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Relatório de atividades 2024: investimento social é coisa de muita gente!

Todos os dias, trabalhamos para promover um presente e futuro melhor para esta e para as próximas gerações. Sonhamos, planejamos, agimos e colaboramos na construção de um mundo mais justo, doador e solidário. Mas este foi um ano mais que especial para o IDIS.

Completamos 25 anos, uma oportunidade de celebrar nosso passado, reconhecer conquistas, aprendizados e, principalmente, as pessoas que fazem parte dessa história. Inspirados pelo tema Investimento Social é coisa de gente, guiamos nossas comemorações com uma campanha que refletiu o que há de mais essencial em nossa atuação.

Seja entre iniciativas internas ou em colaborações com outras organizações do setor, a coletividade deu propulsão à nossa atuação baseada no tripé de geração de conhecimento, consultoria e projetos de impacto. Durante esse caminho, continuamos com nossa missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto. As histórias foram reunidas em nosso Relatório de Atividades.

Acesse e baixe o Relatório de Atividades IDIS de 2024.

Conheça os destaques!

 

O IDIS em números

Nossa equipe de consultoria conduziu 41 projetos, abrangendo áreas como planejamento estratégico, agenda ESG, estruturação e gestão de fundos patrimoniais, gestão de doações e avaliação de impacto. 

Já na área de conhecimento, continuamos com nossa vocação de refletir sobre tendências, ler cenários e sistematizar conceitos e metodologias. Foram 41 novos produtos, incluindo publicações, artigos e notas técnicas lançadas e eventos. Lançamos a segunda edição do Perspectivas para a Filantropia no Brasil, realizamos mais uma edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, que mais uma vez aconteceu de forma híbrida, e produzimos o estudo Investimento Social Privado: estratégias que alavancam a Agenda ESG. Apoiamos o desenvolvimento, adaptação e tradução de estudos de organizações parceiras internacionais, como o World Giving Index 2024 e a pesquisa O que pensam as pessoas sobre o uso de IA por ONGs, ambas da CAF. Ao todo, recebemos 90 mil acessos aos nossos conteúdos.

Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2024

Os projetos de impacto que o IDIS implementa e lidera continuaram avançando. No âmbito do programa Transformando Territórios, em parceria com a Charles Mott Foundation, tivemos como um dos focos a ampliação da rede, trazendo novos líderes e organizações para atuarem neste modelo. Atualmente, são 15 organizações participantes, presentes em dez estados brasileiros. Em setembro, reunimos todos em São Paulo, para o Encontro das Lideranças do Transformando Territórios.

Representantes das organizações participantes do Programa durante Encontro

Ao longo do ano, a Coalização pelo Fundos Filantrópicos, liderada pelo IDIS, continuou sua atuação, que envolveu diversas reuniões estratégicas e a submissão de documentos técnicos, garantindo que a discussão fosse aprofundada e priorizada na agenda legislativa. O ano foi encerrado com uma grande conquista: a aprovação do Projeto de Lei (PL) 2440/23 no Senado. Esse marco, que prevê a isenção de Imposto de Renda e Cofins sobre as receitas financeiras das organizações gestoras, reconhece o papel dos fundos como investidores no mercado. O projeto seguiu para a Câmara dos Deputados, e continuaremos a mobilizar os legisladores para dar a devida importância e celeridade à apreciação. Ainda nesta temática, lançamos mais uma edição do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais, e demos continuidade a atualização do Monitor de Fundos Patrimoniais, acompanhando a evolução do tema no Brasil.

Neste ano, o Programa Juntos pela Saúde, iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e gerida pelo IDIS, chegou a todos os estados da região Norte e Nordeste do Brasil, contemplando mais de 130 municípios. Ao todo, pouco mais de R$113 milhões serão investidos para o fortalecimento da saúde pública nas regiões Norte e Nordeste até 2026. A partir de doações do BNDES e outros apoiadores (capital filantrópico) em uma estratégia de matchfunding, o programa beneficiará 14 projetos comprometidos com o atendimento de saúde à população usuária do SUS. Assim, 2024 se encerrou com um projeto finalizado, a conclusão de um ciclo de outro, cinco projetos em andamento e outros seis previstos para início em 2025.

 

Presença global e parcerias

Acreditamos que a pluralidade de opiniões, origens, histórias de vida e de repertório enriquecem o nosso trabalho e aumentam o nosso potencial de impacto. Por isso, em 2024, continuamos a celebrar a diversidade e investir no poder das parcerias.

Também participamos de redes temáticas, refletindo, cocriando, referendando e implementando ações. Contribuímos para o avanço de pautas relevantes para o fortalecimento do ambiente democrático, do Investimento Social Privado e da Cultura de Doação no Brasil.

Conheça os nossos parceiros institucionais e as redes das quais participamos em 2024.

 

Quem faz o IDIS

Quem constrói nossa história diariamente é quem faz parte do IDIS. O IDIS tem crescido não só em números de projetos, indicadores de impacto, eventos e parceiros, mas também em pessoas (ou querIDIS). Fechamos o ano com 53 querIDIS em nosso time, levando à criação de novos processos e políticas de pessoas.

Com modelo de trabalho híbrido, ao longo do ano, foram promovidas uma série de ações de integração, formação e troca de conhecimento. Parte dessas iniciativas foi conduzida pelo Comitê de Diversidade, composto por membros da equipe IDIS, que também coordenou a terceira edição do Censo IDIS.

Conheça todos os detalhes das atividades do IDIS ao longo de 2024 em nosso Relatório de Atividades.

Equipe do IDIS em comemoração de 25 anos

O que nos aguarda em 2025

Entramos em 2025 cheios de planos e determinação, prontos para continuar inspirando, apoiando e ampliando o impacto do investimento social privado.

Damos início às ações referentes ao nosso novo Planejamento Estratégico do IDIS, que refletirá nosso próximo triênio de atividades. Nosso foco no período será impulsionar um ecossistema de filantropia mais inovador e colaborativo, consolidando nossa posição de organização intermediária que exponencializa impacto, cuida das pessoas e executa com excelência. Entre os assuntos prioritários estarão a adoção de novas tecnologias, a gestão de riscos, a mensuração de impactos e proporcionar um ambiente interno diverso, seguro e acolhedor que induza potencialidades.

Por meio da consultoria, seguiremos apoiando investidores sociais em toda sua cadeia de doação. Os projetos de conhecimento e de impacto, seguirão ativos, com renovações. Conheça os destaques:

Em parceria com o Grupo MOL, daremos continuidade ao Compromisso 1%. Realizaremos o primeiro Encontro de Empresas Signatárias ainda primeiro semestre, e estamos em busca de mais apoiadores e signatários para essa iniciativa.

No escopo do Juntos pela Saúde, do BNDES, está prevista a expansão do programa, com sete projetos que têm previsão de início em 2025. Além disso, daremos continuidade à avaliação de impacto dos projetos já em andamento e finalizados.

No âmbito dos projetos de conhecimento, além da realização de mais um Fórum de Filantropos e Investidores Sociais e da quarta edição do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais, realizaremos a nova edição da Pesquisa Doação Brasil, que refletirá o ano de 2024. Esta edição contará com um capítulo especial sobre a influência das doações emergenciais na cultura de doação. Para fechar, o projeto ‘Caminhos para uma atuação mais ampla e estratégica da filantropia familiar no Brasil’ vai trazer uma teoria da mudança e uma mapa estratégico para avançarmos nesta frente.

Empresas pioneiras se reúnem no 1º Encontro de Signatárias do Compromisso 1%

Na manhã desta quinta-feira (24/04), em São Paulo, aconteceu o primeiro Encontro de Empresas Signatárias do Compromisso 1%, um evento exclusivo promovido pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, em parceria com o Instituto MOL. O encontro marcou um momento histórico para o movimento, reunindo empresas que já aderiram à iniciativa e se comprometeram com a doação de pelo menos 1% do seu lucro líquido anual a causas socioambientais e outras que estão em processo de adesão.

O objetivo do evento foi fortalecer a comunidade de signatárias e impulsionar práticas transformadoras no campo do investimento social privado (ISP). Em um ambiente de troca de ideias, aprendizado e conexão, o encontro ofereceu uma agenda rica em conteúdo e inspiração para lideranças empresariais comprometidas com um Brasil mais sustentável.

Primeiro Encontro de Empresas Signatárias do Compromisso 1% que aconteceu em São Paulo na sede da AB Mauri Brasil

A programação teve início com a recepção e um coffee de boas-vindas, seguido da abertura oficial do evento. Logo em seguida, Paula Fabiani, CEO do IDIS, apresentou o panorama atual do investimento social privado no Brasil, trazendo dados e estratégias. Destacando o papel do Compromisso 1% como ferramenta estratégica para fomentar a cultura da doação no país.

O primeiro painel do dia discutiu como o ISP pode estar diretamente alinhado ao negócio das empresas, criando um ciclo de impacto positivo. Bruna da Silva Lima (RD Saúde), Débora Costa Galvão (Instituto Cyrela) e Renato Souza (PwC Brasil) compartilharam suas experiências, com moderação de Marina Franciulli (Instituto MOL). Os participantes trouxeram exemplos práticos de como conectar estratégias de impacto com a agenda ESG, além de destacar a importância da comunicação transparente e do engajamento de stakeholders.


Veja o que é Investimento Social Privado.


Em seguida, os convidados participaram de rodas de conversa simultâneas, cada uma dedicada a um tema essencial para o avanço das práticas de ISP nas empresas. Os grupos abordaram temas como o papel das lideranças, o engajamento de colaboradores, a mobilização de públicos externos e a atuação em doações emergenciais. As conversas foram conduzidas por representantes de empresas signatárias e membros do Comitê Consultivo do movimento, oferecendo um espaço dinâmico para compartilhar desafios e soluções. O encontro foi encerrado com uma sessão de reflexões coletivas, em que os participantes compartilharam aprendizados.

O Primeiro Encontro de Signatárias do Compromisso 1% consolida um importante passo na construção de uma comunidade empresarial mais engajada, colaborativa e voltada ao impacto positivo. Ao unir forças em torno de um objetivo em comum, as empresas participantes reforçam que, juntas, podem ser protagonistas de uma transformação real na sociedade brasileira.


QUER FAZER PARTE DESSA TRANSFORMAÇÃO?

Se a sua empresa também acredita no poder da doação estratégica para construir um futuro mais sustentável, acesse e saiba como aderir ao movimento. Junte-se às empresas que já estão mudando o mundo com apenas 1%.

Vaga de Analista Financeiro Pleno

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para profissionais com experiência na área Financeira.

Atuamos desde 1999 com foco no fortalecimento do Investimento Social Privado no Brasil e o estímulo a ações transformadoras da realidade para a redução das desigualdades sociais no país.

O IDIS conta com um time de 50 pessoas dedicadas a desenvolver e implementar projetos de grande impacto que estimulem o desenvolvimento de um ecossistema de Investimento Social que atue de forma eficaz e estratégica. Oferecemos consultoria em investimento social para empresas, famílias, filantropos e organizações da sociedade civil. Além disso, desenvolvemos projetos de impacto, como campanhas e a promoção de advocacy, e investimos na geração de conhecimento, com a produção de pesquisas, artigos e publicações.

Buscamos um Analista Financeiro Pleno para integrar nossa equipe. Este profissional será responsável por diversas atividades financeiras, incluindo prestação de contas, tesouraria, análise de previsões, orçado x realizado e transações financeiras.

 Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se.

RESPONSABILIDADES E OPORTUNIDADES

  • Realizar a prestação de contas para apoiadores, analisar prestações de contas de executores/proponentes, validar repasses financeiros, garantindo transparência e precisão nas informações financeiras.
  • Executar atividades de tesouraria, incluindo transações financeiras, aplicações e resgates, atualização de fluxo de caixa e acompanhamento de possíveis necessidades de caixa ou oportunidades.
  • Assegurar que todos os pagamentos sejam cumpridos dentro dos prazos estabelecidos de forma rápida e segura, mesmo com prazos apertados.
  • Acompanhar, analisar, atualizar e trazer críticas sobre previsões financeiras, incluindo a validação do orçamento previsto versus o realizado, contribuindo para a elaboração de relatórios precisos e atualizados.
  • Analisar pedidos de compra, faturar, enviar para pagamento via CNAB, acompanhar pagamento e sua efetivação, baixar e conciliar o processo de pagamento, utilizando ERP.
  • Desenvolver e manter planilhas em Excel para análise e controle financeiro.
  • Executar rotinas administrativas, incluindo análise e armazenamento de contratos, controle de fluxos de trabalho, e outras atividades inerentes.

REQUISITOS

  • Formação superior em Administração, Economia, Contabilidade ou áreas correlatas.
  • Experiência comprovada na área financeira, preferencialmente no 3° setor.
  • Conhecimento intermediário em Excel.
  • Vivência em ERP. (Netsuite será um diferencial).
  • Habilidades analíticas e atenção aos detalhes.
  • Capacidade de trabalhar de forma independente e em equipe.
  • Boa comunicação verbal e escrita, capaz de conversar com parceiros de forma clara e absorver exigências ou solicitações.

BENEFÍCIOS

  • Contratação CLT
  • Assistência médica (Bradesco seguros)
  • Vale-Transporte
  • Vale-Alimentação
  • Total Pass
  • Credencial plena do Sesc
  • Day off no aniversário
  • Tipo de trabalho – Híbrido

INSCRIÇÃO

Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 7 de maio de 2025.

O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos.

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

           

IDIS leva agenda ESG, governança e monitoramento e avaliação ao FIFE 2025

Com participantes de todo o Brasil, o Fórum Interamericano de Filantropia Estratégica, ou simplesmente FIFE, foi recebido em 2025 por Curitiba. Havia mais de 1.400 pessoas na capital paranaense, mobilizadas durante quatro dias para falar sobre os mais diversos temas que influenciam nosso campo e, claro, para se encontrar. Do convívio e das trocas, surgem reflexões, novas ideias, novos projetos, novas parcerias e novas amizades.

 

IDIS no FIFE 2025

Todos os anos, o FIFE abre um edital para receber propostas de atividades para compor sua programação. Neste ano, fomos selecionados para participar de três sessões.

Denise Carvalho, gerente sênior de Monitoramento e Avaliação do IDIS, conduziu a sessão ‘Monitoramento e Avaliação SROI’, apresentando projetos desenvolvidos para empresas, fundações, institutos corporativos e organizações da sociedade civil (OSCs). O SROI – Social Return on Investment (ou Retorno Social sobre Investimento) é um protocolo de avaliação que propõe uma análise comparativa entre o valor dos recursos investidos em um projeto ou programa e o valor social gerado para a sociedade por meio dessa iniciativa. Denise compartilhou diferentes exemplos de organizações de diversos tipos e portes que aplicaram a metodologia com sucesso.

“O FIFE é um espaço plural que nos permite ouvir diferentes perspectivas e refletir sobre nossos processos e práticas. Foi uma oportunidade valiosa para promover conexões, compartilhar conhecimento e fortalecer o campo do investimento social no Brasil. As discussões deste ano evidenciaram a importância de repensarmos estratégias diante dos desafios sociais contemporâneos. Falar sobre novas formas de parceria, mensuração de impacto e inovação é essencial para fortalecer o ecossistema e fomentar colaborações de longo prazo. Saímos do evento ainda mais inspirados e motivados a ampliar o impacto coletivo do setor”, comenta Denise.

Como as práticas de Investimento Social Privado (ISP) e cidadania corporativa se correlacionam com a performance em sustentabilidade empresarial? Há, de fato, sinergia entre o ISP e a Agenda ESG? E, em caso afirmativo, é possível quantificar essa influência? Para responder a essas perguntas, Marcelo Modesto, gerente de Projetos do IDIS, conduziu a sessão ‘Investimento Social Privado: estratégias que alavancam a Agenda ESG’. A publicação apresentada analisa informações referentes ao Investimento Social Privado no âmbito do ISE B3 – o Índice de Sustentabilidade Empresarial da bolsa de valores do Brasil – no triênio 2022-2024.

“O que mais me chamou a atenção no FIFE foi ver de perto a diversidade e riqueza da sociedade civil organizada no Brasil. É realmente inspirador presenciar pessoas do país inteiro se reunindo para discutir e melhorar a efetividade de seu trabalho, com foco no impacto social. No contexto do investimento social corporativo, ficou claro que é preciso aprofundar o diálogo entre partes interessadas, além do estabelecimento de parcerias estratégicas, que promovam o desenvolvimento institucional de OSCs e que gerem valor compartilhado”, compartilha Marcelo.

Juliana Santos Oliveira, coordenadora de Projetos do IDIS, participou do debate ‘Matching de Governança: novas estratégias para renovação de dirigentes voluntários’, ao lado de Rodrigo Correa, coordenador do Núcleo de Desenvolvimento Organizacional e Impulsionamento de Empreendedores Sociais da Fundação FEAC. Eles apresentaram o projeto realizado em parceria entre o IDIS e a Fundação FEAC, que consistiu na execução de um piloto com o objetivo de atrair, capacitar e conectar voluntários a oportunidades de atuação como conselheiros ou dirigentes em OSCs de Campinas.

“O FIFE promove um encontro valioso entre organizações sociais em diferentes estágios de maturidade, o que enriquece profundamente as trocas. Os painéis vão além da exposição de conteúdos e se transformam em espaços de aprendizado coletivo, conectando teoria e prática a partir das experiências compartilhadas. Nas três sessões conduzidas pelo IDIS pudemos abordar de forma acessível e prática temas estratégicos para o desenvolvimento e fortalecimento da gestão de organizações sociais”, conta Juliana.

O FIFE é idealizado e realizado pela Rede Filantropia desde 2014. Agradecemos à organização pelo convite e parabenizamos por mais esta edição de um evento tão relevante para o nosso setor. A próxima edição acontecerá de 14 a 17 de abril de 2026, em Recife — e nós já começamos a pensar em como poderemos contribuir e, claro, aprender ainda mais.

Saiba mais no site do evento.

Vaga de Analista Administrativo-Financeiro Jr

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para Analista Administrativo-Financeiro Jr.

Atuamos desde 1999 com foco no fortalecimento do Investimento Social Privado no Brasil e o estímulo a ações transformadoras da realidade para a redução das desigualdades sociais no país.

O IDIS conta com um time de 50 pessoas dedicadas a desenvolver e implementar projetos de grande impacto que estimulem o desenvolvimento de um ecossistema de Investimento Social que atue de forma eficaz e estratégica. Oferecemos consultoria em investimento social para empresas, famílias, filantropos e organizações da sociedade civil. Além disso, desenvolvemos projetos de impacto, como campanhas e a promoção de advocacy, e investimos na geração de conhecimento, com a produção de pesquisas, artigos e publicações.

O Analista Financeiro Administrativo Júnior será responsável por executar atividades relacionadas à prestação de contas dos projetos da Iniciativa Juntos pela Saúde. Isso inclui a revisão das despesas incorridas e declaradas pelos executores, a avaliação das respectivas comprovações, a realização de conciliações bancárias e o suporte à gestão orçamentária dos projetos e dos repasses financeiros dos apoiadores, garantindo a conformidade financeira e o adequado controle dos recursos.

 Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se.

RESPONSABILIDADES E OPORTUNIDADES

  • Analisar individualmente as despesas declaradas nos projetos, com a conferência das informações, valores e comprovações (notas fiscais, recibos, contratos e afins).
  • Realizar a conciliação bancária das despesas declaradas nos projetos, com a revisão da conformidade das movimentações na conta corrente e definição dos acertos entre contas a ser realizado pelos executores, se necessários.
    Acompanhar a execução financeira dos projetos de acordo com a previsão orçamentária.
  • Preparar, encaminhar e acompanhar todas as informações financeiras das prestações de contas para o BNDES e demais apoiadores dos projetos, até sua aprovação final.
  • Colaborar com áreas internas e parceiros externos para esclarecer dúvidas, solicitar documentos complementares e alinhar processos relacionados à execução financeira dos projetos.
  • Apoiar na melhoria contínua dos processos financeiros e administrativos da Iniciativa, contribuindo para o fortalecimento da governança e do controle interno.

 

REQUISITOS

  • Graduação em Ciências Contábeis, Administração, Economia, Gestão Financeira ou Gestão Pública.
  • Elaboração e análise de planilhas Excel, incluindo manuseio de bases de dados, elaboração de tabelas dinâmicas e gráficos.
  • Sistematização e análise de informações qualitativas e quantitativas.
  • Interesse por conceitos de Investimento Social Privado, Sustentabilidade, Responsabilidade Social Empresarial e Investimento de Impacto.
  • Elaboração de apresentações com boa apresentação visual, storytelling, clareza e objetividade na transmissão de conteúdos e conclusões.
  • Disponibilidade para atuação presencial (de 1 a 2x por semana) no escritório do IDIS, em São Paulo;
  • Disponibilidade para viajar, se necessário.

DESEJÁVEL

  • Desejável experiência com processos de prestação de contas.
  • Desejável conhecimento de gestão financeira.
  • Excel avançado será um diferencial

BENEFÍCIOS

  • Contratação CLT
  • Assistência médica (Bradesco seguros)
  • Vale-Transporte
  • Vale-Alimentação
  • Total Pass
  • Credencial plena do Sesc
  • Day off no aniversário
  • Tipo de trabalho – Híbrido

INSCRIÇÃO

Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 29 de abril de 2025.

O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos.

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

           

Monitor de Fundos Patrimoniais no Brasil

O Monitor de Fundos Patrimoniais no Brasil é uma iniciativa do IDIS e da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos para o acompanhamento de endowments em atividade no Brasil.

Os dados são obtidos a partir de questionários respondidos por gestores destes fundos ou por meio da consulta pública em sites ou veículos de imprensa.

A atualização é constante. Para passar a integrar o levantamento ou modificar algum dado, gestores de fundos patrimoniais podem preencher o questionário oficial. Solicite o link escrevendo para comunicacao@idis.org.br

Acesse aqui os dados disponíveis sobre os fundos patrimoniais mapeados.

O Monitor de Fundos Patrimoniais no Brasil identificou 122 fundos patrimoniais ativos, cujo patrimônio total informado é de R$ 157.325.557.975.

Acesse abaixo a planilha completa com informações sobre as causas dos fundos e também fonte da informação.

Monitor IDIS dE Fundos Patrimoniais no Brasil – levantamento completo

 

Nome 

Ano da criação

Patrimônio

Sede

Amigos Direito UERJ 2017 R$ 231.260 RJ
Associação Amigos da Escola Paulista de Medicina (Unifesp) 2019 R$ 2.058.987 SP
Associação Escola Panamericana de Porto Alegre 2022 R$ 15.000.000 RS
Associação Fundo Patrimonial do ITA 2023  R$ 1.200.000 SP
Associação Gestora do Fundo Patrimonial em Apoio à Faculdade de Direito da UFRGS 2021  Não informado RS
C de Cultura 2017 R$ 21.564.468 SP
Casa Pequeno Mundo Não informado SP
Chronos (USP São Carlos – comunidade) 2021 R$ 1.600.000 SP
Conecta EAUFBA (Escola de Administração da UFBA) 2022 R$ 150.000 BA
Endowment Afesu 2018 R$ 595.984 SP
Endowment Alumni Direito Mackenzie  2022 R$ 2.000 SP
CIP – Congregação Israelita Paulista 2015 Não informado SP
Endowments do Brasil – Fundo Trans Casa Chama 2022 Não informado SP
Escola Alef Peretz 2021 R$ 21.535.102.400 SP
Endowment Direito GV 2011 R$ 5.791.158 SP
Endowment Instituto Acaia 2016 R$ 519.701.044 SP
Endowment Instituto Rodrigo Mendes 2014 R$ 41.843.052 SP
Endowment PUC-Rio 2019 R$ 3.608.470 RJ
Endowment Sempre FEA (FEAUSP – alunos) 2020 R$ 10.200.000 SP
FLUPP (Fundação Lúcia e Pellerson Penido)  2011 R$ 3.847.531 SP
Fonte Endowment 2023 Não informado DF
Fundação Antonio e Helena Zerrenner INB 1936 R$ 34.972.318.000 SP
Fundação Ary Frauzino (Fundação do Câncer) 1991 R$ 255.000.000 RJ
Fundação Carlos Chagas 1964 Não informado SP
Fundação COPPETEC 2019 R$ 1.371.072 RJ
Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec)  2021 R$ 186.476 GO
Fundação de Fomento à Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura (FUNCETIC) 2022 Não informado PR
Fundação Dorina Nowill 2023 Não informado SP
Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza 1996 R$ 30.826.964 RS
Fundação Lia Maria Aguiar – FLMA 2008 R$ 680.000.000 SP
Fundação Maria Emilia Não informado BA
Fundação Uniselva 2002 R$ 681.949 MT
Fundo Amanhã (Administração UFRGS) 2022 R$ 1.138.031 RS
Fundo Apontar 2015 R$ 20.000.00 RJ
Fundo Areguá 2016 R$ 11.126.856 SP
Fundo Artigo 220 (Revista Piauí) 2021 R$ 350.000.000 SP
Fundo Baobá 2016 R$ 120.456.358 SP
Fundo Betinho – Ação da Cidadania 2023 R$ 45.849.008 RJ
Fundo Brasil de Direitos Humanos  2005 R$ 27.368.314 SP
Fundo Catarina 2021 R$ 1.525.317 SC
Fundo Comunitário da Maré – FCM 2021 R$ 25.192.212 RJ
Fundo de Apoio ao Desenvolvimento da Sociedade (Fundação Dom Cabral) 2019 R$ 40.814.047 MG
Fundo de Apoio ao Jornalismo Investigativo – F/ABRAJI  2016 Não informado SP
Fundo Centenário (Escola de Engenharia da UFRGS) 2017 R$ 2.637.921 RS
Fundo de Endowment do Instituto Líderes do Amanhã 2019 R$ 4.200.000 ES
Fundo de Fomento à Filantropia – FFF (IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) 2024 R$ 9.500.000 SP
Fundo de Investimento da FALM (Fundação André e Lúcia Maggi) 2017 R$ 14.169.657 MT
Fundo FICA 2015 R$ 150.000 SP
Fundo Figueira 1964 Não informado SP
Fundo FAS (Fundação Amazônia Sustentável) 2008 R$ 52.727.000 AM
Fundo Fundação ABH 2015 R$ 2.396.560 SP
Fundação Itaú 2000 R$ 5.160.836.000 SP
Fundo Gerações 2008 R$ 2.646.000 RS
Fundo Helda Gerdau 2019 Não informado RS
Fundo Patrimonial ACTC – Casa do Coração
2023 R$ 23.879.139 SP
Fundo Patrimonial Amigos da Poli (Escola Politécnica da USP) 2012 R$ 52.274.601 SP
Fundo Patrimonial Amigos do Hospital do Fundão (RJ) 2016 Não informado RJ
Fundo Patrimonial Amigos da Univali 2019 R$ 101.106 SC
Fundo Patrimonial Amigos do Brasil Central 2019 R$ 55.000 GO
Fundo Patrimonial ASA (Associação Santo Agostinho) 2018 R$ 84.350.000 SP
Fundo Patrimonial Associação Projeto Gauss – FPPG 2019 R$ 5.454.040 SP
Fundo Patrimonial Augere (FMUSP) 2015 R$ 234.440 SP
Fundo Patrimonial Axuxê (Facculdade de Medicinada da FMABC) 2017 R$ 8.000 SP
Fundo Patrimonial BrazilFoundation 2010 R$ 1.902.133 RJ
Fundo Patrimonial CEAP 2018 R$ 424.377 SP
Fundo Patrimonial da Fundação Banco do Brasil 2008 R$ 258.362.000 DF
Fundo Patrimonial da Fundação Bradesco 1956 R$ 86.000.000.000 SP
Fundo Patrimonial da Fundação Delfim Mendes Silveira (FDMS) – UFPel 2024 Não informado RS
Fundo Patrimonial da Fundação Grupo Volkswagen 2002 R$ 202.300.000 SP
Fundo Patrimonial da Fundação José Luiz Egydio Setubal 2016 R$ 341.072.277 SP
Fundo Patrimonial da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal 1965 R$ 652.000.000 SP
Fundo Patrimonial da Fundação Romi 1999 R$ 84.000.000 SP
Fundo Patrimonial da St. Paul’s Não informado SP
Fundo Patrimonial da UEM (FUNUEM) 2024 Não informado PR
Fundo Patrimonial da UFC 2024 Não informado CE
Fundo Patrimonial da USP 2021 R$ 18.038.428 SP
Fundo Patrimonial do CIEDS Não informado Não informado
Fundo Patrimonial do IMS 1995 R$ 1.250.000.000 SP
Fundo Patrimonial do Instituto Alana 2013 R$ 476.033.057 SP
Fundo Patrimonial do Instituto Ayrton Senna 2017 R$ 153.000.000 SP
Fundo Patrimonial do Instituto Sol Não informado SP
Fundo Patrimonial FEAUSP (gestores) 2016 R$ 1.342.557 SP
Fundo Patrimonial Eliezer Max Não informado Não informado RJ
Fundo Patrimonial Fundação Estudar 2017 R$ 54.526.025 SP
Fundo Patrimonial Fundação Tide Setubal 2010 R$ 123.704.159 SP
Fundo Patrimonial Ibirapitanga 2016 R$ 432.933.676 RJ
Fundo Patrimonial Instituto Reciclar 2016 R$ 8.039.000 SP
Fundo Patrimonial Joaquim Rosa Cambraia 2024 R$ 40.000.000
Fundo Patrimonial OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de SP)  2006 R$ 61.642.195 SP
Fundo Patrimonial PROSPERA – Unesp 2022 R$ 1.000.000 SP
Fundo Patrimonial Serrapilheira 2018 R$ 679.737.805 RJ
Fundo Perpetuidade SOS Mata Atlântica 2006 R$ 74.680.032 SP
Fundo Patrimonial UFV 2024 Não informado MG
Fundo ReCivitas da Renda Básica 2020 R$ 110.000 SP
Fundo Rogério Jonas Zylbersztajn 2019 R$ 235.000.000 RJ
FUTURE – Fundo Territórios Unidos por Recursos para a Educação 2023 R$ 1.600.000 AM
Futurin – Funds for life (Hospital Pequeno Príncipe) 2024 R$ 3.000.000 PR
Gene – Fundo Patrimonial do Instituto Federal de São Paulo 2024 Não informado MG
iGMK – Instituto George Mark Klabin 1993 R$ 11.072.240 SP
Indeed 2023 Não informado
Insper 2022 R$ 8.458.767 SP
Instituto Dara 2008 R$ 19.505.000 RJ
Instituto Elos 2021 R$ 362.786 SP
Instituto Jô Clemente R$ 109.361.000 SP
Instituto Merula Steagall 2022 R$ 1.588.000 SP
Instituto Unibanco 2009 Não informado SP
IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas 2007 R$ 16.379.622 SP
Já, devagar e sempre (Aventura de Construir) 2024 R$ 730.000 SP
Liga Solidária 2020 R$ 109.700.000 SP
Lumina (Unicamp – reitoria) 2020 R$ 3.194.890 SP
MASP Endowment 2017 R$ 19.799.518 SP
Organização Gestora de Fundo Patrimonial da Sociedade Beneficente de Senhoras Sírio-Libanês 2021 R$ 18.836.870,00

SP
Patronos (Unicamp – alunos) 2020 R$ 2.098.781 SP
PDR – Purpose Driven Resources 2023 R$ 72.000.000 SP
Primatera Fundo Patrimonial 2023 R$ 33.392 SP
Reditus (UFRJ – alunos) 2018 R$ 14.000.000 RJ
Rio Endowment 2022 R$ 1.000 RJ
Semear 2022 R$ 18.591 MG
Sempre Sanfran (Faculdade de Direito USP – alunos) 2021 R$ 12.252.164 SP
Umane 2016 R$ 1.589.507.910 SP
WimBelemDowment 2021 R$ 239.301 RS

Acesse e baixe a planilha completa com as causas dos fundos e fonte dos dados.

 

Mais sobre Fundos Patrimoniais

Acesse mais conteúdos nesta temática produzidos pelo IDIS aqui.

Caso queira saber mais sobre fundos patrimoniais ou queria conhecer nossos serviços, envie um e-mail para comunicacao@idis.org.br.

Vaga de Analista de Sistemas Generalista

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para Analista de Sistemas Generalista.

Atuamos desde 1999 com foco no fortalecimento do Investimento Social Privado no Brasil e o estímulo a ações transformadoras da realidade para a redução das desigualdades sociais no país.

O IDIS conta com um time de 50 pessoas dedicadas a desenvolver e implementar projetos de grande impacto que estimulem o desenvolvimento de um ecossistema de Investimento Social que atue de forma eficaz e estratégica. Oferecemos consultoria em investimento social para empresas, famílias, filantropos e organizações da sociedade civil. Além disso, desenvolvemos projetos de impacto, como campanhas e a promoção de advocacy, e investimos na geração de conhecimento, com a produção de pesquisas, artigos e publicações.

Para fortalecer a organização e nossa atuação, buscamos Analista de Sistemas com perfil generalista para atuar como o principal ponto de apoio tecnológico da organização. Essa pessoa será responsável por solucionar problemas do dia a dia, otimizar processos e garantir que as ferramentas utilizadas pela equipe funcionem de maneira eficiente.

O profissional ideal combina habilidades técnicas e visão estratégica, sendo capaz de traduzir necessidades do negócio em soluções tecnológicas práticas. Além disso, deve ter familiaridade com Power BI para criação de relatórios e dashboards que apoiem a tomada de decisão.

 Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se.

RESPONSABILIDADES E OPORTUNIDADES

  • Apoiar a equipe na resolução de problemas tecnológicos do dia a dia, garantindo fluidez nas operações.
  • Analisar, recomendar e implementar soluções tecnológicas que otimizem os processos da organização.
  • Atuar como ponto de contato para suporte e melhorias em sistemas internos e ferramentas utilizadas.
  • Criar e gerenciar relatórios e dashboards no Power BI para apoiar a tomada de decisão.
  • Identificar oportunidades de automação de tarefas e processos, sugerindo melhorias para aumentar a eficiência operacional.
  • Intermediar a comunicação com fornecedores de tecnologia e suporte técnico quando necessário.
  • Documentar processos e boas práticas para facilitar o uso da tecnologia na organização.

REQUISITOS

  • Experiência com suporte e implementação de soluções tecnológicas para negócios.
  • Conhecimento em Power BI para criação de relatórios e dashboards.
    Familiaridade com análise de negócios e levantamento de requisitos para melhoria de processos.
  • Habilidade para resolver problemas tecnológicos variados, desde ferramentas de produtividade até integração de sistemas.
  • Boa comunicação para traduzir conceitos técnicos para usuários não técnicos.
    Conhecimento básico em banco de dados e SQL é um diferencial.
  • Noções de automação de processos e ferramentas como Power Automate ou similares são desejáveis.
  • Conhecimento ou experiência em terceiro setor ou negócios de impacto será um diferencial.

DESEJÁVEL

  • Proatividade e autonomia para resolver problemas e propor soluções.
  • Didática e paciência para apoiar uma equipe não técnica no uso das ferramentas.
  • Facilidade para se adaptar a novas tecnologias e ferramentas.
  • Boa organização para documentar processos e soluções. 

BENEFÍCIOS

  • Contratação PJ
  • Remuneração mensal – A combinar
  • Tipo de trabalho – Híbrido (remoto e presencial)
  • Localização: São Paulo – SP (próximo à estação Pinheiros do metrô e trem)

Tipo de trabalho – Híbrido: Combinação de presencial e remoto

INSCRIÇÃO

Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 28 de abril de 2025.

O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos.

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

           

Reserve a data: Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2025

A 14° edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais já tem data marcada: 1 de outubro, quarta-feira.

Confira a ementa do evento:

Diante da complexidade da policrise mundial, é fácil sentir-se paralisado, com o horizonte do futuro encoberto pela incerteza. Mas não podemos apenas esperar. Precisamos reacender a chama de nossa humanidade resiliente, cultivar a confiança na solidariedade e em nós mesmos. Mais do que nunca, é tempo de agir, colaborar, mobilizar forças e acreditar que um mundo com mais equidade é possível. A filantropia é um farol, guiando a direção de novas alternativas e possibilidades, transformando esperança em movimento. Sigamos, com coragem para esperançar.

Nesta edição, junte-se a nós para explorar como a esperança pode e deve ser um verbo de ação a partir de histórias e práticas.

Com o tema Esperançar, o evento acontecerá em formato presencial para convidados e será transmitido ao vivo a todos os interessados em acompanhar os debates.

AS INSCRIÇÕES JÁ ESTÃO ABERTAS PARA A EDIÇÃO ONLINE

Para receber mais informações e as novidades sobre a programação, preencha o formulário a seguir.

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Em breve compartilharemos informações sobre o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2024. 

realização e apoio

FÓRUM BRASILEIRO DE FILANTROPOS E INVESTIDORES SOCIAIS

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Em nosso canal do YouTube estão disponíveis listas com as gravações de todas as edições. Confira!

 

Workshop reúne filantropos para discutir estratégias de a avanço da Filantropia Familiar no Brasil

Parte do projeto ‘Caminhos para uma atuação mais ampla e estratégica da filantropia familiar no Brasil’, realizado pelo IDIS, a atividade reuniu filantropos atuantes para uma manhã de debate e construção colaborativa, com objetivo de pensar em ações que contribuam para a mudança de patamar da filantropia feita por indivíduos e famílias de altíssima renda no país.

Sobre o projeto

O IDIS acompanha a filantropia familiar há 25 anos e a sensação, assim como a observada também entre outros parceiros do campo, é que este tema não tem evoluído no país na velocidade que avança em outros lugares, e nem no mesmo ritmo que a filantropia avança entre empresas no Brasil, por exemplo.

Sabemos que ainda há um potencial enorme para engajar quem ainda não iniciou sua jornada filantrópica e, inclusive, ampliar a influência e potencializar o impacto também de quem já é um doador. Sendo assim, essa iniciativa propõe a construção de uma teoria de mudança, que pense em ações concretas e que possam ter desdobramentos práticos, contribuindo para a mudança de patamar da filantropia feita por indivíduos e famílias de altíssima renda no Brasil. 

Para tanto, o projeto começou com uma fase de diagnóstico que teve três momentos: primeiramente, uma revisão bibliográfica, com a análise de publicações, reportagens e pesquisas nacionais e internacionais sobre este tema; depois, entrevistas com especialistas e filantropos atuantes; e por fim, rodamos um questionário para trazer um retrato mais atual da filantropia familiar no Brasil.

Com esses insumos, foi construído o workshop com filantropos, realizado no final de março na residência da Sra. Teresa Bracher, para construção colaborativa da Teoria da Mudança, traçando caminhos para uma atuação mais ampla e estratégica da filantropia familiar no Brasil. 

Todos os resultados coletados serão lançados em uma publicação ainda no primeiro semestre de 2025.

 

Encontro de Lideranças do Transformando Territórios fortalece conexão de fundações e institutos comunitários no Brasil

Iniciativa de impacto do IDIS em parceria com a C.S Mott Foundation, o Transformando Territórios (TT) realizou mais um encontro de lideranças comunitárias de organizações participantes deste programa em março. Entre os dias 24 e 26, os líderes de 15 Fundações e Institutos Comunitários (FICs) de 10 estados do Brasil estiveram reunidos em Valinhos, na sede da FEAV – Fórum de Entidades Assistenciais de Valinhos.

O compartilhamento de conhecimento e o apoio técnico para as FICs são diretrizes norteadoras do Programa. Com uma trilha focada em promover a articulação, a governança e a sustentabilidade das FICs, o evento foi um momento de troca e aprendizados para incentivar ações colaborativas que gerem impacto social duradouro nos territórios onde as organizações atuam.

“Poder participar de mais um encontro de lideranças do Transformando Territórios e observar toda evolução que tivemos com as organizações ao longo desses anos é gratificante. Acreditamos fortemente que o desenvolvimento das FICs é um componente crucial para o crescimento da filantropia no Brasil.”, comenta Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Representantes das organizações participantes do Programa

As FICs desempenham um papel essencial no desenvolvimento local, justamente por terem um foco geográfico delimitado, como bairros, municípios ou regiões específicas, apoiando outras organizações sem fins lucrativos e iniciativas de um território. Esse modelo de atuação contribui para a redução das desigualdades sociais, promove o desenvolvimento sustentável, fortalece o tecido social, incentiva a participação cidadã e atua como agentes de transformação, impulsionando soluções inovadoras para desafios locais.

 

Compartilhando saberes

Dando início à programação, as lideranças participaram de um momento de boas-vindas no primeiro dia do Encontro. A abertura foi marcada por dinâmicas interativas entre o grupo, promovendo a conexão entre os participantes e o início da experiencia imersiva no evento.

A partir disso, o segundo dia da programação começou com um debate sobre a consolidação da identidade coletiva do grupo, de que modo as organizações se enxergam e como podem ampliar as conexões. Logo em seguida foi realizado uma oficina com foco na comunicação como mobilizadora de recursos, para explorar estratégias de visibilidade e captação de recursos. Esse momento também contou com uma apresentação do Compromisso 1%, iniciativa do IDIS e Instituto MOL para incentivar a filantropia corporativa no Brasil.

O último dia de atividades foi focado na consolidação da programação anterior e na troca de saberes entre as organizações sobre o diagnostico territorial e estratégias para emergências. Um dos destaques foi uma roda de conversa com a participação especial de Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Rafaella Santos e Thainara Martins, ambas do Movimento Bem Maior, apoiador do programa.

O encerramento do evento também foi marcado pela homenagem realizada por Eliane Macari para IDIS, homenageado no quadro de honra da sede da FEAV que contou com colaboração do IDIS na categoria Diamante para a reforma do casarão que havia sido doado a instituição pela FEAC. Eliane agradeceu o apoio da instituição e reforçou a importância do Transformando Territórios para ampliação do impacto social no Brasil.

“O IDIS nos reconhece como um case de sucesso, o que nos honra imensamente. Receber essas lideranças nos proporciona uma rica troca de experiências, ampliando nosso conhecimento e fortalecendo nossas iniciativas”, comenta Eliane Macari, presidente da FEAV.

 

SOBRE O TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

Saiba mais sobre o programa e os participantes em www.transformandoterritorios.org.br

 

 

Global Philanthropy Leaders Summit 2025: abraçando risco em uma era de complexidades

*Texto originalmente publicado em inglês na Alliance Magazine.

*Por Felipe Insunza Groba e Paula Jancso Fabiani.

O Global Philanthropy Leaders Summit de 2025 que teve como tema “Embracing Risk: Adaptive Philanthropy in the Age of Complexity” (em português: Abraçando o Risco – Filantropia Adaptativa em uma Era de Complexidades), ocorreu entre 12 e 14 de Março em São Francisco na Califórnia. O encontro reuniu mais de 200 líderes, tomadores de decisão do setor filantrópico e stakeholders de diversas iniciativas para explorar abordagens inovadoras para a filantropia em um mundo cada vez mais imprevisível.

Em tempos de desafios globais profundos – desde aceleradas transformações tecnológicas até ameaças crescentes contra a democracia e a liberdade — o encontro destacou a necessidade de tomar riscos estratégicos e ousados. As sessões de abertura incentivaram os presentes a refletirem sobre o desenvolvimento do papel da filantropia até hoje e a necessidade de se reinventar. Mais do que nunca, o setor está sendo chamado a agir e repensar suas abordagens.

Delegação brasileira no GPF

A delegação brasileira teve destaque no evento deste ano, com quatro palestrantes e 32 participantes contribuindo ativamente com perspectivas diversas do panorama filantrópico do Brasil. Nesse mesmo sentido, muitos participantes do Sul Global – da Índia, Paquistão, América Latina e países africanos – trouxeram mensagens de otimismo sobre o desenvolvimento de parcerias com múltiplos stakeholders em seus países, onde a incerteza e a adaptação fazem parte da vida cotidiana há décadas.

Um tema recorrente em muitas discussões foi a necessidade urgente de reconstruir a confiança – um pilar fundamental para uma filantropia eficaz. Os participantes também exploraram maneiras de melhorar o sistema de ajuda humanitária existente e o papel de coordenação que a filantropia poderia assumir na parceria entre os setores. A relevância das transferências de recursos entre países também foi um destaque, ressaltando a importância da doação e da ação colaborativa para enfrentar os desafios modernos.

Ao longo das sessões, os presentes foram desafiados a repensar suas abordagens para os problemas urgentes da atualidade. Empatia, reciprocidade e cooperação apareceram como princípios para fomentar sociedades mais fortes e resilientes. Como esses valores podem ser incorporados à filantropia e à governança?

Embora a humanidade tenha uma capacidade inata de se adaptar, a eficácia de diferentes modelos e estratégias filantrópicas permanece incerta em uma era com tantos complexos desafios. Apesar de algumas narrativas de esperança e histórias de sucesso, há um sentimento palpável de cautela entre os participantes – um sentimento coletivo de “prender a respiração” enquanto caminhamos por um futuro imprevisível. Entretanto, mesmo em meio a uma profunda incerteza global, investidores e líderes sociais apontaram a necessidade de ação e mobilização social, utilizando ferramentas como o storytelling e uma conexão mais profunda com as comunidades como possíveis caminhos de mudança.

O Global Philanthropy Leaders Summit 2025 continua a desafiar as fronteiras da doação tradicional, clamando os líderes a abraçar riscos, fomentar a colaboração e repensar seus papéis na construção de um mundo mais equitativo. Enquanto as placas tectônicas das mudanças climáticas, da inteligência artificial e da governança global se movem em direções desconhecidas, o setor filantrópico foi chamado a trazer as placas estabilizadoras da esperança e da ação ousada para este mundo instável.

Mais de 36 milhões de mulheres não realizaram ao menos um exame preventivo em 3 anos

Estima-se que mais de 36 milhões de mulheres entre 25 e 64 anos não realizaram ao menos uma coleta de exame de Papanicolau no intervalo de três anos, segundo dados do 2º quadrimestre de 2024, da análise da ImpulsoGov, considerando dados do SISAB (Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica), do Ministério da Saúde. Em paralelo a isso, a mortalidade por câncer de colo de útero atingiu seu pico dos últimos 22 anos. Em 2022, a taxa de mortalidade por este câncer foi de 6,4 a cada cem mil pessoas, vitimando 6.983 mulheres, segundo números do Observatório da Saúde Pública, da Umane.

“A prevenção é a medida mais efetiva para o combate do câncer do colo do útero, terceiro tumor maligno mais prevalente entre a população feminina brasileira. O controle periódico com a realização do exame citopatológico, bem como a vacinação contra HPV são iniciativas que salvam vidas. Fortalecer as ações de Saúde da Mulher dentro do SUS pode garantir um acesso mais equitativo às medidas de prevenção e, assim, mais qualidade de vida para as mulheres”, afirma Thais Junqueira, superintendente geral da Umane. 

O Impulso Previne é uma plataforma digital gratuita que centraliza dados, análises e recomendações sobre os principais indicadores de prevenção em saúde, apresentando-os em um formato simples e rápido para ajudar os profissionais de saúde do SUS a oferecerem o melhor atendimento aos pacientes. Com essas ferramentas, eles podem identificar bebês e crianças não vacinados, por exemplo, e enviar lembretes para adultos sobre exames preventivos. Com atuação focada no Norte e Nordeste do país, a iniciativa, até junho de 2024, com apoio do BNDES e do Instituto Dynamo, atendeu 19 cidades com serviços voltados ao fortalecimento da gestão baseada em dados e à qualificação dos profissionais para o uso otimizado de dados.

Utilização da plataforma Impulso Previne na UBS de Jandaíra (BA), em abril de 2024.

Até dezembro de 2025, em parceria com a Umane, o projeto será expandido para mais de 240 municípios, com presença em todos os estados dessas regiões. Nesta fase, além de outros serviços, será desenvolvido um sistema de mensagens personalizado, que permitirá o envio de lembretes e informações relevantes sobre saúde diretamente aos cidadãos de 120 municípios. A plataforma também vai oferecer informações sobre pacientes referentes à cobertura vacinal, a realização do pré-natal, e ao controle de doenças crônicas como diabetes e hipertensão. O Impulso Previne faz parte do Programa Juntos pela Saúde, uma iniciativa apoiada pelo BNDES com a gestão de projetos feita pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, executado pela Impulso Gov.

“O programa Juntos pela Saúde exemplifica o poder das parcerias na promoção da saúde. A colaboração entre o BNDES, o setor público, e o setor privado demonstra como a união de esforços pode fortalecer o direito à saúde para todos. Por meio de projetos inovadores na atenção primária do SUS, a iniciativa tem auxiliado milhares de pessoas nas regiões Norte e Nordeste, prevenindo casos graves de doenças, como o câncer do colo do útero”, destacou Paula Fabiani, CEO do IDIS.

 

“O câncer do colo do útero é prevenível e curável quando detectado precocemente, tornando o exame preventivo fundamental. No entanto, a adesão dentro do prazo recomendado fica abaixo do ideal no país, devido aos desafios como barreiras sociais, culturais e a necessidade de múltiplas visitas à unidade de saúde. Com o Impulso Previne, ajudamos as equipes do SUS a identificar, de forma descomplicada, quem ainda não fez o exame em determinada área, para que possam buscá-las e garantir o acesso ao cuidado em tempo oportuno”, explica Juliana Ramalho, gerente de saúde pública da ImpulsoGov.

A filantropia como chave para resposta às tragédias anunciadas

Artigo publicado originalmente no Nexo Jornal, em 12/03/2025

Por Karine Ruy (Fundação Gerações) e Paula Jancso Fabiani (IDIS)

As águas de janeiro voltam a inundar os noticiários e, infelizmente, as cidades e casas de centenas de milhares de brasileiros. Em 2021, as enchentes atingiram o Sul da Bahia; no ano passado, Porto Alegre; e, 2025 começa com o litoral paulista e tantas outras regiões enfrentando a mesma realidade.

De um lado, há a abundância de água; do outro, a escassez. Mesmo a Amazônia, conhecida por sua exuberância hídrica, enfrentou secas severas, uma metáfora cruel que ilustra a falta de recursos financeiros destinados a emergências como essas. Em um cenário em que esses eventos climáticos extremos tornam-se cada vez mais recorrentes e potentes, evidenciando a vulnerabilidade de nossas comunidades, 750 mil brasileiros já foram obrigados a se deslocar por desastres naturais, seja por inundações, secas, deslizamentos etc. Em números totais, a quantidade de pessoas em deslocamentos por esse motivo no mundo já superava aquela causada por guerras, repressão e violência em 2023, segundo a Organização Internacional de Migrações (OIM).

É nesse contexto em que a cultura de doação se revela imprescindível. Fortalecer a filantropia é essencial para potencializar ações que apoiam diretamente os afetados pelas mudanças climáticas. As doações e o trabalho de OSCs (Organizações da Sociedade Civil) são, frequentemente, as primeiras respostas em momentos de crise.

A experiência recente no Rio Grande do Sul é um exemplo disso. Diversas OSCs mobilizaram-se rapidamente para arrecadar recursos e ajudar as famílias atingidas pelas enchentes. Vimos um pico de doações e uma mobilização histórica. Mesmo com sedes inundadas, as organizações coordenaram voluntários, distribuíram, com eficiência, doações, e arrecadaram recursos financeiros para mitigar danos.

Registro feito durante visita da Fundação Gerações ao Instituto Camélia, após as enchentes que atingiram Porto Alegre e região [Foto: Marcos Pereira Feição]

No entanto, essas ações também expõem desafios. Algumas organizações, por exemplo, não dispunham de voluntários suficientes para gerir o grande volume de doações, enquanto outras observaram uma queda acentuada no fluxo de recursos financeiros à medida que a tragédia saía dos holofotes da mídia. Por isso, o conhecimento do território e a capilaridade das organizações locais são essenciais para que os recursos cheguem, de forma eficiente, a quem mais precisa.

O modelo de atuação com foco territorial surge como uma solução sistêmica e perene para articular doadores e organizações locais. No Rio Grande do Sul, o Fundo Porto de Todos, criado pela Fundação Gerações, apoiou OSCs locais para que estas pudessem retomar suas atividades após as enchentes. Iniciativas semelhantes já foram realizadas em outras regiões, como o Fundo de Chuvas, em Florianópolis, criado pelo ICOM (Instituto Comunitário Grande Florianópolis), e o Fundo Brumadinho, gerido pela Associação Nossa Cidade, que demonstraram a eficácia desse tipo de estratégia.

Em nosso contexto climático, tragédias como essas, infelizmente, têm a tendência de se repetirem de forma cada vez mais intensa. Estar preparado para a próxima crise antes mesmo da atual se encerrar é fundamental. Diagnósticos territoriais e a capacidade de mobilizar recursos e ativos diversos de forma estruturada das FICs (Fundações Comunitárias e Institutos) locais são ferramentas indispensáveis para enfrentar emergências. Lideranças locais, com conhecimento territorial, desempenham, portanto, um papel crucial na distribuição eficiente de recursos.

A filantropia estratégica pode ser a chave para responder com agilidade e impacto às tragédias. Se deseja contribuir, doe para organizações locais, como Fundações e Institutos Comunitários. Sabemos que desastres  continuarão acontecendo. A diferença que podemos fazer é como reagimos a eles. Apoiar quem já está no território, com experiência e compromisso com a comunidade, é o melhor caminho para minimizar os efeitos devastadores das mudanças climáticas.

5º edital Educação com Cidadania, do Instituto Chamex, selecionará projetos em âmbito nacional com apoio de R$ 35 mil

Organizações de todo o país terão até o dia 11 de abril para inscrever iniciativas com foco na promoção de soluções voltadas para a Educação

O Instituto Chamex, organização sem fins lucrativos mantida pela Sylvamo (NYSE: SLVM), a empresa de papel do mundo, em parceria com o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – anunciam a abertura das inscrições para o 5º Edital Educação com Cidadania. O edital tem como foco apoiar cinco organizações com projetos voltados à educação, com aporte de R$35 mil reais para cada uma das instituições selecionadas. As inscrições poderão ser realizadas até o dia 11 de abril pelo site do Instituto Chamex.

“Nós acreditamos em tornar a educação mais acessível em todos os cantos do Brasil. O projeto oferece soluções para desafios do sistema educacional, aliando criatividade e inovação nas formas de ensinar, aprender, empreender e educar”, comenta Mariana Claudio, gerente executiva do Instituto Chamex.

Saiba mais e inscreva o seu projeto!

O início das atividades está previsto para agosto e o processo de seleção é aberto para instituições de todo o país. As organizações terão oito meses para a implementação e conclusão dos projetos. Será considerado um diferencial as propostas que apresentarem metodologias replicáveis por outras organizações em outras regiões do país.

Além do aporte financeiro, as instituições escolhidas serão contempladas com quatro workshops de gestão de projetos (Teoria da Mudança, Plano de Monitoramento e Indicadores, Planejamento Estratégico e Captação de Recursos) ministrados pelo IDIS e um workshop de finalização. As entidades ainda terão a oportunidade de realizar o cadastro no portal de projetos do Instituto Chamex, área exclusiva para apresentação de ONGs com o objetivo de gerar conexões com parceiros do Instituto.

 “É um prazer para o IDIS apoiar o Instituto Chamex, desde 2021, na condução das edições do Edital Educação com Cidadania. Acreditamos muito no poder transformador da educação e reconhecemos a importância de iniciativas como essa para apoiar as organizações que estão na ponta”, reforça Paula Fabiani, CEO do IDIS.

 

Inscrições

As inscrições poderão ser realizadas até 11 de abril no preenchimento documentação necessária e enviada pelo formulário, disponível no site do Instituto Chamex.

Em caso de dúvidas ou mais informações, entre em contato pelo e-mail: editalchamex@idisconsultoria.org.br

No dia 03 de abril haverá um Webinar para dúvidas sobre o processo de inscrição e seleção das organizações. Inscreva-se aqui.


Histórias

A organização Sementes do Vale, que atua no Sertão de Minas Gerais, nas regiões do Norte do estado e no Vale do Jequitinhonha, foi uma das organizações que realizaram ações com apoio do Instituto Chamex em 2023. As oficinas de robótica, aulas de literatura e apresentações contribuíram para o desenvolvimento cognitivo, criatividade e habilidades socioemocionais das crianças beneficiadas.

 

Sobre o Instituto Chamex

Criado em 2008, o Instituto Chamex coloca a criatividade como elemento central para a construção de uma educação mais acessível, inclusiva, equitativa e transformadora. Atuando em rede com diversos parceiros, o instituto fomenta o desenvolvimento de estudantes, professores e agentes da educação do ensino infantil, fundamental e médio, apoiando projetos nacionalmente e desenvolvendo projetos localmente. Dessa forma, busca transformar inúmeras realidades, possibilitando um novo futuro para milhares de brasileiros.

O Instituto Chamex faz parte da Sylvamo, a Empresa de Papel do Mundo, produtora dos papéis para Imprimir e Escrever Chamex, Chamequinho e Chambril, e segue suas diretrizes de responsabilidade social, sustentabilidade e ética, engajando seus profissionais e apoiando as comunidades, pois acredita que por meio da criatividade e da educação é possível impulsionar mudanças e acelerar soluções para transformar a vida de muitas pessoas. Para mais informações, visite o site.

SOBRE A SYLVAMO

A Sylvamo (NYSE: SLVM) é a Empresa de Papel do Mundo com fábricas na Europa, América Latina e América do Norte. Nossa visão é ser o empregador, fornecedor e investimento preferido. Transformamos recursos renováveis em papéis dos quais as pessoas dependem para educação, comunicação e entretenimento. Com sede em Memphis, Tennessee, empregamos mais de 6.500 profissionais. As vendas líquidas para 2023 foram de US$ 3,7 bilhões. Para mais informações, visite o site da Sylvamo.

Sobre o IDIS

Criada em 1999, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social é uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

 

 

IDIS participa de curso de captação de recursos na Lilly Family School of Philanthropy

A Lilly Family School of Philanthropy promoveu em fevereiro mais uma edição do curso Principles & Techniques of Fundraising (em português, Princípios e Técnicas para Captação de Recursos). Guilherme Sylos, Diretor de Prospecção e Parcerias do IDIS, esteve em Indiana, nos Estados Unidos, para participar da capacitação intensiva de uma semana. O curso proporcionou aos participantes uma visão abrangente sobre estratégias de captação de recursos, combinando fundamentos teóricos com ferramentas práticas para fortalecer iniciativas filantrópicas.

“O programa aprofundou minha compreensão sobre a captação de recursos como uma disciplina estratégica, reforçando a importância do engajamento com os doadores e da filantropia orientada para o impacto. O conhecimento adquirido será fundamental para fortalecer parcerias e ampliar a agenda de impacto social”, comenta Guilherme Sylos.

Integrantes da turma de fevereiro do curso

A formação, embora centrada na realidade americana, abordou temas comuns e essenciais para organizações de todo o mundo. Tópicos sobre, por exemplo, como os doadores pensam e agem, a ciência por trás da captação de recursos, como e quando fazer um pedido de grandes doações e a importância do relacionamento de longo prazo foram abordadas ao longo do curso.

Durante as sessões, foram compartilhadas informações importantes sobre a diferença entre a captação de recursos pura e a criação de vínculos de confiança, não apenas com a organização, mas também com o interlocutor. A construção de um bom relacionamento leva meses (ou até anos) para que, de fato, a captação atinja um valor mais expressivo.

DESTAQUES DA FORMAÇÃO

Dois pontos foram reforçados diversas vezes a partir de falas de pessoas distintas: Planejamento e Construção de Relacionamento / Confiança. O ato de pedir uma doação ou qualquer outro tipo de apoio financeiro só deve acontecer após uma pesquisa e um planejamento profundo sobre o doador, independentemente de ele ser uma empresa, um membro de uma família com alto poder aquisitivo ou uma fundação.

Depois de realizada a pesquisa e o planejamento, deve-se construir um relacionamento de confiança. A partir dessa criação de vínculo, o solicitante ainda pode ‘usar’ esse doador para abrir novas portas. Dentro da estratégia de captação, esses interlocutores são importantes, pois já conhecem a organização e validam a sua atuação.

Essa tendência pode ser observada na ampliação do conceito de Trust Based Philanthopy, (ou Filantropia baseada em confiança), que defende a importância de tanto os financiadores quanto as organizações sociais confiarem uns nos outros, além de ambos ouvirem as pessoas e comunidades impactadas. A construção dessa confiança também é importante para que organizações consigam apoios substanciais.

Outro tema discutido durante os debates foi o novo governo americano e de que forma as suas ações interferem na filantropia americana e global. Segundo os palestrantes, existe um ar de incerteza, mas um otimismo ao mesmo tempo. Os mais esperançosos acreditam que as fundações e famílias vão se sensibilizar e irão aumentar as suas doações internacionais, o que pode ser benéfico para o Brasil.

Comitê Consultivo do Compromisso 1% inicia 2025 com estratégias para ampliação do movimento

O ano de 2025 começou com grandes expectativas para o Compromisso 1%, e a primeira reunião do Comitê Consultivo, formado por Benfeitoria, Capitalismo Consciente Brasil, Comunitas, GIFE e Simbi, marcou um passo importante na definição de estratégias para fortalecer o movimento ao longo de 2025.

Saiba mais sobre as organizações que fazem parte do Comitê Consultivo

O encontro teve como foco o planejamento para o novo ano, com destaque para o primeiro Encontro de Empresas Signatárias que acontecerá ainda no primeiro semestre, em abril, e estratégias para a expansão da comunidade de signatários.

Durante a reunião, foram apresentados números finais referentes ao período de agosto, quando foi lançado, a dezembro de 2024. Desde então, o Compromisso 1% alcançou a marca de 15 empresas signatárias que mobilizaram mais de R$ 22 milhões em doações, durante seu último exercício fiscal.

O processo de adesão inclui a comprovação das doações realizadas e pode ser feito on-line no site do movimento. 

Acesse o site do Compromisso 1% e saiba mais como aderir.

1% muda o mundo!

Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2025 destaca respostas a emergências e saúde mental no terceiro setor

O IDIS apresenta a quarta edição do relatório anual Perspectivas para a Filantropia no Brasil, explicitando movimentos relevantes para investidores sociais e outros membros do setor. Para além das reflexões acerca do cenário atual, o material apresenta iniciativas e soluções que vêm ganhando destaque e podem servir de inspiração e incentivo para novas ideias. 

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Conheça as seis perspectivas:

O levantamento, produzido com o objetivo de fortalecer e projetar o futuro da filantropia no Brasil, apresenta seis perspectivas. Entre os temas discutidos, as situações emergenciais continuam como um ponto de atenção pelo terceiro ano. A saúde mental também aparece como mais uma das prioridades, a partir da compreensão de que, quando o bem-estar mental está comprometido, isso também impacta o engajamento da sociedade civil em causas sociais. A temática de Diversidade & Inclusão é outra que surge no relatório em meio a controvérsias e ao aparente esfriamento dessa pauta no universo corporativo.

O conceito de desenvolvimento institucional das OSCs, como meio para garantir a perenidade dos impactos de projetos filantrópicos, é outro ponto abordado no relatório. Nesse contexto, são destacadas diversas frentes interligadas que possibilitam às OSCs se adaptarem e prosperarem. Além disso, o envolvimento de voluntários nas estruturas de governança das organizações tem se consolidado como uma tendência crescente no setor e, cada vez mais, o papel do voluntário deixa de ser encarado como uma ação pontual e passa a integrar de forma estruturada as práticas de governança e gestão das organizações.

Por fim, o relatório destaca a atuação de ações de ISP de pequenas e médias empresas, desmistificando a lógica de que esse tipo de investimento é só para grandes corporações. 

“Chegamos a mais um ano encarando de frente a urgência dos desafios e a complexidade das soluções. A sociedade está fragmentada, e muitos se sentem distantes da possibilidade de contribuir para a mudança. É justamente em momentos como esses que a filantropia se mostra ainda mais necessária, sendo um espaço de resistência, inovação e, acima de tudo, de esperança em ação. Este projeto é um convite para essa ação”, explica Paula Fabiani, CEO do IDIS.

O perspectivas para a Filantropia no Brasil 2025 está disponível para download gratuito:

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Sobre o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

Fundado em 1999, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social é uma organização social independente e pioneira no apoio estratégico ao investidor social no Brasil. Tem como missão inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, promovendo ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país. Sua atuação baseia-se no tripé geração de conhecimento, consultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia e da cultura de doação. 

Projetos do Juntos pela Saúde focados em tecnologia digital são apresentados ao Ministério da Saúde

A tecnologia digital na saúde avança a passos largos. Apesar disso, pode demorar alguns anos até que esses avanços possam ser democratizados para toda a população, como é o caso de sistemas públicos de saúde, como o SUS. Tendo isso em mente, a Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI) selecionou quatro projetos do programa Juntos pela Saúde, iniciativa do BNDES gerida pelo IDIS, em parceria com a Umane, para apresentarem iniciativas voltadas à promoção do acesso à saúde por meio de tecnologias digitais. Entre eles estão: 

Afluentes, executado pelo Instituto de Estudos e Políticas para a Saúde (IEPS);

NoHarm: Inteligência para Segurança dos Pacientes, executado pelo Instituto de Inteligência Artificial na Saúde;

Unidos pela Eliminação do Câncer de Colo de Útero no Brasil,  executado pelo Grupo Mulheres do Brasil;

V.E.R – Desenvolvimento e Implementação da Estratégia de Saúde Ocular Digital para Apoio e Fortalecimento da Saúde Ocular na Atenção Primária em Saúde (APS), executado pela Fundação Altino Ventura (FAV).

Por sua vez, a SEIDIGI, criada em janeiro de 2023, coordena a transformação digital do Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de ampliar o acesso, promover a integralidade e a continuidade do cuidado em saúde.

Equipes do IDIS, Umane e integrantes dos projetos na reunião de trabalho da SEIDIGI em Brasília (Janeiro, 2025).

Assim, no dia 29 de janeiro, representantes das quatro iniciativas apoiadas pelo Juntos pela Saúde se reuniram em Brasília, juntamente com representantes do IDIS, BNDES e Umane, para apresentar as estratégias adotadas pelos projetos a técnicos e representantes do gabinete da SEIDIGI, da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) e Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS). A partir disso, membros de todas as organizações puderam dialogar e refletir sobre como os projetos apresentados estão alinhados com as prioridades e oportunidades das políticas nacionais da Secretaria e de que modo eles poderiam somar esforços e favorecer um espaço de aprendizado colaborativo a partir da implementação de sua tecnologia digital nos territórios.

Equipes do BNDES, IDIS, Umane e integrantes dos projetos na reunião de trabalho da SEIDIGI em Brasília. (Janeiro, 2025). Crédito: IDIS.

“A oportunidade de diálogo entre o terceiro setor e a Secretaria de Saúde Digital, e demais órgãos do Ministério da Saúde representados, é de suma importância para o desenvolvimento de inovações aderentes aos territórios”, diz Evelyn Santos, gerente de parcerias e novos projetos da Umane.

 

 “A troca com a Secretaria de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde foi excelente. Muito importante para refletir sobre as tecnologias digitais aplicadas pelos projetos do Juntos pela Saúde e também para tratar sobre as especificidades dos territórios que serão atendidos pelas iniciativas”, enfatizou Luiza Saraiva, gerente do programa Juntos pela Saúde do IDIS.

Perspectivas para fundos filantrópicos em 2025

Há décadas os Fundos Filantrópicos têm se mostrado um mecanismo de uso crescente e exitoso para a mobilização de recursos filantrópicos em diversos países, contribuindo para a sustentabilidade de causas e organizações. No Brasil, o IDIS lidera uma iniciativa de advocacy, contribuindo para o aprimoramento do ambiente regulatório. Para dar sustentação e legitimidade aos pleitos levados à congressistas, o IDIS lidera a Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, um grupo multisetorial hoje composto por mais de 120 membros, entre organizações, empresas e pessoas que apoiam a regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no país, contribuem com suas demandas e pontos de vista, além de acompanharem e apoiarem os esforços na pauta.

Em janeiro de 2019, a Lei 13.800/19, conhecida como Lei dos Fundos Patrimoniais, foi regulamentada. A conquista é um marco para a agenda, e a ela seguiram outras regulamentações, fortalecendo o arcabouço legal. Hoje, acompanhamos a tramitação do Projeto de Lei (PL) 2440/23, aprovado no Senado em dezembro de 2024 e enviado para a Câmara do Deputados. O PL prevê  isentar as organizações gestoras de fundos filantrópicos de contribuições sociais, já que o recurso manuseado será utilizado especificamente para fomentar impacto social.

Em 2025, a agenda segue forte. Conheça as prioridades estratégicas e saiba como participar:

Aprovação do PL 2440/23 na Câmara dos Deputados: para conquistarmos esse marco prevemos estabelecer parcerias e fomentar o diálogo com membros estratégicos da Câmara. Entre nossas intenções, acionaremos a legisladores e pretendemos estabelecer contato com o Deputado Hugo Motta, presidente da Câmara. O objetivo é solicitar urgência na tramitação do Projeto de Lei, contribuindo para a eficiência na aprovação.

Avanço do PL 6185/23 na Câmara: Além do PL 2440/23, existe o PL 6185/23 em tramitação na Câmara. O Projeto de Lei permite a dedução do Imposto sobre a Renda apurado pelas pessoas físicas ou jurídicas, de valores doados a fundos patrimoniais constituídos nos termos da Lei nº 13.800/19, e dá outras providências. Continuaremos acompanhando o avanço do PL na Câmara, com a possibilidade de ele ser apensado ao PL 2440/23.

Apoio às discussões no âmbito da Reforma Tributária: destacamos que a não incidência do ITCMD está contemplada na Reforma que ainda precisa passar pela sanção do Governo Federal. Além disso, existe a possibilidade da cobrança de IBS e CBS para os Fundos Patrimoniais constituídos na Lei 13.800/19. Continuaremos os esforços para que a Reforma Tributária contribua para o avanço da agenda dos Fundos Patrimoniais no Brasil.

Conhecimento: a produção de conteúdo é um dos pilares da incidência política, trazendo evidencias técnicas. Por meio do Monitor de Fundos Patrimoniais, temos dados sempre atualizados sobre a quantidade de endowments no país, volume de patrimônio, causas apoiadas e localidade. Por meio do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais, trazemos informações aprofundadas sobre a gestão.

Coalizão pelos Fundos Filantrópicos: o grupo multissetorial, formado por mais de uma centena de signatários, contribuiu para que as iniciativas e pleitos de advocacy efetivamente representem o setor. Seguimos interessados em ampliar e fortalecer a rede, reunindo novos pontos de vista.

Ainda não é um signatário da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos? Entre em contato conosco em comunicacao@idis.org.br. É gratuito! Faça parte e apoie a causa dos fundos patrimoniais filantrópicos.

Paula Fabiani visita o Instituto Comunitário Paraty e iniciativas locais apoiadas

Fundações e institutos comunitários, por sua natureza multicausal e foco nas demandas e potencialidades do território, geram um impacto positivo significativo nas comunidades onde atuam. A CEO do IDIS, Paula Fabiani, teve a oportunidade de vivenciar esse modelo de atuação durante a visita a Paraty, onde conheceu mais profundamente o Instituto Comunitário Paraty (ICP).

O ICP desempenha um papel crucial no promover  desenvolvimento comunitário e territorial colaborando em rede, com atores sociais locais e apoiando iniciativas no ecossistema socioeducacional e socioambiental da cidade. Este modelo de atuação tem ganhado cada vez mais força no Brasil. 

Durante a imersão no território, Paula foi acompanhada pelas lideranças do ICP, Andreia Estrella e Ricardo Zuppi, e esteve em contato com projetos de organizações sociais que integram a rede do ICP. 

“Ter essa troca com a Paula foi uma partilha e trouxe uma série de sentimentos bons e insights para nós. Explicamos como foi o processo de criação do Instituto, de como começamos a nos reunir em forma de uma rede não oficial, mas para tentar solucionar os problemas em conjunto. E o apoio do IDIS foi fundamental para virarmos uma instituição de fato”, conta Ricardo Zuppi.

O momento foi de troca de experiências e aprendizados entre os presentes

 

Uma das paradas da visita foi no Instituto Náutico Paraty, um projeto educacional e esportivo que promove há 25 anos a transformação social na cidade, por meio do ensino do velejar para crianças e jovens em vulnerabilidade social, cujo idealizador e responsável é Gibrail Rameck Junior. Outra atuação conhecida foi a da Rede Alegrias, em que um dos projetos é relacionado ao Banco Comunitário. Esta iniciativa do Instituto Social Rural Jardim do Beija Flor e coordenada por Mônica Calderón, fortalece a economia solidária local, promove a inclusão financeira e estimula a circulação da Moeda Social “Alegrias”, impulsionando o desenvolvimento sustentável e o bem-estar da comunidade.

 


Confira a moeda social do Instituto Cacimba, de São Miguel Paulista, em São Paulo, organização que também participa do programa Transformando Territórios


 

O ICP conta com o apoio do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social por meio do programa Transformando Territórios. Esta iniciativa do IDIS com apoio da Charles Stewart Mott Foundation fomenta a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

“Conhecer o trabalho do Instituto Comunitário Paraty foi uma experiência inspiradora. Reafirma o conceito de que os institutos e fundações comunitárias são fundamentais para o desenvolvimento local, pois atuam diretamente nas necessidades do território. É gratificante ver de perto o impacto do programa Transformando Territórios e apoiar essa jornada”, relata Paula Fabiani.

#Conhecimento: Governança e Sucessão

Uma das frentes de atuação do IDIS é nas temáticas de Governança e Sucessão. Confira alguns dos conteúdos produzidos pelo nosso time relacionados ao tópico.

 

NOTA TÉCNICA

O amadurecimento de uma Organização da Sociedade Civil (OSC) é um processo gradual e, muitas vezes, não linear. Uma governança bem estruturada é fundamental para organizações que buscam planejar o longo prazo e, no entanto, é comum que muitas dessas organizações não consigam dedicar a atenção necessária a aspectos essenciais de governança.

Nesta Nota Técnica, propomos um framework para apoiar o processo de alocação de talentos nas diversas esferas de alta gestão das organizações.

 

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ARTIGOS

Sucessão em organizações sociais: agir antes que seja tarde
Compartilhar responsabilidades e delegar tarefas antes da efetiva sucessão é uma forma de preparar uma nova geração de líderes e construir a confiança nas suas capacidades.


Por que grupos minorizados precisam participar da governança na filantropia
É urgente que a filantropia trate a diversidade com mais afinco e convicção, e com menos hesitação, criando, assim, espaços cada vez mais respeitosos, justos e acolhedores.


Planejando a sucessão do fundador
Qualquer mudança na liderança de organizações da sociedade civil pode ser um grande desafio, mas quando se trata da sucessão do fundador da instituição, que geralmente desempenha o papel de principal executivo, esse processo pode ser ainda mais complexo.


Compliance no Investimento Social Privado: ética e transparência em foco
Garantir a legalidade, legitimidade e segurança das informações é uma prioridade

 

CASES

Tem interesse em conhecer mais sobre nossos serviços? Entre em contato com comunicacao@idis.org.br

Como aderir ao Compromisso 1%?

O Compromisso 1% é uma iniciativa do IDIS e do Instituto MOL, com o objetivo de incentivar empresas de diversos portes e segmentos a doarem pelo menos 1% de seu lucro líquido anual para causas socioambientais.

A adesão ao movimento é simples e não envolve custos financeiros. Ela permite que as empresas demonstrem seu compromisso com a transformação socioambiental do país gerando um impacto perene e positivo.

Confira o passo a passo para aderir:

1 – Acesse o site oficial do movimento.

2 – Preencha o Formulário de Adesão, fornecendo informações básicas sobre a empresa e suas práticas de doação.

3 – Complete o Formulário de Comprovações, anexando os documentos que comprovem as doações realizadas ou a intenção de doação.

4 – Envie os formulários e documentos. A equipe de compliance do comitê gestor do Compromisso 1% e sua empresa será notificada quando a adesão for aprovada.

5 – Após a validação, a empresa receberá o Termo de Adesão para assinatura e passará a fazer parte da comunidade do Compromisso 1%.

Ao aderir ao Compromisso 1%, sua empresa contribui com a sociedade, e se junta a uma rede de organizações que comprometidas com a Agenda ESG. O processo de adesão é simples, e a adesão é uma excelente oportunidade para as empresas contribuírem ativamente para um futuro melhor. Juntas, as empresas podem se tornar agentes de transformação e fazer a diferença na vida de milhares de pessoas.

Confira também as formas de doação aceitas pelo Compromisso 1%.

Acesse o site do movimento, preencha os formulários de adesão e comprovações e assuma um compromisso com a sociedade e o meio ambiente.

1% muda o mundo!

Lideranças comunitárias do Brasil, México, Peru e Chile participam de intercâmbios para potencializar a atuação nos territórios

O aprendizado entre pares é uma das premissas do programa Transformando Territórios, que apoia o fortalecimento de 15 fundações e institutos comunitários (FICs) com foco territorial em dez estados e quatro regiões do Brasil. Com o objetivo de ampliar essa colaboração para além das fronteiras brasileiras, lideranças de FICs participantes do programa realizarão intercâmbios com lideranças de fundações comunitárias latino-americanas, como a Fundación Punta de Mita (México) e a Fundación Comunitaria Cajamarca (Peru). Além dessas trocas entre as fundações e institutos comunitárias, o IDIS realizará um intercâmbio com uma organização de suporte do Chile, a Comunidad Organizaciones Solidarias. Essa iniciativa é viabilizada pela parceria com o Conectando Comunidades en América (CCA), parceiro institucional do programa.


Saiba mais sobre o que são institutos e fundações comunitárias


Os intercâmbios, no entanto, não se limitam ao âmbito internacional. Também ocorrerão trocas entre FICs brasileiras, promovendo um entendimento mais profundo dos territórios e ampliando o acesso ao conhecimento gerado pelas práticas locais. Essa troca de experiências entre diferentes realidades fortalece a rede de apoio e a articulação de práticas que beneficiam as comunidades envolvidas.

Entre os objetivos das trocas de saberes com organizações de suporte, destaca-se a aprendizagem sobre a construção de redes de fundações comunitárias/territoriais, além da troca de experiências sobre os processos de implementação de FICs em contextos distintos, como os do Brasil e do Chile.

 

“Participar do intercâmbio de práticas e do aprendizado mútuo entre Fundações e Institutos Comunitários é fundamental para ampliar o impacto local e fortalecer a articulação coletiva. Ao observar como as tecnologias sociais se aplicam em diferentes contextos e como podem ser adaptadas às realidades locais, vemos o poder transformador da colaboração. Essas visitas de aprendizado não só expandem horizontes, mas também reforçam a importância de construir redes de apoio que gerem um impacto mais amplo e duradouro”, afirma Rosana Ferraioulo, gerente do programa Transformando Territórios.

 

As visitas aos territórios trazem outras camadas às trocas que já se iniciaram de maneira virtual com as organizações estrangeiras. A primeira dessas viagens está marcada para março, quando representantes da organização de suporte chilena, Comunidad Organizaciones Solidarias, participarão de um encontro com as organizações participantes do programa Transformando Territórios. 

 

Ao longo de 2025, representantes de diferentes FICs realizarão visitas específicas: a Mundaú Mundo (Alagoas) visitará a Fundación Comunitaria Cajamarca (Peru), enquanto o Instituto Comunitário Paraty (Paraty, RJ) conhecerá a Fundación Punta de Mita (México). No âmbito nacional, haverá intercâmbios entre a FEAV (Valinhos, SP), a FUNDAES (Espírito Santo) e o ICOSE (Sergipe).

Conheça os projetos de conhecimento do IDIS em 2025 e faça parte!

A geração e disseminação de conhecimento é um dos pilares para o atingimento de nossa missão. Por meio de publicações, notas técnicas, artigos, capacitações e eventos, inspiramos, apoiamos e ampliamos o investimento social privado e seu impacto.

E podemos ir ainda mais longe e gerar ainda mais impactos positivos se formos juntos. Confira os principais projetos de conhecimento planejados pelo IDIS para serem realizados em 2025.

 

Cultura de doação

Quarta edição do mais amplo e profundo levantamento quantitativo sobre o comportamento do doador individual no Brasil. O capítulo especial terá como foco identificar a influência das doações emergenciais sobre a cultura de doação.

Saiba mais sobre a Pesquisa Doação Brasil 2024.

Previsão para realização: agosto de 2025

Filantropia e Investimento Social Privado

14ª edição do mais importante evento voltado à comunidade filantrópica brasileira.
A programação, que inclui palestrantes nacionais e internacionais, será realizada
em formato híbrido. Em 2025, o evento está previsto para realização em setembro.

Previsão para realização: setembro de 2025

 

Retomada de agenda regional, levando conceitos, tendências e casos práticos para além do eixo Rio-São Paulo. Com o objetivo de inspirar filantropos e fortalecer comunidades filantrópicas regionais, temos a expectativa de reunir 50 convidados presencialmente em Manaus para uma manhã de debates.

Previsão para realização: agosto de 2025

 

Filantropia Familiar

O Brasil tem um grande potencial para a atuação mais estratégica da filantropia familiar. Em um workshop com filantropos atuantes, vamos criar uma teoria de mudança para o engajamento de novas pessoas, identificando motivações, as condições necessárias para a mudança e definir atividades e intervenções necessárias para isso acontecer. O resultado será sistematizado em uma publicação e divulgado amplamente.

Previsão para realização: junho de 2025

 

Fundos Patrimoniais

Ação de advocacy para influenciar positivamente o ambiente regulatório e ampliar o conhecimento da sociedade em geral acerca do mecanismo, por meio de ações de comunicação e conhecimento. Entre os projetos de destaque, o Monitor de Fundos Patrimoniais. Integra a iniciativa a Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, formada por organizações e pessoas que apoiam a criação de endowments no Brasil. O grupo, que hoje conta com mais de uma centena de signatários. O projeto acontece ao longo de todo o ano.

Como o objetivo de fortalecer a pauta e gerar dados consistentes, realizaremos a quarta edição do Anuário, com informações e análises sobre a gestão e o desempenho dos fundos patrimoniais brasileiros.

Previsão para realização: novembro de 2025

Venha conosco! Entre em contato pelo e-mail comunicacao@idis.org.br para saber mais e apoiar os projetos.

Nota técnica | Governança em organizações da sociedade civil: framework para alocação estratégica de talentos

O amadurecimento de uma Organização da Sociedade Civil (OSC) é um processo gradual e, muitas vezes, não linear. Uma governança bem estruturada é fundamental para organizações que buscam planejar o longo prazo e, no entanto, é comum que muitas dessas organizações não consigam dedicar a atenção necessária a aspectos essenciais de governança.

Um desses aspectos frequentemente negligenciados é o processo de alocação de dirigentes e conselheiros voluntários nas instâncias de alta gestão, uma tarefa que envolve desafios e complexidades.

Nesta Nota Técnica, elaborada por Felipe Insunza Groba, gerente de projetos, e Juliana Santos Oliveira, analista de projetos do IDIS, propomos um framework para apoiar o processo de alocação de talentos nas diversas esferas de alta gestão das organizações.


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Compliance no Investimento Social Privado: ética e transparência em foco

Por Luiza Helena Cordeiro, analista de projetos do IDIS

A ética e a transparência têm se tornado temas centrais nas discussões sobre governança, tanto no mundo corporativo quanto no terceiro setor. Em ambos os contextos, garantir a legalidade, legitimidade e segurança das informações é uma prioridade. No caso do investimento social privado (ISP), essa preocupação se torna ainda mais relevante, especialmente em relação ao repasse de recursos.

Certificar-se das conformidades legais e mitigar irregularidades ou riscos associados às doações são passos indispensáveis para promover ações de financiamento de projetos e organizações mais eficazes e seguras.

Independentemente da estratégia de ISP adotada, seja por meio de modalidades de grantmaking ou financiamento direto, a verificação de legalidade e riscos é uma etapa fundamental. Nesse cenário, a análise de compliance é imprescindível para garantir segurança e transparência. Além de reunir estratégias para prevenir problemas, ela fomenta um ambiente de confiança, solidariedade e justiça, permitindo que o investimento social privado cause transformações reais e positivas. 

Mas, afinal, como implementar uma análise de compliance eficiente? 

Alinhamento entre processo e estratégias

O ponto de partida para um compliance bem-sucedido é a estruturação de um processo alinhado com as estratégias de ISP do investidor. Este programa deve alinhar-se à missão, valores e estratégias da organização, criando um modelo ético e transparente e, que ao mesmo tempo, reflita no seu ‘DNA organizacional’.

Como primeiros passos, a elaboração de códigos de conduta e ética é fundamental para construção de documentos e para estabelecer princípios claros que guiem o comportamento interno e externo da organização. Para refinar esses códigos de conduta, é necessário incorporar metodologias para identificação de riscos, utilizando ferramentas específicas para mapear ameaças potenciais, tanto internas quanto externas.

Outro aspecto é a vigilância em relação às mudanças na legislação. O acompanhamento regulatório permite que as organizações estejam sempre alinhadas às normas aplicáveis. Ferramentas de monitoramento legislativo e a revisão constante de políticas internas ajudam a garantir o cumprimento dos  padrões regulatórios. 

 

Adaptação às realidades locais

No ISP, é importante considerar as especificidades das organizações beneficiadas. Um exemplo disso é o Instituto Chamex, que, com o apoio técnico do IDIS, promove o Edital Educação com Cidadania. Durante o processo de seleção, é realizada uma análise de compliance das organizações inscritas, levando em conta as limitações financeiras e estruturais enfrentadas por Organizações da Sociedade Civil (OSCs) menores. 

A prática é bem-vinda, já que um programa de compliance excessivamente rígido pode inviabilizar parcerias promissoras, prejudicando tanto o doador quanto o receptor. Por isso, é importante também adotar uma abordagem flexível, pautada nos princípios da confiança e no respeito às particularidades locais.

Essa perspectiva é reforçada pela trusted-based philanthropy, que defende a construção de relações baseadas na confiança mútua, em vez de regras excessivamente burocráticas. Como destaca o The Ethics & Compliance Initiative:
“A integridade no ambiente de trabalho não se trata de um conjunto de regras aplicáveis apenas a situações específicas, mas de algo que deve estar presente no cotidiano das operações.”

 

Engajamento e monitoramento contínuo

A implementação de um programa de compliance eficiente exige o envolvimento ativo dos colaboradores e lideranças. Treinamentos periódicos e conscientização da equipe são indispensáveis para consolidar uma cultura de transparência e integridade. 

Além disso, é essencial estabelecer mecanismos de monitoramento contínuo, como relatórios de atividades e prestação de contas, auditorias e feedbacks regulares. A organização deve adotar sistemas seguros para armazenamento e processamento de informações, garantindo a conformidade com legislações como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Políticas robustas de proteção de dados são necessárias para evitar violações, proteger informações sensíveis e mitigar riscos relacionados à privacidade. Os instrumentos garantem a conformidade das ações, como também fortalecem a confiança entre investidores e organizações beneficiadas. 

A análise de compliance, quando bem estruturada, é uma ferramenta estratégica para identificar e solucionar riscos, fortalecer parcerias e combater práticas de corrupção. Ao combinar ética, transparência e adaptação às realidades locais, o compliance contribui para a construção de um investimento social mais seguro e impactante.

O IDIS oferece apoio técnico a parceiros que desejam fomentar uma cultura organizacional baseada na confiança, monitoramento ativo e engajamento contínuo. Entendemos que é o caminho para alcançar mudanças sociais reais e sustentáveis, promovendo um ciclo virtuoso de desenvolvimento pautado na justiça e na solidariedade.

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Juntos pela Saúde encerra 2024 com aumento no portfólio de projetos

Em 2024, o Programa Juntos pela Saúde, iniciativa do BNDES gerida pelo IDIS, se expandiu para todos os estados da região Norte e Nordeste do Brasil, contemplando mais de 350 municípios.

Ao todo, mais de R$100 milhões serão investidos para o fortalecimento da saúde pública nas regiões Norte e Nordeste em um período de quatro anos. A partir de doações do BNDES e outros apoiadores (capital filantrópico) em uma estratégia de matchfunding, o programa beneficiará 14 projetos comprometidos com o atendimento de saúde para população usuária do SUS.

Equipe do Juntos pela Saúde do IDIS em setembro de 2024. Crédito: André Porto e Caio Graça. 

Atenção Primária em Saúde no SUS

Lançado em janeiro de 2024, o Edital “Atenção Primária em Saúde do SUS no Norte e Nordeste”, iniciativa do Juntos pela Saúde em parceria com a Umane, teve como objetivo apoiar projetos que aprimoram a Atenção Primária à Saúde (APS) em municípios com menos de um médico a cada mil habitantes nas regiões Norte e Nordeste do país. Os selecionados poderiam receber até R$20 milhões destinados na modalidade de matchfunding.

Comitê de seleção do edital de APS (junho 2024). Foto: Rossana Fraga/BNDES.

Por meio de um processo minucioso de seleção, que incluiu webinars para solução de dúvidas e diversas etapas de entregas para os participantes, em junho de 2024 foram selecionados cinco projetos para serem apoiados pelo edital dentre os mais de 40 inscritos. Ao fim do segundo semestre, os projetos ‘Unidos pela Eliminação do Câncer de Colo de Útero no Brasil’ e ‘NoHarm: Inteligência para Segurança dos Pacientes’ já iniciaram atividades. 

“Expandimos a iniciativa ‘Juntos pela Saúde’, um programa de impacto em parceria com o BNDES e outras organizações privadas, com o objetivo de fortalecer o SUS nas regiões Norte e Nordeste do país. Neste ano, aprovamos dez novos projetos, sendo cinco deles selecionados a partir de uma chamada pública realizada com apoio da Umane. No total, finalizamos 2024 com 14 projetos aprovados no Programa, com presença em todos os estados do Norte e Nordeste, totalizando mais de R$110 milhões destinados aos territórios até 2026”, afirmou Luiza Saraiva, gerente do programa Juntos pela Saúde do IDIS.

 

Impacto regional 

Durante o ano, também foram realizadas uma série de visitas de acompanhamento e monitoramento em campo por parte da equipe do Juntos pela Saúde aos municípios participantes dos diversos projetos integrantes do programa. 

Em março, um encontro em São Luís, no Maranhão, reuniu parceiros e representantes de 21 dos 24 municípios maranhenses participantes do projeto Ciclo Saúde Proteção Social. Já em setembro, uma visita a Lagarto (SE) para acompanhamento dos resultados do projeto Painel de Indicadores em Saúde Mental, que havia sido finalizado no mês anterior.  

Equipe do IDIS, BNDES e ImpulsoGov, executora do projeto, em Lagarto, SE. Crédito: IDIS.

Encerramento de ciclos

Além de um ano de expansão e concretização do programa, este também foi um período de encerramento de dois projetos do Juntos pela Saúde. O Painel de Indicadores em Saúde Mental, apoiado pelo BNDES e RD Saúde, e executado pela ImpulsoGov, auxiliou a ampliação do acesso a dados e informações simplificadas para os gestores de saúde mental dos 10 municípios participantes, de forma a melhor orientar a gestão por parte dos profissionais envolvidos nos serviços de saúde mental. Já o primeiro ciclo do projeto Impulso Previne fortaleceu a gestão nos 19 municípios em que atuou por meio da ampliação do uso de indicadores de saúde, em especial o indicador citopatológico, essencial na prevenção do câncer de colo de útero. 

Perspectivas para 2025

Quando um ciclo se encerra, novas oportunidades surgem. Finalizamos 2024 orgulhosos com o que foi conquistado até aqui. O ano foi marcado por formalizações de etapas processuais de novos projetos embarcados no Programa ao longo do segundo semestre. Em 2025, a partir da intensificação da atuação dos projetos apoiados por meio do capital público e filantrópico, vamos escalar ainda mais a atuação em prol de uma saúde pública tecnológica e democrática para as populações do Norte e Nordeste do País.

“Nesses dois primeiros anos do Juntos pela Saúde, nos dedicamos à estruturação de processos, captação de apoiadores e executores, e constituímos um diversificado portfólio de projetos com objetivos ambiciosos voltados ao fortalecimento da atuação do SUS nas regiões Norte e Nordeste. Para 2025, nossa expectativa é fortalecer a nossa rede de parceiros, promovendo trocas, aprendizagens coletivas e integrando soluções que possam potencializar os resultados na ponta. Além disso, seguimos acompanhando de perto as realizações nos territórios para conhecer a perspectiva dos nossos beneficiários – os profissionais de saúde do SUS – e para compreender ainda melhor os impactos do nosso trabalho”, destacou Luiza Saraiva.

#Conhecimento: Fundos Patrimoniais (Endowments)

Confira nossos conteúdos relacionados a Fundos Patrimoniais (ou endowments).

Acesse o site da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, uma coalizão formada por organizações e pessoas que apoiam a criação de Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil, organizada pelo IDIS com apoio jurídico da PLKC Advogados.

Monitor de fundos patrimoniais no brasil

Publicações

Fundos filantrópicos: o que são, tipos e como diferenciá-los

O que é um fundo patrimonial?

Artigos e notas técnicas

Prefácio Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023

Artigo: Melhores práticas para se medir o sucesso de um fundo patrimonial

Artigo: O impacto na governança a partir da doação de um legado: Entenda como a criação do fundo patrimonial pode impulsionar mudanças estratégicas em organizações da sociedade civil como a ASA

Artigo: Gestão Sustentável de Fundos Patrimoniais: A Fundação Bradesco como referência no Brasil, transformando pela educação

Artigo: A diversidade na governança de fundos patrimoniais

Artigo: O papel do gestor de investimento

Artigo: Fundo de Fomento à Filantropia: pedra fundamental do legado do IDIS para o Brasil

Artigo: Fundos Patrimoniais e o almoço grátis

Artigo: Não existe longo prazo sem Sustentabilidade

Artigo: Governança: elemento-chave para a gestão de Fundos Patrimoniais

Artigo: Uma nova fronteira para os endowments brasileiros

Artigo: Perspectivas para os Fundos Patrimoniais no Brasil

Artigo: O cenário macroeconômico em 2022 e as implicações para gestores de fundos patrimoniais

Nota técnica: Fundos Patrimoniais Filantrópicos

Artigo: Fortalecimento dos Fundos Patrimoniais | Valor Econômico

Artigo: Posicionamento da Receita Federal traz desestímulo para fundos patrimoniais

Artigo: Cultura em chamas: o que aprendemos três anos após o incêndio do Museu Nacional

Artigo: Fundos patrimoniais: desafios e benefícios da Lei 13.800/19

Cases

Advocacy Fundos Patrimoniais: Coalizão pelos Fundos Filantrópicos 

PODCASTS

Vídeos

 

Caso queira saber mais sobre fundos patrimoniais ou queria conhecer nossos serviços, envie um e-mail para comunicacao@idis.org.br.

Gincana de doação engaja colaboradores do IDIS

Para celebrar o Dia de Doar, a equipe do IDIS organizou uma ‘Gincana do Bem’, com atividades voluntárias, como cursos e oficinas, oferecidas pelos próprios colaboradores para seus colegas. A participação nas atividades envolvia uma contribuição simbólica, destinada ao Fundo de Fomento à Filantropia (FFF), criado pelo IDIS para fortalecer o investimento social privado e promover a cultura da doação no Brasil.

As atividades propostas variaram de oficinas de cerâmica fria e produção de fermento natural a corridas coletivas, degustações de alimentos e um show realizado por uma banda formada pelos próprios colaboradores (foto ao lado).

A iniciativa destaca as doações como um ato que vai além do aspecto monetário, ressaltando que o valor doado ou a forma escolhida para contribuir – seja por meio de dinheiro, tempo ou conhecimentos – não são o mais importante; o essencial é realizar a doação. Além disso, a ação fortalece a cultura de doação dentro da organização. Mais de 50 colaboradores do IDIS participaram das atividades, seja como participantes ou como responsáveis pela organização.

“Contribuir com tempo e conhecimentos em atividades que reforçam a cultura de doação não só fortalece o impacto social, mas também nos conecta como equipe. Fazemos a diferença e ainda nos divertimos”, comenta Lavínia Xavier, analista de comunicação do IDIS e participante de várias das ações.

Grupo de colaboradores participantes da corrida. Para cada quilômetro percorrido, foi estabelecido um valor a ser doado para o Fundo pelo proponente da atividade.

Descubra Sua Causa é lançada em campanha na Globo

Durante a semana do ‘Dia de Doar’ deste ano, o IDIS, Instituto MOL e Globo lançaram uma parceria para estimular a cultura de doação no Brasil. Uma chamada para o teste Descubra Sua Causa foi veiculada na televisão aberta e também nas redes sociais da emissora. A iniciativa está alinhada à plataforma Para Quem Doar da emissora, cujo objetivo também é fortalecer a cultura de doação.

“Saber a própria causa é um primeiro passo essencial para a ação. O Descubra Sua Causa é uma ferramenta fácil e simples para mobilização de pessoas. Poder contar com a disseminação de um veículo com o alcance da Globo nos move em direção a uma nação cada vez mais doadora e solidária”, comenta Luisa Gerbase Lima, gerente de comunicação e conhecimento do IDIS. 

 

O Descubra Sua Causa estimula as pessoas a refletirem e identificarem suas causas, além de indicar organizações da sociedade civil para as quais os respondentes podem doar. Lançado em 2018 pelo IDIS, o teste já foi realizado por milhares de pessoas em mais de seis anos de veiculação, incentivando o engajamento social com um conteúdo leve e informativo. Ao longo desse período, passou por melhorias em seu funcionamento além de ter sido atualizado visualmente. 

Acesse o site ParaQuemDoar e Descubra Sua Causa!

Retrospectiva IDIS 2024: Investimento Social é feito de gente

Equipe IDIS na confraternização de 2024

Todos os dias, trabalhamos para promover um futuro melhor para esta e para as próximas gerações. Sonhamos, planejamos, agimos, monitoramos e avaliamos impactos, na esperança de que estamos contribuindo para um mundo mais justo e solidário.

Em 2024, esse trabalho se manteve firme, mas o ano foi especial. O IDIS completou 25 anos, uma oportunidade de celebrar nosso passado, reconhecer conquistas, aprendizados e, principalmente, as pessoas. Inspirados pelo tema “Investimento Social é coisa de gente”, guiamos nossas comemorações com uma campanha que refletiu o que tem de mais essencial em nosso trabalho.

Investimento social é coisa de gente porque é feito por e para pessoas. Porque exige diálogo, envolve discordâncias e consensos, erros e acertos. Porque nos aproxima e emociona. Essa mensagem foi o fio condutor de ações presenciais e online, incluindo um evento inesquecível no MASP, marco cultural de São Paulo, que reuniu aqueles que fizeram e fazem parte da nossa história. Foi nessa ocasião também que lançamos nosso novo vídeo institucional. Assista aqui!

 

Um legado para o futuro: o Fundo de Fomento à Filantropia


O marco histórico foi o momento perfeito para concretizar um sonho antigo: a criação do Fundo de Fomento à Filantropia (FFF). Este é o primeiro fundo brasileiro dedicado a fortalecer a filantropia e a cultura de doação no país. Com uma base financeira sólida, podemos garantir a sustentabilidade de projetos, multiplicar iniciativas e alcançar mais pessoas, promovendo mudanças duradouras. Este é um legado que pertence a todos que acreditam no poder transformador da filantropia.

Estamos fechando o ano com um patrimônio de 9,3 milhões, fruto de aportes de diferentes grandezas e com matching realizado a partir da doação recebida da filantropa americana MacKenzie Scott

Quer fazer parte dessa história? Clique aqui para doar.

 

Resultados concretos em um ano intenso


Nossa atuação baseia-se em uma tríade. Nossos pilares de atuação, consultoria, conhecimento e projetos de impacto, nos trouxeram até aqui. Na consultoria exercemos nossa missão apoiando investidores sociais a gerar mais impacto na sua jornada filantrópica. Com as iniciativas de conhecimento produzimos para o setor materiais com as melhores práticas e dados para que as organizações gerem mais impacto positivo. E nos projetos de impacto entregamos, com nossos parceiros, ações, que catalisam o ecossistema da filantropia e da cultura de doação, beneficiando organizações, comunidades e pessoas. Cada pilar alimenta os demais.

Somente neste ano, nossa equipe de consultoria realizou 47 projetos em áreas como planejamento estratégico, ESG, fundos patrimoniais, gestão de doações e avaliação de impacto. Mantivemos uma nota média acima de 9 na avaliação dos clientes, com um alto índice de recomendação, refletindo o compromisso com a qualidade.

 

Conheça as histórias aqui.

 

Em parceria com o Instituto MOL, lançamos o Compromisso 1%, inspirado no movimento estadunidense Pledge 1%. Até agora, 15 empresas já aderiram, entre aquelas que já tem essa prática e outras que estão comprometidas em alcançar o patamar de doação de 1% do lucro líquido em até dois anos. A iniciativa conta ainda com o apoio de Cyrela, Instituto Cyrela, PwC e RD Saúde, além de organizações do setor que integram o comitê consultivo.

No programa Transformando Territórios, dedicado a fortalecer fundações e institutos  comunitários no Brasil, reunimos participantes de todo o país em São Paulo para o Encontro anual. Aproveitamos a ocasião para lançar o guia ‘Como criar uma fundação ou instituto comunitário’ – um guia prático a partir de exemplos de quem já transforma territórios.

Representantes dos participantes do programa Transformando Territórios Foto: André Porto

Expandimos o Juntos pela Saúde, parceria com o BNDES que destinará mais de R$ 100 milhões ao fortalecimento da saúde pública nas regiões Norte e Nordeste no período de 4 anos. A partir de doações do BNDES e outros apoiadores, o programa beneficiará 14 organizações da sociedade civil comprometidas com o atendimento de saúde para população usuária do SUS.

A pauta de advocacy também avançou. À frente da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, conquistamos uma vitória importante: a aprovação do PL 2.440/23 na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, e agora segue para a Câmara. Também passamos a integrar a Aliança pelo Fortalecimento da Sociedade Civil, liderada pelo Instituto Beja, trabalhando pela inclusão da pauta na Reforma Tributária.

Ao longo do ano, lançamos 39 produtos de conhecimento diversos, incluindo relatórios como Perspectivas da Filantropia no Brasil; Investimento Social Privado: Estratégias que Alavancam a Agenda ESG e a terceira edição do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais, alcançando mais de 80 mil pessoas. Destaque também à realização de mais uma edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, que neste ano reuniu novamente mais de mil pessoas em formato híbrido. Também estivemos presentes em eventos locais e globais, como o Global Philanthropy Forum, o African Philanthropy Forum,  Impact Minds (Latimpacto), o Foundations for the Future (Reino Unido).

Pessoas e Diversidade


Com o crescimento dos projetos, veio também o crescimento da equipe. Fechamos o ano com 53 querIDIS em nosso time. As ações ligadas a Pessoas acompanharam o movimento – foi realizado o segundo programa de estágios, implementamos um programa de mentoria e um programa de desenvolvimento voltado para lideranças. Uma trabalho foi feito também no sentido de fortalecer a rede de Alumni IDIS, pessoas que trabalharam conosco no passado, mas que podem seguir contribuindo para o atingimento de nossa missão mesmo distantes.

Com três anos de existência, nosso Comitê de Diversidade promoveu escutas, letramentos e o terceiro Censo IDIS. Entre os resultados, o mapeamento identificou um aumento de 13 pontos percentuais na proporção de pessoas não brancas na equipe, em comparação ao ano anterior. Entre as ações realizadas, destacam-se um treinamento com Cida Bento para os membros do conselho e uma conversa de Viviane Moreira com o grupo de lideranças do IDIS.

Gestão e sustentabilidade

Acompanhando o crescimento do IDIS, implantamos novos processos operacionais e financeiros. Políticas internas também foram atualizadas e houve um esforço grande em desenvolver o mapeamento de riscos e desenvolver uma matriz com orientações sobre como lidar com cada um deles.

Foi concluído também nosso processo de planejamento estratégico, que contempla o próximo triênio.

Reconhecimentos

Pelo quinto ano, fomos reconhecidos como uma das Melhores ONGs do Brasil e, pela segunda vez, como a melhor ONG de Filantropia, Voluntariado e Apoio a Organizações da Sociedade Civil do Brasil. 

No Dia de Doar, o destaque foi o Descubra Sua Causa, projeto do IDIS com o Instituto MOL. A partir de uma parceria com a Globo e sua plataforma ParaQuemDoar, ganhamos destaque em todos os veículos do grupo, com direito a vídeo promocional!

É sempre muito emocionante escrever essa retrospectiva, rememorando alguns dos principais acontecimentos do ano. Não foi fácil, mas foi coletivo.

QuerIDIS, conselheiros, parceiros, apoiadores, familiares e amigos: muito obrigada! Cada um de vocês é parte essencial desta jornada. 

Que 2025 traga esperança, coragem e realizações para todos nós.

Com carinho,

Paula Fabiani

Cazumbada 2024: uma imersão na cultura e no território da Baixada Maranhense

Por Alexandre Gonçalves Jr, coordenador de comunicação do IDIS

 

Em um dos cenários mais emblemáticos de São Luís, no Museu Ferroviário do Maranhão, localizado na estação ferroviária desativada, teve início a Cazumbada, festival promovido pelos Institutos Baixada Maranhense e Formação. O Instituto Baixada Maranhense é uma das 15 Fundações e Institutos Comunitários (FICs) integrantes do Programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS com a Charles Stewart Mott Foundation. O Programa tem como objetivo fortalecer essas FICs que atuam com o apoio técnico e suporte financeiro de organizações e iniciativas da sociedade civil de suas comunidades.

Entre o centro histórico da cidade, com suas casas coloniais, e a baía de São Marcos, os brincantes do Bumba Meu Boi anunciaram o tom da imersão que parceiros e apoiadores viveriam nos dias seguintes: uma viagem ao coração da cultura maranhense, marcada tanto pelo encantamento quanto pelo encontro com o desconhecido. 

“A Cazumbada é um evento único, nenhum outro evento pauta a filantropia comunitária territorial como ele. É uma grande imersão que proporciona a vivência do território integralmente para os próprios financiadores. E não só todo organismo da filantropia, mas a própria cultura local acaba se fortalecendo com isso”, Instituto Baixada

 

 

O nome Cazumbada remete a Cazumbá, personagem místico das celebrações do Bumba Meu Boi. Essa figura folclórica, que não se enquadra nos conceitos de feminino, masculino ou animal, desperta curiosidade e fascínio com sua máscara impactante e indumentárias coloridas e elaboradas.

Após um jantar de boas-vindas, os convidados partiram para a Baixada Maranhense, região que abriga 21 municípios somados ao município de Alcântara, abrangendo cerca de 559 mil pessoas, segundo o último censo do IBGE. O percurso, que combinou trajetos por terra, água e a pé, foi uma verdadeira experiência territorial. A travessia da baía de São Marcos, agora vista de perto em ferry boat e canoas, conectou os participantes ao cotidiano da região.

 

Uma Imersão em Comunidades Quilombolas

A jornada incluiu uma visita à Ilha de Cajual, no município de Alcântara, onde guias mirins da comunidade quilombola Santa Rosa dos Pretos conduziram os participantes por uma trilha. Alcântara, mais conhecida pela base militar de lançamento de mísseis, revelou outro lado: mais de 80% de sua população é quilombola. Em Santa Rosa dos Pretos, quebradeiras de coco babaçu demonstraram a extração artesanal do óleo e azeite, ingredientes essenciais na culinária regional.

Foto: Instituto Baixada/Instituto Formação

Essa tradição extrativista, transmitida de geração em geração, é uma das principais fontes de renda da comunidade. Recentemente, o Instituto Baixada forneceu um moedor automático para facilitar a produção de óleo de babaçu. Além disso, a instituição tem auxiliado no acesso a políticas públicas, como a instalação de painéis solares, que trouxeram energia elétrica para vilas antes dependentes de estações relacionadas.

Outro ponto visitado foi a comunidade Olhos D’Água dos Gomes, onde está sendo reconstruída a Casa de Muriquinho, espaço dedicado a atividades socioculturais para jovens, com a gestão e definição de agenda pela própria comunidade. 

Esse projeto é apoiado pelo programa Transformando Territórios, do IDIS, em parceria com o Instituto Baixada

A cultura na Baixada

A musicalidade ecoa na Baixada. Longe do ruído dos grandes centros urbanos, os ritmos do Bumba Meu Boi, tambor de crioula, reggae e forró ecoam como expressão de identidade e resistência cultural.

Foto: Instituto Baixada/Instituto Formação

Na Baixada Maranhense, o território é o próprio agente de transformações de impacto social positivo. Cada baixadeiro, com suas histórias, saberes e ambições, contribui para o desenvolvimento socioambiental local. O Instituto Comunitário Baixada Maranhense, ao final dos três dias de evento, reafirmou sua missão: investir em pessoas para transformar territórios. Essa promessa está estampada na sede da instituição, localizada em Nova Olinda do Maranhão, e reflete a grandiosidade de sua atuação no fortalecimento de comunidades e tradições com a promessa de investir em pessoas que transformem territórios.

Foto: Instituto Baixada/Instituto Formação

IDIS organiza delegação brasileira para o Global Philanthropy Forum 2025

Global Philanthropy Forum 2025 acontecerá entre os dias 12 e 14 de março em São Francisco e neste ano, o tema do evento é “Embracing Risk: Adaptive Philanthropy in the Age of Complexity”, debatendo como a filantropia tem se adaptado e arriscado para solucionar problemas complexos. O evento contará, mais uma vez, com a tradicional delegação brasileira organizada e liderada pelo IDIS. Como parceiros do evento, o IDIS anualmente organiza a viagem, fortalecendo o relacionamento entre os participantes e com a comunidade filantrópica global.

Convidados que indicarem na inscrição que vieram por meio do IDIS têm direito a descontos exclusivos. Tem interesse em participar da delegação? Entre em contato conosco através de comunicacao@idis.org.br.

Em 2023, durante a última edição do evento, a delegação liderada pelo IDIS esteve presente, com 13 membros, de diferentes organizações. Foram cerca da de 250 participantes ao longo de dois dias de evento que tratou de temáticas como dinâmica de poder entre doadores e beneficiários, a decolonização da filantropia, doações irrestritas, além de causas relacionadas à diversidade, ajuda humanitária e a correlação entre vulnerabilidades socioeconômicas e os impactos das mudanças climáticas.

“Participar do Global Philanthropy Forum 2023 foi uma experiência enriquecedora, que nos permitiu conectar com pessoas de experiências incrivelmente diversas. Acreditamos firmemente que as conversas e conexões estabelecidas no evento têm o potencial de gerar parcerias transformadoras para o futuro”, comenta Guilherme Sylos, diretor de prospecção e parcerias do IDIS e líder da delegação.

O IDIS é responsável pelo produção do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, a versão local do Global Philanthropy Forum.

Filantropia deve ser ousada para gerar impacto social duradouro

Esse artigo foi publicado originalmente na Folha de S.Paulo, em 06/12/2024

Por Paula Fabiani, CEO do IDIS

O setor de filantropia no Brasil está passando por um momento de transformação, impulsionado pela crescente demanda por soluções sociais inovadoras e pela necessidade de nova postura diante dos desafios estruturais e conjunturais do país.

O cenário econômico e social, agravado por policrises cada vez mais imprevisíveis, porém constantes, escancara desigualdades agudas, enquanto acelera mudanças nas expectativas sociais e no comportamento de investidores.

Desde que a filantropia atravessou o oceano e ganhou roupagens abrasileiradas, seu foco deixou de ser definido por uma única pessoa e passou a ser determinado pelas prioridades nos territórios.

O setor é desafiado a repensar suas práticas, a partir do que realmente vem sendo demandado pela população. Não há mais espaço para uma filantropia sem pluralidade de vozes.

Inovação é um dos pilares dessa transformação. A atual filantropia exige cada vez mais ousadia, transparência e engajamento estratégico para desenvolver metodologias, parcerias e ecossistemas que possibilitem soluções perenes.

Exemplos disso são modelos como fundos filantrópicos e filantropia comunitária, que buscam superar o imediatismo e adotar estratégias de médio e longo prazo para um impacto social positivo mais sustentável e replicável.

Porém o setor ainda enfrenta muitos nós. Um dos maiores obstáculos é a resistência à mudança dentro do próprio ecossistema. Coragem para inovar envolve, principalmente, enfrentamento de resistências culturais e estruturais, tanto dentro das organizações filantrópicas quanto na sociedade.

Outro desafio importante é governança. Há uma crescente demanda por maior transparência e responsabilidade por parte das instituições filantrópicas.

Doadores, organizações e público em geral esperam ver resultados tangíveis e medidos, o que pressiona organizações a adotarem práticas mais robustas de gestão e prestação de contas, com avaliações sobre o retorno dos valores doados.

Além de tudo isso, o cenário político brasileiro impõe barreiras. A falta de políticas públicas claras e de incentivos fiscais eficientes para doações limita o alcance de muitas iniciativas filantrópicas.

Em contrapartida, a filantropia tem potencial de influenciar essas políticas e promover mudanças, atuando em sintonia com o setor público e as necessidades das comunidades atendidas.

No futuro (não tão distante), espera-se que o papel do investidor social no Brasil evolua de uma postura puramente financeira para uma posição de liderança estratégica.

É essencial que o investidor do futuro compreenda que deve atuar como facilitador de rede, articulador de parcerias intersetoriais e defensor de causas que promovam inclusão, equidade e sustentabilidade. Ele também deve ter a coragem de financiar projetos ousados e apoiar ideias transformadoras.

O futuro da filantropia no Brasil depende da capacidade do setor de se adaptar e inovar em um ambiente em rápida mudança. Para tanto, será necessário vencer resistências, adotar novas abordagens e, acima de tudo, manter um foco claro na missão de reduzir desigualdades e promover o bem-estar coletivo.

Assim poderemos devolver, principalmente aos jovens, a capacidade de sonhar um outro país.

PL sobre tributação de fundos patrimoniais é aprovado no Senado

Este é um importante passo para o aprimoramento do ambiente regulatório para os fundos patrimoniais no Brasil. O Projeto de Lei 2.440/23, que complementa a Lei 13.800/19, traz medidas imprescindíveis a uma adequada tributação sobre endowments. O PL é de autoria do Senador Flávio Arns (PSB/PR), já foi aprovado na Comissão de Educação, sob a relatoria da Senadora Dorinha Seabra, e no dia 26 de novembro foi aprovado também na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), sob a relatoria do Senador Rodrigo Cunha. O PL é terminativo na CAE, o que significa que ele será encaminhado para a Câmara após esta aprovação no Senado.

O objetivo central do PL é aprimorar o ambiente tributário dos fundos patrimoniais enquadrados na Lei de Fundos Patrimoniais (13.800/19). Entre eles, a isenção do Imposto de Renda sobre aplicação financeira, o reconhecimento da posição das gestoras de fundo patrimonial como investidoras no Brasil e no exterior, sem que isso seja considerado um desvio de finalidade, além de reconhecer a isenção da COFINS sobre receitas financeiras.

A proposta reconhece e deixa mais clara o incentivo fiscal à doação de empresas que apuram o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica pelo lucro real, permitindo que sejam deduzidas como despesas operacionais, nos termos da legislação atual sobre o assunto.

A questão tributária é uma barreira importante para a adesão de endowments à Lei 13.800. Segundo o recém-lançado Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023, do qual participaram 74 fundos, até o fim de 2023, somente 19% estavam enquadradas nos parâmetros da referida Lei, dado que as entidades operacionais têm o receio de perder a imunidade tributária.

Esse avanço é de suma importância é fruto de um esforço coletivo do IDIS, que lidera a Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, e da Aliança pelo Fortalecimento das Organizações da Sociedade Civil, que reúne organizações representativas do setor, escritórios de advocacia especializados, empresas e investidores sociais.

“Não resta dúvida de que a participação da sociedade, neste caso, por meio dos fundos patrimoniais, é extremamente necessária e deve sempre ocorrer de forma ativa e sem entraves burocráticos. O fortalecimento do Terceiro Setor, não apenas por meio da legislação, mas, principalmente, pelo reconhecimento por parte do poder público, é o caminho para que possamos assegurar benefícios sociais e econômicos para todos”, acredita Flávio Arns, senador e autor do PL em questão.

 

“A aprovação do PL 2440/23 no Senado Federal é um avanço para a sustentabilidade e apoio de causas no Brasil. Um ambiente tributário favorável é essencial o desenvolvimento da cultura de doação. Observamos nos últimos anos um crescimento dos fundos patrimoniais brasileiros com a Lei 13.800 e, agora, com a possibilidade da ampliação da isenção tributária para as Organizações Gestoras de Fundos Patrimoniais, esperamos aumento ainda mais acelerado na estruturação de endowments que contribuem para o desenvolvimento socioambiental do Brasil. Ainda precisamos passar o PL na Câmara, mas aprovar no Senado é certamente uma conquista que merece ser celebrada.”, acredita Paula Fabiani, CEO do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

 

“A aprovação do PL 2440 é de suma importância para o avanço dos fundos patrimoniais no Brasil, equiparando a nossa legislação com a legislação estrangeira sobre endowments, que não tributam suas rendas. É o resultado do esforço de anos da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, somado à mobilização mais recente da Aliança pelo Fortalecimento das Organizações da Sociedade Civil”, comenta Priscila Pasqualin, sócia do PLKC Advogados e responsável pelo apoio jurídico à Coalizão pelos Fundos Filantrópicos.

 

Sobre a Coalizão

A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos é um grupo multisetorial composto por mais de 100 membros, entre organizações, empresas e pessoas que apoiam a regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no país. Lançada em junho de 2018, e liderada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, essas organizações brasileiras integram a Coalizão, que é aberta para qualquer pessoa ou instituição que apoie a causa dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos.

O G20 também é social: articulações pela filantropia

A Aliança contra a Fome e a Pobreza e a taxação de super ricos estão entre os principais direcionamentos do G20 no Brasil. O encontro multilateral, entretanto, vai muito além da declaração final assinada pelos líderes das nações participantes. 

Tradicionalmente focado em questões econômicas globais, o G20 tem demonstrado um compromisso crescente com temas sociais. A criação do G20 Social, uma iniciativa inédita que busca ampliar a participação da sociedade civil nos debates e decisões do grupo, é um marco nesse sentido. Naturalmente, a filantropia surge como um tema de debate no C20.

O grupo de trabalho, mobilizado pela WINGS, envolveu representantes de diferentes nações. No Brasil, GIFE e ABONG conduziram a coordenação, que levou a elaboração das recomendações do grupo para que a filantropia possa ampliar seu potencial de contribuição ao desenvolvimento sustentável. “A filantropia contribui com um espectro vasto de temas sociais e ambientais e podia manifestar posicionamento, enquanto setor, sobre tais agendas ante a um fórum global como o G20, incidindo sobre a tomada de decisões que impactam a conjuntura das sociedades contemporâneas”, comenta Gustavo Bernadino, gerente de Programas do GIFE.

O documento final convoca os países do G20 a assumirem compromissos efetivos com o ecossistema filantrópico. Entre as recomendações, temas como a necessidade de um sistema tributário mais justo, reformas da dívida internacional e tributária, facilitação do acesso a recursos pela sociedade civil e a importância de proteger o espaço cívico.

“Foi uma grande conquista levar ao C20 o debate sobre filantropia. O processo participativo contribuiu para o fortalecimento do ecossistema global ao mesmo tempo que gerou um conjunto de recomendações que devem reverberar para além da cúpula. Houve diálogo e a troca de experiências, valiosos para a cooperação internacional.” comenta  Luisa Lima, gerente de comunicação e conhecimento no IDIS, que foi uma das integrantes do grupo.

As recomendações do C20 sobre filantropia oferecem uma oportunidade única para fortalecer a colaboração entre os setores público, privado e social, em prol de um futuro mais justo e sustentável.

“Olhando para trás, para as presidências do G20 desde a formação do grupo global em 1999, esta foi a primeira interação formal e estruturada da filantropia, enquanto campo, no G20. As recomendações foram apresentadas formalmente ao governo brasileiro e também compartilhadas com a Primeira-Dama durante a Cúpula do C20″, explica Benjamin Bellegy, diretor executivo da WINGS.

Cassio França, Gustavo Bernardino e Pedro Bocca representaram o GIFE, Benjamin Bellegy, da Wings, além de Gustavo Westmann, da Secretaria-Geral da Presidência da República; e Pedro Simões, da Secretaria-Geral do G20.

Leia o documento completo com as recomendações aqui.

 

Mundaú Mundo inaugura novo escritório em Maceió

As Fundações e Institutos Comunitários (FICs) atuam dando suporte a iniciativas locais que promovem o desenvolvimento social de determinadas regiões onde estão inseridas. Com o objetivo de ser um apoiador, O Mundaú Mundo, que é uma FIC localizada em Alagoas, inaugurou um novo escritório no Centro de Inovação do Jaraguá, em Maceió. A organização faz parte Programa Transformando Territórios (TT), iniciativa de impacto do IDIS em parceria com a C.S Mott Foundation.

Rosana Ferraioulo, gerente de projetos do IDIS e responsável pelo TT, esteve no evento de inauguração e visitou outras dependências da organização, conhecendo a fundo as ações do Mundaú para o desenvolvimento social do território.

“Estar presencialmente na inauguração da sede da Mundaú Mundo com o Carlos Jorge, equipe e representantes das organizações sociais do território é uma alegria imensa. O espaço, para além de ser a sede para o trabalho em equipe, fomenta o ecossistema territorial e o desenvolvimento local”, comenta Rosana.

 

O MUNDAÚ MUNDO

O objetivo do Instituto Mundaú é transformar pessoas para transformar territórios. Para isso realiza diversas ações em Maceió, entre elas estão o Programa de formação e desenvolvimento educacional, ações de educação ambiental e prevenção para as famílias da lagoa Mundaú, e ações esportivas, como aulas de judô infantil.

“A inauguração do escritório da Mundaú Mundo é um sonho se tornando realidade, e sem nossos parceiros não chegaríamos até aqui. Agradeço a todos os líderes sociais que se fizeram presentes, além da Asssepro e do IDIS, que com muita alegria celebrou conosco. Transformar pessoas para transformar territórios já é uma realidade”, disse Carlos Jorge, fundador da FIC.

 

SOBRE O TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

Saiba mais sobre o programa e os participantes em www.transformandoterritorios.org.br

 

 

Vem aí ‘Dia de Doar 2024’: participe e doe para o Fundo de Fomento à Filantropia

Desde 2013, acontece o Dia de Doar no Brasil, e neste ano, a 11ª edição será no dia 3 de dezembro. O objetivo é incentivar o país a ser mais generoso e solidário, mobilizando pessoas físicas, empresas e campanhas comunitárias para arrecadar recursos e aumentar o impacto positivo das organizações do terceiro setor.

O movimento desempenha um papel fundamental ao mostrar que todos podem participar, fortalecendo a cultura da doação no cotidiano das pessoas.

Neste ano, convidamos você a contribuir para o Fundo de Fomento à Filantropia. Ao doar, você apoia o contínuo fortalecimento do investimento social privado e da cultura de doação no Brasil.

Os rendimentos do fundo patrimonial são revertidos em impactos positivos e concretos para a sociedade, sendo utilizados para o fortalecimento da filantropia e da cultura de doação, por meio de pesquisas, campanhas e outras ações; para advocacy por um ambiente regulatório mais favorável ao terceiro setor; para a promoção de publicações e eventos, como o Fórum de Filantropos e Investidores Sociais; e para a articulação de atores e parcerias para o desenvolvimento do setor, incluindo os endowments criados e a Coalizão. Além disso, os recursos também são utilizados para catalisar iniciativas estruturantes que multipliquem o Investimento Social Privado (ISP) e ampliem seu impacto, entre outras atividades.

Cada doação contribui para o fortalecimento da sociedade civil e para a redução das desigualdades no Brasil, em uma causa que não é apenas nossa, mas de todo o setor. Venha com a gente!

Faça sua doação e saiba mais sobre o Fundo de Fomento à Filantropia:

Sucessão em organizações sociais: agir antes que seja tarde

Artigo publicado originalmente no Nexo Jornal, em 23/11/2024

Por Felipe Insunza Groba, Juliana Santos Oliveira e Paula Jancso Fabiani

A sucessão é um desafio inerente à vida e permeia todas as esferas da sociedade, seja nas empresas familiares, onde disputas por heranças podem gerar brigas quase fraticidas como na aclamada série Succession; na política, onde a transição de lideranças é usualmente marcada por períodos de instabilidades; ou até mesmo no seio de doutrinas religiosas, como a divergência entre xiitas e sunitas, fruto de uma disputa sucessória ocorrida após a morte do profeta Maomé.

A humanidade está repleta de exemplos de como sucessões podem ser pontos de inflexão na história, moldando o destino de nações e desencadeando grandes transformações sociais e, no Brasil, não é diferente. Após quase cinquenta anos de reinado de Dom Pedro II, a monarquia, sem uma sucessão bem estruturada, ruiu em poucos anos, demonstrando como a falta de planejamento pode fragilizar instituições consolidadas.

Quando vamos para o mundo empresarial, o recente falecimento de Silvio Santos, uma das personalidades mais conhecidas da televisão brasileira e fundador do Grupo Silvio Santos, coloca em dúvida a continuidade da empresa como a conhecemos hoje. Ao longo de décadas, Silvio construiu um império midiático e empresarial centrado em sua persona, deixando um desafio para suas sucessoras em lidar com a sua ausência.

No setor social, o padrão também se repete. Lideranças visionárias e notáveis, dotadas de paixão e visão, são a alma de muitas organizações da sociedade civil. Essas pessoas dedicam suas vidas a causas e ao bem comum, cativam pessoas para contribuírem com sua organização, e zelam pelo funcionamento delas como se fossem seus filhos. No entanto, essa mesma paixão que estrutura e impulsiona as organizações pode se tornar um obstáculo no momento da sucessão, resultando na chamada síndrome do fundador. Esse fenômeno, caracterizado pela dificuldade do fundador de uma organização em delegar responsabilidades ou preparar novas lideranças, pode enraizar uma dependência excessiva em sua figura central. Isso afeta a cultura organizacional, tornando a transição da liderança ainda mais desafiador. A síndrome também compromete diretamente os processos decisórios, muitas vezes engessando a capacidade de inovação da instituição.

Enfrentar ou mitigar os efeitos da síndrome do fundador requer clareza de propósito e planejamento, com ações que garantam a partilha da tomada de decisão de forma progressiva conforme a organização amadurece. Uma das principais abordagens é o fortalecimento da governança da organização por meio da criação de conselhos deliberativos, que integrem membros independentes com poder real de decisão. Isto porque a inclusão de pessoas com perfis diversos e sem vínculos afetivos com as lideranças atuais permite a oxigenação de ideias e a diluição da influência excessiva de líderes longevos ou até dos fundadores, garantindo que a governança seja mais equilibrada e representativa.

Este processo não costuma ser simples, uma vez que a distribuição de poder não se limita a questões técnicas e precisa considerar as emoções e vaidades inerentes à natureza humana. Compartilhar responsabilidades gradativamente e delegar tarefas antes da efetiva sucessão é uma forma de preparar uma nova geração de líderes e construir a confiança nas suas capacidades, minimizando conflitos e resistências. Muitas organizações optam pela criação de comitês de sucessão, dedicados a propor um plano de ação, mapear talentos e monitorar os processos sucessórios, garantindo que sejam bem conduzidos.

A transição da liderança da organização, no entanto, deve estar inserida em um plano de sucessão e contingência abrangente. A saída dos fundadores é apenas uma das possíveis mudanças que podem desafiar a continuidade de uma organização, e um bom plano de sucessão também deve contemplar a substituição de outros líderes-chave e colaboradores ao longo do tempo. Identificar os cargos críticos dentro da organização e desenvolver planos de sucessão individualizados para essas posições também é essencial. O IDIS passou por um processo de sucessão onde o fundador trabalhou junto à nova liderança e ao Conselho Deliberativo para garantir uma transição positiva para a organização, preservando sua cultura, valores e conhecimento acumulado. E atualmente buscamos trabalhar o processo de sucessão em diretorias e gerências estratégicas para a organização.

Para diminuir o estigma e o medo de conversas sobre sucessão em uma organização, é importante que o tema esteja sempre em pauta, de modo respeitoso e transparente, junto aos membros da governança e colaboradores. No que diz respeito à comunicação externa, é boa prática informar sucessões relevantes aos diferentes stakeholders, de parceiros e doadores aos atendidos pela organização. Isso assegura que as partes envolvidas estejam preparadas e alinhadas com o processo de transição, mitigando o sentimento de ruptura que pode ser gerado pelas mudanças.

A sustentabilidade financeira é outro fator crucial para garantir a fluidez dos processos de sucessão. Fundos patrimoniais, ou endowments, representam uma solução estratégica para garantir a perenidade de organizações da sociedade civil. Esses fundos, ao serem geridos de forma responsável, podem propiciar recursos suficientes para remunerar futuras lideranças, especialmente em cargos ocupados por voluntários a serem sucedidos. Além de assegurar recursos no longo prazo, a criação de fundos patrimoniais transmite segurança aos colaboradores quanto ao futuro da organização mesmo após alterações na liderança.

Embora o processo de sucessão seja repleto de incertezas, ao acolher novas vozes e saberes as organizações têm a oportunidade de revisar sua missão, atividades e práticas, alinhando-as com as novas demandas sociais e fortalecendo sua relevância. A sucessão, portanto, não deveria ser encarada apenas como um desafio, mas como uma janela de oportunidade para o fomento à inovação, uma chance de aprender com o passado mirando o futuro. A falta de planejamento sucessório pode comprometer a continuidade dos projetos sociais e prejudicar milhares de pessoas que se beneficiam ou até dependem dessas organizações. Para os líderes a serem sucedidos, é fundamental o envolvimento direto com a sucessão. Abordar o tema de forma proativa e antes que seja tarde demais é a única forma de perpetuar as mudanças nas vidas daqueles que são atendidos.

Acesse também a nota técnica ‘Governança em organizações da sociedade civil: framework para alocação estratégica de talentos’!

Saiba como doar para Fundos Patrimoniais Filantrópicos (Endowments)

Os Fundos Patrimoniais Filantrópicos são mecanismos que permitem o desenvolvimento e a manutenção de organizações e causas, garantindo uma sustentabilidade financeira de longo prazo. Funciona assim: os fundos, também conhecidos como endowments, reúnem recursos de doações, sejam elas grandes ou pequenas. O valor recebido é  mantido e os rendimentos podem ser usados, garantindo recursos perenes.

Os Fundos Patrimoniais passaram a ser regulamentados no Brasil com a aprovação da Lei 13.800/2019 e você sabia que podem receber doações também de pessoas físicas? Os valores doados ajudam a aumentar o patrimônio do fundo e seus rendimentos.

Saiba mais sobre os Fundos Patrimoniais.

Conheça os fundos que aceitam doações de indivíduos:

Filantropia

Fundo de Fomento à Filantropia – Contribui para o contínuo fortalecimento do investimento social privado e da cultura de doação no Brasil.

Causas de Interesse público

Fundo Rogério Jonas Zylbersztajn Fundo Rogério Jonas Zylbersztajn – Tem por finalidade fomentar e promover causas de interesse público, voltadas à população em geral.

 

 EDUCAÇÃO

 

Amigos Direito UERJ – Os recursos do fundo patrimonial são destinados a apoiar projetos e programas definidos pela gestão do fundo.

 

 

 

Pan American School | LinkedIn

 

Associação Escola Panamericana de Porto Alegre – Destina os recursos do fundo para projetos institucionais, estudantis e eventos da escola, por meio de doações, parcerias e patrocínios, que contribuirão para o enriquecimento acadêmico e o legado institucional da escola.

 

 

Fundo Patrimonial do ITA – Os recursos do fundo são destinados a projetos escolhidos pelo Conselho de Administração, executados por departamentos do ITA ou pelas Organizações Executoras parceiras, como a AEITA, ITAEx e FCMF

 

 

 

Associação Gestora do Fundo Patrimonial em Apoio à Faculdade de Direito da UFRGS – O fundo patrimonial apoia a promoção da melhoria dos espaços e da infraestrutura da Faculdade de Direito da UFRGS, necessários ao desenvolvimento gratuito da educação e do desenvolvimento humano, técnico e profissional da comunidade de estudantes, professores, servidores e entidades sem fins lucrativos representantes destas categorias.

 

Chronos | Início

Chronos (USP São Carlos – Comunidade) – Os recursos do Chronos são destinados a apoiar projetos da comunidade da USP São Carlos, incluindo alunos, professores, funcionários e entidades representativas dessas categorias.

 

 

 

EAUFBA - Escola de Administração, UFBA

Conecta EAUFBA (Escola de Administração da UFBA) – Endowment composta por uma associação de ex-alunos da Universidade Federal da Bahia, com o propósito de contribuir com o desenvolvimento de carreira dos alunos e deixar um legado para as próximas gerações de estudantes.

 

 

Endowment AFESU – Os recursos do fundo são destinados para o oferecimento de projetos gratuitos para meninas e mulheres em vulnerabilidade social.

 

 

 

 

Endowment Alumni Direito Mackenzie – Todos os recursos do fundo são destinados exclusivamente para projetos que busquem efetivar o direito fundamental de acesso à justiça, bem como projetos de ensino, pesquisa e extensão, preferencialmente vinculados à Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie e que promovam a melhora da educação e das instituições jurídicas no Brasil.

 

Endowment DireitoGVEndowment Direito GV | LinkedIn – O DireitoGV é um fundo patrimonial destinado a arrecadação de recursos para manter estudantes aprovados no vestibular da FGV no curso de Direito, mas que dependem significativamente de uma ajuda para arcar com custos indiretos do curso como apostilas, transporte e alimentação. 

 

 

agradecimento2020 — Instituto AcaiaInstituto AcaiaO instituto orienta suas atividades através de três núcleos: ateliescola acaia, Centro de Estudar Acaia Sagarana e Acaia Pantanal, que desenvolvem atividades socioeducativa.

 

 

Endowment Instituto Rodrigo Mendes (IRM) – Todos os recursos do endowment visam colaborar para que toda pessoa com deficiência tenha uma educação de qualidade na escola inclusiva. Seus projetos estão organizados a partir de uma arquitetura de programas baseada em três pilares: produção de conhecimento, formação de educadores e advocacy.

 

Endowment PUC-Rio – A Associação dos Antigos Alunos da PUC-Rio apresenta o fundo Endowment, destinado a arrecadar recursos financeiros para diversas frentes da universidade. Essas doações ajudam a manter, por exemplo, bolsas de estudos na PUC-Rio para alunos de baixa renda e a aperfeiçoar serviços da AAA. 

 

 

Endowment Sempre FEA (FEAUSP – alunos) – O Sempre FEA é um fundo patrimonial criado por ex-alunos da FEAUSP para apoiar projetos e alunos, professores, funcionários e entidades da FEA USP. Em dois anos de existência, já apoiaram cerca de 40 projetos e impactando mais de 300 pessoas diretamente.

 

Fundo Amanhã (Administração UFRGS) – Visa apoiar o desenvolvimento da comunidade da Universidade (alunos, ex-alunos, professores, técnicos e entidades representativas) por meio do investimento em programas e projetos de impacto voltados para a manutenção da excelência em ensino, pesquisa e extensão às gerações futuras.

 

 

Fundo Areguá – O Fundo Areguá oferece bolsas de estudos para alunos da faculdade de medicina da Santa Casa de São Paulo, além de apoiar projetos de pesquisa da instituição.

 

 

Fundo Catarina – Investem em projetos para os alunos de engenharia e tecnologia da UFSC, como projetos de extensão e projetos de pesquisa, fomento ao empreendedorismo e distribuição de bolsas de estudo meritórias, potencializando a formação de novos profissionais de engenharia e tecnologia líderes no país.

 

 

 

Fundo Centenário (Escola de Engenharia da UFRGS) – Os rendimentos do Fundo Centenário são para a manutenção da Escola de Engenharia da UFRGS. 

 

 

 

Amigos da Poli (Escola Politécnica da USP) – O fundo patrimonial Amigos da Poli apoia projetos da Escola Politécnica da USP e sua comunidade, convictos de que a educação é o futuro do país. Entre as iniciativas, está um Edital de Projetos anualmente, aberto a toda comunidade politécnica, onde buscam projetos para financiamento e o Centro de Carreira da Poli, conexão entre os alunos e alunas com o mercado de trabalho. O Amigos da Poli é finalista dos Melhores ONGs 2022.

 

Fundo Patrimonial Amigos da UnivaliFundo Patrimonial Amigos da Univali - Associação Ou Organização em Centro – O Fundo Patrimonial Amigos da Univali tem como objetivo diminuir a desigualdade social e salarial promovendo o acesso ao ensino superior, por meio do fornecimento de bolsas de estudo para acadêmicos da Univali.  

 

 

Amigos do Brasil Central1º Edital para Seleção de Projetos Associação Fundo Patrimonial Amigos do Brasil Central – Criada por um grupo de alunos(as), ex-alunos(as) e docentes das Escolas de Engenharia da UFG, a proposta do fundo Amigos do Brasil Central é ser uma fonte perpétua de recursos para a instituição. 

 

 

 

Fundo Patrimonial Associação Projeto Gauss (FPPG) – O fundo visa garantir a perpetuidade do Projeto Gauss que fornece bolsas de estudo e mentoria para alunos que também acreditam na educação como ferramenta de transformação e que, por muitos motivos, não tiveram oportunidades.

 

Augere – Fundo Patrimonial da FMUSP – O Endowment FMUSP permite a continuidade de um ensino de excelência da Faculdade de Medicina da USP, além de contribuir para o desenvolvimento de pesquisas.  

 

 

Início | Fundo Patrimonial Axuxê

Fundo Patrimonial Axuxê (FMABC) – Visa garantir o crescimento de comunidade acadêmica, incentivando a diversidade, o conhecimento, o espírito de liderança através do fornecimento de bolsas de estudo.

 

 

 

 

 

CEAP | IDISIDIS

Fundo Patrimonial CEAPA organização atua no modelo de escola profissionalizante gratuita, e oferece anualmente cursos de formação e qualificação profissional para 1.100 jovens entre 10 e 18 anos que no contraturno estejam matriculados no ensino regular.

 

Fundo Patrimonial da UEM – Apoia projetos de pesquisa, eventos acadêmicos, projetos de extensão e ações comunitárias que impactam em nossa cidade e a Universidade Estadual de Maringá.

 

 

Fundo Patrimonial da USP – A Fundação tem o objeto social contribuir para o desenvolvimento educacional e intelectual de alunos e ex-alunos da USP, bem como da sociedade em geral, por meio de programas, projetos e outras ações relacionados à promoção da educação em sentido amplo, promoção da cultura e do desporto, promoção da preservação e da manutenção do patrimônio histórico e seus acervos; outras finalidades de interesse público a serem determinadas pelo Conselho de Administração.

 

Fundo Patrimonial FEAUSP – O Fundo Patrimonial FEAUSP proporciona maior diversificação nas fontes de receita para a instituição. O investimento perene tem como foco fortalecer e ampliar as iniciativas relacionadas a FEA, focando em ensino, pesquisa e extensão. 

 

Gene (Fundo patrimonial do Instituto Federal de São Paulo) – Fundo que garanta recursos para projetos de pesquisa, ensino, extensão e inovação, apoiando principalmente os estudantes e as futuras gerações do IFSP.

 

Insper 2017/1: resultado do Vestibular de Engenharia é liberado

Fundo Insper – Fundo de apoio ao Insper, instituição de ensino superior e pesquisa sem fins lucrativos. Os recursos podem ser alocados para o fornecimento de bolsas de estudo ou patrocinar salas e espaços no campus.

 

 

LUMINA – é o Fundo Patrimonial da Universidade Estadual de Campinas, tem como missão atrair e ser uma fonte de recursos perene, dedicada a apoiar e financiar projetos e iniciativas da universidade nos campos de ensino, pesquisa, extensão, inovação, empreendedorismo, cultura e assistência.

 

Home | Associação Fundo Patrimonial Patronos

Fundo Patrimonial Patronos – Fundo dedicado a apoiar projetos, pessoas e pesquisas da Comunidade da Unicamp

 

 

Primatera Fundo Patrimonial - Primatera Fundo Patrimonial

Primatera Fundo Patrimonial – Fundo patrimonial criado para fomentar o conhecimento nas áreas de recursos florestais e biomateriais.

 

Instituto Reditus | LinkedIn

Reditus (UFRJ – alunos) – O Reditus possui o objetivo de fortalecer a comunidade da UFRJ, fomentando a cultura de retribuição e aprimorando a experiência educacional dos novos alunos.

 

 

 

 

Rio Endowment - DesktopRIO Endowment – Fundo patrimonial dedicado a desbloquear o potencial dos alunos STEM no Rio de Janeiro. Por meio das doações que recebemos, o RIO seleciona estudantes brilhantes que necessitam de apoio financeiro e não financeiro (captação de doações a partir de R$10 mil).

 

UFTM e Fundo Patrimonial Semear assinarão acordo de parceria

Semear Associação / Fundo Patrimonial (UFTM)Fundo Patrimonial da da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) para apoiar e financiar iniciativas desenvolvidas pela Instituição. 

 

 

 

Direitos Humanos

Fundo Brasil de Direitos Humanos Fundo Brasil - O Fundo Brasil de Direitos Humanos é uma iniciativa pioneira que pretende contribuir para a promoção dos direitos humanos no país, criando mecanismos sustentáveis de doação de recursos voltadosO Fundo Brasil é um Endowment que busca promover o respeito aos direitos humanos no Brasil, construindo mecanismos inovadores e sustentáveis que canalizem recursos para fortalecer organizações da sociedade civil e para desenvolver a filantropia de justiça social. 

 

Combate à pobreza e desigualdade

Fundo Betinho (Ação da Cidadania) – Fundo patrimonial para fomentar ações de combate à fome e a miséria em todo o Brasil não só da Ação da Cidadania mas também permitindo que a Ação possa apoiar outras entidades na ponta para execução de seus projetos em comunidades locais por todo o país.

 

 

 

Fundo FICA (@fundo_fica) / Twitter

Fundo FICA – O Fundo FICA busca viabilizar o aluguel de unidades no centro de São Paulo por um valor justo, por meio de apoios mensais, pontuais e comodato de imóveis. 

 

 

 

 

Doação Fundo Patrimonial | ADC

Já, devagar e sempre (Aventura de Construir) – Fundo patrimonial que visa dar sustentabilidade financeira a ONG Aventura de Construir. Seu trabalho é voltado ao fortalecer o empreendedorismo nas periferias do Brasil.

 

 

 

 

Sempre Sanfran, Fundo Patrimonial da Faculdade de Direito da USP

Sempre Sanfran – O Sempre Sanfran é um fundo formado por ex-alunos para a sustentabilidade financeira da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Os recursos apoiam projetos de interesse da FDUSP, promovendo a qualidade de ensino, o incremento de atividades de extensão e pesquisa e a melhora da infraestrutura da FDUSP. 

 

Religião

Fonte Endowment – Os recursos do fundo são direcionados a projetos já existentes, visando apoiar causas humanitárias, educação, evangelismo e missões e a cultura do reino.

 

 

 

Jornalismo

Fundo de Apoio ao Jornalismo Investigativo (F/ABRAJI) – Visa dar sustentabilidade financeira à ABRAJI, uma instituição apartidária, que busca o desenvolvimento do jornalismo investigativo no Brasil. 

 

Saúde

 

Fundo Patrimonial IBMP –  Visa constituir fonte vitalícia de recursos em benefício do  Instituto de Biologia Molecular do Paraná (Fiocruz), o qual trabalha pela inovação em saúde.

 

 

Futurin

 

Futurin – Funds for life (Hospital Pequeno Príncipe) – Este é o Fundo Patrimonial do Complexo Pequeno Príncipe, que nasce para apoiar a causa da saúde infantojuvenil, garantindo aos meninos e meninas do Brasil o direito à saúde e à vida.

 

 

 

 

Instituto Merula Steagall - Abrale

Instituto Merula Steagall – Destina os rendimentos do fundo aos projetos e atividades da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) e da Abrasta (Associação Brasileira de Talassemia).

 

Fundo Patrimonial do Sírio-Libanês – O Fundo tem como objetivo a construção de um legado com o propósito de contribuir para a perenidade da Instituição e financiar ações futuras ligadas a três principais iniciativas: Assistência Médico-Hospitalar, Tecnologia e Inovação; Assistência Social; Educação em Saúde / Ciência e Pesquisa.

Formação de jovens lideranças

Fundo de Endowment do Instituto Líderes do Amanhã – Visa assegurar a perenidade do Instituto Líderes do Amanhã.

 

EQUIDADE RACIAL

Fundo Baobá – O Fundo Baobá para Equidade Racial é o primeiro e único fundo dedicado, exclusivamente, para a promoção da equidade racial para a população negra no Brasil. Criado em 2011, é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo mobilizar pessoas e recursos, no Brasil e no exterior, para o apoio a projetos e ações pró-equidade racial. Para doar, acesse:

 

Mais sobre Fundos Patrimoniais

Acesse mais conteúdos nesta temática produzidos pelo IDIS aqui.

Caso queira saber mais sobre fundos patrimoniais ou queria conhecer nossos serviços, envie um e-mail para comunicacao@idis.org.br.

Ampliação e consolidação de endowments no Brasil é tema de debate

Como os fundos patrimoniais contribuem para atuação perene das causas e instituições? O mercado financeiro está preparado para lidar com a gestão dos recursos de fundos patrimoniais? Qual a importância da diversidade e inclusão para a governança de fundos patrimoniais?

Estas foram algumas das questões debatidas no evento de lançamento do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023. Na terceira edição, a publicação analisou dados de 74 endowments brasileiros, que somam 156 bilhões de reais em patrimônio, valor que equivale a mais de 98% do patrimônio contido em fundos patrimoniais no país, de acordo com o Monitor de Fundos Patrimoniais no Brasil

Visando melhor compreender o significado dos achados inéditos da publicação para o cenário brasileiro, o evento de lançamento do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023 (acesse a publicação completa aqui) contou com uma mesa redonda com gestores de fundos patrimoniais ativos. O debate contou com a contribuição de Luiz Fernando Figueiredo, Presidente do Conselho de Administração da JiveMauá Investments e do Conselho Instituto Fefig; Murilo Nogueira, Diretor Administrativo & Financeiro da Fundação Bradesco; Rodrigo “Kiko” Afonso, Diretor-Executivo da Ação da Cidadania; Viviane Moreira, membro do Conselho Fiscal do IDIS; e moderação de Guilherme Sylos, Diretor de Prospecção e Parcerias do IDIS. 

Em relação a perenidade dos endowments no país, Murilo Nogueira, gestor do maior e mais antigo fundo patrimonial brasileiro, frisou a necessidade de uma gestão cautelosa e responsável dos recursos financeiros para que possa haver continuidade na manutenção da causa apoiada. O investimento e acompanhamento consciente aparece como mecanismo essencial para o sucesso e manutenção do legado criado (confira aqui um artigo sobre o fundo patrimonial da Fundação Bradesco que está presente no Anuário). Rodrigo ‘Kiko’ Afonso, também tratou em sua fala sobre a importância da gestão responsável e transparente dos recursos investidos, uma vez que a continuidade destes dependem da confiança do doador com o fundo patrimonial. 

Luiz Fernando Figueiredo reforçou a importância da estrutura do setor de gestão de investimentos no Brasil para a consequente manutenção da perenidade dos fundos. Para ele, não há país emergente no mundo que tenha setor comparável quando se trata da magnitude e maturidade da área de gestão de investimentos. 

“Nossa indústria foi muito bem regulada e por isso ela se desenvolveu muito. Neste processo, ela também trouxe um desenvolvimento dos gestores muito relevante. (…) Sem dúvida nenhuma a indústria brasileira de gestores está mais do que pronta para conseguir ajudar a gestão dos fundos patrimoniais”, reforçou Luiz Fernando. 

Ainda tratando da importância dos fundos patrimoniais para garantia da perenidade de recursos para as causas, Kiko menciona que este foi um ponto essencial para a escolha da Ação da Cidadania por este mecanismo em detrimento de outras ferramentas de investimento. Ele explicou que a questão da fome é muitas vezes vista como algo pontual e acaba passando por dificuldades quando as doações diminuem, portanto, buscavam um mecanismo que garantisse essa longevidade de apoio a esta causa. 

“Quando os dados saem as doações vêm muito rapidamente, mas elas se encerram rapidamente logo depois desse processo. (…) Como é que a gente resolveu isso para ter um olhar de perenidade na atuação do Ação da Cidadania, sem se vender para o setor privado ou para o governo? (…) Criando um fundo patrimonial que nos desse essa segurança de que a gente pudesse se manter nessa luta, sem precisar fugir dela por uma questão de redução de doação”, explicou o diretor da Ação da Cidadania.

Já Viviane Moreira trouxe uma abordagem diferente, tratando da importância da diversidade e inclusão (D&I) para o aprimoramento da governança de fundos patrimoniais e demais organizações sociais. O Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023 revelou a baixa incidência de pessoas negras e mulheres nas instâncias de governança dos endowments brasileiros. Porém, a aplicação de políticas de D&I são estratégicas para a transformação social ao serem capazes de expandir os horizontes de observação, considerando outras perspectivas em relação a gênero, raça, sexualidade e acessibilidade e que antes poderiam estar sendo ignoradas. A ampliação dessas perspectivas, de visões de vida e de negócios, promove mais ética nas decisões e construção de estratégias na instância da governança.

“Se a gente não constrói este storytelling [narrativa] ético com governança, representatividade e de forma muito assertiva, a gente vai continuar mais excluindo do que incluindo”, alerta Viviane. 

A mesa de debates do evento ainda abordou aspectos relevantes relacionados às boas práticas para garantir a perpetuidade de fundos patrimoniais além de importantes pontos sobre a gestão de endowments, especialmente no que diz respeito ao fluxo de caixa e à alocação de investimentos financeiros.

Confira a gravação completa aqui:

Por que grupos minorizados precisam participar da governança na filantropia?

Artigo publicado originalmente na Exame em 20/11/2024

* Por Viviane Elias Moreira e Andrea Hanai

Viviane Elias Moreira: "É urgente, portanto, que a filantropia trate a diversidade com mais afinco e convicção, e com menos hesitação, criando, assim, espaços cada vez mais respeitosos, justos e acolhedores." (Leandro Fonseca/Exame)

Viviane Elias Moreira: “É urgente, portanto, que a filantropia trate a diversidade com mais afinco e convicção, e com menos hesitação, criando, assim, espaços cada vez mais respeitosos, justos e acolhedores.” (Leandro Fonseca/Exame)

Estima-se que tomamos aproximadamente 35 mil decisões diariamente, variando das simples às complexas. Embora sempre presente no nosso cotidiano, a tomada de decisão nem sempre é trivial. Nossa escolhas podem ser decisivas para nossas próprias vidas, ou afetar o futuro de nações, de organizações ou a vida de milhares, até milhões de outras pessoas.

Quando entramos na seara das instituições, chegamos a este assunto tão importante, mas ainda subestimado: a Governança. O conceito envolve sistemas, princípios, regras, estruturas e processos que levam pessoas a tomarem decisões mais adequadas, assertivas, sustentáveis, equilibradas, inclusivas e norteadas pela transparência.

Hoje, vamos falar especificamente da governança para o investimento socioambiental. Refletir sobre como são feitas as escolhas sobre a destinação de recursos para este ou aquele projeto ou organização. A provocação proposta neste texto tem a intenção de convocar todos para sairmos de uma zona de conforto que a rotina, ou o privilégio, por vezes nos impõe.

No âmbito da filantropia, é preciso que o setor reconheça a importância da diversidade e inclusão em seus processos, objetivos e propósitos, passando a enxergá-la não apenas como uma responsabilidade moral, mas como um recurso estratégico para uma verdadeira transformação social. Muitas iniciativas filantrópicas já consideram a diversidade como critério para o direcionamento de recursos, bem como muitas organizações da sociedade civil já adotam critérios afirmativos em seus processos de contratação.

Contudo, a inclusão de pessoas de diferentes origens, raças, etnias, gêneros, orientações sexuais, habilidades e crenças em espaços sociais e de trabalho vai além da representatividade, trata-se de criar ambientes em que essas diferentes vozes sejam ativamente ouvidas, estimuladas e valorizadas. E, para isso, a participação deste público nos processos decisórios da governança é fundamental, trazendo consigo a riqueza de decisões estratégicas que levam em conta uma pluralidade de perspectivas, conferindo legitimidade às ações.

Quando grupos sub-representados ganham espaço e são ouvidos de forma estratégica nas decisões em torno da filantropia, há uma redistribuição de oportunidades e de recursos, que impactam positivamente e estão alinhados com a definição moderna de filantropia, indo muito além de doações financeiras para causas sociais, envolvendo um conjunto de ações mais amplo e estruturado que visa o impacto positivo sistêmico e sustentável.

Quando a filantropia assume a diversidade como um valor essencial para a sua realização, o potencial de impacto é ainda maior, e isso reverbera de outras maneiras, seja promovendo mais justiça social, estimulando o desenvolvimento econômico ou impulsionando inovação e competitividade. No Brasil, onde as desigualdades sociais estão profundamente enraizadas em questões de raça, gênero e localização geográfica, fomentar essas práticas têm um exponencial poder de transformação.

Atingir a igualdade em temas de diversidade ainda é algo desafiador em espaços operacionais. E o cenário se torna ainda mais crítico em órgãos deliberativos da governança. Seguindo o ritmo atual, serão necessários cerca de 20 anos para que haja uma paridade entre homens e mulheres na composição dos conselhos deliberativos, por exemplo, de acordo com o Censo GIFE 2022/2023, que ouviu 137 organizações da sociedade civil, em sua maioria ligadas à filantropia familiar e empresarial. No recorte de raça, apesar dos avanços, o percentual de pessoas brancas nos conselhos ainda é de 92%. Negros são 7%, amarelos/orientais, 1% , e há apenas 1 pessoa indígena mapeada neste espaço.

É claro que mudanças na governança de organizações já estabelecidas podem requerer tempo, o que poderia justificar o ritmo lento com o qual grupos minorizados vêm sendo incluídos em instâncias deliberativas. Porém, preocupa o fato de novas organizações da sociedade civil e novos processos decisórios em organizações estabelecidas estarem sendo criados sem que se leve em conta a diversidade e inclusão.

Um estudo recente do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), que traz dados de 74 fundos patrimoniais (endowments) no Brasil, revela que temos a presença de pessoas pretas, pardas ou indígenas em apenas 43% das Assembleias Gerais, 36% dos Conselhos Deliberativos, Curadores ou de Administração, e em somente 11% dos Comitês de Investimento. Uma presença numericamente muito baixa, que em nenhuma das instâncias supera 8% dos membros.

Cenário um pouco melhor é o que considera a questão de gênero. As mulheres estão presentes na maior parte dos Conselhos e Comitês, mas ainda assim não chegam a ocupar metade das cadeiras destes órgãos. Por fim, outro aspecto interessante é o fato de que 78% dos fundos patrimoniais (58, entre os 74 da amostra) foram criados a partir de 2010.

A filantropia é umas das maneiras mais eficientes de impulsionar mudanças sistêmicas que não apenas são capazes de reduzir a desigualdade social mas, também, de construir uma sociedade mais justa, equitativa e inclusiva, criando um país com oportunidades verdadeiramente iguais para todos.

Se queremos preservar a legitimidade e relevância de nossa filantropia e de nossa sociedade civil organizada, precisamos olhar com mais seriedade, a diversidade e inclusão não somente nas ações e projetos realizados, mas também no processo decisório em torno de nossa estratégia e atuação.

É urgente, portanto, que a filantropia trate a diversidade com mais afinco e convicção, e com menos hesitação, criando, assim, espaços cada vez mais respeitosos, justos e acolhedores.

* Viviane Elias Moreira é conselheira fiscal no Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), e Andrea Hanai é gerente de projetos no IDIS

Acesse também a nota técnica ‘Governança em organizações da sociedade civil: framework para alocação estratégica de talentos’!

Vaga de Analista Júnior de Monitoramento e Avaliação

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para profissionais com experiência na área de Monitoramento e Avaliação.

Atuamos desde 1999 com foco no fortalecimento do Investimento Social Privado no Brasil e o estímulo a ações transformadoras da realidade para a redução das desigualdades sociais no país.

O IDIS conta com um time de 50 pessoas dedicadas a desenvolver e implementar projetos de grande impacto que estimulem o desenvolvimento de um ecossistema de Investimento Social que atue de forma eficaz e estratégica. Oferecemos consultoria em investimento social para empresas, famílias, filantropos e organizações da sociedade civil. Além disso, desenvolvemos projetos de impacto, como campanhas e a promoção de advocacy, e investimos na geração de conhecimento, com a produção de pesquisas, artigos e publicações.

Para fortalecer a organização e nossa atuação, buscamos uma pessoa Analista Júnior que apoie na gestão de nossas iniciativas nesta área. Ela será responsável por apoiar atividades da equipe de Monitoramento e Avaliação de Impacto socioambiental do Instituto.

 Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se.

RESPONSABILIDADES E OPORTUNIDADES

  • Apoiar a elaboração de propostas de projetos de Monitoramento e Avaliação para potenciais clientes e parceiros;
  • Implementar as atividades dos projetos de Monitoramento e Avaliação do IDIS, respeitando os prazos acordados e zelando pela qualidade dos produtos entregues;
  • Apoiar e realizar a coleta de dados quantitativos e qualitativos necessários para a execução dos projetos;
  • Organizar, ler, analisar documentos, elaborar relatórios e apresentações sistematizando o processo de Monitoramento e Avaliação e os aprendizados e conclusões obtidas;
  • Realizar pesquisas de conceitos, referências e benchmarking que enriqueçam os projetos e tragam embasamento para os produtos desenvolvidos;
  • Participar de reuniões periódicas da equipe de consultoria para manter a equipe alinhada com o planejamento estratégico e missão da organização;
  • Promover a aprendizagem e compartilhamento de conhecimento técnico com a equipe do IDIS;
  • Participar ativamente do ciclo de planejamento estratégico juntamente com as outras áreas da organização;
  • Apoiar a Gerência de Comunicação para o desenvolvimento de conteúdo.

INSTRUÇÃO E EXPERIÊNCIA

Ensino superior completo, preferencialmente em economia, geografia, ciências sociais ou áreas afins, e experiência prévia com pesquisa qualitativa (entrevistas e/ou grupos focais) e pesquisa quantitativa com projetos sociais.

conhecimentos específicos

  • Aplicação de pesquisas qualitativas e quantitativas;
  • Facilitação de grupos focais e condução de entrevistas individuais em profundidade;
  • Sistematização e análise de informações qualitativas e quantitativas;
  • Elaboração e análise de planilhas Excel, incluindo manuseio de bases de dados, elaboração de tabelas dinâmicas e gráficos;
  • Elaboração de apresentações com boa apresentação visual, storytelling, clareza e objetividade na transmissão de conteúdos e conclusões;
  • Conhecimentos sobre análise estatística e experiência com softwares de análise de dados qualitativos e quantitativos serão considerados diferenciais;
  • Disponibilidade para atuação presencial (de 1 a 2x por semana) no escritório do IDIS, em São Paulo;
  • Disponibilidade para viajar, se necessário.

BENEFÍCIOS

  • Contratação CLT
  • Assistência médica (Bradesco seguros)
  • Vale-Transporte
  • Vale-Alimentação
  • Gym Pass (Wellhub)
  • Credencial plena do Sesc
  • Day off no aniversário
  • Tipo de trabalho – Híbrido

Tipo de trabalho – Híbrido: Combinação de presencial e remoto

INSCRIÇÃO

Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 2 de dezembro de 2024.

O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos.

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

             

IDIS participa do lançamento do projeto de combate ao câncer do colo do útero apoiado pelo Juntos pela Saúde

O projeto será executado na 2ª Regional de Saúde de Caucaia/CE, atua na prevenção do câncer do colo do útero e foi um dos contemplados pelo edital do programa Juntos pela Saúde com apoio da Umane e BNDES.

A equipe do IDIS e do BNDES esteve presente no lançamento do projeto “Unidos pela Eliminação do Câncer do Colo do Útero no Brasil”, que tem o Grupo Mulheres do Brasil como proponente. Esta é uma das 5 propostas contempladas no edital de chamamento público do programa Juntos pela Saúde, uma iniciativa do BNDES, gerida pelo IDIS. O edital contou com o apoio da Umane e teve como objetivo financiar projetos de fortalecimento da Atenção Primária à Saúde Pública no Norte e Nordeste do país.

Lançamento do projeto do Grupo Mulheres do Brasil em Fortaleza (CE), outubro de 2024. Foto: Grupo Mulheres do Brasil.

O evento foi realizado na sede do Instituto Primeira Infância – IPREDE em Fortaleza (CE), e contou com a participação da presidente do Grupo Mulheres do Brasil, Luiza Helena Trajano, e vice-presidente, Annette de Castro, além do CSO do Instituto do Câncer do Ceará (Grupo ICC), Dr. Pedro Menelau, membros da Secretaria de Saúde do Ceará e secretários de saúde dos 10 municípios contemplados pelo programa. Luiza Saraiva, Gerente da iniciativa Juntos pela Saúde no IDIS, Guilherme Sylos, Diretor de Prospecção e Parcerias do IDIS, e Clarice Braga, do BNDES, também estiveram presentes para prestigiar o lançamento.

“A parceria com o BNDES, Umane e IDIS no projeto Unidos pela Eliminação do Câncer do Colo do Útero no Ceará é um marco importante para a saúde pública do Brasil. Estamos diante de uma oportunidade única, já que temos uma vacina eficaz e gratuita, disponível no SUS, que previne vários tipos de câncer causado pelo HPV. É importante que todos entendam o poder dessa vacina, que pode salvar vidas e eliminar uma doença que afeta milhares de pessoas no nosso país”, comentou Luiza Helena Trajano.

O projeto ‘Unidos pela Eliminação do Câncer do Colo do Útero no Brasil’ visa contribuir para a diminuição da mortalidade de mulheres causadas pelo câncer do colo do útero nos municípios de Apuiarés, Caucaia, General Sampaio, Itapajé, Paracuru, Paraipaba, Pentecoste, São Gonçalo do Amarante, São Luís do Curu e Tejuçuoca no Ceará. Regionalmente, o câncer do colo do útero é o segundo mais incidente na região Nordeste (17,59/100 mil), segundo dados do INCA (2022), a segunda maior taxa entre as regiões brasileiras.

“Estamos muito felizes com a formalização dessa parceria com o Grupo Mulheres do Brasil. Com essa iniciativa, temos a oportunidade de prevenir a proliferação desta grave doença e salvar a vida de muitas mulheres nas regiões atendidas”, comentou Luiza Saraiva.

Englobando 10 municípios da região contemplada, o programa busca agir localmente por meio de três objetivos principais:

1. Aumentar a cobertura da vacina HPV

Por meio de ações de promoção e prevenção no âmbito da saúde e educação, serão implementadas ações integradas para intensificar a vacinação nas escolas utilizando o consentimento digital das famílias como forma de otimizar a operação.

2. Aumentar a cobertura de rastreamento do câncer do colo do útero

Por meio do incentivo e orientação a adoção do exame HPV-DNA, em conformidade com a recomendação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) de 2021, e ampliação da busca ativa e incentivo do agendamento inteligente de exames de rastreamento do vírus.

3. Garantir a continuidade do cuidado

Por meio da ampliação de ações de busca ativa e agendamento inteligente para garantir a continuidade do cuidado para mulheres com exames alterados, em especial para os grupos de risco.

“É uma satisfação para a Umane fomentar mais uma iniciativa pela saúde pública cearense. O câncer do colo do útero é prevenido por meio da adoção de medidas simples como o exame periódico e a vacinação contra HPV. Fortalecer o sistema de saúde na organização de seu processo de trabalho em linhas de cuidado na saúde da mulher pode ter um impacto significativo no objetivo de todas as mulheres da região terem acesso aos exames e à vacina.” ressalta Thais Junqueira, superintendente geral da Umane.

 

Sobre o Juntos pela Saúde

Lançado em 2023, o Juntos pela Saúde é uma iniciativa do BNDES, gerida pelo IDIS, e que tem como objetivo reunir recursos para apoiar e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. O programa funciona através da modalidade de matchfunding, ou seja, a cada real doado por outras instituições, o BNDES irá aportar outro real. Assim, o programa tem como perspectiva que até 2026, sejam destinados até R$200 milhões (R$100 milhões do BNDES e R$100 milhões de apoiadores) para projetos de saúde nestas regiões do país.

IDIS lança a 3ª edição do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais

Baixe a publicação completa

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O debate sobre a importância dos fundos patrimoniais, do legado e impacto a longo prazo que eles podem causar, positivamente, nas agendas socioambientais, está em ascensão no Brasil. Em uma edição que traz uma série histórica de 2019 a 2023, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social lança o Anuário de Desempenhos de Fundos Patrimoniais 2023, que traz uma amostra composta por 74 fundos, entre 107 fundos elegíveis, que juntos somam um patrimônio de R$156 bi.

 

Perfil da amostra dos fundos patrimoniais analisados no Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais entre 2021 e 2023.

 

O levantamento, voltado a gestores de endowments, revelou que em 2023 foi alcançada uma rentabilidade média dos fundos de 10,6%, a mais alta desde 2020, e que a maioria dos fundos prefere investimentos em renda fixa, caixa e equivalentes, categorias que concentraram 81% das aplicações financeiras dos fundos patrimoniais.

 

Composição da amostra por faixa de patrimônio dos fundos patrimoniais analisados no Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais de 2023 (Dez 2023).

 

O prefácio da publicação é assinado pelo Senador Flávio Arns, responsável pela elaboração do Projeto de Lei 2.440/23, que busca complementar a Lei 13.800/19 dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos. Arns ressalta que “fundos patrimoniais são essenciais para o desenvolvimento social de nosso país, na medida em que promovem projetos e causas que transformam a vida de brasileiros e brasileiras.”

Hoje, no Brasil, existem 115 fundos patrimoniais mapeados, de acordo com o Monitor dos Fundos Patrimoniais, projeto coordenado IDIS, dos quais oito foram criados neste ano. Também conhecidos como endowments, os fundos patrimoniais reúnem um conjunto de ativos de natureza privada com o objetivo de, a partir dos seus rendimentos, serem fontes de recursos a longo prazo para instituições e/ou causas apoiadas. Ou seja, a criação de um fundo patrimonial perpetua a atuação de uma instituição, ou o apoio a uma causa.

O Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais apresenta um panorama que contempla informações sobre fluxo de caixa, alocação, rendimentos, política de investimento e governança de endowments. Só em 2023, segundo a publicação, foram resgatados R$3,5 bi, sendo R$3,2 bi destinados a causas e R$270 mi utilizados para custeios dos fundos.

Cinco principais causas apoiadas pelos fundos patrimoniais analisados no Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023.

A Educação continua a ser a causa mais apoiada, com 47 fundos destinando recursos para o setor. Em seguida, pesquisa e conhecimento, desigualdade / desenvolvimento econômico e social e assistência social. A maior parte dos fundos está concentrada no eixo Rio-São Paulo, com São Paulo respondendo por 69% do total de participantes do levantamento.

 

Localização geográfica dos fundos patrimoniais analisados no Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023.

“O Anuário apresenta parâmetros e referências para a atuação de gestores. Em sua 3ª edição, a publicação se consolida como um instrumento para a tomada de decisões e tem sido fundamental para as nossas ações de incidência em busca do aprimoramento de políticas públicas”, ressaltou Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Em relação ao número de doações recebidas, em 2023, os 74 endowments receberam um total de doações de R$ 517 mi, mas a média de valor doado por fundo permaneceu estável, caindo ligeiramente de R$9,3 mi, em 2022, para R$8,8 mi, em 2023. Destaque, ainda, para a concentração das doações em poucos fundos, que se confirmou nesta edição, ao trazer a informação de que os cinco fundos mais captadores de recursos ficaram com 75% das doações. Não é surpreendente, dessa forma, que a captação de recursos continua sendo o grande desafio enfrentado por gestores, em especial os responsáveis por fundos com patrimônio inferior a R$500 mi.

Outro achado do levantamento diz respeito à baixa diversidade étnica e racial em instâncias de governança. A presença da população preta, parda e indígena em conselhos e comitês é numericamente muito baixa e não superou 8% dos membros em nenhum. As informações apresentadas na publicação foram coletadas por meio de um questionário online, respondido diretamente pelos gestores dos fundos patrimoniais.

Confira a apresentação dos dados:

Melhores práticas para se medir o sucesso de um fundo patrimonial

*Diego Martins, sócio da Pragma Gestão de Patrimônio

Anos atrás, conversando com o diretor de investimentos de um grande endowment norte-americano, ele me disse que todo investidor deveria, antes de investir, se perguntar por que seu capital é especial. A resposta para essa pergunta o ajudaria a alocar o patrimônio da melhor maneira possível, aproveitando ao máximo do potencial de retorno ajustado por risco. Ato contínuo, perguntei o que o capital que ele geria tinha de mais especial. E a resposta, sem hesitar, foi que o patrimônio de um endowment pode ser investido para a eternidade – portanto, com um horizonte de prazo longuíssimo, diferente de todos os outros investidores do mercado.

Aos olhos dos investidores “comuns”, ativos de horizonte alongado são mais arriscados: têm mais volatilidade (como ativos de renda variável), ou se expõem a períodos grandes de iliquidez e a riscos idiossincráticos (caso dos investimentos alternativos, como Ativos Reais, Private Equity ou Venture Capital). A perspectiva de longo prazo inverte essa realidade, e o que é risco para a maioria se torna oportunidade para os endowments: a renda variável tem historicamente entregado prêmios relevantes em horizontes longos, enquanto investimentos alternativos carregam consigo prêmio pela iliquidez, além da oportunidade de se capturar “alfa” (retornos acima dos índices de mercado).

Contudo, um capital especial pede igualmente um acompanhamento especial. Esse artigo se dedica a compartilhar com o leitor quais têm sido as melhores práticas para o acompanhamento de desempenho de fundos patrimoniais ao redor do mundo. São dois os grandes desafios enfrentados para medir a performance de endowments: alinhar as métricas ao horizonte mais longo dos investimentos; e saber exatamente o que se deseja medir com cada métrica.

A solução para o primeiro dilema passa, invariavelmente, pelo alongamento do horizonte de análise. Afinal, não faz sentido investir em ativos que maturam em mais de 5 ou 10 anos (sejam eles simples títulos de renda fixa com vencimentos mais longos, passando por ações e alcançando ativos reais como florestas ou infraestrutura), e querer avaliar o sucesso dessas alocações no mês a mês.

Nessa toada, quanto maior a alocação do fundo patrimonial em ativos com horizonte dilatado de realização de ganhos, mais longa deverá ser a janela de apuração de performance. Tomando como exemplo os endowments universitários norte-americanos, eles habitualmente avaliam o sucesso de portfólios em janelas móveis de 10 anos. Tal horizonte talvez possa parecer ousado para carteiras brasileiras, comumente menos alocadas em ações e investimentos alternativos. Ainda assim, não parece razoável se acompanhar o resultado de um fundo patrimonial em janelas muito curtas, inferiores a 5 anos, por exemplo. Do contrário, a apuração de performance de curto prazo inevitavelmente leva a uma subutilização de riscos toleráveis por um endowment – deixando na mesa, portanto, o que de fato remunera o seu capital especial.

Passemos então às métricas de performance contra as quais um fundo patrimonial deveria se medir. A primeira delas, talvez a mais relevante de todas, ajuda-nos a quantificar se o objetivo primordial de um endowment está sendo alcançado: a proteção do poder de compra do patrimônio somada à capacidade de geração de renda. Trata-se da medida do ganho real da carteira ao longo do tempo, ou seja, qual a rentabilidade acima da inflação. Ao mesmo tempo, é natural que fundos patrimoniais possuam metas de longo prazo na forma “inflação+X%” – segundo este Anuário, a meta mais comum no universo brasileiro é a de IPCA+5%a.a. É fundamental, por conseguinte, que as organizações avaliem periodicamente o cumprimento ou não de tal alvo.

Uma segunda medida relevante para a avaliação de desempenho de um endowment é a comparação do retorno ao de uma referência do mercado investível. Afinal, os gestores de um fundo patrimonial com meta de retorno de “IPCA+5%” podem até ficar satisfeitos caso tenham ganhos de longo prazo 6% ao ano acima da inflação, todavia essa performance terá menos brilho caso o mercado financeiro, de maneira passiva, tenha rendido mais do que isso. Nessa direção, é comum que fundos norte-americanos se comparem ao que chamam de portfolios de referência “naives” (ou ingênuos, em português), compostos por uma combinação de um índice de renda fixa e outro de renda variável.

A lógica por trás dessa métrica é a de aferir se o fundo patrimonial foi capaz de superar uma combinação simples, passiva e barata de ativos tradicionais de mercado. A carteira “ingênua” mais usada no mercado internacional é composta por 60% de um índice de ações e 40% de um índice de renda fixa. Os endowments do hemisfério norte, por sua vez, costumam se comparar a portfólios com alocação em renda variável entre 70% e 80%, haja vista que as exposições estruturais a ativos compatíveis com renda variável são superiores às dos investidores médios (algo alinhado com o horizonte de longo prazo).

Ao portarmos a mesma lógica para o Brasil, certamente teremos portfólios de referência com menos renda variável, sob efeito dos nossos juros reais estruturalmente mais altos. Ainda assim, observando as alocações reportadas nesta publicação, poderíamos inferir que um portfólio 20% renda variável / 80% renda fixa seja uma boa referência para a grande média dos respondentes. Entretanto, fundos maiores (acima de R$ 500 milhões) já demonstram maior orientação a ativos de longo prazo, sendo mais comparáveis a um mix com algo entre 40% e 50% de Renda Variável.

Aqui vale fazer uma ressalva quanto aos chamados “benchmarks” agregados, ou de política de investimentos. Alguns endowments costumam se comparar a um portfolio investido unicamente em índices de mercado, seguindo exatamente as alocações por classe de ativo determinadas nas próprias políticas de investimentos. Essa é uma medida válida caso se queira avaliar a capacidade das classes investidas gerarem retornos acima do mercado (portanto, o já mencionado “alfa”). No entanto, ela é menos abrangente do que a comparação com portfólios “naives” que, além do alfa, também apura a qualidade da decisão de se investir em classes de ativos além de Renda Fixa e Renda Variável, bem como o uso de mais ou menos risco do que o portfólio “ingênuo”.

Por fim, uma terceira medida é amplamente empregada por fundos patrimoniais no exterior: a comparação com a performance de investidores semelhantes. Dessa forma, a organização busca identificar se o próprio endowment tem desempenhado em linha ou melhor do que outras carteiras com perfil de risco e objetivo similares. Nesse aspecto, esta publicação do anuário também tem papel fundamental para os fundos patrimoniais brasileiros, ao ser a primeira (e até este momento a única) publicação a coletar e reportar, de maneira agregada e estratificada, os resultados dos endowments nacionais e de múltiplas causas.

Em suma, as métricas aqui apresentadas são capazes de endereçar as três perguntas fundamentais para avaliação de desempenho de fundos patrimoniais:

1. O fundo foi capaz de atingir o seu objetivo primordial, de proteger o patrimônio ao longo do tempo e gerar ganhos reais destináveis a sua causa? Medida de retorno real (“inflação+X%”);

2. O fundo foi capaz de superar o retorno médio de referências de mercado? Comparação com o portfólio “naive” (mix passivo de Renda Fixa + Renda Variável);

3. O fundo foi capaz de render em linha ou acima do retorno médio de seus pares? Comparação com retorno de outros endowments similares;

A resposta afirmativa a essas três perguntas, medidas num horizonte de tempo razoavelmente longo, caracteriza o sucesso consistente de um fundo patrimonial.

Prefácio Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023

*Por Senador Flávio Arns 

A grandiosidade de nosso país se expressa de diferentes formas. Somos gigantes pela nossa dimensão continental, pela nossa biodiversidade e pela nossa rica diversidade cultural. Ao mesmo tempo, temos enormes desafios sociais que exigem ações cada vez mais estruturadas para que alcancemos o grande objetivo de sermos um país próspero e justo para todos.

Falar de justiça social é falar de garantia de oportunidades para que todos se desenvolvam. Isso significa assegurar a cada brasileiro ou brasileira o acesso à cidadania plena, em toda sua caminhada pela vida. Garantir dignidade por meio da educação, saúde, assistência, trabalho, moradia, alimentação, cultura e demais direitos fundamentais que estão perpetuados em nossa Constituição.

O papel do poder público, em todas as suas instâncias, é fundamental para que avancemos em políticas públicas que promovam a valorização do ser humano. Porém, a participação da sociedade neste processo tem se mostrado igualmente essencial. Não por acaso, as ações promovidas pelo chamado Terceiro Setor têm provocado uma verdadeira revolução e contribuído para a transformação de realidades Brasil afora.

O Terceiro Setor é composto por diferentes tipos de organizações da sociedade civil, sem finalidade lucrativa, que exercem atividades de interesse social. Sua abrangência é muito significativa, assim como sua contribuição para a economia. De acordo com o Mapa das Organizações da Sociedade Civil (Mapa das OSC), o Brasil possui mais de 879 mil Organizações da Sociedade Civil (OSCs) registradas. O impacto dessas organizações na economia também é volumoso. Dados divulgados em 2023 pelo estudo “A importância do Terceiro Setor para o PIB no Brasil e em suas Regiões”, de iniciativa do Movimento por uma Cultura de Doação, mostram que o Terceiro Setor movimenta 4,27% do PIB, 3,39% do valor de produção e 5,88% das ocupações no país.

Tão grandioso quanto seu tamanho é, também, o seu potencial de crescimento, seja por meio da ampliação de parcerias entre essas entidades e o poder público ou pelo aumento das doações por parte de pessoas físicas ou jurídicas. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), se todas as empresas que declaram por lucro real usassem o limite máximo do imposto nas leis de incentivo, seriam captados, aproximadamente, R$ 6 bilhões por ano, quase o dobro do montante destinado pelas pessoas jurídicas em 2019, que foi de R$ 3,2 bilhões. Em relação às pessoas físicas, o potencial arrecadatório é de R$ 3 bilhões anuais. Porém, o valor captado via doações do Imposto de Renda em 2019 foi de apenas R$ 206 milhões, muito aquém do que seria possível.

Garantir condições para que este segmento prospere é fundamental. Neste contexto, os fundos patrimoniais filantrópicos se tornam extremamente relevantes ao promoverem a sustentabilidade financeira de um número cada vez mais crescente de organizações sociais em nosso país. Ao longo dos anos, fundos têm gerado grande impacto social ao financiarem iniciativas importantes nas áreas de educação, ciência, inovação, assistência social, saúde e tantos outros setores beneficiados.

Dados recentemente divulgados pelo Monitor de Fundos Patrimoniais no Brasil, de iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, apontam para a existência de 115 fundos ativos, cujo patrimônio total informado é de mais de R$ 157 bilhões. Um setor que vem se fortalecendo cada vez mais, principalmente após a aprovação da Lei 13.800/2019, que incentivou a criação e organização de novos fundos patrimoniais no Brasil.

Ao mesmo tempo em que a legislação abriu espaço para a instituição dos fundos no Brasil, no decorrer dos anos, mostrou a necessidade de aprimoramentos, principalmente no que se refere ao tratamento tributário aplicado às Organizações Gestoras de Fundos Patrimoniais (OGFP).

No Congresso Nacional, o tema tem sido objeto de debate, primeiramente, por meio do Projeto de Lei 158/2017, de autoria da Deputada Bruna Dias Furlan, e, atualmente, em razão do Projeto de Lei 2.440/2023, de minha autoria, que tramita no Senado Federal. Essa proposição estabelece, dentre outros pontos, que as OGFPs sejam tributadas com base na causa de interesse público a que se destinam. Ou seja, se forem causas imunes ou isentas de tributação, as organizações também devem usufruir da imunidade ou isenção.

A proposta em debate também estende a isenção de Imposto de Renda incidente sobre aplicações financeiras para as OGFPs que se dediquem a causas de interesse público, mesmo que não sejam abrangidas por imunidade constitucional, além de ampliar as hipóteses de utilização de incentivos fiscais por pessoas físicas e jurídicas que pretendam apoiar e fomentar as atividades desenvolvidas por tais fundos.

A partir dessas alterações na lei, a proposta busca estimular a cultura de doação e, consequentemente, fortalecer as iniciativas financiadas pelos fundos patrimoniais, resultando em benefício direto às pessoas atendidas pelas organizações sociais.

Diante deste contexto, destaco como fundamental a iniciativa do IDIS e da Coalizão pelos Fundos Patrimoniais de realizarem o Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023, traçando um retrato deste setor em nosso país.

As informações levantadas são de grande relevância para fundamentar os debates e o aprofundamento de conhecimentos sobre o tema. Além disso, podem contribuir para consolidar ainda mais o entendimento de que os fundos patrimoniais são essenciais para o desenvolvimento social de nosso país, na medida em que promovem projetos e causas que transformam a vida de brasileiros e brasileiras.

Não resta dúvida de que a participação da sociedade, neste caso, por meio dos fundos patrimoniais, é extremamente necessária e deve sempre ocorrer de forma ativa e sem entraves burocráticos. O fortalecimento do Terceiro Setor, não apenas por meio da legislação, mas, principalmente, pelo reconhecimento por parte do poder público, é o caminho para que possamos assegurar benefícios sociais e econômicos para todos.

O impacto na governança a partir da doação de um legado: Entenda como a criação do fundo patrimonial pode impulsionar mudanças estratégicas em organizações da sociedade civil como a ASA

*Por Melissa Pimentel, Superintendente Executiva da ASA – Associação Santo Agostinho

A governança de organizações da sociedade civil pode ser impactada pela criação de um fundo patrimonial que a beneficiará. Um exemplo prático disso é o da ASA – Associação Santo Agostinho. Neste caso, a instituição acelerou o próprio processo estratégico de atualizações do modelo de governança e gestão para criar esse fundo nos moldes da Lei 13.800/2019, após ser nomeada legatária de uma doação relevante. Com mais de 80 anos de atuação, a ASA oferece serviços gratuitos de educação e assistência social, financiados por meio de convênios com a Prefeitura e captação de recursos livres e para projetos.

A Presidente do Conselho de Administração na época (e atual Vice-Presidente), Maria Estela (Teli) Penteado Cardoso, compartilha essa experiência:

“Ao sermos surpreendidos com esta doação, percebemos que a história da ASA, uma organização tradicional com mais de oito décadas de atuação na cidade de São Paulo, seria diferente. Precisávamos fortalecer a governança e criar mecanismos para proteger nosso patrimônio e perpetuar nossa missão”. 

Doações substanciais como essa deixam um legado que vai além do tempo e servem de exemplo para que outros gestos semelhantes aconteçam, beneficiando o Terceiro Setor como um todo. “Nossa gratidão à generosidade dessa doadora será eterna uma vez que, além de demostrar o reconhecimento da contribuição da ASA para sociedade, mostra confiança na nossa capacidade de gerir o patrimônio, trazendo excelência e ampliando nossos programas que visam acolher e transformar vidas”, acrescenta Teli Cardoso.

A partir desse momento, o Conselho de Administração da ASA implementou uma série de medidas para fortalecer sua governança, como a revisão de seu estatuto social, a renovação e diversificação do Conselho de Administração, a criação de comitês de controle e grupos de trabalho, além do aprimoramento das práticas de transparência. Todos elementos essenciais para a gestão otimizada de um fundo patrimonial, que aumentam a confiança na sua habilidade de gerir recursos de forma eficaz e a sua capacidade de atrair novos parceiros.

Ademais, com a criação desse modelo de fundo, o fluxo constante de recursos permite investimentos em desenvolvimento institucional, planejamento estratégico, contratação de profissionais qualificados e aquisição de ferramentas tecnológicas – áreas fundamentais para qualquer organização social e que não são contempladas por captações tradicionais. Pois, muitas vezes doadores ou parceiros, costumam preferir financiar ações pontuais relacionadas ao impacto social imediato.

Pensando assim, a ASA prepara-se para estabelecer um ciclo virtuoso de sustentabilidade e crescimento. Ao demonstrar solidez e transparência na gestão dos fundos patrimoniais, a ASA se posiciona como uma organização confiável e capaz de administrar os recursos destinados a ela de maneira responsável, o que fortalece a confiança de doadores, cria novas oportunidades de parcerias e aumenta o potencial de captação de recursos tradicionais.

 

Desafios e Oportunidades

A experiência da ASA mostra que a criação de um fundo patrimonial tem o potencial de impulsionar a sustentabilidade prolongada de uma organização da sociedade civil. E desde 2019, a partir de doação recebida, a organização tem trilhado um caminho de desafios e oportunidades na constituição e fortalecimento de seu fundo.

Os rendimentos contínuos, a partir do capital preservado no fundo patrimonial, garantem previsibilidade e estabilidade nos fluxos de recursos. Isso reduz a dependência de doações esporádicas ou captações pontuais, permitindo que a organização faça um planejamento estratégico de longo prazo.

A criação do fundo também fortalece a governança da instituição, exigindo a adoção de boas práticas, como a formação de comitês especializados e auditorias independentes. Esses mecanismos aumentam a transparência e a confiança de doadores e parceiros. Luis Alvaro Moreira Ferreira Filho, atual Presidente do Conselho da ASA, afirma:

“com a constituição do Comitê de Investimentos e com a criação do Regulamento do Fundo progredimos significativamente nesse aspecto, incorporando especialistas em gestão de ativos financeiros para assessorar o Conselho de Administração da ASA nas decisões estratégicas, essenciais para a sustentabilidade do Fundo”.

A alta liderança deve estar preparada para tomar decisões estratégicas, reforçando a importância de comitês de investimento que minimizem os riscos financeiros e maximizem os resultados. Nesse sentido, a criação de um regulamento para o fundo patrimonial é essencial para garantir a transparência, a correta destinação dos recursos e a segurança jurídica da sua gestão. Além disso, é crucial que o regulamento esteja alinhado com a governança da organização e com o foco na perenidade do fundo, assegurando que o capital seja preservado e os rendimentos sejam utilizados de forma responsável.

Porém, um dos maiores desafios para a criação dos fundos está ligado à arrecadação de recursos específicos para esse fim. A captação de recursos para a formação de um fundo patrimonial enfrenta obstáculos, especialmente pela falta de incentivos fiscais atrativos para estimular doações de grande porte e pela cultura de doação do Brasil, que se concentra em projetos de curto prazo. Essa realidade reforça a necessidade de uma mudança cultural, em que doadores, parceiros e a própria sociedade passem a valorizar investimentos de longo prazo que garantam a sustentabilidade das organizações e ampliem seu impacto social, como os fundos patrimoniais.

Com uma governança sólida e uma estratégia de captação voltada para o longo prazo, os fundos patrimoniais têm o potencial de garantir a perpetuidade das organizações sem fins lucrativos e ampliar seu impacto social. Embora existam desafios, a trajetória da ASA serve como um exemplo claro de como a criação de um fundo patrimonial pode ser uma solução transformadora para o Terceiro Setor.

Gestão Sustentável de Fundos Patrimoniais: A Fundação Bradesco como referência no Brasil, transformando pela educação

*Por Murilo Nogueira, Diretor Administrativo & Financeiro da Fundação Bradesco

A Fundação Bradesco se destaca como o maior projeto de investimento social privado do Brasil, promovendo impacto através da educação gratuita e de qualidade. Abrangendo todo o ciclo da Educação Básica Regular — do Ensino Infantil ao Ensino Médio —, a Fundação oferece oportunidades educacionais todos os anos para mais de 42 mil crianças, jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade, com o objetivo claro de transformar vidas e desenvolver o potencial dos alunos por meio da educação.

Com uma rede de 40 escolas próprias espalhadas por todo o território nacional, a Fundação Bradesco é um exemplo de como o investimento social estratégico pode transformar vidas e contribuir para a redução das desigualdades no Brasil. Esse compromisso com a educação de excelência e o desenvolvimento social é sustentado por seu robusto fundo patrimonial, que garante a continuidade de suas atividades e a perenidade de seu impacto na sociedade. A perpetuidade deste projeto depende da colaboração de diversos envolvidos, com mais de 3.600 colaboradores integrando essa iniciativa atualmente, onde cada um desempenha um papel essencial.

Desde sua fundação em 1956, a Fundação Bradesco tem desempenhado um papel fundamental na educação e inclusão social no Brasil. Parte desse impacto se deve ao sólido fundo patrimonial da instituição, o maior do país, cuja gestão cuidadosa tem garantido a sustentabilidade de seu projeto educacional. Criado por Amador Aguiar, fundador do Bradesco, o fundo foi o primeiro do Brasil e tem se adaptado ao longo dos anos para enfrentar um cenário econômico em constante mudança.

De acordo com o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, a Fundação Bradesco foi uma das primeiras organizações no país ao estabelecer um fundo patrimonial. Diferente dos Estados Unidos, onde as fortunas da industrialização impulsionaram os fundos patrimoniais, no Brasil foi Amador Aguiar quem criou um dos primeiros fundos do gênero. Em 1956, ele destinou 100 mil cruzeiros como dotação inicial e, ao longo dos anos, transferiu grande parte de suas ações para a instituição. Esse movimento estabeleceu não apenas um dos fundos patrimoniais mais antigos do Brasil, mas também o mais robusto, com R$ 85 bilhões em ativos, posicionando a Fundação Bradesco entre as maiores do mundo, comparável a instituições como a Fundação Bill e Melinda Gates.

Desde o início, a gestão do fundo patrimonial da Fundação Bradesco foi orientada por uma política de preservação do capital, garantindo que os recursos estivessem sempre disponíveis para as necessidades da instituição. Ao longo dos anos, à medida que o cenário econômico evoluía, a gestão se modernizou, adotando novas estratégias de investimento e diversificação de ativos. Com uma gestão administrativa forte e uso consciente desses recursos a Fundação Bradesco garante a perpetuidade do projeto, possibilitando investimentos conscientes.

A Fundação Bradesco recebe dos resultados das empresas do grupo Bradesco, utilizando recursos financeiros provenientes de dividendos e JCPs, o que exige uma gestão ainda mais prudente de seu fundo patrimonial. Em 2024, estão previstos investimentos da ordem de R$ 1,4 bilhão, um aumento de 56,42% em relação aos R$ 895 milhões investidos em 2023. Além disso, a Fundação mantém uma reserva de capital capaz de sustentar o ciclo completo de formação de seus alunos — um período de treze anos de educação básica regular. Essa estratégia assegura que a missão educacional continue sem interrupções e garante a perpetuidade.

O compromisso com a sustentabilidade financeira de longo prazo permite que a Fundação Bradesco continue promovendo a transformação social por meio da educação, garantindo o futuro de milhares de jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Ao longo dos anos, o fundo patrimonial da Fundação Bradesco tem possibilitado a continuidade de projetos transformadores, capacitando alunos e impactando positivamente a sociedade. Histórias de ex-alunos que retornam à Fundação Bradesco para compartilhar suas trajetórias e experiências de vida com as novas gerações demonstram como o impacto educacional da instituição se perpetua ao longo do tempo. Esses ex-alunos, com trajetórias de sucesso em diversas áreas profissionais, voltam às escolas da Fundação palestrantes, inspirando os atuais estudantes a acreditarem em seu potencial e a seguirem um caminho de transformação. Esse ciclo fortalece o vínculo entre a Fundação e sua comunidade, reforçando o compromisso de oferecer não apenas uma educação de qualidade, mas também oportunidades de mudança de vida.

O fundo patrimonial que sustenta essa missão, então, vai além de ser apenas um mecanismo financeiro; ele atua como um verdadeiro catalisador de transformação social. Ao garantir recursos para a continuidade do projeto educacional da Fundação, o fundo possibilita que o impacto gerado na vida de cada estudante se espalhe pela sociedade como um todo: uma transformação que impacta. A longevidade do fundo permite que a educação oferecida atinja mais do que as salas de aula, capacitando os jovens a contribuírem com suas comunidades e a perpetuarem o legado de inclusão e desenvolvimento promovido pela Fundação Bradesco.

Com seu tamanho e capilaridade, a Fundação Bradesco mantém sua posição como o maior fundo patrimonial do Brasil e carrega a responsabilidade de garantir sua relevância e sustentabilidade para as próximas décadas. A visão de Amador Aguiar, de criar uma instituição que promove a inclusão social por meio da educação, segue firme, posicionando a Fundação como uma referência no Brasil e no mundo, transformando vidas por meio da educação.

A diversidade na governança de fundos patrimoniais

* Por Viviane Elias Moreira, C-level e conselheira fiscal do IDIS

A provocação proposta neste texto tem a intenção de convocar todos para sairmos de uma zona de conforto que a rotina ligada ao tema nos criou, gerando obviedades que estamos negligenciando e que não podemos mais ignorar suas consequências, se quisermos um país mais igualitário: diversidade e inclusão precisam ser mais bem gerenciadas em nossas ações de filantropia, principalmente quando pensamos na governança de organizações desse setor.

Nos últimos anos, as ações filantrópicas vêm ganhando força como ferramenta fundamental na luta para reduzir as desigualdades sociais no Brasil. O ano de 2024 nos trouxe um momento de entendimento real de quem adota as ações de filantropia com a verdadeira intencionalidade versus quem adotou estas ações como uma forma de “estar na moda”, ou como tecnicamente conhecemos, os famosos “washings”.  De todos os possíveis “washings” adotados e normalizados, nenhum foi tão danoso para nossa sociedade e para a real intencionalidade da filantropia do que o diversitywashing.

Diversitywashing é um termo que se refere à prática de empresas ou organizações que adotam uma aparência superficial de compromisso com a diversidade, inclusão e equidade sem realmente implementá-las de forma significativa ou eficaz. No Brasil, o termo diversitywashing foi patenteado por Liliane Rocha, fundadora da empresa Gestão Kairós, que é uma referência no campo de sustentabilidade e Diversidade & Inclusão (D&I). Ela destaca a importância de combatê-lo, assegurando que as ações de diversidade sejam profundas e transformadoras, e não apenas uma estratégia de marketing ou uma fachada.

Fábio Barbosa, uma das principais lideranças inspiradoras no setor de sustentabilidade e responsabilidade social, propõe uma teoria extremamente relevante, onde existem 3 princípios (ou 3 Cs) essenciais para a eficácia do desenvolvimento sustentável: as pessoas só fazem o que fazem por convicção, por conveniência ou por constrangimento. Minha contribuição a esta teoria é que não importa o tipo do C que a sua ação de filantropia adote, se ela adotar diversitywashing como direcionador, ela será mais uma ação de marketing que terá como resultado uma correção superficial, postergando e potencializando os impactos de desigualdade social para as gerações futuras.

A filantropia precisa entender o papel da diversidade e inclusão em seus processos, metas e intencionalidade, não apenas como uma atividade de imperativo moral, mas como ferramenta estratégica de transformação social. Quando falamos de diversidade, estamos nos referindo à presença de pessoas de diferentes origens, raças, etnias, gêneros, orientações sexuais, habilidades e crenças em espaços sociais e de trabalho. A inclusão, por sua vez, vai além da representatividade, trata-se de criar ambientes em que essas diferentes vozes sejam ativamente ouvidas, estimuladas e valorizadas. E, por isso, a presença deste público em órgãos de governança é essencial para que as decisões estratégicas norteadoras de uma determinada organização leve em conta uma pluralidade de perspectivas.

Sabemos que, alcançar a igualdade em temas de diversidade ainda é algo desafiador para algumas equipes operacionais, em órgãos superiores de governança é algo ainda mais crítico. Serão necessários cerca de 20 anos para que haja uma paridade entre homens e mulheres na composição dos conselhos deliberativos, de acordo com o Censo GIFE 2022/2023. No tema de raça, apesar de haver aumentos, o percentual de pessoas brancas nos conselhos é de 92%, 7% negros, 1% amarelos/orientais e apenas 1 pessoa indígena. E, quando fazemos ainda outro recorte, como no caso da governança de fundos patrimoniais apresentados cujo dado inédito é apresentado neste Anuário, notamos que, no caso de gênero, as mulheres já conquistaram representação na maior parte dos Conselhos e Comitês, porém ainda não em igual número dentro dessas instâncias. Já na questão racial, há presença de apenas de pessoas pretas, pardas ou indígenas em apenas 43% das Assembleias Gerais, 36% dos Conselhos Deliberativos/Curadores/de Administração e 11% dos Comitês de Investimento. Apesar disso, a presença numericamente é muito baixa e em nenhuma das instâncias supera 8% dos membros.

Quando grupos sub-representados ganham espaço e são ouvidos de forma estratégica dentro das ações de filantropia, ainda mais em instâncias decisórias, há uma redistribuição de oportunidades e recursos que impactam positivamente e estão alinhados com a definição moderna de filantropia pelo mundo, que vai muito além de doações financeiras para causas sociais, mais para um conjunto de ações mais amplas e estruturadas que visam o impacto sustentável.

Quando a diversidade é considerada pelas ações de filantropia como um valor inegociável, o potencial de impacto é exponencial, com a promoção da justiça social, fomento ao desenvolvimento econômico, impulsionando a inovação e competitividade, elementos essenciais para o crescimento sustentável do país. No Brasil, onde as disparidades sociais estão fortemente ligadas à raça, gênero e localização geográfica, a promoção dessas práticas pode ser transformadora.

Por isso que, no caso de fundos patrimoniais, existe uma janela de oportunidade. Observamos novos endowments sendo criados no Brasil nos últimos anos. Não só podemos, como devemos levar em consideração a diversidade na criação da governança dessas novas organizações, assim podemos trazer à mesa de decisões uma representatividade para um ideal de sociedade igualitária que tanto buscamos. Uma governança plural e tomadora de ações para uma filantropia estratégica para tornar o Brasil menos desigual.

Ainda há um longo caminho a percorrer para alcançá-lo. Acredito que a filantropia é umas das formas mais eficientes para acelerarmos mudanças sistêmicas que não apenas reduzem a desigualdade social, mas também constroem uma sociedade mais justa, equitativa e inclusiva, criando um país com oportunidades verdadeiramente iguais para todos. Por uma filantropia que trate a diversidade com mais convicção e menos constrangimento.