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Equipe IDIS faz encontro de reflexões estratégicas para o próximo ciclo

Em setembro, a equipe do IDIS, hoje com 47 integrantes, seu reuniu presencialmente para alinhamento, discussão sobre o propósito da organização, e reflexão sobre a missão, visão e valores. O encontro tinha o objetivo de fornecer insumos para a elaboração do planejamento estratégico da organização.

O encontro aconteceu em meio à natureza, no Centro Paulus, uma hospedaria localizada em Parelheiros, zona sul de São Paulo. Com conversas entre as distintas áreas e pessoas da organização, foram colhidas as impressões de cada para um olhar compartilhado de futuro, caminhando juntos.

“Poucas coisas me encantam mais em um ambiente de trabalho do que construção colaborativa,  feita com muita escuta ativa entre todos os níveis hierárquicos, em um espaço seguro e de respeito mútuo. Nada se constrói sozinho, muito menos uma sociedade mais justa e menos desigual”, comentou Aline Herrera, estagiária de projetos do IDIS.

Esperamos seguir conectados e trabalhando em prol de um Brasil mais solidário, como fazemos há quase 25 anos, envolvendo parceiros e impactando a sociedade.

Pesquisa Doação Brasil 2022 é destaque na imprensa de todo Brasil

Promovida pelo IDIS, a Pesquisa Doação Brasil é o mais amplo estudo sobre a prática da doação individual no País e, em sua 3° edição, traz um capítulo especial sobre a Geração Z.

Os dados revelaram que em 2022, 84% dos brasileiros acima de 18 anos e com rendimento familiar superior a um salário mínimo fizeram ao menos um tipo de doação, seja de dinheiro, bens ou tempo, na forma de voluntariado. Dois anos antes, a média era de 66%. A doação diretamente para ONGs e projetos socioambientais foi praticada por 36% dos respondentes, mantendo-se estável.

A iniciativa e seus resultados foram destaques em diversos veículos de imprensa, incluindo jornais impressos, portais, televisão e rádio. Confira:

O processo avaliativo como um percurso necessário para a maximização do impacto socioambiental positivo

Por Daniel Barretti, gerente de monitoramento e avaliação no IDIS

A crescente demanda por resultados efetivos e aprimoramento do desempenho têm impulsionado organizações a abandonarem práticas tradicionais de coleta e apresentação de dados, em favor de abordagens de avaliação de impacto mais dinâmicas e baseadas em evidências. Superar a reportologia requer uma mudança cultural e organizacional, na qual a gestão com base em evidências emerge como alternativa promissora.

Durante a 12° edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, e sob o norte temático “Da reportologia à gestão baseada em dados e evidências”, palestrantes discorreram sobre como suas organizações enxergam e têm lidado com os trabalhos de Monitoramento e Avaliação.

Para falar sobre a temática, participaram da mesa Cristiane Holanda, gerente de gestão social na Nexa Resources, Frineia Rezende, diretora executiva na The Nature Consevancy Brasil (TNC), Ionatan Gottfried, gerente de relações institucionais do RenovaBR, e Emanuelle Moraes, gerente de cidadania e sustentabilidade no Instituto Sicoob.

 

Todos os palestrantes convidados concordaram unanimemente sobre a importância da avaliação de impacto como um instrumento essencial na gestão de projetos, visando à maximização do impacto socioambiental positivo almejado, e não como uma ferramenta de cálculo numérico. “Os números não representam o resultado final, mas sim o ponto de partida”, resumiu Ionatan.

A visão está perfeitamente alinhada com o oitavo princípio do protocolo de avaliação SROI (Social Return on Investment), publicado pela organização britânica Social Value, intitulada ‘Be Responsive’ (em tradução livre, ‘Seja responsivo’). Esse princípio enfatiza a busca pelo valor social alcançado através de decisões apoiadas por relatórios de avaliação.

Cristiane entende que as áreas sociais das empresas privadas desempenham um papel de intermediação entre a criação de impacto positivo a partir das necessidades da comunidade e a tradução desses impactos para acionistas e investidores. “Ao demonstrarmos a evolução de indicadores de resultado como, por exemplo, renda e IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), passamos a ser vistos, interna e externamente, com mais valor”.

 

Quando se trata de avaliação de impacto, enfrentamos vários desafios, incluindo a dificuldade de atribuir a um projeto específico a responsabilidade por uma mudança, dado que diversas influências externas também desempenham um papel nesse processo. No entanto, para Frineia, o foco não é necessariamente medir o impacto em si, mas sim observar os resultados que nos indicam sua ocorrência.

“Não podemos ter medo de errar e nossas premissas nem sempre estão corretas”, completa.

Por fim,  como lição apreendida, fica claro que a coleta sistemática de dados e sua avaliação  representam uma possibilidade de reflexão sobre as iniciativas e projetos socioambientais. É preciso que se respeite o tempo e as condições de cada organização e, de maneira participativa, refletir sobre quais dados e evidências são verdadeiramente relevantes para maximização do impacto social gerado. Emanuelle  enfatiza o processo avaliativo como um potente espaço de diálogo. “O resultado final da avaliação não é o seu foco principal, mas sim o seu processo de execução”, finaliza.

Quer saber mais? Assista à sessão completa:

 

Geração Z doa mais tempo e dinheiro para causas; pauta é destaque na TV Cultura

Dados sobre os hábitos de doação da Geração Z, revelados na Pesquisa Doação Brasil 2022, demonstram que eles também estão doando. Enquanto, em 2020, 63% deles diziam ter realizado algum tipo de doação, em 2022 o número chega a 84%, igualando-se à média nacional. Os destaques de doação nesse recorte estão principalmente para doadores de bens (76%) e trabalho voluntário (30%).

O tema foi destaque em uma reportagem veiculada na TV Cultura.

“A Geração Z atua de várias maneiras, ela não faz apenas a doação financeira. Ela doa muitos bens e faz bastante trabalho voluntário”, diz Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Confira o vídeo da matéria na integra:

Juntos pela Saúde participa de Congresso sobre saúde pública nas regiões Norte e Nordeste do Brasil

Entre os dias 4 e 6 de setembro de 2023, Luiza Saraiva, gestora do Programa Juntos pela Saúde (iniciativa do BNDES, gerida pelo IDIS), participou da 9⁰ edição do Congresso Norte Nordeste de Secretarias Municipais de Saúde, considerado um dos maiores eventos regionais da Saúde Pública realizados no Brasil.

Neste ano, o encontro ocorreu na cidade de Salvador (BA), no Centro de Convenções da capital baiana e teve como tema “As especificidades do Norte e Nordeste na Regionalização do SUS”. Estiveram presentes gestores, trabalhadoras e trabalhadores de Saúde e profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde de 2244 municípios dessas duas regiões do país.

Por ter como principal objetivo fortalecer o SUS no Norte e no Nordeste, o Juntos pela Saúde participou do encontro com vistas a compreender de forma mais profunda e detalhada o cenário da saúde nesta parte do país. “Foi muito importante para entender o cenário numa perspectiva mais ampla, já que pudemos ouvir secretários municipais, além de representantes do próprio Ministério da Saúde”, afirmou Luiza Saraiva. Para ela, ficou evidente que nessas regiões, mais do que em qualquer outra do Brasil, o SUS é essencial e garantir o seu bom funcionamento é urgente e muito significativo para as populações locais. 

 

Há, porém, muitos desafios a serem superados, alguns, bastante primários, como o acesso à internet, que é restrito nessa porção do Brasil – principalmente no Norte — e que dificulta o avanço da telemedicina. “Falamos muito em telesaúde, mas precisamos dar um passo para trás e pensar como estruturar uma rede que seja capaz de garantir a Saúde Digital para essas populações”, comenta Saraiva.

Investir em tecnologia para integrar dados de saúde das 3 instâncias – Federal, Estadual e Municipal – também foi destaque no Congresso. O avanço neste campo é de suma importância, pois permite uma gestão mais eficaz do SUS e um poder de impacto mais efetivo e transformador. 

Somar esforços para atender essas duas regiões do país é um chamado fundamental. Por isso, estar no Congresso foi não apenas importante para entender as complexidades a serem tratadas, mas também para estabelecer diálogos com secretários de saúde estaduais, entender as demandas e as ações já implementadas em cada região e apresentar o Juntos pela Saúde como um meio para potencializar esforços em prol de um SUS ágil e funcional no N e NE do Brasil.

Veja as fotos da 12° edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais

Aconteceu no dia 14 de setembro, em São Paulo, a 12ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. Promovido pelo IDIS , o evento que busca acelerar soluções fomentar a prática de investimento social no país.

As conversas abordaram temas como ESG, transformação territorial, avaliação de impacto, fundos patrimoniais e muito mais, sempre sob a ótica da OUSADIA!

Confira algumas das imagens registradas ao longo do dia:

eNTRADA E CREDENCIAMENTO

 

aPRESENTAÇÃO ARTÍSTICA

Abertura

 

ousadia: elemento transversal ações transformadoras, diversas e inclusivas

filantropia familiar: enfrentamento de causas invibilizadas

 

errando é que se aprendea: a história de quem ousou e não acertou de primeira

 

PRÊMIO EMPREENDEDOR SOCIAL: VENCEDORES 2022

A OUSADIA DA FILANTROPIA NA AGENDA ESG

 

ALMOÇO TEMÁTICO

 

JUNTOS PELA SAÚDE: COLAORAÇÃO DE IMPACTO ENTRE PODER PÚBLICO E INICIATIVA PRIVADA

 

EM CONVERSA COM…

 

alianças improváveis: a ousadia na defesa de causas e territórios

COFFEE BREAK

 

da reportologia à gestão baseada em evidências

 

modelos de financiamento: riscos calculados pra retornos transformadores

 

mais que nunca, devemos ousar para combater a pobreza

 

realização e apoio

A realização é do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation, e apoio prata da Charles Stewart Mott Foundation; e apoio bronze da Ambev, B3 Social, BNP Paribas Asset Management, BTG Pactual, Fundação Itaú, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Sicoob, Movimento Bem Maior e Grupo RaiaDrogasil S.A. e Vale. A Alliance Magazine é a parceira de mídia.

 

Está no ar o site do Programa Juntos pela Saúde, iniciativa para fortalecer o SUS nas regiões Norte e Nordeste do Brasil

Está no ar o site do Programa Juntos pela Saúde

Lançada em dezembro de 2022, a iniciativa do BNDES e gerida pela equipe do IDIS, busca fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS), nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Para isso, conta com parcerias entre iniciativas pública e privada, numa lógica de matchfunding; onde, a cada 1 real doado por apoiadores privados, o BNDES adiciona mais 1 real, dobrando o valor investido e ampliando a capacidade de impacto dos projetos contemplados. 

No site lançado em Setembro, ficarão disponíveis as regras para participar do Programa, informações sobre os projetos apoiados, editais públicos, além de atualizações sobre a iniciativa e seus resultados, que contribuirão para garantir a transparência das ações junto à população.

Convidamos todos e todas a acessar www.juntospelasaude.org.br

Vale dizer que este é o único canal oficial do Programa, que não possui redes sociais. Para mais informações, também disponibilizamos o contato juntospelasaude@idis.org.br

Fórum IDIS 2023: importância da ousadia para a evolução da filantropia

Aconteceu em setembro, em São Paulo, a 12ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. Promovido pelo IDIS, o evento busca acelerar soluções por meio das conexões e fomentar a filantropia no país.

Com o tema OUSADIA, as sessões abordaram assuntos como ESG, transformação territorial, avaliação de impacto, modelos de financiamento e muito mais. Ao longo do dia, participaram mais de 40 palestrantes brasileiros e internacionais. Entre os destaques, Armínio Fraga (filantropo e ex-presidente do Banco Central), Braulina Baniwa (diretora da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade), Eduardo Saron (presidente da Fundação Itaú), Geyze Diniz (cofundadora do Pacto Contra a Fome), Gilson Rodrigues (Presidente do G10 Favelas), Guerda Nicolas (cofundadora do Ayiti Community Trust), Jean Jereissati (CEO da AMBEV), Luciana Temer (diretora presidente do Instituto Liberta), Marcelo Klein (Diretor de Gestão de Territórios na Vale), Nivedita Narain (CEO da CAF India), Priscila Cruz (Presidente executiva do Todos pela Educação) e Roberto Sallouti (CEO e membro do conselho do BTG Pactual). Estiveram presentes 265 convidados presencialmente e 934 acompanharam a transmissão ao vivo.

Depois de uma abertura emocionante com artistas do Favela Music, a mesa de abertura ‘Ousadia: elemento transversal para ações transformadoras’ logo de cara deu o tom do evento, que ao longo da programação trouxe diferentes olhares para a necessidade de ações ousadas no Investimento Social Privado para o enfrentamento de nossos desafios socioambientais.

Em seguida, na plenária ‘Filantropia familiar: enfrentamento de causas inviabilizadas’, foram abordados exemplos de pessoas que ousam e investem seus recursos em causas, territórios e organizações negligenciadas, por vezes controversas aos olhos do grande público, e como isso ajuda no fomento da cultura de doação.

Outra mesa trouxe uma discussão sobre um assunto pouco explorado: os erros. É comum que busquemos inspiração apenas em cases de sucesso, mas a mesa ‘Errando é que se aprende: histórias de quem ousou e não acertou de primeira’ mostrou como olhar para o que não saiu como o esperado pode ser igualmente inspirador.

A programação teve ainda a participação dos vencedores de 2022 do “Prêmio Empreendedor Social” da Folha de S. Paulo e Fundação Schwab, que puderam apresentar suas iniciativas e propósitos de atuação. O painel contou com a moderação de Eliane Trindade, editora do Prêmio.

Em seguida, Sir Ronald Cohen, considerado um dos papas do Investimento de Impacto, participou por vídeo, trazendo uma mensagem inspiradora e potente sobre o que ele chama de Revolução do Impacto, estimulando todos a fazer as coisas de forma diferente e a correr riscos para gerar transformações efetivas. Confira.

Embalados pelo chamado, a mesa seguinte, ‘A ousadia da filantropia na Agenda ESG’, trouxe a perspectiva corporativa sobre o tema. Em um cenário em que a agenda ESG avança com velocidade, é importante que as empresas busquem atuar no Investimento Social Privado orientadas por visão de longo prazo e com clareza das contribuições do ISP para sua estratégia de sustentabilidade.

Encerrada a programação da manhã, os convidados participaram de um coquetel seguido de um almoço temático: cada mesa tinha um anfitrião, que propunha um tema de conversa. Os participantes puderam escolher entre 18 opções e aprofundar as reflexões sobre as mais diversas questões.

No retorno do almoço, Carla Reis, Chefe do Departamento do Complexo Industrial e de Serviços da Saúde da Área de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, apresentou o programa Juntos pela Saúde e mostrou como, por meio de um modelo de matchfunding, o Banco vem somando capital público e filantrópico para fortalecer a Saúde Pública no Norte e Nordeste do Brasil.

A entrevista da tradicional sessão ‘Em conversa com…’ foi com Armínio Fraga, filantropo, fundador da Gávea Investimentos e ex-presidente do Banco Central. Ele explicou as razões que o levaram ao caminho do Investimento Social Privado, e falou sobre os projetos com os quais está envolvido atualmente.

Depois foi a vez de Rhodris Davies, em uma aparição também por vídeo, trazer reflexões sobre Inteligência Artificial. À medida que o mundo e as organizações descobrem como a IA pode ser útil (ou não) para a sociedade, como as OSCs e financiadores, em vez de adotá-la passivamente, podem tomar a liderança em demonstrar como a IA pode ser usada para promover mudanças positivas na sociedade? Veja o vídeo.

Outro tema de debate no Fórum 2023 foi a necessidade de um olhar cuidadoso para os territórios, suas singularidades e saberes, e como isso potencializa ações em diversas temáticas, amplificando vozes silenciadas e construindo um futuro mais promissor para todos. A temática foi trabalhada com profundidade na sessão  ‘Alianças Improváveis: a ousadia na defesa de causas e territórios’.

A mesa ‘Da reportologia à gestão baseada em evidências’, por sua vez, discutiu como a crescente demanda por resultados efetivos e aprimoramento do desempenho têm impulsionado organizações a abandonar práticas tradicionais de coleta e apresentação de dados em favor de abordagens de avaliação de impacto mais dinâmicas e baseadas em evidências. Os convidados compartilharam as experiências de organizações que conseguiram realizar com sucesso essa transição.

No painel ‘Modelos de financiamento: riscos calculados para retornos transformadores’, o debate girou em torno das alternativas cada vez mais inovadoras de financiamento, mirando no impacto socioambiental.

Fechando a programação do dia, na plenária de encerramento ‘Mais que nunca, devemos ousar para combater a pobreza!’, nossos convidados, lideranças de destaque em seus setores e países, reforçaram como ações ousadas e criativas podem reduzir, de fato, as vulnerabilidades sociais e institucionais no Brasil e no mundo.

Veja as fotos da 12° edição do Fórum de Filantropos e Investidores Sociais

 

“Quando começamos a planejar este encontro, tivemos dúvidas se teríamos casos suficientes de ousadia. Conforme fomos desenhando a agenda, descobrimos histórias surpreendentes e vê-las juntas, foi muito potente”, comentou Paula Fabiani, CEO do IDIS, no encerramento do evento.

 

Confira a gravação do evento na íntegra:

realização e apoio

A realização é do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation, e apoio prata da Charles Stewart Mott Foundation; e apoio bronze da Ambev, B3 Social, BNP Paribas Asset Management, BTG Pactual, Fundação Itaú, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Sicoob, Movimento Bem Maior e Grupo RaiaDrogasil S.A. e Vale. A Alliance Magazine é a parceira de mídia.

FÓRUM BRASILEIRO DE FILANTROPOS E INVESTIDORES SOCIAIS

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Em nosso canal do YouTube estão disponíveis listas com as gravações de todas as edições. Confira!

 

Ações voluntárias e resultados da Pesquisa Doação Brasil 2022 são destaques em reportagem da Exame

Em um país como o Brasil, que tem a desigualdade social com um dos desafios, a solidariedade está se tornando cada vez mais necessária e comum. É o que destaca uma reportagem da Exame.

Em 2022, 84% da população brasileira acima de 18 anos e com renda familiar acima de 1 salário-mínimo realizou algum tipo de doação e 26% doou tempo em trabalhos voluntários.

“Quando unimos o investimento social corporativo com os anseios individuais, encontramos um campo fértil para ações solidárias de empresas junto ao seu público interno e aí moram os programas de voluntariado corporativo. Os resultados possíveis dessa união são muitos, indo além do impacto social gerado”, afirma Luisa Lima, gerente de comunicação e conhecimento do IDIS.

 

 

PL de incentivos fiscais para Fundos Patrimoniais é aprovado na Comissão de Educação e Cultura

O Projeto de Lei 2440/2023, que busca utilizar os incentivos fiscais já existentes na legislação brasileira para estimular doações a fundos patrimoniais filantrópicos, obteve aprovação em agosto por parte da Comissão de Educação e Cultura do Senado. Agora, o PL segue para análise na Comissão de Assuntos Econômicos.

O projeto  visa, também, esclarecer aspectos tributários relacionados às organizações responsáveis pela gestão desses fundos patrimoniais. O PL tem como objetivo fomentar a cultura de doação sem resultar em aumento significativo de renúncia fiscal, uma vez que será submetido aos limites já estabelecidos na legislação vigente, os quais ainda não são plenamente aproveitados pela população.

Essa aprovação na Comissão de Educação e Cultura do Senado representa uma conquista notável para o âmbito filantrópico, trazendo benefícios para organizações que abrangem uma diversidade de causas. Além disso, abre portas para a criação de fundos perpétuos direcionados a causas de interesse público, proporcionando uma fonte contínua de recursos. O projeto agora aguarda a nomeação de um relator para dar seguimento ao processo.

A conquista é fruto dos esforços de advocacy realizados pela Coalizão, liderada do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. Durante o mês de agosto, Paula Fabiani, CEO do IDIS, esteve em Brasília para conversas e reuniões com figuras estratégicas, trabalhando no avanço da agenda dos fundos filantrópicos.

“O avanço dos fundos filantrópicos é essencial para impulsionar o desenvolvimento social do Brasil. Ao estabelecermos bases sólidas por meio de legislações que promovam a segurança jurídica e fiscal, como proposto na PL 2440/2023, estamos criando um ambiente propício para a prosperidade das doações e o fortalecimento das causas que impactam positivamente nossa sociedade”, destaca Paula Fabiani, CEO do IDIS.

 

Sobre a Coalizão pelos Fundos Patrimoniais

Coalizão pelos Fundos Filantrópicos é grupo multisetorial composto atualmente por 100 signatários, entre organizações da sociedade civil, empresas e pessoas que apoiam o aprimoramento da regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil, além da produção de conhecimento.

Lançada em junho de 2018, a Coalizão é liderada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, com apoio jurídico do PLKC Advogados. São parceiros master Itaú Asset Management e Santander, e parceiros pleno Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e Movimento Bem Maior.

Quer fazer parte da Coalizão? Entre em contato por comunicacao@idis.org.br.

Saiba mais: idis.org.br/coalizao/

 

Mais sobre Fundos Patrimoniais

Acesse mais conteúdos nesta temática produzidos pelo IDIS aqui.

Caso queira saber mais sobre fundos patrimoniais ou queria conhecer nossos serviços, envie um e-mail para comunicacao@idis.org.br.

IDIS apresenta renovação no corpo de conselheiros

O IDIS passou por uma recente transição em seu corpo de conselheiros. Além de sua dedicação à promoção do investimento social estratégico e ao fortalecimento das práticas de responsabilidade social, o IDIS prioriza a transparência, a eficiência e a governança em todas as suas ações.

O corpo de conselheiros do IDIS é resultado de um processo cuidadoso, que visa não apenas à continuidade da missão e dos valores da organização, mas também inovação e renovação de perspectivas.

Para somar ao conselho deliberativo, Françoise Trapenard juntou-se ao time. Ela é formada em Administração de Empresas pela FEA-USP, com pós-graduação em Gestão pela ESSEC (França) e mestrado em Filosofia pela Université de Paris IV (Sorbonne – França). Com mais de 20 anos de atuação na área de Recursos Humanos, encerrou sua carreira executiva como responsável pelo investimento social de uma grande corporação. Atualmente, Françoise é conselheira de diversas organizações da sociedade civil e também dedica seu tempo como voluntária em projetos sociais.

No conselho fiscal, recebemos Guilherme Amorim Campos da Silva. Pós-doutorando em Direito Econômico e Financeiro pela Universidade de São Paulo, Guilherme é doutor em Direito Constitucional, mestre em Direito do Estado e bacharel pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Sua vasta experiência de mais de 25 anos como professor universitário e orientador de trabalhos de Mestrado e Doutorado abrange temáticas relacionadas ao acesso à justiça, empresas e sustentabilidade. No momento, ele faz parte das Comissões de Direito Constitucional e da Especial de Direito Notarial e Registros Públicos da OAB/SP. Ademais, é membro do Grupo de Trabalho Estado Laico da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e integra os Conselhos Curadores da Fundação Gol de Letra e da Fundação Padre Anchieta/TV Cultura.

Na mesma equipe do Conselho Fiscal, Claudio Sertório assume o cargo de Presidente. Ele é Sócio Membro de diversos comitês da KPMG Brasil; Chair do Comitê de Remuneração dos sócios e Membro do Conselho Deliberativo da KPMG Prev. É formado em Economia – 1994 e Ciências Contábeis – 1999, ambas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC. É Conselheiro certificado pelo IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, turma 100. Coordenador e membro do Grupo de Trabalho de Bancos – GT1 – do IBRACON – Instituto Brasileiro dos Contadores; Instrutor de contabilidade no IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.

Para conferir a configuração completa dos novos conselhos, acesse aqui.

Em Manaus, IDIS realiza visita a organização participante do programa Transformando Territórios

Felipe Groba, gerente do programa Transformando Territórios, visitou a Manauara Associação Comunitária em Manaus. Durante a visita, o IDIS ofereceu apoio em reuniões de relacionamento, captação e planejamento, além de visita a projetos sociais apoiados pelo Manauara na cidade

A organização faz parte do programa Transformando Territórios, realizado pelo IDIS para fortalecer institutos e fundações comunitárias pelo Brasil.

Em um desses encontros, realizado no INDT – Instituto de Desenvolvimento Tecnológico, reuniram-se empresários, filantropos, líderes sociais e membros da Governança do Manauara, oportunidade na qual foi apresentado o propósito do Fundo Icamiabas, que tem por objetivo reunir recursos filantrópicos para apoiar mulheres guerreiras de Manaus, que causam impacto direto em comunidades da cidade.

Em outra ocasião, Felipe visitou o Reuna, projeto liderado por Dona Cristina na comunidade da Redenção, na Zona Oeste de Manaus, e apoiado pelo primeiro edital do Manauara.

“Manaus é uma cidade com enormes desafios, e a visita ao Manauara e projetos apoiados mostrou a potência da FIC para agitar a filantropia local. O Fundo Icamiabas coloca os holofotes sobre as mulheres guerreiras de Manaus, que atuam no dia a dia para superar questões que vão da fome e da gravidez na adolescência à falta de saneamento básico e de oportunidades de emprego formal. Com uma governança diversa e uma visão de futuro para a cidade, o Manauara irá – sem dúvida – contribuir para a cultura de doação local e para o engajamento de empresas e famílias manauaras com os desafios socioambientais do território.”, afirma Felipe Groba.

 

Crescimento das doações via Pix é destaque na Folha de São Paulo

O volume de doações feitas por pessoas físicas a causas sociais e ambientais no Brasil chegou a R$ 12,8 bilhões em 2022, segundo a Pesquisa Doação Brasil 2022. O Pix foi o meio usado em 39% das doações no período.

O movimento e outros resultados da Pesquisa foram destaque em reportagem da Folha de São Paulo. “Na Pesquisa Doação Brasil nos dedicamos a compreender quem são os doadores, quais suas percepções e qual a percepção que têm sobre as ONGs”, diz Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Confira a reportagem.

Pesquisa Doação Brasil e hábitos da Geração Z são destaques no Valor Econômico

A Geração Z revelou ser socialmente mais consciente e engajada com as causas socioambientais, de acordo com os resultados da Pesquisa Doação Brasil 2022. O comportamento do grupo em relação às doações foi destacado em uma reportagem do jornal Valor Econômico.

Neste ano, a pesquisa se aprofundou nas percepções e práticas dos jovens em relação às doações. A Geração Z demonstra possuir uma visão mais positiva das ONGs em comparação com a população em geral e também é mais influenciado pelas redes sociais a contribuir com ações sociais.

“Os jovens possuem uma visão mais positiva e são mais otimistas em relação ao trabalho das ONGs. Isso me faz ficar otimista quanto à formação de uma cultura de doação no país”, afirma Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Confira a matéria na íntegra. 

 

Projeto de combate ao câncer de colo é o primeiro contratado da Iniciativa Juntos pela Saúde

Texto originalmente publicado na Agência BNDES de notícias em 18/08/2023

  • ImpulsoGov receberá um total de R$ 2 milhões para ampliar plataforma de gestão e monitoramento
  • Projeto é o primeiro contratado da iniciativa Juntos pela Saúde, direcionada às regiões Norte e Nordeste do Brasil

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou projeto voltado à prevenção de câncer de colo de útero nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. A organização sem fins lucrativos ImpulsoGov receberá um total de R$ 2 milhões para ampliar uma plataforma gratuita que auxilia no combate da doença, que é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres brasileiras, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Reprodução: ImpulsoGov

O apoio ocorre no âmbito da iniciativa Juntos pela Saúde, em que a cada doação feita por organizações da iniciativa privada, o BNDES destina o mesmo valor para fortalecer a saúde pública. O Instituto Dynamo destinará R$ 1 milhão para a ImpulsoGov e o Banco apoiará com mais R$ 1 milhão, proveniente do Fundo Socioambiental do BNDES. Já o Instituto para o Desenvolvimento Social (IDIS) é responsável pela gestão dos recursos, pela captação e seleção de projetos que serão beneficiados pela iniciativa.

Os recursos do BNDES, não reembolsáveis, serão investidos na plataforma Impulso Previne, que oferece apoio gratuito a municípios na gestão e monitoramento de indicadores da atenção primária. A solução permite monitorar a realização do exame preventivo da doença, disponibilizado gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

Por meio da plataforma serão feitos relatórios com cruzamento de dados que auxiliam o trabalho de profissionais de saúde de 19 municípios validados pelo Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Com isso, gestores locais poderão aprimorar suas estratégias de prevenção ao câncer de colo de útero, que registra 17 mil casos novos anualmente, conforme dados de 2023 do INCA.

“A iniciativa deixará um importante legado por meio do apoio a projetos de saúde nos municípios mais carentes do Norte e Nordeste”, afirmou Carla Reis, chefe do Departamento do Complexo Industrial e de Serviços de Saúde do BNDES. “A expectativa é que a solução tenha impacto relevante na redução de mortes evitáveis na população feminina, ainda muito vulnerável à doença por dificuldades de acesso a exames preventivos”, completou.

Isabel Opice, diretora de operações da ImpulsoGov, destacou que as ferramentas e serviços da plataforma auxiliarão no rastreamento de casos de câncer de colo de útero: “Com o nosso apoio, os profissionais têm a informação necessária para realizar essa busca ativa e garantir que essas mulheres façam o exame. Isso é fundamental quando estamos falando de uma doença altamente evitável e curável quando descoberta precocemente”.

A expectativa é que a iniciativa Juntos Pela Saúde arrecade, em quatro anos, R$ 200 milhões para que unidades de saúde que prestem serviços do SUS recebam recursos para investimentos em obras, equipamentos, informatização, melhoria de gestão ou, ainda, para realização de campanhas de saúde.

Municípios – Serão contemplados com a plataforma Impulso Previne os seguintes municípios: Afuá (PA), Botuporã (BA), Brejo de Areia (MA), Carolina (MA), Colinas (MA), Cristino Castro (PI), Fartura do Piauí (PI), Gilbués (PI), Jacobina (BA), Lábrea (AM), Nova Olinda do Maranhão (MA), Oiapoque (AP), Palmares (PE), Presidente Vargas (MA), Rio da Conceição (TO), Tamandaré (PE), Tarrafas (CE), Viana (MA) e Xapuri (AC).

Vaga de Estágio em Monitoramento e Avaliação

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para estagiário na área de Monitoramento e Avaliação.

Os estagiários são responsáveis por dar suporte à execução das atividades conduzidas e apoiadas pelo IDIS, garantindo cumprimento de prazos, qualidade nos produtos desenvolvidos e serviços prestados. Leia com atenção as instruções sobre o processo de seleção e os requisitos para participação.

 Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se.

 

Responsabilidades e oportunidades

  • Apoiar nas atividades dos projetos de Monitoramento e Avaliação do IDIS, respeitando os prazos acordados e zelando pela qualidade dos produtos entregues;
  • Realizar coleta e análise de dados quantitativos e qualitativos necessários para a execução dos projetos de Monitoramento e Avaliação;
  • Realizar pesquisas de conceitos, referências e benchmarking que enriqueçam os projetos e tragam embasamento para os produtos desenvolvidos;
  • Participar das reuniões periódicas (online e presencial) da organização.

 

requisitos

  • Estar cursando, no mínimo, o 3º ano da faculdade no momento do início do estágio (jun/23), não importa o curso;
  • Ter interesse no terceiro setor, na área de monitoramento e avaliação de projetos sociais;
  • Domínio do pacote Office (Word, Excel, Power Point) e internet;
  • Disponibilidade para atuação presencial no escritório do IDIS, em São Paulo;
  • Facilidade para trabalhar em equipe.

 

DESEJÁVEL

  • Conhecimento em sistematização e análise de informações qualitativas;
  • Conhecimento na área de ciência de dados ou sistematização e análise de dados quantitativos em planilha Excel, incluindo manuseio de base de dados, elaboração de tabelas dinâmicas e gráficos;
  • Elaboração de apresentações com boa apresentação visual, clareza e objetividade na transmissão de conteúdos;
  • Conhecimentos sobre análise estatística;
  • Experiência com softwares de análise de dados de qualitativos e quantitativos;
  • Domínio intermediário da língua inglesa.

Benefícios

  • Bolsa auxílio: R$ 1.500,00
  • Vale-transporte
  • Vale Alimentação e refeição
  • Seguro de vida
  • Credencial plena do Sesc
  • Day off de aniversário

Tipo de trabalho – Híbrido: Combinação de presencial e remoto

INSCRIÇÃO

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O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos.

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

 

               

 

Os resultados da Pesquisa Doação Brasil 2022 sob a ótica da cultura de doação

 

Por Pamela Ribeiro, coordenadora de Programas do Gife, e Fernando Nogueira, diretor executivo da ABCR (Assoc. Bras. de Captadores de Recursos)

 

Doar é o ato de transferir um bem, recurso ou patrimônio a outra pessoa ou organização. Cada vez mais, um conjunto de pessoas e organizações procura entender e promover esse ato não de forma isolada, mas de forma ampla e constante. É quando passamos a falar de uma Cultura de Doação: como tornar o ato de doar algo que faz parte constante e consciente do dia a dia das pessoas?

A Pesquisa Doação Brasil, em sua terceira edição, traz muitos dados relevantes sobre o quanto essa Cultura se desenvolveu no Brasil, e o quanto ainda falta a percorrer. O estudo tem uma prioridade, é claro: o hábito da doação a organizações da sociedade civil, também chamada de doação institucional. Isso não quer dizer que outros hábitos e formas de doação não são expressões relevantes da solidariedade do povo brasileiro, mas que a doação de dinheiro a entidades sociais é parte fundamental de uma sociedade civil forte, efetiva e sustentável.

O objetivo deste texto é refletir sobre o que os resultados da pesquisa trazem para o debate da Cultura de Doação. Em particular, queremos trazer potenciais desdobramentos para dois públicos: investidores sociais e organizações da sociedade civil.

Os investidores sociais são o conjunto de fundações, institutos, empresas e filantropos que se propõem a executar e financiar iniciativas sociais de forma estruturada, planejada e monitorada. Têm um papel importante na valorização e na promoção de uma Cultura de Doação, por meio de suas práticas e exemplos. É importante que incorporem a Pesquisa Doação Brasil em seu planejamento e sua prática.

As organizações da sociedade civil são o conjunto de entidades que compõem o setor social no Brasil. Possuem uma grande diversidade de causas e formas de atuação, mas em sua maioria ainda têm uma estrutura frágil, com poucos recursos, equipes principalmente voluntárias e de dedicação parcial. A Pesquisa traz dados importantes para a revisão de seus processos de mobilização de recursos e sustentabilidade. Toda organização do terceiro setor tem o desafio de ampliar a quantidade de apoiadores, parceiros, voluntários e doadores para si e para sua causa. Aqui temos vários indícios de caminhos a percorrer e armadilhas que devem ser evitadas.

O artigo começa com uma breve apresentação do que entendemos por Cultura de Doação. Em seguida, destacamos os principais perfis de doadores que são retratados na Pesquisa. Feitas essas contextualizações, refletimos sobre as implicações do atual estado da doação no Brasil para Investidores Sociais e para Organizações da Sociedade Civil.

 

CULTURA DE DOAÇÃO

No Brasil, 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer! É o que diz  2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil da Rede PENSSAN. Em 2021, a pobreza teve aumento recorde, atingindo 62,5 milhões de pessoas, segundo o IBGE. Ainda de acordo com o instituto, a proporção de pretos e pardos abaixo da linha de pobreza (37,7%) é praticamente o dobro da proporção de brancos (18,6%). Situações de racismo, inclusive, já foram presenciadas por metade da população brasileira, segundo pesquisa do Instituto de Referência Negra Peregum e Projeto Seta. Ocupamos a 5ª posição mundial em casos de feminicídio, de acordo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). Tudo isso em um país que derrubou 10.781 km² de floresta em um período de um ano, o que equivale a sete vezes a cidade de São Paulo, segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Motivos para doar não faltam, então por que não temos uma Cultura de Doação mais fortalecida no Brasil?

A Pesquisa Doação Brasil 2022 reforça uma tendência das edições anteriores: a falta de dinheiro é o principal motivo para as pessoas não doarem. Outros dados da pesquisa corroboram com este resultado, como o fato da prática da doação estar mais presente entre pessoas com renda e escolaridade mais elevada e também em faixas etárias mais avançadas. A pesquisa aponta, porém, para outros fatores, que ainda que com menor relevância, também influenciam na decisão de doar, como conhecer a utilização que será feita do dinheiro e conhecer uma organização confiável para tal. Portanto, são diversos fatores que influenciam e ajudam a construir uma Cultura de Doação.

“Cultura de Doação é um conjunto de comportamentos, símbolos e valores que se expressam no compartilhamento habitual e voluntário de recursos privados em busca de uma sociedade justa, equitativa e sustentável.” Essa é a definição usada pelo Movimento por Uma Cultura de Doação (MCD), uma iniciativa formada por pessoas físicas e jurídicas que surgiu em 2013, com o objetivo de inspirar e mobilizar pessoas e organizações no propósito de enraizar a doação como parte de nossa cultura.

Essa definição contém alguns marcadores importantes que indicam como a Cultura de Doação é entendida pelo MCD. O primeiro é o uso da palavra “voluntário” indicando que o doar é uma escolha. Ainda que existam incentivos ou barreiras à doação, ela é uma opção feita pelo doador e nunca uma obrigação. O segundo marcador, é a palavra “habitual”, indicando que, em uma Cultura Doadora, doar é algo recorrente, um hábito que se cria e é incorporado no dia-a-dia de pessoas e organizações. Por fim, a definição é explícita em relação ao objetivo da doação, que busca contribuir para uma sociedade justa, equitativa e sustentável. Isso significa que o ato de doar não é apenas uma ação de caridade. Ele carrega consigo uma intenção de transformação e o entendimento de que doar é um ato político e uma forma de exercer cidadania. Essa é a Cultura de Doação que se busca construir no Brasil.

A maior parte dos brasileiros diz ter feito uma doação em 2022, segundo a Pesquisa Doação Brasil. Mais do que isso, o percentual de pessoas que fizeram uma doação cresceu de 66% para 84% entre 2020 e 2022, indicando que o brasileiro está se tornando mais solidário. Destes, 75% doaram itens e bens materiais e apenas 48% doaram dinheiro. Quando olhamos para a doação de dinheiro feita para organizações, chamada na Pesquisa de doações institucionais, esse número é ainda menor (36%) e é aí que está o principal desafio quando falamos de fortalecer uma Cultura de Doação no Brasil.

Todo e qualquer tipo de doação é legítima e bem-vinda. Porém, as doações institucionais são essenciais para o fortalecimento das organizações da sociedade civil (OSCs), coletivos, movimentos e outras iniciativas lideradas pela sociedade civil. Financiar a atuação e o fortalecimento destas organizações e iniciativas é o que vai garantir a transformação socioambiental no médio e longo prazo. Por isso, a importância de se promover uma Cultura de Doação (como a definida pelo MCD) no Brasil e de se ter a produção constante de dados, como estes da Pesquisa Doação Brasil, para monitoramento dos avanços conquistados neste campo.

Com objetivo de orientar uma ação mais articulada e efetiva na direção de promover a Cultura de Doação no Brasil, o MCD elaborou de forma colaborativa cinco diretrizes estratégicas para impulsionar o campo: (1) Educar para a cultura de doação, (2) Promover narrativas engajadoras, (3) Criar um ambiente favorável à doação, (4) Fortalecer as organizações da sociedade civil, (5) Fortalecer o ecossistema promotor da cultura de doação.

 

PERFIL DOS DOADORES: UM RETRATO MAIS ATUAL E MENOS NÍTIDO

Em suas edições anteriores, a Pesquisa Doação Brasil trazia um perfil mais definido de doadores brasileiros, apontando traços que se destacavam. Em 2020, por exemplo, a doação era um hábito principalmente de mulheres, com idade entre 30 e 49 anos, com instrução superior, das regiões Nordeste ou Sudeste, com renda familiar superior a 4 salários mínimos e com alguma religião.

Em 2022, esse quadro fica menos nítido. O percentual de doadores institucionais se aproxima entre homens e mulheres. Entre as regiões, além de Nordeste e Sudeste, também o Sul passa a se destacar. Declarar ter uma religião não é mais um marcador tão relevante. Alguns dos critérios diferenciadores anteriores continuam com algum peso, mas com novas nuances. Há ainda maior propensão a doar entre as pessoas de maior escolaridade, mas há um aumento significativo entre aqueles que possuem ensino fundamental. A mesma tendência se dá na renda: maior penetração em rendas familiares mais altas, mas aumento em rendas baixas. Finalmente, continua havendo relação entre idade e doação: quanto maior a idade, maior a chance de doar. Mas o retrato atual mostra uma variância menor: todas as faixas estão mais próximas à média.

Podemos enxergar essas mudanças de duas formas. No enfoque dos desafios, as mudanças geralmente resultam da diminuição dos estratos que antes se destacavam, e não pelo aumento dos outros. Para ficar claro: em 2015, 49% das mulheres doavam, ante 42% dos homens. Em 2022, os números caíram para 36% (mulheres) e 37% (homens).

Na visão de oportunidades, a atual pesquisa reforça a crença de que qualquer pessoa tem a capacidade de doar. Os perfis anteriores podem levar a um efeito indesejado, o de se concentrar nas “personas” ditas como mais propensas a doar e esquecer largos segmentos da população. O desafio que fica, para quem quer ampliar a Cultura da Doação, é se debruçar sobre diferentes abordagens que, em conjunto, podem funcionar com os mais variados grupos.

Finalmente, precisamos lembrar que a pesquisa revela, acima de tudo, que a população brasileira tem aumentado seus comportamentos solidários. 84% dos respondentes declarou ter feito uma doação em 2022, um percentual recorde quando comparado às outras edições. O que diminuiu, porém, foi a proporção de doadores institucionais. Há pistas que permitem levantar algumas hipóteses da razão dessa mudança de comportamento solidário: crise econômica e social, efeitos da pandemia, maior desconfiança nas OSCs, polarização crescente… Para realmente afirmar qual hipótese explicaria melhor isso, serão necessários novos estudos com foco específico nesse dilema.

 

IMPLICAÇÕES PARA INVESTIDORES SOCIAIS PRIVADOS (ISP)

Uma Cultura de Doação é formada por um coletivo de pessoas físicas e jurídicas, que idealmente atuam de forma conjunta e complementar para contribuir com a construção de uma sociedade mais justa, equitativa e sustentável. Assim como a Pesquisa Doação Brasil, pesquisas como o Censo GIFE, realizado pelo GIFE, e o BISC, realizado pela Comunitas, apontam para uma Cultura de Doação ainda bastante frágil. O Censo GIFE 2020, por exemplo, mostra que a Cultura de Doação está pouco presente entre investidores sociais privados. Entre os institutos, as fundações e as empresas respondentes da pesquisa, 50% declararam ter a execução de projetos próprios como sua principal estratégia de doação, enquanto apenas 27% são mais financiadores de projetos e iniciativas de terceiros.

Ambas as pesquisas também mostram que a confiança é um importante fator de estímulo à doação. Para os respondentes do Censo GIFE 2020, a confiabilidade e transparência das OSC ou de seus líderes é o principal critério de seleção de uma organização. Já para os respondentes da Pesquisa Doação Brasil 2022, saber como o dinheiro está sendo usado, conhecer uma organização em que confie e a entidade ser transparente/ prestar contas /mostrar aplicação de recursos estão entre as condições para um não doador se tornar doador, atrás apenas de ter dinheiro.

Há uma expectativa por parte dos indivíduos de que as empresas contribuam para solucionar os problemas socioambientais no Brasil. Como mostra a Pesquisa Doação Brasil 2022, 92% dos respondentes têm essa expectativa em relação às empresas, com um crescimento de 10 pontos percentuais em relação a 2020 (82%). A edição de 2023 do Trust Barometer da Edelman corrobora esse resultado quando aponta as empresas e as ONGs como as instituições mais confiáveis num contexto de medo.

Além de doar de forma estruturada, o investimento social privado (ISP), em especial o empresarial, tem um importante papel de contribuir para a promoção da Cultura de Doação por meio do engajamento de consumidores, funcionários, acionistas, fornecedores e outras partes interessadas. Ainda que as principais influências para doar, de acordo com a Pesquisa Doação Brasil 2022, sejam a igreja/ culto religioso/ grupo comunitário que frequenta (33%), as abordagens diretas na rua, por e-mail ou por telefone (31%) e a família, amigos ou vizinhos (31%), as campanhas no trabalho, na escola ou na faculdade e as campanhas promovidas por empresas que destinam parte dos lucros para doação são apontadas como uma influência por 14% e 10% dos respondentes, respectivamente.

Os dados mostram ainda que a rejeição a marcas com práticas inadequadas é mais relevante na influência ao consumidor que o engajamento socioambiental positivo da marca. Para adquirir um produto ou contratar um serviço, 44% dos respondentes levam em consideração se a empresa atua a favor de alguma causa social ou destina parte de seus lucros para doação, enquanto 56% não consideram. Já o percentual de respondentes que rejeitam marcas/ produtos envolvidos em práticas inadequadas chega a 77%, enquanto 23% não consideram isso na sua decisão de compra. Em especial entre a geração Z, a rejeição a marcas com práticas ruins está mais presente.

Outro apontamento relevante da pesquisa é que doadores institucionais são mais influenciados pelas práticas de uma marca que a população geral. Os dados mostram que 49% dos doadores institucionais consideram se a empresa atua a favor de alguma causa social ou destina parte de seus lucros para doação na sua decisão de compra e 85% rejeitam marcas com práticas inadequadas. Portanto, pessoas mais engajadas com doação tendem a priorizar marcas com atitudes semelhantes.

Por fim, é interessante notar que as causas preferenciais de doadores pessoas físicas e jurídicas não são as mesmas. Enquanto o ISP atua majoritariamente com educação, segundo o Censo GIFE 2020, pessoas físicas preferem doar para as causas da criança/ infantil (46%), saúde (31%) e combate à fome (29%). Educação é a causa escolhida por apenas 5% dos doadores pessoa física. Esse resultado acende um alerta para empresas e atores da filantropia que buscam engajar suas partes interessadas, indicando que nem sempre o que é prioridade para a organização é também prioridade para a sociedade em geral. Por outro lado, essa complementaridade entre doações de pessoas físicas e jurídicas pode ser uma boa estratégia para avançarmos na construção de uma sociedade mais justa, equitativa e sustentável. Nesse sentido, é importante que investidores sociais privados se atentem para pautas descobertas pelos dois perfis de doadores, como as causas vinculadas à defesa de direitos e promoção da justiça socioambiental.

 

IMPLICAÇÕES PARA ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL (OSCs)

Os resultados desta pesquisa trazem muitas implicações para a gestão das organizações da sociedade civil brasileiras, especialmente quanto a seus esforços de captação de recursos. Sabemos que a sustentabilidade institucional é um grande desafio para a maioria das centenas de milhares de OSCs brasileiras, que buscam recursos com diferentes fontes – pessoas, empresas, fundações, governo, comunidade, ajuda internacional – por meio de diferentes estratégias e técnicas. Quando comparamos esse cenário com outros países, a doação individual ainda tem muito a crescer no Brasil, mas já é a fonte mais mobilizada pelo conjunto das organizações (NIC.BR, 2023).

Destacamos a seguir duas das implicações que mais chamam atenção.

As doações e o pix

Começamos destacando uma mudança significativa na forma de pagamento das doações: o pix. Não existia em 2015, na primeira edição; já estreava timidamente em 2020, com 8%. Agora, pula diretamente para o meio mais usado para doar, com 39% das menções, à frente de métodos mais tradicionais como dinheiro, débito e boleto.

A primeira implicação é óbvia: toda organização que quer facilitar o recebimento de doações deve ter uma chave pix, idealmente ligada à conta bancária da organização. Se parece algo óbvio, não necessariamente é uma tarefa tão fácil de ser cumprida. O setor sofre dificuldades na relação com bancos. Estudo recente da ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos – mostra que muitas organizações têm dificuldade de abrir contas bancárias (⅓ já teve abertura de conta negada). A maioria dos respondentes relata a dificuldade de ter acesso a serviços básicos como cartões de débito, crédito ou linhas de empréstimo. Quase 20% afirmaram já ter tido sua conta bloqueada. Em função de todas as dificuldades, não é de se surpreender que 1 em cada 4 organizações (26%) já precisou movimentar recursos por meio de contas pessoais de seus dirigentes (ABCR, 2023). Dessa forma, ter chave pix em nome da organização já representa uma conquista para muitas das OSCs brasileiras.

A segunda implicação do crescimento do uso do pix é o desafio da recorrência das doações. O aumento do pix veio acompanhado, na Pesquisa de 2022, da diminuição na regularidade das doações às OSCs. Se em 2015 64% dos respondentes faziam doações ao menos uma vez por mês, essa taxa caiu consideravelmente agora, passando a 44%. Já a proporção dos que doam 4 vezes ao ano quadruplicou, passando de 5% para 21%. Não podemos afirmar que a preferência pelo pix causou a diminuição na frequência, mas é preciso lembrar que este modelode transferência ainda não encontra meios fáceis para sua recorrência. Captadores e prestadores de serviço neste campo – como as plataformas de doação e empresas de tecnologia – precisarão usar de sua criatividade para enfrentar esse desafio.

A (des)confiança nas OSCs

Há consenso na literatura acadêmica de que confiança é um indicador importante para a chance de sucesso de um pedido de doação (Abdal et al, 2019). Quanto maior a confiança, maior a probabilidade de doação; quanto menor a confiança, mais difícil a doação. Diante desse quadro, é preocupante notar que a Pesquisa Doação Brasil 2022 traz o aumento da desconfiança dos respondentes perante as organizações sociais que atuam no país.

Duas perguntas relativas à confiança tiveram piora em seu índice. Ainda que com valores maiores do que 2015, a melhoria vista durante a pandemia caiu significativamente. Apenas 31% concorda que as “ONGs deixam claro o que fazem com os recursos que aplicam”, ante 45% em 2020. A mesma proporção (31%) acha que a “maior parte das ONGs é confiável” (41%, na pesquisa anterior). Outras questões que medem dimensões relacionadas – como competência, efetividade e clareza na comunicação – também tiveram piora nos resultados.

Novamente, não temos dados suficientes para explicar a queda na confiança. Esse retrato é semelhante ao de outras pesquisas, que mostram uma piora na imagem geral das organizações e do setor. O desafio concreto, para cada organização, é buscar cada vez mais transparência e proximidade ao público (conforme Abdal et al, 2019). Transparência tende a ser algo mais impessoal e acontece por meio de boas práticas de prestação de contas, auditoria e demonstração de resultados. Já a proximidade aos doadores e potenciais doadores vem da indicação de amigos, familiares, colegas e influencers, bem como um conhecimento maior da organização (em visitas, por exemplo).

Mas há ainda uma dimensão coletiva da confiança, que depende do esforço de cada profissional e voluntário e de cada organização. Depende também da boa relação com imprensa, influenciadores e formadores de opinião. Idem quanto à relação com governo, seja nas parcerias em políticas públicas, seja no diálogo constante e aberto com seus órgãos de controle. Vale destacar, ainda, iniciativas lideradas por organizações de infraestrutura do campo social que se mobilizam para divulgar e valorizar o papel das organizações sociais no Brasil, como a Sociedade Viva (https://sociedadeviva.org.br/).

Espera-se que o conjunto de esforços citados acima contribua para aumentar a confiança nas ONGs. E, por consequência, ajudar no crescimento dos doadores institucionais no país. Que o Brasil seja cada vez mais conhecido por sua forte Cultura de Doação.

 

Referências

  • ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos. AS ONGS E OS BANCOS: Uma pesquisa exploratória sobre as barreiras que as organizações da sociedade civil enfrentam no sistema financeiro. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/13tQDpnRRqkngOrjuDl8DEASQNQKuVKEV/view . Acesso em 16 de agosto de 2023.
  • Alexandre Abdal ; ALVES, M. A. ; Nogueira, F. A. ; Andrea Pineda ; Campos, P. H. ; CALIXTO, G. ; CAMPOS, G. . Pesquisa Comportamental Sobre Doadores de Alta Renda. 2019. (Relatório de pesquisa).
  • NIC.BR – Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (editor). Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nas organizações sem fins lucrativos brasileiras : TIC Organizações Sem Fins Lucrativos 2022 [livro eletrônico]. — 1. ed. — São Paulo : Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2023

 

 

Analisando a Geração Z | Pesquisa Doação Brasil 2022

Por Maurício de Almeida Prado, Diretor Executivo da Plano CDE

“Falhamos em deixar um Brasil melhor para nossos filhos, mas conseguimos deixar filhos melhores para o Brasil”. Com essas palavras o executivo Fábio Barbosa definia, em uma entrevista para a revista Carta Capital, suas expectativas com uma geração que seria supostamente mais consciente de seu papel frente a questões sociais e ambientais do que a dele.

Mas será que as novas gerações têm mesmo uma postura diferente? Uma das formas de entender essas diferenças é olhando para uma questão muito importante em sociedades de todo mundo: a disposição para fazer doações e o envolvimento com a filantropia. Para isso, nada melhor do que analisarmos os dados e evidências levantados pela recém-lançada pesquisa Doação Brasil, coordenada pelo IDIS e realizada pela Ipsos Brasil.

No estudo, que ouviu mais de 1.500 pessoas em todo o País, podemos comparar as respostas do público da faixa etária de 18 a 27 anos – que costuma ser classificado como Geração Z – com o restante da população.

 

A Geração Z e as doações

Geração Z é nome dado ao grupo de pessoas nascidas entre os anos de 1995 e 2010. Como a pesquisa “Doação Brasil” foi realizada apenas com maiores de 18 anos, usaremos o recorte de 18 a 27 anos para esta análise.

O primeiro achado deste estudo é que os jovens da Geração Z estão doando mais do que há dois anos.  Na pesquisa recém-lançada, coletada em 2022, 84% dos jovens da Geração Z disseram ter feito alguma doação no último ano, frente a 63% na pesquisa de 2020. Isso demonstra um crescimento expressivo da prática de doação por esta faixa da população.

As doações mais realizadas foram de bens materiais (76%), seguidas por dinheiro (43%) e doação de tempo/trabalho voluntário (30%). Interessante notar que a Geração Z doa proporcionalmente mais em forma de trabalho voluntário do que o restante da população (30% contra 26%) e faz menos doações em dinheiro (43% contra 49%) do que a população em geral). Essa diferença pode ser explicada pela menor renda média deste público frente as gerações mais velhas, sendo que a maior doação de tempo pode indicar uma oportunidade para as organizações filantrópicas.

 

Jovens acreditam mais na sociedade civil e confiam mais na ONGs

Quando perguntados sobre quem deveria ser responsável pelas soluções dos problemas sociais e ambientais no Brasil, os jovens da Geração Z conferem maior responsabilidade às ONGs e empresas do que à população em geral, que atribui um peso maior ao governo para resolver essas questões (indicam as ONGs 91% contra 84% da população/indicam as empresas 96% contra 92% da população).

É no entendimento do papel das ONGs na sociedade e na confiança em sua atuação que a Geração Z apresenta as maiores diferenças em relação ao restante da população. Elas concordam mais que as ONGs são necessárias para ajudar no combate aos problemas sociais e ambientais (74% contra 67%), entendem melhor que a ação das ONGs leva benefícios a quem realmente precisa (74% contra 58%) e compreendem melhor o papel das ONGs na sociedade (73% contra 65%).

Também demonstram claramente uma maior confiança nessas organizações, uma vez que concordam mais com a afirmação “A maior parte das ONGs é confiável” (39% contra 31%), com que “ONGs dependem da colaboração de pessoas e empresas para obter recursos e funcionar” (83% contra 75%) e confiam mais na transparência da atuação das ONGs (39% contra 31%).

No estudo “Conservadorismo e questões sociais”, realizado pela Plano CDE para a Fundação Tide Setubal, foram levantadas algumas hipóteses que explicariam a desconfiança de parte do público conservador mais idoso em relação às ONGs. Os entrevistados relataram em pesquisas qualitativas uma dificuldade de confiar em ONGs que não conheciam direito, com certa generalização de uma imagem negativa dessas organizações. Porém, quando mencionadas ONGs que eram próximas fisicamente e conhecidas dos entrevistados, como as da igreja do bairro, estas eram apontadas como merecedoras de confiança por esse público. Havia certa dicotomia entre a imagem da ONG distante e intangível e a imagem da ONG local, próxima, tangível e confiável.

Mais do que dar transparência ao trabalho das ONGs através de relatórios, parece haver a necessidade de uma aproximação com esses públicos, que já consolidaram uma imagem de desconfiança de algo que, muitas vezes, aparece como distante e incerto. Trazer esse público para perto, com envolvimento direto nos projetos, poderia ser uma forma de aproximação para diminuir essa desconfiança e aumentar as doações.

Por outro lado, a maior confiança em ONGs por parte da Geração Z traz uma enorme oportunidade para o campo da filantropia amplificar sua participação na sociedade civil, não apenas com a captação de recursos, mas também com o envolvimento direto dessa parcela da sociedade em seus projetos.

 

Uma geração que doa com menos desconfiança

Quando olhamos as visões da Geração Z sobre a doação em geral, percebemos também uma relação de menor desconfiança do que no restante da população. Eles concordam menos com as frases “Não tenho confiança no que vão fazer com meu dinheiro, se doar” (37% contra 45%) e “Algumas doações beneficiam pessoas que não merecem esta ajuda” (43% contra 53%).

Outros aspectos que demonstram maior confiança nas doações por esse perfil mais jovem é que eles concordam menos com as frases “Eu acredito que é melhor dar dinheiro diretamente a quem precisa sem intermediários” (36% contra 46%) e “Eu penso que não devemos dar dinheiro, mas alimentos e bens” (45% contra 53%). Há claramente maior confiança em intermediários (que podem ser entendidas principalmente como as ONGs) e mesmo na real necessidade do beneficiário — quando veem menos problema em dar dinheiro do que as outras gerações, que, proporcionalmente, preferem doar alimentos e bens, com certa desconfiança de seus usos quando da doação realizada em dinheiro.

Fica aqui o desafio de aproveitar a oportunidade criada pela maior confiança em doações e nas próprias ONGs dessa parcela da sociedade para se criar uma cultura de doação focada nesse público.

 

Por que os jovens doam e quem os influencia?

As principais motivações dos jovens nas doações estão ligadas a três fatores: os objetivos/temáticas das causas, participação cidadã e a aspectos pessoais/emocionais. Logo, vemos como principais respostas: acredito nessa causa que ajudo (94%), seguida pelo sentimento de fazer a diferença (89%) e do entendimento de que todos devem participar da solução dos problemas sociais (88%). Na sequência, temos “Porque me faz bem”, com 88% das respostas, e “Porque me ajuda no meu desenvolvimento como pessoa”, com 76%. O que mais diferencia a Geração Z é que, para esse grupo, as doações são menos motivadas por motivos religiosos (44% contra 55% da população em geral).

As principais influências dessa geração na hora de doar são: familiares e amigos, grupos religiosos e abordagens na rua – o que é similar à população em geral. Porém, para a Geração Z há uma importância maior de influenciadores/redes sociais do que para a população em geral (25% contra 17%). A rede social que mais influencia esse grupo a doar é o Instagram (89%), seguido pelo Facebook (37%) e TikTok (13%).

As causas que mais receberam doações dessa geração foram: crianças (38%), seguidas por combate à fome (26%), população de rua (20%) e situações emergenciais (19%). As causas/públicos que mais diferenciam essa geração em relação ao restante da população são: população de rua (20% contra 15%) e causa animal (9% contra 5%).  Quando perguntados sobre seu envolvimento além das doações, 62% dos jovens dessa geração já se envolveram em outras ações sociais, para além das doações realizadas.

A maior importância das redes sociais para o engajamento desse público deve subsidiar as estratégias das ONGs em sua comunicação.

Por outro lado, quando vemos que quase dois terços dos jovens (62%) já se envolveram com a filantropia para além das doações, reforçamos a ideia de uma geração com maior potencial de participação no campo.

 

O papel socioambiental das empresas importa muito para essa geração

Quando olhamos para as percepções dessa geração em relação ao consumo e às práticas das empresas, notamos que esse perfil declara rejeitar mais a compra de produtos de empresas envolvidas com práticas inadequadas do que a população geral (83% de rejeição contra 77%).

Já um estudo sobre a Geração Z realizado pela consultoria Deloitte em 2023 aponta que os jovens dessa geração consideram que suas empresas estão evoluindo em questões de diversidade e impacto socioambiental. Porém, a maioria ainda percebe que suas empresas não estão fazendo o bastante nessas frentes.

Seja como consumidores ou colaboradores, os jovens da Geração Z demonstram estar atentos à atuação das empresas, impondo um desafio para que as organizações acelerarem suas atuações em ASG (ambiental, social e governança).

 

Conclusões

A análise dos dados da pesquisa “Doação Brasil”, no recorte dos jovens da Geração Z, demonstra maior entendimento do papel da sociedade civil por esse público, com empresas e ONGs tendo uma importância similar a governos na solução dos problemas socioambientais. Mais do que isso, vemos uma relação de maior confiança no trabalho das ONGs e destinação de suas doações e um interesse no envolvimento direto com seus projetos. A comunicação com essa geração deve considerar a importância das redes sociais para esse público nas estratégias de engajamento e captação. Por fim, temos essa parcela da população com um olhar mais crítico frente a atuação das empresas – o que deve ser um ponto de atenção às estratégias ASG dessas organizações.

Os achados deste estudo apontam para caminhos interessantes de planos de ação focalizados no público jovem que apresenta uma pré-disposição maior em participar de filantropia – uma grande oportunidade de alavancarmos a cultura de doação em nosso país.

Com solidariedade em alta, doações individuais para ONGs e projetos socioambientais em 2022 somam R$ 12,8 bilhões

Promovida pelo IDIS, a Pesquisa Doação Brasil é o mais amplo estudo sobre a prática da doação individual no País. Em sua 3° edição, traz um capítulo especial sobre a Geração Z

A prática da doação vem ganhando cada vez mais força no Brasil. Em 2022, 84% dos brasileiros acima de 18 anos e com rendimento familiar superior a um salário mínimo fizeram ao menos um tipo de doação, seja de dinheiro, bens ou tempo, na forma de voluntariado. Dois anos antes, a média era de 66%. A doação diretamente para ONGs e projetos socioambientais foi praticada por 36% dos respondentes, mantendo-se estável. Estes achados integram a terceira edição da Pesquisa Doação Brasil, iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e realizada pela Ipsos.

 

 

O lançamento e divulgação dos dados da publicação aconteceu no dia 24 de agosto, em um evento online, transmitido via YouTube. O evento rendeu mais de 1.000 visualizações da transmissão ao vivo. Confira a gravação:

 

 

O levantamento explora também o volume de recursos destinado. A mediana das doações alcançou R$ 300. Em 2015 era de R$ 240 e em 2020, de R$ 200. O crescimento foi puxado por um maior percentual de doações mais altas durante o último ano. O cálculo permite estimar que R$ 12,8 bilhões foram destinados a ONGs e projetos socioambientais, o equivalente a 0,13% do PIB de 2022 (R$ 9,9 tri). Para efeito de comparação, em 2021, segundo o Benchmarking do Investimento Social Corporativo, o BISC, o valor destinado a organizações e causas de interesse público pelas 324 empresas e 17 institutos participantes foi de R$ 4,1 bilhões.

“O Brasil é um país com muitas desigualdades e a prática da doação é um aspecto fundamental da nossa sociedade. Na Pesquisa Doação Brasil, nos dedicamos a compreender quem são os doadores, quais suas motivações, qual a percepção que têm sobre as ONGs e quais são as barreiras apresentadas por não doadores. Neste ano, ainda nos debruçamos sobre a Geração Z, os doadores do futuro. São dados importantes, que contribuem para incidirmos no fortalecimento da cultura de doação”, comenta Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Conheça outros destaques da Pesquisa Doação Brasil 2022:

  • Mais da metade da população com rendimento familiar acima de 6 salários mínimos fez ao menos uma doação institucional em 2022. As únicas faixas que registraram crescimento no percentual de doadores foram a população com renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos (de 25% para 29%), menor escolaridade – de 27% para 32% entre aqueles com até o Ensino Fundamental completo – e adultos acima de 60 anos (de 32% para 42%). Os homens estão doando mais. 37% dizem ter feito alguma doação para ONG ou projeto socioambiental em 2022 (um aumento de 5 pontos percentuais) e agora a participação se equiparou à das mulheres, que caiu nos últimos anos.
  • Cresce o número de doações para a causa da saúde e a pessoas em situação de rua. Crianças/causa infantil segue liderando o ranking.
  • ONGs não conseguiram manter percepção positiva gerada durante a pandemia, quando foram protagonistas de grandes ações. Apesar de piora da imagem junto aos brasileiros, nível ainda é superior àquele identificado em 2015.
  • O impacto da pandemia ainda perdura e 38% dos doadores dizem que a experiência os levou a doar mais para ONGs.
  • Instagram é a rede social que mais influencia na doação, mas não é a que capta os valores mais altos, posto ocupado pelo WhatsApp.
  • Os jovens da Geração Z estão doando mais do que no passado, têm uma percepção melhor das ONGs do que a população em geral, e admitem mais a influência das mídias sociais na hora de doar.
  • Perspectiva de aumento das doações é positiva e não doadores se mostram inclinados a repensarem suas atitudes: 93% deles afirmam que poderiam passar a doar (este número era 57% em 2020 e 40% em 2015).

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QUAL O DESTINO DAS DOAÇÕES EM DINHEIRO?

Entre os respondentes, 48% disseram que fizeram algum tipo de doação em dinheiro em 2022. O valor é 7 pontos maior que aquele encontrado em 2020 e equivalente ao patamar de 2015 (52%). Parte desses recursos foi destinado a ONGs, projetos socioambientais ou campanhas de cunho social, sendo o percentual da população que faz doação institucionais é de 36%. Chama atenção, entretanto, o aumento significativo do percentual de pessoas que declararam doar esmolas, subindo de 6% em 2020 para 16% em 2022. Esse crescimento está alinhado com o aumento (de 1% em 2020, para 10%) das doações institucionais para organizações e projetos que atendem pessoas em situação de rua, mostrando a sensibilidade aguçada para a causa.

 

MEIOS DE PAGAMENTO

Para fazer as doações institucionais, o PIX foi canal favorito. O instrumento de pagamento surgido em 2020 já conquistou a preferência de 39% dos doadores, enquanto a doação em dinheiro vivo vem sendo cada vez menos adotada. Também chama a atenção o aumento no percentual dos que declararam ter feito doação na forma de arredondamento, isto é, abrindo mão do troco de centavos para que o estabelecimento comercial encaminhe o valor para alguma organização socioambiental. A escolha, que era feita por menos de 1% dos doadores institucionais em 2020, passou a ser feita por 11%.

“Um fator essencial para alavancar as doações são as tecnologias de doação. Esse avanço teve efeito na facilidade operacional de doar, com ferramentas como botões no e-commerce, redes sociais e o pix”, explica Renata Burroul, consultora técnica das três edições da Pesquisa Doação Brasil.

 

PERCEPÇÃO SOBRE AS ONGS

Em 2020, com o protagonismo das ONGs durante a pandemia, houve, entre a população, uma melhora significativa da opinião pública sobre as organizações da sociedade civil. Dois anos depois, os dados mostram uma retração considerável, mas ainda mais positiva que a imagem em 2015.

Os maiores recuos surgem nas questões relativas à confiança nas organizações do terceiro setor. Na afirmação “As ONGs deixam claro o que fazem com os recursos que aplicam”, houve uma queda de 14 pontos percentuais na concordância (de 45% para 31%); e para “A maior parte das ONGs é confiável”, o registro foi de 10 pontos percentuais a menos (de 41% para 31%).

“A Pesquisa começa a deixar mais claro quais os efeitos efêmeros da pandemia e quais aqueles que vieram para ficar. A imagem sobre o trabalho realizado pelo Terceiro Setor é ainda bastante volátil e propensa a acompanhar o contexto social. É importante que o setor colabore entre si para fortalecer a percepção e o engajamento da sociedade em geral”, comenta Luisa Lima, gerente de Comunicação e Conhecimento no IDIS.

Os jovens da Geração Z, pelo contrário, se mostram muito mais otimistas e positivos em relação às ONGs em todos os quesitos. A diferença em relação à população em geral é especialmente maior na afirmação de que as “ONGs levam benefícios a quem realmente precisa” (74% entre a Geração Z contra 58% da população geral). Em afirmações como “As ONGs deixam claro o que fazem com os recursos” e “A maioria das ONGs são confiáveis” a concordância da Geração Z está na casa dos 39%, o que mesmo sendo maior que na população em geral, ainda é ponto de atenção.

 

CÍRCULO SOCIAL OU MÍDIAS DIGITAIS: QUAL INFLUENCIA MAIS A DOAÇÃO?

Foi incluída nesta edição uma pergunta relacionada aos atores que mais estimulam a doação. Pedimos que os doadores institucionais escolhessem, dentre uma lista de possibilidades, os três mais importantes para eles. As respostas mostraram que o convívio social nos locais religiosos e nas comunidades têm maior poder de influenciar o doador, seguido da a família, vizinhos e amigos. Já as mídias sociais e influencers digitais aparecem na quarta posição, com 17%. Entre a Geração Z, o valor de alcance das mídias e influencers digitais cresce para 25% dos doadores.

Quando perguntados sobre quais mídias sociais os influenciam a doar, as mais citadas, tanto entre os doadores institucionais da população geral quanto no recorte de Geração Z é o Instagram (85% e 89% respectivamente); seguida pelo Facebook (33% e 37%, respectivamente). Após as duas primeiras colocadas, temos as mudanças mais significativas: enquanto a população geral considera YouTube e WhatsApp (ambas com 13%) entre suas outras maiores influências, na Geração Z, a terceira e quarta colocação ficam com TikTok e YouTube. Nesse recorte, o WhatsApp aparece com apenas 4% de respostas, atrás também do Twitter. Em ambos os casos, o LinkedIn foi a rede menos citada.

ATUAÇÃO CIDADÃ DE MARCAS E EMPRESAS

Nesta edição, procuramos compreender como a percepção sobre a reputação de marcas e empresas influencia as decisões de consumo. O resultado mostra que as pessoas punem muito mais as empresas e marcas que possuem condutas inadequadas (77%) do que premiam as que adotam boas práticas investimento social (44%). Entre os doadores institucionais, esse impacto é ainda maior – 85% e 49%, respectivamente.

 

GERAÇÃO Z: COMO DOA O JOVEM ENTRE 18 E 27 ANOS?

Assim como na população em geral, os dados sobre Geração Z demonstram que eles também estão doando mais. Enquanto, em 2020, 63% deles diziam ter realizado algum tipo de doação, em 2022 o número chega a 84%, igualando-se à média nacional. Os destaques de doação nesse recorte estão principalmente para doadores de bens (76%) e trabalho voluntário (30%). Já quanto à doação de dinheiro para ONGs e projetos socioambientais, os jovens ficam 9 pontos abaixo da média geral, 27% contra 36% – fenômeno natural, uma vez que a disponibilidade de dinheiro nessas idades, por vezes, é menor do que quando comparada a pessoas mais velhas. Por outro lado, eles tendem também a ter uma visão mais positiva sobre a doação e sobre as ONGs.

A Pesquisa mostra também que jovens que doam tem a tendência de também promover, ou contribuir de alguma forma em campanhas de arrecadação ou mobilização para ajudar outras pessoas. Isso foi confirmado por 7 em cada 10 jovens doadores em 2022 e, 20% deles dizem terem feito isso mais de uma vez.

Quando falamos em causas, ações ligadas à infância e ao combate à fome são as duas primeiras colocadas na preferência dos brasileiros, e isso se confirma também entre os jovens. Porém, o ranking segue com diferença entre os doadores da Geração Z e da população geral. Os jovens se sensibilizam mais com pessoas em situação de rua e situações emergenciais, mostrando disposição à questões mais visíveis e com impactos mais imediatos. A causa animal também conta com mais simpatizantes entre a Geração Z do que na população como um todo.

PERSPECTIVAS 2023

De modo geral, há um clima de otimismo em relação ao crescimento da prática da doação. Entre os doadores institucionais, 45% afirmam que doará mais no ano seguinte. Na edição anterior, este percentual foi de 36%. O mesmo movimento aparece entre os doadores da Geração Z: 52% se dizem disposto a doar mais. Positivo também que 93% dos não doadores disse que poderia passar a doar, uma grande variação em relação a 2020, quando apenas 57% estavam dispostos a isso. O gatilho para a mudança de atitude, entretanto, dividiu opiniões. 28% disseram que passaria a doar se tivesse mais dinheiro, 13% indicaram que gostaria de saber como o dinheiro está sendo usado e, 12%, que deseja conhecer uma ONG em que confie.

“Um dado que me chamou muita atenção, e que me deu muita alegria, é o fato de que 93% dos não doadores podem mudar de lado (…) Esse número é fruto do trabalho de muitas organizações trabalhando para que isso acontecesse”, comenta Paula Fabiani, CEO do IDIS, durante evento de lançamento da Pesquisa.

METODOLOGIA

A Pesquisa Doação Brasil 2022 foi realizada entre 03 de maio a 13 de junho de 2023 a partir de uma abordagem quantitativa, com a realização de 1.508 entrevistas telefônicas. A amostra é representativa do cenário nacional e a margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Perfil dos participantes

  • Homens e mulheres
  • Classe: ABC
  • Idade: maiores de 18 anos
  • Renda familiar superior a 1 salário mínimo

 

REALIZAÇÃO E APOIADORES

A Pesquisa Doação Brasil 2022 é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e da CAF – Charities Aid Foundation. A realização é da Ipsos e conta com o apoio do Instituto Beja, Movimento Bem Maior, Raízen, Instituto ACP, Instituto Galo da Manhã, Instituto MOL, Doare e Instituto Phi. Contribuíram também os filantropos Luis Stuhlberger e Teresa Bracher.

IDIS lança Pesquisa Doação Brasil 2022 em agosto

Em sua terceira edição, a Pesquisa Doação Brasil  apresenta dados e análises atualizadas sobre a prática de doação dos brasileiros e, neste ano, conta com um capítulo inédito dedicado às práticas de doação da Geração Z

Qual é o perfil do doador brasileiro? Quais as motivações e causas preferidas? Qual é a percepção em relação às ONGs? Para atualizar as respostas para essas e outras questões que contribuem para a compreensão do cenário da cultura de doação no Brasil, o IDIS apresenta a Pesquisa Doação Brasil 2022.

O lançamento acontecerá no dia 24 de agosto, das 9h às 11h, em uma transmissão online gratuita. O evento contará com a presença de especialistas que analisarão os dados. Essa iniciativa é a principal fonte sobre esse tema no país e chega agora à sua terceira edição.

Além da tradicional apresentação dos dados gerais da população brasileira, a Pesquisa Doação Brasil 2022 também inclui um capítulo temático inédito dedicado à análise das práticas dos jovens. Ele explora os hábitos de doação da Geração Z em termos individuais e suas diferenças em relação à população geral.

O estudo também oferece uma leitura dos dados a partir do contexto sociopolítico brasileiro atual. O objetivo é mapear os hábitos de doação dos brasileiros, caracterizando e permitindo o acompanhamento dos fatores que contribuem para o fortalecimento da cultura de doação no Brasil ao longo dos anos. Isso contribuiu para a formação de ideias de ações específicas para mudanças de atitude.

A Pesquisa Doação Brasil 2022 é uma iniciativa do IDIS e da CAF – Charities Aid Foundation. A realização é da Ipsos e conta com o apoio do Instituto Beja, Movimento Bem Maior, Raízen, Instituto ACP, Instituto Galo da Manhã, Instituto MOL, Doare e Instituto Phi. Deixamos também agradecimentos especiais a Luis Stuhlberger e Teresa Bracher.

Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2023: saiba como participar

A 12° edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais já tem data: 14 de setembro. Mais uma vez, além do evento presencial em São Paulo exclusivo para convidados, a programação também será transmitida ao vivo.

No Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2023, destacamos iniciativas para uma filantropia mais transformadora, diversa e inclusiva. Valorizamos a criação de metodologias e modelos de financiamento, o estabelecimento de parcerias improváveis, a promoção de mudanças significativas, a atitude de assumir os erros e seguir em frente, e fazer diferente o que já estava dando certo. Destacamos o empreendedorismo e a inovação.

Por isso, o tema deste ano será OUSADIA. Mesmo que inata ao ser humano, ela deve ser desenvolvida, experimentada e aprimorada. Ela requer coragem, criatividade, planejamento e perseverança para enfrentar desafios e correr riscos de forma calculada. Convidamos você a inspirar-se com histórias.

INSCREVA-SE PARA A TRANSMISSÃO AO VIVO

PALESTRANTES CONFIRMADOS

Entre os palestrantes já confirmados estão Armínio Fraga (Filantropo e Ex-presidente do Banco Central), Braulina Baniwa (diretora da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade), Eduardo Saron (Presidente da Fundação Itaú), Gelson Henrique (Coordenador Executivo da Iniciativa PIPA), Geyze Diniz (Cofundadora do Pacto Contra a Fome), Gilson Rodrigues (Presidente do G10 Favelas), Jean Jereissati (CEO da AMBEV), Luciana Temer (Diretora Presidente do Instituto Liberta), Marcelo Klein (Diretor de Gestão de Territórios na Vale S.A.), Malu Nunes (Diretora Executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza), Priscila Cruz (Presidente executiva do Todos pela Educação), Roberto Sallouti (CEO e membro do conselho do BTG Pactual), Rodrigo Mendes (Fundador do Instituto Rodrigo Mendes), Saulo Barretto (Fundador do IPTI).

Além de convidados internacionais como Guerda Nicolas (cofundadora do Ayiti Community Trust), Nivedita Narain (CEO da CAF India) e Philip Yun (Head no Global Philanthropy Forum).

 

realização e apoio

A realização é do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation, e apoio prata da Charles Stewart Mott Foundation; e apoio bronze da Ambev, B3 Social, BNP Paribas Asset Management, BTG Pactual, Fundação Itaú, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Sicoob, Movimento Bem Maior e Grupo RaiaDrogasil S.A. e Vale. A Alliance Magazine é a parceira de mídia.

Neste ano, o fórum terá novamente a Alliance Magazine como parceiro de mídia. Sediada na Inglaterra, a maior revista de filantropia do mundo fará a cobertura do evento e transmitirá em inglês ao vivo em seu canal do Youtube.

FÓRUM BRASILEIRO DE FILANTROPOS E INVESTIDORES SOCIAIS

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Em nosso canal do YouTube estão disponíveis listas com as gravações de todas as edições. Confira!

 

Arquétipos da Filantropia é destaque no Impacta Nordeste

O estudo Arquétipos da Filantropia: Nova Ferramenta para Análise Estratégica, publicado no Brasil pelo IDIS, apresenta uma análise sistematizada dos principais perfis de filantropos, investidores e organizações sociais.

O conteúdo da publicação foi destaque no Impacta Nordeste.

Confira a reportagem completa aqui.

 

A publicação auxilia os filantropos e investidores sociais, indicando caminhos práticos para a potencialização do uso de seus recursos.

“Ao trazer este conteúdo para o Brasil, esperamos promover a reflexão de nossos filantropos e contribuir para a melhoria de suas estruturas estratégicas e operacionais. Os recursos disponíveis para o investimento socioambiental são escassos e é preciso fazer o melhor uso deles”, comenta Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Saiba mais e baixe a publicação.

Ranking internacional reconhece IDIS como uma das melhores ONGs brasileiras

The Dot Good divulgou as 50 organizações sociais de maior destaque no Brasil

No dia 12 de junho, a entidade suíça The Dot Good, responsável por classificar as principais organizações sociais em âmbito internacional, divulgou um ranking destacando as 50 instituições do Terceiro Setor brasileiro de maior destaque. Os critérios utilizados para avaliação foram baseados no grau de transparência, na maturidade dos níveis de governança, na gestão e no planejamento estratégico desenvolvido pelas ONGs listadas.

O IDIS conquistou a 19° posição do ranking, comprovando nosso compromisso com o desenvolvimento socioeconômico do país e com o avanço do ecossistema do Terceiro Setor brasileiro.

Responsável por 4,27% do PIB brasileiro, as organizações do Terceiro Setor empregam cerca de 6 milhões de pessoas e causam um impacto relevante no campo social e econômico do país, como demonstrado pela recente pesquisa “A importância do terceiro setor para o PIB do Brasil“, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), pela Sitawi Finanças do Bem e pelo Movimento Por Uma Cultura de Doação.

O resultado social e econômico alcançado é amplificado devido à natureza colaborativa e do trabalho em rede nos quais são desenvolvidos projetos de excelência e de importante impacto social. O setor vem crescendo nos últimos anos, e os efeitos das ações sociais são visíveis no desenvolvimento sustentável do país. As contribuições deste trabalho representam conquistas na efetivação de direitos, e a transparência no uso dos recursos mobilizados vai ao encontro das pautas mais exigentes de compliance.

Essa tendência de crescimento e qualificação do Terceiro Setor no Brasil é reflexo de uma série de fatores, como o comprometimento e a dedicação das organizações em melhorar suas práticas, a adoção de modelos de gestão mais eficientes e a busca constante por inovação.

“Iniciativas como a The Dot Good contribuem para dar visibilidade ao grande trabalho desenvolvido por nossas organizações sociais, com comprometimento, seriedade, criatividade e impacto. É mais um instrumento disponível para ampliar a confiança junto a investidores sociais locais e internacionais. Ficamos felizes em integrar o ranking, entretanto, parabenizamos também outros que não foram destacados. Nosso setor é vibrante, forte e diverso e a contribuição é de todos!” declara Paula Fabiani, CEO do IDIS.

 

Sobre o IDIS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimento, consultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a cocriação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

 

Vaga de Estágio em consultoria ESG

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para estagiário na área de ESG.

Os estagiários são responsáveis por dar suporte à execução das atividades conduzidas e apoiadas pelo IDIS, garantindo cumprimento de prazos, qualidade nos produtos desenvolvidos e serviços prestados. Leia com atenção as instruções sobre o processo de seleção e os requisitos para participação.

 Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se.

RESPONSABILIDADES E OPORTUNIDADES

  • Apoiar a elaboração de propostas de projetos ESG para potenciais clientes e parceiros.
  • Apoiar  nas atividades dos projetos do IDIS, respeitando os prazos acordados e zelando pela qualidade dos produtos entregues.
  • Apoiar e realizar a coleta de dados quantitativos e qualitativos necessários para a execução dos projetos.
  • Realizar pesquisas de conceitos, referências e benchmarking que enriqueçam os projetos e tragam embasamento para os produtos desenvolvidos.
  • Apoiar as reuniões periódicas da equipe de consultoria para manter a equipe alinhada com o planejamento estratégico e missão da organização.

REQUISITOS

  • Estar cursando, no mínimo, o 3º ano da faculdade com conclusão prevista para JULHO ou DEZEMBRO 2024;
  • Ter interesse no terceiro setor, na área de ESG, nos temas de investimento social privado, responsabilidade social, sustentabilidade e áreas afins;
  • Domínio do pacote Office (Word, Excel, Power Point) e internet;
  • Disponibilidade para atuação presencial no escritório do IDIS, em Pinheiros – São Paulo.

DESEJÁVEL

  • Domínio intermediário da língua inglesa.
  • Ter no máximo 1 ano e meio para se formar
  • Domínio do pacote Office (Word, PowerPoint, Excel) e internet

SERÁ CONSIDERADO UMA VANTAGEM

  • Conhecimento extracurricular
  • Projetos sociais, voluntariado
  • Projetos acadêmicos
  • Facilidade para trabalhar em equipe

BENEFÍCIOS

  • Bolsa auxílio: R$ 1.500,00
  • Vale-transporte
  • Vale Alimentação e refeição
  • Seguro de vida
  • Credencial plena do Sesc
  • Day off de aniversário

Tipo de trabalho – Híbrido: Combinação de presencial e remoto

INSCRIÇÃO

Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 12 de julho de 2023.

O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos.

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

 

               

Lançamento do Arquétipos da Filantropia reúne filantropos e investidores sociais

Em uma manhã de junho, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e a RPA – Rockefeller Philanthropy Advisors reuniram filantropos, membros de organizações empresariais e familiares e organizações da sociedade civil, para o lançamento do ‘Arquétipos da Filantropia: Nova Ferramenta para Análise Estratégica. A publicação aborda e analisa os principais perfis de filantropos e investidores sociais, fornecendo diretrizes para maximizar o impacto para cada tipo de organização.

O estudo é um desdobramento do projeto ‘Estrutura Filantrópica’, promovido pela Rockefeller Philanthropy Advisors em 2019 a partir de entrevistas com 75 fundações, além de dezenas de sessões de trabalho com mais de 200 financiadores, peritos e parceiros de pesquisa nos EUA, Europa, Ásia, África e América Latina.  A versão brasileira foi publicada em parceria com o IDIS, parceiro da RPA há mais de 10 anos, em prol da ampliação do investimento social privado. 

Conheça mais e baixe a publicação aqui.

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Alinhar recursos aos objetivos para uma filantropia mais efetiva 

Melissa Berman, CEO da Rockefeller Philanthropy Advisors e uma das autoras da publicação, abriu o evento apresentando os objetivos e descobertas do estudo. Melissa explicou que a ideia surgiu após a constatação da necessidade de sistematização e renovação dos modelos existentes de filantropia, diante do surgimento de novos e crescentes desafios globais, foi necessário que o investimento social privado em todo mundo também se atualizasse para, assim, poder resolver tamanhas questões.

“Não é possível resolver problemas do século 21 com um modelo de filantropia do século 19”  

A CEO da Rockefeller explicou que os 8 arquétipos surgiram, então, com o objetivo de proporcionar um guia de planejamento estratégico para organizações, unindo as pontas entre seus objetivos finais, propósitos e recursos disponíveis.

Melissa Berman, CEO da Rockefeller Philanthropy Advisors, apresentando a publicação

Após a apresentação inicial, aconteceu um painel de discussão sobre os achados e suas implicações no setor filantrópico brasileiro. Mediado por Paula Fabiani (CEO do IDIS), a mesa contou com a participação de Cassio França (Secretário-Geral do GIFE), Thiago Piazzetta (Gerente de Projetos da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza) e Patricia Loyola (Diretora de Gestão e Investimento Social da Comunitas).

Paula Fabiani (IDIS), Thiago Piazzeta (Fundação Grupo Boticário), Cassio França (GIFE) e Melissa Berman (RPA) discutindo a publicação sob o contexto filantrópico brasileiro

Piazzetta destacou a ação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que trabalha com o apoio a organizações promotoras da conservação da biodiversidade no Brasil. O grupo foi um dos cases presentes na publicação e servem como exemplo do chamado ‘arquétipo do Catalisador de Risco’, um perfil caracterizado essencialmente por fornecer financiamento inicial, muitas vezes sem restrições, a organizações novas ou com pouco histórico comprovado. “Evitamos o financiamento de grandes organizações, optando por apoiar grupos e empresas menores e mais inovadores”, afirma Thiago.

A Fundação Grupo Boticário já financiou 1600 iniciativas não estabelecidas e inovadoras de conservação ambiental da natureza por meio de doações e outros instrumentos financeiros, incluindo um programa de aceleração de impacto ambiental para fortalecer a capacidade de investimento de impacto da comunidade empresarial. 

Cassio França acrescentou à reflexão a importância de organizações que aplicam o perfil do arquétipo do Catalisador de Riscos em suas ações para combater as desigualdades no contexto brasileiro. Segundo o secretário-geral do GIFE, o modelo garante poder a organizações verdadeiramente inovadoras e impactantes contra as problemáticas nacionais. “É uma das coisas mais revolucionárias que podem existir na filantropia brasileira”, indica.

França também enfatizou a importância da compreensão dos arquétipos no processo de decolonização da filantropia. O conceito parte do entendimento da necessidade de superar os desequilíbrios de poder em dinâmicas internas do campo filantrópico, para que o mecanismo não seja um perpetuador das desigualdades, mas que contribua efetivamente para o seu fim.

Diante desse contexto, Cassio apontou os arquétipos como uma excelente ferramenta para que filantropos e investidores sociais reconheçam seus modos de atuação, entendam suas potencialidades e contribuam de maneira efetiva para a mitigação da desigualdade social. “Eu vejo o material como um grande benefício para o campo, porque ajuda as organizações a se entenderem”, destaca.

Patricia Loyola enriqueceu a discussão ao ressaltar a importância da colaboração com o poder público na potencialização de ações filantrópicas. Ela exemplificou a força do modelo de colaboração a partir do programa Juntos Pela Saúde, uma iniciativa do BNDES gerida pelo IDIS, que combina doações da iniciativa privada com aportes do próprio BNDES para projetos de saúde pública nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Ela relacionou esse movimento ao arquétipo do Gestor de Campanha, um perfil que busca reunir especialistas de diferentes áreas, incluindo o setor público, a fim de produzir iniciativas mais inovadoras na filantropia. “O poder público conhece o campo e as necessidades a serem trabalhadas. Não tem como fazer parceria com o poder público sem reconhecer sua legitimidade”, afirma.

Ao final da mesa, Melissa apontou a necessidade de revisão dos formatos de prática da filantropia e indicou o conteúdo da publicação como um caminho para alcançar essa transformação. “Não acho que temos escolha a não ser reagir às mudanças do mundo, nos tornando organizações mais diversas, inclusivas e transparentes”, acredita.

Encerrando a manhã de reflexões, a equipe da Rockefeller Philanthropy Advisors (RPA) realizou um workshop interativo sobre os 8 arquétipos com os participantes do evento. Eles puderam refletir sobre qual perfil melhor representa o modelo de investimento do instituto que representam, contando com a ajuda da equipe da RPA para identificação e compartilhando as descobertas com todos os presentes.

Workshop interativo com Melissa Berman durante o evento

O momento rendeu grandes reflexões entre os participantes e revelou membros que identificavam suas organizações entre os mais variados arquétipos, incluindo a Agência de Talentos, que identifica e amplifica vozes de indivíduos e grupos que vivenciam de forma mais direta e próxima das problemáticas; o Construtor de Campo, que fortalece instituições responsáveis por gerar e divulgar perspectivas científicas; e o Semeador, modelo que fornece apoio por meio de fontes diversificadas para a mesma causa.

Confira mais fotos do evento:

Sobre a Rockefeller Philanthropy Advisors

A Rockefeller Philanthropy Advisors (RPA) é uma organização sem fins lucrativos que aconselha e gere mais de 400 milhões de dólares em doações anuais feitas por indivíduos, famílias, corporações e fundações. Fundada em 2002, buscando manter o histórico de filantropia da família Rockefeller, a RPA tornou-se uma das maiores organizações de serviços filantrópicos do mundo e facilitou a concessão de mais de 3 milhões de dólares a mais de 70 países. A RPA também serve de patrocinador fiscal para mais de 100 projetos.

Para mais informações visite www.rockpa.org

IDIS e Rockefeller Philanthropy Advisors lançam publicação sobre perfis das organizações filantrópicas

O material contribui para que investidores socioambientais atinjam sua missão de forma mais eficaz e qualificada, maximizando os impactos gerados

Arquétipos da Filantropia: Nova Ferramenta para Análise Estratégica, publicado no Brasil pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, apresenta uma análise sistematizada dos principais perfis de filantropos e investidores sociais. As diferenças são determinadas pelas estruturas, áreas de priorização, capacidades e redes de relacionamentos das organizações. A publicação auxilia os filantropos e investidores sociais, indicando caminhos práticos para a potencialização do uso de seus recursos.

As soluções apresentadas respondem aos desafios contemporâneos. As desigualdades socioeconômicas, a crescente polarização, o racismo institucional e as mudanças climáticas desafiam o propósito e a legitimidade da filantropia com sua complexidade e, portanto, demandam novas abordagens.

O estudo é um desdobramento do projeto ‘Estrutura Filantrópica’, promovido pela Rockefeller Philanthropy Advisors em 2019 a partir de entrevistas com 75 fundações, além de dezenas de sessões de trabalho com mais de 200 financiadores, peritos e parceiros de pesquisa nos EUA, Europa, Ásia, África e América Latina. “O momento instiga filantropos e investidores sociais a reverem, não apenas o que pretendem fazer, mas também o como e para quem. É preciso repensar o envolvimento com seus beneficiários, parceiros e comunidade para criar essa mudança”, comenta Melissa Berman, CEO da RPA e uma das autoras da publicação.

O conteúdo apresenta 8 diferentes arquétipos da filantropia, que são:

1 – Agência de Talentos: Identifica, fortalece e promove indivíduos e organizações próximas à sua causa de interesse.

2 – Think Tank: Aplica sua experiência e pesquisas internas na formulação e implementação de políticas públicas.

3 – Gestor de Campanha: Reúne um conjunto diversificado de agentes (financiadores, beneficiários, setor público) para implementar soluções complexas e demoradas.

4 – Construtor de Campo: Fortalece e desenvolve organizações, oferecendo um suporte constante, a fim de criar um ecossistema filantrópico mais robusto e contribuir com progressão em áreas problemáticas da sociedade.

5 – Catalisador de Risco: Fornece financiamento antecipado, muitas vezes sem restrições, para organizações novas e com pouco histórico comprovado.

6 – Designer: Aproveitam o conhecimento criado internamente com pesquisas para projetar e desenvolver novos programas.

7 – Subscritor: Um financiador institucional ou privado que faz uma “grande aposta” a instituições consolidadas ou causas, com base em seus valores e/ou experiências pessoais.

8 –  Semeador: Fornece um grande volume de doações a uma gama diversificada de atores e instituições individuais.

Para Paula Fabiani, CEO do IDIS, “ao trazer este conteúdo para o Brasil, esperamos promover a reflexão de nossos filantropos e contribuir para a melhoria de suas estruturas estratégicas e operacionais. Os recursos disponíveis para o investimento socioambiental são escassos e é preciso fazer o melhor uso deles.

O conteúdo foi produzido pela Rockefeller Philanthropy Advisors (RPA). A versão brasileira foi publicada em parceria com o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Melissa Berman, CEO da Rockefeller Philanthropy Advisors

 

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Sobre o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

O IDIS é uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas e fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

 

Sobre a Rockefeller Philanthropy Advisors

A Rockefeller Philanthropy Advisors (RPA) é uma organização sem fins lucrativos que aconselha e gere mais de 400 milhões de dólares em doações anuais feitas por indivíduos, famílias, corporações e fundações. Fundada em 2002, buscando manter o histórico de filantropia da família Rockfeller, a RPA tornou-se uma das maiores organizações de serviços filantrópicos do mundo e facilitou a concessão de mais de 3 milhões de dólares a mais de 70 países. A RPA também serve de patrocinador fiscal para mais de 100 projetos.

Para mais informações visite www.rockpa.org

Encontro global da CAF promove integração da rede e debate tendências mundiais da filantropia

A Conferência de Liderança da Rede Global da Charities Aid Foundation – (CAF) reuniu representantes das organizações parceiras na primeira semana de junho. O evento aconteceu em Londres, onde está localizada a sede da organização.

Desde 2005, o IDIS é o representante no Brasil da CAF, organização britânica dedicada à filantropia com 100 anos de experiência e que apoia doadores – indivíduos, grandes doadores e empresas – a obter o maior impacto possível a partir de suas iniciativas. A partir deste ano, novos membros passarão a integrar a rede, que hoje é composta por representantes na África do Sul, Bulgária, Canadá, Estados Unidos, Índia, Nova Zelândia e Turquia.

 

O evento é uma celebração das parcerias e colaboração internacional no campo da filantropia, reforçando o comprometimento da instituição com o constante crescimento da prática de doações internacionais.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, foi uma das convidadas do evento. Ela pôde compartilhar algumas perspectivas sobre a filantropia no Brasil e ressaltar a importância da colaboração para o aumento das doações internacionais destinadas ao nosso país.

Paula foi uma das palestrantes no evento, paralelo e aberto a convidados externos, ‘Powering World Giving Reception’ (Impulsionando a doação mundial, em tradução livre), onde destacou a posição do Brasil em 18º no World Giving Index, nossos desafios e avanços no campo filantrópico. Ela dividiu o palco com Grace Maingi, Diretora Executiva da Kenya Community Development Foundation, que compartilhou suas percepções sobre a filantropia no Quênia, e com Emma Cherniavsky, CEO do UK for UNHCR, que contribuiu com uma fala sobre o papel das redes no estímulo às doações internacionais.

“Fiquei muito inspirada ao ouvir pessoas incríveis de todo o mundo! Gostaria de agradecer a toda a equipe da CAF pela organização impecável e pela maravilhosa recepção”, afirma Paula Fabiani.

Começa pesquisa para Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2022

A partir de junho, gestores de Fundos Patrimoniais poderão compartilhar seus resultados no questionário de coleta de dados para o Anuário de Desempenho dos Fundos Patrimoniais 2022. Esta será a segunda edição da publicação, realizada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos e que este ano tem o apoio de 1618 Investimentos, ASA – Associação Santo AgostinhoFundação José Luiz Egydio Setubal, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Pragma Gestão de Patrimônio, Umane e Wright Capital Wealth Management.


A iniciativa
traz informações sobre fluxo de caixa (patrimônio, doações recebidas, investimentos na causa e resgates para manutenção própria); alocação e rentabilidade dos investimentos; estrutura da governança (com dados sobre a presença de membros independentes e participação feminina), investimento responsável, além de perspectivas para o futuro.

Em sua primeira edição, o estudo contou com 40 respondentes. A intensão é crescer o número, dado que no período, houve a consolidação de novos endowments. Serão enviados emails convite, mas gestores interessados em integrarem o Anuário podem entrar em contato com a equipe do IDIS pelo email: anuariofp@idis.org.br.


Para conhecerem as informações solicitadas, disponibilizamos o questionário completo em Word (acesse aqui).

 

As respostas oficiais deverão ser preenchidas em sistema online.

Conheça o Anuário de Desempenho dos Fundos Patrimoniais 2021.

Os fundos patrimoniais, ou endowments, são mecanismos que contribuem para a sustentabilidade financeira de organizações e causas. No Brasil, o primeiro foi criado na década de 50 e se intensificaram a partir de 2019, com a sansão da Lei 13.800. Segundo o Monitor de Fundos Patrimoniais, há hoje no país 61 fundos patrimoniais ativos.

 

Saiba mais sobre fundos patrimoniais:

Vaga para Gerente em Monitoramento e Avaliação de Impacto Socioambiental

Temos no IDIS uma nova oportunidade para profissionais com experiência na área de Monitoramento e Avaliação.

A pessoa será responsável pela implementação de estudos de monitoramento e avaliação de impacto socioambiental de projetos e programas, ocupando o cargo de Gerente.

Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se.

responsabilidades

  • Condução de entrevistas individuais e grupos focais
  • Elaboração de Planos de Monitoramento e desenho de indicadores para programas e projetos socioambientais
  • Treinamento de equipes técnicas em temas de monitoramento e avaliação
  • Condução de workshops participativos
  • Elaboração da Teoria de Mudança e Marco Lógico
  • Definição de indicadores de monitoramento e avaliação processos, resultados e impacto
  • Planejamento e execuções de coletas quantitativas de dados
  • Pesquisa em dados secundários
  • Análise estatística de dados
  • Análise das informações e elaboração de conclusões e recomendações
  • Elaboração de relatórios e apresentações
  • Zelar pela ética e valores institucionais do IDIS

requisitos

  • Formação superior completa e, preferencialmente, experiência mínima de 3 anos em Avaliação e Monitoramento de projetos e programas socioambientais
  • Conhecimento teórico e experiência prévia em Monitoramento e Avaliação de Impacto de projetos e programas socioambientais
  • Experiência em condução de pesquisas qualitativas e quantitativas
  • Experiência em análise estatística de dados
  • Habilidade para sistematizar informações
  • Excel e Power Point avançado
  • Habilidades comportamentais para manter bom relacionamento com equipe e clientes, bem como com outros parceiros estratégicos do IDIS
  • Iniciativa, planejamento, organização, capacidade para solucionar problemas, capacidade analítica, foco em resultados, bom relacionamento interpessoal

BENEFÍCIOS

Contratação PJ
Início em Junho 2023
Remuneração mensal – A combinar
Tipo de trabalho – Híbrido: combinação de presencial e remoto, com disponibilidade para viajar
20 dias de férias remuneradas e dia livre no aniversário

INSCRIÇÃO

Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 15 de junho de 2023.

O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos.

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

               

Vaga afirmativa para Analista Pleno de Monitoramento e Avaliação de Impacto Socioambiental

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para profissionais com experiência na área de Monitoramento e Avaliação.

Para fortalecer nossa atuação na frente de Monitoramento e Avaliação de Impacto, buscamos um(a) Analista Pleno que apoie na gestão de nossas iniciativas nesta área. A pessoa será responsável por apoiar atividades da equipe de Monitoramento e Avaliação de Impacto socioambiental do Instituto.

Esta vaga é afirmativa para pessoas negras e indígenas. O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos.

Acesse a vaga no 99jobs e inscreva-se.

RESPONSABILIDADES E OPORTUNIDADES

  • Apoiar a elaboração de propostas de projetos de Monitoramento e Avaliação para potenciais clientes e parceiros
  • Implementar as atividades dos projetos de Monitoramento e Avaliação do IDIS, respeitando os prazos acordados e zelando pela qualidade dos produtos entregues
  • Apoiar e realizar a coleta de dados quantitativos e qualitativos necessários para a execução dos projetos
  • Organizar, ler, analisar documentos elaborar relatórios e apresentações sistematizando o processo de Monitoramento e Avaliação e os aprendizados e conclusões obtidas
  • Realizar pesquisas de conceitos, referências e benchmarking que enriqueçam os projetos e tragam embasamento para os produtos desenvolvidos
  • Apoiar na elaboração de propostas de projetos para potenciais clientes e parceiros, quando necessário
  • Participar de reuniões periódicas da equipe de consultoria para manter a equipe alinhada com o planejamento estratégico e missão da organização
  • Promover a aprendizagem e compartilhamento de conhecimento técnico com a equipe do IDIS
  • Participar ativamente do ciclo de planejamento estratégico juntamente com as outras áreas da organização
  • Apoiar a Gerência de Comunicação para o desenvolvimento de conteúdos

requisitos

  • Ensino superior completo, preferencialmente em estatística, economia, ciências sociais ou áreas afins, e experiência mínima de 2 anos em gestão de projetos, preferencialmente em monitoramento e avaliação de projetos
  • Conhecimento e experiência em elaboração e monitoramento de indicadores
  • Conhecimento e aplicação de metodologias para elaboração de análise diagnóstica, planejamento estratégico e plano de ação
  • Desenho e aplicação de pesquisas quantitativas
  • Facilitação de grupos focais e condução de entrevistas em profundidade
  • Sistematização e análise de informações qualitativas e quantitativas
  • Elaboração e análise de planilhas Excel, incluindo manuseio de bases de dados, elaboração de tabelas dinâmicas e gráficos
  • Elaboração de apresentações com boa apresentação visual, storytelling, clareza e objetividade na transmissão de conteúdos e conclusões
  • Conhecimentos intermediários de inglês na linguagem oral e escrita
  • Conhecimentos sobre análise estatística e experiência com softwares de análise de dados de qualitativos e quantitativos serão considerados diferenciais

BENEFÍCIOS

  • Contratação CLT
  • Remuneração mensal – a combinar
  • Assistência médica
  • Vale Alimentação e Refeição
  • Vale Transporte
  • Credencial plena do Sesc
  • Day off de aniversário
    Tipo de trabalho – Híbrido: combinação de presencial e remoto, com disponibilidade para viajar.

INSCRIÇÃO

Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 15 de junho de 2023.

O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos.

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

               

 

IDIS participa de evento da B3 sobre equidade racial e investimento social privado

Aconteceu no dia 25 de maio, em São Paulo, o evento ‘Promoção da Equidade Racial por meio do Investimento Social Privado: uma prática fundamental’, realizado pela B3 em parceria com o Pacto de Promoção da Equidade Racial e o Fundo Baobá para Equidade Racial.

A programação incluiu três painéis com especialistas, e deu luz às boas práticas sobre a temática, além de apresentar dados e informações sobre iniciativas já realizadas.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, participou do painel ‘Dados e panorama do investimento social e da equidade racial do Brasil’, ao lado de Cássio França, do GIFE; Guibson Trindade Torres, do Pacto de Promoção da Equidade Racial; e Bruno Gomes, da B3 Social.

Depois, foi a vez do Felipe Groba, gerente de projetos do IDIS, mediar o painel com Carlos Domingues, da Pepsico; Eduardo Alves, da PwC; e Fabiana Prianti, representando a B3 Social. A ideia foi apresentar melhores práticas de investimento social privado para equidade racial através de cases dessas três empresas.

O envolvimento do IDIS com ações ligadas à equidade racial veio de nosso envolvimento com a criação do Pacto de Promoção da Equidade Racial, uma iniciativa inédita para trazer a pauta racial para o centro das discussões ESG no Brasil (temas ambientais, sociais e de governança). Reunindo acadêmicos, sociedade civil, consultorias e empresas, o IDIS auxiliou o Pacto no desenvolvimento de um algoritmo para o diagnóstico de equilíbrio racial dentro das empresas (o IEER – Índice ESG de Equidade Racial), bem como nas definições estratégicas e práticas para a implementação de um novo Protocolo ESG Racial que guiará empresas e investidores interessados e comprometidos com a causa racial.

Como promotor do investimento social privado (ISP) no Brasil, o IDIS contribuiu também com o desenho das diretrizes para que as empresas possam mudar a realidade dos territórios onde atuam através do ISP em Equidade Racial, promovendo maior desenvolvimento social e equidade racial.

Vaga de Estágio em Monitoramento e Avaliação Socioambiental

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para estagiário na área de Monitoramento e Avaliação.

Os estagiários são responsáveis por dar suporte à execução das atividades conduzidas e apoiadas pelo IDIS, garantindo cumprimento de prazos, qualidade nos produtos desenvolvidos e serviços prestados. Leia com atenção as instruções sobre o processo de seleção e os requisitos para participação.

 Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se.

 

Responsabilidades e oportunidades

  • Apoiar a elaboração de propostas de projetos de Monitoramento e Avaliação para potenciais clientes e parceiros.
  • Apoiar nas atividades dos projetos de Monitoramento e Avaliação do IDIS, respeitando os prazos acordados e zelando pela qualidade dos produtos entregues.
  • Apoiar e realizar a coleta de dados quantitativos e qualitativos necessários para a execução dos projetos.
  • Realizar pesquisas de conceitos, referências e benchmarking que enriqueçam os projetos e tragam embasamento para os produtos desenvolvidos.
  • Apoiar na elaboração de propostas de projetos para potenciais clientes e parceiros, quando necessário.
  • Apoiar as reuniões periódicas da equipe de consultoria para manter a equipe alinhada com o planejamento estratégico e missão da organização.

 

requisitos

  • Estar cursando, no mínimo, o 3º ano da faculdade no momento do início do estágio (jun/23), não importa o curso;
  • Ter interesse no terceiro setor, na área de monitoramento e avaliação, nos temas de investimento social privado, responsabilidade social, sustentabilidade, ESG e áreas afins;
  • Domínio do pacote Office (Word, Excel, Power Point) e internet;
  • Disponibilidade para atuação presencial no escritório do IDIS, em São Paulo.

 

DESEJÁVEL

  • Domínio intermediário da língua inglesa.
  • Ter ao menos 1 ano ainda para se formar
  • Domínio do pacote Office (Word, PowerPoint, Excel) e internet
  • Facilidade para trabalhar em equipe

 

Será considerado uma vantagem

  • Conhecimento em sistematização e análise de informações qualitativas e quantitativas.
  • Elaboração e análise de planilhas Excel, incluindo manuseio de bases de dados, elaboração de tabelas dinâmicas e gráficos
  • Elaboração de apresentações com boa apresentação visual, clareza e objetividade na transmissão de conteúdos
  • Conhecimentos sobre análise estatística
  • Experiência com softwares de análise de dados de qualitativos e quantitativos será considerada uma vantagem.

Benefícios

  • Bolsa auxílio: R$ 1.500,00
  • Vale-transporte
  • Vale Alimentação e refeição
  • Seguro de vida
  • Credencial plena do Sesc
  • Day off de aniversário

Tipo de trabalho – Híbrido: Combinação de presencial e remoto

INSCRIÇÃO

Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 15 de junho de 2023.

O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos.

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

               

Nota técnica: A diferença de ‘impacto’ no desenho e na avaliação dos projetos sociais

Nunca se falou tanto sobre impacto de projetos socioambientais. Organizações da Sociedade Civil usam o termo ao comunicarem suas intervenções. Investidores Sociais usam o impacto como critério para suas linhas de financiamento. No entanto, nem sempre as pessoas têm mesma compreensão sobre o termo.

Nesta Nota Técnica, elaborada por Thais Bassinello, Gerente de Projetos do IDIS, apresentamos os diferentes significados atribuídos à palavra “impacto” no desenho de projetos e na teoria/prática avaliativa.

Baixe a nota clicando aqui ou leia abaixo:

Crises mundiais e a força da juventude: destaques do Philea Forum 2023

O Philea Forum 2023, um dos mais importantes eventos do ecossistema filantrópico europeu, aconteceu entre 22 e 25 de maio, na cidade de Šibenik, na Croácia. O IDIS esteve presente, representado por Guilherme Sylos, diretor de prospecção e parcerias.

Sob o tema “Uma nova bússola para a Europa: forjada na crise, avançando com esperança”, as palestras abordaram as diversas crises que têm se acumulado nos últimos anos tanto na Europa, como no mundo. As discussões abordaram os desafios significativos decorridos da pandemia de Covid-19, além do olhar atento às mudanças climáticas, desigualdade socioeconômica e as tensões crescentes entre países.

Diante de todo esse contexto, o Philea Forum 2023 reuniu mais de 700 pessoas no coração da região euro-mediterrânea para discutir o que eles chamam de “valores europeus” e como a filantropia pode usá-los como bússola para enfrentar os desafios atuais.

A plenária de abertura do evento abordou o cenário da filantropia europeia e a importância da colaboração entre o próprio setor. Entre as palestrantes, estava Nada Al-Nashif, do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Ela ressaltou a importância das parcerias e da colaboração para promover mudanças:

“Igualdade, dignidade e justiça é o que nos une. Estamos convocando a comunidade filantrópica a se comprometer e por meio de parcerias vibrantes, promover os direitos humanos”, declarou.

Também foi apresentada uma pesquisa realizada com os próprios participantes do evento sobre suas percepções em relação à atuação das organizações da sociedade civil, doadores e do setor filantrópico europeu. A maioria dos respondentes apontou que as organizações da União Europeia deveriam priorizar o combate às mudanças climáticas, seguido pela desigualdade.

Outro ponto bastante debatido durante o encontro foi papel da juventude, suas contribuições e obstáculos na luta contra as mudanças climáticas,  foco da sessão ‘Construindo infraestrutura para apoiar movimentos jovens resilientes em relação ao clima: lições de toda a Europa’.

Katie Hodgetts compartilhou sua história como ativista climática, um processo que rendeu a ela admiração de seus pares e um sentimento de realização pessoal, mas também a levou a enfrentar uma difícil fase de esgotamento e desgaste emocional. Inspirada por sua própria história e pela de milhares de outros ativistas que também lidam com o desgaste mental de seu trabalho, ela criou o ‘The Resilience Project’, uma iniciativa que oferece suporte emocional a ativistas da causa climática.

A sessão também destacou o papel atual dos jovens, que, por meio de ideias arriscadas e disruptivas, podem ser algumas das vozes e agentes mais poderosos na luta contra as mudanças climáticas. “Por que os jovens ativistas climáticos são eficazes? Eles são ágeis e estão indignados”, afirma Christian Vanizette, co-fundador da makesense.

Diversas conversas tiveram a filantropia como foco, incluindo reflexões sobre seus impactos reais diante de tantas demandas e seus objetivos finais, que tendem a ser esquecidos ao longo do caminho.

Na sessão de debate ‘Lições aprendidas ao longo de mais de 30 anos de filantropia por uma fundação em fase de encerramento’, Lynda Mansson, da MAVA Foundation, compartilhou a história de encerramento de sua organização, que, após 12 anos de funcionamento com foco na conservação da biodiversidade, concluiu que o objetivo havia sido alcançado e não havia mais necessidade de existir.

A sessão de encerramento resumiu as temáticas destacadas ao longo dos três dias, com uma ênfase ainda maior na juventude e no potencial de mudança que existe nos movimentos formados e liderados por esse grupo. O palco foi reservado para representantes da ‘nova geração’ de jovens que dedicam seus dias em busca de mudanças e impactos positivos no mundo.

“Você acorda todos os dias com ansiedade, esperando más notícias, e mesmo assim escova os dentes e começa o seu dia. Você mantém a resiliência. Os jovens são resilientes e não percebem que, muitas vezes, o que estão fazendo é democracia”, declara Anna Bondarenko, fundadora e diretora do Serviço Voluntário Ucraniano.

Os participantes encerraram com uma mensagem simples, mas poderosa: ‘faça o bem’. Eles também ressaltaram a importância de começar olhando para o que está ao nosso redor, antes de qualquer movimento em grande escala:

“Como podemos mudar o mundo, como podemos mudar a Europa, se não conseguimos mudar nossa comunidade local, nossa família, nossos amigos, nosso bairro? É simplesmente impossível”, diz Aleksej Leon Gajica, de 16 anos, Embaixador Júnior para a UE e pelos Direitos das Crianças e dos Jovens UNICEF.

O evento destacou as semelhanças globais dos problemas e necessidades a serem discutidos e trabalhados pelo setor de investimento social privado, independentemente da região em que você esteja.

“Os assuntos são bastante similares aos nossos: confiança, democracia e liberdade de expressão. Além disso, fica claro que é prioridade na Europa o combate às mudanças climáticas, outra causa recorrente e de extrema importância para o contexto brasileiro e latino-americano”, comenta Guilherme Sylos, diretor de prospecção e parcerias do IDIS.

 

 

Glossário de Investimento Social Privado: conheça alguns conceitos que fazem parte deste universo

O investimento social privado (ISP) tem se tornado uma prática cada vez mais relevante no cenário empresarial contemporâneo. Empresas e organizações têm reconhecido a importância de ir além do lucro financeiro e buscar formas de contribuir para o desenvolvimento social e sustentável da sociedade em que estão inseridas.

Ainda assim, muitos termos e conceitos do investimento social privado podem ser complexos e confusos para aqueles que estão explorando esse campo pela primeira vez. Ao entender esses fundamentos, você poderá se sentir mais confiante e capacitado para iniciar ou aprimorar suas iniciativas de investimento social privado.

Conheça os serviços prestados pelo IDIS visando aprimorar o ISP no país 

Filantropia estratégica

É a alocação voluntária e estratégica de recursos privados, sejam eles financeiros, em espécie, humanos, técnicos ou gerenciais, para o benefício público. Para promover a transformação social sistêmica e de longo prazo, esse investimento é feito com planejamento estratégico ancorado em dados, com indicadores pré-definidos, execução cuidadosa, monitoramento dos resultados e avaliação do seu impacto.
Fonte: IDIS

 

Filantropia de risco

A filantropia de risco, também chamada ‘venture philanthropy’, tem como objetivo apoiar e catalisar soluções inovadoras para problemas socioambientais, propostas por negócios de impacto em estágio inicial ou organizações da sociedade civil. Neste modelo, o investidor assume riscos ao apostar em potenciais de mudanças sistêmicas e prioriza o impacto positivo ao retorno financeiro, com financiamento personalizado, complementado com apoio estratégico, monitoramento e avaliação do impacto.
Fonte: Investimento Social e Impacto no Brasil – Latimpacto

 

Blended finance

Blended Finance, ou finanças híbridas, são estruturas que combinam capital filantrópico e o capital financeiro para realização de iniciativas com impacto socioambiental. Elas podem combinar instrumentos diversos para apoio aos projetos, como por exemplo dívida, equity, garantias, seguros, programas ou fundos garantidores, grants, pagamento por resultados e assistência técnica.
Fonte: World Economic Forum e BNDES

 


Negócio de impacto

Negócios de impacto são empreendimentos que oferecem, por meio de seus produtos e serviços, soluções para desafios socioambientais e geram mudanças positivas ao mesmo tempo em que geram resultados financeiros positivos de forma sustentável.
Fonte: Artemisia e Anprotec/ICE

 


Inclusão produtiva

Inserção de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social no mundo do trabalho, em áreas rurais ou urbanas, por meio do empreendedorismo ou da empregabilidade formal, de modo que sejam capazes de gerar sua própria renda de maneira digna e estável, e assim superar processos crônicos de exclusão social.Fonte: IDIS e Sebrae

 


Empreendedorismo social

Empreendedorismo social é o conceito por trás da construção de negócios de impacto. Ou seja, o ato de empreender para promover soluções sistêmicas que responder a desafios sociais e ambientais.
Fonte: Fundação Schwab

 


Economia regenerativa

A economia regenerativa propõe o reconhecimento – de maneira calculada – do valor econômico do meio-ambiente, das pessoas e das relações entre estes elementos, para os sistemas produtivos. Com isso, é possível prever usos mais adequados, privilegiando a regeneração e evitando o consumo até a escassez.
Fontes: NetZero

Guarda-chuvas, para-raios e cisternas para uma filantropia mais transformadora

Texto originalmente publicado na Folha de São Paulo em 19/05/2023

por Felipe Groba, Gerente de Projetos no IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

Pouco conhecidas no Brasil, FICs se destacam por intermediação independente entre investidores e organizações sociais

Imagine se existisse no Brasil um mecanismo que permitisse  empresas e indivíduos destinarem recursos para emergências e endereçar questões socioambientais de alta complexidade em um determinado território, sem riscos de conformidade legal e que, além disso, servisse também de instrumento para defender causas e políticas públicas de modo legítimo e sem partidarismos. Imagine se esse mesmo mecanismo fosse capaz de fomentar a cultura de doação local e fortalecer organizações sociais e coletivos locais.

Esses mecanismos existem.  São cerca de 20 no México, 201 no Canadá e mais de 900 nos Estados Unidos – alguns com mais de 100 anos de história – e são comumente chamados de Fundações ou Institutos Comunitários, ou FICs. As FICs são organizações da sociedade civil independentes que atuam fortalecendo a filantropia local, captando recursos junto a empresas e indivíduos e alocando-os de modo estratégico para que organizações sociais formais e informais se desenvolvam, fortaleçam sua atuação e executem seus projetos. Geram, assim, impacto em um território específico.

Visita da equipe IDIS a ‘Tabôa’, Serra Grande, na Bahia

O Brasil conta hoje com 14 organizações operando nesse modelo em 10 estados. Nesse grupo, existem organizações já consolidadas como a Fundação FEAC de Campinas, o Instituto Baixada Maranhense e o ICOM – Instituto Comunitário da Grande Florianópolis, e também organizações mais jovens, como a FEAV, com atuação em Valinhos, o Instituto Cacimba, na região de São Miguel Paulista (periferia de São Paulo), a Manauara Associação Comunitária e o recém-formado ICOSE – Instituto Comunitário do Sergipe. Todas elas integram o Programa Transformando Territórios, lançado em 2021 pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, financiado pela Charles Stewart Mott Foundation e com apoio institucional da Brazil Foundation e do GIFE.

Visita da equipe IDIS a Redes do Bem, organização comunitária no Rio de Janeiro

A maior parte das FICs brasileiras já conta com fundos filantrópicos constituídos para captar e distribuir recursos para organizações e iniciativas de seus territórios. Além disso, elas fomentam campanhas como o ‘Dia de Doar’, iniciativas para o engajamento de voluntários e promovem cursos e capacitações para líderes sociais locais. Algumas delas atuam também como porta-vozes das demais Organizações da Sociedade Civil (OSCs) do território perante o poder público na defesa do fortalecimento e regulamentação de fundos de direitos, do desbloqueio de recursos e no advocacy por mudanças legislativas. A legitimidade para ativar a filantropia e representar o setor social do território vem do fato de não ser vocação das FICs operarem projetos diretamente, sendo seu papel o de canalizar recursos para as organizações que operam na ponta com os beneficiários, assim, as FICs tornam-se aliadas das OSCs locais e não competidoras.

 

 

As experiências bem sucedidas têm provocado algumas mudanças no setor. Segundo pesquisa BISC – Benchmarking do Investimento Social Corporativo, publicada anualmente pela Comunitas, 38% das Empresas contempladas indicaram algum grau de prioridade para apoios às FICs no biênio 2022/2023, enquanto 86% das Fundações e Institutos Corporativos atribuíram prioridade média ou alta. Dentro do setor industrial, 75% dos respondentes afirmam ter introduzido ou fortalecido as FICs em sua estratégia de investimento social (contra 20% no setor de serviços), confirmando a tendência da indústria extrativista e de transformação de buscar soluções socioambientais locais, visando mitigar suas externalidades negativas e potencializar suas externalidades positivas, em consonância com as boas práticas ESG (sociais, ambientais e de governança).

O potencial das FICs como canalizadoras de investimentos sociais locais vem, sobretudo, do estabelecimento de uma governança robusta, diversa e perene, assim como uma  abordagem sistêmica baseada no diagnóstico das potencialidades e necessidades locais, construída através da escuta das diferentes vozes da sociedade civil local e da constante interlocução com as organizações que atuam em prol do território. Essas características dão match com o que as empresas esperam para fortalecer a atuação com organizações sem fins lucrativos. Segundo a BISC, 90% das empresas apontam a “maior evidência do sucesso (resultados, impacto) das parcerias” como um fator determinante para o fortalecimento da relação, enquanto 80% indicam a “necessidade da empresa de atuar em rede”. E essas, são justamente  algumas das principais características das FICs.

Cabe notar que as FICs são, antes de tudo, importantes intermediárias entre doadores e OSCs, buscando atender aos interesses filantrópicos dos doadores, mas sempre de olho nas demandas do território. Um exemplo disto são os DAFs – Donor Advised Funds, ainda pouco populares no Brasil, que funcionam como “contas correntes de filantropia” de indivíduos e empresas, administradas pelas FICs, que ficam responsáveis por investir esses recursos no mercado de capitais e repassá-los às organizações sociais de acordo com as preferências dos doadores. Essa possibilidade de acumular recursos para direcioná-los futuramente é análoga às cisternas, que armazenam água visando a utilização em momentos estratégicos ou de maior necessidade.

Ao consolidarem e gerirem doações de terceiros, as FICs ficam encarregadas de toda a diligência, acompanhamento e prestação de contas sobre o uso desses recursos, permitindo, por exemplo, que grandes empresas financiem projetos e organizações menores e até mesmo movimentos e coletivos informais, pois a FIC estará ali atuando como um “pára-raio” de compliance, mitigando riscos para os doadores ao serem a donatária direta dessas empresas. Feita a diligência na recepção dos recursos, caberá à FIC mentorar os doadores quanto ao uso estratégico desses recursos, tendo como base o seu amplo conhecimento do território, de suas demandas e potencialidades, de suas organizações e líderes.

Por fim mas não menos importante, essa visão privilegiada do território e construída em bases democráticas e de confiança mútua permite às FICs servirem como porta-vozes para que o setor social local lute por direitos e visibilidade, empreenda campanhas de mobilização social ou até faça incidência por mudanças em políticas públicas, sem estarem diretamente expostas perante autoridades. A FIC atua então como um ‘guarda-chuva’ para que as lideranças sociais não se molhem no jogo político e de poder desnecessariamente.

Esse conjunto de características faz das Fundações e Institutos Comunitários mecanismos potentes para uma filantropia mais ativa, efetiva e duradoura em um território, seja ele um bairro, uma cidade, um estado ou mesmo um território que compartilhe afinidades e identidades socioambientais.

Gerente de Projetos do IDIS obtém certificado de curso SROI de organização britânica

Denise Carvalho, gerente sênior de Monitoramento e Avaliação do IDIS, obteve um certificado no curso SROI (em português, Retorno Social do Investimento) sobre avaliação de impacto de projetos sociais e ambientais, oferecido pela organização britânica Social Value, referência mundial no assunto.

A Social Value International (SVI) certifica profissionais em todo o mundo para aplicação do protocolo há mais de 15 anos. Paula Fabiani, CEO do IDIS, é a única brasileira com formação completa em SROI pela organização.

O IDIS é hoje referência na aplicação do protocolo no Brasil, com trabalhos realizados para organizações como Amigos do Bem, Fundação Sicredi, Gerando Falcões, Parceiros da Educação, Petrobras e Vale.

De acordo com a rede “valor social significa compreender a importância que as pessoas atribuem às mudanças em seu bem-estar e o uso dos insights que obtemos dessa compreensão para tomar melhores decisões”. Ou seja, a avaliação visa informar um processo de tomada de decisões baseadas em evidências em organizações sociais.

Conheça todos projetos de Monitoramento e Avaliação realizados pelo IDIS.

 

MAIS SOBRE AVALIAÇÃO DE IMPACTO

Com ampla experiência e tendo a produção de conhecimento como um de nossos pilares de atuação, temos inúmeros materiais disponíveis a quem deseja se aprofundar

Avaliação de Impacto SROI

Acesse aqui.

Para saber mais sobre nossos serviços e falar com a equipe de consultoria, escreva para comunicacao@idis.org.br.

Matchfunding: uma nova forma de pensar e fazer filantropia

Painel conduzido pelo IDIS na CCW2023 discutiu estratégia inovadora que une diferentes setores e busca impacto social estruturante e perene

 

No último dia 4 de maio, o IDIS participou da 4ª edição da Catalysing Change Week 2023, evento global liderado por organizações da sociedade civil e empreendedores sociais, que busca reunir e inspirar atitudes que contribuam para o alcance de cada um dos 17 ODS da ONU até 2030.

Com o painel “Matchfunding: estratégia para potencializar o impacto de projetos socioambientais”, o IDIS trouxe para o debate uma estratégia de captação de recursos ainda pouco explorada, mas altamente promissora, capaz de alavancar doações e gerar impactos estruturantes e abrangentes.

Para discutir o Matchfunding na prática, foram convidados Carla Reis, responsável pelo departamento de saúde do BNDES, Maria Izabel Toro, Gerente de Investimento Social do Grupo RD, Andreia Rabetim, Gerente de Articulações Intersetoriais e Voluntariado da Vale e João Abreu, Diretor-Executivo da ImpulsoGov. Todos os convidados estão envolvidos no Programa Juntos pela Saúde, iniciativa de Matchfunding do BNDES, gerida pela equipe do IDIS. 

O objetivo do Programa é apoiar e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) nas regiões Norte e Nordeste do país, com foco em melhorar e expandir os serviços de atenção primária. Entre 2023 e 2026, o Programa destinará R$ 200 milhões para projetos de saúde que atuem nessa porção do Brasil e o valor será levantado por meio de parcerias intersetoriais onde, a cada 1 real doado por outras organizações, o BNDES colocará mais 1 real, dobrando o valor investido e potencializando o impacto das ações desenvolvidas.

 

 

Luiza Saraiva, Gerente do Programa Juntos pela Saúde, abriu o evento e deu boas-vindas ao público e aos palestrantes, e Guilherme Sylos, Diretor de Prospecção e Parcerias do IDIS, ficou responsável pela mediação do painel.

Em sua fala inicial, Carla Reis, do BNDES, comentou que tem a expectativa de que o Juntos pela Saúde deixe legados importantes, não apenas para as regiões onde atuará, mas também para as ações futuras do Banco: Esperamos que a iniciativa deixe um legado de aprendizado para o BNDES, para que possamos, cada vez mais, atuar em parceria com investidores privados, alavancando recursos e sempre garantindo o olhar alinhado às diretrizes do SUS e do Ministério da Saúde, afirmou.

Maria Izabel Toro e Andreia Rabetim trouxeram para a conversa o olhar do apoiador. Tanto o Grupo RD, como a Vale, doaram recursos para o Programa Juntos pela Saúde e acreditam que esse modelo de captação é vantajoso para todas as partes envolvidas. O Matchfunding significa doação dobrada, e isso é fantástico! É um modelo que possibilita multiplicar a doação e gerar mais impacto, destacou Toro, ressaltando que quando objetivos se encontram, não há motivos para não atuar em parceria: “Estar junto traz mais segurança para todos, além de incentivar a cultura de doação”.

Na mesma linha de raciocínio, Andreia defendeu a atuação em rede como única maneira de alcançar transformações sociais efetivas. Para ela, o Matchfunding permite obter ganho em escala, atuar com mais relevância e maior abrangência e ampliar o aprendizado. Sobre a decisão de apoiar o Juntos pela Saúde, ela destacou: Ter a parceria do BNDES nos enche de orgulho, e ter o IDIS como parceiro gestor, nos dá segurança na condução dos processos. São questões fundamentais para sermos uma aliança potente.

Por fim, João Abreu, da ImpulsoGov, trouxe a perspectiva do executor, ou seja, dos projetos que serão apoiados pelo Programa Juntos Pela Saúde. 

Sua iniciativa ImpulsoPrevine foi selecionada como Projeto Âncora para receber investimentos do Juntos pela Saúde e tem como principal foco ajudar prefeituras do Brasil inteiro – e neste caso do Norte e Nordeste do Brasil – a saberem quem são os grupos prioritários que necessitam receber, com mais urgência, os serviços de ação primária do SUS:Todas as pessoas devem ter acesso à saúde de altíssima qualidade; isso passa por termos um SUS mais forte, capaz de fazer bom uso dos recursos que já tem. Não adianta criarmos caminhos paralelos, é preciso alavancar o SUS e fortalecer políticas públicas de saúde, explicou Abreu.

O recurso investido pelo Programa Juntos pela Saúde ajudará o ImpulsoPrevine a transformar os dados que as prefeituras já possuem em informações sobre o perfil da população, contribuindo para o rastreamento da saúde nos municípios e para uma gestão pública da saúde mais responsável e estratégica.

Quando falamos de Matchfunding, falamos da possibilidade de entregar projetos estruturantes, com legado, com sustentabilidade e continuidade. Falamos de uma Filantropia estruturante.

Não à toa o Programa de Matchfunding idealizado pelo BNDES leva em seu nome a palavra “Juntos” – ela simboliza com exatidão a essência desse modelo de captação, que só prospera se realizado em parceria.

Se você tem vontade de fazer parte do Programa Juntos pela Saúde, seja como apoiador ou beneficiário, mande e-mail para juntospelasaude@idis.org.br. Aguardamos o seu contato!

 

Assista na íntegra o painel “Matchfunding: estratégia para potencializar o impacto de projetos socioambientais”:

O que é Capitalismo de Stakeholders?

As empresas são organismos poderosos e podem, e devem,
usar seus recursos para melhorar a sociedade

 

Um dos grandes economistas da história, Klaus Schwab, sugeriu em 1971 um modelo de capitalismo no qual as empresas deveriam almejar a criação de valor a longo prazo, levando em consideração as necessidades de todos os públicos relacionados ao negócio. Ou seja, o papel das empresas não deveria se resumir apenas ao lucro, mas envolveria também a contribuição ativa ao bem-estar da sociedade.

Este conceito foi nomeado mais tarde por R. Edward Freeman como Capitalismo de Stakeholders (Capitalismo das partes interessadas, em tradução livre). Você já ouviu falar do termo? Entende suas implicações no mundo e nas atuais dinâmicas empresariais? 

Em um mundo envolto de demandas urgentes que exigem, cada vez mais, práticas sustentáveis, a temática torna-se mais relevante a cada dia. E é sobre esse assunto que vamos falar nesse texto!

 

A origem do Capitalismo de Stakeholders

Em 1970, o Nobel da Economia Milton Friedman conceituou o modelo capitalista que seria dominante ao longo das próximas décadas. Ele afirmava que a única responsabilidade social das empresas era a maximização de seus lucros, ou seja, que o dinheiro era o único objetivo a ser cobiçado e alcançado pelos negócios. Este  modelo ficou conhecido como Capitalismo de Shareholders ou Capitalismo de Acionistas.

A resposta de Schwab, na época, não surtiu muito efeito. Nos anos 1970 e 1980, processos de desregulamentação e liberalização dos mercados incentivaram a competição acirrada e a maximização dos lucros em detrimento de outras considerações importantes. O processo envolveu a eliminação e flexibilização de muitas das leis governamentais que controlavam as atividades econômicas, incluindo as que estabeleciam salários mínimos e limites de horas de trabalho. A pressão por lucros a curto prazo muitas vezes se sobrepôs a considerações mais amplas sobre os impactos sociais e ambientais.

Passados 20 anos, o consenso sobre este entendimento acerca do papel das empresas na sociedade começou a entrar em xeque. John Elkington apresentou, em 1994,  o conceito de ‘Triple Bottom Line’ (que no Brasil foi popularizado como o tripé da sustentabilidade ), uma expansão do modelo tradicional de avaliação das empresas, que considera, além de sua dimensão financeira, a performance social e ambiental dos negócios.

 

 

O debate evoluiu com o surgimento do conceito de Capitalismo Consciente, cunhado em 2007 pelo empresário Raj Sisodia e por John Mackey. O Capitalismo Consciente tem uma relação próxima com o Capitalismo de Stakeholders, no entanto, vai além, enfatizando a importância de uma liderança consciente, cultura empresarial e propósito maior na criação de valor para todas as partes interessadas.

Com o crescimento gradativo do entendimento sobre os diferentes papéis que devem ser exercidos por uma empresa, o Capitalismo de Stakeholders passou a ganhar uma aplicação  cada vez mais prática às corporações. Além de olharem para seus lucros, as empresas passaram a encarar práticas de responsabilidade socioambientais junto a seus stakeholders, como papéis inerentes à sua função na sociedade

Em agosto de 2019, o grupo de CEO’s das principais empresas norte-americanas, conhecido como Business Roundtable, divulgou uma declaração afirmando o compromisso de agregar valor para todos os stakeholders, incluindo clientes, trabalhadores, fornecedores e comunidades onde operam. Essa decisão é considerada uma mudança significativa na perspectiva empresarial.

Além disso, a BlackRock, que administra mais de US$ 7 trilhões em investimentos, tem buscado incentivar práticas de gestão que impulsionam a rentabilidade e promovam a responsabilidade corporativa, social e ambiental. Em 2018, a organização recomendou que as empresas se perguntassem: “Que papel desempenhamos na comunidade? Como estamos gerenciando nosso impacto no meio ambiente? Estamos trabalhando para criar uma força de trabalho diversificada?”.

 

 

Segundo a definição do filósofo Robert Freeman, stakeholders são qualquer grupo ou pessoa cujos interesses podem afetar ou ser afetados pelas realizações dos objetivos de uma organização. De maneira simplificada, são todos os grupos que possuem alguma relação, direta ou indireta, com a atuação da empresa.

As empresas desempenham um papel fundamental na sociedade, e sua influência se estende muito além dos limites de suas operações comerciais. Elas empregam pessoas, geram renda, criam produtos e serviços, e possuem um impacto significativo na vida de muitas pessoas e de comunidades. Nesse sentido, as empresas não podem simplesmente buscar maximizar seus lucros sem considerar as consequências de suas ações. É fundamental que os negócios considerem seu relacionamento com o público e sua responsabilidade na cadeia produtiva, para garantir que suas ações tenham um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente.

Os públicos querem ser escutados e desejam que seus pedidos sejam atendidos. Mais do que nunca, buscar essa satisfação é importante para as empresas, não apenas como forma de compreender as demandas mais urgentes da sociedade, mas também como um meio para a conquista de confiança.

No artigo ‘Do corporates have a duty to be trustworthy?’ (em português ‘As empresas têm o dever de ser confiáveis?’), Nikolas Kirby, Andrew Kirton e Aisling Cream apontam uma queda de confiança nas empresas desde a crise global de 2008. Segundo o Edelman Trust Barometer 2023, o nível de confiança  das pessoas no setor privado é de 62% no mundo, o que apesar de ser um número elevado, está longe de ser um consenso.

 

O que caracteriza o Capitalismo de Stakeholders

O Capitalismo de Stakeholders passa a se destacar em um contexto de crescimento da consciência da sociedade sobre questões sociais, ambientais e econômicas, que determinam e influenciam os hábitos de consumo das pessoas.

Os negócios são organismos poderosos e, nessa conjuntura, é inevitável um novo olhar para eles, a fim de apontar e questionar: Afinal, o que é uma boa empresa? De qual empresa eu quero consumir? O que a empresa tem feito para diminuir seu impacto negativo? E assim sucessivamente. 

O equilíbrio entre lucro e sustentabilidade é um dos principais critérios de avaliação a partir da ótica do Capitalismo de Stakeholders. Para definir com mais exatidão o que caracteriza o modelo, foram, então, instituídos 4 pilares:

Princípios de governança – relacionado ao propósito do empresa, comportamento ético, estruturas equilibradas de tomada de decisão e práticas de transparência;

Planeta – análise dos impactos da empresa no meio ambiente;

Pessoas – como o negócio se relaciona com seus colaboradores;

Prosperidade – influência da empresa no bem-estar da sociedade.

Semelhante com algo que temos visto muito atualmente por aí, certo? Como é possível observar, o Capitalismo de Stakeholders possui uma conexão direta com os chamados critérios ‘ESG’ (em português Ambiental, Social e Governança). A prática fornece métricas sistematizadas que ajudam a determinar se as empresas estão, de fato, projetando uma atuação sustentável na sociedade. 

Além disso, o ESG e suas métricas são critérios de extrema relevância para as escolhas dos investidores no mercado financeiro. Um estudo da Comissão de Valores Imobiliários (CVM) chamado “A agenda ESG e o mercado de capitais”, estima que cerca de 36% dos ativos globais sob gestão estão investidos a partir de algum critério de sustentabilidade.

 

O preço caro de adaptar-se a qualquer custo

Com a crescente demanda de adequação das empresas nas práticas sustentáveis, passamos a observar outro fenômeno, e dessa vez extremamente problemático: os “washings”. O termo se refere às empresas que se colocam como agentes de práticas sustentáveis mas que, na realidade, não seguem bons preceitos de governança e não criam impactos efetivos nos campos social e ambiental.

O conceito se manifesta de formas variadas, podendo ser um greenwashing (relativo ao meio ambiente), socialwashing (relativo às pautas sociais), ou até ESG-washing (abrange as práticas ESG de forma geral). 

Essa fraude de propósito e a adoção de medidas de washings são prejudiciais ao setor filantrópico e a outras iniciativas sérias, já que levanta suspeitas sobre a credibilidade e confiança do setor como um todo. O comportamento também representa,  a um potencial de perda de valor de mercado para as empresas, além de, é claro, ser prejudicial à população, que não será beneficiada da forma como a foi prometida, podendo, inclusive, estar sendo prejudicada.

 

O Capitalismo de Stakeholders hoje

Empresas são o principal agente econômico de nossa sociedade, mas é cada vez mais evidente sua interdependência com os demais. Conforme as  desigualdades sociais e os impactos da mudança climática se agravam, são convocadas a fazer parte da solução. A pandemia de Covid-19, por exemplo, evidenciou uma conexão muito forte entre negócios e sociedade. Um estudo feito pela consultoria PwC indicou que sete em cada dez negócios no mundo foram impactados negativamente pela pandemia. Em contrapartida, de acordo com o Monitor de Doações da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), 85% dos mais de R$ 7 bilhões doados para fazer frente à pandemia de Covid-19 vieram de empresas, um recorde de investimento social privado no país.

A partir dessa mutualidade, o Capitalismo de Stakeholders passou a integrar de maneira natural e cada vez mais constante o mundo empresarial. Porém, o modelo ainda não possuía parâmetros oficiais até pouco tempo. 

Em janeiro de 2020, o Fórum Econômico de Davos atualizou seu manifesto, endossando o conceito. O evento apontou ser essencial refletir sobre estruturas de governança, que garantam o equilíbrio entre as demandas dos vários grupos diretamente interessados em um negócio. Ainda como maneira de sistematizar os requisitos para a adoção do Capitalismo de Stakeholders, o Fórum elaborou um documento chamado de “Measuring Stakeholder Capitalism”(em português Medindo o Capitalismo de Stakeholders), que visa melhorar as formas como as empresas calculam e exibem seu desempenho.

“O objetivo dos negócios não é produzir lucros. O objetivo dos negócios é produzir soluções lucrativas para os problemas das pessoas e do planeta”

                            Colin Mayer da Universidade de Oxford

 

Festival ABCR 2023: confira a participação do time IDIS no evento

O Festival ABCR 2023, a maior conferência de captação de recursos da América Latina, chega em sua décima quinta edição. O evento será realizado nos dias 3 e 4 de julho, em São Paulo e contará com mais de 50 palestras de 5 diferentes eixos temáticos: Gestão e Captação de Recursos, o profissional de captação, inovação e redes de captação, comunicação e engajamento e, por fim, ferramentas e fontes de captação de recursos.

A Masterclass “O que é a Avaliação de Impacto SROI” e a palestra ”Governança, Confiança e Captação de Recursos” serão conduzidas por especialistas no assunto membros da equipe IDIS. Confira:

Para ajudar a compreensão do potencial do protocolo SROI para a tomada de decisão e a captação de recursos de iniciativas sociais, Denise Carvalho e Felipe Groba, ambos gerentes de projetos do IDIS, e Isadora Pagy, analista de projetos do IDIS, conduzirão a Masterclass “O que é a Avaliação de Impacto SROI”.

Andrea Hanai, gerente de projetos do IDIS, irá participar da sessão “Governança, Confiança e Captação de Recursos: Como estruturas sólidas podem atrair mais doadores”. Andrea possui uma vasta experiência em consultoria a empresas e organizações da sociedade civil, capacitando instituições em temas como governança, gestão de doações, planejamento estratégico e fundos patrimoniais.

O Festival ABCR 2023 é presencial e as inscrições podem ser feitas no site do evento.

Sobre a ABCR

A ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos, fundada em 1999, é uma associação civil sem fins lucrativos, que atua pela promoção da sustentabilidade do Terceiro Setor e pelo desenvolvimento da captação de recursos das organizações da sociedade civil. Atualmente nossa rede de associados é composta por mais de 400 membros em quase todos os Estados do país.

Conheça os 8 princípios que norteiam o Protocolo SROI

Você sabe quais são os 8 princípios que norteiam as avaliações de impacto baseadas no retorno social do investimento (protocolo SROI)? Confira:

 

PRINCÍPIO 1: ENVOLVA AS PARTES INTERESSADAS

As pessoas e organizações envolvidas com o projeto devem ser identificadas e consultadas no processo de avaliação. Afinal, são elas que sentirão os impactos a partir das intervenções.

 

PRINCÍPIO 2: COMPREENDER O QUE MUDOU

A avaliação deve identificar como o projeto gera mudanças sociais por meio de dados coletados com esse objetivo. Essas mudanças podem ser positivas ou negativas, intencionais ou não. Esse processo gera o que chamamos de Teoria da Mudança (TdM), a partir da qual é estabelecida a relação de causalidade entre a intervenção e os impactos gerados. A TdM serve como um mapa da intervenção que orienta todo o processo de avaliação.

 

PRINCÍPIO 3: VALORE AS COISAS QUE IMPORTAM

O processo de valoração, uma das principais etapas da avaliação SROI, deve considerar as preferências dos beneficiários sobre o grau de importância entre as diferentes mudanças por eles experimentadas.

 

PRINCÍPIO 4: INCLUA APENAS O QUE TIVER MATERIALIDADE

A materialidade aqui tem o sentido financeiro, de considerar coisas que são substanciais e sobre as quais se tenha evidências.

 

PRINCÍPIO 5: NÃO REIVINDIQUE IMPACTO EM EXCESSO

O avaliador deve ser conservador e atribuir valor apenas aos impactos que são de fato causados pela intervenção realizada. Assim, evita superestimar o impacto de um projeto.

 

PRINCÍPIO 6: SEJA TRANSPARENTE

O avaliador deve garantir que as fontes, fundamentos e procedimentos metodológicos estejam claros e acessíveis para o público em geral.

 

PRINCÍPIO 7: VERIFIQUE OS RESULTADOS

Desenhar, implementar e documentar os procedimentos adotados na avaliação, garantindo que possam ser revisados e validados.

 

PRINCÍPIO 8: SEJA RESPONSIVO

Fazer da avaliação um instrumento de planejamento estratégico, encaminhando soluções que visem a correção de rota e a maximização do impacto social gerado.

 

De onde vem o Protocolo SROI?

Os 8 princípios do SROI foram estabelecido pela organização britânica Social Value International (SVI), que há 15 anos certifica profissionais em todo o mundo para sua aplicação. Paula Fabiani, CEO do IDIS, é a única brasileira com certificação pela organização e o IDIS é hoje referência na aplicação do protocolo no Brasil, com trabalhos realizados para organizações como Amigos do Bem, Fundação Sicredi, Gerando Falcões, Parceiros da Educação, Petrobras e Vale.

De acordo com a rede “valor social significa compreender a importância que as pessoas atribuem às mudanças em seu bem-estar e o uso dos insights que obtemos dessa compreensão para tomar melhores decisões”. Ou seja, a avaliação visa informar um processo de tomada de decisões baseadas em evidências em organizações sociais.

Considerando, assim, os desafios de mensurar impacto, a SVI estabelece um protocolo para o cálculo do índice SROI que engloba diferentes metodologias de pesquisa participativa: a realização de entrevistas em profundidade, grupos focais com beneficiários, questionários e análise de dados secundários.

Percebe-se, então, que o SROI não é apenas um índice numérico, mas, sobretudo, o processo e resultados de uma atividade intensa de pesquisa e consulta a beneficiários de programas sociais.

Atuação da Amigos do Bem no sertão nordestino é destaque na Exame

A Instituição Social Amigos do Bem atua há 29 anos para combater a miséria e o abandono no sertão nordestino, o semiárido mais populoso do mundo. A organização atende regularmente 150 mil pessoas de 300 povoados por meio deprojetos de educação para mais de 10 mil crianças e jovens, trabalho e renda para 1.500 homens e mulheres, além de acesso à água, moradia e saúde.

Em 2020 a organização procurou pelo IDIS para apoiá-los a dimensionar o tamanho do impacto que a atuação de Amigos do Bem possui em números. O resultado obtido utilizando a metodologia Retorno Social sobre Investimento (SROI) é que a  cada R$1 doado ao projeto, R$ 6,45 é gerado em de impacto socioambiental  a quem é atendido no sertão nordestino.

Ainda de acordo com o estudo do IDIS, os investimentos realizados pela Amigos do Bem entre 2012 e 2021 geraram e gerarão impactos sociais na ordem de R$ 2,1 bilhões. O impacto maior, segundo o estudo, pode ser observado nas frentes de trabalho e renda (38,4%) e educação (35,7%), reforçando o Modelo de Desenvolvimento Social Sustentável criado pela instituição.

“Criamos um modelo de desenvolvimento social responsável. Educação é a base, mas precisamos gerar mais trabalho para quebrar o ciclo da miséria”, afirma Alcione Albanesi, presidente e fundadora da Amigos do Bem.

Confira a matéria completa da Exame sobre a atuação da Amigos do Bem no sertão nordestino.

 

Filantropia familiar é destaque na Jovem Pan News

O capital filantrópico tem tido um aumento significativo nos últimos anos no Brasil. A tendência é que o crescimento deva continuar em 2023 com o apoio, não apenas das empresas, mas também dos núcleos familiares.

A temática foi destaque em reportagem veiculada na Jovem Pan News que entrevistou Paula Fabiani, CEO do IDIS. Paula destacou a capacidade da filantropia familiar de ser mais ousada do que a empresarial, característica imprescindível diante dos atuais desafios a serem enfrentados no Brasil.

“Depois da pandemia, houve um aumento de questões que achávamos que estavam encaminhadas, mas que hoje estão se agravando. Como o Brasil entrar de novo no mapa da fome, o próprio desafio ambiental, e outros temas muito relevantes para o futuro do Brasil e do planeta”, comenta.

Confira a reportagem completa aqui.

Perspectivas da Filantropia no Brasil é destaque na Alliance Magazine

No Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2023, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social apresenta uma leitura do cenário, identifica ações inspiradoras e aponta caminhos para um investimento social privado mais estratégico e transformador, reunindo elementos que contribuem para tomadas de decisões.

A segunda edição do conteúdo foi destaque na Alliance Magazine, maior revista de filantropia do mundo. A matéria listou as oito perspectivas que trazem como elemento comum a ‘ousadia’, além de também apontar os complexos e atuais desafios políticos, sociais e econômicos brasileiros.

A notícia ainda abordou os conteúdos presentes na publicação. Como destaca Paula Fabiani, CEO do IDIS: “Há exemplos de inovações, de novas metodologias e modelos de financiamento, de parcerias improváveis, de mudanças significativas, de novas formas de fazer diferente o que já estava dando certo.”

Confira o material na íntegra:

Captcha obrigatório

Confira a matéria da Alliance completa aqui.

 

IDIS promove ‘Dia da Diversão no Trabalho’

Reunimos a equipe do IDIS no dia 17 de março para celebrar o ‘Dia da Diversão no Trabalho’. O evento é promovido pela Charities Aid Foundation (CAF) internacionalmente entre os escritórios parte de seu Network, no Brasil, representada pelo IDIS. O momento é uma ação para promover a integração das pessoas no escritório e se desligar da correria diária.

O Fun Day at Work nasce do entendimento da importância de momentos de descontração no trabalho. 

Neste ano contamos com a presença de Wellington Nogueira, fundador da organização Doutores da Alegria. Por meio de diversas dinâmicas, os colaboradores puderam entender a importância da ludicidade na vida adulta e no trabalho.

 

 

O dia escolhido para a celebração, foi também marcado pelo ‘Red Nose Day’. Uma campanha internacional, celebrada principalmente nos Estados Unidos e Inglaterra, para arrecadação de fundos visando acabar com a pobreza infantil e garantir um futuro saudável para todas as crianças.

O IDIS E A CAF

O IDIS é o representante, no Brasil, da Charities Aid Foundation (CAF), organização britânica dedicada à filantropia e com mais de 90 anos de experiência. A CAF apoia doadores – indivíduos, grandes doadores e empresas – a obter o maior impacto possível a partir de sua doação.

A parceria foi estabelecida em 2005. A partir do nosso escritório em São Paulo, atendemos os clientes internacionais da CAF que atuam na região, oferecemos serviços globais aos investidores sociais privados brasileiros e contribuímos mutuamente para a geração de conhecimento.

A CAF International é hoje a maior estrutura de apoio ao investidor social privado no mundo. Além da sede no Reino Unido, integram a rede representações na África do Sul, Austrália (Good2Give), Brasil (IDIS), Bulgária (BCause), Canadá, Estados Unidos, Índia, Rússia e Turquia (Tusev).

 

IDIS organiza delegação brasileira para o Global Philanthropy Forum 2023

O Global Philanthropy Forum 2023 acontecerá entre os dias 17 e 19 de outubro em São Francisco, e contará, mais uma vez, com a tradicional delegação brasileira organizada e liderada pelo IDIS. Como parceiros do evento, o IDIS anualmente organiza a viagem, fortalecendo o relacionamento entre os participantes e com a comunidade filantrópica global.

Em 2022, a delegação liderada pelo IDIS esteve presente, com 11 membros, de diferentes organizações. A edição de retorno do evento, após mais de dois anos sem encontros presenciais, reuniu 160 participantes ao longo de dois dias e tratou de temáticas como a desigualdade de poder no setor filantrópico, justiça racial, equidade, confiança e solidariedade.

“Tive a oportunidade de conhecer pessoas com experiências muito interessantes e trocar pontos de vista. Ao participar do evento, ampliei meus horizontes e creio que poderão surgir parcerias interessantes.” comenta Luisa Lima, gerente de comunicação no IDIS, e também responsável pela produção do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, a versão local do GPF

Tem interesse em participar da delegação? Entre em contato conosco através de comunicacao@idis.org.br. 

Novas informações serão divulgadas aos interessados em breve.

Resultados do SROI da Amigos do Bem é destaque no Jornal da Band

No início de 2023, o IDIS finalizou a avaliação SROI (Social Return on Investiment) ou Retorno Social Sobre Investimento da organização Amigos do Bem. O protocolo propõe uma análise comparativa entre o valor dos recursos investidos em um projeto ou programa e o retorno gerado para a sociedade com essa iniciativa. Os resultados foram destaque no Jornal da Band.

A análise indica um retorno positivo dos projetos liderados pela Amigos do Bem: para cada R$ 1,00 investido, a média de retorno é de R$6,45. Os números indicam que a organização provocou um investimento social no nordeste de R$2 bilhões em 10 anos.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, comenta os resultados e indica a competência do trabalho realizado pela organização como parte essencial para o alcance dos números. “Os resultados mostram exatamente essa multiplicação do dinheiro doado. E isso é feito por meio do trabalho que é executado, tem uma gestão muito eficiente.”

Saiba mais sobre Avaliação de Impacto e confira o case da Amigos da Bem na íntegra.

Clique aqui e confira a matéria na íntegra.

Alcione Albanesi, fundadora e presidente da Amigos do Bem, é destaque no Valor Econômico

Entrevista publicada na integra no Valor Econômico em 08/03/2023

Após dois anos de pesquisa, o IDIS calculou que os investimentos realizados pela organização Amigos do Bem entre 2012 e 2021 geraram ou ainda vão produzir um impacto social da ordem de R$ 2,1 bilhões. Cada real doado para a ONG, focada em educação, saúde e geração de renda para erradicação da pobreza no sertão nordestino, se transforma em R$ 6,45 na ponta. “É um número extraordinário. Para o tamanho do nosso projeto, que é gigante, é difícil conseguir esse resultado”, afirma Alcione Albanesi, fundadora e presidente da organização.

Em 2023, ao completar 30 anos de dedicação às populações mais pobres do país – de 55 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza no Brasil, 26 milhões estão na área de atuação da ONG – Albanesi revela que finalmente ficou pronto o “modelo de desenvolvimento social sustentável” da instituição, uma nova metodologia para organizações ou empresas interessadas em replicar o modelo de atuação da Amigos do Bem, inclusive influenciando a transformação de políticas públicas.

Com programas que favorecem 150 mil pessoas todos os meses, em 300 povoados do sertão de Alagoas, Pernambuco e Ceará, a ONG é responsável por mais de 10 mil crianças e jovens com aulas diárias e cursos profissionalizantes de culinária, cabeleireiro, manicure e informática nos chamados centros de transformação instalados em quatro povoados; 187 mil atendimentos médicos, com distribuição gratuita de remédios e óculos de grau; fábricas de beneficiamento de castanha, produção de doces e oficinas de costura e artesanato, que geram mais de 1.500 empregos. Para dar conta de tanto trabalho, 10.600 voluntários formam um pequeno exército do bem, doando tempo para colocar os projetos de pé.

O impacto dessas ações chamou a atenção do Pacto Global da ONU no Brasil, iniciativa da Nações Unidas para engajar o setor privado na agenda da transformação social e climática. Por esta razão, Alcione Albanesi foi escolhida como a primeira liderança com impacto no ODS
1 – cuja meta é a erradicação da pobreza no mundo e que integra os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, firmados na conferência do clima da ONU em 2012.

Confira a entrevista completa no Valor Econômico.

IDIS apresenta perspectivas e desafios da filantropia no Brasil em 2023

Um ano sempre começa com expectativas de renovação e, mais do que isso, de realização. Colocar em prática projetos, ampliar o conhecimento e desenvolver novos planos. Por meio desta iniciativa, buscamos trazer uma leitura do cenário, identificar ações inspiradoras e apontar caminhos para um investimento social privado mais estratégico e transformador.

Este exercício, feito diariamente pela equipe do IDIS, é compartilhado aqui com o Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2023. Não há a pretensão de traçar um quadro completo da realidade, mas de reunir elementos que contribuam para tomadas de decisões.

“Há exemplos de inovações, de novas metodologias e modelos de financiamento, de parcerias improváveis, de mudanças significativas, de novas formas de fazer diferente o que já estava dando certo. Que este elemento transversal seja também uma fonte de inspiração para você, como já é para nós”, explica Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Conheça abaixo as Perspectivas da Filantropia no Brasil:

PERSPECTIVA 1 – A POTENCIA (E A NECESSIDADE) DO DIÁLOGO COMO CONSTRUTOR DE PONTES

As soluções são encontradas na interação, exigem colaboração e contemplam múltiplas demandas e pontos de vista

PERSPECTIVA 2 – muito além de responsabilidade: legado

O que empresas deixam para as próximas gerações

PERSPECTIVA 3 – diversificação das formas de financiamento

Mais que nunca, otimizar e contribuir para a evolução das possíveis fontes de financiamento é necessário para a solução de desafios

PERSPECTIVA 4 – o número não é o ponto final

A  Avaliação de Impacto Social com monetização tem sido cada vez mais debatida e procurada, mas, descoberto o número, qual o próximo passo?

PERSPECTIVA 5 – emergências ambiental e social caminhando lado a lado

A interdependência entre clima, florestas e pessoas

PERSPECTIVA 6 – terceiro setor engajado na promoção de políticas públicas

A sociedade civil organizada fortalece a democracia e acelera mudanças sistêmicas

PERSPECTIVA 7 – fortalecimento da sociedade civil organizada: confiança, governança e transparência

A relevância das OSCs – organizações da sociedade civil cresce conforme aumenta a confiança da população nos trabalhos realizados

PERSPECTIVA 8 – filantropia familiar mostra a sua cara

Indivíduos e famílias assumem compromissos públicos em suas práticas de doação

Caso você queira ler sobre cada uma das perspectivas com as dicas e exemplos, confira abaixo:

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Qual é a sua causa e o que você faz para apoiá-la?

Paula Fabiani – CEO do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, vencedora do Prêmio Empreendedor Social 2020 e membro do Catalyst 2030

Roberta Faria – Cofundadora e CEO da Editora MOL, vencedora do Prêmio Empreendedor Social 2018, e presidente do Instituto MOL

Texto publicado originalmente na Folha de São Paulo em 06/08/2023

Descobrir seu propósito é ferramenta poderosa de transformação da sociedade

Não faz muito tempo que chegar a algum lugar demandava de nós um esforço coletivo de encontrar o caminho. O GPS de hoje era, no início dos anos 2000, um taxista experiente que te dava a dica de rota para encontrar a rua exata do consultório do dentista que você ia pela primeira vez.

Duas décadas depois, os apps de localização te dão não só o caminho, mas também a opção de trocar a voz robótica apontando as ruas por uma que te agrade. Do personagem do filme da Disney a Gil do Vigor, o sistema de navegação criado para guiar as Forças Armadas estadunidenses nos deu agilidade de circular pelas cidades mundo afora.

Mas, enquanto achar o caminho se tornou uma tarefa simples e quase banal do nosso dia a dia, encontrar o nosso próprio caminho se apresenta como um dos grandes desafios da década: do trabalho ao lazer, queremos mais do que apenas existir.

Em outras palavras, decifrar a nossa estrada exige uma bússola interior bem calibrada e, descobrir qual é a nossa causa pode oferecer, ao menos, as coordenadas que nos guiarão por experiências pessoais e coletivas que façam sentido, que promovam mudanças, que inspirem a outros seres e que nos leve a ter uma vida com propósito.

E se (até aqui) não há app que nos mostre qual direção seguir, nós temos uma forma de desenhar nosso próprio mapa: o Descubra sua Causa. Um teste, gratuito e online, que calcula, a partir de nossas respostas a 20 diferentes perguntas, qual é a causa social que mais se relaciona com nossa personalidade, interesses e nos dá “a rota” para apoiá-la de diferentes formas.

Construído com base em pesquisas de tendências de comportamento e em conversas com especialistas da área social, montamos um oráculo com 10 resultados, apresentados em formato de arquétipo, que ilustram os principais desafios de nossa sociedade. Uma forma divertida e repleta de conteúdo para que você possa começar a agir hoje mesmo.

Além do teste, e com o objetivo de mostrar o que há por trás de cada causa, o Instituto MOL acaba de lançar a série de podcast Descubra sua Causa. Em dez episódios, o ouvinte tem contato com diferentes temas, como direitos humanos, educação, promoção do esporte, antirracismo e lutas identitárias, e revela como é o trabalho das ONGs que atuam em diferentes frentes e quem são as pessoas que dedicam suas vidas à transformação social.

Nosso objetivo é dar mais visibilidade às organizações e projetos do setor e mostrar que apoiar uma causa é um ato político, que nos dá propósito e impacta nossas vidas em diferentes aspectos: em nossos relacionamentos, em nosso consumo de cultura, na escolha das pessoas que seguimos nas redes sociais, nas ações do nosso dia a dia e muito mais.

Por isso, convidamos a todas e todos que descubram sua causa e passem a atuar pelo seu fortalecimento, como for possível: pela doação, pelo voluntariado, emprestando a influência que todos exercemos em nossa rede de amigos e familiares e, principalmente, falando mais sobre nossos atos generosos. Quanto mais embaixadores tivermos espalhados pelo país, mais força as causas sociais ganham para se tornarem assunto de conversas e motores de transformação da sociedade. Com ou sem GPS, que a viagem por esta estrada seja uma experiência muito mais prazerosa a todos os seres.