Você sabe quais são os 8 princípios que norteiam as avaliações de impacto baseadas no retorno social do investimento (protocolo SROI)? Confira:
PRINCÍPIO 1: ENVOLVA AS PARTES INTERESSADAS
As pessoas e organizações envolvidas com o projeto devem ser identificadas e consultadas no processo de avaliação. Afinal, são elas que sentirão os impactos a partir das intervenções.
PRINCÍPIO 2: COMPREENDER O QUE MUDOU
A avaliação deve identificar como o projeto gera mudanças sociais por meio de dados coletados com esse objetivo. Essas mudanças podem ser positivas ou negativas, intencionais ou não. Esse processo gera o que chamamos de Teoria da Mudança (TdM), a partir da qual é estabelecida a relação de causalidade entre a intervenção e os impactos gerados. A TdM serve como um mapa da intervenção que orienta todo o processo de avaliação.
PRINCÍPIO 3: VALORE AS COISAS QUE IMPORTAM
O processo de valoração, uma das principais etapas da avaliação SROI, deve considerar as preferências dos beneficiários sobre o grau de importância entre as diferentes mudanças por eles experimentadas.
PRINCÍPIO 4: INCLUA APENAS O QUE TIVER MATERIALIDADE
A materialidade aqui tem o sentido financeiro, de considerar coisas que são substanciais e sobre as quais se tenha evidências.
PRINCÍPIO 5: NÃO REIVINDIQUE IMPACTO EM EXCESSO
O avaliador deve ser conservador e atribuir valor apenas aos impactos que são de fato causados pela intervenção realizada. Assim, evita superestimar o impacto de um projeto.
PRINCÍPIO 6: SEJA TRANSPARENTE
O avaliador deve garantir que as fontes, fundamentos e procedimentos metodológicos estejam claros e acessíveis para o público em geral.
PRINCÍPIO 7: VERIFIQUE OS RESULTADOS
Desenhar, implementar e documentar os procedimentos adotados na avaliação, garantindo que possam ser revisados e validados.
PRINCÍPIO 8: SEJA RESPONSIVO
Fazer da avaliação um instrumento de planejamento estratégico, encaminhando soluções que visem a correção de rota e a maximização do impacto social gerado.
De onde vem o Protocolo SROI?
Os 8 princípios do SROI foram estabelecido pela organização britânica Social Value International (SVI), que há 15 anos certifica profissionais em todo o mundo para sua aplicação. Paula Fabiani, CEO do IDIS, é a única brasileira com certificação pela organização e o IDIS é hoje referência na aplicação do protocolo no Brasil, com trabalhos realizados para organizações como Amigos do Bem, Fundação Sicredi, Gerando Falcões, Parceiros da Educação, Petrobras e Vale.
De acordo com a rede “valor social significa compreender a importância que as pessoas atribuem às mudanças em seu bem-estar e o uso dos insights que obtemos dessa compreensão para tomar melhores decisões”. Ou seja, a avaliação visa informar um processo de tomada de decisões baseadas em evidências em organizações sociais.
Considerando, assim, os desafios de mensurar impacto, a SVI estabelece um protocolo para o cálculo do índice SROI que engloba diferentes metodologias de pesquisa participativa: a realização de entrevistas em profundidade, grupos focais com beneficiários, questionários e análise de dados secundários.
Percebe-se, então, que o SROI não é apenas um índice numérico, mas, sobretudo, o processo e resultados de uma atividade intensa de pesquisa e consulta a beneficiários de programas sociais.