Com um público de 680 pessoas, o seminário apresentou 4 painéis com a participação de especialistas
A pauta ESG (sigla para Environmental, Social and Governance, no português, Ambiental, Social e Governança) ganha a cada ano mais espaço entre investidores e empresas. Mas o que vem sendo mensurado de fato? Com detalhes da pauta ainda em definição pelo mundo, estudos apontam uma falta de padrões consistentes, principalmente quando falamos dos aspectos sociais. De acordo com um estudo realizado pelo BNP Paribas, por exemplo, 51% dos investidores consideraram o ‘S’ o mais difícil de analisar e incorporar às estratégias de investimento.
Pensando nisso, o IDIS – Instituto do Desenvolvimento do Investimento Social promoveu na manhã de 22 de junho, um seminário para debater e aprofundar o assunto. O evento teve como parceiros prata Gerdau e Santander e parceiros bronze Ambev, Bradesco Private Bank e Instituto Órizon.
Entre os desafios da agenda social, compreendemos que está a compreensão de sua abrangência e a definição de parâmetros e indicadores realmente verdadeiros. Por isso, materialidade, mensuração e integração foram algumas das dimensões que o seminário explorou para abrir o evento logo pela manhã. As demais sessões buscaram iluminar zonas cinzentas e caminhos incertos com exemplos inspiradores de empresas que iniciaram essa jornada. Mais que histórias de conquistas são relatos de aprendizados e de uma certa dose de ousadia.
Parâmetros e Indicadores “S”: Materialidade, Mensuração e Integração
Uma pesquisa da BNP Paribas revelou que 51% dos investidores consultados consideraram o ‘S’ o mais difícil de analisar e incorporar às estratégias de investimento. Neste contexto, investidores e empresas têm intensificado seus esforços na busca de soluções para preencher as lacunas ao medir e integrar o “S” às suas decisões de investimento. Dentre os principais desafios, tem-se a forma como se apresentam os relatórios atualmente (conformidades e processos ao invés de efetividade), o volume e inconsistência dos padrões e métricas e a natureza qualitativa de muitas das avaliações sociais.
Para debater o assunto, o IDIS convidou Eduardo Alves (Sócio na PwC); Fabio Alperowitch (Co-fundador da FAMA Investimentos); Fernanda Camargo (Sócia fundadora da Wright Capital) moderados por Marcos Kawakami (Especialista ESG na BNP Paribas). Confira abaixo, a palestra na íntegra
Protocolo ESG Brasileiro: Pacto pela equidade Racial
Seguindo a manhã de palestras, o Seminário abordou as questões raciais e como elas se conectam à agenda ESG.
Existe uma demanda pela definição de padrões e indicadores que reflitam a realidade local. Um bom exemplo de solução para este desafio é proposto pelo Pacto de Promoção da Equidade Racial, uma iniciativa da sociedade civil que propõe implementar um Protocolo ESG Racial para o Brasil. A articulação da sociedade civil tem se mostrado importante para a construção de agendas que reflitam a realidade nacional e subsidiem investidores com parâmetros e indicadores sociais que os apoiem na avaliação de riscos e criação de valor das empresas.
Compondo esse importante debate, estiveram Gilberto Carvalho (Dir. Executivo do Pacto de Promoção da Equidade Racial e do J.P Morgan BR), Carla Crippa (VP de Impacto Positivo e Relações Corporativas da Ambev) e Adriana Barbosa (CEO Pretahub e Presidente do Instituto Feira Preta). Abaixo, a palestra completa:
ISP e ESG: alinhamento dos negócios com a pauta social
Outra dor relacionada à pauta ESG diz respeito ao alinhamento dos negócios, seus investimentos sociais privados às métricas que exigem o mercado financeiro para avaliar o ESG. Compreendendo que a agenda ESG é uma grande oportunidade para repensar a maneira como as empresas planejam e alocam o seu investimento social levando em conta sua capacidade de promover transformações sociais e o alinhamento com o negócio.
A mudança de chave acontecerá quando essa questão for elevada à estratégia das organizações. Empresas terão que agir de maneira proativa e colaborativa, demonstrando para a sociedade e investidores seu comprometimento, com transparência e materialidade de suas ações sociais.
Representantes de empresas e institutos que já vem olhando para o assunto, participaram do painel – Daniela Grelin (Diretora Executiva do Instituto Avon), Giuliana Ortega (Dir. de Sustentabilidade na RaiaDrogasil) e Renata Biselli (Head de Impacto Social no Santander), moderadora da mesa.
Finanças híbridas e ESG
E fechando a manhã de discussões, a mesa de finanças híbridas trouxe à luz os debates sobre novas formas de filantropia e como elas se relacionam ao ESG
A criação de veículos financeiros, como Fundos Filantrópicos e Blended Finance, também tem se mostrado um caminho potente para viabilizar projetos de impacto que demandam capital paciente e envolvem diversos grupos de stakeholders. Nesta trajetória, devem envolver as OSCs e, mais do que isso, aprender com elas. Devem colaborar para o desenvolvimento de projetos e criar linhas de investimento direto, pois as OSCs podem ter mais influência e capacidade de execução e transformação junto aos beneficiários que as empresas.
Tudo isso, apresentado por Carolina Costa (Sócia e Head de Investimentos Blended Finance da Mauá Capital); Paulo Boneff (Head Global de Resp. Social na Gerdau) e Roberto Leuzinger (Conselheiro do Instituto Órizon e Responsável por ESG na Vinci Partners) moderados pelo Diretor de projetos do IDIS, Renato Rebelo.
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