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Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação promove seminário no Pará

Nesta edição, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, participa como um dos apoiadores e palestrantes do evento

O XI Seminário da Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação chega à sua décima primeira edição e, neste ano, tem o IDIS como um de seus apoiadores, além de contar com especialistas do IDIS em Monitoramento em Avaliação para um minicurso e uma palestra. A edição de 2024 marca o retorno do formato presencial do Seminário, que será realizado entre os dias 24 e 26 de junho em Belém/PA. No primeiro dia serão oferecidos entre 6 e 7 minicursos e nos dias 25 e 26 serão realizadas sessões temáticas e painéis com especialistas.

Sob a temática ‘Avaliação: como integrar saberes para ver e agir rumo ao desenvolvimento sustentável’, o evento promoverá discussões interdisciplinares sobre avaliação em áreas diversas. As inscrições estão abertas através do site do evento – clicando aqui.

Minicurso: Avaliação de impacto social segundo o protocolo SROI

No dia 24 de junho, haverá entre 6 e 7 opções de minicursos disponíveis na programação com cerca de 6h de duração cada um. Denise Carvalho, Gerente Sênior de Monitoramento e Avaliação no IDIS, especialista na metodologia SROI (Social Return on Investment ou Retorno Social sobre o Investimento) e Daniel Barretti, também gerente de projetos no IDIS, ministrarão minicurso sobre esse tema.

O SROI é um protocolo de avaliação que propõe uma análise comparativa entre o valor dos recursos investidos em um projeto ou programa e o valor social gerado para a sociedade com essa iniciativa. Para isso, aplica diversas técnicas para estimar o valor intangível de ativos que não podem ser comprados ou vendidos. Dessa forma, nos permite concluir que a cada R$ 1 investidos, foram gerados R$ X em benefícios sociais, por exemplo.

Esse é um mecanismo importante para que as organizações compreendam as transformações positivas que estão gerando e comunicarem o valor social criado por suas ações de maneira efetiva.

O IDIS é hoje referência na aplicação do protocolo no Brasil, com trabalhos realizados para organizações como Amigos do Bem, Fundação Sicredi, Gerando Falcões, Parceiros da Educação, Petrobras e Vale.

Painel temático: Avaliação e meio ambiente

Nos dias 25 e 26, a programação conta com uma série de painéis e apresentações de trabalhos debatendo os mais diversos aspectos da avaliação. O IDIS fará uma apresentação no dia 25 no painel ‘Avaliação e Meio Ambiente’, que contará com a participação de Daniel Barretti, gerente de projetos do IDIS, e outros convidados de áreas de responsabilidade socioambiental de empresas; além de um representante da área de sustentabilidade da Petrobras.

A Petrobras realiza o Programa Petrobras Socioambiental, que apoia iniciativas que geram valor para a própria empresa e para a sociedade, por meio de projetos socioambientais com potencial transformador, em parceria com o terceiro setor e ampliando o diálogo com as comunidades dos territórios onde a empresa atua.

Para reforçar seu compromisso com a transparência e prestação de contas aos seus públicos de interesse a empresa estabeleceu uma parceria com o IDIS para realizar avaliações de impacto dos projetos apoiados pelo Programa. Essas avaliações têm o propósito de relatar os resultados dos investimentos socioambientais da empresa aos stakeholders, identificar elementos que possam aprimorar os impactos socioambientais positivos gerados pelos projetos e gerir de forma mais eficaz a carteira de investimentos de natureza voluntária da Petrobras, alinhado com a estratégia da companhia, e ao mesmo tempo gerando aprendizado para as instituições.

O painel buscará apresentar a experiência conjunta de implementação da avaliação não experimental custo-benefício para projetos socioambientais apoiados pela Petrobras, refletindo sobre o alcance, uso e desafios dessa abordagem metodológica.

Avaliação de Impacto: desvendando sua importância para as organizações

Denise Carvalho – Gerente Sr. de Monitoramento e Avaliação

Em um mundo em constante evolução, as organizações, sejam elas parte da sociedade civil, empresas ou agências governamentais, têm buscado cada vez mais formas eficazes de medir e compreender o impacto positivo e/ou negativo de suas ações e iniciativas.

A avaliação de impacto surge como uma ferramenta fundamental para essa finalidade. Ela oferece uma análise detalhada e baseada em evidências sobre como as atividades de uma organização afetam as pessoas, as comunidades e o ambiente, buscando compreender o alcance e o efeito de suas ações, programas e projetos. Neste texto, exploraremos o que é a avaliação de impacto, sua importância e como as organizações podem implementá-la de maneira eficaz.

 

O que é Avaliação de Impacto?

A avaliação de impacto é um processo sistemático e rigoroso que busca medir, analisar e entender os efeitos das atividades de uma organização em relação aos seus objetivos e metas. Ela envolve a coleta de dados quantitativos e qualitativos para avaliar como as ações da organização estão contribuindo para mudanças ou transformações – desejadas ou não -, que podem ser de várias naturezas, incluindo social, econômica, ambiental e política.

Os dados qualitativos se referem as informações que ajudam a descrever as características, os tipos e as nuances das informações coletadas. Por exemplo, ao avaliar o impacto de seu projeto em uma comunidade, a organização pode coletar dados qualitativos que descrevem as histórias de vida das pessoas beneficiadas, as experiências que tiveram e as mudanças percebidas em suas vidas. Esses dados nos ajudam a entender a qualidade das interações e as experiências pessoais dos participantes.

Por outro lado, os dados quantitativos envolvem números, medidas e estatísticas que fornecem informações específicas e mensuráveis. No contexto de um projeto social, os dados quantitativos podem incluir informações como o número de famílias beneficiadas, a porcentagem de aumento na taxa de emprego na comunidade ou a quantidade de beneficiários que percebem uma mudança em relação a algum indicador de impacto (habilidades socioemocionais desenvolvidas, autonomia financeira, melhoria na qualidade de vida, entre outros). Esses dados fornecem números claros e objetivos que ajudam a avaliar o alcance e os resultados tangíveis do projeto.

A importância da avaliação de impacto vai além da simples análise de resultados. Ela busca entender as causas dos efeitos observados, identificar os fatores que contribuem ou dificultam o alcance dos objetivos e oferecer insights para a tomada de decisões embasadas (ou baseadas em evidências). Em resumo, a avaliação de impacto não se limita a medir o “o quê”, mas também o “porquê” e o “como” das mudanças resultantes das atividades da organização.

 

Por que a Avaliação de impacto é importante?

A avaliação de impacto desempenha um papel crítico para organizações de diversos setores por várias razões. Dentre elas podemos destacar:

1 – Sintonia com o propósito da organização

Toda organização tem um propósito, uma missão que define sua razão de existir. A avaliação de impacto atua como um mecanismo que mantém as ações das organizações alinhadas com seus objetivos. Ao analisar o impacto das atividades, a organização pode verificar se está cumprindo sua missão de maneira eficaz. Essa avaliação contínua ajuda a evitar desvios estratégicos, garantindo que os recursos e os esforços estejam sempre direcionados para a realização da visão da organização.

2 – Agilidade e resiliência

O mundo é um lugar de constante mudança. A capacidade de adaptação é uma vantagem competitiva significativa. A avaliação de impacto fornece informações oportunas e precisas sobre o desempenho das organizações. Isso permite que estas identifiquem áreas de melhoria ou mudanças necessárias e ajuda na tomada de decisões rápidas e informadas. Em um ambiente em constante evolução, a agilidade e a resiliência tornam-se qualidades essenciais para o sucesso.

3 – Construção de confiança e credibilidade

A confiança é um ativo valioso. As organizações que adotam e entendem a importância da avaliação de impacto demonstram compromisso com a transparência, responsabilidade e excelência de suas operações. Isso não passa despercebido pelos financiadores, doadores, parceiros e pela comunidade em geral. A capacidade de apresentar evidências sólidas do impacto de suas ações cria uma base sólida de confiança e credibilidade. Essa confiança é crucial para manter e cultivar relacionamentos de longo prazo com todas as partes interessadas.

4 – Captação de recursos sustentável

Em um mundo com recursos limitados, é fundamental convencer financiadores e doadores a investir em uma causa ou projeto. A avaliação de impacto fornece uma base sólida para essa persuasão. Organizações que podem documentar e demonstrar o impacto tangível de suas atividades têm uma vantagem significativa na captação de recursos. Elas podem fornecer evidências sólidas de que seus recursos são usados de maneira eficaz e que seus objetivos são alcançados. Isso não apenas atrai financiamento, mas também aumenta a probabilidade de financiamentos recorrentes.

5 – Inovação e aprendizado contínuo

A avaliação de impacto fomenta uma cultura de aprendizado contínuo e melhoria. Ao analisar os resultados, identificar sucessos e áreas de melhoria, as organizações podem inovar e adaptar suas estratégias. Isso é fundamental para a evolução e o aprimoramento contínuo das operações. A capacidade de aprender com a avaliação de impacto leva a um ciclo de inovação que impulsiona o progresso e garante que as organizações continuem atingindo seus objetivos de maneira eficaz.

6 – Amplificação do efeito multiplicador

Uma das características mais interessantes da avaliação de impacto, que destaca sua importância, é seu efeito multiplicador. Quando as organizações compartilham suas descobertas e lições aprendidas por meio de avaliações de impacto, elas contribuem não apenas para seu próprio sucesso, mas também para o progresso de toda a sociedade. O conhecimento compartilhado tem o poder de criar mudanças significativas em um nível mais amplo. À medida que mais organizações se beneficiam de insights valiosos, a sociedade como um todo colhe os frutos de soluções mais eficazes e práticas bem-sucedidas.

 

O poder da avaliação de impacto

Em resumo, a avaliação de impacto é importante para criação de alicerce sólido para no sucesso sustentável das organizações. Ela vai além de uma mera ferramenta de medição e se torna um guia estratégico, um selo de confiabilidade e uma fonte constante de aprendizado.

Implementar a avaliação de impacto pode, de fato, ser desafiador, mas os benefícios que ela oferece superam os possíveis desafios. Portanto, é fundamental que as organizações considerem seriamente a incorporação da avaliação de impacto em suas operações, não apenas como um passo, mas como um compromisso de construção de um futuro mais eficaz e responsável.

 

Quer saber mais sobre o protocolo SROI e como Implementar uma Avaliação de Impacto de maneira eficaz? Acesse:

Protocolo SROI: quando utilizar e como interpretar o índice monetário da avaliação de impacto

Avaliação de impacto e SROI

Conheça os 8 princípios que norteiam o Protocolo SROI

Você sabe quais são os 8 princípios que norteiam as avaliações de impacto baseadas no retorno social do investimento (protocolo SROI)? Confira:

 

PRINCÍPIO 1: ENVOLVA AS PARTES INTERESSADAS

As pessoas e organizações envolvidas com o projeto devem ser identificadas e consultadas no processo de avaliação. Afinal, são elas que sentirão os impactos a partir das intervenções.

 

PRINCÍPIO 2: COMPREENDER O QUE MUDOU

A avaliação deve identificar como o projeto gera mudanças sociais por meio de dados coletados com esse objetivo. Essas mudanças podem ser positivas ou negativas, intencionais ou não. Esse processo gera o que chamamos de Teoria da Mudança (TdM), a partir da qual é estabelecida a relação de causalidade entre a intervenção e os impactos gerados. A TdM serve como um mapa da intervenção que orienta todo o processo de avaliação.

 

PRINCÍPIO 3: VALORE AS COISAS QUE IMPORTAM

O processo de valoração, uma das principais etapas da avaliação SROI, deve considerar as preferências dos beneficiários sobre o grau de importância entre as diferentes mudanças por eles experimentadas.

 

PRINCÍPIO 4: INCLUA APENAS O QUE TIVER MATERIALIDADE

A materialidade aqui tem o sentido financeiro, de considerar coisas que são substanciais e sobre as quais se tenha evidências.

 

PRINCÍPIO 5: NÃO REIVINDIQUE IMPACTO EM EXCESSO

O avaliador deve ser conservador e atribuir valor apenas aos impactos que são de fato causados pela intervenção realizada. Assim, evita superestimar o impacto de um projeto.

 

PRINCÍPIO 6: SEJA TRANSPARENTE

O avaliador deve garantir que as fontes, fundamentos e procedimentos metodológicos estejam claros e acessíveis para o público em geral.

 

PRINCÍPIO 7: VERIFIQUE OS RESULTADOS

Desenhar, implementar e documentar os procedimentos adotados na avaliação, garantindo que possam ser revisados e validados.

 

PRINCÍPIO 8: SEJA RESPONSIVO

Fazer da avaliação um instrumento de planejamento estratégico, encaminhando soluções que visem a correção de rota e a maximização do impacto social gerado.

 

De onde vem o Protocolo SROI?

Os 8 princípios do SROI foram estabelecido pela organização britânica Social Value International (SVI), que há 15 anos certifica profissionais em todo o mundo para sua aplicação. Paula Fabiani, CEO do IDIS, é a única brasileira com certificação pela organização e o IDIS é hoje referência na aplicação do protocolo no Brasil, com trabalhos realizados para organizações como Amigos do Bem, Fundação Sicredi, Gerando Falcões, Parceiros da Educação, Petrobras e Vale.

De acordo com a rede “valor social significa compreender a importância que as pessoas atribuem às mudanças em seu bem-estar e o uso dos insights que obtemos dessa compreensão para tomar melhores decisões”. Ou seja, a avaliação visa informar um processo de tomada de decisões baseadas em evidências em organizações sociais.

Considerando, assim, os desafios de mensurar impacto, a SVI estabelece um protocolo para o cálculo do índice SROI que engloba diferentes metodologias de pesquisa participativa: a realização de entrevistas em profundidade, grupos focais com beneficiários, questionários e análise de dados secundários.

Percebe-se, então, que o SROI não é apenas um índice numérico, mas, sobretudo, o processo e resultados de uma atividade intensa de pesquisa e consulta a beneficiários de programas sociais.

Protocolo SROI: quando utilizar e como interpretar o índice monetário da avaliação de impacto

por Olívia Guaranha e Isadora Pagy

O SROI – Social Return on Investment – é um protocolo de avaliação que tem chamado cada vez mais a atenção de investidores sociais e organizações do terceiro setor por aplicar métodos qualitativos e quantitativos de pesquisa a fim de identificar, qualificar e monetizar o impacto social.

O processo avaliativo é uma oportunidade para que investidores e organizações entendam melhor os impactos sociais positivos – e eventualmente negativos – que têm gerado nas comunidades em que atuam, a partir da percepção de seus beneficiários.

Os achados são ricos e indicam caminhos para o aprimoramento da ação. Destaca-se, ainda, que ao final do processo, um dos resultados obtidos é um valor que traduz em termos financeiros o impacto gerado: o índice SROI indica quantos reais são gerados para a sociedade em benefícios a cada 1 real investido no projeto.

De onde vem o Protocolo SROI?

O Protocolo SROI foi estabelecido pela organização britânica Social Value International (SVI), que há 15 anos certifica profissionais em todo o mundo para sua aplicação. Paula Fabiani, CEO do IDIS, é a única brasileira com certificação pela organização e o IDIS é hoje referência na aplicação do protocolo no Brasil, com trabalhos realizados para organizações como Amigos do Bem, Fundação Sicredi, Gerando Falcões, Parceiros da Educação, Petrobras e Vale.

De acordo com a rede “valor social significa compreender a importância que as pessoas atribuem às mudanças em seu bem-estar e o uso dos insights que obtemos dessa compreensão para tomar melhores decisões”. Ou seja, a avaliação visa informar um processo de tomada de decisões baseadas em evidências em organizações sociais.

Considerando, assim, os desafios de mensurar impacto, a SVI estabelece um protocolo para o cálculo do índice SROI que engloba diferentes metodologias de pesquisa participativa: a realização de entrevistas em profundidade, grupos focais com beneficiários, questionários e análise de dados secundários.

Percebe-se, então, que o SROI não é apenas um índice numérico, mas, sobretudo, o processo e resultados de uma atividade intensa de pesquisa e consulta a beneficiários de programas sociais.

Quando utilizar o Protocolo SROI?

A aplicação do protocolo SROI em projetos com grande quantidade de beneficiários: para que o processo seja verdadeiramente participativo e para que o protocolo seja aplicado em sua integridade, é importante que o projeto tenha um número significativo de beneficiários. Não existe um número ideal, mas se o número de beneficiários for muito baixo, não é possível obter estatísticas relevantes na etapa de consulta via questionário bem como o alto investimento no processo de escuta e consulta junto aos participantes da ação perde o sentido.

Ainda, é importante que a organização tenha em mente que precisará apoiar os avaliadores a todo o momento, fornecendo dados do projeto e acesso aos beneficiários. Por isso, uma avaliação SROI demanda maior disponibilidade de tempo das organizações sociais e um maior acompanhamento dos beneficiários: caso não seja possível acessá-los, não será possível coletar dados sobre suas percepções e experiências junto ao projeto.

No mesmo sentido, quando um projeto possui descontinuidade em suas atividades também pode haver dificuldades de acessar beneficiários e aferir impactos gerados. Imagine, por exemplo, que um beneficiário tenha participado de um ciclo de atividades durante um ano e depois essas atividades foram suspensas durante dois anos e, enfim, retomadas. Esse período de suspensão das atividades gera consequências que podem afetar a percepção do beneficiário e a mensuração do impacto real do projeto.

O processo avaliativo é longo – estima-se que uma avaliação SROI dure cerca de 8 meses. De modo que, esse tipo de avaliação não é recomendada para casos em que há pressa por resultados.

E por ter uma longa duração e demandar etapas qualitativas e quantitativas, também é importante que as organizações considerem o custo da avaliação: recomenda-se que o valor da avaliação não represente mais do que 10% do valor investido no projeto. Por isso, o SROI é recomendado para projetos de maior porte.

Feitas estas considerações, as organizações conseguem decidir de forma mais estratégica quando é um bom momento para conduzir uma avaliação de impacto SROI. Tomada essa decisão e realizada a avaliação, também é importante ter alguns pontos em mente no momento de interpretar os resultados obtidos.

 

Como Interpretar os resultados do SROI?

Inicialmente, importa dizer que, para além do índice, a avaliação produz outros produtos interessantes para as organizações sociais: uma Teoria da Mudança do projeto, com o mapeamento de stakeholders e impactos que cada atividade visa gerar; a realização de grupos focais com beneficiários, espaço em que eles podem debater sobre as atividades e gerar insights sobre o que funcionou e o que poderia melhorar; as respostas de questionário, que visam medir quais impactos tiveram maior intensidade; e, por fim, o índice SROI e um relatório avaliativo final.

O primeiro cuidado a ser tomado é que não se deve comparar índices SROI obtidos para projetos distintos. Cada projeto tem suas particularidades e objetivos e, por isso, não são comparáveis. Pense, por exemplo, em um projeto que oferece atividades culturais para crianças em uma comunidade periférica e em um projeto que oferece capacitações e educação ambiental para pescadores em um pequeno município da costa brasileira. Os públicos, os lugares e as atividades são radicalmente diferentes, de modo que não podemos dizer que um projeto é melhor que o outro simplesmente com base no índice numérico.

O índice deve ser interpretado considerando as características de cada projeto e os objetivos estratégicos do investidor. Projetos com apenas um ciclo de atividades completo podem não ter um alto índice de retorno, por exemplo.

Da mesma forma, um índice de retorno monetário é apenas um dos indicadores a serem analisados quando avaliamos os benefícios gerados por um projeto social. Considere, por exemplo, um investidor social que deseja promover o esporte entre os jovens de uma comunidade com alta vulnerabilidade social. O índice não mede o valor intrínseco daquelas intervenções, mas serve como um guia para aprimorá-las e atingir o objetivo final do investidor, que é a promoção do esporte. Nesse sentido, um índice menor que 1 – ou seja, que o retorno social é menor do que o investimento – pode servir como ponto de partida para aprimorar o projeto e gerar mais impacto em um próximo ciclo de atividades.

É a partir da etapa qualitativa que o investidor consegue entender quais impactos estão sendo gerados pela intervenção, por exemplo. No caso do projeto que visa a promoção do esporte pode ser que, inicialmente, o investidor acreditava que promover o esporte geraria uma maior empregabilidade entre os jovens. A partir da pesquisa, pode-se descobrir que, na realidade, a promoção do esporte favoreceu o desenvolvimento cognitivo e a sociabilidade destes jovens, não a empregabilidade. Tais impactos não foram previstos inicialmente e agora podem ser monitorados pelo projeto.

A partir destas reflexões, vemos que as avaliações de impacto podem ser ferramentas poderosas para a gestão de projetos sociais, mas que é necessário um processo reflexivo prévio para entender se uma avaliação de impacto SROI é a mais adequada para aquele projeto, em determinado momento, fazendo-se algumas perguntas simples como, por exemplo: o que eu quero medir? Com qual objetivo? De quais recursos vou precisar e de quais eu disponho?

Para organizações que estão começando ou que desejam fazer uma avaliação de impacto no futuro, o IDIS recomenda realizar um Plano de Monitoramento e Avaliação; para aquelas que desejam apenas mais conhecimento sobre a intervenção sem a necessidade de um índice monetário, o IDIS realiza uma avaliação de impacto combinando metodologias qualitativas e quantitativas.

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