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Nota técnica: A diferença de ‘impacto’ no desenho e na avaliação dos projetos sociais

Nunca se falou tanto sobre impacto de projetos socioambientais. Organizações da Sociedade Civil usam o termo ao comunicarem suas intervenções. Investidores Sociais usam o impacto como critério para suas linhas de financiamento. No entanto, nem sempre as pessoas têm mesma compreensão sobre o termo.

Nesta Nota Técnica, elaborada por Thais Bassinello, Gerente de Projetos do IDIS, apresentamos os diferentes significados atribuídos à palavra “impacto” no desenho de projetos e na teoria/prática avaliativa.

Baixe a nota clicando aqui ou leia abaixo:

Crises mundiais e a força da juventude: destaques do Philea Forum 2023

O Philea Forum 2023, um dos mais importantes eventos do ecossistema filantrópico europeu, aconteceu entre 22 e 25 de maio, na cidade de Šibenik, na Croácia. O IDIS esteve presente, representado por Guilherme Sylos, diretor de prospecção e parcerias.

Com o tema “Uma nova bússola para a Europa: forjada na crise, avançando com esperança”, as palestras abordaram as diversas crises que têm se acumulado nos últimos anos tanto na Europa como no mundo. As discussões abordaram os desafios significativos enfrentados, incluindo a pandemia de Covid-19, as mudanças climáticas, a desigualdade e as tensões crescentes entre países.

Diante desse contexto, o Philea Forum 2023 reuniu mais de 700 pessoas no coração da região euro-mediterrânea para discutir o que eles chamam de “valores europeus” e como a filantropia pode usá-los como bússola para enfrentar os desafios atuais.

A plenária de abertura do evento abordou o cenário da filantropia europeia e a importância da colaboração no setor. Entre as palestrantes, estava Nada Al-Nashif, Alta Comissária Adjunta do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Ela ressaltou a importância das parcerias e da colaboração para promover mudanças:

“Igualdade, dignidade e justiça é o que nos une. Estamos convocando a comunidade filantrópica a se comprometer e por meio de parcerias vibrantes, promover os direitos humanos”, declarou.

Também foi apresentada uma pesquisa realizada com os próprios participantes do evento sobre suas percepções em relação à atuação das organizações da sociedade civil, doadores e do setor filantrópico europeu. A maioria dos respondentes apontou que as organizações da União Europeia deveriam priorizar o combate às mudanças climáticas, seguido pela desigualdade, elementos que foram discutidos ao longo de todo o evento.

O papel da juventude, suas contribuições e obstáculos na luta contra as mudanças climáticas, foi o foco da sessão ‘Construindo infraestrutura para apoiar movimentos jovens resilientes em relação ao clima: lições de toda a Europa’.

Katie Hodgetts compartilhou sua história como ativista climática, um processo que rendeu a ela admiração de seus pares e um sentimento de realização pessoal, mas também a levou a enfrentar uma difícil fase de esgotamento e desgaste emocional. Inspirada por sua própria história e pela de milhares de outros ativistas que também lidam com o desgaste mental de seu trabalho, ela criou o ‘The Resilience Project’, uma iniciativa que oferece suporte emocional a ativistas da causa climática.

A sessão também destacou o papel atual dos jovens, que, por meio de ideias arriscadas e disruptivas, podem ser algumas das vozes e agentes mais poderosos na luta contra as mudanças climáticas. “Por que os jovens ativistas climáticos são eficazes? Eles são ágeis e estão indignados”, afirma Christian Vanizette, co-fundador da makesense.

Diversas conversas tiveram a filantropia como foco, incluindo reflexões sobre seus impactos reais diante de tantas demandas e seus objetivos finais, que tendem a ser esquecidos ao longo do caminho.

Na sessão de debate ‘Lições aprendidas ao longo de mais de 30 anos de filantropia por uma fundação em fase de encerramento’, Lynda Mansson, da MAVA Foundation, compartilhou a história de encerramento de sua organização, que, após 12 anos de funcionamento com foco na conservação da biodiversidade, concluiu que o objetivo havia sido alcançado e não havia mais necessidade de existir.

 

A sessão de encerramento resumiu as temáticas destacadas ao longo dos três dias, com uma ênfase ainda maior na juventude e no potencial de mudança que existe nos movimentos formados e liderados por esse grupo. O palco foi reservado para representantes da ‘nova geração’ de jovens que dedicam seus dias em busca de mudanças e impactos positivos no mundo.

 

“Você acorda todos os dias com ansiedade, esperando más notícias, e mesmo assim escova os dentes e começa o seu dia. Você mantém a resiliência. Os jovens são resilientes e não percebem que, muitas vezes, o que estão fazendo é democracia”, declara Anna Bondarenko, fundadora e diretora do Serviço Voluntário Ucraniano.

Os participantes encerraram com uma mensagem simples, mas poderosa: ‘faça o bem’. Eles também ressaltaram a importância de começar olhando para o que está ao nosso redor, antes de qualquer movimento em grande escala:

“Como podemos mudar o mundo, como podemos mudar a Europa, se não conseguimos mudar nossa comunidade local, nossa família, nossos amigos, nosso bairro? É simplesmente impossível”, diz Aleksej Leon Gajica, de 16 anos, Embaixador Júnior para a UE e pelos Direitos das Crianças e dos Jovens UNICEF.

O evento destacou as semelhanças globais dos problemas e necessidades a serem discutidos e trabalhados pelo setor de investimento social privado, independentemente da região em que você esteja.

“Os assuntos são bastante similares aos nossos: confiança, democracia e liberdade de expressão. Além disso, fica claro que é prioridade na Europa o combate às mudanças climáticas, outra causa recorrente e de extrema importância para o contexto brasileiro e latino-americano”, comenta Guilherme Sylos, diretor de prospecção e parcerias do IDIS.

 

 

Glossário de Investimento Social Privado: conheça alguns conceitos que fazem parte deste universo

O investimento social privado (ISP) tem se tornado uma prática cada vez mais relevante no cenário empresarial contemporâneo. Empresas e organizações têm reconhecido a importância de ir além do lucro financeiro e buscar formas de contribuir para o desenvolvimento social e sustentável da sociedade em que estão inseridas.

Nesse contexto, o ISP emerge como uma estratégia que visa aplicar recursos privados em projetos e iniciativas que gerem impacto positivo nas áreas sociais, culturais, ambientais e educacionais.

Ainda assim, muitos termos e conceitos do investimento social privado podem ser complexos e confusos para aqueles que estão explorando esse campo pela primeira vez. Ao entender esses fundamentos, você poderá se sentir mais confiante e capacitado para iniciar ou aprimorar suas iniciativas de investimento social privado.

 

Conheça os serviços prestados pelo IDIS visando aprimorar o ISP no país 

 


Filantropia estratégica

É a alocação voluntária e estratégica de recursos privados, sejam eles financeiros, em espécie, humanos, técnicos ou gerenciais, para o benefício público. Para promover a transformação social sistêmica e de longo prazo, esse investimento é feito com planejamento estratégico ancorado em dados, com indicadores pré-definidos, execução cuidadosa, monitoramento dos resultados e avaliação do seu impacto.
Fonte: IDIS

 


Filantropia de risco

A filantropia de risco, também chamada ‘venture philanthropy’, tem como objetivo apoiar e catalisar soluções inovadoras para problemas socioambientais, propostas por negócios de impacto em estágio inicial ou organizações da sociedade civil. Neste modelo, o investidor assume riscos ao apostar em potenciais de mudanças sistêmicas e prioriza o impacto positivo ao retorno financeiro, com financiamento personalizado, complementado com apoio estratégico, monitoramento e avaliação do impacto.
Fonte: Investimento Social e Impacto no Brasil – Latimpacto

 


Blended finance

Blended Finance, ou finanças híbridas, são estruturas que combinam capital filantrópico e o capital financeiro para realização de iniciativas com impacto socioambiental. Elas podem combinar instrumentos diversos para apoio aos projetos, como por exemplo dívida, equity, garantias, seguros, programas ou fundos garantidores, grants, pagamento por resultados e assistência técnica.
Fonte: World Economic Forum e BNDES

 


Negócio de impacto

Negócios de impacto são empreendimentos que oferecem, por meio de seus produtos e serviços, soluções para desafios socioambientais e geram mudanças positivas ao mesmo tempo em que geram resultados financeiros positivos de forma sustentável.
Fonte: Artemisia e Anprotec/ICE

 


Inclusão produtiva

Inserção de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social no mundo do trabalho, em áreas rurais ou urbanas, por meio do empreendedorismo ou da empregabilidade formal, de modo que sejam capazes de gerar sua própria renda de maneira digna e estável, e assim superar processos crônicos de exclusão social.Fonte: IDIS e Sebrae

 


Empreendedorismo social

Empreendedorismo social é o conceito por trás da construção de negócios de impacto. Ou seja, o ato de empreender para promover soluções sistêmicas que responder a desafios sociais e ambientais.
Fonte: Fundação Schwab

 


Economia regenerativa

A economia regenerativa propõe o reconhecimento – de maneira calculada – do valor econômico do meio-ambiente, das pessoas e das relações entre estes elementos, para os sistemas produtivos. Com isso, é possível prever usos mais adequados, privilegiando a regeneração e evitando o consumo até a escassez.
Fontes: NetZero

Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2023: saiba como participar

A 12° edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais já tem data: 14 de setembro. Mais uma vez, além do evento presencial em São Paulo exclusivo para convidados, a programação também será transmitida ao vivo.

No Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2023, destacamos iniciativas para uma filantropia mais transformadora, diversa e inclusiva. Valorizamos a criação de metodologias e modelos de financiamento, o estabelecimento de parcerias improváveis, a promoção de mudanças significativas, a atitude de assumir os erros e seguir em frente, e fazer diferente o que já estava dando certo. Destacamos o empreendedorismo e a inovação.

Por isso, o tema deste ano será OUSADIA. Mesmo que inata ao ser humano, ela deve ser desenvolvida, experimentada e aprimorada. Ela requer coragem, criatividade, planejamento e perseverança para enfrentar desafios e correr riscos de forma calculada. Convidamos você a inspirar-se com histórias.

PALESTRANTES CONFIRMADOS

Entre os palestrantes já confirmados estão  Alcione Albanesi (Presidente do Amigos do Bem), Armínio Fraga (Filantropo e Ex-presidente do Banco Central), Carlos Humberto (CEO of Diáspora.Black), Eliane Trindade (Editora do Prêmio Empreendedor Social da Folha de S.Paulo), Gilson Rodrigues (Presidente do G10 Favelas), Luana Génot (Fundadora do ID_BR), Luciana Temer (Diretora Presidente do Instituto Liberta), Mariano Colini Cenamo (fundador e diretor de Novos Negócios do IDESAM & CEO da AMAZ Aceleradora de Impacto), Pedro Passos (cofundador da Natura & copresidente do conselho de Administração de Natura &Co), Priscila Cruz (Presidente executiva do Todos pela Educação), Roberto Sallouti (CEO e membro do conselho do BTG Pactual), and Tarcila Ursini (Chief Purpose Partner na EB Capital), Ticiana Rolim Queiroz (Fundadora da Somos Um) and Tom Mendes (Diretor Financeiro do ID_BR).

Além de convidados internacionais como Nivedita Narain (CEO da CAF India) e Philip Yun (CEO da World Affair e Head no Global Philanthropy Forum).

realização e apoio

A realização é do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento Social, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Chairities Aid Foundation, com apoio prata da Charles Stewart Mott Foundation; e apoio bronze da B3 Social, BTG Pactual, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Sicoob, Movimento Bem Maior e RaiaDrograsil S.A.

Neste ano, o fórum terá novamente a Alliance Magazine como parceiro de mídia. Sediada na Inglaterra, a maior revista de filantropia do mundo fará a cobertura do evento e transmitirá em inglês ao vivo em seu canal do Youtube.

FÓRUM BRASILEIRO DE FILANTROPOS E INVESTIDORES SOCIAIS

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Em nosso canal do YouTube estão disponíveis listas com as gravações de todas as edições. Confira!

Guarda-chuvas, para-raios e cisternas para uma filantropia mais transformadora

Texto originalmente publicado na Folha de São Paulo em 19/05/2023

por Felipe Groba, Gerente de Projetos no IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

Pouco conhecidas no Brasil, FICs se destacam por intermediação independente entre investidores e organizações sociais

Imagine se existisse no Brasil um mecanismo que permitisse  empresas e indivíduos destinarem recursos para emergências e endereçar questões socioambientais de alta complexidade em um determinado território, sem riscos de conformidade legal e que, além disso, servisse também de instrumento para defender causas e políticas públicas de modo legítimo e sem partidarismos. Imagine se esse mesmo mecanismo fosse capaz de fomentar a cultura de doação local e fortalecer organizações sociais e coletivos locais.

Esses mecanismos existem.  São cerca de 20 no México, 201 no Canadá e mais de 900 nos Estados Unidos – alguns com mais de 100 anos de história – e são comumente chamados de Fundações ou Institutos Comunitários, ou FICs. As FICs são organizações da sociedade civil independentes que atuam fortalecendo a filantropia local, captando recursos junto a empresas e indivíduos e alocando-os de modo estratégico para que organizações sociais formais e informais se desenvolvam, fortaleçam sua atuação e executem seus projetos. Geram, assim, impacto em um território específico.

Visita da equipe IDIS a ‘Tabôa’, Serra Grande, na Bahia

O Brasil conta hoje com 14 organizações operando nesse modelo em 10 estados. Nesse grupo, existem organizações já consolidadas como a Fundação FEAC de Campinas, o Instituto Baixada Maranhense e o ICOM – Instituto Comunitário da Grande Florianópolis, e também organizações mais jovens, como a FEAV, com atuação em Valinhos, o Instituto Cacimba, na região de São Miguel Paulista (periferia de São Paulo), a Manauara Associação Comunitária e o recém-formado ICOSE – Instituto Comunitário do Sergipe. Todas elas integram o Programa Transformando Territórios, lançado em 2021 pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, financiado pela Charles Stewart Mott Foundation e com apoio institucional da Brazil Foundation e do GIFE.

Visita da equipe IDIS a Redes do Bem, organização comunitária no Rio de Janeiro

A maior parte das FICs brasileiras já conta com fundos filantrópicos constituídos para captar e distribuir recursos para organizações e iniciativas de seus territórios. Além disso, elas fomentam campanhas como o ‘Dia de Doar’, iniciativas para o engajamento de voluntários e promovem cursos e capacitações para líderes sociais locais. Algumas delas atuam também como porta-vozes das demais Organizações da Sociedade Civil (OSCs) do território perante o poder público na defesa do fortalecimento e regulamentação de fundos de direitos, do desbloqueio de recursos e no advocacy por mudanças legislativas. A legitimidade para ativar a filantropia e representar o setor social do território vem do fato de não ser vocação das FICs operarem projetos diretamente, sendo seu papel o de canalizar recursos para as organizações que operam na ponta com os beneficiários, assim, as FICs tornam-se aliadas das OSCs locais e não competidoras.

 

 

As experiências bem sucedidas têm provocado algumas mudanças no setor. Segundo pesquisa BISC – Benchmarking do Investimento Social Corporativo, publicada anualmente pela Comunitas, 38% das Empresas contempladas indicaram algum grau de prioridade para apoios às FICs no biênio 2022/2023, enquanto 86% das Fundações e Institutos Corporativos atribuíram prioridade média ou alta. Dentro do setor industrial, 75% dos respondentes afirmam ter introduzido ou fortalecido as FICs em sua estratégia de investimento social (contra 20% no setor de serviços), confirmando a tendência da indústria extrativista e de transformação de buscar soluções socioambientais locais, visando mitigar suas externalidades negativas e potencializar suas externalidades positivas, em consonância com as boas práticas ESG (sociais, ambientais e de governança).

O potencial das FICs como canalizadoras de investimentos sociais locais vem, sobretudo, do estabelecimento de uma governança robusta, diversa e perene, assim como uma  abordagem sistêmica baseada no diagnóstico das potencialidades e necessidades locais, construída através da escuta das diferentes vozes da sociedade civil local e da constante interlocução com as organizações que atuam em prol do território. Essas características dão match com o que as empresas esperam para fortalecer a atuação com organizações sem fins lucrativos. Segundo a BISC, 90% das empresas apontam a “maior evidência do sucesso (resultados, impacto) das parcerias” como um fator determinante para o fortalecimento da relação, enquanto 80% indicam a “necessidade da empresa de atuar em rede”. E essas, são justamente  algumas das principais características das FICs.

Cabe notar que as FICs são, antes de tudo, importantes intermediárias entre doadores e OSCs, buscando atender aos interesses filantrópicos dos doadores, mas sempre de olho nas demandas do território. Um exemplo disto são os DAFs – Donor Advised Funds, ainda pouco populares no Brasil, que funcionam como “contas correntes de filantropia” de indivíduos e empresas, administradas pelas FICs, que ficam responsáveis por investir esses recursos no mercado de capitais e repassá-los às organizações sociais de acordo com as preferências dos doadores. Essa possibilidade de acumular recursos para direcioná-los futuramente é análoga às cisternas, que armazenam água visando a utilização em momentos estratégicos ou de maior necessidade.

Ao consolidarem e gerirem doações de terceiros, as FICs ficam encarregadas de toda a diligência, acompanhamento e prestação de contas sobre o uso desses recursos, permitindo, por exemplo, que grandes empresas financiem projetos e organizações menores e até mesmo movimentos e coletivos informais, pois a FIC estará ali atuando como um “pára-raio” de compliance, mitigando riscos para os doadores ao serem a donatária direta dessas empresas. Feita a diligência na recepção dos recursos, caberá à FIC mentorar os doadores quanto ao uso estratégico desses recursos, tendo como base o seu amplo conhecimento do território, de suas demandas e potencialidades, de suas organizações e líderes.

Por fim mas não menos importante, essa visão privilegiada do território e construída em bases democráticas e de confiança mútua permite às FICs servirem como porta-vozes para que o setor social local lute por direitos e visibilidade, empreenda campanhas de mobilização social ou até faça incidência por mudanças em políticas públicas, sem estarem diretamente expostas perante autoridades. A FIC atua então como um ‘guarda-chuva’ para que as lideranças sociais não se molhem no jogo político e de poder desnecessariamente.

Esse conjunto de características faz das Fundações e Institutos Comunitários mecanismos potentes para uma filantropia mais ativa, efetiva e duradoura em um território, seja ele um bairro, uma cidade, um estado ou mesmo um território que compartilhe afinidades e identidades socioambientais.

Monitor de Fundos Patrimoniais no Brasil

O Monitor de Fundos Patrimoniais no Brasil é uma iniciativa do IDIS e da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos para o acompanhamento de endowments em atividade no Brasil.

Os dados foram obtidos a partir de questionários respondidos por gestores destes fundos ou por meio da consulta pública em sites ou veículos de imprensa.

A atualização é constante. Para passar a integrar o levantamento ou modificar algum dado, gestores de fundos patrimoniais podem preencher o questionário oficial. Solicite o link escrevendo para comunicacao@idis.org.br

Veja também a tabela completa para análise e acesso a outros dados sobre os fundos patrimoniais mapeados.

 

Monitor IDIS dE Fundos Patrimoniais no Brasil – levantamento completo

 

 

Nome 

Ano da criação

Patrimônio

Data da coleta da informação

Chronos (USP São Carlos – comunidade) 2021 R$ 1.600.000 2022
Conecta EAUFBA (Escola de Administração da UFBA) 2021 R$ 100.000 2021
Endowment da FEAC 1964 R$ 175.000.000 2021
Endowment Direito GV 2012 R$ 3.500.000 2021
Endowment FMUSP 2015 R$ 230.000 2021
Endowment Instituto Acaia 2016 R$ 400.000.000 2022
Endowment Instituto Rodrigo Mendes 2014 R$ 26.641.168 2021
Endowment PUC-Rio 2019 R$ 2.868.367 2022
Endowment Sempre FEA (FEAUSP – alunos) 2020 R$ 7.000.000 2022
FLUPP (Fundação Lúcia e Pellerson Penido)  2011 R$ 3.500.000 2021
Fundo Amanhã (Administração UFRGS) 2022 R$ 1.600.000 2023
Fundo Areguá 2016 R$ 7.600.000 2021
Fundo Artigo 220 (Revista Piauí) 2021 R$ 300.000.000 2021
Fundo Baobá 2016 R$ 58.000.000 2021
Fundo Betinho – Ação da Cidadania 2023 R$ 45.000.000 2023
Fundo Brasil de Direitos Humanos  2005 R$ 12.944.913 2021
Fundo Centenário (Escola de Engenharia da UFRGS) 2017 R$ 2.700.000 2023
Fundo de Bolsas do Insper 2004 R$ 32.000.000 2021
Fundo de Investimento da FALM (Fundação André e Lúcia Maggi) 2017 R$ 14.000.000 2021
Fundo FAS (Fundação Amazônia Sustentável) 2008 R$ 58.000.000 2021
Fundo Fundação ABH 2015 R$ 2.130.000 2021
Fundo Fundação Itaú para Educação e Cultura 2000 R$ 5.638.000.000 2021
Fundo Gerações 2008 R$ 2.646.000 2021
Fundo Patrimonial Amigos da Poli (Escola Politécnica da USP) 2012 R$ 39.000.000 2021
Fundo Patrimonial Amigos da Univali 2019 R$ 86.024 2023
Fundo Patrimonial Amigos do Brasil Central 2019 R$ 50.000 2022
Fundo Patrimonial Arte Despertar 2009 R$ 1.950.000 2021
Fundo Patrimonial ASA 2018 R$ 25.000.000 2021
Fundo Patrimonial BrazilFoundation 2010 R$ 1.902.133 2021
Fundo Patrimonial CEAP 2018 R$ 100.000 2021
Fundo Patrimonial da Fundação Banco do Brasil 2008 R$ 226.800.000 2021
Fundo Patrimonial da Fundação Bradesco 1956 R$ 65.511.000.000 2021
Fundo Patrimonial da Fundação Grupo Volkswagen 2002 R$ 202.300.000 2021
Fundo Patrimonial da Fundação José Luiz Egydio Setubal 2016 R$ 202.000.000 2021
Fundo Patrimonial da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal 1965 R$ 600.000.000 2023
Fundo Patrimonial da Fundação Romi 1999 R$ 85.000.000 2021
Fundo Patrimonial da UFC 2023 Não informado 2023
Fundo Patrimonial da USP 2021 R$ 10.000.000 2021
Fundo Patrimonial do CPCD 2021 R$ 1.000.000 2021
Fundo Patrimonial do IMS 1995 R$ 1.250.000.000 2021
Fundo Patrimonial do Instituto Alana 2013 R$ 424.779.167 2021
Fundo Patrimonial do Instituto Ayrton Senna 2017 R$ 153.000.000 2022
Fundo Patrimonial FEAUSP (gestores) 2016 R$ 900.000 2021
Fundo Patrimonial Fundação Tide Setubal 2010 R$ 117.312.694 2021
Fundo Patrimonial Ibirapitanga 2017 R$ 377.000.000 2021
Fundo Patrimonial Instituto Reciclar 2013 R$ 6.200.000 2021
Fundo Patrimonial OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de SP)  2006 R$ 48.400.000 2021
Fundo Patrimonial Serrapilheira 2018 R$ 600.000.000 2021
Fundo Perpetuidade SOS Mata Atlântica 2006 R$ 68.000.000 2021
Fundo Rogério Jonas Zylbersztajn 2019 R$ 165.000.000 2023
iGMK – Instituto George Mark Klabin 1993 R$ 10.200.000 2023
Lumina (Unicamp – reitoria) 2020 R$ 500.000 2021
MASP Endowment 2017 R$ 17.000.000 2021
Patronos (Unicamp – alunos) 2020 R$ 1.400.000 2021
Prospera Unesp 2021 R$ 1.000.000 2023
Reditus (UFRJ – alunos) 2022 R$ 10.000.000 2022
Rio Endowment 2022 Não informado 2023
Sempre Sanfran (Faculdade de Direito USP – alunos) 2022 R$ 14.000.000 2022
Stickel 1993 R$ 13.000.000 2021
Umane 2016 R$ 1.900.000.000 2021
WimBelemDowment 2021 R$ 1.000.000 2021

Acesse e baixe a planilha completa com a fonte dos dados.

 

Mais sobre Fundos Patrimoniais

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Gerente de Projetos do IDIS obtém certificado de curso SROI de organização britânica

Denise Carvalho, gerente sênior de Monitoramento e Avaliação do IDIS, obteve um certificado no curso SROI (em português, Retorno Social do Investimento) sobre avaliação de impacto de projetos sociais e ambientais, oferecido pela organização britânica Social Value, referencia mundial no assunto.

A Social Value International (SVI) certifica profissionais em todo o mundo para aplicação do protocolo há mais de 15 anos. Paula Fabiani, CEO do IDIS, é a única brasileira com formação completa em SROI pela organização.

O IDIS é hoje referência na aplicação do protocolo no Brasil, com trabalhos realizados para organizações como Amigos do Bem, Fundação Sicredi, Gerando Falcões, Parceiros da Educação, Petrobras e Vale.

De acordo com a rede “valor social significa compreender a importância que as pessoas atribuem às mudanças em seu bem-estar e o uso dos insights que obtemos dessa compreensão para tomar melhores decisões”. Ou seja, a avaliação visa informar um processo de tomada de decisões baseadas em evidências em organizações sociais.

Conheça todos projetos de Monitoramento e Avaliação realizados pelo IDIS.

 

MAIS SOBRE AVALIAÇÃO DE IMPACTO

Com ampla experiência e tendo a produção de conhecimento como um de nossos pilares de atuação, temos inúmeros materiais disponíveis a quem deseja se aprofundar

Avaliação de Impacto SROI

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Novo Projeto de Lei prevê incentivos fiscais para doações a Fundos Patrimoniais Filantrópicos

Uma das principais pautas do advocacy pelos fundos filantrópicos, capitaneado pela Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, diz respeito a incentivos fiscais para doações a fundos patrimoniais filantrópicos. A Lei nº 13.800/19, ou Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, permite que doações de pessoas físicas e jurídicas, sirvam como fonte regular e estável de recursos para apoiar organizações, sejam elas públicas ou privadas, em variadas causas. Entretanto, a Lei sofreu vetos no seu processo de aprovação em relação a incentivos fiscais aos doadores de endowments (fundos patrimoniais), o que limitou o potencial de crescimento da ferramenta. Outro ponto de atenção é que a Lei não trata de forma clara dos aspectos tributários das organizações gestoras de fundos patrimoniais.

Fruto do trabalho de advocacy da Coalizão, liderada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, foi proposto pelo Senador Flavio Arns em 10 de maio o PL 2440/2023, que prevê a utilização de incentivos fiscais já existentes no âmbito da legislação brasileira para doações a fundos patrimoniais filantrópicos, além de esclarecer aspectos tributários relativos às organizações gestoras de fundos patrimoniais.

Com isso, o PL estimula a cultura de doação sem acarretar, contudo, qualquer aumento de renúncia fiscal, porque se submeterá aos limites já previstos na legislação vigente e ainda subutilizados pelos cidadãos. Este PL é uma grande conquista do campo filantrópico que beneficiará, se aprovado, organizações das mais diversas causas e permitirá a criação de fundos perpétuos voltados para a causas de interesse públicos, que terão sempre uma fonte de recursos à disposição.

“Precisamos fortalecer, no Brasil, a cultura de doações e atividades filantrópicas. Isso requer leis que forneçam segurança jurídica e tributária às universidades e outras entidades de interesse público que realizam pesquisas e inovações científicas, que trarão benefícios a toda a sociedade. Essa é a grande finalidade do nosso projeto de lei”, ressalta o Senador Flavio Arns.


Avanços regulatórios

Outra conquista da Coalizão e seus inúmeros parceiros neste ano de 2023, foi a aprovação da Instrução Normativa 1/2023 da Secretaria da Cultura, que regulamenta o uso de incentivos fiscais destinados à Lei Federal de Cultura, popularmente conhecida como “Lei Rouanet”, para fundos patrimoniais voltados à área da cultura. Esta regulamentação trouxe a possibilidade de doação permanente e de curto prazo para fundos patrimoniais destinados a instituições culturais. Ainda é necessária a formulação do manual de operação deste mecanismo, em discussão pelos órgãos responsáveis.


Sobre a Coalizão pelos Fundos Patrimoniais

A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos é grupo multisetorial composto atualmente por 100 signatários, entre organizações da sociedade civil, empresas e pessoas que apoiam o aprimoramento da regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil, além da produção de conhecimento.

Lançada em junho de 2018, a Coalizão é liderada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, com apoio jurídico do PLKC Advogados. São parceiros master Itaú Asset Management e Santander, e parceiros pleno Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e Movimento Bem Maior.

Quer fazer parte da Coalizão? Entre em contato por comunicacao@idis.org.br.

Saiba mais: idis.org.br/coalizao/

 

Mais sobre Fundos Patrimoniais

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Relatório de atividades IDIS 2022: juntos, fomos mais longe

“Nunca avançamos tanto, e em tão pouco tempo. A mobilização causada pela pandemia mostrou a potência da colaboração.” Este foi o mote do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2022 e podemos dizer que ele também nos guiou dia a dia no IDIS. Trabalhamos juntos, a volta dos encontros presenciais potencializou as conexões e chegamos ainda mais longe.

A colaboração, seja entre nossa equipe ou com outras organizações do setor, deu propulsão a nossa atuação baseada no tripé de geração de conhecimentoconsultoria projetos de impacto.  Em 2022, aprendemos, testamos novos caminhos e formas de fazer, erramos, crescemos,. O que ficou? A certeza de que contribuímos para a nossa missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto. As histórias foram reunidas em nosso Relatório de Atividades.

Acesse e baixe o Relatório de Atividades IDIS de 2022

Conheça os destaques!

 

NOSSOS NÚMEROS

Na consultoria, foram mais de 53 projetos executados com focos diversos como, planejamento estratégico, governança, desenvolvimento de editais e capacitação de organizações, estruturação de fundos patrimoniais, gestão da doação e monitoramento e avaliação de impacto. E tivemos um índice de recomendação de nossos clientes de NPS (Net Promoter Score) de 96.

Já na área de conhecimento, continuamos com nossa vocação de refletir sobre tendências, ler cenários e sistematizar conceitos e metodologias. Foram 36 novos produtos, incluindo publicações, artigos e notas técnicas lançadas e eventos. Lançamos a primeira edição do Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2022, fizemos pela primeira vez uma edição híbrida do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais e realizamos a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021. Compreendendo a importância da Agenda ESG e sua conexão com a Filantropia Corporativa, realizamos o Seminário ESG e o Investimento Social Privado, apoiamos o desenvolvimento, adaptação e tradução de estudos da organização, como o Brasil Giving Report e o World Giving Index 2022, traduzido aqui como “Ranking de Solidariedade”. Ao todo, 68 mil pessoas foram alcançadas com estes conteúdos!

 

Sessão no Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais

 

Os projetos de impacto, que o IDIS implementa e lidera, continuaram avançando. No âmbito do programa Transformando Territórios, em parceria com a Charles Mott Foundation, que fomenta a criação e consolidação de institutos e fundações comunitárias, encerramos o ano com 13 iniciativas participantes em diferentes regiões brasileiras, arrecadando mais de R$ 2,6 milhões, além de termos realizado o 1º Seminário Transformando Territórios.  Ao longo do ano, a Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, liderada pelo IDIS, esteve em contato com parlamentares e enviou uma carta aberta à Comissão de Assuntos Econômicos reforçando a importância de incentivos fiscais a Organizações Gestoras de Fundos Patrimoniais, acompanhando a tramitação do PLC 158/17, que trata sobre o tema. Ainda nesta temática, lançamos duas importantes publicações: o Panorama dos Fundos Patrimoniais e o Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2021. Com o projeto Monitor de Fundos Patrimoniais, acompanhamos a evolução do tema no Brasil.

 

Ao final do ano, a experiência de promover o Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil rendeu aprendizados e permitiu a estruturação de um novo serviço oferecido pelo IDIS. Demonstrar essa competência, foi um diferencial para a seleção do IDIS como parceiro gestor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no programa Juntos Pela Saúde.

 

Visita ao Instituto Baixada, no Maranhão, no âmbito do programa Transformando Territórios

 

RECONHECIMENTOS

Pelo quarto ano, o IDIS foi reconhecido como uma das 100 Melhores ONGs do Brasil e também recebeu o título de melhor ONG de Filantropia. Desde 2017 o Prêmio Melhores ONGs avalia boas práticas de organizações da sociedade civil em quesitos como governança, transparência, comunicação e financiamento.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Luisa Lima, Gerente de comunicação, na premiação Melhores ONGs 2022

Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Luisa Lima, Gerente de comunicação, na premiação Melhores ONGs 2022

PRESENÇA GLOBAL E PARCERIAS

A colaboração também esteve presente nas parcerias, pois acreditamos que a pluralidade de opiniões, origens, histórias de vida e de repertório enriquecem o nosso trabalho e aumentam o nosso potencial de impacto. Por isso, celebramos a diversidade e investimos no poder das parcerias.

 

Também participamos de redes temáticas, refletindo, cocriando, referendando e implementando ações. Contribuímos para o avanço de pautas relevantes para o fortalecimento do ambiente democrático, do Investimento Social Privado e da Cultura de Doação no Brasil.

Conheça os nossos parceiros institucionais e as redes das quais participamos em 2022.

 

QUEM FAZ PARTE DESSA HISTÓRIA

O IDIS vem crescendo a cada ano, consequência da dedicação de cada uma
das pessoas que trabalharam, seja de forma remunerada ou voluntária, para apromoção do investimento social privado e seu impacto pelo Brasil. Agradecemos a todos e todas que estiveram conosco em 2022 e contribuíram com sua dedicação e talentos.

Com modelo de trabalho híbrido, ao longo do ano, foram promovidas uma série de ações de integração, formação e troca de conhecimento, incluindo temas como diversidade racial, cuidados com a saúde e comunicação não-violenta. Parte das ações foram realizadas pelo Comitê de Diversidade, formado neste ano por membros da equipe IDIS.

Conheça todos os detalhes das atividades do IDIS ao longo de 2022 em nosso Relatório de Atividades.

Equipe do IDIS em dezembro de 2022 em confraternização

 

Matchfunding: uma nova forma de pensar e fazer filantropia

Painel conduzido pelo IDIS na CCW2023 discutiu estratégia inovadora que une diferentes setores e busca impacto social estruturante e perene

 

No último dia 4 de maio, o IDIS participou da 4ª edição da Catalysing Change Week 2023, evento global liderado por organizações da sociedade civil e empreendedores sociais, que busca reunir e inspirar atitudes que contribuam para o alcance de cada um dos 17 ODS da ONU até 2030.

Com o painel “Matchfunding: estratégia para potencializar o impacto de projetos socioambientais”, o IDIS trouxe para o debate uma estratégia de captação de recursos ainda pouco explorada, mas altamente promissora, capaz de alavancar doações e gerar impactos estruturantes e abrangentes.

Para discutir o Matchfunding na prática, foram convidados Carla Reis, responsável pelo departamento de saúde do BNDES, Maria Izabel Toro, Gerente de Investimento Social do Grupo RD, Andreia Rabetim, Gerente de Articulações Intersetoriais e Voluntariado da Vale e João Abreu, Diretor-Executivo da ImpulsoGov. Todos os convidados estão envolvidos no Programa Juntos pela Saúde, iniciativa de Matchfunding do BNDES, gerida pela equipe do IDIS. 

O objetivo do Programa é apoiar e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) nas regiões Norte e Nordeste do país, com foco em melhorar e expandir os serviços de atenção primária. Entre 2023 e 2026, o Programa destinará R$ 200 milhões para projetos de saúde que atuem nessa porção do Brasil e o valor será levantado por meio de parcerias intersetoriais onde, a cada 1 real doado por outras organizações, o BNDES colocará mais 1 real, dobrando o valor investido e potencializando o impacto das ações desenvolvidas.

 

 

Luiza Saraiva, Gerente do Programa Juntos pela Saúde, abriu o evento e deu boas-vindas ao público e aos palestrantes, e Guilherme Sylos, Diretor de Prospecção e Parcerias do IDIS, ficou responsável pela mediação do painel.

Em sua fala inicial, Carla Reis, do BNDES, comentou que tem a expectativa de que o Juntos pela Saúde deixe legados importantes, não apenas para as regiões onde atuará, mas também para as ações futuras do Banco: Esperamos que a iniciativa deixe um legado de aprendizado para o BNDES, para que possamos, cada vez mais, atuar em parceria com investidores privados, alavancando recursos e sempre garantindo o olhar alinhado às diretrizes do SUS e do Ministério da Saúde, afirmou.

Maria Izabel Toro e Andreia Rabetim trouxeram para a conversa o olhar do apoiador. Tanto o Grupo RD, como a Vale, doaram recursos para o Programa Juntos pela Saúde e acreditam que esse modelo de captação é vantajoso para todas as partes envolvidas. O Matchfunding significa doação dobrada, e isso é fantástico! É um modelo que possibilita multiplicar a doação e gerar mais impacto, destacou Toro, ressaltando que quando objetivos se encontram, não há motivos para não atuar em parceria: “Estar junto traz mais segurança para todos, além de incentivar a cultura de doação”.

Na mesma linha de raciocínio, Andreia defendeu a atuação em rede como única maneira de alcançar transformações sociais efetivas. Para ela, o Matchfunding permite obter ganho em escala, atuar com mais relevância e maior abrangência e ampliar o aprendizado. Sobre a decisão de apoiar o Juntos pela Saúde, ela destacou: Ter a parceria do BNDES nos enche de orgulho, e ter o IDIS como parceiro gestor, nos dá segurança na condução dos processos. São questões fundamentais para sermos uma aliança potente.

Por fim, João Abreu, da ImpulsoGov, trouxe a perspectiva do executor, ou seja, dos projetos que serão apoiados pelo Programa Juntos Pela Saúde. 

Sua iniciativa ImpulsoPrevine foi selecionada como Projeto Âncora para receber investimentos do Juntos pela Saúde e tem como principal foco ajudar prefeituras do Brasil inteiro – e neste caso do Norte e Nordeste do Brasil – a saberem quem são os grupos prioritários que necessitam receber, com mais urgência, os serviços de ação primária do SUS:Todas as pessoas devem ter acesso à saúde de altíssima qualidade; isso passa por termos um SUS mais forte, capaz de fazer bom uso dos recursos que já tem. Não adianta criarmos caminhos paralelos, é preciso alavancar o SUS e fortalecer políticas públicas de saúde, explicou Abreu.

O recurso investido pelo Programa Juntos pela Saúde ajudará o ImpulsoPrevine a transformar os dados que as prefeituras já possuem em informações sobre o perfil da população, contribuindo para o rastreamento da saúde nos municípios e para uma gestão pública da saúde mais responsável e estratégica.

Quando falamos de Matchfunding, falamos da possibilidade de entregar projetos estruturantes, com legado, com sustentabilidade e continuidade. Falamos de uma Filantropia estruturante.

Não à toa o Programa de Matchfunding idealizado pelo BNDES leva em seu nome a palavra “Juntos” – ela simboliza com exatidão a essência desse modelo de captação, que só prospera se realizado em parceria.

Se você tem vontade de fazer parte do Programa Juntos pela Saúde, seja como apoiador ou beneficiário, mande e-mail para juntospelasaude@idis.org.br. Aguardamos o seu contato!

 

Assista na íntegra o painel “Matchfunding: estratégia para potencializar o impacto de projetos socioambientais”:

O que é Capitalismo de Stakeholders?

As empresas são organismos poderosos e podem, e devem,
usar seus recursos para melhorar a sociedade

 

Um dos grandes economistas da história, Klaus Schwab, sugeriu em 1971 um modelo de capitalismo no qual as empresas deveriam almejar a criação de valor a longo prazo, levando em consideração as necessidades de todos os públicos relacionados ao negócio. Ou seja, o papel das empresas não deveria se resumir apenas ao lucro, mas envolveria também a contribuição ativa ao bem-estar da sociedade.

Este conceito foi nomeado mais tarde por R. Edward Freeman como Capitalismo de Stakeholders (Capitalismo das partes interessadas, em tradução livre). Você já ouviu falar do termo? Entende suas implicações no mundo e nas atuais dinâmicas empresariais? 

Em um mundo envolto de demandas urgentes que exigem, cada vez mais, práticas sustentáveis, a temática torna-se mais relevante a cada dia. E é sobre esse assunto que vamos falar nesse texto!

 

A origem do Capitalismo de Stakeholders

Em 1970, o Nobel da Economia Milton Friedman conceituou o modelo capitalista que seria dominante ao longo das próximas décadas. Ele afirmava que a única responsabilidade social das empresas era a maximização de seus lucros, ou seja, que o dinheiro era o único objetivo a ser cobiçado e alcançado pelos negócios. Este  modelo ficou conhecido como Capitalismo de Shareholders ou Capitalismo de Acionistas.

A resposta de Schwab, na época, não surtiu muito efeito. Nos anos 1970 e 1980, processos de desregulamentação e liberalização dos mercados incentivaram a competição acirrada e a maximização dos lucros em detrimento de outras considerações importantes. O processo envolveu a eliminação e flexibilização de muitas das leis governamentais que controlavam as atividades econômicas, incluindo as que estabeleciam salários mínimos e limites de horas de trabalho. A pressão por lucros a curto prazo muitas vezes se sobrepôs a considerações mais amplas sobre os impactos sociais e ambientais.

Passados 20 anos, o consenso sobre este entendimento acerca do papel das empresas na sociedade começou a entrar em xeque. John Elkington apresentou, em 1994,  o conceito de ‘Triple Bottom Line’ (que no Brasil foi popularizado como o tripé da sustentabilidade ), uma expansão do modelo tradicional de avaliação das empresas, que considera, além de sua dimensão financeira, a performance social e ambiental dos negócios.

 

 

O debate evoluiu com o surgimento do conceito de Capitalismo Consciente, cunhado em 2007 pelo empresário Raj Sisodia e por John Mackey. O Capitalismo Consciente tem uma relação próxima com o Capitalismo de Stakeholders, no entanto, vai além, enfatizando a importância de uma liderança consciente, cultura empresarial e propósito maior na criação de valor para todas as partes interessadas.

Com o crescimento gradativo do entendimento sobre os diferentes papéis que devem ser exercidos por uma empresa, o Capitalismo de Stakeholders passou a ganhar uma aplicação  cada vez mais prática às corporações. Além de olharem para seus lucros, as empresas passaram a encarar práticas de responsabilidade socioambientais junto a seus stakeholders, como papéis inerentes à sua função na sociedade

Em agosto de 2019, o grupo de CEO’s das principais empresas norte-americanas, conhecido como Business Roundtable, divulgou uma declaração afirmando o compromisso de agregar valor para todos os stakeholders, incluindo clientes, trabalhadores, fornecedores e comunidades onde operam. Essa decisão é considerada uma mudança significativa na perspectiva empresarial.

Além disso, a BlackRock, que administra mais de US$ 7 trilhões em investimentos, tem buscado incentivar práticas de gestão que impulsionam a rentabilidade e promovam a responsabilidade corporativa, social e ambiental. Em 2018, a organização recomendou que as empresas se perguntassem: “Que papel desempenhamos na comunidade? Como estamos gerenciando nosso impacto no meio ambiente? Estamos trabalhando para criar uma força de trabalho diversificada?”.

 

 

Segundo a definição do filósofo Robert Freeman, stakeholders são qualquer grupo ou pessoa cujos interesses podem afetar ou ser afetados pelas realizações dos objetivos de uma organização. De maneira simplificada, são todos os grupos que possuem alguma relação, direta ou indireta, com a atuação da empresa.

As empresas desempenham um papel fundamental na sociedade, e sua influência se estende muito além dos limites de suas operações comerciais. Elas empregam pessoas, geram renda, criam produtos e serviços, e possuem um impacto significativo na vida de muitas pessoas e de comunidades. Nesse sentido, as empresas não podem simplesmente buscar maximizar seus lucros sem considerar as consequências de suas ações. É fundamental que os negócios considerem seu relacionamento com o público e sua responsabilidade na cadeia produtiva, para garantir que suas ações tenham um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente.

Os públicos querem ser escutados e desejam que seus pedidos sejam atendidos. Mais do que nunca, buscar essa satisfação é importante para as empresas, não apenas como forma de compreender as demandas mais urgentes da sociedade, mas também como um meio para a conquista de confiança.

No artigo ‘Do corporates have a duty to be trustworthy?’ (em português ‘As empresas têm o dever de ser confiáveis?’), Nikolas Kirby, Andrew Kirton e Aisling Cream apontam uma queda de confiança nas empresas desde a crise global de 2008. Segundo o Edelman Trust Barometer 2023, o nível de confiança  das pessoas no setor privado é de 62% no mundo, o que apesar de ser um número elevado, está longe de ser um consenso.

 

O que caracteriza o Capitalismo de Stakeholders

O Capitalismo de Stakeholders passa a se destacar em um contexto de crescimento da consciência da sociedade sobre questões sociais, ambientais e econômicas, que determinam e influenciam os hábitos de consumo das pessoas.

Os negócios são organismos poderosos e, nessa conjuntura, é inevitável um novo olhar para eles, a fim de apontar e questionar: Afinal, o que é uma boa empresa? De qual empresa eu quero consumir? O que a empresa tem feito para diminuir seu impacto negativo? E assim sucessivamente. 

O equilíbrio entre lucro e sustentabilidade é um dos principais critérios de avaliação a partir da ótica do Capitalismo de Stakeholders. Para definir com mais exatidão o que caracteriza o modelo, foram, então, instituídos 4 pilares:

Princípios de governança – relacionado ao propósito do empresa, comportamento ético, estruturas equilibradas de tomada de decisão e práticas de transparência;

Planeta – análise dos impactos da empresa no meio ambiente;

Pessoas – como o negócio se relaciona com seus colaboradores;

Prosperidade – influência da empresa no bem-estar da sociedade.

Semelhante com algo que temos visto muito atualmente por aí, certo? Como é possível observar, o Capitalismo de Stakeholders possui uma conexão direta com os chamados critérios ‘ESG’ (em português Ambiental, Social e Governança). A prática fornece métricas sistematizadas que ajudam a determinar se as empresas estão, de fato, projetando uma atuação sustentável na sociedade. 

Além disso, o ESG e suas métricas são critérios de extrema relevância para as escolhas dos investidores no mercado financeiro. Um estudo da Comissão de Valores Imobiliários (CVM) chamado “A agenda ESG e o mercado de capitais”, estima que cerca de 36% dos ativos globais sob gestão estão investidos a partir de algum critério de sustentabilidade.

 

O preço caro de adaptar-se a qualquer custo

Com a crescente demanda de adequação das empresas nas práticas sustentáveis, passamos a observar outro fenômeno, e dessa vez extremamente problemático: os “washings”. O termo se refere às empresas que se colocam como agentes de práticas sustentáveis mas que, na realidade, não seguem bons preceitos de governança e não criam impactos efetivos nos campos social e ambiental.

O conceito se manifesta de formas variadas, podendo ser um greenwashing (relativo ao meio ambiente), socialwashing (relativo às pautas sociais), ou até ESG-washing (abrange as práticas ESG de forma geral). 

Essa fraude de propósito e a adoção de medidas de washings são prejudiciais ao setor filantrópico e a outras iniciativas sérias, já que levanta suspeitas sobre a credibilidade e confiança do setor como um todo. O comportamento também representa,  a um potencial de perda de valor de mercado para as empresas, além de, é claro, ser prejudicial à população, que não será beneficiada da forma como a foi prometida, podendo, inclusive, estar sendo prejudicada.

 

O Capitalismo de Stakeholders hoje

Empresas são o principal agente econômico de nossa sociedade, mas é cada vez mais evidente sua interdependência com os demais. Conforme as  desigualdades sociais e os impactos da mudança climática se agravam, são convocadas a fazer parte da solução. A pandemia de Covid-19, por exemplo, evidenciou uma conexão muito forte entre negócios e sociedade. Um estudo feito pela consultoria PwC indicou que sete em cada dez negócios no mundo foram impactados negativamente pela pandemia. Em contrapartida, de acordo com o Monitor de Doações da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), 85% dos mais de R$ 7 bilhões doados para fazer frente à pandemia de Covid-19 vieram de empresas, um recorde de investimento social privado no país.

A partir dessa mutualidade, o Capitalismo de Stakeholders passou a integrar de maneira natural e cada vez mais constante o mundo empresarial. Porém, o modelo ainda não possuía parâmetros oficiais até pouco tempo. 

Em janeiro de 2020, o Fórum Econômico de Davos atualizou seu manifesto, endossando o conceito. O evento apontou ser essencial refletir sobre estruturas de governança, que garantam o equilíbrio entre as demandas dos vários grupos diretamente interessados em um negócio. Ainda como maneira de sistematizar os requisitos para a adoção do Capitalismo de Stakeholders, o Fórum elaborou um documento chamado de “Measuring Stakeholder Capitalism”(em português Medindo o Capitalismo de Stakeholders), que visa melhorar as formas como as empresas calculam e exibem seu desempenho.

“O objetivo dos negócios não é produzir lucros. O objetivo dos negócios é produzir soluções lucrativas para os problemas das pessoas e do planeta”

                            Colin Mayer da Universidade de Oxford

 

Vaga para Gerente Administrativo Financeiro no IDIS

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para profissionais com experiência na área de Gestão Financeira.

A pessoa será responsável por gerenciar a área administrativa-financeira, contribuindo para a gestão dos recursos financeiros e as rotinas administrativas da organização, de forma alinhada com os objetivos, políticas e diretrizes do IDIS.

Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se. 

RESPONSABILIDADES E OPORTUNIDADES

    •  Administrar os recursos (humanos e financeiros) do IDIS, assegurando que ele seja gerido em conformidade com a missão, visão e valores do IDIS.
    • Subsidiar decisões da diretoria em relação à gestão administrativa e financeira, propondo estratégias, ajustes e melhorias e controles internos.
    • Monitorar, gerir e acompanhar os resultados operacionais, reportando por meio de relatórios gerenciais periódicos os resultados obtidos, demonstrando a eficácia da aplicação de recursos, a sustentabilidade do IDIS e alertando para desvios ou riscos não previstos.
    • Realizar o planejamento e desenvolvimento de planos econômico-financeiros de curto, médio e longo prazos elaborados a partir dos dados de resultados financeiros, das informações contábeis sobre a evolução do orçamento anual de operação e de investimentos em projetos, programas e iniciativas internas.
    • Preparar a proposta orçamentária anual para aprovação da Diretoria.
    • Apoiar o planejamento e preparação de reuniões do Conselho Deliberativo previstos em Estatuto Social, elaborando material de apresentação e, posteriormente, preparando minutas das atas de reunião e providências para seu registro em cartório.
    • Realizar o planejamento, a preparação e a condução das reuniões do Conselho Fiscal, fornecendo todas as informações pertinentes sobre o planejamento orçamentário e atualizações nos demonstrativos financeiros do IDIS, bem como apresentar e discutir o parecer técnico de auditores externos junto aos Conselheiros Fiscais.
    • Implantar e gerenciar o sistema e financeiros.
    • Acompanhar e gerenciar o relacionamento com a assessoria contábil e com os bancos, executando a formalização dos respectivos contratos e acompanhando e monitorando os serviços prestados.
    • Coordenar a contratação de auditoria independente com base em análise criteriosa, bem como atender a mesma zelando pela boa condução da análise e emissão de pareceres.
    • Coordenar a implantação e gerenciar os sistemas de tecnologia da informação e segurança da informação ligados à infraestrutura de apoio aos colaboradores.
    • Gestão do espaço físico do escritório, incluindo o aluguel, impostos, limpeza, suprimentos e todos os prestadores de serviço envolvidos.
    • Executar o processo de compras de suprimentos e serviços em geral relacionados à operação do IDIS.
    • Apoiar na implantação de Políticas de Recursos Humanos.
    • Assegurar a efetividade das políticas e dos processos administrativos promovendo mudanças e melhorias sempre que necessário.
    • Elaborar e realizar a adequação jurídica de contratos do IDIS e, caso necessário, acionar a assessoria jurídica externa.
    • Participar ativamente da elaboração do planejamento estratégico, metas e orçamento anual juntamente com as outras áreas da organização.
    • Gerenciar os processos de certificações do IDIS junto aos órgãos governamentais.
    • Promover a cultura organizacional do IDIS e os valores da organização.

REQUISITOS

    • Instrução e Experiência:
      • Formação superior em Administração de Empresas, Economia, Ciências Contábeis, ou demais cursos correlatos, complementado com pós-graduação. Experiência anterior mínima de 5 anos atuando em gestão financeira, preferencialmente em organizações sem fins lucrativos.
    • Conhecimentos específicos:
      • Rotinas administrativas de gestão de organizações sem fins lucrativos.
      • Conceitos de contabilidade e gestão financeira.
      • Conhecimento sobre aspectos jurídicos de contratos e prestação de contas.
      • Infraestrutura de tecnologia e gestão de processos de segurança da informação.
      • Processos de Folha de Pagamento e Gestão de Pessoas.
      • Elaboração e análise de planilhas financeiras.
      • Conhecimentos avançados de inglês na linguagem oral e escrita.

 

BENEFÍCIOS

Contratação CLT (Vale-Alimentação e Refeição flexível, Vale-Transporte, Seguro Saúde, Day off no aniversário, Credencial Plena Sesc)
Início em maio de 2023
Tipo de trabalho – Híbrido – Combinação de presencial e remoto.
Localização: Rua Pais Leme , 524, Pinheiros SP – São Paulo
(próximo à estação Pinheiros do metrô e trem)

INSCRIÇÃO

Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 14 de maio de 2023.

O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos. No formulário, você poderá indicar se você se considera como potencial beneficiário(a).

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

               

Conheça nossos valores:

Vaga para Coordenador(a) de Gestão da Doação no IDIS

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para profissionais com experiência na área de Gestão de Doação.

Para fortalecer nossa atuação em projetos, buscamos um(a) Coordenador(a) de Projetos para a área de Gestão da Doação que apoie no gerenciamento de nossas iniciativas nesta área.

Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se. 

 

RESPONSABILIDADES E OPORTUNIDADES

    • Realizar e apoiar a prospecção de parcerias e a elaboração de propostas;

 

    • Planejar e facilitar reuniões, workshops e entrevistas individuais, presenciais e virtuais, incluindo as reuniões periódicas da equipe de consultoria para manter a equipe alinhada com o planejamento estratégico e missão da organização

 

    • Iniciar ou apoiar o processo de elaboração e implementação de propostas e de projetos;

 

    • Promover a aprendizagem e compartilhamento de conhecimento técnico com a equipe do IDIS.

 

    • Participar ativamente do ciclo de planejamento estratégico juntamente com as outras áreas da organização;

 

    • Elaborar pesquisa de benchmarking, análise SWOT, Árvore de Problemas, Diagrama Espinha e Peixe, Análises de Causalidade, Matriz de Probabilidade e Impacto, Matriz de Stakeholders e outras análises de apoio ao planejamento e implementação dos projetos e atividades;

 

    • Elaborar Plano/Mapa Estratégico por meio de metodologias como Teoria de Mudança, Canvas, Futures Thinking, Teoria U, Marco Lógico, Design Thinking e outras.

 

    • Elaborar Plano de Ação com base em metodologias como Smart Goals, Ciclo PDCA, 5W2H, e afins;

 

    • Definir ou revisar indicadores de monitoramento e avaliação de processos, resultados e impacto de projetos e programas de investimento social.

 

    • Facilitar e apoiar grupos de trabalho e comitês temáticos.

 

    • Planejar, elaborar e realizar apresentações e treinamentos presenciais e virtuais em temas relacionados a Investimento Social Privado, Responsabilidade Social Corporativa, Governança, entre outros.

 

    • Elaborar relatórios e apresentações com sistematização e análise de informações e compartilhamento de conclusões e recomendações.

 

    • Identificar problemas e prover recomendações para melhorias dos processos operacionais e administrativos;

 

    • Elaborar relatórios e apresentações em português e inglês.

 

    • Coordenar a equipe dedicada ao projeto, gerenciar o desempenho e garantir accountability, liderando com humildade

 

    • Zelar pelo cumprimento do cronograma do projeto e pela qualidade dos produtos entregues.

 

    • Demonstrar coragem na tomada de decisões e agir quando e conforme necessário;

 

    • Apoiar colegas em situações tensas ou emocionais, trazendo as divergências à tona e buscando soluções que todos podem endossar;
    • Promover a ética, os valores, e a cultura organizacional do IDIS.

REQUISITOS

    • Instrução e Experiência:
      • Formação superior completa e experiência mínima de 3 anos na coordenação de projetos, preferencialmente com foco em grantmaking (gestão de doações).
    • Conhecimentos específicos:
      • Conhecimentos sobre estratégias, políticas e práticas de Investimento Social Privado, Sustentabilidade, Responsabilidade Social Empresarial e Investimento de Impacto.
      • Domínio de metodologias para elaboração de análise diagnóstica, planejamento estratégico e plano de ação.
      • Conhecimento e experiência em gestão de indicadores
        Sistematização e análise de informações qualitativas e quantitativas.
      • Elaboração e análise de planilhas Excel, incluindo manuseio de bases de dados, elaboração de tabelas dinâmicas e gráficos.
      • Elaboração de apresentações com boa apresentação visual, storytelling, clareza e objetividade na transmissão de conteúdos e conclusões.
      • Conhecimentos avançados de inglês na linguagem oral e escrita.
    • Competências
      • Alto grau de organização e flexibilidade para gestão de projetos complexos
      • Iniciativa, desenvoltura, planejamento, organização, gosto pelo estudo e pelo investimento social privado, capacidade para solucionar problemas, capacidade analítica, foco em resultados, bom relacionamento interpessoal.
    • Conhecimentos específicos

      • Conhecimento teórico e experiência prévia na aplicação de metodologias de gestão de investimento social.
      • Conhecimento teórico e experiência prévia na aplicação de metodologias de gestão de projetos sociais
      • Habilidade para sistematizar informações.
      • Excel e Power Point intermediário/avançado.
      • Habilidades comportamentais para manter bom relacionamento com equipe e clientes, bem como com outros parceiros estratégicos do IDIS.
      • Habilidades para realizar coordenação de reuniões com clientes

BENEFÍCIOS

Contratação PJ
Início em maio de 2023
Remuneração mensal – A combinar
Tipo de trabalho – Híbrido: Combinação de presencial e remoto, com disponibilidade para viajar.

INSCRIÇÃO

Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 14 de maio de 2023.

O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos. No formulário, você poderá indicar se você se considera como potencial beneficiário(a).

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

               

Conheça nossos valores:

Regulamentação aprova uso incentivos fiscais da Lei Federal de Cultura para Fundos Patrimoniais

Essa é a primeira lei de incentivo fiscal a aprovar a utilização dos recursos para Fundos Patrimoniais, regulamentados no Brasil em 2019

Uma das principais pautas do advocacy pelos fundos filantrópicos, capitaneado pela Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, diz respeito à regulamentação para que recursos fiscais possam também ser destinados a esses mecanismos de financiamento. Assim como projetos de cunho impacto social positivo – foco das leis de incentivo, os Fundos Patrimoniais têm como objetivo proporcionar sustentabilidade financeira a longo prazo para instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos, e/ou para a execução de programas e projetos de interesse público. Desde a sanção da Lei 13.800 em 2019, que regulamentou os Fundos Patrimoniais no País, eles crescem de forma acelerada no Brasil, como uma forma complementar de financiamento de iniciativas importantes para a sociedade.

 

No início de abril de 2023, tivemos uma nova vitória. A Instrução Normativa 1/2023 do Ministério da Cultura aprovou o uso de incentivos fiscais destinados à Lei Federal de Cultura, popularmente conhecida como “Lei Rouanet”, para fundos patrimoniais voltados à área da cultura. Esta regulamentação trouxe a possibilidade de doação permanente e de propósito específico, com uso em prazo mais curto, para fundos patrimoniais destinados a instituições culturais.

 

 

O QUE MUDA

A Instrução Normativa 1/2023 passou a reconhecer as seguintes possibilidades de captação de recursos com o incentivo da Lei Rouanet:

  •  instituições sem fins lucrativos culturais podem apresentar projetos para criar uma organização gestora de fundo patrimonial, constituída conforme a Lei 13.800/2019, em benefício de instituição cultural específica;

 

  •  organização gestora de fundo patrimonial, instituída com base na Lei 13.800/2019, pode apresentar projeto para formar ou ampliar fundo patrimonial para:
        • Uma instituição cultural específica,
        • Mais de uma instituição cultural previamente indicada,
        • Para uma área cultural específica, sem instituições culturais previamente determinadas.

 

Os projetos podem ser para uso do recurso no curto prazo, através das doações de propósito específico, cuja duração deve ser, no mínimo de dois anos, ou para promover a sustentabilidade de longo prazo das instituições culturais, através das doações permanente de propósito específico. A norma demonstra uma perspectiva de avanços no compromisso de longo prazo de nossas instituições culturais, patrimônio de toda a sociedade brasileira.

 

Um ponto de atenção, entretanto, é acerca da prestação de contas que, a partir desta normativa, deverá ter maiores esclarecimentos no manual de prestação de contas a ser lançado em breve pelo próprio Ministério da Cultura. O ponto é importante, pois garante a melhor governança, transparência e confiança da população nesses mecanismos. Apesar de a normativa não tratar do assunto, a Lei 13.800/2019, que regulamentou os fundos patrimoniais, traz a obrigação de transparência ativa das organizações gestoras para serem aptas a receber recursos com incentivo fiscal. Além disso, as organizações devem respeitar os princípios de democratização e inclusão da cultura, previstos também na Lei Rouanet.

 

OUTROS FOCOS PARA O ADVOCACY DE FUNDOS PATRIMONIAIS

O objetivo é que cada vez mais o ambiente legal brasileiro seja favorável a esses mecanismos de financiamento, permitindo que outros benefícios fiscais também possam ser destinados a Fundos Patrimoniais, e reconhecendo a imunidade e isenção de tributos federais aos fundos patrimoniais, o que ampliará o leque de possibilidades de atuação e impacto positivo. Para tanto, a Coalizão está articulando nova apresentação de projeto de lei que trate desses pontos. Além disso, outra pauta cara ao advocacy é a disseminação do conceito de Filantropização via Privatização (Philanthropication through Privatization – PtP). Leia mais sobre aqui.

 

 SOBRE A COALIZÃO PELOS FUNDOS FILANTRÓPICOS

A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos é grupo multisetorial composto atualmente por 100 signatários, entre organizações da sociedade civil, empresas e pessoas que apoiam o aprimoramento da regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil, além da produção de conhecimento.

Lançada em junho de 2018, a Coalizão é liderada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, com apoio jurídico do PLKC Advogados. São parceiros master Itaú Asset Management e Santander, e parceiros pleno Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e Movimento Bem Maior.

Quer fazer parte da Coalizão? Entre em contato por comunicacao@idis.org.br

Saiba mais: idis.org.br/coalizao

 

Mais sobre Fundos Patrimoniais

Acesse mais conteúdos nesta temática produzidos pelo IDIS aqui.

Caso queira saber mais sobre fundos patrimoniais ou queria conhecer nossos serviços, envie um e-mail para comunicacao@idis.org.br.

Festival ABCR 2023: confira a participação do time IDIS no evento

O Festival ABCR 2023, a maior conferência de captação de recursos da América Latina, chega em sua décima quinta edição. O evento será realizado nos dias 3 e 4 de julho, em São Paulo e contará com mais de 50 palestras de 5 diferentes eixos temáticos: Gestão e Captação de Recursos, o profissional de captação, inovação e redes de captação, comunicação e engajamento e, por fim, ferramentas e fontes de captação de recursos.

A Masterclass “O que é a Avaliação de Impacto SROI” e a palestra ”Governança, Confiança e Captação de Recursos” serão conduzidas por especialistas no assunto membros da equipe IDIS. Confira:

Para ajudar a compreensão do potencial do protocolo SROI para a tomada de decisão e a captação de recursos de iniciativas sociais, Denise Carvalho e Felipe Groba, ambos gerentes de projetos do IDIS, e Isadora Pagy, analista de projetos do IDIS, conduzirão a Masterclass “O que é a Avaliação de Impacto SROI”.

Andrea Hanai, gerente de projetos do IDIS, irá participar da sessão “Governança, Confiança e Captação de Recursos: Como estruturas sólidas podem atrair mais doadores”. Andrea possui uma vasta experiência em consultoria a empresas e organizações da sociedade civil, capacitando instituições em temas como governança, gestão de doações, planejamento estratégico e fundos patrimoniais.

O Festival ABCR 2023 é presencial e as inscrições podem ser feitas no site do evento.

Sobre a ABCR

A ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos, fundada em 1999, é uma associação civil sem fins lucrativos, que atua pela promoção da sustentabilidade do Terceiro Setor e pelo desenvolvimento da captação de recursos das organizações da sociedade civil. Atualmente nossa rede de associados é composta por mais de 400 membros em quase todos os Estados do país.

Conheça os 8 princípios que norteiam o Protocolo SROI

Você sabe quais são os 8 princípios que norteiam as avaliações de impacto baseadas no retorno social do investimento (protocolo SROI)? Confira:

 

PRINCÍPIO 1: ENVOLVA AS PARTES INTERESSADAS

As pessoas e organizações envolvidas com o projeto devem ser identificadas e consultadas no processo de avaliação. Afinal, são elas que sentirão os impactos a partir das intervenções.

 

PRINCÍPIO 2: COMPREENDER O QUE MUDOU

A avaliação deve identificar como o projeto gera mudanças sociais por meio de dados coletados com esse objetivo. Essas mudanças podem ser positivas ou negativas, intencionais ou não. Esse processo gera o que chamamos de Teoria da Mudança (TdM), a partir da qual é estabelecida a relação de causalidade entre a intervenção e os impactos gerados. A TdM serve como um mapa da intervenção que orienta todo o processo de avaliação.

 

PRINCÍPIO 3: VALORE AS COISAS QUE IMPORTAM

O processo de valoração, uma das principais etapas da avaliação SROI, deve considerar as preferências dos beneficiários sobre o grau de importância entre as diferentes mudanças por eles experimentadas.

 

PRINCÍPIO 4: INCLUA APENAS O QUE TIVER MATERIALIDADE

A materialidade aqui tem o sentido financeiro, de considerar coisas que são substanciais e sobre as quais se tenha evidências.

 

PRINCÍPIO 5: NÃO REIVINDIQUE IMPACTO EM EXCESSO

O avaliador deve ser conservador e atribuir valor apenas aos impactos que são de fato causados pela intervenção realizada. Assim, evita superestimar o impacto de um projeto.

 

PRINCÍPIO 6: SEJA TRANSPARENTE

O avaliador deve garantir que as fontes, fundamentos e procedimentos metodológicos estejam claros e acessíveis para o público em geral.

 

PRINCÍPIO 7: VERIFIQUE OS RESULTADOS

Desenhar, implementar e documentar os procedimentos adotados na avaliação, garantindo que possam ser revisados e validados.

 

PRINCÍPIO 8: SEJA RESPONSIVO

Fazer da avaliação um instrumento de planejamento estratégico, encaminhando soluções que visem a correção de rota e a maximização do impacto social gerado.

 

De onde vem o Protocolo SROI?

Os 8 princípios do SROI foram estabelecido pela organização britânica Social Value International (SVI), que há 15 anos certifica profissionais em todo o mundo para sua aplicação. Paula Fabiani, CEO do IDIS, é a única brasileira com certificação pela organização e o IDIS é hoje referência na aplicação do protocolo no Brasil, com trabalhos realizados para organizações como Amigos do Bem, Fundação Sicredi, Gerando Falcões, Parceiros da Educação, Petrobras e Vale.

De acordo com a rede “valor social significa compreender a importância que as pessoas atribuem às mudanças em seu bem-estar e o uso dos insights que obtemos dessa compreensão para tomar melhores decisões”. Ou seja, a avaliação visa informar um processo de tomada de decisões baseadas em evidências em organizações sociais.

Considerando, assim, os desafios de mensurar impacto, a SVI estabelece um protocolo para o cálculo do índice SROI que engloba diferentes metodologias de pesquisa participativa: a realização de entrevistas em profundidade, grupos focais com beneficiários, questionários e análise de dados secundários.

Percebe-se, então, que o SROI não é apenas um índice numérico, mas, sobretudo, o processo e resultados de uma atividade intensa de pesquisa e consulta a beneficiários de programas sociais.

Atuação da Amigos do Bem no sertão nordestino é destaque na Exame

A Instituição Social Amigos do Bem atua há 29 anos para combater a miséria e o abandono no sertão nordestino, o semiárido mais populoso do mundo. A organização atende regularmente 150 mil pessoas de 300 povoados por meio deprojetos de educação para mais de 10 mil crianças e jovens, trabalho e renda para 1.500 homens e mulheres, além de acesso à água, moradia e saúde.

Em 2020 a organização procurou pelo IDIS para apoiá-los a dimensionar o tamanho do impacto que a atuação de Amigos do Bem possui em números. O resultado obtido utilizando a metodologia Retorno Social sobre Investimento (SROI) é que a  cada R$1 doado ao projeto, R$ 6,45 é gerado em de impacto socioambiental  a quem é atendido no sertão nordestino.

Ainda de acordo com o estudo do IDIS, os investimentos realizados pela Amigos do Bem entre 2012 e 2021 geraram e gerarão impactos sociais na ordem de R$ 2,1 bilhões. O impacto maior, segundo o estudo, pode ser observado nas frentes de trabalho e renda (38,4%) e educação (35,7%), reforçando o Modelo de Desenvolvimento Social Sustentável criado pela instituição.

“Criamos um modelo de desenvolvimento social responsável. Educação é a base, mas precisamos gerar mais trabalho para quebrar o ciclo da miséria”, afirma Alcione Albanesi, presidente e fundadora da Amigos do Bem.

Confira a matéria completa da Exame sobre a atuação da Amigos do Bem no sertão nordestino.

 

#Conhecimento: Cultura de Doação no Brasil

Descubra o que é cultura de doação e como você pode ajudar a fortalecê-la com atitudes simples, adequadas à sua realidade e às suas áreas de interesse.

Conheça os conteúdos exclusivos que selecionamos para você.

 

Publicações

Pesquisa Doação Brasil 2020

Site: www.idis.org.br/pesquisadoacaobrasil 

Vídeo do evento de lançamento:

Apresentação de dados selecionados:

Artigos

Como entender os dados sobre doações de indivíduos no Brasil

Mais que doador, cidadão

5 razões para as empresas continuarem doando

 

Podcasts

 

Apoie a causa em que você acredita doando ou se tornando voluntário

Faça o teste em www.descubrasuacausa.net.br

Os princípios ESG potencializam a atuação de instituições do Terceiro Setor, afirma Felipe Groba

O termo, que começou a ser mais comentado durante a pandemia de covid-19, têm ganhado cada vez mais destaque.

 

Apesar de não fazer referência direta às entidades do Terceiro Setor, o termo “ESG” (Governança ambiental, social e corporativa) é de extrema importância para orientar ações dessas instituições, segundo especialistas.

 

“Cada vez mais estamos olhando para esses três pilares e para as organizações sociais. Então, se essas instituições aderirem e usarem mais os princípios da ESG, elas vão ter muito mais resultado”, explica o professor de Estratégia e Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral, Pedro Lins.

 

Para ele, é preciso haver uma profissionalização nos processos de governança, gestão e comunicação dessas instituições, seguindo o fluxo do mercado. Isso poderá ser determinante para a sobrevivência da organização e para o sucesso de suas iniciativas.

Por outro lado, as causas pelas quais essas entidades lutam – sociais, ambientais, de governança – nunca serão esgotadas. E nesse sentido, elas conversam diretamente com os princípios ESG, que são fundamentais para os setores público, privado e o Terceiro Setor.

“Em teoria, o ESG não é feito para as organizações da sociedade civil, mas a cobrança das práticas ESG pelos investidores para as empresas, faz com que essas instituições demandem essas mesmas boas práticas de seus parceiros do Terceiro Setor”, destacou Felipe Insunza Groba, gerente de projetos do IDIS.

 

O termo, que começou a ser mais comentado durante a pandemia de covid-19, têm ganhado cada vez mais destaque. E, para ele, as pessoas estão começando a entender melhor o que a sigla significa agora.

 

“Existe uma percepção geral de que o Terceiro Setor é um caminho para a ESG. A sociedade vai começar a cobrar mais coerência do negócio e uma atuação da porta pra fora também”, conclui..

 

— Texto: Umsocial

IDIS participa de evento global com painel sobre Matchfunding

Inscreva-se gratuitamente e participe do evento clicando aqui!


Entre os dias 1 e 5 de Maio de 2023 acontecerá a 4ª edição da
Catalysing Change Week (CCW), considerado o maior evento global liderado por organizações da sociedade civil e empreendedores sociais. Neste ano, o tema é “Solutions from the Frontlines”, ou “Soluções da linha de frente”.

 

Com o propósito de inspirar atitudes que contribuam para o alcance dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estipulados pela ONU, o evento – que ocorre de forma online – reunirá atores do ecossistema de impacto socioambiental. Ao longo de toda a semana, compartilharão suas experiências e conhecimentos com foco em acelerar sistemas colaborativos de mudança. Entre os participantes estão representantes do setor privado, de governos, de organizações da sociedade civil e filantropos.

Sobre a participação do IDIS

Membro fundador do Capítulo brasileiro do Catalyst 2030, o IDIS, mais uma vez, estará presente no evento. Neste ano, o painel liderado pela organização será “Matchfunding: estratégia para potencializar o impacto de projetos socioambientais.


Para ilustrar a estratégia, será apresentado o caso do Programa
Juntos pela Saúde, iniciativa de Matchfunding do BNDES, gerida pela equipe do IDIS. O objetivo do Programa é apoiar e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) nas regiões Norte e Nordeste do país, com foco em melhorar e expandir os serviços de atenção primária. Ao longo de 4 anos (2023-2026), o programa destinará R$ 200 milhões para projetos de saúde que atuem nessa porção do Brasil.


A conversa terá abertura de Luiza Saraiva, Gerente do Programa Juntos pela Saúde e mediação de  Guilherme Sylos, Diretor de Prospecção e Parcerias do IDIS.


Entre os palestrantes confirmados está Carla Reis, representante do BNDES, que apresentará o Programa Juntos pela Saúde e fará uma reflexão sobre como o modelo de Matchfuning pode contribuir para ampliar o impacto de iniciativas do governo e para fortalecer políticas públicas.


João Abreu, Diretor-Executivo da ImpulsoGov, organização idealizadora do Projeto “ImpulsoPrevine”, também participará da sessão. A iniciativa que Abreu lidera reúne soluções e serviços gratuitos para
municípios ampliarem o alcance e a qualidade da atenção primária do SUS. O projeto é um potencial beneficiário do Juntos pela Saúde e já está apto a receber investimentos. Entre outros temas, João abordará os desafios da captação para a Saúde.


Maria Izabel Toro, Gerente de Investimento Social do Grupo RD e Andreia Rabetim, Gerente de Articulações Intersetoriais e Voluntariado da Vale, também integram o quadro de palestrantes da sessão. Sob a perspectiva de financiadores, as convid
adas discutirão os motivos e benefícios de uma empresa privada participar de um modelo de Matchfunding.

 

As inscrições para assistir à sessão já estão abertas! Registre-se aqui.

Ou ative as notificações no vídeo:


Matchfunding: estratégia para potencializar o impacto de projetos socioambientais

  • Quando: Dia 4 de maio de 2023, das 10h às 11h15
  • Onde: Evento online no site Catalyst 2030 (É necessário fazer registro para acompanhar as sessões).

Abertura: Luiza Saraiva – Gerente do Programa Juntos pela Saúde

Palestrantes:

  • Carla ReisChefe do Depto. do Complexo Industrial e de Serviços de Saúde do BNDES
  • João Abreu – Diretor-Executivo da ImpulsoGov
  • Maria Izabel Toro – Gerente de Investimento Social do Grupo RD
  • Andreia Rabetim – Gerente de Articulações Intersetoriais e Voluntariado da Vale


Mediador:
Guilherme Sylos – Diretor de Prospecção e Parcerias do IDIS

 

Além do IDIS, haverá  uma série de outras sessões, incluindo também outros brasileiros. Confira abaixo e para se inscrever, clique aqui 

A Catalysing Change Week é organizada pelo Catalyst 2030  e conta com mais de 250 sessões e atividades propostas por pessoas de diferentes partes do mundo. O objetivo é identificar soluções locais para questões globais e ampliar o debate e o conhecimento sobre as boas práticas desenvolvidas mundialmente. Os conteúdos e boas práticas compartilhados nos eventos anteriores podem ser acessados aqui: Embracing Complexity e aqui: New Allies.

 

A semana é uma oportunidade para engajar, advogar e estimular o ecossistema do empreendedorismo social. Esperamos você!

Filantropia familiar é destaque na Jovem Pan News

O capital filantrópico tem tido um aumento significativo nos últimos anos no Brasil. A tendência é que o crescimento deva continuar em 2023 com o apoio, não apenas das empresas, mas também dos núcleos familiares.

A temática foi destaque em reportagem veiculada na Jovem Pan News que entrevistou Paula Fabiani, CEO do IDIS. Paula destacou a capacidade da filantropia familiar de ser mais ousada do que a empresarial, característica imprescindível diante dos atuais desafios a serem enfrentados no Brasil.

“Depois da pandemia, houve um aumento de questões que achávamos que estavam encaminhadas, mas que hoje estão se agravando. Como o Brasil entrar de novo no mapa da fome, o próprio desafio ambiental, e outros temas muito relevantes para o futuro do Brasil e do planeta”, comenta.

Confira a reportagem completa aqui.

Perspectivas da Filantropia no Brasil é destaque na Alliance Magazine

No Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2023, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social apresenta uma leitura do cenário, identifica ações inspiradoras e aponta caminhos para um investimento social privado mais estratégico e transformador, reunindo elementos que contribuem para tomadas de decisões.

A segunda edição do conteúdo foi destaque na Alliance Magazine, maior revista de filantropia do mundo. A matéria listou as oito perspectivas que trazem como elemento comum a ‘ousadia’, além de também apontar os complexos e atuais desafios políticos, sociais e econômicos brasileiros.

A notícia ainda abordou os conteúdos presentes na publicação. Como destaca Paula Fabiani, CEO do IDIS: “Há exemplos de inovações, de novas metodologias e modelos de financiamento, de parcerias improváveis, de mudanças significativas, de novas formas de fazer diferente o que já estava dando certo.”

Baixe o material na íntegra:

 

 

    Nome
    E-mail
    Organização

     

     

     

     

    Confira a matéria da Alliance completa aqui.

     

    Desafio Fundo Catalisador 2030: Conheça o Projeto vencedor!

    “Acesso à água potável para os Mundurukus” é o vencedor do edital do Desafio Fundo Catalisador 2030.

     

    Pioneiro para ações colaborativas de impacto social ambiental realizado pelo Catalyst 2030 Brasil, ele foi apresentado pela Associação das Mulheres Munduruku Wakoborun, do projeto Saúde e Alegria, Water is Life, DSEI Rio Tapajós e Associação Indígena Pariri.

     

    O projeto receberá R$200 mil, resultado do aporte feito pela água AMA, produto social da Ambev, para realizar ações que promovam o acesso à água potável (ODS #6) para pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

     

    Ele prevê a distribuição de filtros para o povo indígena Munduruku no Pará, tornando potável a água de rios, igarapés, cacimbas e pluviais.

     

     

    SOBRE CATALYST 2030

    Movimento global de empreendedores sociais e inovadores sociais de diferentes setores, que compartilham o objetivo de criar abordagens inovadoras e centradas nas pessoas para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030. Unindo forças com comunidades, governos, empresas e outras organizações, o Catalyst 2030 foi lançado em 2020, no Fórum Econômico Mundial, inicialmente pela Ashoka, Schwab Foundation, Skoll Foundation e Echoing Green. Hoje, o movimento  reúne, no âmbito global, mais de 500 empreendedores sociais em 195 países, impactando 1 bilhão de vidas e gerenciando US$ 2 bilhões em fundos alinhados aos ODS. Mais informações clique aqui.

    IDIS promove ‘Dia da Diversão no Trabalho’

    Reunimos a equipe do IDIS no dia 17 de março para celebrar o ‘Dia da Diversão no Trabalho’. O evento é promovido pela Charities Aid Foundation (CAF) internacionalmente entre os escritórios parte de seu Network, no Brasil, representada pelo IDIS. O momento é uma ação para promover a integração das pessoas no escritório e se desligar da correria diária.

    O Fun Day at Work nasce do entendimento da importância de momentos de descontração no trabalho. 

    Neste ano contamos com a presença de Wellington Nogueira, fundador da organização Doutores da Alegria. Por meio de diversas dinâmicas, os colaboradores puderam entender a importância da ludicidade na vida adulta e no trabalho.

     

     

    O dia escolhido para a celebração, foi também marcado pelo ‘Red Nose Day’. Uma campanha internacional, celebrada principalmente nos Estados Unidos e Inglaterra, para arrecadação de fundos visando acabar com a pobreza infantil e garantir um futuro saudável para todas as crianças.

    O IDIS E A CAF

    O IDIS é o representante, no Brasil, da Charities Aid Foundation (CAF), organização britânica dedicada à filantropia e com mais de 90 anos de experiência. A CAF apoia doadores – indivíduos, grandes doadores e empresas – a obter o maior impacto possível a partir de sua doação.

    A parceria foi estabelecida em 2005. A partir do nosso escritório em São Paulo, atendemos os clientes internacionais da CAF que atuam na região, oferecemos serviços globais aos investidores sociais privados brasileiros e contribuímos mutuamente para a geração de conhecimento.

    A CAF International é hoje a maior estrutura de apoio ao investidor social privado no mundo. Além da sede no Reino Unido, integram a rede representações na África do Sul, Austrália (Good2Give), Brasil (IDIS), Bulgária (BCause), Canadá, Estados Unidos, Índia, Rússia e Turquia (Tusev).

     

    Oportunidades abertas para projetos socioambientais em dois editais

    O núcleo de Gestão da Doação do IDIS entre março e abril de 2023 está com dois editais abertos recebendo concorrência de projetos em 11 regiões do país. Conheça as oportunidades abertas:

    Edital Educação com Cidadania: Inscrições até 18 de abril 

    O Instituto Chamex, que faz parte da Sylvamo (NYSE: SLVM), a Empresa de Papel do Mundo,  está com inscrições abertas para a 3ª edição do edital Educação com Cidadania.

    Por acreditar no papel transformador da Educação, o Instituto Chamex quer chegar em todos os cantos do Brasil por meio do apoio a projetos focados na solução dos desafios do sistema educacional, aliando criatividade e inovação nas formas de ensinar, aprender, empreender e educar.

    Serão selecionadas cinzo organizações com projetos voltados à educação que receberão até R$30 mil cada. Saiba mais e inscreva-se.

    Edital da Água: Inscrições até 28 de abril

    Edital da Água, promovido pelo Instituto Mosaic, responsável pelas ações sociais da Mosaic Fertilizantes, caminha para a sua quinta edição, contabilizando diversos impactos positivos consistentes para assegurar a disponibilidade dos recursos hídricos para gerações futuras nas mais diversas regiões do país, por meio do apoio a 51 projetos.

    Até o momento, a Iniciativa da Mosaic Fertilizantes contribuiu para a capacitação de quase 6 mil pessoas e a conservação de uma área de mais de 10 mil metros quadrados em nove estados, além de já ter recuperado 42 nascentes em quatro anos.

    Para este ano, serão 15 projetos selecionados para receber até R$45 mil cada. Saiba mais e  inscreva-se

    O que faz o núcleo de Gestão da Doação do IDIS?

    Uma das principais causas do IDIS é a conexão entre setores, compreendendo que essa é uma possibilidade poderosa de causar impacto social positivo na sociedade. E, para tanto, existem inúmeras formas para que isso seja feito, uma delas é por meio de projetos que são executados diretamente por organizações do terceiro setor, mas apoiadas por uma empresa ou conjunto de empresas.

    Esta parceria muitas vezes é feita por meio de repasses de recursos financeiros, seja para execução de projetos pontuais ou para apoio institucional dessas organizações. Sendo assim, para facilitar esta interação, o IDIS com o núcleo de gestão da doação, facilita, dá fluidez e segurança à este relacionamento, se responsabilizando pelas partes burocráticas do processo.

    Para garantir o bom andamento dos projetos apoiados, o IDIS assessora em todo o processo de formalização das parcerias, criação e gestão do edital, processo seletivo e seleção. Durante a execução, também é feito o monitoramento, por meio do controle, avaliação e aprovação de prestações de contas técnicas e financeira.

    Além dos dois editais abertos, recentemente a área apoiou no edital “Desafio Fundo Catalisador 2030”, pioneiro para ações colaborativas de impacto social ambiental realizado pelo Catalyst 2030 Brasil. A iniciativa selecionou o projeto ‘Água potável para os Mundurukus’, que receberá  R$200 mil, resultado do aporte feito pela água AMA, produto social da Ambev, para realizar ações que promovam o acesso à água potável (ODS #6) para pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Ele prevê a distribuição de filtros para o povo indígena Munduruku no Pará, tornando potável a água de rios, igarapés, cacimbas e pluviais.

    Outro projeto em andamento é o “Programa Juntos Pela Saúde”, iniciativa de doação do BNDES no estilo de matchfunding, no qual o IDIS é o responsável pela gestão dos recursos, pela captação e seleção de projetos que serão beneficiados pelo programa. O objetivo é R$200 milhões para projetos na área da Saúde nas regiões Norte e Nordeste, ao longo de quatro anos.

    Se interessou por uma das iniciativas ou serviços disponíveis? Entre em contato através de comunicacao@idis.org.br

    IDIS organiza delegação brasileira para o Global Philanthropy Forum 2023

    O Global Philanthropy Forum 2023 acontecerá entre os dias 17 e 19 de outubro em São Francisco, e contará, mais uma vez, com a tradicional delegação brasileira organizada e liderada pelo IDIS. Como parceiros do evento, o IDIS anualmente organiza a viagem, fortalecendo o relacionamento entre os participantes e com a comunidade filantrópica global.

    Em 2022, a delegação liderada pelo IDIS esteve presente, com 11 membros, de diferentes organizações. A edição de retorno do evento, após mais de dois anos sem encontros presenciais, reuniu 160 participantes ao longo de dois dias e tratou de temáticas como a desigualdade de poder no setor filantrópico, justiça racial, equidade, confiança e solidariedade.

    “Tive a oportunidade de conhecer pessoas com experiências muito interessantes e trocar pontos de vista. Ao participar do evento, ampliei meus horizontes e creio que poderão surgir parcerias interessantes.” comenta Luisa Lima, gerente de comunicação no IDIS, e também responsável pela produção do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, a versão local do GPF

    Tem interesse em participar da delegação? Entre em contato conosco através de comunicacao@idis.org.br. 

    Novas informações serão divulgadas aos interessados em breve.

    Transformando Territórios abre 1ª chamada para seleção de novas Fundações e Institutos Comunitários

    O programa Transformando Territórios – Programa de Desenvolvimento de Institutos e Fundações Comunitárias está promovendo a 1ª chamada para novas organizações para integrarem a rede.  Lançado em 2020, possui 13 iniciativas participantes em diferentes regiões brasileiras. No processo seletivo serão avaliadas algumas características:

     

    • Preferencialmente nos seguintes Estados: Pará, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Paraná;

     

    • População entre 200 mil e 5 milhões de habitantes;

     

     

    GRUPOS DE INICIATIVA

    • Ter ao menos 4 pessoas e/ou 1 organização interessada em participar da construção e atividades da organização;
      • Ao menos 1 líder com experiência ou formações em captação de recursos;
      • Que a dedicação somada, das pessoas interessadas, seja de ao menos 20 horas por semana para desenvolvimento da organização;
      • Conhecimento e atuação no território com experiências junto ao setor social local;
      • Mínimo de 3 integrantes advindos de organizações/causas diferentes;
      • Ao menos 10 Organizações da Sociedade Civil (OSCs) registradas em cartório (com CNPJ, Estatuto e Certidões) operantes que atuem no território;

     

    organizações existentes

    Para organizações existentes que queiram converter-se em Fundação/Instituto Comunitário, além dos critérios acima é desejável:

     

      • Estar com documentos e certidões atualizadas e reguladas;
      • Interesse em apoiar múltiplas causas;
      • A organização não executa e desenvolve projetos e atividades que possuam relação direta com os beneficiários;

     

    O Programa Transformando Territórios está seu segundo ciclo. Em 2022, apoiou a estruturação de dez novas organizações neste formato.

     

    INSCRIÇÕES

    Para inscrever-se, preencha o formulário até dia 16 de Abril.

     

    UM POUCO SOBRE O CONCEITO

    Fundações e Institutos Comunitários (FICs) são associações que atuam em prol do desenvolvimento comunitário de um território geográfico delimitado, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto social positivo para o desenvolvimento da região. Estas são protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento.

    Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, não implementam projetos – financiam projetos e iniciativas sociais de outras organizações em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região. Além disto, FICs fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

    O Transformando Territórios apoia o desenvolvimento destas organizações por meio de formações, materiais didáticos voltados para a temática, palestras nacionais e internacionais, consultorias individuais, viagens e recursos financeiros.

     


    Assista esse e outros vídeos na nossa playlist do programa Transformando Territórios.

    O programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

    Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

    #Conhecimento: Avaliação de Impacto e SROI

    Confira nossos conteúdos sobre os temas relacionados à Avaliação de Impacto e SROI.

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    O que é Avaliação de Impacto?

    Avaliação de Impacto e SROI

    O que é SROI e por que ele é útil?

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    Como medir impacto social? 

    Dilema empresarial: como medir o impacto de projetos socioambientais?

    Protocolo SROI: quando utilizar e como interpretar o índice monetário da avaliação de impacto

    Conheça os 8 princípios que norteiam o Protocolo SROI

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    Com inscrições abertas, Edital da Água já recuperou 42 nascentes em quatro anos

    Edital da Água, promovido pelo Instituto Mosaic, responsável pelas ações sociais da Mosaic Fertilizantes, caminha para a sua quinta edição, contabilizando diversos impactos positivos consistentes para assegurar a disponibilidade dos recursos hídricos para gerações futuras nas mais diversas regiões do país, por meio do apoio a 51 projetos.

    Anualmente, o Edital da Água seleciona e financia com até R$ 45 mil 15 projetos inovadores com potencial de escalabilidade, encabeçados por instituições de ensino ou da sociedade civil, com o comprometimento de recuperar e preservar nascentes e áreas de manancial; aumentar a vazão em cursos hídricos; instalar sistemas de saneamento básico; difundir tecnologias sociais para tratamento de água; promover a gestão eficiente da água na produção de alimentos; além de alavancar pesquisas e capacitações e educação ambiental. Neste ano, as inscrições abrem em 22 de março, quando se comemora o Dia Mundial da Água, e prioriza projetos voltados para a produção de alimentos, além dos projetos ligados à Diversidade e Inclusão.


    SERVIÇO – Inscrições Edital da Água 2023

    Prazo: de 22 de março a 28 de abril

    Municípios de abrangência: Barreiras | Candeias (BA), Anápolis | Catalão | Ouvidor | Rio Verde (GO), São Luis | Balsas (MA), Rondonópolis | Sorriso (MT), Campo Grande (MS), Araxá | Alfenas | Conquista | Delta | Patos de Minas | Patrocínio | Sacramento | Tapira | Uberaba (MG), Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (SC), Cajati | Cubatão | Pariquera-açu | Registro | Jacupiranga | São Paulo (SP), Barra dos Coqueiros | Capela | General Maynard | Japaratuba | Rosário do Catete (SE), Rio Grande (RS)

    Processo: preencher o formulário de inscrição, a planilha de orçamento e cronograma do projeto, disponíveis em www.mosaicco.com.br; reunir os documentos obrigatórios e complementares; e enviar a documentação ao IDIS (editalagua2023@idis.org.br), efetivando a inscrição.


    Desde 2019, mais de 5.900 pessoas, de 29 municípios em nove Estados brasileiros, participaram de atividades de capacitação, educação ambiental e atividades de engajamento e sensibilização sobre uso sustentável da água ao longo das edições. As quatro últimas edições também garantiram a recuperação de pelo menos 42 nascentes; a instalação de mais de 110 sistemas de captação de água e/ou tratamento de esgoto; e mais de 10.800 árvores plantadas.

    “Diante de todos os resultados positivos gerados pelo Edital da Água, percebemos a importância de incentivar ideias que transformem as comunidades e garantam qualidade de vida para todos. Essa iniciativa revolucionária está alinhada com as nossas metas de ESG com a prioridade no ODS [Objetivo do Desenvolvimento Sustentável] 6, colaborando para assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos. É uma grande satisfação poder promover e incentivar projetos com propósito tão nobre em diferentes regiões do Brasil”, afirma Paulo Eduardo Batista, diretor de Performance Social.

    No primeiro ano do Edital da Água (2019), a iniciativa do Desafio Jovem Betel, entidade de Paranaguá (PR) voltada para o acolhimento de adultos com dependência química, implementou tecnologias sociais para o saneamento básico ambiental na organização, beneficiando mais de 70 pessoas com acesso à água potável. Em 2020, a Associação Amigos da Terra Sorriso (MT) contribuiu para a recuperação de 11 nascentes na Bacia Hidrográfica do Rio Lira, atuando na conservação do solo de uma área de 3.250.000 m², capacitando técnicos locais e instalando mais de 300 drenos para acelerar a recarga do lençol freático e aumentar a vazão do rio.

    Com o objetivo conservar e recuperar recursos naturais através do uso racional da água, em 2021, a Associação Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Uberaba (MG) desenvolveu sistema de captação de água para reuso em horta comunitária, beneficiando 750 pessoas de forma direta.

    Com o potencial de proporcionar o desenvolvimento da agricultura sustentável através de inovação tecnológica para remoção de resíduos de defensivos agrícolas, na última edição, ainda em curso, a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) desenvolveu uma nova tecnologia que transforma poluentes orgânicos da água em energia. Essa tecnologia, que garante o tratamento de poluentes persistentes aos processos convencionais, vai ser testada em um sistema real de tratamento de esgoto.

    “Estas iniciativas estão alinhadas com os nossos objetivos de desenvolver as comunidades nas regiões onde atuamos. As temáticas ambientais e sociais são transversais à nossa estratégia e missão corporativa. Constantemente, nós buscamos soluções para promover a preservação ambiental aliada ao crescimento sustentável das comunidades”, diz Camila Bellenzani, gerente de Projetos Sociais.

    Além da gestão racional dos recursos hídricos, o alinhamento com os Objetivos Sustentáveis da Organização das Nações Unidas (ODS) e envolvimento das comunidades locais na sua execução estão entre as premissas do edital, que é desenvolvido com o apoio do Instituto IDIS, que auxilia na operacionalização do processo de seleção desde o planejamento até o monitoramento técnico e financeiro dos contemplados.

    Já no primeiro ano de existência, a iniciativa foi contemplada em duas categorias pelo prêmio “Cases de sucesso em #ODS6 – Água e Saneamento” organizada pela Rede Brasil do Pacto Global da Organização da Nações Unidas (ONU), com foco em ações sustentabilidade corporativa.

    O Edital da Água conta com o apoio técnico do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – IDIS, organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), fundada em 1999 com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto.

    Confira as outras edições do Edital da Água aqui!


    Sobre a Mosaic Fertilizantes

    Com a missão de ajudar o mundo a produzir os alimentos de que precisa, a Mosaic atua da mina ao campo. A empresa entrega cerca de 27,2 milhões de toneladas de fertilizantes ao ano para 40 países, sendo uma das maiores produtoras globais de fosfatados e potássio combinados. No Brasil, por meio da Mosaic Fertilizantes, opera na mineração, produção, importação, comercialização e distribuição de fertilizantes para aplicação em diversas culturas agrícolas, ingredientes para nutrição animal e produtos industriais. Presente em dez estados brasileiros e no Paraguai, a empresa promove ações que visam transformar a produtividade do campo, a realidade dos locais onde atua e a disponibilidade de alimentos no mundo.

    Para mais informações, visite www.mosaicco.com.br.

    Conheça os canais de conteúdo Nutrição de Safras e NutriMosaic.

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    Informações para a imprensa, favor contatar:

    CDN | mosaic@cdn.com.br

    Resultados do SROI da Amigos do Bem é destaque no Jornal da Band

    No início de 2023, o IDIS finalizou a avaliação SROI (Social Return on Investiment) ou Retorno Social Sobre Investimento da organização Amigos do Bem. O protocolo propõe uma análise comparativa entre o valor dos recursos investidos em um projeto ou programa e o retorno gerado para a sociedade com essa iniciativa. Os resultados foram destaque no Jornal da Band.

    A análise indica um retorno positivo dos projetos liderados pela Amigos do Bem: para cada R$ 1,00 investido, a média de retorno é de R$6,45. Os números indicam que a organização provocou um investimento social no nordeste de R$2 bilhões em 10 anos.

    Paula Fabiani, CEO do IDIS, comenta os resultados e indica a competência do trabalho realizado pela organização como parte essencial para o alcance dos números. “Os resultados mostram exatamente essa multiplicação do dinheiro doado. E isso é feito por meio do trabalho que é executado, tem uma gestão muito eficiente.”

    Saiba mais sobre Avaliação de Impacto e confira o case da Amigos da Bem na íntegra.

    Clique aqui e confira a matéria na íntegra.

    Instituto Cacimba: a materialização do “nós por nós”

    Ser membro de uma comunidade é uma característica valiosa para se ter um olhar estratégico para a tomada de decisões do território. Esta tem sido a base da governança do Instituto Cacimba, que atua com foco inicial do bairro de União de Vila Nova, na região de São Miguel Paulista, zona leste da cidade de São Paulo, por meio de apoio, promoção e financiamento de projetos e de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) locais. É a materialização do “nós por nós”, lema de um povo que, historicamente excluído, sempre teve que contar consigo mesmo.

    Feira da UniRoça, um dos projetos apoiados pelo Instituto Cacimba

    Terceiro maior bairro periférico de São Paulo, com cerca de 45 mil habitantes, a União de Vila Nova já carregou também o título de segundo mais violento da capital, registrando altos índices de homicídios e pessoas vivendo em situação de extrema miséria. Um novo desenvolvimento começou em 2002, por meio da comunhão entre poder público, com obras de infraestrutura, e organizações da sociedade civil, com projetos para promover prosperidade social e econômica na região.

    A partir das conversas entre lideranças locais e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), o Projeto de Urbanização Pantanal investiu na comunidade, não só com a construção de moradias, redes de água e esgoto, energia elétrica, pavimentação e iluminação pública, mas também de escolas, parques e até um Viveiro-Escola, administrado por um coletivo de mulheres locais.

    COMO FOI CRIADO O INSTITUTO CACIMBA

    O cearense Hermes de Sousa chegou em União de Vila Nova no ano 2000 e percebeu o potencial dos moradores que viviam da coleta de material reciclável no lixão a céu aberto que existia na comunidade. Promotor da arte como ferramenta de inclusão social, decidiu atuar na região, dando aulas gratuitas de escultura em madeira retirada dos dejetos. Em 2005, ele fundava oficialmente o Instituto Nova União da Arte (NUA), vindo a se tornar uma importante liderança comunitária do território.

    Hermes, fundador do Instituto Cacimba

    Na busca por novas maneiras de trabalhar na região e atender suas demandas prioritárias, como inclusão produtiva, educação e cultura -, Hermes fundou em 2022 o Instituto Cacimba, que se apresenta como um Instituto Comunitário. Uma organização que visa o desenvolvimento comunitário do território de São Miguel Paulista – iniciando suas atividades com foco na União de Vila Nova – a partir da captação, gestão e distribuição de recursos para iniciativas sociais, atuando em rede com o poder público e a sociedade civil, identificando demandas prioritárias e envolvendo a comunidade no processo decisório de investimento de recursos.

    Um dos principais desafios de uma Fundação ou Instituto Comunitário é dar representatividade e voz ao território, de forma democrática, acessível, transparente e que abranja a pluralidade de vozes locais em sua governança. É um desafio grande articular tantos atores e conhecimentos em uma organização recém-criada, unindo a democratização do espaço com decisões estratégicas.

    A representatividade da comunidade na governança do Instituto e um dos 9 princípios que guiam o papel e operação deste modelo de organizações. Sua diretriz é:

    Possuir instâncias de governança formadas por agentes e cidadãos preocupados com as questões locais que, a partir da sensibilidade e profundo conhecimento do território, serão responsáveis por manter a organização, identificar temas prioritários, orientar a alocação eficaz de recursos, bem como defender os interesses da comunidade.

    O Instituto Cacimba abordou este tema de forma inovadora, empreendendo esforços para incentivar a participação da comunidade, respeitando seus saberes e história. Saindo dos padrões tradicionais de governança de uma organização social, o Instituto trouxe inovação, formando conselhos e instâncias estratégicas que vão além dos usuais. O primeiro a ser formado foi o Conselho Comunitário, composto por cinco lideranças atuantes da região, dando voz às organizações locais. Valorizando a ancestralidade local, também foi criado o Conselho das Avós, composto por três mulheres com mais de 60 anos, protagonistas na história do território e que atuam em projetos sociais da região. E por fim, há o Conselho da Juventude, integrado por três jovens transformadores locais, que trazem a visão das novas gerações, contribuindo com novos diálogos e abordagens

    “Entendemos que a gestão compartilhada é o que vai promover a escuta ativa e a participação de fato da comunidade. Porque não queremos que o Instituto Cacimba atue pelo seu próprio entendimento. Queremos fortalecer as organizações e os coletivos locais para que possamos, juntos, levantar dados que nos orientem sobre as problemáticas e potencialidades do território e promover novos projetos”, ressalta Hermes de Sousa.

    Ainda são poucas as Fundações e Institutos Comunitários presentes no Brasil, mas nos últimos dois anos, houve um aumento significativo, em parte promovido pelo Programa Transformando Territórios – iniciativa do IDIS e da Charles Stewart Mott Foundation – do qual o Instituto Cacimba faz parte desde o início da sua formação.

    ORGANIZAÇÕES E PROJETOS APOIADOS PELO INSTITUTO CACIMBA

    Em seu primeiro ano de operação, o Instituto Cacimba captou R$ 240 mil, dos quais destinou R$ 130 mil para projetos sociais. Entre os projetos apoiados estão alguns promovidos pelo NUA, como a Agência de Comunicação NUA, que faz a formação de jovens aprendizes para a produção de conteúdo multiplataforma – criação de sites, filmagens e edição de vídeos, por exemplo – , em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul (UnicSul), que confere uma certificação aos participantes.

    Agência de Comunicação – NUA

    A UniDiversidade das Kebradas, que integra a Aliança das Ecodiversidades, é mais uma iniciativa que recebeu o suporte do Cacimba. Enxergando além dos muros da formalidade acadêmica, a universidade livre oferece oportunidade para trocas de experiências e aprendizados práticos entre líderes comunitários a partir de projetos reais que respondem a dilemas sociais e ambientais.

    Outro projeto apoiado é a UniRoça – UniDiversidade da Roça, um centro de formação em meio rural, com alojamento, que tem como público-alvo homens em situação de rua. O programa, promovido pela Associação Morada dos Vencedores, alinha reinserção social, projeto de vida e aquisição de habilidades produtivas em áreas como apicultura, piscicultura e agricultura orgânica.

    UniRoça, um dos projetos apoiados pelo Instituto Cacimba

    Entre os projetos em desenvolvimento está a Pousada Social, que vai fomentar o turismo solidário de base comunitária e empregar mulheres e jovens locais. A pousada está sendo implantada em um prédio na região que passa por obras e tem previsão de abrir para o público em junho de 2023.

    Construção da Pousada Social

    Em fase de captação de recursos, estão a criação de um cartão comunitário pré-pago para 400 famílias em alta vulnerabilidade e o desenvolvimento de uma plataforma de comércio de produtos e serviços locais, que poderão ser adquiridos com o próprio cartão, com descontos.

    Outra proposta é a abertura de editais de seleção de iniciativas locais de nano e micro empreendedorismo feminino para investimento com capital semente.

    A origem destes projetos que promovem o aquecimento da economia local está na pandemia de Covid-19, quando foi criado o Fundo Cacimba, em março de 2020. Os recursos captados foram usados para apoiar famílias com a compra de alimentos, além de medicamentos, material de higiene e outras necessidades. Se na crise humanitária, o ativismo cívico salvou vidas em União de Vila Nova, agora, com o Instituto Cacimba, a força comunitária do território poderá ser maior que nunca.

    Informações do Território 

    • Território de atuação: União de Vila Nova, favela localizada no distrito de São Miguel Paulista.
    • Nome do instituto ou fundação comunitária: Instituto Cacimba
    • Nome e cargo da principal liderança Antônio Hermes de Sousa, diretor-presidente
    • População estimada: União de Vila Nova é a terceira maior favela de São Paulo, com cerca de 45 mil pessoas. Cerca de 500 mil pessoas moram no distrito de São Miguel Paulista.
    • Número de OSCs do território: 27 organizações em São Miguel Paulista
    • Desafios regionais: A pobreza e a desigualdade, características estruturais que acompanham o desenvolvimento brasileiro, na União de Vila Nova estiveram associadas, nos últimos anos, com um processo de crescente desemprego e precarização e das relações de trabalho. Com isso, parcela significativa da população apresenta insuficiência ou insegurança de renda.
    • Causas prioritárias do território mapeadas pela organização: inclusão produtiva, educação, cultura e meio ambiente.

    O Instituto Cacimba integra o programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

    Quer saber mais sobre o Instituto Cacimba? Acesse o site.

    Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

    Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

    Alcione Albanesi, fundadora e presidente da Amigos do Bem, é destaque no Valor Econômico

    Entrevista publicada na integra no Valor Econômico em 08/03/2023

    Após dois anos de pesquisa, o IDIS calculou que os investimentos realizados pela organização Amigos do Bem entre 2012 e 2021 geraram ou ainda vão produzir um impacto social da ordem de R$ 2,1 bilhões. Cada real doado para a ONG, focada em educação, saúde e geração de renda para erradicação da pobreza no sertão nordestino, se transforma em R$ 6,45 na ponta. “É um número extraordinário. Para o tamanho do nosso projeto, que é gigante, é difícil conseguir esse resultado”, afirma Alcione Albanesi, fundadora e presidente da organização.

    Em 2023, ao completar 30 anos de dedicação às populações mais pobres do país – de 55 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza no Brasil, 26 milhões estão na área de atuação da ONG – Albanesi revela que finalmente ficou pronto o “modelo de desenvolvimento social sustentável” da instituição, uma nova metodologia para organizações ou empresas interessadas em replicar o modelo de atuação da Amigos do Bem, inclusive influenciando a transformação de políticas públicas.

    Com programas que favorecem 150 mil pessoas todos os meses, em 300 povoados do sertão de Alagoas, Pernambuco e Ceará, a ONG é responsável por mais de 10 mil crianças e jovens com aulas diárias e cursos profissionalizantes de culinária, cabeleireiro, manicure e informática nos chamados centros de transformação instalados em quatro povoados; 187 mil atendimentos médicos, com distribuição gratuita de remédios e óculos de grau; fábricas de beneficiamento de castanha, produção de doces e oficinas de costura e artesanato, que geram mais de 1.500 empregos. Para dar conta de tanto trabalho, 10.600 voluntários formam um pequeno exército do bem, doando tempo para colocar os projetos de pé.

    O impacto dessas ações chamou a atenção do Pacto Global da ONU no Brasil, iniciativa da Nações Unidas para engajar o setor privado na agenda da transformação social e climática. Por esta razão, Alcione Albanesi foi escolhida como a primeira liderança com impacto no ODS
    1 – cuja meta é a erradicação da pobreza no mundo e que integra os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, firmados na conferência do clima da ONU em 2012.

    Confira a entrevista completa no Valor Econômico.

    Instituto Chamex lança edital “Educação com Cidadania” com investimento de até R$ 30 mil por projeto

    Organizações de todo o país terão até o dia 18 de abril para inscrever iniciativas com foco na promoção de soluções voltadas para a Educação

    O Instituto Chamex, que faz parte da Sylvamo (NYSE: SLVM), a Empresa de Papel do Mundo, com apoio do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), está com inscrições abertas para a 3ª edição do edital Educação com Cidadania. O objetivo é incentivar, por meio da educação, o uso da criatividade como fonte de soluções transformadoras para o mundo e para a sociedade. Serão selecionadas cinco organizações com projetos voltados à educação e os interessados terão até o dia 18 de abril de 2023 para se inscrever pelo site  Prosas na página do Edital com Cidadania .

    O processo de seleção é aberto a instituições de todo o país e as entidades contempladas receberão até R$ 30 mil para a implementação e execução dos projetos, que devem ser concluídos em oito meses. O início das atividades está previsto para junho de 2023.

    Por acreditar no papel transformador da Educação, o Instituto Chamex quer chegar em todos os cantos do Brasil por meio do apoio a projetos focados na solução dos desafios do sistema educacional, aliando criatividade e inovação nas formas de ensinar, aprender, empreender e educar.

    O recurso deve ser utilizado para implementar no território nacional projetos que trabalhem com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (ODS 4) e submetas, com ações que possam:

    • Estimular a prática da cidadania ativa, promovendo a participação coletiva na busca pelo desenvolvimento e bem-estar social;
    • Despertar pessoas para que sejam mais conscientes, críticas e criativas e aptas a lidar com as questões do nosso tempo;
    • Identificar soluções aos problemas encontrados nas comunidades;
    • Formar e capacitar lideranças para a cidadania ativa, atuando, especialmente, junto a escolas, universidades, comunidades e ao setor público;
    • Articular e mobilizar pessoas para promover ações sociais transformadoras;

    Será considerado um diferencial propostas com metodologias replicáveis por outras organizações em outras regiões do país. Além disso, será dado destaque para os projetos que estejam nos municípios de Três Lagoas/MS, Luiz Antônio/SP e Mogi Guaçu/SP, locais onde a Sylvamo possui operações.

    Inscrições

    As inscrições poderão ser realizadas até 18 de abril pelo site do Prosas.

    Em caso de dúvidas ou mais informações, entre em contato pelo e-mail: editalchamex@idis.org.br

    Sobre o Instituto Chamex

    Criado em 2008, o Instituto Chamex coloca a criatividade como elemento central para a construção de uma educação mais acessível, inclusiva, equitativa e transformadora. O instituto atua em rede com diversos parceiros para incentivar o desenvolvimento de alunos, professores e agentes de educação no ensino infantil, fundamental e médio, apoiando e desenvolvendo projetos que possibilitem um novo futuro para milhares de brasileiros.

    O Instituto Chamex faz parte da Sylvamo, produtora de papéis Chamex, Chamequinho e Chambril para impressão e escrita. Segue suas diretrizes de responsabilidade social, sustentabilidade e ética, engajando seus profissionais e apoiando as comunidades. Acredita que a criatividade e a educação podem impulsionar a mudança e acelerar soluções para transformar a vida de muitas pessoas.

    Para mais informações, visite institutochamex.com.br.

    IDIS apresenta perspectivas e desafios da filantropia no Brasil em 2023

    Um ano sempre começa com expectativas de renovação e, mais do que isso, de realização. Colocar em prática projetos, ampliar o conhecimento e desenvolver novos planos. Por meio desta iniciativa, buscamos trazer uma leitura do cenário, identificar ações inspiradoras e apontar caminhos para um investimento social privado mais estratégico e transformador.

    Este exercício, feito diariamente pela equipe do IDIS, é compartilhado aqui com o Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2023. Não há a pretensão de traçar um quadro completo da realidade, mas de reunir elementos que contribuam para tomadas de decisões.

    “Há exemplos de inovações, de novas metodologias e modelos de financiamento, de parcerias improváveis, de mudanças significativas, de novas formas de fazer diferente o que já estava dando certo. Que este elemento transversal seja também uma fonte de inspiração para você, como já é para nós”, explica Paula Fabiani, CEO do IDIS.

    Conheça abaixo as Perspectivas da Filantropia no Brasil:

    PERSPECTIVA 1 – A POTENCIA (E A NECESSIDADE) DO DIÁLOGO COMO CONSTRUTOR DE PONTES

    As soluções são encontradas na interação, exigem colaboração e contemplam múltiplas demandas e pontos de vista

    PERSPECTIVA 2 – muito além de responsabilidade: legado

    O que empresas deixam para as próximas gerações

    PERSPECTIVA 3 – diversificação das formas de financiamento

    Mais que nunca, otimizar e contribuir para a evolução das possíveis fontes de financiamento é necessário para a solução de desafios

    PERSPECTIVA 4 – o número não é o ponto final

    A  Avaliação de Impacto Social com monetização tem sido cada vez mais debatida e procurada, mas, descoberto o número, qual o próximo passo?

    PERSPECTIVA 5 – emergências ambiental e social caminhando lado a lado

    A interdependência entre clima, florestas e pessoas

    PERSPECTIVA 6 – terceiro setor engajado na promoção de políticas públicas

    A sociedade civil organizada fortalece a democracia e acelera mudanças sistêmicas

    PERSPECTIVA 7 – fortalecimento da sociedade civil organizada: confiança, governança e transparência

    A relevância das OSCs – organizações da sociedade civil cresce conforme aumenta a confiança da população nos trabalhos realizados

    PERSPECTIVA 8 – filantropia familiar mostra a sua cara

    Indivíduos e famílias assumem compromissos públicos em suas práticas de doação

     

    Caso você queira ler sobre cada uma das perspectivas com as dicas e exemplos, basta clicar aqui. 

    Qual é a sua causa e o que você faz para apoiá-la?

    Paula Fabiani – CEO do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, vencedora do Prêmio Empreendedor Social 2020 e membro do Catalyst 2030

    Roberta Faria – Cofundadora e CEO da Editora MOL, vencedora do Prêmio Empreendedor Social 2018, e presidente do Instituto MOL

    Texto publicado originalmente na Folha de São Paulo em 06/08/2023

    Descobrir seu propósito é ferramenta poderosa de transformação da sociedade

    Não faz muito tempo que chegar a algum lugar demandava de nós um esforço coletivo de encontrar o caminho. O GPS de hoje era, no início dos anos 2000, um taxista experiente que te dava a dica de rota para encontrar a rua exata do consultório do dentista que você ia pela primeira vez.

    Duas décadas depois, os apps de localização te dão não só o caminho, mas também a opção de trocar a voz robótica apontando as ruas por uma que te agrade. Do personagem do filme da Disney a Gil do Vigor, o sistema de navegação criado para guiar as Forças Armadas estadunidenses nos deu agilidade de circular pelas cidades mundo afora.

    Mas, enquanto achar o caminho se tornou uma tarefa simples e quase banal do nosso dia a dia, encontrar o nosso próprio caminho se apresenta como um dos grandes desafios da década: do trabalho ao lazer, queremos mais do que apenas existir.

    Em outras palavras, decifrar a nossa estrada exige uma bússola interior bem calibrada e, descobrir qual é a nossa causa pode oferecer, ao menos, as coordenadas que nos guiarão por experiências pessoais e coletivas que façam sentido, que promovam mudanças, que inspirem a outros seres e que nos leve a ter uma vida com propósito.

    E se (até aqui) não há app que nos mostre qual direção seguir, nós temos uma forma de desenhar nosso próprio mapa: o Descubra sua Causa. Um teste, gratuito e online, que calcula, a partir de nossas respostas a 20 diferentes perguntas, qual é a causa social que mais se relaciona com nossa personalidade, interesses e nos dá “a rota” para apoiá-la de diferentes formas.

    Construído com base em pesquisas de tendências de comportamento e em conversas com especialistas da área social, montamos um oráculo com 10 resultados, apresentados em formato de arquétipo, que ilustram os principais desafios de nossa sociedade. Uma forma divertida e repleta de conteúdo para que você possa começar a agir hoje mesmo.

    Além do teste, e com o objetivo de mostrar o que há por trás de cada causa, o Instituto MOL acaba de lançar a série de podcast Descubra sua Causa. Em dez episódios, o ouvinte tem contato com diferentes temas, como direitos humanos, educação, promoção do esporte, antirracismo e lutas identitárias, e revela como é o trabalho das ONGs que atuam em diferentes frentes e quem são as pessoas que dedicam suas vidas à transformação social.

    Nosso objetivo é dar mais visibilidade às organizações e projetos do setor e mostrar que apoiar uma causa é um ato político, que nos dá propósito e impacta nossas vidas em diferentes aspectos: em nossos relacionamentos, em nosso consumo de cultura, na escolha das pessoas que seguimos nas redes sociais, nas ações do nosso dia a dia e muito mais.

    Por isso, convidamos a todas e todos que descubram sua causa e passem a atuar pelo seu fortalecimento, como for possível: pela doação, pelo voluntariado, emprestando a influência que todos exercemos em nossa rede de amigos e familiares e, principalmente, falando mais sobre nossos atos generosos. Quanto mais embaixadores tivermos espalhados pelo país, mais força as causas sociais ganham para se tornarem assunto de conversas e motores de transformação da sociedade. Com ou sem GPS, que a viagem por esta estrada seja uma experiência muito mais prazerosa a todos os seres.

    Financiamento da Mudança de Sistemas: Lições de Financiadores no Brasil

    Em 16 de dezembro de 2022, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e o Catalyst 2030 co-realizaram o terceiro encontro de uma série de conversas globais com investidores sociais e filantropos  sobre o futuro da mudança dos sistemas de financiamento. Esta série reúne financiadores dentro de um país ou região para partilhar o feedback específico do contexto sobre os dez princípios apresentados na Carta Urgente para mudanças nas práticas de financiamento.

    A Carta, escrita pelos membros do Catalyst 2030, entre empreendedores sociais e membros de OSCs, descreve dez apelos-chave para os financiadores considerarem nas suas práticas de atribuição de recursos, incluindo: conceder financiamento plurianual, financiamento sem restrições, investir no desenvolvimento organizacional, e criar relações transformadoras ao invés de transacionais. Leia a lista completa de princípios na carta aqui.

    Este encontro reuniu filantropos brasileiros e organizações que realizam investimento social privado para discutir como estes princípios poderiam funcionar na prática, e o impacto que teriam na Filantropia Brasileira e na sociedade civil. Agradecemos imensamente a todos os que participaram nesta discussão e que estão contribuindo para  um diálogo aberto e inclusivo para melhorar a filantropia para todos. 

    Aqui estão cinco pontos-chave da conversa:

    Reconhecer o impacto do contexto nacional e das suas restrições  

    Grantmakers, ou seja, organizações que aportam recursos a terceiros, em geral, têm diretrizes para a realização de seu investimento social privado. Se por um lado, essas regras contribuem para a transparência sobre a destinação dos recursos, por outro, limitam a capacidade de oferecerem  financiamento sem restrições e de forma flexível. Este cenário limita a adoção deste princípio, dado que exigiria uma mudança de atitude e de paradigmas dos dois lados. Esta inflexibilidade também afeta a capacidade dos financiadores para apoiar a capacitação institucional ou a criação de redes, uma vez que as restrições regulamentares exigem que os financiadores-parceiros sigam os processos tradicionais de due diligence e acreditação.

     

    Fomentar a colaboração em todo o setor

    Embora esse desafio não seja exclusivo do Brasil, o grupo discutiu a necessidade de maior colaboração entre investidores sociais e atores da sociedade civil no país. Isso requer uma mudança de comportamento e mentalidade em todo o setor; afastar-se do trabalho isolado e intensificar a colaboração e parcerias entre financiadores, beneficiários e partes interessadas intersetoriais para alcançar mudanças sistêmicas.

    Oferecer aos filantropos múltiplos pontos de acesso que reconheçam a variedade de sua maturidade

    Abraçar estes dez princípios será uma jornada diferente para cada organização. É importante respeitar a diferença de maturidade entre os filantropos, as diferentes estratégias de investimento, e as diferentes regulamentações e disposições estatutárias e operacionais que podem ter impacto nesta jornada. O grupo sugeriu ter em conta os diferentes pontos de entrada de cada financiador e avaliá-los em conformidade, assegurando que a força e a evolução da resposta de um financiador é reconhecida a partir da individualidade de cada um deles.

     

    Considerar outras ferramentas (tais como uma pontuação) para ajudar os financiadores a melhorar as suas práticas

    É fundamental considerar quais os instrumentos e recursos que somos capazes de oferecer a fim de  estimular investidores sociais a abraçarem estes princípios. Isto poderia incluir por exemplo, a criação de um sistema de classificação e auto avaliação para indicar o seu progresso no sentido de adotarem estes princípios. Desta forma, os financiadores não só obteriam uma classificação, mas também compreenderiam em que áreas podem melhorar. Devemos reconhecer o fato de que fazer uma doação vai além do seu valor social. Criar um ranking público no qual as empresas são reconhecidas pelas suas contribuições e por seu  legado pode mobilizar outros financiadores para aderirem ao movimento, tornando estes princípios uma inovação para o ecossistema filantrópico no Brasil..

     

    Reconhecer que esta caminhada pode levar tempo e que financiadores devem ser apoiados ao longo do caminho

    A filantropia, como um setor, é relativamente recente no Brasil. É importante reconhecer este fato e o tempo necessário para trazer os financiadores nesta jornada de aprendizagens antes de serem capazes de adotar plenamente estes princípios. Por conseguinte, o grupo discutiu a importância de respeitar a caminhada de cada investidor social e de celebrar o progresso ao longo do caminho. Documentar este progresso e criar uma comunidade para a troca de boas práticas poderia contribuir para que financiadores, a longo prazo, mudem suas práticas e adotem os princípios sugeridos. Isto requer o estabelecimento de ecossistemas fortes de financiadores que possam colaborar entre si, partilhar conhecimentos e crescer como um setor.

    Quais os próximos passos? 

    Esta iniciativa envolve encontros com filantropos e investidores sociais para coletar feedbacks sobre os princípios para as práticas de doação em diferentes países e contextos regionais. Nossa próxima parada nesta jornada é com financiadores na África. Fique ligado para ouvir as principais conclusões desta conversa.

    Participe do evento | Instituto e Fundação Comunitária: conceitos e como formar uma

    Participe do evento online e gratuito e saiba mais sobre este modelo que tem se desenvolvido cada vez mais no Brasil

     

    Com o objetivo de apoiar a criação e o desenvolvimento de novas Fundações e Institutos Comunitários (FICs), o IDIS promove um evento online gratuito no dia 29 de março, quarta-feira, para a apresentação do conceito.  A reunião marca também o lançamento da chamada para novas organizações e  líderes comunitários participarem do programa Transformando Territórios, projeto do IDIS em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar o modelo no país.

     

    Conheça os palestrantes:

    • Felipe Insunza Groba, Gerente de Projetos do IDIS e do programa Transformando Territórios;
    • Eliane Macari, Presidente da FEAV – organização participante do Programa Transformando Territórios.

     


    29 de março , das 16h às 17h30
    Inscrições pelo Sympla

    Venha saber mais sobre esse modelo inovador de impacto social.
    Inscreva-se aqui.


    Confira o vídeo na íntegra do Evento clicando AQUI!

     

    UM POUCO SOBRE O CONCEITO

    Fundações e Institutos Comunitários (FICs) são associações que atuam em prol do desenvolvimento comunitário de um território geográfico delimitado, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto social positivo para o desenvolvimento da região. Estas são protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento.

    Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, não implementam projetos – financiam projetos e iniciativas sociais de outras organizações em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região. Além disto, FICs fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

    O Transformando Territórios apoia o desenvolvimento destas organizações por meio de formações, materiais didáticos voltados para a temática, palestras nacionais e internacionais, consultorias individuais, viagens e recursos financeiros.

     

    COMO PARTICIPAR DO TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

    Lançado em 2020, o Transformando Territórios hoje tem 13 iniciativas participantes. Nesta chamada, buscamos novos candidatos para integrar nossa rede. No processo seletivo serão avaliadas algumas características:

     

    • Atuação em um território geográfico delimitado, preferencialmente nos seguintes Estados: Pará, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Paraná, com população entre 200.000 ou 5.000.000 de habitantes;

     

    • Para líderes comunitários: participação de ao menos 4 pessoas interessada em participar da construção e atividades da FIC;

     

    • Para organizações já constituídas e que queiram converter-se em uma FIC: ter interesse em atuar em múltiplas causas e não desenvolver projetos e/ou atividades que possuam relação direta com os beneficiários.

    O Programa Transformando Territórios está seu segundo ciclo. Em 2022, apoiou a estruturação de dez novas organizações.


     

    Assista esse e outros vídeos na nossa playlist do programa Transformando Territórios.

    Protocolo SROI: quando utilizar e como interpretar o índice monetário da avaliação de impacto

    por Olívia Guaranha e Isadora Pagy

    O SROI – Social Return on Investment – é um protocolo de avaliação que tem chamado cada vez mais a atenção de investidores sociais e organizações do terceiro setor por aplicar métodos qualitativos e quantitativos de pesquisa a fim de identificar, qualificar e monetizar o impacto social.

    O processo avaliativo é uma oportunidade para que investidores e organizações entendam melhor os impactos sociais positivos – e eventualmente negativos – que têm gerado nas comunidades em que atuam, a partir da percepção de seus beneficiários.

    Os achados são ricos e indicam caminhos para o aprimoramento da ação. Destaca-se, ainda, que ao final do processo, um dos resultados obtidos é um valor que traduz em termos financeiros o impacto gerado: o índice SROI indica quantos reais são gerados para a sociedade em benefícios a cada 1 real investido no projeto.

    De onde vem o Protocolo SROI?

    O Protocolo SROI foi estabelecido pela organização britânica Social Value International (SVI), que há 15 anos certifica profissionais em todo o mundo para sua aplicação. Paula Fabiani, CEO do IDIS, é a única brasileira com certificação pela organização e o IDIS é hoje referência na aplicação do protocolo no Brasil, com trabalhos realizados para organizações como Amigos do Bem, Fundação Sicredi, Gerando Falcões, Parceiros da Educação, Petrobras e Vale.

    De acordo com a rede “valor social significa compreender a importância que as pessoas atribuem às mudanças em seu bem-estar e o uso dos insights que obtemos dessa compreensão para tomar melhores decisões”. Ou seja, a avaliação visa informar um processo de tomada de decisões baseadas em evidências em organizações sociais.

    Considerando, assim, os desafios de mensurar impacto, a SVI estabelece um protocolo para o cálculo do índice SROI que engloba diferentes metodologias de pesquisa participativa: a realização de entrevistas em profundidade, grupos focais com beneficiários, questionários e análise de dados secundários.

    Percebe-se, então, que o SROI não é apenas um índice numérico, mas, sobretudo, o processo e resultados de uma atividade intensa de pesquisa e consulta a beneficiários de programas sociais.

    Quando utilizar o Protocolo SROI?

    A aplicação do protocolo SROI em projetos com grande quantidade de beneficiários: para que o processo seja verdadeiramente participativo e para que o protocolo seja aplicado em sua integridade, é importante que o projeto tenha um número significativo de beneficiários. Não existe um número ideal, mas se o número de beneficiários for muito baixo, não é possível obter estatísticas relevantes na etapa de consulta via questionário bem como o alto investimento no processo de escuta e consulta junto aos participantes da ação perde o sentido.

    Ainda, é importante que a organização tenha em mente que precisará apoiar os avaliadores a todo o momento, fornecendo dados do projeto e acesso aos beneficiários. Por isso, uma avaliação SROI demanda maior disponibilidade de tempo das organizações sociais e um maior acompanhamento dos beneficiários: caso não seja possível acessá-los, não será possível coletar dados sobre suas percepções e experiências junto ao projeto.

    No mesmo sentido, quando um projeto possui descontinuidade em suas atividades também pode haver dificuldades de acessar beneficiários e aferir impactos gerados. Imagine, por exemplo, que um beneficiário tenha participado de um ciclo de atividades durante um ano e depois essas atividades foram suspensas durante dois anos e, enfim, retomadas. Esse período de suspensão das atividades gera consequências que podem afetar a percepção do beneficiário e a mensuração do impacto real do projeto.

    O processo avaliativo é longo – estima-se que uma avaliação SROI dure cerca de 8 meses. De modo que, esse tipo de avaliação não é recomendada para casos em que há pressa por resultados.

    E por ter uma longa duração e demandar etapas qualitativas e quantitativas, também é importante que as organizações considerem o custo da avaliação: recomenda-se que o valor da avaliação não represente mais do que 10% do valor investido no projeto. Por isso, o SROI é recomendado para projetos de maior porte.

    Feitas estas considerações, as organizações conseguem decidir de forma mais estratégica quando é um bom momento para conduzir uma avaliação de impacto SROI. Tomada essa decisão e realizada a avaliação, também é importante ter alguns pontos em mente no momento de interpretar os resultados obtidos.

     

    Como Interpretar os resultados do SROI?

    Inicialmente, importa dizer que, para além do índice, a avaliação produz outros produtos interessantes para as organizações sociais: uma Teoria da Mudança do projeto, com o mapeamento de stakeholders e impactos que cada atividade visa gerar; a realização de grupos focais com beneficiários, espaço em que eles podem debater sobre as atividades e gerar insights sobre o que funcionou e o que poderia melhorar; as respostas de questionário, que visam medir quais impactos tiveram maior intensidade; e, por fim, o índice SROI e um relatório avaliativo final.

    O primeiro cuidado a ser tomado é que não se deve comparar índices SROI obtidos para projetos distintos. Cada projeto tem suas particularidades e objetivos e, por isso, não são comparáveis. Pense, por exemplo, em um projeto que oferece atividades culturais para crianças em uma comunidade periférica e em um projeto que oferece capacitações e educação ambiental para pescadores em um pequeno município da costa brasileira. Os públicos, os lugares e as atividades são radicalmente diferentes, de modo que não podemos dizer que um projeto é melhor que o outro simplesmente com base no índice numérico.

    O índice deve ser interpretado considerando as características de cada projeto e os objetivos estratégicos do investidor. Projetos com apenas um ciclo de atividades completo podem não ter um alto índice de retorno, por exemplo.

    Da mesma forma, um índice de retorno monetário é apenas um dos indicadores a serem analisados quando avaliamos os benefícios gerados por um projeto social. Considere, por exemplo, um investidor social que deseja promover o esporte entre os jovens de uma comunidade com alta vulnerabilidade social. O índice não mede o valor intrínseco daquelas intervenções, mas serve como um guia para aprimorá-las e atingir o objetivo final do investidor, que é a promoção do esporte. Nesse sentido, um índice menor que 1 – ou seja, que o retorno social é menor do que o investimento – pode servir como ponto de partida para aprimorar o projeto e gerar mais impacto em um próximo ciclo de atividades.

    É a partir da etapa qualitativa que o investidor consegue entender quais impactos estão sendo gerados pela intervenção, por exemplo. No caso do projeto que visa a promoção do esporte pode ser que, inicialmente, o investidor acreditava que promover o esporte geraria uma maior empregabilidade entre os jovens. A partir da pesquisa, pode-se descobrir que, na realidade, a promoção do esporte favoreceu o desenvolvimento cognitivo e a sociabilidade destes jovens, não a empregabilidade. Tais impactos não foram previstos inicialmente e agora podem ser monitorados pelo projeto.

    A partir destas reflexões, vemos que as avaliações de impacto podem ser ferramentas poderosas para a gestão de projetos sociais, mas que é necessário um processo reflexivo prévio para entender se uma avaliação de impacto SROI é a mais adequada para aquele projeto, em determinado momento, fazendo-se algumas perguntas simples como, por exemplo: o que eu quero medir? Com qual objetivo? De quais recursos vou precisar e de quais eu disponho?

    Para organizações que estão começando ou que desejam fazer uma avaliação de impacto no futuro, o IDIS recomenda realizar um Plano de Monitoramento e Avaliação; para aquelas que desejam apenas mais conhecimento sobre a intervenção sem a necessidade de um índice monetário, o IDIS realiza uma avaliação de impacto combinando metodologias qualitativas e quantitativas.

    Conheça nossos serviços e fale com a equipe especialista no assunto.

     

    MAIS SOBRE AVALIAÇÃO DE IMPACTO

    Com ampla experiência e tendo a produção de conhecimento como um de nossos pilares de atuação, temos inúmeros materiais disponíveis a quem deseja se aprofundar

    Avaliação de Impacto SROI

    Acesse aqui.

    Para saber mais sobre nossos serviços e falar com a equipe de consultoria, escreva para comunicacao@idis.org.br.

    Vaga para Analista de Monitoramento e Avaliação de Impacto Socioambiental

    O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para profissionais com experiência na área de Monitoramento e Avaliação.

    Para fortalecer nossa atuação na frente de Monitoramento e Avaliação de Impacto, buscamos um(a) Analista Pleno que apoie na gestão de nossas iniciativas nesta área. A pessoa será responsável por apoiar atividades da equipe de Monitoramento e Avaliação de Impacto socioambiental do Instituto.

    Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se.

    Responsabilidades e oportunidades

    • Apoiar a elaboração de propostas de projetos de Monitoramento e Avaliação para potenciais clientes e parceiros.
    • Implementar as atividades dos projetos de Monitoramento e Avaliação do IDIS, respeitando os prazos acordados e zelando pela qualidade dos produtos entregues.
    • Apoiar e realizar a coleta de dados quantitativos e qualitativos necessários para a execução dos projetos.
    • Organizar, ler, analisar documentos elaborar relatórios e apresentações sistematizando o processo de Monitoramento e Avaliação e os aprendizados e conclusões obtidas.
    • Realizar pesquisas de conceitos, referências e benchmarking que enriqueçam os projetos e tragam embasamento para os produtos desenvolvidos.
    • Apoiar na elaboração de propostas de projetos para potenciais clientes e parceiros, quando necessário.
    • Participar de reuniões periódicas da equipe de consultoria para manter a equipe alinhada com o planejamento estratégico e missão da organização.
    • Promover a aprendizagem e compartilhamento de conhecimento técnico com a equipe do IDIS.
    • Participar ativamente do ciclo de planejamento estratégico juntamente com as outras áreas da organização.
    • Apoiar a Gerência de Comunicação em temas e matérias relacionadas a projetos de consultoria e estratégicos para base de desenvolvimento de conteúdo de comunicação.

    Requisitos

    • Ensino superior completo, preferencialmente em estatística, economia, ciências sociais ou áreas afins, e experiência mínima de 2 anos em gestão de projetos, preferencialmente em monitoramento e avaliação de projetos.
    • Conhecimento e experiência em elaboração e monitoramento de indicadores.
    • Conhecimentos sobre análise estatística serão considerado uma vantagem.
    • Conhecimento e aplicação de metodologias para elaboração de análise diagnóstica, planejamento estratégico e plano de ação.
    • Elaboração e análise de planilhas Excel, incluindo manuseio de bases de dados, elaboração de tabelas dinâmicas e gráficos.
    • Elaboração de apresentações com boa apresentação visual, storytelling, clareza e objetividade na transmissão de conteúdos e conclusões.
    • Sistematização e análise de informações qualitativas e quantitativas.
    • Conhecimentos intermediários de inglês na linguagem oral e escrita.
    • Facilitação de grupos focais e condução de entrevistas em profundidade.
    • Desenho e aplicação de pesquisas quantitativas.
    • Experiência com softwares de análise de dados de qualitativos e quantitativos será considerada uma vantagem.

    Benefícios

    Contratação CLT
    Início em março de 2023
    Remuneração mensal – A combinar
    Tipo de trabalho – Híbrido: Combinação de presencial e remoto, com disponibilidade para viajar.

    INSCRIÇÃO

    Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 12 de março de 2023.

    O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos.

    SOBRE NÓS

    Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

    Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

                   

    Colaboração e materialidade: fatores-chave para empresas concretizarem ações sociais da pauta ESG

    Por Marcos Alexandre Manoel, Diretor de Projetos do IDIS

    Empresas têm o desafio de transformar metas em ações materiais, especialmente quando falamos do ‘S’. Aquelas que o fizerem, sairão na frente

    Cada vez mais, empresas são cobradas por sua responsabilidade perante a sociedade, indicando a inevitabilidade de pensar além do lucro. A lógica das avaliações de risco e retorno de aplicações passaram a ter uma nova e importante variável: o impacto em temas de interesse público. Isso se reflete no aumento exponencial de investimentos, que têm buscado componentes de impacto socioambiental em suas práticas.

    Nesse movimento é que a pauta ESG vem cada vez mais se fortalecendo e, com ela, novos desafios para as empresas se (re)posicionarem no mercado. Não apenas focando em mitigação de riscos e problemas de curto prazo, mas com uma visão de longo prazo que se torne parte, efetivamente, da cultura e da estratégia de negócio da empresa. E aquelas que fizerem este movimento antes das outras, serão as que definirão a “régua” do mercado.

    Segundo a sexta edição da Pesquisa Global com Investidores Institucionais da EY (antiga Ernst & Young), 90% dos grandes gestores respondem que diretrizes ESG devem ser levadas em conta na tomada de decisão sobre os portfólios. Por outro lado, a mesma pesquisa demonstra que 50% dos investidores pesquisados disseram estar preocupados com a falta de foco em questões materiais por parte da atuação ESG das empresas – um aumento de 37% em relação a 2020.

    Por definição, materialidade é a “característica do que é material, substancial”, ou seja, não basta as empresas no Brasil estarem atentas ao ESG, é importante encontrar, dentro disso, o que necessita de atenção pensando em modelo de negócio e local de atuação.  Quando falamos de parâmetros ESG, a grande maioria das métricas foram pensadas e feitas em países desenvolvidos. Então, geralmente elas trazem questões “E” (ambientais) mais fortes, e as “S” (sociais), por sua vez, vêm enfraquecidas, uma vez que o bem-estar social nesses locais acompanha o desenvolvimento econômico desses países.

    No caso do Brasil, se seguirmos a mesma lógica da Europa ou dos Estados Unidos, o nosso problema com o “S” será maior, tendo em vista os números de desigualdade socioeconômica que atingem a população brasileira. Prova disso, são os dados recentes revelados por um estudo do Banco Mundial. Ao analisar perdas de habilidades do nascimento até os 18 anos, a pesquisa demonstra que as atuais condições de educação e saúde brasileiras só vão permitir o desenvolvimento de 50% do potencial de quem nasceu no ano de 2021. A pesquisa demonstra, ainda, que é como se estivéssemos 60 anos atrás no desenvolvimento social em comparação a países desenvolvidos.

    Nesse sentido, se inicialmente cito que não há mais espaço para não pensar além do lucro, no caso brasileiro, urge a necessidade de o investimento privado colocar uma lupa no campo social. O ponto de partida é compreender e mapear riscos e externalidades sociais do setor de atuação. Provavelmente, muitas das questões sociais que precisam de atenção do negócio estarão “do lado de fora” da própria empresa: na cadeia de suprimentos, territórios de atuação e ciclo de vida do produto, por exemplo. Será preciso compreender e aprimorar a materialidade e indicadores dos fatores sociais de cada negócio.

    Compreender, entretanto, o que é material para o negócio é um desafio e este não pode ser resolvido sem a colaboração entre setores. As empresas terão que agir de maneira proativa e colaborativa, demostrando para a sociedade e investidores seu comprometimento com transparência e materialidade de suas ações, principalmente as sociais. Nesta trajetória, devem envolver as organizações da sociedade civil (OSCs) e, mais do que isso, aprender com elas.

    As empresas que forem capazes de, ao mesmo tempo, compreender a materialidade de seu próprio setor e formar alianças colaborativas, tendem a se diferenciar, se tornar mais competitivas no médio e longo prazo e principalmente transformar metas e intenções em resultados reais, perenes e diretamente conectados aos diferentes interesses de sua cadeia de stakeholders.

    Conheça mais conteúdos sobre ESG e investimento social privado aqui.

    Delegação brasileira vai ao México debater a filantropia comunitária nas Américas

     

    TT - Guadalajara (1)Ainda pouco conhecido no Brasil, o modelo da filantropia comunitária tem se consolidado cada vez mais internacionalmente como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios. De acordo com levantamento realizado pelo Community Foundation Atlas, existem mais de 1.800 institutos e fundações comunitárias no mundo. Juntas, essas organizações movimentam mais de USD 5 bilhões todos anos.

     

    Para discutir os diferentes contextos, oportunidades e desafios da filantropia comunitária nas Américas, reuniram-se no início de fevereiro, em Guadalajara, no México, 119 convidados de dez países da América do Sul, Central, Caribe e do Norte. Integraram a delegação brasileira Felipe Groba, gerente de projeto do IDIS, e seis outros representantes de Institutos Comunitários brasileiros, todos participantes do Programa Transformando Territórios: Instituto Baixada Maranhense; ICOM – Instituto Comunitário Grande Florianópolis; Instituto Espraiada e Tabôa Fortalecimento Comunitário.

    Da esquerda para direita, Felipe Groba (Diretor de projetos do IDIS),

    O evento, promovido pela CCA – Connecting Communities in America, uma iniciativa da CF Leads (Community Foundations Leading Change), contou com painéis de discussão e com visitas a projetos sociais apoiados pela Corporativa de Fundaciones – a fundação comunitária da grande Guadalajara – e que atuam diretamente nos temas de migrantes e refugiados, crianças em situação de rua e desenvolvimento comunitário. Com olhar cuidadoso à diversidade e à importância de todos poderem se expressar em suas línguas maternas, havia tradução simultânea em quatro idiomas – português, inglês, espanhol e francês.

     

    Durante as sessões plenárias e paralelas, os participantes discutiram os contextos em que se dá a filantropia comunitária de enfoque territorial em seus países e realidades. Ficou claro que há características regulatórias e de cultura de doação que diferenciam EUA e Canadá do resto das Américas, e que implicam em níveis díspares de poder e sustentabilidade financeira. Por outro lado, foi reforçado por todos os participantes a necessidade de fortalecimento de organizações e coletivos liderados por grupos minorizados como negros e indígenas, sendo papel das Fundações e Institutos Comunitários – as FICs – visibilizar e apoiar esses grupos na mobilização de recursos materiais, técnicos e imateriais. De acordo com Robson Bitencourt, Gerente do Programa de Desenvolvimento Territorial de Serra Grande e entorno da Tabôa,

     

    “A viagem ao México foi uma imersão de observação, aprendizado e troca de conhecimento pelo campo da filantropia com outras fundações das Américas. Importante ampliar as percepções sobre as similaridades e diferenças do que fazemos com o que outras organizações também têm feito, assim como os desafios e as oportunidades. Ficou a impressão de que temos campo para aumentar o trabalho em rede e potencializar nossas ações.”

     

    As consequências da mudança climática sobre populações vulneráveis também estiveram no centro da pauta, sendo reforçado o ponto de que embora a solução para essa questão seja global, os impactos negativos sempre serão locais e específicos para cada comunidade. No sentido de unir esforços e endereçar questões estruturais, emergiu o papel das FICs como articuladoras de causas, ao criarem coalizões locais e até nacionais para endereçar grandes temas como a falta de oportunidades laborais, a pobreza no campo, a questão dos refugiados, a segurança alimentar e a defesa por direitos e justiça social.

     

    Permeando todas as discussões, esteve também o tema da confiança nas Organizações da sociedade civil (OSCs) e seu papel na expressão da pluralidade de vozes em um território. Os panelistas e participantes do evento relataram casos bem sucedidos de fundações doadoras norte americanas que tem crescentemente adotado a doação de recursos livres – sem encargos e sem restrição a projetos – como premissas de seus aportes financeiros, reconhecendo a excelência e expertise dos líderes sociais em gerirem suas organizações e alocarem os recursos de modo a gerar mais impacto no longo prazo.

     

    Durante a estadia no México, a delegação brasileira aproveitou para se reunir e trocar experiências com as equipes da Comunidar (a fundação comunitária de Nuevo León), da Comunalia (organização de suporte às fundações comunitárias do México) e da Corporativa de Fundaciones, além de terem visitado in loco as fundações comunitárias de Morelos e de Malinalco.

     

    As visitas técnicas às fundações comunitárias reforçaram as similaridades entre o Brasil e o México, promovendo inúmeros insights e possibilidades entre as organizações brasileiras e mexicanas. Encontramos equipes qualificadas e motivadas, trabalhando em rede para promover a justiça social e o desenvolvimento comunitário em seus territórios.”

     

    Comentou Willian Narzetti, gerente executivo do ICOM.  Felipe Groba, líder do Transformando Territórios, complementa, lembrando que o encontro contribuiu para a identificação de oportunidades de desenvolvimento para as FICs brasileiras em diferentes níveis de maturidade.

     

    Comentários dos participantes:

    Felipe Insunza Groba – Gerente de Projetos do IDIS.

     

    “Para o Programa Transformando Territórios foi fundamental estar com a delegação brasileira nesses momentos para identificarmos oportunidades de desenvolvimento para as Fundações e Institutos Comunitários Brasileiros em diferentes níveis de maturidade, além de aprender com a experiência de outros países.”

     

    Robson Bitencourt –  Gerente do Programa de Desenvolvimento Territorial de Serra Grande e entorno da Tabôa Fortalecimento Comunitário.

     

    “A viagem ao México foi uma imersão de observação, aprendizado e troca de conhecimento pelo campo da filantropia com outras fundações das Américas. Importante ampliar as percepções sobre as similaridades e diferenças do que fazemos com o que outras organizações também têm feito, assim como os desafios e as oportunidades. Ficou a impressão de que temos campo para aumentar o trabalho em rede e potencializar nossas ações.”

     

    Willian Narzetti –   Gerente Executivo do ICOM.

    “A experiência de participar do encontro foi enriquecedora. As plenárias e mesas redondas possibilitaram que as fundações comunitárias apresentassem suas experiências e desafios em questões prioritárias para o campo. Muitas iniciativas e soluções apresentadas têm potencial de inspirar, com as devidas adaptações, ações no território que atuamos. Articulamos novas conexões, que serão melhor exploradas no pós evento. As visitas técnicas às fundações comunitárias das cidades de Cuernavaca e Malinalco reforçaram as similaridades entre o Brasil e o México, promovendo inúmeros insights e possibilidades entre as organizações brasileiras e mexicanas. Encontramos equipes qualificadas e motivadas, trabalhando em rede para promover a justiça social e o desenvolvimento comunitário em seus territórios. A viagem reforça a missão do ICOM, fundação comunitária pioneira que há 17 anos vem promovendo o desenvolvimento comunitário em Santa Catarina, mobilizando, articulando e apoiando investidores sociais e ações coletivas de interesse público.”


     

    Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

    Saiba mais sobre o progama Transformando Territórios e os Institutos que fazem parte da iniciativa, e assista nossa playlist do programa.

    Nova edição da Pesquisa Doação Brasil acompanha evolução do tema

    A Pesquisa Doação Brasil tem como objetivo avaliar a percepção e a prática de doação dos brasileiros. A primeira edição foi realizada em 2015, quando não havia qualquer dado sobre o comportamento do doador individual. A pesquisa nos permitiu identificar que 46% da população brasileira, naquele ano, havia feito alguma doação em dinheiro para organizações sociais, e a projeção do volume total doado por pessoas físicas foi de R$ 13,7 bilhões. Desde então, consolidou-se como a principal fonte sobre este tema no país, permitindo identificar o perfil do doador, motivações, a causas preferidas, a percepção sobre as doações, as barreiras para a doação, entre outros aspectos que contribuem para compreendermos este cenário.

    Entrevista da CEO do IDIS, Paula Fabiani, ao Jornal Nacional sobre a Pesquisa Doação Brasil 2020

    Entrevista da CEO do IDIS, Paula Fabiani, ao Jornal Nacional sobre a Pesquisa Doação Brasil 2020

    Prevista para ser realizada a cada cinco anos, a segunda edição aconteceu em 2020, coincidindo com o início da pandemia de Covid-19 e com o agravamento da crise socioeconômica, que já vinha afetando o país. Naquele ano, o volume total de doações caiu para R$ 10,3 bilhões e a participação da população também foi reduzida, posto que pessoas que antes doavam, passaram à categoria de beneficiários. Por outro lado, a percepção sobre a doação e o papel transformador das organizações sociais cresceu, apontando para o fortalecimento da cultura de doação. Importante notar também, que entre 2015 e hoje, a tecnologia evoluiu muito no sentido de facilitar as doações, agentes de peso começam a entrar no ‘jogo’, como o iFood, a cobertura da imprensa tem sido intensa e há uma crescente identificação das pessoas com causas.

    Essas transformações levaram a um debate sobre a periodicidade da pesquisa. Os dados são fonte para a incidência do campo, para o debate sobre políticas públicas, para planejamentos de captação de recursos por organizações. A prática mostrou a importância de acompanharmos mais de perto a evolução, e trazer insights que contribuam para a tomada de decisão. A partir de agora, a Pesquisa Doação Brasil passa a ser bienal e a próxima edição refletirá o ano de 2022.

    Em sua terceira edição, a Pesquisa Doação Brasil é uma iniciativa do IDIS e da CAF – Charities Aid Foundation. A captação para o projeto está aberta, sendo que a Raízen já confirmou o primeiro apoio.

    Deseja apoiar a realização deste estudo e contribuir para a Cultura de Doação no Brasil? Entre em contato via comunicacao@idis.org.br e saiba mais informações.

    Conhecimento IDIS: retrospectiva 2022

    A geração e disseminação de conhecimento é um dos pilares para o atingimento da missão do IDIS. Por meio de publicações, notas técnicas, artigos, cursos, capacitações e eventos, inspiramos, apoiamos e ampliamos o investimento social privado (ISP) e seu impacto no Brasil.

    Em 2022, chegamos a quase 68 mil pessoas por meio de 36 novos conteúdos,  abordando aspectos distintos relacionados ao ISP e Cultura de Doação. A produção foi intensa e envolveu muitas mãos, não só da equipe, mas também de inúmeros especialistas e parceiros que se juntaram a reflexões sobre os nossos tempos e à sistematização de experiências. Agradecemos a todos e todas e também aos nosso apoiadores, que nos permitiram que tirássemos projetos do papel!

    Neste artigo, selecionamos os destaques do ano, entendendo que pode ser uma rica fonte de pesquisa. 

    Investimento Social Privado

    Buscando contribuir com a tomada de decisão dos filantropos, o IDIS lançou a publicação Perspectivas para a Filantropia Brasileira 2022. A seleção dos tópicos foi feita a partir da vasta experiência do IDIS no apoio a investidores sociais privados. O documento traz oito perspectivas relevantes e que devem ser considerados pelos filantropos na hora de planejar suas doações.

     

     

     

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      Destaque neste tema é também o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. Sua 11° edição aconteceu em formato híbrido e reuniu 1.125 convidados. Foram 14 sessões ao longo do dia, com a participação de 41 palestrantes e 18 anfitriões de mesas temáticas. Como em outros anos, todo o conteúdo foi gravado e encontra-se disponível em uma playlist em nosso canal do YouTube.

       

      Fórum de Filantropos e Investidores Sociais 2022

       

      Cultura de Doação

      Os voluntários são essenciais para que organizações da sociedade civil atinjam suas missões e, durante a pandemia, fizeram a diferença e impactaram positivamente a vida de milhares de pessoas. Em sua terceira edição, a Pesquisa de Voluntariado no Brasil 2021 buscou responder algumas questões sobre os indivíduos: Qual o perfil do voluntário no Brasil? Em quais atividades atuam? Como a pandemia realmente influenciou a atuação dessas pessoas? Quais as causas que mais recebem atenção do trabalho voluntário?

      Entre os achados, 56% da população adulta diz fazer ou já ter feito alguma atividade voluntária na vida. Em 2011, esse número representava 25% da população e, em 2001, apenas 18%. 

       

       

       

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        Como representantes da CAF no Brasil, o IDIS também trabalhou na adaptação e tradução de conteúdos da organização, como o Brasil Giving Report e o World Giving Index.

        A nova edição do World Giving Index, aqui traduzido como Ranking de Solidariedade, realizado pela Charities Aid Foundation (CAF), cria um ranking a partir de três perguntas: você ajudou um estranho, doou dinheiro a uma organização social ou fez algum tipo de trabalho voluntário no mês passado?. O estudo avalia 119 países e indica seus níveis de solidariedade.

        Neste ano, o Brasil atingiu seu recorde, ocupando a 18° posição no ranking, uma escalada de 36 posições em relação a edição de 2021, quando ocupava a 54° posição. A Indonésia permanece como país mais generoso do mundo pelo quinto ano consecutivo.

         

         

         

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          Filantropia Corporativa e agenda ESG

          Não há dúvida de que a Agenda ESG está em pauta, mas ainda há muitas dúvidas sobre seu pilar social. Em estudo realizado pelo BNP Paribas – um dos maiores bancos da Europa, 51% dos investidores entrevistados indicaram que o “S” é fator mais difícil de se analisar e incorporar a estratégias corporativas. Métricas, protocolos, índices começaram a ser criados e, em 2023, o IDIS somou a este debate, trazendo conteúdos que abordam a relação com o Investimento Social Privado.

          Em maio de 2022, realizamos o 1° Seminário ESG e o Investimento Social Privado. Em uma manhã, foram debatidos temas como parâmetros e indicadores de avaliação, ISP e finanças híbridas. O evento foi transmitido ao vivo e contou com a presença online de 680 pessoas. Você pode assistir todos os debates em nosso canal do Youtube. Confira.

          A nota técnica ESG e o “S” brasileiro apresenta a crescente popularidade da pauta ESG entre investidores e empresas e questiona: se tratando de Brasil, será que estamos pensando na pauta ESG com as especificidades e prioridades que exige o nosso país? Já o artigo O “S” do ESG não rá evoluir sem dialogar com a sociedade civil organizada, publicado originalmente no Valor, complementa as reflexões.

          Filantropia Comunitária

          O IDIS, em parceria com a C.S Mott Foundation, deu continuidade ao programa Transformando Territórios, que fomenta o desenvolvimento de fundações e institutos comunitários (FICs) no Brasil.

          Em 2022, a parceria promoveu também o 1° Seminário Transformando Territórios. O evento reuniu um público diverso para debater e aprofundar o conhecimento sobre um importante tema: a filantropia comunitária e os desafios e perspectivas para seu desenvolvimento no Brasil.

          Assista todas as sessões aqui.

          Audiência no Seminário Transformando Territórios

          Fundos Patrimoniais

          O IDIS defende a agenda dos fundos patrimoniais há mais de uma década e o investimento na produção de conhecimento é fundamental para o fortalecimento do mecanismo no Brasil.

          A publicação “Panorama dos Fundos Patrimoniais no Brasil” é um levantamento inédito que apresenta dados de 52 fundos patrimoniais ativos e 6 em processo de planejamento ou estruturação espalhados por nove estados e dedicados a 19 causas diferentes. O material foi desenvolvido pelo IDIS, que há mais de uma década tem investido em uma ação de advocacy pela regulamentação dos Fundos Patrimoniais no Brasil.

          O material surge em contexto de amadurecimento da temática, após a aprovação da Lei que regulamentou os fundos patrimoniais, em janeiro de 2019. Você pode baixar o Panorama dos Fundos Patrimoniais, gratuitamente, aqui.

           

           

           

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            Como seguimento da temática dos Fundos Patrimoniais, o IDIS também publicou, mais tarde em 2022, o “Anuário de Fundos Patrimoniais no Brasil”. A publicação conta com informações inéditas sobre fluxo de caixa (patrimônio, doações recebidas, investimentos na causa e resgates para manutenção própria); alocação dos investimentos; rentabilidade dos investimentos; e estrutura da governança (com dados sobre a presença de membros independentes e participação feminina). Participaram 40 fundos do levantamento.

             

             

             

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              O IDIS também produziu muitos outros conteúdos ao longo de 2022, confira:

              Mais que doador, cidadão

              Legisladores, é hora de fomentar os fundos patrimoniais no Brasil

              Brasil, um país cada vez mais voluntario

              Voluntariado no Brasil, uma década de transformação

              Como entender dados sobre doações de indivíduos no Brasil

              Digital for Good: estudo global sobre modelos emergentes de doação

              O que são ODS e o que eles têm a ver com impacto social

              ESG, RSC e ISP: o que significa e como as siglas se relacionam

              Investimento Social: 6 passos para estruturá-lo em uma empresa

              Com confiança e estratégia, a solidariedade é ainda mais forte!

              Ampliação do uso dos incentivos fiscais pelos doadores

              Filantropia, colaboração e estratégias de longo prazo: perspectivas para o ivestime

               

              Vaga para Gerente Sênior de Gestão da Doação

              O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para profissionais com experiência na área de Gestão de Doação.

              Para fortalecer nossa atuação em projetos, buscamos um(a) Gerente de Projetos para a área de Gestão da Doação que apoie no gerenciamento de nossas iniciativas nesta área. A pessoa será responsável por liderar e gerir a área e equipe.  Essa função envolverá implementação de novas metodologias, desenvolvimento do time, pesquisa e produção de conteúdo, relacionamento com clientes, prospecção de novos negócios, entre outras atividades.

              Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se. 

              RESPONSABILIDADES E OPORTUNIDADES

                • Liderar a formulação e a gestão de Editais, desde o planejamento, seleção, formalização, monitoramento e entrega de resultados para os clientes;
                • Realizar a gestão estratégica e operacional/financeira de Fundos Filantrópicos;
                • Definir indicadores de monitoramento e avaliação de processos, resultados e impacto de organizações e projetos;
                • Gerenciar o controle, monitoramento e avaliação de prestação de contas financeiras e técnicas ligadas às doações, fundos filantrópicos e editais;
                • Gerenciar o relacionamento com clientes, parceiros e doadores;
                • Zelar pelo cumprimento do cronograma e orçamento previstos para os projetos;
                • Desenvolver e gerir propostas e projetos ligados às áreas de Consultoria, Impacto e Conhecimento;
                • Planejar, elaborar e conduzir apresentações e capacitações presenciais e virtuais em temas correlacionados a Investimento Social Privado, como Sustentabilidade, ESG, Governança, entre outros;
                • Efetuar a gestão de pessoas de equipes multidisciplinares;
                • Manter os conhecimentos e aprendizados oriundos dos projetos de forma organizada e acessível;
                • Promover a aprendizagem e compartilhamento de conhecimento técnico com a equipe do IDIS;
                • Contribuir ativamente na prospecção de novos projetos e parcerias;
                • Representar o IDIS em eventos e reuniões, sempre que necessário;

              REQUISITOS

                • Experiência comprovada de pelo menos 10 anos em planejamento e gestão de projetos;
                • Conhecimentos avançados sobre estratégias, políticas e práticas de Investimento Social Privado, Sustentabilidade, ESG e Investimento de Impacto;
                • Domínio de metodologias para elaboração de análise diagnóstica, planejamento estratégico e plano de ação;
                • Capacidade analítica, estratégica e de raciocínio lógico;
                • Capacidade de organização e pró atividade;
                • Habilidade para contato social, postura e boa comunicação verbal e escrita;
                • Fluência em inglês (linguagem oral e escrita);
                • Conhecimentos intermediários de espanhol (linguagem oral e escrita).

               

              BENEFÍCIOS

              Contratação PJ
              Início em fevereiro de 2023
              Remuneração mensal – A combinar
              Tipo de trabalho – Híbrido: Combinação de presencial e remoto, com disponibilidade para viajar.

              INSCRIÇÃO

              Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 14 de fevereiro de 2023.

              SOBRE NÓS

              Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

              Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

                             

              Coalizão pelos Fundos Filantrópicos atinge 100 signatários para avanço da pauta no Brasil

              Depois de conquistar a sanção da Lei dos Fundos Patrimoniais,
              grupo apresenta demandas para aprimorar o sistema regulatório em 2023

               

              Com cinco anos de atuação, a Coalizão pelos Fundos Filantrópicos atinge a marca de 100 signatários, reunindo um grupo multissetorial de empresas, fundações e institutos familiares e empresariais, organizações da sociedade civil e indivíduos que apoiam a regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil. A iniciativa de advocacy, liderada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, busca a melhoria de um sistema regulatório favorável para endowments.

              Entre as principais conquistas da articulação, estão a sanção da Lei 13.800, conhecida como a Lei dos Fundos Patrimoniais, em 2019. Desde então, mais de 30 fundos patrimoniais foram criados em prol das mais distintas causas e, de acordo com Panorama dos Fundos Patrimoniais no Brasil, lançado em abril de 2022, os 52 endowments ativos atualmente somam R$ 78,8 bilhões em patrimônio.

              Em 2023, o grupo segue mobilizado para apoiar e promover a articulação necessária para que o Brasil tenha uma legislação que regulamenta os incentivos fiscais para as doações e a tributação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, como forma de acelerar a adoção do mecanismo. Conheça as prioridades para o aprimoramento do ambiente legal:

              Evento de lançamento do Panorama dos Fundos Patrimoniais no Brasil, um dos materiais produzidos ao longo de 2022.

              • Ampliação de incentivos fiscais: aprovação do PLC 158/17

               

              O Projeto de Lei busca complementar a Lei 13.800/2019 e propõe incentivos fiscais para todas as causas, que traz incentivos apenas para a área da cultura. Em tramitação no Senado há 4 anos, o projeto prevê a ampliação do acesso a incentivos fiscais já presentes no ordenamento jurídico e subutilizados para fundos patrimoniais. Além disso, o PLC traz normas interpretativas da aplicação da legislação tributária atual e cria o incentivo fiscal de imposto de renda sobre aplicações financeiras.

              O projeto aproxima a legislação brasileira à internacional, garantindo segurança jurídica à tributação das Organizações Gestoras de fundos, com normas interpretativas, e desonerando o Fundo Patrimonial do Imposto de Renda sobre aplicação financeira, com a aplicação de norma isentiva já existente para os fundos de pensão.

              Saiba mais: https://www.idis.org.br/legisladores-e-hora-de-fomentar-os-fundos-patrimoniais-no-brasil/

               

              • Instrução normativa à Lei Rouanet: benefícios para fundos patrimoniais filantrópicos voltados para a área da Cultura

               

              Após aprovação da Lei 13.900 em 2019, a Coalizão buscou diálogo com a Secretaria de Cultura à época para regulamentar os incentivos fiscais para os fundos patrimoniais voltados à cultura. Com a mudança de Governo e restabelecimento do Ministério da Cultura, intensificamos a demanda para que a instrução normativa seja aplicada.

              A Lei que regulamentou os Fundos Patrimoniais Filantrópicos trouxe o benefício fiscal previsto na Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, para as doações de propósito específico a Fundos Patrimoniais que beneficiem a causa da cultura.

              As organizações da área da cultura, porém, não conseguem exercer o direito que lhes foi conferido pela Lei 13.800, pois ainda não houve a regulamentação deste incentivo fiscal, por parte da Secretaria da Cultura, com o estabelecimento de orientações para a apresentação de projetos culturais.

              A regulamentação é urgente para alavancar a criação ou a ampliação de Fundos Patrimoniais voltados à cultura como apoio a museus, por exemplo. Os fundos patrimoniais são uma resposta à falta de recursos para a manutenção de equipamentos culturais, tão importantes para a preservação e divulgação da nossa história e cultura.

              Saiba mais: https://www.idis.org.br/carta-aberta-ao-ministerio-do-turismo-e-a-secretaria-da-cultura/

               

              • Disseminação do conceito de Filantropização via Privatização (Philanthropication through Privatization – PtP)

               

              Ainda pouco difundido no contexto brasileiro, busca-se divulgar mais a prática de destinar recursos a fundos patrimoniais a partir de operações de privatizações, concessões, acordos de leniência, termos de ajustes de conduta e outras fontes alternativas de recurso. Tal prática possui alto potencial para aporte em fundos patrimoniais no apoio às mais diversas causas e fortalecimento da sociedade civil.

              Saiba mais: https://www.idis.org.br/publicacoesidis/filantropizacao-via-privatizacao/

              SOBRE A COALIZÃO PELOS FUNDOS FILANTRÓPICOS

              A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos é grupo multisetorial composto por 100 signatários, entre organizações da sociedade civil, empresas e pessoas que apoiam o aprimoramento da regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil, além da produção de conhecimento.

              Lançada em junho de 2018, a Coalizão é liderada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, tem apoio jurídico do PLKC Advogados. São parceiros master Itaú Asset Management e Santander, e parceiros pleno Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e Movimento Bem Maior.

              Quer fazer parte da Coalizão? Entre em contato por comunicacao@idis.org.br.

              Saiba mais: idis.org.br/coalizao/

              Empresas brasileiras não estão preparadas para responder a situações emergenciais

              Por Andrea Hanai, gerente de projetos no IDIS e Paula Gonçalo, coordenadora de projetos no IDIS

              Cerca de 25% das mortes por chuvas no Brasil nos últimos 10 anos ocorreram em 2022 e investidores sociais devem se preparar mais do que nunca para situações de emergência

              Entre janeiro de 2013 e abril de 2022, os desastres naturais causaram R$341,3 bilhões de prejuízos em todo o Brasil, isso é o que dizem os dados de um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). O estudo demonstra, também, que apenas nos primeiros três meses de 2022, cerca de oito milhões de brasileiros já haviam sido afetados por algum tipo de catástrofe ambiental.

              Ainda falando de números, outro dado alarmante para o assunto vem do relatório de transição governamental divulgado no fim de dezembro de 2022. Nele consta que o dinheiro público reservado para “o apoio a obras emergenciais de mitigação para redução de desastres” foi reduzido de R$ 2,57 milhões para míseros R$ 25 mil, tornando-se um dos gargalos orçamentários para 2023.

              Nesse contexto, a solidariedade tem movido indivíduos e empresas em torno de campanhas emergenciais que buscam ajudar comunidades mais afetadas por desastres naturais por meio da doação de alimentos, roupas, medicamentos, etc, tendo no Investimento Social Privado uma alternativa complementar aos recursos públicos. O reduzido volume de recursos financeiros disponíveis e, principalmente, a falta de coordenação e planejamento estratégico das ações, mostram que há uma enorme lacuna entre as demandas sociais e a capacidade de resposta de investidores sociais privados a essas tragédias, que aumentam em frequência e gravidade a cada ano.

              Por definição, de acordo com o ISDR – International Strategy for Disaster Reduction, o “desastre” é uma “séria interrupção no funcionamento de uma comunidade ou sociedade, com impactos sobre pessoas, bens, economia e meio ambiente, que excede a capacidade dos afetados para lidar com a situação mediante o uso de seus próprios recursos.” A pandemia da Covid-19, desastre de proporções globais, revelou o importante papel que as empresas podem assumir nos esforços para o enfrentamento de situações de emergência, por exemplo.

              Segundo o Ranking de Doações Corporativas 2020, produzido pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, as dez empresas que mais realizaram doações e patrocínios no mundo, destinaram em 2020 mais de US$ 4 bilhões a ações de enfrentamento à Covid-19 – o equivalente a cerca de R$ 20 bilhões. Enquanto isso, no Brasil, os dez maiores doadores corporativos destinaram mais de R$ 3 bilhões para o combate à pandemia.

              Enchentes no Estado da Bahia em dezembro de 2021 .Foto: Isac Nóbrega/PR

              Por outro lado, esses números contrastam com o que se vinha observando como tendência em investimento social privado empresarial voltado para situações ocasionadas por desastres. De acordo com o estudo Measuring the State of Disaster Philanthropy, realizado pelo Candid & Center for Disaster Philanthropy, em 2019, ainda que 70% das empresas tenham reportado que a resposta a desastres é extremamente importante, o volume destinado a essa atuação vem diminuindo ano a ano, demonstrando que esse tipo de filantropia é visto pelas empresas como pouco estratégica.

              Esse mesmo estudo mostra que, de fato, a atuação da filantropia e do investimento social privado poderia ser mais estratégica. Mais da metade dos recursos voltados a emergências são direcionados para a resposta imediata e alívio do choque inicial causado pelo desastre, enquanto somente 20% das doações apoia as comunidades a se tornarem mais resilientes, promovendo a redução e mitigação do risco e o preparo e prontidão para as situações emergenciais.

              O estudo “A purpose-action framework for Corporate Social Responsibility in times of shock”, desenvolvido por Francisco Javier Forcadell e Elisa Aracil, corrobora com esses dados. Ele analisou a atuação de 218 empresas na Espanha durante as primeiras semanas da Covid-19 no país e as classificou em 4 categorias (simbólica, seletiva, reativa e solidária). Isso de acordo com o desempenho das empresas nas duas principais dimensões consideradas críticas à efetividade de intervenções corporativas em situações emergenciais: o escopo da intervenção e o tempo de resposta.

              Empresas classificadas como simbólicas ou reativas possuem um tempo de resposta bastante lento mas se diferem pelo escopo da atuação, sendo a simbólica bastante restrita e a reativa bastante ampla, com maior senso de responsabilidade social. Já as classificações seletiva e solidária categorizam empresas com rápido tempo de resposta a situações emergenciais. Sendo a seletiva restrita em relação ao escopo de atuação, preferindo em geral atuar apenas quando há necessidade de apoio imediato e, em contrapartida, a solidária que olha amplamente para o escopo de atuação, se permitindo maior flexibilidade e fomentando a proatividade e inovação. De acordo com a pesquisa, 42% das empresas tiveram uma atuação ‘seletiva’, ou seja, agiram rapidamente, mas com escopo bastante reduzido e de forma menos estratégica, limitando o potencial das ações de gerar impactos mais transformadores junto ao público beneficiado.

              Cidade de Petrópolis em fevereiro de 2022 após deslizamentos | Foto: Clauber Cleber Caetano /PR

              É necessário que as empresas ampliem sua visão sobre situações emergenciais, repensando a estratégia de seu investimento social privado no apoio à sociedade. Há espaço para uma atuação de maior impacto nos médio e longo prazos, que não só ampare as comunidades no momento da tragédia, mas que busque também sua resiliência e preparo para o enfrentamento dessas tragédias, bem como sua recuperação e reconstrução. E para tanto, as empresas precisam garantir estruturas, políticas e governança claras que funcionem com agilidade em casos de emergência, garantindo que as atuações sejam efetivas e o tempo de resposta menor.

              É fato de que devemos atuar para prevenir as consequências desastrosas de chuvas, desabamentos ou incêndios. Mas é fato também que eles virão, e terão consequências desastrosas na vida de milhares de pessoas. Você está preparado para fazer a sua parte?

              Podcast “Descubra Sua Causa” aborda causas socioambientais e estimula cultura da doação

              Visando incentivar o autoconhecimento como ferramenta de transformação do mundo, o podcast Descubra Sua Causa investiga as razões que levam as pessoas a se envolverem em causas socioambientais e estimula os ouvintes a descobrirem as causas que mais os sensibilizam.

              O projeto é uma iniciativa do Instituto Mol com apoio do Movimento Bem Maior e do Instituto Mandarina. Ao total, serão 10 episódios destrinchando diferentes temas como direitos humanos, promoção do esporte e da educação, lutas identitárias e antirracismo, com conversas que incluem representantes de OSCs que trabalham em prol de cada uma das causas abordadas.

              Os episódios são publicados semanalmente. Você pode acessar os conteúdos já disponíveis aqui.

              O podcast é inspirado e da continuidade ao teste online e gratuito Descubra Sua Causa que, por meio de perguntas que avaliam aspectos da personalidade dos respondentes, identifica suas causas prioritárias e indica caminhos práticos para exerce-la. Faça o teste.

              Publicações do IDIS são selecionadas para integrarem Biblioteca do Congresso Americano

              A Pesquisa Doação Brasil e o Panorama de Fundos Patrimoniais, livros desenvolvidos pelo IDIS foram selecionados para integrarem a Biblioteca do Congresso Americano. Os materiais foram publicados em 2020 e 2022, respectivamente.

              A entidade é a maior biblioteca do mundo, possuindo uma coleção com milhões de livros, filmes e vídeos, áudios, fotos, jornais, mapas e manuscritos. A Biblioteca do Congresso Americano está localizada em três edifícios em Washington D.C e é a instituição cultural mais antiga dos Estados Unidos.

              O IDIS está presente no acervo da Biblioteca desde 2020, quando enviamos as cópias dos livros IDIS: 20 anos acreditando na força do Investimento Social Privado e Fundos Patrimoniais Filantrópicos – Sustentabilidade para causas e organizações.

              O que são ODS e o que eles têm a ver com impacto social

              Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ou ODS, essa sigla soa conhecida para você? Saberia explicar o que ela representa para o mundo e para a sociedade? Pois bem, vamos lá: em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), composta por 193 Estados-membros da ONU definiu metas mundiais para que ‘ninguém no mundo fosse deixado para trás’. 

               

              Partindo de quatro principais dimensões: social, ambiental, econômica e institucional, os ODS defendem que é necessário levar o mundo a um caminho sustentável com medidas transformadoras. Assim, foram definidos  17 objetivos e 169 metas globais interconectadas, a serem atingidos até 2030 – a , como ficou conhecida, “Agenda 2030”.   

               

              Na Agenda estão previstas ações nas áreas de erradicação da pobreza, segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, e tantas outras temáticas. Há questões que dependem da ação de  governos  e grandes empresas globais, mas há recomendações também mais específicas, com um olhar voltado  às comunidades e especificidades de cada local do mundo.

               

              Como surgiram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável?

              Para responder a essa questão, precisamos primeiramente contextualizar a Agenda 2030. Ela  surgiu de um processo global participativo de mais de dois anos, iniciado em 2013 e coordenado pela ONU, no qual governos, sociedade civil, iniciativa privada e instituições de pesquisa contribuíram através da Plataforma ‘My World’. 

               

              Sua implementação teve início em janeiro de 2016, dando continuidade à Agenda de Desenvolvimento do Milênio (2000-2015). Para atingir objetivos tão ousados, o plano de ação foi pensado em quatro frentes principais:

               

              • A primeira foi a construção de uma declaração, onde foi documentada a visão, os princípios e os compromissos da Agenda 2030. De acordo com a própria ONU “a visão é ambiciosa e transformadora, porque prevê um mundo livre dos problemas atuais, como pobreza, miséria, fome, doença, violência, desigualdades, desemprego, degradação ambiental, esgotamento dos recursos naturais, entre outros.”
              • O segundo passo, foi a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Esses 17, citados anteriormente neste artigo, abrangendo as dimensões ambiental, econômica e social do desenvolvimento sustentável.

              Até aqui, parece semelhante ao que se espera de ações de impacto social positivo por parte dos diferentes atores sociais, não? Seguindo:

               

              O terceiro passo do plano foca no acompanhamento e avaliação da Agenda 2030, “fundamentais para a sua implementação e deverão ser feitos sistematicamente nos níveis global, regional e nacional”, de acordo com o documento. Por fim, o quarto ponto prevê a implementação desses objetivos e, para tal, definiu metas que tratam dos meios necessários para a execução da Agenda. Coincidentemente, são os mesmos previstos no Objetivo 17, dos ODS.

               

              Saiba mais: como medir o impacto de projetos socioambientais?

               

              Quais são os ODS?

              De acordo com a descrição da ONU sobre o objetivo principal de cada ODS, ele são: 

              01 – Erradicação da pobreza: acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.

              02 – Fome zero e agricultura sustentável: acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.

              03 – Saúde e bem-estar: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.

              04 – Educação de qualidade: assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

              05 – Igualdade de gênero: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

              06 – Água limpa e saneamento: garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.

              07 – Energia limpa e acessível: garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos.

              08 – Trabalho decente e crescimento econômico: promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.

               

              09 – Indústria, inovação e infraestrutura: construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.

              10 – Redução das desigualdades: reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles.

              11 – Cidades e comunidades sustentáveis: tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

              12 – Consumo e produção responsáveis: assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.

              13 – Ação contra a mudança global do clima: tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.

              14 – Vida na água: conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares, e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.

              15 – Vida terrestre: proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da Terra e deter a perda da biodiversidade.

              16 – Paz, justiça e instituições eficazes: promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

              17 – Parcerias e meios de implementação: fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

              Acessando o site dos objetivos de desenvolvimento no Brasil, você ainda consegue acompanhar o andamento do Brasil em cada um desses objetivos. No objetivo 14, por exemplo, que diz respeito à vida na água, o Brasil de 10 indicadores, conseguiu produzir até o momento apenas 1.

               

              ODS e Impacto social, como se relacionam?

              Antes de mais nada, é importante conceituar o que estamos considerando como “impacto social”. Do latim impactus, o impacto é o efeito diretamente atribuível a uma ação ou a consequência de determinado esforço para atingir um fim estabelecido.

               

              No contexto de programas, projetos ou investimentos sociais, o impacto é simplesmente o conjunto de mudanças produzidas pela intervenção. Estas mudanças podem ser intencionais e não intencionais, positivas e negativas, diretas e indiretas.

               

              Sendo assim, é importante compreender que o impacto pode ser mais amplo do que os objetivos declarados de uma intervenção ou negócio, o que afeta seu processo de medição e valoração.

               

              O que ocorre é que impactos sociais são muitas vezes subjetivos e difíceis de se mensurar. Essa complexidade representa um grande desafio para projetos e negócios sociais, que, na sua maioria, acabam não tendo seus impactos – suas intervenções, ou mudanças –  avaliados.

               

              Aqui entram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Oficialmente, os ODS não são uma métrica de avaliação e mensuração de impacto social, entretanto eles ajudam empresas, projetos e organizações a criarem um norte para as ações, considerando esses objetivos e indicadores.

               

              No fim do dia, os ODS e o impacto social estão buscando um mesmo fim que é mudar positivamente, de certa forma, a realidade de uma sociedade, melhorando seu dia a dia, vida, sustentabilidade e economia.

               

              Quer aprofundar-se ainda mais no assunto? Leia “Filantropia e os ODS”, Ebook produzido pela Rockfeller Philanthropy Advisors

              Monitoramento e Avaliação: ferramenta para mensurar e avaliar a efetividade de projetos sociais. Conheça os principais cases de sucesso. 

              O que é filantropia?

              Filantropia é um conceito antigo, cujo significado vem se transformando ao longo dos séculos. A expressão é formada por duas palavras gregas. A primeira é filos, que quer dizer afeição, amor. E a segunda é antropo, que quer dizer homem, humanidade. Portanto, ao pé da letra, filantropia é ‘amor pela humanidade’.

              No decorrer do tempo, porém, passamos a entender filantropia como ‘ações realizadas em favor do próximo, ou do bem público’. Talvez você esteja se perguntado: por que não chamamos de filantropo todo mundo que faz doações, que faz trabalho voluntário, que doa bens, enfim, que ajuda os outros?

              Porque existe uma diferença entre quem pratica a caridade e quem faz filantropia. As pessoas que praticam a caridade estão buscando aliviar o sofrimento dos outros, enquanto a tendência da filantropia é tentar resolver o problema que está causando o sofrimento.

              Conheça aqui as Perspectivas da Filantropia no Brasil 2022

              Como solucionar a origem do problema quase sempre exige mais recursos e mais tempo, os ‘chamados’ filantropos costumam ser pessoas com maior poder aquisitivo. Por isso, quando pensamos em filantropos, logo lembramos dos grandes milionários. Um dos maiores exemplos atuais de filantropo é Bill Gates, criador da Microsoft, que destinou mais de 50 bilhões de dólares para a Fundação Bill e Melinda Gates. Antes dele, houve diversos outros, talvez o mais famoso seja John D. Rockefeller, mais conhecido simplesmente como Rockefeller, que construiu sua fortuna na indústria do petróleo, fez vultuosas doações e criou a Fundação Rockefeller.

               

              Filantropia no Brasil

              Aqui no Brasil também temos grandes filantropos, ainda que não cultivemos o costume de falar muito a respeito. Um deles é Guilherme Leal, fundador da Natura e de diversas organizações sociais que cobrem as várias causas apoiadas por ele. Outro filantropo brasileiro é Jorge Paulo Lemann, um dos sócios da Ambev, que também criou diversas organizações sociais. Mais recentemente, Elie Horn, fundador da construtora Cyrela, tem surgido como um grande filantropo. Ele foi o primeiro brasileiro a assinar o Giving Pledge, uma declaração de que vai doar, em vida, pelo menos metade de sua fortuna. O Giving Pledge é uma iniciativa lançada por Bill Gates e Warren Buffet, em 2010, que convida bilionários a se comprometerem a doar, no mínimo, 50% de suas riquezas antes da morte. Até outubro de 2021, a iniciativa contava com 224 assinaturas.

              Estamos falando sobre pessoas, mas também existe a filantropia corporativa. Em 2020, o Banco Itaú doou R$ 1 bilhão para ajudar no combate à pandemia. É menos comum vermos doações realizadas pelas empresas com um caráter exclusivamente espontâneo e humanitário. As companhias costumam fazer doações estratégicas, alinhadas com sua atuação empresarial ou com públicos de interesse. Mas na pandemia também as empresas precisaram mobilizar em ações assistenciais.

               

              Filantropia e Caridade: diferenças e semelhanças

              De um modo geral, caridade e filantropia formam uma excelente dobradinha. Uma traz o alívio imediato e a outra trabalha para resolver o problema no longo prazo. E sempre foi assim ao longo da história. A primeira entidade filantrópica no Brasil foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, fundada em 1543. Naquela época, a caridade e a filantropia estavam fortemente concentradas na Igreja Católica, e permaneceu desse modo, aqui no Brasil, até o século XX, quando ocorreu a separação da Igreja e do Estado, e o surgimento de associações, sindicatos e partidos para defesa dos interesses da sociedade. Essas entidades foram evoluindo e se transformando. Surgiram as Organizações Não Governamentais, conhecidas como ONGs e, que, hoje em dia, são chamadas de OSCs, ou seja, Organizações da Sociedade Civil.

               

              Para que serve a filantropia?

              Todas essas instituições não têm fins lucrativos e trabalham para defender os interesses da sociedade em diversos campos, desde Saúde e Educação, até Cultura e Meio Ambiente. Para viver e funcionar, elas contam com as doações dos filantropos, das empresas e, eventualmente, de recursos advindos do governo. De acordo com Censo Gife 2018, as doações filantrópicas de institutos, fundações e empresas totalizaram R$ 3,5 bilhões naquele ano. Mas esse número foi muito mais alto em 2020, quando empresas doaram mais de R$ 6 bilhões apenas para o enfrentamento da pandemia de COVID-19, segundo levantamento feito pelo Monitor das Doações.

              O longo período de instabilidade que o Brasil atravessou na última década prejudicou bastante o crescimento da filantropia. Mas a onda de solidariedade e empatia, gerada pela pandemia, pode ter virado esse jogo, mostrando a doadores e filantropos, que a responsabilidade por construir uma sociedade melhor para todos e todas está nas mãos de cada um de nós.

              Por Andrea Wolffenbuttel, consultora associada do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. 

              O IDIS promove anualmente o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira.

              No evento a discussão sobre filantropia e investimento social é ampliada e agregada com diversas temáticas que tangem a sociedade. Filantropos, especialistas e grandes investidores sociais contribuem com o debate.

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              Quer saber mais sobre o tema? Conheça as Perspectivas da Filantropia no Brasil 2022