencer os outros que aquilo é possível, afirmou Fabiani.

Enfatizando que sonhar é um ato necessário para que sejamos capazes de atingir mudança social.

— A equipe IDIS agradece a participação de todes!

 

Quer saber mais? Assista à sessão completa:

Contribuições para uma cultura filantrópica partir da experiência de Armínio Fraga

Por Paloma Pitre, analista de projetos no IDIS

Um dos convidados do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais foi Arminio Fraga, economista, filantropo, ex-presidente do Banco Central do Brasil e sócio fundador da Gávea investimentos. A participação dele na sessão “Em conversa com…”, que tradicionalmente traz pessoas ligadas à filantropia para uma entrevista e ocorreu no dia 14 de setembro de 2023 em São Paulo.

Sob condução de Paula Fabiani, CEO do IDIS, Armínio contou sobre as que o levaram para o caminho do investimento social, versando sobre os projetos com os quais se envolve atualmente, sendo fundador do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS).

A experiência de Armínio nos faz refletir sobre as causas capazes de motivar pessoas a se interessarem e dedicarem recursos, tempo e influência para temáticas sociais e ambientais. Assim, a trajetória pessoal do economista fomenta a discussão sobre caminhos e propostas capazes de ampliar a cultura de filantropia no Brasil, uma das missões do IDIS, que atua há mais de duas décadas nessa temática.

Dentre as motivações que levaram Armínio a adentrar no setor, ele cita que cresceu em um ambiente de defesa pelo engajamento social, no qual era estimulado a se solidarizar com as pessoas. Além disso, Armínio vem de uma família de profissionais da saúde, o que influenciou para que empenhasse esforços iniciais nesse setor.

Nesse sentido, é associado fundador do IEPS, instituto do ramo da saúde, criado antes da pandemia do coronavírus, que visa contribuir para o aprimoramento de políticas públicas para a saúde no Brasil por meio de atividades de advocacy e da realização de pesquisas científicas, fomentando, assim, a tomada de decisões baseada em evidências.

 

Nesse sentido, é associado fundador do IEPS, instituto do ramo da saúde, criado antes da pandemia do coronavírus, que visa contribuir para o aprimoramento de políticas públicas para a saúde no Brasil por meio de atividades de advocacy e da realização de pesquisas científicas, fomentando, assim, a tomada de decisões baseada em evidências.

Ao tratar da experiência do IEPS, Armínio abordou sobre o terceiro setor ser um espaço para se testar modelos que visem solucionar questões sociais e ambientais e, oferecendo bons resultados, podem ter essas soluções escaladas a nível de políticas públicas.

Com proposta semelhante ao IEPS, Armínio também é fundador do IMDS, organização que busca delinear, testar, propor, divulgar e acompanhar, políticas públicas que tenham como enfoque um impacto positivo no campo da mobilidade social, tema de extrema relevância  nacional considerando as desigualdades preexistentes no Brasil.

Por fim, o ex-presidente do Banco Central também contou da sua experiência como membro do conselho da , empresa que compra pastos degradados, realiza a restauração ecológica e quando há a formação de florestas, realiza a  comercialização do crédito de carbono gerado e transforma essas terras em reservas.

Para além dos impactos ambientais, as atividades também geram resultados sociais positivos, já que há um trabalho de atuação conjunta com as comunidades tradicionais presentes nos territórios tanto para a compra de terras de pequenos proprietários como também de geração de trabalho e renda, dentre outras ações. Isso nos leva a refletir sobre outro aspecto tratado por Arminio que é quanto a indissociabilidade do social e do ambiental quando tratamos de sustentabilidade coorporativa no campo social, ambiental e de governança (ESG).

As experiências e motivações de Arminio mostram possíveis caminhos por quem quer iniciar a jornada na filantropia ou mesmo intensificá-la. Sua experiência sinaliza que há uma diversidade de causas nas quais é possível se envolver, havendo a possibilidade de o investidor social encontrar qual melhor dialoga com seus valores, crenças pessoais e trajetória de vida. Ademais, há diferentes graus de engajamento, é possível ser fundador, apenas investidor ou mesmo unir esforços nos trabalhos da organização em questão.

Assista à sessão na íntegra:

O papel da filantropia familiar no enfrentamento de causas invisibilizadas

Por Isadora Pagy, analista de projetos do IDIS

Quando falamos de filantropia é comum pensarmos que se tratam de doações realizadas para causas como educação, saúde e combate à fome. A primeira imagem que nos vem à cabeça muitas vezes é a de crianças em situação de vulnerabilidade que precisam de ajuda. Não à toa que a causa infantil foi a que mais recebeu doações em 2022, representando 46% das doações realizadas no último ano, segundo a Pesquisa Doação Brasil 2022, coordenada pelo IDIS.

Apesar da grande importância e urgência de tais temas, outros acabam ganhando menos destaque, se tornando causas invisibilizadas, o que faz com que seja necessário termos ousadia para dar visibilidade e passar a priorizar esses temas, territórios e organizações. Ainda mais quando falamos de filantropia familiar, que tem se tornado cada vez mais estratégica, indo além de ações pontuais ou assistencialistas, tendo um grande potencial de transformação.

Tal ousadia foi o tema transversal do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2023, que aconteceu no dia 14 de setembro. Nele, foi realizada uma sessão para falar justamente sobre Filantropia familiar e o enfrentamento de causas invisibilizadas¸ contando com a presença de Ilana Minev, presidente do Conselho de Administração da Bemol, Luciana Temer, Diretora Presidente do Instituto Liberta e conselheira do Movimento Bem Maior, Philippine Vernes, Gerente Sênior de Parcerias Internacionais na CAF e, como moderador, Luciano Cerqueira, Coordenador de Projetos da Samambaia Filantropias.

Durante a conversa, Luciana Temer, que trabalha para dar visibilidade ao combate da violência sexual infantil como diretora no Instituto Liberta, comenta como muitos investidores e empresas não têm interesse em investir nesta causa por considerarem “um tema feio”, ou seja, não querem associar sua marca com a causa. Levantando também uma discussão sobre social washing e a realização de investimentos apenas em assuntos que estão “na moda”, visando a valorização da marca aos olhos do consumidor e de potenciais investidores.

Temer compara o tema com o combate à violência contra a mulher, que também não era falado, porque era considerado um assunto que deveria ser tratado dentro de casa, como o ditado que diz “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. Ela ressalta que esse pensamento deve ser combatido, e que a violência sexual infantil, assim como a violência contra a mulher, “é intrafamiliar, é silenciada, está em todas as classes sociais”.

Apesar da importância, as causas invisibilizadas são consideradas residuais e não estruturantes. Justificativa utilizada mais uma vez para não olhar com seriedade e estratégia para tais temas. O que cria um grau de dificuldade maior de engajar parceiros, sendo necessária ousadia para endereçar tais questões socioambientais.

Além da causa de Luciana Temer, ainda há outras tão invisibilizadas quanto. Ilana Minev atua com a causa socioambiental na região da Amazônia e conta sobre as adversidades e peculiaridades de se trabalhar nesta região. Ela comenta que “quando você faz sozinho, você tem uma limitação de recurso, de tempo e de engajamento”, reforçando a importância de se trabalhar de forma colaborativa, um dos pilares para sua atuação, cooperando com outras organizações que também atuam na região.

Minev ressalta outra característica específica do território, de que “a maioria das pessoas têm um olhar de helicóptero [para a Amazônia]. Olha pela copa da árvore e vê tudo verde e vê rios. Mas é necessário descer e abaixar nas raízes e olhar essas 25 milhões de pessoas que moram e que buscam prosperidade”. Falando da potência que a região traz e da importância de se trabalhar de forma aprofundada, combatendo de novo o social washing.

Quando falamos de território, Luciano Cerqueira ressalta outro obstáculo que enfrentamos no passado, que foi da visão dos financiadores e organizações internacionais para com o Brasil como um todo, não apenas em relação à Amazônia. Ele comenta como o Brasil era visto como um país rico e desigual, que possuía riqueza para financiar causas sociais, o que causou a saída de grandes financiadores internacionais, em 2004. Luciano fala como esse movimento mudou e como as organizações internacionais passaram a enxergar novas possibilidades de parceria com o Brasil, trazendo uma boa perspectiva para organizações brasileiras.

Apesar das dificuldades levantadas, existem oportunidades para a filantropia familiar se tornar cada vez mais estratégica. Philippine Vernes, representante da CAF, organização britânica centenária de filantropia, comenta sobre a questão intergeracional, a transferência de riqueza para as próximas gerações, que abre portas para novas temáticas, formas de doar e de fortalecer o terceiro setor.

Assim, é preciso focar em um fortalecimento institucional das organizações, olhando para a governança, mobilização de recursos. De forma que o investimento social privado seja potente, duradouro, colaborativo e que contribua para as diversas causas sociais e territórios do país, trazendo visibilidade para todas e todos.

Confira a sessão completa:

“Onè”, Filantropos, “Respè”, com ousadia, foi a chamada da mesa de abertura do Fórum IDIS 2023

Por Rafaela Antoniazzi, Gerente de Projetos no IDIS

Na última quinta-feira, 14 de setembro, o IDIS realizou mais uma edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. Destacando o tema “ousadia”, o evento foi realizado em São Paulo e contou com a participação de representantes de variados setores do Brasil e do mundo, focados em discutir como podemos evoluir o Investimento Social Privado brasileiro. Além do evento presencial, a programação foi transmitida ao vivo, alcançando cerca de 1.900 pessoas pelo país ao longo do dia.

A primeira mesa esquentou as discussões já abordando a temática geral do evento “Ousadia: elemento transversal para ações transformadoras, diversas e inclusivas” e contou com integrantes de peso: Eduardo Saron, Presidente da Fundação Itaú, Geyze Diniz, Cofundadora do Pacto Contra a Fome, Guerda Nicolas, Cofundadora do Ayiti Community Trust, e Rodrigo Pipponzi, Presidente do Conselho do Grupo MOL e moderador da mesa.

Observa-se que o setor social, especialmente após a pandemia da Covid-19, está vibrante e mais atuante do que nunca. Contudo, ainda que já existam numerosas intervenções sociais bem-sucedidas, a magnitude e gravidade dos problemas atuais não exigem de nós mais ousadia nas nossas ações?

Buscando abrir discussões acerca desses questionamentos, a mesa de abertura do Fórum apresentou provocações de quem não está na zona de conforto e tem ousado na Filantropia.

O que é afinal ousadia? Em sua fala inicial, o moderador Rodrigo Pipponzi destacou que:

“Talvez ousadia esteja em um lugar de fazermos mais e pensar um pouco menos, com responsabilidade, claro, mas priorizar mais a prática e a experiência para buscar a inovação que precisamos no campo.”

 

E foi isso que os palestrantes trouxeram com seus exemplos.

Por sua vez, Geyze Diniz apresentou o Pacto contra Fome, lançado no ano passado e cocriado por ela e mais 40 pessoas.

 

“Foi pelo inconformismo de sermos um país rico, que produz alimentos, que exporta alimentos, que tem o insumo, mas, ao mesmo tempo, a gente tem 33 milhões de brasileiros que passam fome todos os dias e, ainda por cima, a gente desperdiça 8 vezes o que seria suficiente para alimentar esta população.”

Sem dúvida uma iniciativa ousada a de Geyze e de seus colegas, que têm a meta de eliminar a fome no país até 2030 e garantir boa alimentação a todos até 2040. O Pacto Contra Fome procurou se diferenciar de outras organizações ao promover sinergias entre iniciativas do terceiro setor, do setor privado e do setor público. Hoje, em parceria com a UNESCO e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Pacto Contra Fome premia iniciativas para dar visibilidade a projetos já em curso.

Já Eduardo Saron, da Fundação Itaú, destacou ser necessário olhar para a nossa realidade e nossos dados.

“Por exemplo, todos os dias, um ‘Canadá’ de alunos vai às escolas públicas brasileiras. São 35 milhões de crianças lá do ensino infantil até o ensino médio que frequenta escolas públicas. ‘Um Mato Grosso’ de professores recebe esses alunos. Esses números são fantásticos e muito poderosos”.

No entanto, o Brasil apresenta baixos índices de qualidade educacional e caminha lentamente para reverter esse quadro. É urgente, então, que adotemos medidas diferenciadas e transformadoras. Por isso, ousadia é crucial.

Vinda diretamente do Haiti, Guerda Nicolas cativou a plateia explicando que, ao se encontrarem, é costume que as pessoas no Haiti digam “Onè” para que o outro responda “Respè”; sendo este um cumprimento que significa honra e respeito. É justamente com honra e respeito que o Ayiti Comunity Trust (ACT) tem sido uma força de transformação e é pioneiro ao alavancar e empoderar as pessoas locais. O ACT promove um modelo de financiamento permanente, facilitando planejamentos de longo prazo e, portanto, se distinguindo de outras organizações tradicionais no país. Mais importante, o ACT procura promover o potencial das comunidades haitianas, dando voz aos locais e desenvolvendo uma cultura de posse e de orgulho, permitindo a elas traçarem seus próprios caminhos e se apropriarem de suas narrativas:

 

“O ACT acredita que nós podemos criar nossas próprias ideias, e isso não é ousado? (…) Estamos criando uma confiança entre as comunidades. É uma confiança de que as nações negras podem liderar, e que os indivíduos podem confiar num indivíduo negro com milhões de dólares e acreditar que nós realmente podemos entregar algo”.

 

Em comum, os três participantes da mesa destacaram a importância de ouvir a todos, considerando e respeitando os vários tipos de saberes e olhando para a potência dos territórios. É crucial promover um modelo de gestão participativo, priorizando a sinergia entre os diversos indivíduos e setores. Ousado é pautar temas críticos relacionados à educação e fome, por exemplo, como um problema de todos, sem jamais perder esperança de que eles podem ser solucionados e, acima de tudo, ousar é confiar nas forças locais, trazendo-as para o centro de suas próprias decisões.

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IDIS recebe Cida Bento para debate sobre branquitude

Na última semana, o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) teve a honra de receber a renomada autora e ativista Cida Bento em uma reunião com toda a equipe. O encontro, promovido pelo Comitê da Diversidade do IDIS, proporcionou aos colaboradores uma oportunidade única de dialogar e refletir sobre as questões abordadas no livro ‘Pacto da Branquitude’ (Cia da Letras, 2022)

 

A ocasião foi marcada por diálogos profundos e pela exploração das complexidades que envolvem o tema da branquitude, ambiente de trabalho e suas implicações na sociedade brasileira. O encontro ocorreu no Rubens Naves Santos Jr Advogados, localizado no Conjunto Nacional, em São Paulo, espaço cedido pelo conselheiro fiscal do IDIS e sócio do escritório de advocacia, Guilherme Amorim.

 

O livro é uma obra de destaque no cenário da luta contra o racismo no Brasil. A autora, que é fundadora do CEERT- Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades, aborda de maneira franca e crítica a questão da branquitude, um termo que descreve o privilégio racial que indivíduos brancos têm em uma sociedade predominantemente branca. Cida Bento conduziu uma conversa envolvente, compartilhando reflexões e perspectivas que desafiaram os participantes a repensarem experiências e atitudes em relação à questão racial.

 

 

Durante a fala, Cida enfatizou a importância de promover a inclusão e a igualdade racial em todos os setores da sociedade, e como isso é fundamental para a construção de um Brasil mais justo e diverso, principalmente em organizações da sociedade civil.

 

 

“Instituições mais equânimes ajudam a sustentar uma sociedade mais democrática”, pontua Cida Bento, autora do livro ‘O Pacto da Branquitude’. 

 

Os colaboradores do IDIS, puderam trazer perguntas acerca do livro e da temática e discutir estratégias para fomentar a inclusão e a equidade racial não só em em atividades individuais pessoalmente, mas também profissionais e junto a investidores sociais. 

 

O encontro, coincide com o período de realização do segundo censo interno do IDIS, que monitora o perfil demográfico da equipe nas temáticas da diversidade. Para Cida, realizar uma pesquisa interna é um dos importantes primeiros passos para o início de um processo de reconhecimento e de atuação em prol da temática. “Ouvir as recomendações da Cida para promoção de um ambiente mais diverso e saber que isso está em linha com propostas do Comitê de Diversidade mostra que estamos no caminho certo nessa jornada”, comenta Alexandre Gonçalves, líder do Comitê de Diversidade e analista de comunicação do IDIS. 

 

Esta reunião de equipe com Cida Bento integra uma série de iniciativas de reuniões e letramentos internos na jornada do IDIS em direção à promoção da diversidade e da igualdade racial, também alinhada à missão central do IDIS de fortalecer o investimento social no Brasil. Após a reunião, a equipe ainda teve espaço para que Cida autografasse os livros, cujos exemplares foram distribuídos previamente para toda a equipe. 

Conheça o Comitê de Diversidade do IDIS.

Organizações da Sociedade Civil conquistam importante vitória na primeira etapa da Reforma Tributária

Com uma importante vitória para as Organizações da Sociedade Civil (OSCs), a Câmara dos Deputados aprovou na primeira etapa da Reforma Tributária. A proposta defende a exclusão do Imposto de Transmissão de Causa Mortis e Doação (ITCMD) sobre doações filantrópicas, atendendo a um pleito antigo do setor. Caso confirmada pelo Senado Federal, essa mudança terá um impacto positivo significativo na cultura de doação do país.

Essa mudança reflete o esforço do advocacy e mobilização de importantes membros e organizações da sociedade civil, que têm trabalhado para obter o reconhecimento dessa isenção junto ao governo. Como foi o caso da carta proposta por OSCs brasileiras, assinada pelo IDIS e pela Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, e outras 119 instituições, e enviada à câmara de deputados no primeiro semestre de 2023.

Atualmente, o ITCMD incide sobre a transmissão de herança e sobre as doações, sem fazer distinção entre doações feitas em vida e as filantrópicas realizadas por instituições sem fins lucrativos em prol do interesse público.

A ideia da proposta é que o imposto recaia somente sobre as transmissões em testamento, deixando de tributar as doações filantrópicas para todas as causas, e não apenas para instituições de educação e assistência social como acontece atualmente. Essa mudança representa uma correção em nosso sistema tributário, que não deve tributar a filantropia, pois esta envolve a transferência de recursos privados para o benefício coletivo.

É importante destacar que essa proposta está em linha com a legislação da maioria dos países e reflete o princípio da justiça tributária e social.

Priscila Pasqualin, Presidente do Conselho Fiscal do IDIS e sócia de PLKC Advogados, e Cristiane Sultani, Fundadora do Instituto Beja, ressaltaram, em artigo publicado no portal Migalhas, que essa conquista representa um avanço significativo para a filantropia no Brasil. A expectativa agora é que o Senado Federal confirme a aprovação da reforma e que esse marco contribua para o fortalecimento das OSCs e suas atividades em benefício de toda a sociedade brasileira.

 

Sobre a Coalizão pelos Fundos FILANTRÓPICOS

A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos é grupo multisetorial composto atualmente por 100 signatários, entre organizações da sociedade civil, empresas e pessoas que apoiam o aprimoramento da regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil, além da produção de conhecimento.

Lançada em junho de 2018, a Coalizão é liderada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, com apoio jurídico do PLKC Advogados. São parceiros master Itaú Asset Management e Santander, e parceiros pleno Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e Movimento Bem Maior.

Quer fazer parte da Coalizão? Entre em contato por comunicacao@idis.org.br.

Saiba mais: idis.org.br/coalizao/

FUNDAES: Apoio a organizações locais contribui para superar desafios socioambientais no Espírito Santo

Fundada em 2002, a Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo – FUNDAES busca promover e fortalecer o estado do Espírito Santo por meio das organizações sociais acreditando que o desenvolvimento de um território começa com o apoio aqueles que trabalham localmente para a redução das desigualdades.

 

Entre os projetos promovidos pela entidade estão capacitações, pesquisas, formação de redes colaborativas e advocacy. A FUNDAES também auxilia entidades associadas na candidatura de projetos aos editais de fundos sociais, tanto no âmbito dos municípios quanto do estado do Espírito Santo.

 

A realização de todas estas atividades é possível por meio da captação de recursos com várias fontes de financiamento. Entre elas estão a geração própria de receita por meio da anuidade paga pelas afiliadas – atualmente, são 41 organizações – e também as contribuições de empresas sediadas no estado, grandes parceiras da Federação.

 

Com o apoio do Programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation, a FUNDAES assume um novo papel no território, o de instituto comunitário. Em que o papel principal é integrar e articular o ecossistema de impacto do estado, debatendo as demandas da sociedade capixaba compartilhando conhecimentos, investindo na profissionalização do terceiro setor da região e financiando iniciativas e projetos sociais na região.

 

Esta nova atividade ganhou um braço operacional próprio, chamado de Fundo de Investimento Comunitário Capixaba – “FIC”. O objetivo é atrair o investidor social capixaba para apoiar projetos e iniciativas locais que transformem a região. O Fundo conta com um Comitê Gestor próprio que reúne seis representantes da sociedade civil com diferentes expertises. Entre novembro de 2021 e maio de 2022, o Fundo captou R$ 195 mil com fontes de recursos diversas, dentre elas doações de institutos empresariais, doadores pessoas físicas (dentre eles membros da governança da FUNDAES), associações empresariais, famílias, cooperativas e empresas nacionais e internacionais.

 

Robson Melo, Presidente da FUNDAES, apresentando o fundo da FIC

 

Esta pluralidade de fontes doação é uma das principais características das fundações e institutos comunitários, que atuam como uma ponte entre os interesses dos doadores e investidores sociais para atender as  demandas identificadas e endereçadas pelas organizações e iniciativas do território.

 

Projeto Abrace a Vida, apoiado pela FUNDAES

Financiadas por fontes de recursos diversas: buscam construir ao longo do tempo bases diversificadas de captação de recursos, sempre que possível, realizando a captação também junto à própria comunidade, de modo a impulsionar o papel coinvestidor dos cidadãos, aumentar o engajamento comunitário e contribuir com a construção de relações baseadas na confiança e transparência, na qual tanto o instituto/fundação comunitária quanto cidadãos compartilham a responsabilidade sobre o território e sua comunidade.

 

A FUNDAES é uma das organizações mais bem-sucedidas nesta frente, buscando inovar nas relações com os doadores e arrecadação de doações. Este ano a organização está se dedicando a abrir novas frentes de captação, realizando uma parceria com o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Sergio Aboudib no lançamento da sua autobiografia, l, que destinou 100% da venda do livro para o Fundo de Investimento Comunitário Capixaba e que contou com quase 100 doadores através da iniciativa.

 

“O objetivo do Fundo é apoiar iniciativas capixabas que tenham o objetivo do desenvolvimento comunitário, seja pela formação profissional, arte, saúde ou empreendedorismo, com melhoria da gestão e governança da entidade proponente”, destaca Robson Melo.

 

Também merece destaque para a campanha anual “De olho no dinheiro (Leão Solidário)”, que tem como objetivo mobilizar os declarantes do Imposto de Renda, indivíduos e empresas, a destinarem parte do imposto devido a projetos sociais.

 

COMO FOI CRIADA A FUNDAES

Pode-se dizer que o berço da FUNDAES é o ambiente acadêmico e que a entidade já nasce com o viés do desenvolvimento do território a partir do empoderamento comunitário.

 

O ano era 2002, quando pesquisadores de três instituições de ensino superior – Fucape Business School, FAESA e Centro Universitário e Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) – se uniram e buscaram parceria com duas importantes organizações da sociedade civil capixaba – a Fundação Otacílio Coser e a Associação Feminina de Combate ao Câncer (AFECC) – para pesquisar sobre a atuação do terceiro setor na região.

 

A partir de então, com a realização do seminário “O papel do Terceiro Setor para o desenvolvimento local”, foi fundado o Centro de Referência em Terceiro Setor (CERTS), que mais tarde, com o apoio e auxílio técnico das federações coirmãs de São Paulo e Minas Gerais (APF e Fundamig), se tornaria a FUNDAES como a conhecemos hoje.

 

Com uma pausa nas atividades por alguns anos, a Federação volta com força à cena capixaba em 2011, a partir da aproximação do movimento empresarial Espírito Santo em Ação. Como integrante deste grupo, o engenheiro e executivo da indústria siderúrgica Robson Melo se juntou aos então dirigentes – Valcemiro Nossa, Regina Murad, Raquel Coser e Mariluzia Dalla Bernardina para a reativação da FUNDAES. Desde 2019, Robson é membro da diretoria, ocupando a posição de presidente executivo da organização.

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ORGANIZAÇÕES E PROJETOS APOIADOS PELA FUNDAES

Sobre a parceria com o IDIS e a Charles Mott Foundation, Robson Melo destaca que a participação da FUNDAES no Programa Transformando Territórios garante uma parceria impactante e equitativa na medida em que oferece uma rede de colaboração, concedendo apoio financeiro e técnico de acordo com o contexto local de cada instituto e fundação comunitária.

Desde a integração no Transformando Territórios, em 2021, a FUNDAES oferece apoio financeiro a projetos de diferentes temáticas e causas por meio do Fundo de Investimento Comunitário Capixaba.

Entre esses foram apoiados 7 projetos em 6 municípios do Espírito Santo, uma pluralidade importante quando o território de atuação é tão vasto. Conheça os projetos e suas localidades:

  • O projeto Cozinha Abrace, da Associação Abrace a Vida, em Anchieta;
  • Mãos que Fortalecem, do Núcleo Social Roger Fernandes Rodrigues, em Cariacica;
  • Negócio Delas, do Instituto João XXIII, em Vitória;
  • Gestão Organizada em Prol das Mulheres do Território de Andorinhas, do Instituto Mulheres em Ação pela Cidadania, também em Vitória;
  • Segunda Chance, da Associação Casa da Mulher, em Serra;
  • Serviço de Convivência Além dos Muros, do Centro Cultural Araçá, em São Mateus;
  • Simplicidade, do Projeto Simplicidade, em Vila Velha.

Mãos que Fortalecem

O diretor da FUNDAES destaca que, das sete organizações selecionadas na primeira chamada, apenas duas são afiliadas da entidade. Alguns apoios foram destinados à formalização e estruturação destas organizações, possibilitando o maior acesso das iniciativas a recursos financeiros futuramente.

Para ampliar a divulgação da chamada do Fundo de Investimento, a FUNDAES utilizou da rede de 41 de organizações associadas e de uma estratégia inovado As associadas ajudaram a divulgar o edital nas próprias cidades e escreviam cartas de recomendação para que organizações não formalizadas também pudessem participar do edital.  Esta ação mostra o poder da atuação em rede e o potencial da parceria para o desenvolvimento local.

“Muitos projetos, apesar de comprovadamente provocar impacto social positivo, não atendem aos pré-requisitos complexos dos editais públicos por estarem em fase inicial ou outras questões burocráticas. Selecionamos organizações do norte, do sul e do centro do estado e os apoios financeiros são muito personalizados, de acordo com as demandas de cada uma”, explica.

 

Agora, a FUNDAES faz uma nova rodada de captação de recursos até junho para o lançamento da 2ª Chamada de Projetos. A expectativa é garantir ainda mais recursos para apoiar organizações em esforços de transformação de todo o Espírito Santo em um território melhor de se viver.

 

Informações do Território 

  • Território de atuação: Estado do Espírito Santo (46 mil km²).
  • Nome do instituto ou fundação comunitária: Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo – FUNDAES.
  • Nome e cargo da principal liderança: Robson de Almeida Melo e Silva, Presidente da FUNDAES.
  • Causas prioritárias mapeadas pela FIC: Infância e Juventude, Terceira idade, Desenvolvimento comunitário, Arte e cultura.
  • Número de OSCs do território: Aproximadamente 23 mil em todo o estado (ativas ou não). Atualmente, 41 entidades, dentre OSCs, fundações e associações, são associadas à FUNDAES.
  • Desafios regionais: O estado do Espírito Santo enfrenta desafios sociais e ambientais complexos. No âmbito social, a violência urbana é um desafio significativo, com altos índices de criminalidade e violações dos direitos humanos. A falta de infraestrutura adequada, como saneamento básico e moradia digna, afeta negativamente a qualidade de vida de muitos moradores do estado. No contexto ambiental, o Espírito Santo enfrenta a degradação dos seus ecossistemas naturais, em especial a Mata Atlântica e os manguezais. A exploração indiscriminada de recursos naturais, como a mineração e a expansão agrícola, contribui para a perda de biodiversidade e a destruição dos habitats naturais. Porém, o Estado tem significativos avanços na área de educação e houve crescimento econômico em todo o Estado.

 

A FUNDAES integra o programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Quer saber mais sobre a FUNDAES? Acesse o site.

Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

ICBM: Escuta ativa para promover a transformação da Baixada Maranhense

De tempos em tempos, o Instituto Comunitário da Baixada Maranhense (ICBM), ou Instituto Baixada, faz uma consulta online para ouvir os moradores do território sobre as prioridades de investimento social na região. A intenção é saber dos “baixadeiros” quais serão os temas dos próximos editais de apoio a organizações sociais, coletivos da região, escolas públicas e produtores rurais, dentre outros grupos locais. Com esta proposta de escuta ativa, o Instituto Baixada trabalha para promover a transformação em 16 dos 21 municípios da Baixada Maranhense, além de Alcântara, na região metropolitana de São Luís, que apresentam alguns dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil.

 

“O conceito de ‘baixadeiro’ inclui todos que nasceram ou foram criados no território ou que apoiam o seu desenvolvimento”, explica o superintendente do Instituto Baixada, Ivan Campos.

 

Encontro Regional de Desenvolvimento Territorial Zona Rural de Palmeirândia

 

A articulação para a criação do Instituto Baixada teve início em 2003. Nesta ocasião, um grupo de jovens que participavam de um projeto do Formação do Centro de Apoio à Educação Básica (FCAEB) – organização maranhense com atuação internacional – começou a se reunir para conceber e materializar projetos para os territórios mais vulneráveis do Maranhão, adotando o conceito de Conjunto Integrado de Projetos (CIP).

 

Ivan na reunião quinzenal de jovens de Palmerândia

Os jovens Diane Pereira, Denivaldo Freitas e Ivan Campos – naturais dos municípios maranhenses de São Bento, Matinha e Palmeirândia, respectivamente – estavam lá. Eles tinham entre 11 e 14 anos quando, junto com outros adolescentes do território, deram os primeiros passos para mudar não só a própria história, como a de muitos ao redor deles.

 

“Havia grupos de interesses com temas variados, como educação, políticas públicas para o desenvolvimento territorial, saneamento e urbanismo,  artes e esportes. Nós três integrávamos, em comum, o grupo de políticas públicas. Foi assim que nos conhecemos, ainda tão novos, discutindo filantropia e desenvolvimento comunitário”, conta Ivan.

 

A ATUAÇÃO DO ICBM

A primeira estratégia do CIP Jovem Cidadão foi a organização de Fóruns da Juventude distribuídos em 10 municípios da Baixada. Assim, foi criado o ICBM, que em 2009 se formalizava como fundação comunitária. Hoje, Diane, Denivaldo e Ivan assumem, respectivamente, os cargos de presidente, vice-presidente e superintendente do instituto, que é composto por 29 membros, sendo 25 fundadores e 4 convidados, todos nascidos na Baixada Maranhense.

 

“Nesta época, o êxodo rural era muito alto no Maranhão. Os jovens deixavam a Baixada Maranhense em busca de melhores condições de vida e acabavam trabalhando em condições análogas à escravidão. Com a formalização do Instituto, as prioridades começaram a ser vistas e analisadas a fim de servir como base para a criação de metodologias transformadoras na construção e no fortalecimento do território, revelando as potencialidades da região”, conta o – superintendente do instituto, Ivan.

 

Os membros do Instituto Baixada constituem o Conselho Comunitário, responsável por eleger o Conselho Curador, que delibera sobre a administração dos fundos, projetos e pautas extraordinárias. Entre integrantes do Conselho Curador, são eleitos o presidente e vice-presidente e escolhido um superintendente.

 

Possuir instâncias de governança formadas por membros do território, garantindo a defesa dos interesses comunitários, e promover apoio técnico e institucional para organizações locais, impulsionando seu desenvolvimento e a construção de capacidades, faz parte princípios das fundações e institutos comunitários (FICS). Entre as diretrizes das FICs, estão:

 

São representadas por membros da comunidade: possuem instâncias de governança formadas por agentes e cidadãos preocupados com as questões locais que, a partir da sensibilidade e profundo conhecimento do território, são responsáveis por manter a organização, identificar temas prioritários, orientar a alocação eficaz de recursos, bem como defender os interesses da comunidade.

São provedoras de apoio institucional e técnico às organizações e iniciativas sociais locais: responsáveis por impulsionar o desenvolvimento e a construção de capacidades das organizações da sociedade civil e iniciativas sociais locais, de modo a elevar padrões de operação e garantir o uso responsável e eficiente dos recursos doados.

 

PROJETOS APOIADOS

Com os editais de apoio, o Baixada capta recursos para apoiar organizações sociais locais e coletivos. Desde 2020, foram captados e repassados por meio de editais US$ 40 mil, apoiando diretamente mais de 500 pessoas participantes de grupos e coletivos da Baixada.

 

Dentre os  mais recentes, estão o “Música na Comunidade”, que cria espaços de aprendizagem em música, o “Juventude Empreendedora”, voltada ao financiamento de pequenos negócios de jovens do Curso Técnico de Gestão de Negócios/Administração do CEMP-EPDT e o “Fortalecendo a Agricultura Familiar”, com o objetivo de apoiar a produção agrícola olindense.

 

Eilane Lobato e Wesley Amorim jovens da Cia. de Dança Teatro Expressão Livre, de Palmeirândia

 

Uma das principais áreas de atuação, aliás, tem sido a agricultura familiar, um pilar importante para o desenvolvimento de comunidades, pois gera emprego e renda local.

Visita ICBM à Zona Rural de São Bento (MA)

Com o apoio de diversos programas, pequenos agricultores têm acesso a recursos e capacitações para melhorar a produção e renda dos quintais produtivos, além do acesso ao Banco de Sementes Crioulas. Este banco funciona no Parque Agroecológico Buritirana e integra o projeto educacional do Centro de Ensino Médio e Profissionalizante (CEMP-EPDT), que oferece cursos técnicos de Agroecologia, Agente Comunitário de Saúde e Gestão e Administração de Negócios.

 

 

O CEMP foi idealizado pelo Instituto Formação com metodologia própria, em parceria com as prefeituras locais, e é gerido atualmente em parceria com o Instituto Baixada. Tem o objetivo de profissionalizar jovens de periferias e da zona rural da região, trabalhando com o mesmo tripé das universidades: pesquisa, ensino e extensão. Em 8 anos, já formou mais de 400 alunos.

 

Outro projeto apoiado é o Laboratório Tear, atualmente, há no território sete deles, equipados com computadores com acesso à internet. Para a criação destes espaços, em conjunto com estudantes, professores e empreendedores, o Instituto Baixada desenha o projeto e estabelece os acordos de implantação do laboratório cujo espaço foi doado pela comunidade.

 

“Cuidar desse território implica percorrer estradas, mar, lagos, campos alagados, trilhas. E quanto mais percorremos o território, mais temos a sede de transformar escassez em abundância. Por isso, nós, do Instituto Baixada, estamos muito felizes de integrar o Transformando Territórios. O programa tem tudo a ver com a nossa missão. Por ser flexível, não deixa a gente engessado. Porque projeto social não tem um modelo, uma caixinha que a gente caiba dentro dela”, finaliza Ivan, superintendente do instituto.

 

Informações do Território 

  • Território de atuação: Maranhão é o segundo maior estado do Nordeste, com área de 331.935 km². O ICBM atua em 16 municípios da Baixada Maranhense (que tem, ao todo, 21 municípios), mais Alcântara, que integra a Região Metropolitana de São Luís.
  • Nome do instituto ou fundação comunitária: Instituto Comunitário Baixada Maranhense – ICBM.
  • Nome e cargo da principal liderança Diane Sousa, presidente;  Ivan Campos, superintendente.
  • População estimada: São atendidos diretamente entre 300 e 350 indivíduos em cada um destes 16 municípios.
  • Número de OSCs do território: Mais de 750 organizações e coletivos.
  • Desafios regionais: As principais demandas da região estão nas áreas de saúde e educação. As distâncias dificultam o acesso à educação e à saúde de qualidade. Em alguns distritos, o posto de saúde mais próximo fica a 4h e só oferece alguns atendimentos mais básicos. E, se nas zonas urbanas já há uma defasagem do atendimento pedagógico, nas zonas rurais o problema é grave, com falta de professores, infraestrutura etc.


 

O Instituto Comunitário da Baixada Maranhense integra o programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Quer saber mais sobre o ICBM? Acesse o site.

Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

Programa Transformando Territórios é destaque na Rádio Guaíba

Felipe Insunza Groba e Whilla Castelhano, ambos Gerentes de Projetos do IDIS, foram a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para dar suporte na formatação do fundo Porto de Todos – o primeiro comunitário no Estado, gerido pela organização Fundação Gerações. A visita foi destaque na rádio Guaíba que destacou a criação de fundo comunitário para investimento no território.

A Fundação faz parte do programa Transformando Territórios em que participam cerca de 15 instituições de dez estados brasileiros. O objetivo da iniciativa é fomentar a criação de instituições e fundações comunitárias, aproximando o investimento social de demandas locais.

Confira a reportagem completa aqui.

Sobre FUNDAÇÕES E INSTITUTOS COMUNITÁRIOS

Fundações e Institutos Comunitários (FICs) são associações que atuam em prol do desenvolvimento comunitário de um território geográfico delimitado, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto social positivo para o desenvolvimento da região. Estas são protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento.

Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, não implementam projetos – financiam projetos e iniciativas sociais de outras organizações em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região. Além disto, FICs fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

SOBRE O PROGRAMA TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Instituto Chamex anuncia organizações vencedoras da 3ª edição do Edital Educação com Cidadania

O Instituto Chamex, associação civil sem fins lucrativos mantida pela Sylvamo (NYSE: SLVM), anuncia as cinco instituições selecionadas para a 3ª edição do Edital Educação com Cidadania, apoiado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, para 2023. As organizações escolhidas receberão o aporte de 30 mil reais para aplicarem, ao longo de oito meses, nos projetos educacionais aprovados.

O edital está alinhado com as metas 2030 da Sylvamo de apoiar a educação infantil nas comunidades onde a empresa está inserida e tem como objetivo apoiar iniciativas que estimulem, por meio da educação, o uso da criatividade como fonte de soluções transformadoras para a sociedade, desempenhando um papel ativo da cidadania por todo o Brasil. Os projetos são de diversas partes do País e, apesar de diferentes focos, todos são voltados para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (ODS 4), assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, além de promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. Conheça mais sobre as cinco organizações escolhidas:

 

Projetos selecionados

 

Associação Sementes do Vale (Ninheiras – MG): fundada em 2016, é uma organização sem fins lucrativos, que visa combater a desigualdade social do Sertão Mineiro por meio de atividades que proporcionem o desenvolvimento integral e geração de protagonismo social dos indivíduos, como: atividades culturais, esportivas, de qualificação profissional e de atendimento psicossocial. Para mais informações, clique aqui.

 

 

Associação Sarambuí (Bragança – PA): criada em 2015, é uma Organização da Sociedade Civil (OSC) com sede em Bragança-Pará com ações direcionadas ao ecossistema manguezal, incluindo as comunidades estuarino-costeiras, ao longo da costa amazônica brasileira, em particular no litoral do estado do Pará. Sua missão é promover a geração de conhecimento de maneira participativa, em prol da conservação e sustentabilidade dos serviços ecossistêmicos e bens de uso comum na costa amazônica. Para mais informações, clique aqui.

 

 

Associação de Pais, Professores e Amigos da Escola Comunitária Brilho do Cristal (Palmeiras – BA): fundada em 1992 na Chapada Diamantina, a escola construiu sua autonomia pedagógica por meio do planejamento coletivo, da educação continuada e da prática pedagógica reflexiva.  A instituição tem como objetivo garantir os direitos atribuídos às crianças pela constituição, possibilitando o desenvolvimento do potencial humano e a construção do conhecimento de si mesmo e do mundo, de maneira contextualizada, criativa, holística e emancipatória. Para mais informações, clique aqui.

 

 

CUFA – Central Única das Favelas (Cuiabá- MT): o objetivo da organização é contribuir para o desenvolvimento social, econômico e cultural das periferias, por meio de projetos que valorizem talentos e aptidões individuais e/ou coletivas destinadas prioritariamente a crianças, jovens e mulheres. Para mais informações, clique aqui.

 

 

FACC – Frente de Assistência à Criança Carente (Fortaleza – CE): fundada em 1986, é uma organização sem fins econômicos ou lucrativos, de caráter socioassistencial e cultural voltado para garantia dos direitos de crianças, adolescentes e suas famílias. Para mais informações, clique aqui.

 

 

“Estamos comprometidos com a sustentabilidade de todo o nosso ecossistema e queremos ser cada dia mais atuantes, estimulando a criatividade como fonte de soluções transformadoras e oferecendo as ferramentas necessárias aos cidadãos para que sejam agentes de mudança em suas comunidades, transformando suas realidades e de muitas pessoas no nosso País’’, comenta Mariana Claudio, gerente executiva do Instituto Chamex.

 

“Apoiar o investimento social privado de empresas, como o Instituto Chamex, mantido pela Sylvamo, é o cerne da atuação do IDIS. Poder acompanhá-los ao longo dessa trajetória de apoio a projetos sociais em diversas regiões do Brasil com foco em educação tem sido uma excelente jornada para observar o impacto positivo deles na sociedade brasileira”, comenta Paula Lottenberg, analista de projetos no IDIS.

 

 

Sobre o Instituto Chamex

Criado em 2008, o Instituto Chamex coloca a criatividade como elemento central para a construção de uma educação mais acessível, inclusiva, equitativa e transformadora. Atuando em rede com diversos parceiros, o instituto fomenta o desenvolvimento de estudantes, professores e agentes da educação do ensino infantil, fundamental e médio, apoiando projetos nacionalmente e desenvolvendo projetos localmente. Dessa forma, busca transformar inúmeras realidades, possibilitando um novo futuro para milhares de brasileiros.

O Instituto Chamex faz parte da Sylvamo, a Empresa de Papel do Mundo, produtora dos papéis para Imprimir e Escrever Chamex, Chamequinho e Chambril, e segue suas diretrizes de responsabilidade social, sustentabilidade e ética, engajando seus profissionais e apoiando as comunidades, pois acredita que por meio da criatividade e da educação é possível impulsionar mudanças e acelerar soluções para transformar a vida de muitas pessoas.

Para mais informações, visite o site.

 

Sobre a SYLVAMO

International Paper Brasil agora é Sylvamo: a empresa de papel do mundo – Instituto Chamex

A Sylvamo (NYSE: SLVM) é a Empresa de Papel do Mundo com fábricas na Europa, América Latina e América do Norte. Sua visão é ser o empregador, fornecedor e investimento preferido. Transformando recursos renováveis em papéis dos quais as pessoas dependem para educação, comunicação e entretenimento. Com sede em Memphis, Tennessee, empregam mais de 6.500 profissionais. As vendas líquidas para 2022 foram de US$ 3,6 bilhões.

Para mais informações, visite Sylvamo.com.

 

ICOM: criando pontes para o desenvolvimento comunitário local

Em dezembro de 2022, com as tempestades que atingiram o estado de Santa Catarina, foi declarada situação de calamidade pública em inúmeros municípios. A Grande Florianópolis foi fortemente atingida pela catástrofe, especialmente as áreas de maior vulnerabilidade social. Com a reputação e a legitimidade de quem atua na região há quase duas décadas, o Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICOM) criou prontamente o Fundo Emergencial de Chuvas.

 

Promovendo o desenvolvimento comunitário em toda a área metropolitana da cidade Florianópolis, que inclui 13 municípios catarinenses e cerca de 1,2 milhão de habitantes, o ICOM atua em três frentes, sempre trabalhando em rede e respeitando o protagonismo das organizações de base:

 

  • apoio a empresas e indivíduos para que possam fazer investimentos sociais e doações com alto impacto social;
  • produção e disseminação de conhecimento;
  • fortalecimento de organizações da sociedade civil.

 

“Como uma das primeiras fundações comunitárias do país, com um diálogo estabelecido com as comunidades locais, o ICOM tem como característica essencial responder de maneira rápida às demandas emergenciais do território”, destaca o gerente-executivo do ICOM, Willian Narzetti, lembrando que em outros momentos de crise, como em 2008, 2018 e 2020, a organização criou e foi responsável por outros fundos de reconstrução em decorrência de fortes chuvas pelo estado.

 

Fundamental para a mobilização em situações emergenciais, esta modalidade de fundos são só uma parte da estratégia do ICOM para criação de novas pontes entre atores locais, por meio do fomento à doação e ao investimento social privado. Em 2018, a organização criou o importante Fundo de Impacto para Justiça Social, formado por uma rede de pessoas e organizações que doam sistematicamente para reduzir as desigualdades sociais na Grande Florianópolis. Entre as causas apoiadas por esta iniciativa, estão a equidade racial, a equidade de gênero, a prevenção e o enfrentamento à violência contra a mulher e a defesa dos direitos da população LGBTQIA+. A seleção das organizações do território beneficiadas para receber apoio técnico e financeiro acontece por meio de editais públicos.

Além disso, o ICOM constitui fundos filantrópicos para empresas, apoiando na definição de causas e públicos beneficiários, levantamento de indicadores, mapeamento de iniciativas, apoio para as OSCs selecionadas para a execução dos projetos e relatório de resultados.

 

“Várias empresas da Grande Florianópolis que incorporam a agenda ESG (do inglês, ambiental, social e governança), encontram no ICOM um canal para realizar seu investimento social de forma refletida, sistemática e monitorada. O ICOM é a área de responsabilidade socioambiental delas”, explica Narzetti.

 

Prover serviços para doadores é um dos princípios das fundações e institutos comunitários (FICs) que, como profundos conhecedores da realidade local, oferecem respostas assertivas para as demandas do território, atuando em rede junto às organizações sociais, poder público e investidores. Na Carta de Princípios para Fundações e Institutos Comunitários, a definição desta característica é:

 

“Oferecem serviços adaptados aos interesses e a capacidade de contribuição dos doadores, auxiliando-os a alcançarem seus objetivos filantrópicos. São responsáveis também por fomentar a cultura de doação no território e, potencialmente, são instrumentos poderosos para receber legados”.

 

CRIAÇÃO DO ICOM E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO

 

A história do ICOM começa em 2005, a partir da reunião de um grupo de mulheres – profissionais liberais, empresárias, professoras universitárias, lideranças do terceiro setor e profissionais com experiência no setor público – inspiradas pelo movimento das fundações comunitárias em outros países. Fazia parte do grupo, Lucia Dellagnelo, fundadora do ICOM e embaixadora do programa Transformando Territórios. À época, o conhecimento sobre fundações e institutos comunitários (FICs) no Brasil ainda era embrionário, mas isso não as impediu de seguir com esta missão.

 

O cerne da primeira visão das fundadoras e do Conselho Deliberativo envolvia o desejo de constituir uma organização inovadora de base local, capaz de articular e criar sinergia entre o trabalho de pessoas e projetos que atuavam na área social na Grande Florianópolis. O objetivo era atuar e ser participante da corrente global de fundações comunitárias.

 

Assim, em 2006, era lançado o primeiro diagnóstico de atuação do terceiro setor no território chamado “Mapeamento das ONGs de Florianópolis” que, por sua vez, verificou uma grande fragilidade dessas instituições. Sendo assim, o Projeto Fortalecer, desenvolvido entre os anos de 2007 e 2008, foi a primeira ação de apoio técnico do ICOM e serviu de subsídio à construção de um Plano de Desenvolvimento Institucional, ampliando a capacidade de ação de organizações da região.

 

 

Para identificar questões prioritárias da comunidade e orientar ações para a melhoria da qualidade de vida da população, por exemplo, o ICOM realiza o estudo “Sinais Vitais” desde 2008. Já são nove edições, abrangendo os principais municípios da Grande Florianópolis. Na edição de 2022, por exemplo, o relatório apontou que Santa Catarina esteve entre os destinos mais procurados por migrantes no país, principalmente em busca de trabalho, com 9,19% do total de pedidos de Registro Nacional Migratório em 2021.

 

Em 2020, ano mais desafiador vivido pela nossa geração, por conta da pandemia de Covid-19, a organização criou o Banco Comunitário da Grande Florianópolis, o primeiro de Santa Catarina a operar neste modelo. Com apoio financeiro inédito do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops), do Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina (MPT/SC) e ao lado de parceiros, o Banco Comunitário chegou a ter 5 unidades e mais de mil famílias foram beneficiadas com moedas sociais. Este modelo, ao mesmo tempo que apoiava as famílias, também fortalecia pequenos comerciantes locais em um período delicado de crise econômica.

 

Parceiro de longa data do IDIS e da Charles Mott Foundation, o ICOM é uma das fundações e institutos comunitários que integram o programa Transformando Territórios.

 

“Acreditamos que podemos transformar juntos a nossa realidade. Participar do programa Transformando Territórios significa aprender novas formas de trabalhar e de fortalecer nossas comunidades, inspirar, entender o que está acontecendo no Brasil e no mundo e pensar em rede no campo social como um todo”, comenta Narzetti. 

Equipe do ICOM

 

Informações do Território 

  • Território de atuação: 13 municípios na Grande Florianópolis.
  • Nome do instituto ou fundação comunitária: Instituto Comunitário Grande Florianópolis – ICOM.
  • Nome e cargo da principal liderança Willian Narzetti, gerente-executivo.
  • População estimada: 1,2 milhão de pessoas.
  • Número de OSCs do território: 2.640 organizações.
  • Desafios regionais: Florianópolis sofre, assim como várias regiões brasileiras, com o agravamento da desigualdade social pós-pandemia. Também são desafios para a região, uma agenda de desenvolvimento urbano consolidada que alinhe ecossistemas já existentes na região, investimentos em arte e cultura, promoção da inovação para além do setor tecnológico e desastres naturais que agravam ainda mais a qualidade de vida das populações mais vulneráveis. Porém a região apresenta grandes potencialidades ao abrigar duas das principais incubadoras do país e sistemas educacionais de ponta.

 

O ICOM integra o programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Quer saber mais sobre o ICOM? Acesse o site.

Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

Programa Juntos pela Saúde é apresentado à Secretária de Saúde do Estado de Pernambuco

Guilherme Sylos, Diretor de Prospecção e Parcerias do IDIS, esteve em Recife

Guilherme Sylos, Diretor de Prospecção e Parcerias do IDIS & Zilda Cavalcanti, Secretária de Saúde do Estado de Pernambuco

(PE) para apresentar o Programa Juntos pela Saúde à Secretária de Saúde do Estado, Zilda Cavalcanti, na última quinta-feira, 15 de Junho de 2023.

Zilda, que também é médica geriatra, se mostrou bastante interessada na oportunidade de levar o Programa a Pernambuco e destacou os complexos desafios que o Estado enfrenta na área da saúde.

A reunião entre o IDIS e a Secretaria de Saúde de PE marca uma ação fundamental do Juntos pela Saúde, que é informar e conscientizar tomadores de decisão sobre o potencial de transformação do Programa e, assim, estabelecer parcerias estratégicas que contribuam para o mapeamento de projetos de saúde que já estão em execução e devem ser ampliados, a fim de alcançar impacto mais abrangente e significativo.

Nossa expectativa é que essa primeira conversa com Zilda Cavalcanti renda uma parceria sólida, que beneficiará toda a população pernambucana que utiliza dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Sobre o juntos pela saúde

O Juntos pela Saúde é uma iniciativa de matchfunding do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que busca reunir recursos para apoiar e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

 

Para saber mais sobe o programa, clique aqui!

IDIS conquista selo Great Place To Work®

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, conquistou o selo de Great Place to Work (GPTW). A certificação reconhece o compromisso contínuo do IDIS em criar um ambiente de trabalho positivo, inclusivo, transparente e ético, que promova o bem-estar dos colaboradores.

Este é o resultado de uma rigorosa avaliação realizada pela empresa de consultoria Great Place To Work. A pesquisa, que é 100% confidencial, abrangeu aspectos como a confiança dos funcionários na liderança, a qualidade das relações de trabalho, a cultura organizacional, a gestão de pessoas, as oportunidades de crescimento e desenvolvimento, a remuneração e benefícios e a percepção dos colaboradores sobre a empresa como um todo.

 

“Esse é um reconhecimento incrível para o IDIS. Reforça nossos valores institucionais: Excelência, Aprendizado, Colaboração, Respeito, Transparência, Sustentabilidade, além de nosso compromisso em manter um ambiente de trabalho com essas características. Uma organização é feita de pessoas, e não há sucesso sem elas”, afirma Paula

Fabiani, CEO do IDIS.

 

O IDIS orgulha-se de ter alcançado essa certificação, que reflete o comprometimento da organização em promover um ambiente de trabalho saudável e colaborativo. O Instituto acredita que investir no bem-estar e no desenvolvimento profissional das pessoas parte da organização é fundamental para alcançar resultados positivos e impulsionar o impacto social gerado.

 

“Ter acompanhado o desenvolvimento da equipe IDIS há mais de 3 anos é extremamente gratificante. Essa conquista é apenas uma validação do sentimento que já se sente entre as pessoas no IDIS. E, claro, a pesquisa é uma forma de sempre escutarmos uns aos outros e aprimorarmos ainda mais nosso espaço de trabalho”, comenta Mariana Côrrea, consultora de RH.

 

A certificação GPTW não apenas fortalece a reputação do IDIS como um excelente empregador, mas também reforça sua capacidade de atrair e reter talentos, impulsionando sua capacidade de gerar impacto social positivo. O IDIS continuará empenhado em cultivar um ambiente de trabalho inclusivo, transparente e estimulante, valorizando e apoiando seu time de colaboradores em sua jornada profissional!

Sobre o GPTW

Ficheiro:GPTW logo.jpg – Wikipédia, a enciclopédia livreA Great Place To Work é uma renomada empresa de consultoria global que auxilia organizações a criar e manter um ambiente de trabalho excepcional. A certificação GPTW reconhece as empresas que se destacam em promover a confiança, a colaboração e o bem-estar dos colaboradores, contribuindo para o sucesso e a sustentabilidade do negócio.

IDIS é destaque na edição de junho da revista Alliance Magazine

A nova publicação da Alliance Magazine, “Shock of the new – How new giving vehicles and tools are shaking up philanthropy” (em português, Choque do novo – Como novos veículos e ferramentas de doação estão revolucionando a filantropia), publicado na primeira semana de junho, contou com participação do IDIS para alguns conteúdos.

 

A publicação deste mês teve como foco questionamentos como: o modelo convencional de fundação está sendo substituído? A doação online está democratizando a filantropia? A regulamentação não acompanhou a inovação?

 

Com isso em mente, Paula Fabiani, CEO do IDIS, e, Andrea Hanai, Gerente de projetos do IDIS, contribuíram através do artigo: “New country for an old form“, a respeito do fenômeno dos Fundos Patrimoniais (endowments) no Brasil e como eles estão fortalecendo as iniciativas e organizações socioambientais, principalmente após a sanção da Lei 13.800/19, uma inciativa do advocacy da Coalizão, liderada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

 

Além do artigo, a nova edição da revista também trouxe uma resenha produzida por Marcos Kisil, fundador do IDIS, sobre o livro “Brazilian Elites and their Philanthropy: Wealth at the service of development” (Elites Brasileiras e sua Filantropia: Riqueza a serviço do desenvolvimento, em português).

Confira a publicação completa aqui.
Para residentes do Brasil, a assinatura é gratuita por meio deste link

 

Sobre a REVISTA

Criada em 1998, A Alliance é a principal revista de filantropia e investimento social em todo o mundo, fornecendo notícias e análises do que está acontecendo no setor em todo o mundo. Conheça a revista clicando aqui.

Iniciativa criada pelo Catalyst 2030 Brasil é destaque na Folha de São Paulo

O Fundo Catalisador é uma iniciativa colaborativa inédita no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que busca financiar projetos colaborativos em prol desse desenvolvimento. A iniciativa foi destaque na Folha de S.Paulo que compartilha os aprendizados da primeira ação de financiamento do movimento global Catalyst 2030 no Brasil.

Com apoio técnico do IDIS o fundo teve como foco o ODS 6, ligado a água e saneamento. Após seleção de diversas iniciativas colaborativas inscritas, o projeto vencedor foi o de “Acesso à água potável para Mundurukus”, que visa fornecer água potável para cerca de 3.000 indígenas na região do baixo Tapajós.

O fundo teve o apoio da Ambev AMA que destinará até R$ 200 mil para a iniciativa colaborativa escolhida que inclui as organizações Associação de Mulheres Wakoborun, Associação Paririp, DSEI Rio Tapajós, Projeto Saúde e Alegria e Water is Life.

A partir dos resultados obtidos, sete aprendizados destacaram-se como iniciativas passíveis de serem replicadas, incluindo manter o objetivo em foco, estabelecer uma governança clara, envolver especialistas, engajar os financiadores, promover uma comunicação clara, registrar os aprendizados e compartilhar conhecimento.

Confira a matéria completa na Folha de S.Paulo.

Imagem mostra 9 participantes em uma vídeo chamada do google meet; sete pessoas estão com as câmeras ativadas

Reunião do grupo vencedor do primeiro desafio do fundo, relacionado ao ODS 6 – Água e Saneamento; o projeto vencedor foi o ‘Acesso à água potável para Mundurukus’

Sobre o CATALYST 2030

O Catalyst 2030 é um movimento global, presente em mais de 195 países. O IDIS é uma das organizações que integra o movimento no Brasil.

Sobre o catalyst 2023 brasil

Catalyst 2030 é uma rede global de empreendedores sociais que trabalham por meio da colaboração para acelerar a conquista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Em novembro de 2019, um grupo, de principais empreendedores sociais se reuniu com o objetivo de criar Catalyst 2023 Brasil. Após receber sua primeira concessão em 2021, o Capítulo foi lançado e começou a operar com o apoio administrativo do Secretariado. Atualmente, existem quase 100 empreendedores sociais mobilizados e conectados em torno da causa urgente dos ODS. Ao longo de 2021, várias ações e projetos surgiram do Catalyst Brasil, e já há muitos planos para 2022.

Relatório de atividades IDIS 2022: juntos, fomos mais longe

“Nunca avançamos tanto, e em tão pouco tempo. A mobilização causada pela pandemia mostrou a potência da colaboração.” Este foi o mote do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2022 e podemos dizer que ele também nos guiou dia a dia no IDIS. Trabalhamos juntos, a volta dos encontros presenciais potencializou as conexões e chegamos ainda mais longe.

A colaboração, seja entre nossa equipe ou com outras organizações do setor, deu propulsão a nossa atuação baseada no tripé de geração de conhecimentoconsultoria projetos de impacto.  Em 2022, aprendemos, testamos novos caminhos e formas de fazer, erramos, crescemos,. O que ficou? A certeza de que contribuímos para a nossa missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto. As histórias foram reunidas em nosso Relatório de Atividades.

Acesse e baixe o Relatório de Atividades IDIS de 2022

Conheça os destaques!

 

NOSSOS NÚMEROS

Na consultoria, foram mais de 53 projetos executados com focos diversos como, planejamento estratégico, governança, desenvolvimento de editais e capacitação de organizações, estruturação de fundos patrimoniais, gestão da doação e monitoramento e avaliação de impacto. E tivemos um índice de recomendação de nossos clientes de NPS (Net Promoter Score) de 96.

Já na área de conhecimento, continuamos com nossa vocação de refletir sobre tendências, ler cenários e sistematizar conceitos e metodologias. Foram 36 novos produtos, incluindo publicações, artigos e notas técnicas lançadas e eventos. Lançamos a primeira edição do Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2022, fizemos pela primeira vez uma edição híbrida do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais e realizamos a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021. Compreendendo a importância da Agenda ESG e sua conexão com a Filantropia Corporativa, realizamos o Seminário ESG e o Investimento Social Privado, apoiamos o desenvolvimento, adaptação e tradução de estudos da organização, como o Brasil Giving Report e o World Giving Index 2022, traduzido aqui como “Ranking de Solidariedade”. Ao todo, 68 mil pessoas foram alcançadas com estes conteúdos!

 

Sessão no Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais

 

Os projetos de impacto, que o IDIS implementa e lidera, continuaram avançando. No âmbito do programa Transformando Territórios, em parceria com a Charles Mott Foundation, que fomenta a criação e consolidação de institutos e fundações comunitárias, encerramos o ano com 13 iniciativas participantes em diferentes regiões brasileiras, arrecadando mais de R$ 2,6 milhões, além de termos realizado o 1º Seminário Transformando Territórios.  Ao longo do ano, a Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, liderada pelo IDIS, esteve em contato com parlamentares e enviou uma carta aberta à Comissão de Assuntos Econômicos reforçando a importância de incentivos fiscais a Organizações Gestoras de Fundos Patrimoniais, acompanhando a tramitação do PLC 158/17, que trata sobre o tema. Ainda nesta temática, lançamos duas importantes publicações: o Panorama dos Fundos Patrimoniais e o Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2021. Com o projeto Monitor de Fundos Patrimoniais, acompanhamos a evolução do tema no Brasil.

 

Ao final do ano, a experiência de promover o Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil rendeu aprendizados e permitiu a estruturação de um novo serviço oferecido pelo IDIS. Demonstrar essa competência, foi um diferencial para a seleção do IDIS como parceiro gestor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no programa Juntos Pela Saúde.

 

Visita ao Instituto Baixada, no Maranhão, no âmbito do programa Transformando Territórios

 

RECONHECIMENTOS

Pelo quarto ano, o IDIS foi reconhecido como uma das 100 Melhores ONGs do Brasil e também recebeu o título de melhor ONG de Filantropia. Desde 2017 o Prêmio Melhores ONGs avalia boas práticas de organizações da sociedade civil em quesitos como governança, transparência, comunicação e financiamento.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Luisa Lima, Gerente de comunicação, na premiação Melhores ONGs 2022

Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Luisa Lima, Gerente de comunicação, na premiação Melhores ONGs 2022

PRESENÇA GLOBAL E PARCERIAS

A colaboração também esteve presente nas parcerias, pois acreditamos que a pluralidade de opiniões, origens, histórias de vida e de repertório enriquecem o nosso trabalho e aumentam o nosso potencial de impacto. Por isso, celebramos a diversidade e investimos no poder das parcerias.

 

Também participamos de redes temáticas, refletindo, cocriando, referendando e implementando ações. Contribuímos para o avanço de pautas relevantes para o fortalecimento do ambiente democrático, do Investimento Social Privado e da Cultura de Doação no Brasil.

Conheça os nossos parceiros institucionais e as redes das quais participamos em 2022.

 

QUEM FAZ PARTE DESSA HISTÓRIA

O IDIS vem crescendo a cada ano, consequência da dedicação de cada uma
das pessoas que trabalharam, seja de forma remunerada ou voluntária, para apromoção do investimento social privado e seu impacto pelo Brasil. Agradecemos a todos e todas que estiveram conosco em 2022 e contribuíram com sua dedicação e talentos.

Com modelo de trabalho híbrido, ao longo do ano, foram promovidas uma série de ações de integração, formação e troca de conhecimento, incluindo temas como diversidade racial, cuidados com a saúde e comunicação não-violenta. Parte das ações foram realizadas pelo Comitê de Diversidade, formado neste ano por membros da equipe IDIS.

Conheça todos os detalhes das atividades do IDIS ao longo de 2022 em nosso Relatório de Atividades.

Equipe do IDIS em dezembro de 2022 em confraternização

 

Os princípios ESG potencializam a atuação de instituições do Terceiro Setor, afirma Felipe Groba

O termo, que começou a ser mais comentado durante a pandemia de covid-19, têm ganhado cada vez mais destaque.

 

Apesar de não fazer referência direta às entidades do Terceiro Setor, o termo “ESG” (Governança ambiental, social e corporativa) é de extrema importância para orientar ações dessas instituições, segundo especialistas.

 

“Cada vez mais estamos olhando para esses três pilares e para as organizações sociais. Então, se essas instituições aderirem e usarem mais os princípios da ESG, elas vão ter muito mais resultado”, explica o professor de Estratégia e Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral, Pedro Lins.

 

Para ele, é preciso haver uma profissionalização nos processos de governança, gestão e comunicação dessas instituições, seguindo o fluxo do mercado. Isso poderá ser determinante para a sobrevivência da organização e para o sucesso de suas iniciativas.

Por outro lado, as causas pelas quais essas entidades lutam – sociais, ambientais, de governança – nunca serão esgotadas. E nesse sentido, elas conversam diretamente com os princípios ESG, que são fundamentais para os setores público, privado e o Terceiro Setor.

“Em teoria, o ESG não é feito para as organizações da sociedade civil, mas a cobrança das práticas ESG pelos investidores para as empresas, faz com que essas instituições demandem essas mesmas boas práticas de seus parceiros do Terceiro Setor”, destacou Felipe Insunza Groba, gerente de projetos do IDIS.

 

O termo, que começou a ser mais comentado durante a pandemia de covid-19, têm ganhado cada vez mais destaque. E, para ele, as pessoas estão começando a entender melhor o que a sigla significa agora.

 

“Existe uma percepção geral de que o Terceiro Setor é um caminho para a ESG. A sociedade vai começar a cobrar mais coerência do negócio e uma atuação da porta pra fora também”, conclui..

 

— Texto: Umsocial

Desafio Fundo Catalisador 2030: Conheça o Projeto vencedor!

“Acesso à água potável para os Mundurukus” é o vencedor do edital do Desafio Fundo Catalisador 2030.

 

Pioneiro para ações colaborativas de impacto social ambiental realizado pelo Catalyst 2030 Brasil, ele foi apresentado pela Associação das Mulheres Munduruku Wakoborun, do projeto Saúde e Alegria, Water is Life, DSEI Rio Tapajós e Associação Indígena Pariri.

 

O projeto receberá R$200 mil, resultado do aporte feito pela água AMA, produto social da Ambev, para realizar ações que promovam o acesso à água potável (ODS #6) para pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

 

Ele prevê a distribuição de filtros para o povo indígena Munduruku no Pará, tornando potável a água de rios, igarapés, cacimbas e pluviais.

 

 

SOBRE CATALYST 2030

Movimento global de empreendedores sociais e inovadores sociais de diferentes setores, que compartilham o objetivo de criar abordagens inovadoras e centradas nas pessoas para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030. Unindo forças com comunidades, governos, empresas e outras organizações, o Catalyst 2030 foi lançado em 2020, no Fórum Econômico Mundial, inicialmente pela Ashoka, Schwab Foundation, Skoll Foundation e Echoing Green. Hoje, o movimento  reúne, no âmbito global, mais de 500 empreendedores sociais em 195 países, impactando 1 bilhão de vidas e gerenciando US$ 2 bilhões em fundos alinhados aos ODS. Mais informações clique aqui.

Transformando Territórios abre 1ª chamada para seleção de novas Fundações e Institutos Comunitários

O programa Transformando Territórios – Programa de Desenvolvimento de Institutos e Fundações Comunitárias está promovendo a 1ª chamada para novas organizações para integrarem a rede.  Lançado em 2020, possui 13 iniciativas participantes em diferentes regiões brasileiras. No processo seletivo serão avaliadas algumas características:

 

  • Preferencialmente nos seguintes Estados: Pará, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Paraná;

 

  • População entre 200 mil e 5 milhões de habitantes;

 

 

GRUPOS DE INICIATIVA

  • Ter ao menos 4 pessoas e/ou 1 organização interessada em participar da construção e atividades da organização;
    • Ao menos 1 líder com experiência ou formações em captação de recursos;
    • Que a dedicação somada, das pessoas interessadas, seja de ao menos 20 horas por semana para desenvolvimento da organização;
    • Conhecimento e atuação no território com experiências junto ao setor social local;
    • Mínimo de 3 integrantes advindos de organizações/causas diferentes;
    • Ao menos 10 Organizações da Sociedade Civil (OSCs) registradas em cartório (com CNPJ, Estatuto e Certidões) operantes que atuem no território;

 

organizações existentes

Para organizações existentes que queiram converter-se em Fundação/Instituto Comunitário, além dos critérios acima é desejável:

 

    • Estar com documentos e certidões atualizadas e reguladas;
    • Interesse em apoiar múltiplas causas;
    • A organização não executa e desenvolve projetos e atividades que possuam relação direta com os beneficiários;

 

O Programa Transformando Territórios está seu segundo ciclo. Em 2022, apoiou a estruturação de dez novas organizações neste formato.

 

INSCRIÇÕES

Para inscrever-se, preencha o formulário até dia 16 de Abril.

 

UM POUCO SOBRE O CONCEITO

Fundações e Institutos Comunitários (FICs) são associações que atuam em prol do desenvolvimento comunitário de um território geográfico delimitado, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto social positivo para o desenvolvimento da região. Estas são protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento.

Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, não implementam projetos – financiam projetos e iniciativas sociais de outras organizações em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região. Além disto, FICs fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

O Transformando Territórios apoia o desenvolvimento destas organizações por meio de formações, materiais didáticos voltados para a temática, palestras nacionais e internacionais, consultorias individuais, viagens e recursos financeiros.

 


Assista esse e outros vídeos na nossa playlist do programa Transformando Territórios.

O programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

Com inscrições abertas, Edital da Água já recuperou 42 nascentes em quatro anos

Edital da Água, promovido pelo Instituto Mosaic, responsável pelas ações sociais da Mosaic Fertilizantes, caminha para a sua quinta edição, contabilizando diversos impactos positivos consistentes para assegurar a disponibilidade dos recursos hídricos para gerações futuras nas mais diversas regiões do país, por meio do apoio a 51 projetos.

Anualmente, o Edital da Água seleciona e financia com até R$ 45 mil 15 projetos inovadores com potencial de escalabilidade, encabeçados por instituições de ensino ou da sociedade civil, com o comprometimento de recuperar e preservar nascentes e áreas de manancial; aumentar a vazão em cursos hídricos; instalar sistemas de saneamento básico; difundir tecnologias sociais para tratamento de água; promover a gestão eficiente da água na produção de alimentos; além de alavancar pesquisas e capacitações e educação ambiental. Neste ano, as inscrições abrem em 22 de março, quando se comemora o Dia Mundial da Água, e prioriza projetos voltados para a produção de alimentos, além dos projetos ligados à Diversidade e Inclusão.


SERVIÇO – Inscrições Edital da Água 2023

Prazo: de 22 de março a 28 de abril

Municípios de abrangência: Barreiras | Candeias (BA), Anápolis | Catalão | Ouvidor | Rio Verde (GO), São Luis | Balsas (MA), Rondonópolis | Sorriso (MT), Campo Grande (MS), Araxá | Alfenas | Conquista | Delta | Patos de Minas | Patrocínio | Sacramento | Tapira | Uberaba (MG), Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (SC), Cajati | Cubatão | Pariquera-açu | Registro | Jacupiranga | São Paulo (SP), Barra dos Coqueiros | Capela | General Maynard | Japaratuba | Rosário do Catete (SE), Rio Grande (RS)

Processo: preencher o formulário de inscrição, a planilha de orçamento e cronograma do projeto, disponíveis em www.mosaicco.com.br; reunir os documentos obrigatórios e complementares; e enviar a documentação ao IDIS (editalagua2023@idis.org.br), efetivando a inscrição.


Desde 2019, mais de 5.900 pessoas, de 29 municípios em nove Estados brasileiros, participaram de atividades de capacitação, educação ambiental e atividades de engajamento e sensibilização sobre uso sustentável da água ao longo das edições. As quatro últimas edições também garantiram a recuperação de pelo menos 42 nascentes; a instalação de mais de 110 sistemas de captação de água e/ou tratamento de esgoto; e mais de 10.800 árvores plantadas.

“Diante de todos os resultados positivos gerados pelo Edital da Água, percebemos a importância de incentivar ideias que transformem as comunidades e garantam qualidade de vida para todos. Essa iniciativa revolucionária está alinhada com as nossas metas de ESG com a prioridade no ODS [Objetivo do Desenvolvimento Sustentável] 6, colaborando para assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos. É uma grande satisfação poder promover e incentivar projetos com propósito tão nobre em diferentes regiões do Brasil”, afirma Paulo Eduardo Batista, diretor de Performance Social.

No primeiro ano do Edital da Água (2019), a iniciativa do Desafio Jovem Betel, entidade de Paranaguá (PR) voltada para o acolhimento de adultos com dependência química, implementou tecnologias sociais para o saneamento básico ambiental na organização, beneficiando mais de 70 pessoas com acesso à água potável. Em 2020, a Associação Amigos da Terra Sorriso (MT) contribuiu para a recuperação de 11 nascentes na Bacia Hidrográfica do Rio Lira, atuando na conservação do solo de uma área de 3.250.000 m², capacitando técnicos locais e instalando mais de 300 drenos para acelerar a recarga do lençol freático e aumentar a vazão do rio.

Com o objetivo conservar e recuperar recursos naturais através do uso racional da água, em 2021, a Associação Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Uberaba (MG) desenvolveu sistema de captação de água para reuso em horta comunitária, beneficiando 750 pessoas de forma direta.

Com o potencial de proporcionar o desenvolvimento da agricultura sustentável através de inovação tecnológica para remoção de resíduos de defensivos agrícolas, na última edição, ainda em curso, a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) desenvolveu uma nova tecnologia que transforma poluentes orgânicos da água em energia. Essa tecnologia, que garante o tratamento de poluentes persistentes aos processos convencionais, vai ser testada em um sistema real de tratamento de esgoto.

“Estas iniciativas estão alinhadas com os nossos objetivos de desenvolver as comunidades nas regiões onde atuamos. As temáticas ambientais e sociais são transversais à nossa estratégia e missão corporativa. Constantemente, nós buscamos soluções para promover a preservação ambiental aliada ao crescimento sustentável das comunidades”, diz Camila Bellenzani, gerente de Projetos Sociais.

Além da gestão racional dos recursos hídricos, o alinhamento com os Objetivos Sustentáveis da Organização das Nações Unidas (ODS) e envolvimento das comunidades locais na sua execução estão entre as premissas do edital, que é desenvolvido com o apoio do Instituto IDIS, que auxilia na operacionalização do processo de seleção desde o planejamento até o monitoramento técnico e financeiro dos contemplados.

Já no primeiro ano de existência, a iniciativa foi contemplada em duas categorias pelo prêmio “Cases de sucesso em #ODS6 – Água e Saneamento” organizada pela Rede Brasil do Pacto Global da Organização da Nações Unidas (ONU), com foco em ações sustentabilidade corporativa.

O Edital da Água conta com o apoio técnico do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – IDIS, organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), fundada em 1999 com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto.

Confira as outras edições do Edital da Água aqui!


Sobre a Mosaic Fertilizantes

Com a missão de ajudar o mundo a produzir os alimentos de que precisa, a Mosaic atua da mina ao campo. A empresa entrega cerca de 27,2 milhões de toneladas de fertilizantes ao ano para 40 países, sendo uma das maiores produtoras globais de fosfatados e potássio combinados. No Brasil, por meio da Mosaic Fertilizantes, opera na mineração, produção, importação, comercialização e distribuição de fertilizantes para aplicação em diversas culturas agrícolas, ingredientes para nutrição animal e produtos industriais. Presente em dez estados brasileiros e no Paraguai, a empresa promove ações que visam transformar a produtividade do campo, a realidade dos locais onde atua e a disponibilidade de alimentos no mundo.

Para mais informações, visite www.mosaicco.com.br.

Conheça os canais de conteúdo Nutrição de Safras e NutriMosaic.

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Informações para a imprensa, favor contatar:

CDN | mosaic@cdn.com.br

Instituto Cacimba: a materialização do “nós por nós”

Ser membro de uma comunidade é uma característica valiosa para se ter um olhar estratégico para a tomada de decisões do território. Esta tem sido a base da governança do Instituto Cacimba, que atua com foco inicial do bairro de União de Vila Nova, na região de São Miguel Paulista, zona leste da cidade de São Paulo, por meio de apoio, promoção e financiamento de projetos e de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) locais. É a materialização do “nós por nós”, lema de um povo que, historicamente excluído, sempre teve que contar consigo mesmo.

Feira da UniRoça, um dos projetos apoiados pelo Instituto Cacimba

Terceiro maior bairro periférico de São Paulo, com cerca de 45 mil habitantes, a União de Vila Nova já carregou também o título de segundo mais violento da capital, registrando altos índices de homicídios e pessoas vivendo em situação de extrema miséria. Um novo desenvolvimento começou em 2002, por meio da comunhão entre poder público, com obras de infraestrutura, e organizações da sociedade civil, com projetos para promover prosperidade social e econômica na região.

A partir das conversas entre lideranças locais e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), o Projeto de Urbanização Pantanal investiu na comunidade, não só com a construção de moradias, redes de água e esgoto, energia elétrica, pavimentação e iluminação pública, mas também de escolas, parques e até um Viveiro-Escola, administrado por um coletivo de mulheres locais.

COMO FOI CRIADO O INSTITUTO CACIMBA

O cearense Hermes de Sousa chegou em União de Vila Nova no ano 2000 e percebeu o potencial dos moradores que viviam da coleta de material reciclável no lixão a céu aberto que existia na comunidade. Promotor da arte como ferramenta de inclusão social, decidiu atuar na região, dando aulas gratuitas de escultura em madeira retirada dos dejetos. Em 2005, ele fundava oficialmente o Instituto Nova União da Arte (NUA), vindo a se tornar uma importante liderança comunitária do território.

Hermes, fundador do Instituto Cacimba

Na busca por novas maneiras de trabalhar na região e atender suas demandas prioritárias, como inclusão produtiva, educação e cultura -, Hermes fundou em 2022 o Instituto Cacimba, que se apresenta como um Instituto Comunitário. Uma organização que visa o desenvolvimento comunitário do território de São Miguel Paulista – iniciando suas atividades com foco na União de Vila Nova – a partir da captação, gestão e distribuição de recursos para iniciativas sociais, atuando em rede com o poder público e a sociedade civil, identificando demandas prioritárias e envolvendo a comunidade no processo decisório de investimento de recursos.

Um dos principais desafios de uma Fundação ou Instituto Comunitário é dar representatividade e voz ao território, de forma democrática, acessível, transparente e que abranja a pluralidade de vozes locais em sua governança. É um desafio grande articular tantos atores e conhecimentos em uma organização recém-criada, unindo a democratização do espaço com decisões estratégicas.

A representatividade da comunidade na governança do Instituto e um dos 9 princípios que guiam o papel e operação deste modelo de organizações. Sua diretriz é:

Possuir instâncias de governança formadas por agentes e cidadãos preocupados com as questões locais que, a partir da sensibilidade e profundo conhecimento do território, serão responsáveis por manter a organização, identificar temas prioritários, orientar a alocação eficaz de recursos, bem como defender os interesses da comunidade.

O Instituto Cacimba abordou este tema de forma inovadora, empreendendo esforços para incentivar a participação da comunidade, respeitando seus saberes e história. Saindo dos padrões tradicionais de governança de uma organização social, o Instituto trouxe inovação, formando conselhos e instâncias estratégicas que vão além dos usuais. O primeiro a ser formado foi o Conselho Comunitário, composto por cinco lideranças atuantes da região, dando voz às organizações locais. Valorizando a ancestralidade local, também foi criado o Conselho das Avós, composto por três mulheres com mais de 60 anos, protagonistas na história do território e que atuam em projetos sociais da região. E por fim, há o Conselho da Juventude, integrado por três jovens transformadores locais, que trazem a visão das novas gerações, contribuindo com novos diálogos e abordagens

“Entendemos que a gestão compartilhada é o que vai promover a escuta ativa e a participação de fato da comunidade. Porque não queremos que o Instituto Cacimba atue pelo seu próprio entendimento. Queremos fortalecer as organizações e os coletivos locais para que possamos, juntos, levantar dados que nos orientem sobre as problemáticas e potencialidades do território e promover novos projetos”, ressalta Hermes de Sousa.

Ainda são poucas as Fundações e Institutos Comunitários presentes no Brasil, mas nos últimos dois anos, houve um aumento significativo, em parte promovido pelo Programa Transformando Territórios – iniciativa do IDIS e da Charles Stewart Mott Foundation – do qual o Instituto Cacimba faz parte desde o início da sua formação.

ORGANIZAÇÕES E PROJETOS APOIADOS PELO INSTITUTO CACIMBA

Em seu primeiro ano de operação, o Instituto Cacimba captou R$ 240 mil, dos quais destinou R$ 130 mil para projetos sociais. Entre os projetos apoiados estão alguns promovidos pelo NUA, como a Agência de Comunicação NUA, que faz a formação de jovens aprendizes para a produção de conteúdo multiplataforma – criação de sites, filmagens e edição de vídeos, por exemplo – , em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul (UnicSul), que confere uma certificação aos participantes.

Agência de Comunicação – NUA

A UniDiversidade das Kebradas, que integra a Aliança das Ecodiversidades, é mais uma iniciativa que recebeu o suporte do Cacimba. Enxergando além dos muros da formalidade acadêmica, a universidade livre oferece oportunidade para trocas de experiências e aprendizados práticos entre líderes comunitários a partir de projetos reais que respondem a dilemas sociais e ambientais.

Outro projeto apoiado é a UniRoça – UniDiversidade da Roça, um centro de formação em meio rural, com alojamento, que tem como público-alvo homens em situação de rua. O programa, promovido pela Associação Morada dos Vencedores, alinha reinserção social, projeto de vida e aquisição de habilidades produtivas em áreas como apicultura, piscicultura e agricultura orgânica.

UniRoça, um dos projetos apoiados pelo Instituto Cacimba

Entre os projetos em desenvolvimento está a Pousada Social, que vai fomentar o turismo solidário de base comunitária e empregar mulheres e jovens locais. A pousada está sendo implantada em um prédio na região que passa por obras e tem previsão de abrir para o público em junho de 2023.

Construção da Pousada Social

Em fase de captação de recursos, estão a criação de um cartão comunitário pré-pago para 400 famílias em alta vulnerabilidade e o desenvolvimento de uma plataforma de comércio de produtos e serviços locais, que poderão ser adquiridos com o próprio cartão, com descontos.

Outra proposta é a abertura de editais de seleção de iniciativas locais de nano e micro empreendedorismo feminino para investimento com capital semente.

A origem destes projetos que promovem o aquecimento da economia local está na pandemia de Covid-19, quando foi criado o Fundo Cacimba, em março de 2020. Os recursos captados foram usados para apoiar famílias com a compra de alimentos, além de medicamentos, material de higiene e outras necessidades. Se na crise humanitária, o ativismo cívico salvou vidas em União de Vila Nova, agora, com o Instituto Cacimba, a força comunitária do território poderá ser maior que nunca.

Informações do Território 

  • Território de atuação: União de Vila Nova, favela localizada no distrito de São Miguel Paulista.
  • Nome do instituto ou fundação comunitária: Instituto Cacimba
  • Nome e cargo da principal liderança Antônio Hermes de Sousa, diretor-presidente
  • População estimada: União de Vila Nova é a terceira maior favela de São Paulo, com cerca de 45 mil pessoas. Cerca de 500 mil pessoas moram no distrito de São Miguel Paulista.
  • Número de OSCs do território: 27 organizações em São Miguel Paulista
  • Desafios regionais: A pobreza e a desigualdade, características estruturais que acompanham o desenvolvimento brasileiro, na União de Vila Nova estiveram associadas, nos últimos anos, com um processo de crescente desemprego e precarização das relações de trabalho. Com isso, parcela significativa da população apresenta insuficiência ou insegurança de renda.
  • Causas prioritárias do território mapeadas pela organização: inclusão produtiva, educação, cultura e meio ambiente.

O Instituto Cacimba integra o programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Quer saber mais sobre o Instituto Cacimba? Acesse o site.

Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

Participe do evento | Instituto e Fundação Comunitária: conceitos e como formar uma

Participe do evento online e gratuito e saiba mais sobre este modelo que tem se desenvolvido cada vez mais no Brasil

 

Com o objetivo de apoiar a criação e o desenvolvimento de novas Fundações e Institutos Comunitários (FICs), o IDIS promove um evento online gratuito no dia 29 de março, quarta-feira, para a apresentação do conceito.  A reunião marca também o lançamento da chamada para novas organizações e  líderes comunitários participarem do programa Transformando Territórios, projeto do IDIS em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar o modelo no país.

 

Conheça os palestrantes:

  • Felipe Insunza Groba, Gerente de Projetos do IDIS e do programa Transformando Territórios;
  • Eliane Macari, Presidente da FEAV – organização participante do Programa Transformando Territórios.

 


29 de março , das 16h às 17h30
Inscrições pelo Sympla

Venha saber mais sobre esse modelo inovador de impacto social.
Inscreva-se aqui.


Confira o vídeo na íntegra do Evento clicando AQUI!

 

UM POUCO SOBRE O CONCEITO

Fundações e Institutos Comunitários (FICs) são associações que atuam em prol do desenvolvimento comunitário de um território geográfico delimitado, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto social positivo para o desenvolvimento da região. Estas são protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento.

Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, não implementam projetos – financiam projetos e iniciativas sociais de outras organizações em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região. Além disto, FICs fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

O Transformando Territórios apoia o desenvolvimento destas organizações por meio de formações, materiais didáticos voltados para a temática, palestras nacionais e internacionais, consultorias individuais, viagens e recursos financeiros.

 

COMO PARTICIPAR DO TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

Lançado em 2020, o Transformando Territórios hoje tem 13 iniciativas participantes. Nesta chamada, buscamos novos candidatos para integrar nossa rede. No processo seletivo serão avaliadas algumas características:

 

  • Atuação em um território geográfico delimitado, preferencialmente nos seguintes Estados: Pará, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Paraná, com população entre 200.000 ou 5.000.000 de habitantes;

 

  • Para líderes comunitários: participação de ao menos 4 pessoas interessada em participar da construção e atividades da FIC;

 

  • Para organizações já constituídas e que queiram converter-se em uma FIC: ter interesse em atuar em múltiplas causas e não desenvolver projetos e/ou atividades que possuam relação direta com os beneficiários.

O Programa Transformando Territórios está seu segundo ciclo. Em 2022, apoiou a estruturação de dez novas organizações.


 

Assista esse e outros vídeos na nossa playlist do programa Transformando Territórios.

Delegação brasileira vai ao México debater a filantropia comunitária nas Américas

 

TT - Guadalajara (1)Ainda pouco conhecido no Brasil, o modelo da filantropia comunitária tem se consolidado cada vez mais internacionalmente como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios. De acordo com levantamento realizado pelo Community Foundation Atlas, existem mais de 1.800 institutos e fundações comunitárias no mundo. Juntas, essas organizações movimentam mais de USD 5 bilhões todos anos.

 

Para discutir os diferentes contextos, oportunidades e desafios da filantropia comunitária nas Américas, reuniram-se no início de fevereiro, em Guadalajara, no México, 119 convidados de dez países da América do Sul, Central, Caribe e do Norte. Integraram a delegação brasileira Felipe Groba, gerente de projeto do IDIS, e seis outros representantes de Institutos Comunitários brasileiros, todos participantes do Programa Transformando Territórios: Instituto Baixada Maranhense; ICOM – Instituto Comunitário Grande Florianópolis; Instituto Espraiada e Tabôa Fortalecimento Comunitário.

Da esquerda para direita, Felipe Groba (Diretor de projetos do IDIS),

O evento, promovido pela CCA – Connecting Communities in America, uma iniciativa da CF Leads (Community Foundations Leading Change), contou com painéis de discussão e com visitas a projetos sociais apoiados pela Corporativa de Fundaciones – a fundação comunitária da grande Guadalajara – e que atuam diretamente nos temas de migrantes e refugiados, crianças em situação de rua e desenvolvimento comunitário. Com olhar cuidadoso à diversidade e à importância de todos poderem se expressar em suas línguas maternas, havia tradução simultânea em quatro idiomas – português, inglês, espanhol e francês.

 

Durante as sessões plenárias e paralelas, os participantes discutiram os contextos em que se dá a filantropia comunitária de enfoque territorial em seus países e realidades. Ficou claro que há características regulatórias e de cultura de doação que diferenciam EUA e Canadá do resto das Américas, e que implicam em níveis díspares de poder e sustentabilidade financeira. Por outro lado, foi reforçado por todos os participantes a necessidade de fortalecimento de organizações e coletivos liderados por grupos minorizados como negros e indígenas, sendo papel das Fundações e Institutos Comunitários – as FICs – visibilizar e apoiar esses grupos na mobilização de recursos materiais, técnicos e imateriais. De acordo com Robson Bitencourt, Gerente do Programa de Desenvolvimento Territorial de Serra Grande e entorno da Tabôa,

 

“A viagem ao México foi uma imersão de observação, aprendizado e troca de conhecimento pelo campo da filantropia com outras fundações das Américas. Importante ampliar as percepções sobre as similaridades e diferenças do que fazemos com o que outras organizações também têm feito, assim como os desafios e as oportunidades. Ficou a impressão de que temos campo para aumentar o trabalho em rede e potencializar nossas ações.”

 

As consequências da mudança climática sobre populações vulneráveis também estiveram no centro da pauta, sendo reforçado o ponto de que embora a solução para essa questão seja global, os impactos negativos sempre serão locais e específicos para cada comunidade. No sentido de unir esforços e endereçar questões estruturais, emergiu o papel das FICs como articuladoras de causas, ao criarem coalizões locais e até nacionais para endereçar grandes temas como a falta de oportunidades laborais, a pobreza no campo, a questão dos refugiados, a segurança alimentar e a defesa por direitos e justiça social.

 

Permeando todas as discussões, esteve também o tema da confiança nas Organizações da sociedade civil (OSCs) e seu papel na expressão da pluralidade de vozes em um território. Os panelistas e participantes do evento relataram casos bem sucedidos de fundações doadoras norte americanas que tem crescentemente adotado a doação de recursos livres – sem encargos e sem restrição a projetos – como premissas de seus aportes financeiros, reconhecendo a excelência e expertise dos líderes sociais em gerirem suas organizações e alocarem os recursos de modo a gerar mais impacto no longo prazo.

 

Durante a estadia no México, a delegação brasileira aproveitou para se reunir e trocar experiências com as equipes da Comunidar (a fundação comunitária de Nuevo León), da Comunalia (organização de suporte às fundações comunitárias do México) e da Corporativa de Fundaciones, além de terem visitado in loco as fundações comunitárias de Morelos e de Malinalco.

 

As visitas técnicas às fundações comunitárias reforçaram as similaridades entre o Brasil e o México, promovendo inúmeros insights e possibilidades entre as organizações brasileiras e mexicanas. Encontramos equipes qualificadas e motivadas, trabalhando em rede para promover a justiça social e o desenvolvimento comunitário em seus territórios.”

 

Comentou Willian Narzetti, gerente executivo do ICOM.  Felipe Groba, líder do Transformando Territórios, complementa, lembrando que o encontro contribuiu para a identificação de oportunidades de desenvolvimento para as FICs brasileiras em diferentes níveis de maturidade.

 

Comentários dos participantes:

Felipe Insunza Groba – Gerente de Projetos do IDIS.

 

“Para o Programa Transformando Territórios foi fundamental estar com a delegação brasileira nesses momentos para identificarmos oportunidades de desenvolvimento para as Fundações e Institutos Comunitários Brasileiros em diferentes níveis de maturidade, além de aprender com a experiência de outros países.”

 

Robson Bitencourt –  Gerente do Programa de Desenvolvimento Territorial de Serra Grande e entorno da Tabôa Fortalecimento Comunitário.

 

“A viagem ao México foi uma imersão de observação, aprendizado e troca de conhecimento pelo campo da filantropia com outras fundações das Américas. Importante ampliar as percepções sobre as similaridades e diferenças do que fazemos com o que outras organizações também têm feito, assim como os desafios e as oportunidades. Ficou a impressão de que temos campo para aumentar o trabalho em rede e potencializar nossas ações.”

 

Willian Narzetti –   Gerente Executivo do ICOM.

“A experiência de participar do encontro foi enriquecedora. As plenárias e mesas redondas possibilitaram que as fundações comunitárias apresentassem suas experiências e desafios em questões prioritárias para o campo. Muitas iniciativas e soluções apresentadas têm potencial de inspirar, com as devidas adaptações, ações no território que atuamos. Articulamos novas conexões, que serão melhor exploradas no pós evento. As visitas técnicas às fundações comunitárias das cidades de Cuernavaca e Malinalco reforçaram as similaridades entre o Brasil e o México, promovendo inúmeros insights e possibilidades entre as organizações brasileiras e mexicanas. Encontramos equipes qualificadas e motivadas, trabalhando em rede para promover a justiça social e o desenvolvimento comunitário em seus territórios. A viagem reforça a missão do ICOM, fundação comunitária pioneira que há 17 anos vem promovendo o desenvolvimento comunitário em Santa Catarina, mobilizando, articulando e apoiando investidores sociais e ações coletivas de interesse público.”


 

Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Saiba mais sobre o progama Transformando Territórios e os Institutos que fazem parte da iniciativa, e assista nossa playlist do programa.