Nova edição da Pesquisa Doação Brasil acompanha evolução do tema

A Pesquisa Doação Brasil tem como objetivo avaliar a percepção e a prática de doação dos brasileiros. A primeira edição foi realizada em 2015, quando não havia qualquer dado sobre o comportamento do doador individual. A pesquisa nos permitiu identificar que 46% da população brasileira, naquele ano, havia feito alguma doação em dinheiro para organizações sociais, e a projeção do volume total doado por pessoas físicas foi de R$ 13,7 bilhões. Desde então, consolidou-se como a principal fonte sobre este tema no país, permitindo identificar o perfil do doador, motivações, a causas preferidas, a percepção sobre as doações, as barreiras para a doação, entre outros aspectos que contribuem para compreendermos este cenário.

Entrevista da CEO do IDIS, Paula Fabiani, ao Jornal Nacional sobre a Pesquisa Doação Brasil 2020

Entrevista da CEO do IDIS, Paula Fabiani, ao Jornal Nacional sobre a Pesquisa Doação Brasil 2020

Prevista para ser realizada a cada cinco anos, a segunda edição aconteceu em 2020, coincidindo com o início da pandemia de Covid-19 e com o agravamento da crise socioeconômica, que já vinha afetando o país. Naquele ano, o volume total de doações caiu para R$ 10,3 bilhões e a participação da população também foi reduzida, posto que pessoas que antes doavam, passaram à categoria de beneficiários. Por outro lado, a percepção sobre a doação e o papel transformador das organizações sociais cresceu, apontando para o fortalecimento da cultura de doação. Importante notar também, que entre 2015 e hoje, a tecnologia evoluiu muito no sentido de facilitar as doações, agentes de peso começam a entrar no ‘jogo’, como o iFood, a cobertura da imprensa tem sido intensa e há uma crescente identificação das pessoas com causas.

Essas transformações levaram a um debate sobre a periodicidade da pesquisa. Os dados são fonte para a incidência do campo, para o debate sobre políticas públicas, para planejamentos de captação de recursos por organizações. A prática mostrou a importância de acompanharmos mais de perto a evolução, e trazer insights que contribuam para a tomada de decisão. A partir de agora, a Pesquisa Doação Brasil passa a ser bienal e a próxima edição refletirá o ano de 2022.

Em sua terceira edição, a Pesquisa Doação Brasil é uma iniciativa do IDIS e da CAF – Charities Aid Foundation. A captação para o projeto está aberta, sendo que a Raízen já confirmou o primeiro apoio.

Deseja apoiar a realização deste estudo e contribuir para a Cultura de Doação no Brasil? Entre em contato via comunicacao@idis.org.br e saiba mais informações.

Podcast “Descubra Sua Causa” aborda causas socioambientais e estimula cultura da doação

Visando incentivar o autoconhecimento como ferramenta de transformação do mundo, o podcast Descubra Sua Causa investiga as razões que levam as pessoas a se envolverem em causas socioambientais e estimula os ouvintes a descobrirem as causas que mais os sensibilizam.

O projeto é uma iniciativa do Instituto Mol com apoio do Movimento Bem Maior e do Instituto Mandarina. Ao total, serão 10 episódios destrinchando diferentes temas como direitos humanos, promoção do esporte e da educação, lutas identitárias e antirracismo, com conversas que incluem representantes de OSCs que trabalham em prol de cada uma das causas abordadas.

Os episódios são publicados semanalmente. Você pode acessar os conteúdos já disponíveis aqui.

O podcast é inspirado e da continuidade ao teste online e gratuito Descubra Sua Causa que, por meio de perguntas que avaliam aspectos da personalidade dos respondentes, identifica suas causas prioritárias e indica caminhos práticos para exerce-la. Faça o teste.

O que é filantropia?

Filantropia é um conceito antigo, cujo significado vem se transformando ao longo dos séculos. A expressão é formada por duas palavras gregas. A primeira é filos, que quer dizer afeição, amor. E a segunda é antropo, que quer dizer homem, humanidade. Portanto, ao pé da letra, filantropia é ‘amor pela humanidade’.

No decorrer do tempo, porém, passamos a entender filantropia como ‘ações realizadas em favor do próximo, ou do bem público’. Talvez você esteja se perguntado: por que não chamamos de filantropo todo mundo que faz doações, que faz trabalho voluntário, que doa bens, enfim, que ajuda os outros?

Porque existe uma diferença entre quem pratica a caridade e quem faz filantropia. As pessoas que praticam a caridade estão buscando aliviar o sofrimento dos outros, enquanto a tendência da filantropia é tentar resolver o problema que está causando o sofrimento.

Conheça aqui as Perspectivas da Filantropia no Brasil 2022

Como solucionar a origem do problema quase sempre exige mais recursos e mais tempo, os ‘chamados’ filantropos costumam ser pessoas com maior poder aquisitivo. Por isso, quando pensamos em filantropos, logo lembramos dos grandes milionários. Um dos maiores exemplos atuais de filantropo é Bill Gates, criador da Microsoft, que destinou mais de 50 bilhões de dólares para a Fundação Bill e Melinda Gates. Antes dele, houve diversos outros, talvez o mais famoso seja John D. Rockefeller, mais conhecido simplesmente como Rockefeller, que construiu sua fortuna na indústria do petróleo, fez vultuosas doações e criou a Fundação Rockefeller.

 

Filantropia no Brasil

Aqui no Brasil também temos grandes filantropos, ainda que não cultivemos o costume de falar muito a respeito. Um deles é Guilherme Leal, fundador da Natura e de diversas organizações sociais que cobrem as várias causas apoiadas por ele. Outro filantropo brasileiro é Jorge Paulo Lemann, um dos sócios da Ambev, que também criou diversas organizações sociais. Mais recentemente, Elie Horn, fundador da construtora Cyrela, tem surgido como um grande filantropo. Ele foi o primeiro brasileiro a assinar o Giving Pledge, uma declaração de que vai doar, em vida, pelo menos metade de sua fortuna. O Giving Pledge é uma iniciativa lançada por Bill Gates e Warren Buffet, em 2010, que convida bilionários a se comprometerem a doar, no mínimo, 50% de suas riquezas antes da morte. Até outubro de 2021, a iniciativa contava com 224 assinaturas.

Estamos falando sobre pessoas, mas também existe a filantropia corporativa. Em 2020, o Banco Itaú doou R$ 1 bilhão para ajudar no combate à pandemia. É menos comum vermos doações realizadas pelas empresas com um caráter exclusivamente espontâneo e humanitário. As companhias costumam fazer doações estratégicas, alinhadas com sua atuação empresarial ou com públicos de interesse. Mas na pandemia também as empresas precisaram mobilizar em ações assistenciais.

 

Filantropia e Caridade: diferenças e semelhanças

De um modo geral, caridade e filantropia formam uma excelente dobradinha. Uma traz o alívio imediato e a outra trabalha para resolver o problema no longo prazo. E sempre foi assim ao longo da história. A primeira entidade filantrópica no Brasil foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, fundada em 1543. Naquela época, a caridade e a filantropia estavam fortemente concentradas na Igreja Católica, e permaneceu desse modo, aqui no Brasil, até o século XX, quando ocorreu a separação da Igreja e do Estado, e o surgimento de associações, sindicatos e partidos para defesa dos interesses da sociedade. Essas entidades foram evoluindo e se transformando. Surgiram as Organizações Não Governamentais, conhecidas como ONGs e, que, hoje em dia, são chamadas de OSCs, ou seja, Organizações da Sociedade Civil.

 

Para que serve a filantropia?

Todas essas instituições não têm fins lucrativos e trabalham para defender os interesses da sociedade em diversos campos, desde Saúde e Educação, até Cultura e Meio Ambiente. Para viver e funcionar, elas contam com as doações dos filantropos, das empresas e, eventualmente, de recursos advindos do governo. De acordo com Censo Gife 2018, as doações filantrópicas de institutos, fundações e empresas totalizaram R$ 3,5 bilhões naquele ano. Mas esse número foi muito mais alto em 2020, quando empresas doaram mais de R$ 6 bilhões apenas para o enfrentamento da pandemia de COVID-19, segundo levantamento feito pelo Monitor das Doações.

O longo período de instabilidade que o Brasil atravessou na última década prejudicou bastante o crescimento da filantropia. Mas a onda de solidariedade e empatia, gerada pela pandemia, pode ter virado esse jogo, mostrando a doadores e filantropos, que a responsabilidade por construir uma sociedade melhor para todos e todas está nas mãos de cada um de nós.

Por Andrea Wolffenbuttel, consultora associada do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. 

O IDIS promove anualmente o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira.

No evento a discussão sobre filantropia e investimento social é ampliada e agregada com diversas temáticas que tangem a sociedade. Filantropos, especialistas e grandes investidores sociais contribuem com o debate.

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Quer saber mais sobre o tema? Conheça as Perspectivas da Filantropia no Brasil 2022 

CAF lança Hub Global de Filantropia com conteúdos gratuitos de 10 países

A plataforma visa promover a cultura de doação ao redor do mundo, com conteúdos sobre filantropia produzidos pelos integrantes da rede internacional  

A Charities Aid Foundation (CAF), é uma organização britânica dedicada à filantropia há mais de 90 anos, facilitando e intermedindo doações e programas filantrópicos ao redor do mundo. No Brasil, a CAF é representada pelo IDIS desde 2005.

A CAF International é hoje a maior estrutura de apoio ao investidor social privado no mundo. Além da sede no Reino Unido, integram a rede representações na África do Sul, Austrália (Good2Give), Brasil (IDIS), Bulgária (BCause), Canadá, Estados Unidos, Índia, Rússia e Turquia (Tusev).

Pensando em facilitar e fortalecer ainda mais essa troca internacional, a CAF lançou nas primeiras semanas de dezembro de 2022, durante a #philanthropyweek (semana da filantropia), o Hub Global de Filantropia, que reúne conteúdos, tanto dos membros da rede, quanto de outros parceiros que o ampliam e dão acesso o conhecimento sobre o Investimento Social Privado, Filantropia e Cultura de Doação para além das fronteiras entre países.

Por enquanto, há 5 blocos temáticos, todos em inglês, que podem ser explorados no Hub:

  • Ambiente e estruturas de doação nacionais
  • Filantropia em Situações de Emergência
  • Estruturas para a Filantropia
  • Insvestimento Social Coporativo
  • Cultura de Doação no Ambiente de Trabalho

Acesse o Hub Global de Filantropia 

Avanço do Brasil no Índice de Solidariedade mostra caminhos para fortalecer filantropia

Texto publicado originalmente no blog do Movimento por uma Cultura de Doação.

No último dia 4 de outubro, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e o Movimento por uma Cultura de Doação (MCD), com apoio da Conexão Captadoras, reuniram ativistas, pesquisadoreas e representantes de organizações da sociedade civil e de empresas para um debate sobre a recente publicação do Índice Global de Solidariedade (WGI, da sigla em inglês ‘World Giving Index’). Divulgado no final do mês de setembro, o índice trouxe o Brasil na 18ª colocação, o que representa um salto de mais de 35 posições entre os 119 países que integram o levantamento. Em 2020, o país figurava na 54ª colocação.

A fim de fomentar o debate sobre o cenário brasileiro, Paula Fabiani, CEO do IDIS, Andrea Wolffenbüttel, membro do comitê coordenador e líder do mandato de Comunicação do MCD, Pamela Ribeiro, coordenadora de projetos especiais no GIFE e membro do comitê coordenador do MCD; e Ana Flavia Godoi, fundadora da Rede Captadoras e consultora sênior de Mobilização de Recursos do Fundo Baobá, apresentaram e refletiram sobre os dados.

Paula Fabiani chamou a atenção para o item ‘Ajuda a um desconhecido’, que apresentou o maior crescimento em nível global dos três tópicos levantados. Isso representa cerca de três bilhões de pessoas, resultando na pontuação mais alta desde a primeira edição da pesquisa, em 2009. Este item saltou de 55%, em 2020, para 62% em 2021. Além da ajuda a um desconhecido, a pesquisa também considera ‘doações de dinheiro a organizações’ e ‘trabalho voluntário’. “Claramente houve um efeito da pandemia, mas outros temas também fizeram as pessoas se engajarem em uma ação, como as mudanças climáticas”, analisou.

Enquanto, na Europa, os países são melhores colocados na doação de dinheiro a organizações, na América Latina a ajuda a um desconhecido teve um desempenho melhor do que a média global, de 40%. Dos 17 países do bloco, apenas Peru (39%), Chile (38%), Panamá e El Salvador (36% cada) ficaram abaixo da média; Brasil e Argentina dividem a liderança, ambos com 47%.

No Brasil, apesar do grande avanço na ajuda a desconhecidos – que foi de 63% para 76% e colocou o país em 11º posição neste item – o índice que mais apresentou crescimento foi a doação a organizações, que avançou 15 pontos percentuais e chegou a 41%.

Mesmo com cautela, Pamela Ribeiro, coordenadora de projetos especiais no GIFE, se mostra otimista com os dados apresentados e indica que eles podem representar um fortalecimento da Cultura de Doação no país. “Quando a gente associa esse crescimento expressivo do engajamento dos brasileiros na doação de dinheiro a outros dados, como o aumento da confiança, isso indica pra gente um futuro bastante promissor”, projetou.

Os dados, na visão de Pamela, podem representar ainda uma ‘resposta dos brasileiros’ ao contexto político e institucional atual. “A retração de políticas públicas e a restrição de acesso aos direitos básicos podem ter estimulado a busca por um caminho alternativo, que é a sociedade civil organizada”, sugeriu a coordenadora.

Por considerar a nova posição do Brasil um lugar ‘poderoso’ e estratégico também para o setor de captação, a fundadora da Conexão Captadoras, Ana Flavia Godoi, destacou a importância de profissionalizar o campo e investir na formação de profissionais e estruturação de setores voltados especificamente para isso. “Quem não tem entendido a captação como um campo profissional pode ter perdido doações nesse período”, sugeriu.

Para Ana Flavia, os números representam mais pessoas praticando a solidariedade e confiando nas organizações, e afirma que “Cabe a nós, do lado de cá, estarmos preparadas para dialogar com essas pessoas e construir uma jornada para esses possíveis doadores. Tendo uma cultura de captação caminhando ao lado da cultura de doação, podemos estimular a construção de uma sociedade civil fortalecida”, explicou.

O evento contou com a participação de mais de 60 pessoas do campo. Andrea Wolffenbüttel, líder do mandato de Comunicação do MCD, destacou a importância do debate para duas das diretrizes criadas pelo MCD para a cultura de doação: Fortalecimento do Ecossistema da Cultura de Doação (Diretriz 5) e Narrativas Engajadoras (Diretriz 2).

“Toda vez que você tem dados e conhece melhor, você consegue entender e discutir com mais propriedade e consegue tomar decisões mais qualificadas. Ter esses dados e discuti-los é fundamental para o fortalecimento do nosso campo. Além disso, é importante termos narrativas que engagem as pessoas na doação; esses dados podem nos ajudar a construir essas narrativas engajadoras”, explicou a jornalista.

Faixa etária e gênero

A última edição do WGI também trouxe dados relacionados à idade e ao gênero dos respondentes. No quesito doação em dinheiro, a faixa que mais se mobilizou foi a de mais de 50 anos, onde aproximadamente 50% afirma ter feito uma doação. A faixa mais jovem (15-29), no entanto, também teve um crescimento acentuado e cada vez mais se aproxima da faixa imediatamente superior, de 30 a 49 anos.

“Uma grande surpresa que tivemos é o público masculino, que vem doando mais recursos. Nós tínhamos a percepção que o público feminino doava mais, e isso foi comprovado pela Pesquisa Doação Brasil, mas nesse último ano a gente teve o público masculino praticando mais a doação de dinheiro que as mullheres”, indicou a dirigente do IDIS, Paula Fabiani.

Para Pamela Ribeiro, essa mudança de posição pode ser um resultado da crise, principalmente social e econômica, enfrentada no país. “A gente sabe que esse tipo de situação afeta muito mais as mulheres, então a doação de dinheiro pode estar sendo impactada por isso”, levanta a hipótese.

No voluntariado, a situação é um pouco diferente, a faixa etária que mais atua nesse quesito é a de 30-49 anos, com desempenho próximo dos 27%, seguida pelas demais, quase empatadas. As mulheres se engajaram mais que os homens nesse tipo de ação, ainda que o registro histórico mostre uma alternância ao longo dos anos.

Confira a reportagem: Como o brasileiro pode doar mais?

Na segunda quinzena de outubro, a Revista Gama – publicação do Grupo Nexo, publicou uma reportagem onde argumenta que para alcançar mudanças sociais é preciso criar uma cultura da doação, não apenas agir pontualmente. Para isso, a Gama investigou como a filantropia precisa tornar-se parte do nosso cotidiano e dos nossos valores.

Paula Fabini, CEO do IDIS, foi uma das entrevistadas da jornalista Manuela Stelzer, autora da matéria, onde destacou diversos aspectos a respeito da cultura de doação além dos resultados do World Giving Index deste ano, que demonstrou que o Brasil é o 18° país mais solidário do mundo.

Acesse à reportagem completa clicando aqui 

Em sua 3ª edição, pesquisa revela o que crianças e jovens pensam sobre demandas sociais urgentes para o país

Realizada pela empresa de comunicação Umbigo do Mundo, a pesquisa ‘3 coisas que eu quero mudar no mundo’ ouviu 400 crianças e jovens, em todo Brasil, para entender o que pensam sobre os desafios e as oportunidades da sociedade e do planeta.

Ao responderem a pergunta que dá nome ao estudo, os entrevistados listaram prioridades de um a três da demanda mais urgente para a menos urgente. Neste ano, assim como na pesquisa do ano passado, a temática de “Educação e Direito a estudos” foi o tema mais citado entre os pesquisados na média nacional.

Entretanto, esse resultado variou entre as regiões do país, fator que se alterou em relação à 2021. A educação e direito a estudo segue como prioridade nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, no Centro-oeste o foco ficou para o tema de “mais respeito e tolerância”. Já nas regiões Norte e Nordeste, questões como a pobreza, acesso a moradia e pessoas em situação de rua obtiveram maior preocupação das crianças e jovens. Isso, além de outros diversos pontos citados:

Outro destaque da pesquisa deste ano em comparação às anteriores é a atenção deste público em relação à questões da alimentação, falando sobre a dimensão emergencial da fome. Em 2020 e 2021 a temática ocupava a sexta posição, atrás de questões como saúde, violência e educação.

Em 2022, a fome subiu para a segunda posição, perdendo apenas para o tema da educação.

Acesse a pesquisa completa clicando aqui e confira todos os resultados. 

Brasil atinge recorde e está entre os 20 países mais solidários do mundo

World Giving Index revela que a generosidade cresce globalmente. Brasil ocupa 18a posição no ranking

Mais pessoas doaram dinheiro para organizações sociais e ajudaram desconhecidos no ano passado do que em qualquer ano da década anterior, de acordo com o World Giving Index 2022 da organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

Em todo o mundo, 3 bilhões de pessoas ajudaram alguém que não conheciam, um aumento de aproximadamente meio bilhão em comparação ao período anterior à pandemia. Cerca de 200 milhões de pessoas também doaram dinheiro para organizações da sociedade civil em todo o mundo, com o número de doações aumentando 10% em economias de alta renda.

O World Giving Index é uma das maiores pesquisas sobre doações já produzidas, com quase 2 milhões de pessoas entrevistadas desde 2009. O Índice deste ano inclui dados de 119 países, representando mais de 90% da população adulta global. Três perguntas são feitas a pessoas ao redor do mundo: você ajudou um estranho, doou dinheiro a uma organização social ou fez algum tipo de trabalho voluntário no mês passado?

Clique aqui para baixar a pesquisa completa

Pelo quinto ano consecutivo, o país mais generoso do mundo é a Indonésia, seguida pelo Quênia em segundo lugar. Muitos países de alta renda retornaram ao top 10, depois de ver um declínio acentuado no voluntariado e doações desde 2018, mas que voltou a crescer durante a pandemia. Além dos Estados Unidos em terceiro lugar, Austrália (4), Nova Zelândia (5) e Canadá (8) se juntam aos países mais generosos do mundo.

A Ucrânia ficou em 10º lugar no ranking, subindo de 20º no ano anterior, e é o único país europeu que figura entre os 10 primeiros. A alta pontuação dos dados coletados antes do conflito de 2022 reflete as novas maneiras de engajamento que surgiram na Ucrânia, juntamente com um aumento nos padrões de vida e a necessidade criada pela pandemia.

Pelo quarto ano consecutivo, o Brasil subiu no ranking geral do World Giving Index, pulando da 54° para a 18° posição. O crescimento aconteceu em todas as categorias de avaliação, sendo ainda mais expressiva na “ajuda a um desconhecido”, no qual o país passou de 36° para o 11° lugar em apenas 12 meses.

O cenário reflete um crescimento do sentimento de solidariedade no Brasil nos últimos anos. Mesmo com dificuldades advindas do contexto socioeconômico atual, a população brasileira demonstra um interesse ativo em ajudar, não necessariamente apenas com doações financeiras, mas também por outros meios como ajudas esporádicas e trabalhos voluntários. Paula Fabiani, CEO do IDIS, destaca que “O Brasil alcançou um patamar histórico no ranking, revelando o fortalecimento da generosidade e da cultura de doação no País”

Segundo Neil Heslop OBE, CEO da Charities Aid Foundation, “A generosidade assume diferentes formas ao redor do mundo, e até mesmo suas definições diferem entre as culturas. O World Giving Index visa mensurar a generosidade expressa por meio de três comportamentos humanos. De forma encorajadora, a pontuação geral do Índice aumentou, indicando que as pessoas em todo o mundo têm se engajado mais em ações generosas do que no ano anterior. Em um cenário econômico, social e político incerto, o World Giving Index melhora nossa compreensão sobre doações globais. A Covid-19 afetou mais os mais pobres e vulneráveis ​​do mundo, o que também interrompeu o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Doadores privados e empresas provavelmente serão chamados para preencher lacunas de financiamento e organizações da sociedade civil precisarão descobrir a melhor forma de direcionar seus recursos limitados para o maior impacto. No entanto, após dois anos difíceis e com mais desafios que provavelmente virão, continuamos a ver grandes exemplos de generosidade global”.

World Giving Index 2022 – top 20 países:

WORLD GIVING INDEX – 2022

Geral Ajuda a um desconhecido Doação em dinheiro Voluntariado

 

Posição Pontuação Posição Pontuação Posição Pontuação Posição Pontuação
Indonésia 1 68% 76 58% 1 84% 1 63%
Quênia 2 61% 7 77% 20 55% 2 52%
Estados Unidos 3 59% 4 80% 9 61% 7 37%
Austrália 4 55% 34 69% 6 64% 20 33%
Nova Zelândia 5 54% 46 66% 10 61% 14 34%
Mianmar 6 52% 83 55% 2 73% 36 28%
Serra Leoa 7 51% 1 83% 76 27% 3 44%
Canadá 8 51% 50 65% 13 59% 33 29%
Zâmbia 9 50% 18 74% 53 35% 4 43%
Ucrânia 10 49% 13 75% 29 47% 54 24%
Irlanda 11 49% 87 55% 14 59% 21 32%
Tailândia 12 48% 58 64% 8 62% 75 19%
República Tcheca 13 48% 54 64% 21 55% 52 24%
Nigéria 14 48% 5 79% 73 29% 13 35%
Emirados Árabes Unidos 15 47% 48 65% 18 56% 70 21%
Polônia 16 47% 45 66% 26 50% 45 25%
Reino Unido 17 47% 97 52% 5 65% 55 24%
Brasil 18 47% 11 76% 38 41% 48 25%
Guiné 19 47%% 26 72% 52 35% 15 33%
Filipinas 20 47% 15 75% 79 26% 6 39%

Notas:

  • Acesse o estudo completo em clicando aqui;
  • Metodologia: O CAF World Giving Index é baseado em dados da World View World Poll da Gallup, que é um projeto de pesquisa em andamento realizado em mais de 100 países e, juntos, representam mais de 90% da população adulta mundial. A pesquisa faz perguntas sobre muitos aspectos diferentes da vida hoje, incluindo comportamento de doação. Os países pesquisados ​​e as perguntas feitas em cada região variam de ano para ano e são determinados pela Gallup. Mais detalhes sobre a metodologia da Gallup podem ser vistos online.
  • O World Giving Index 2022 foi lançado em 22 de setembro, durante a 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em um evento em Nova York para discutir o papel do setor privado no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

 

SOBRE A CAF – CHARITIES AID FOUNDATION

A Charities Aid Foundation é um grupo de três organizações sociais sediadas no e Reino Unido, Canadá e Estados Unidos, especializadas em doações internacionais seguras e eficazes. Juntos, trabalhamos com empresas e filantropos para apoiá-los e garantir que o dinheiro alcance as causas centrais de suas estratégias de investimento social privado. No Reino Unido, a CAF também opera o CAF Bank, oferecendo serviços bancários dedicados ao apoio a mais de 14.000 organizações sociais sediadas no Reino Unido. Por meio da rede CAF International, está presente em todos os continentes, sendo o IDIS o representante na América Latina.

 

Clique aqui para baixar a pesquisa completa

Descubra Sua Causa: teste incentiva engajamento social com conteúdo leve e informativo

Plataforma ganha nova edição e é fruto da parceria entre o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e o Instituto MOL

 

Todos nós somos agentes de transformação e podemos fazer do mundo um lugar melhor, o primeiro passo é descobrir quais são as causas que nos movem. Em 2018, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social criou o Descubra Sua Causa, um teste para ajudar nessa busca e incentivar doações para organizações sociais da sociedade civil. Para acompanhar as mudanças sociais dos últimos quatro anos, o IDIS firmou parceria com o Instituto MOL e, juntos, acabam de lançar a segunda versão do teste com nova plataforma, conteúdos e possibilidades de engajamento.

Na versão original, os resultados do teste eram expressos na identificação com cinco personagens: Flora (meio ambiente e animais), Nelson (educação, cultura e diversidade), Beto (esporte e cidades sustentáveis), Catarina (ciência e saúde) e Yama (geração de renda e empreendedorismo). O Descubra Sua Causa agora apresenta dez resultados possíveis, em formato de alegorias, novas possibilidades de engajamento – como pessoas para seguir, dicas de séries, livros e ações – e uma newsletter mensal para receber conteúdos exclusivos que acompanham a jornada de defensores de causas, voluntários e doadores.

“O Descubra Sua Causa foi nossa forma de contribuir com o fortalecimento da cultura de doação no Brasil. O brasileiro é solidário, mas não havia muito conhecimento sobre como agir, nem uma reflexão mais profunda sobre as causas com as quais se identificavam. O engajamento evoluiu em 4 anos e o novo teste acompanha essa mudança”, afirma a CEO do IDIS, Paula Fabiani.

A equipe do Instituto MOL reformulou as perguntas do teste e a mecânica de pontuação, além das causas apresentadas, baseando-se em sua experiência no terceiro setor, no acompanhamento das principais tendências de comportamento da sociedade brasileira e em conversas com especialistas da área. A ideia é que a pessoa se identifique com as situações propostas e escolha uma opção de forma leve e descontraída.

“Queremos mostrar que o envolvimento com causas sociais é uma forma prazerosa de promover mudanças significativas em diferentes áreas. A doação, seja de recursos ou de tempo – via voluntariado – é uma forma eficaz de atingir esse objetivo. Também queremos mobilizar as pessoas para que compartilhem o teste e ajudem a transformar a realidade”, explica a gerente executiva do Instituto MOL, Vanessa Henriques.

Segundo a Pesquisa Doação Brasil 2020, publicada pelo IDIS, de 2015 e 2020, o percentual de doadores de todos os tipos (dinheiro, bens e trabalho voluntário) caiu no Brasil. Enquanto em 2015, 77% da população havia feito algum tipo de doação, em 2020, o percentual ficou em 66%. Quando se trata de organizações/iniciativas socioambientais, a redução foi de 46% para 37%. Apesar do encolhimento na prática, a população brasileira vê de forma cada vez mais positiva a doação. Mais de 80% da sociedade acredita que o ato de doar faz diferença, e entre os não doadores, essa concordância atinge 75%.

Sugestões para doar

Ao fazer o teste do Descubra Sua Causa, os respondentes também encontram indicações de organizações da sociedade civil para as quais podem doar. A lista deu preferência às iniciativas que receberam o Prêmio Melhores ONGs e o Selo Doar ou foram indicadas pelos especialistas consultados durante a produção do teste. As sugestões serão atualizadas periodicamente, para que outras iniciativas sejam conhecidas.

O lançamento do novo Descubra Sua Causa é o primeiro projeto colaborativo entre Instituto MOL e IDIS. “A gente percebe no Instituto MOL uma capacidade de comunicação mais ampla. Ele tem um conhecimento mais profundo e, portanto, tem como traçar estratégias e lançar uma plataforma com um potencial muito maior. O Descubra Sua Causa, em um curto espaço de tempo, atingiu 300 mil pessoas e eu espero que a gente possa repetir essa marca com esse novo lançamento. A possibilidade de fazer essas colaborações representa um espaço muito rico para o desenvolvimento do setor e da sociedade”, conclui Paula Fabiani.

Para fazer o teste, basta clicar aqui!
A iniciativa também está presente nas redes sociais, com perfis no Instagram e no Facebook.

 Sobre o IDIS

O Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) é uma organização da sociedade civil que tem como missão inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhando junto a famílias, empresas e outras organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país. Sua atuação baseia-se no tripé geração de conhecimento, consultoria e realização de projetos de impacto. Saiba mais.

Sobre o Instituto MOL

O Instituto MOL é uma organização da sociedade civil criada para incentivar a cultura de doação no Brasil. Nascemos da iniciativa dos fundadores da premiada Editora MOL, em 2020, e hoje somos o braço sem fins lucrativos do Grupo MOL. Percebemos que nosso conteúdo — sempre com qualidade, transparência e tom positivo — poderia alçar voos mais altos ao contribuir para o impulsionamento da causa das causas: a cultura de doar mais e melhor, e falar sobre isso sem nenhum constrangimento. Um dos projetos do Instituto é o podcast Aqui se Faz, Aqui se Doa!, que traz conversas necessárias sobre cultura de doação, filantropia e responsabilidade social. Os empreendedores sociais e sócios do Grupo MOL Roberta Faria e Artur Louback recebem convidados inspiradores, comentam notícias, analisam números de pesquisas e compartilham ideias criativas para fazer boas ações. Saiba mais.

Com confiança e estratégia, a solidariedade é ainda mais forte!

Paula Fabiani – CEO do IDIS
Texto publicado originalmente pela Folha de São Paulo em 21/08/2022

O brasileiro é conhecido por ser um povo solidário, mas até recentemente, não tínhamos dados para afirmar se existia, de fato, uma cultura de doação no país. Em 2015, a primeira edição da Pesquisa Doação Brasil, realizada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, relevou que mais de três quartos da população havia feito uma doação – seja dinheiro, bens ou tempo, na forma de voluntariado. A segunda edição, com dados de 2020, constatou que as classes mais privilegiadas passaram a se engajar mais e a percepção geral sobre doação passou a ser mais positiva. Por outro lado, metade dos entrevistados disse não conhecer o papel das organizações da sociedade civil (OSCs) e 33% afirmou não ter certeza se o ato de doar faz alguma diferença. Naquele ano, doações em dinheiro a OSCs somaram R$ 10,3 bilhões, o equivalente a 0,14% do PIB.

Se por um lado constatamos que existe engajamento, também identificamos espaço para crescer e amadurecer. Em relação a outros países, em 2021, o Brasil se encontrava na posição 54 entre 114 nações na prática da solidariedade, segundo o World Giving Index, publicado pela britânica Charities Aid Foundation.

Quando consideramos o investimento social de empresas e famílias, os levantamentos também mostram mudanças. Durante a pandemia, os recursos investidos em causas atingiram seu recorde. De acordo com o Censo GIFE 2020, o montante total investido foi de R$ 5,3 bilhões – aumento de 53% em relação a 2018. Apesar do grande volume, ele não foi igualmente distribuído. Naquele ano, enquanto mais de três quartos dos entrevistados financiaram projetos nas áreas de Educação e Assistência, em especial em ações para o enfrentamento da Covid-19, menos da metade investiu em causas de grande relevância para o país como Meio Ambiente, Defesa de Direitos e Democracia e, apenas 36%, em Fortalecimento da Gestão Pública ou em Ciência e Tecnologia. Mais uma vez, os dados mostram que há possibilidades de evolução.

É preciso um olhar estratégico na prática da filantropia para que ela seja poderosa e transformadora. É preciso focar em sanar as causas dos problemas socioambientais, e não apenas seus efeitos. E essa tomada de consciência é necessária em toda a sociedade. A boa notícia é que estamos dando passos importantes nessa direção. Durante a pandemia de Covid-19, muitos doaram para aliviar o sofrimento dos grupos mais vulneráveis, uma abordagem assistencialista extremamente necessária naquele momento. Por outro lado, diversos doadores sabiam a mudança que queriam provocar, e desenvolveram tecnologias e caminhos inovadores para gerar impacto positivo. Doaram com rapidez e confiança nas OSCs. E as entidades beneficiárias responderam criando redes de apoio para levar ajuda a todos que precisavam.

Esse momento raro, do casamento da confiança com a estratégia, trouxe frutos maravilhosos e modificou a maneira como atuamos. Ouso acreditar que corporações e famílias com mais recursos ainda estão sob o efeito mágico produzido pelas transformações que foram capazes de gerar. E buscam evoluir na sua prática filantrópica, refletindo, monitorando e avaliando o impacto produzido na sociedade.

Testemunhamos um número crescente de empresas preocupadas com agenda ASG (ambiental, social e governança). Por parte das famílias mais privilegiadas, ainda que sutil, vemos um aumento da constituição de fundos patrimoniais filantrópicos, instrumento que permite perenizar o investimento social. Acompanhamos também o surgimento de ações colaborativas, fundamentais para acelerar mudanças socioambientais em linha com os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

O debate sobre a importância da filantropia foi impulsionado pela pandemia, e correntes de solidariedade surgiram em todo país. Vemos que a confiança e as estratégias estão amadurecendo, na medida em que aprendemos que o ato de doar tem o poder de mudar realidades. Mas, se quisermos realmente contribuir para a redução das desigualdades sociais no país, precisaremos da união entre empresas de todos os setores e portes, organizações da sociedade civil, governos e todos os brasileiros e brasileiras. O caminho é longo, mas o fundamental já temos, que é a solidariedade e o desejo de um Brasil justo e sustentável.

WGI 2021 mostra as mudanças no mapa de doações no mundo

Pela primeira vez, 5 das principais economias ocidentais saíram do Top 10 dos países
mais generosos. Por outro lado, houve recorde no número de pessoas que ajudaram um desconhecido: mais de 3 bilhões de pessoas.

Acesse a pesquisa completa do World Giving index 2021 gratuitamente clicando aqui.

 

Segundo o World Giving Index (WGI) o país mais generoso em 2021 é a Indonésia, com uma pontuação de 69, acima dos 59 na última vez em que um Índice anual foi publicado em 2018, quando também ficou em primeiro lugar. Mais de oito em cada 10 indonésios doaram dinheiro este ano e a taxa de voluntariado do país é mais de três vezes a média global. Em segundo lugar vieram o Quênia e em terceiro a Nigéria.

 

O Ranking Global de Solidariedade é uma iniciativa da organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. Conduzido desde 2009, já entrevistou mais de 1,6 milhão de pessoas e faz a cada uma delas três perguntas: você ajudou um estranho, doou dinheiro a uma organização social ou fez algum tipo de trabalho voluntário no mês passado? Nesta edição, foram incluídos os dados de 114 países, representando mais de 90% da população adulta global. Foram entrevistadas pessoas acima de 15 anos, nível de confiança da pesquisa é de 95%.

 

A pesquisa deste ano destaca o impacto do lockdown em países que por anos lideraram o ranking da generosidade:  Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Irlanda e Países Baixos tiveram todos uma queda significativa em suas pontuações. Apenas Austrália e Nova Zelândia, onde a pesquisa foi realizada nas semanas anteriores ao início da primeira onda da pandemia, mantiveram-se entre as 10 primeiras colocações.

 

Confira o gráfico dos países mais generosos do mundo. (Fonte: World Giving Index 2021)

 

Um ponto a se destacar em tempos de coronavírus, é o número recorde de pessoas que relataram que ajudaram um desconhecido em 2020. Segundo a CAF, 55% da população adulta do mundo ajudou um desconhecido no ano passado, o equivalente a mais de 3 bilhões de pessoas. Seis dos 10 países que mais se destacaram em relação a esta variável estão localizados na África.

 

Também cresceu o número de pessoas que doaram dinheiro em 2020, atingindo o maior patamar nos últimos cinco anos – 31% -, enquanto os níveis de voluntariado em 2020 permaneceram relativamente inalterados em nível global.

 

Neste ano, o Brasil ficou em 540 lugar no ranking, subindo 14 posições em relação aos dados de 2018 e 20 posições em relação a sua posição média nos últimos 10 anos.

 

Segundo Paula Fabiani, CEO do IDIS “A generosidade no mundo aumentou, em especial nas economias com pessoas em situação de maior vulnerabilidade. Este movimento de cuidar do próximo e realizar doações precisa continuar para enfrentarmos os efeitos perversos da pandemia e acelerar a melhoria do bem-estar de quem mais precisa”.

 

Para Neil Heslop, diretor executivo da CAF, o World Giving Index deste ano revela o potencial não aproveitado de apoio às organizações sociais como resultado do lockdown em todo o mundo, em especial nos países desenvolvidos.

 

Para ele, a generosidade sem dúvida salvou muitas vidas, mas para instituições sem fins lucrativos que dependem de eventos de arrecadação de fundos, de doações espontâneas em dinheiro ou de um exército de voluntários, o fechamento de economias teve um impacto profundo e será duradouro.

 

A CAF ainda destaca no relatório deste ano que ainda há um grande trabalho a ser feito para reconstruir sociedades devastadas pela perda de recursos para as organizações sociais.

DESTAQUES DA EDIÇÃO

  • Vários países subiram no índice e fizeram sua primeira aparição no top 10, incluindo Nigéria, Gana, Uganda e Kosovo – mas embora suas pontuações gerais de doações tenham aumentado um pouco, sua ascensão no Índice foi impulsionada também pelo declínio de outros países.

 

  • Comunidades em todo o mundo se mobilizaram para ajudar os cidadãos conforme a pandemia se instalou, resultando nos maiores números de ‘ajudou a um estranho’ desde que o índice foi lançado pela primeira vez em 2009.

 

  • Mais da metade (55%) dos adultos do mundo – ou 3 bilhões pessoas – relataram ajudar alguém que não conheciam em 2020. O Brasil atingiu seu recorde neste indicador, com 63% de brasileiros ajudando um estranho.

 

  • Da mesma forma, mais pessoas doaram dinheiro em 2020 do que nos últimos cinco anos (31%). O Brasil também teve o seu melhor percentual dos últimos 5 anos com 26% brasileiros doando para uma organização.

 

  • Os níveis de voluntariado em 2020 permaneceram praticamente inalterados em nível global, assim como no Brasil (15%).

 

  • O Japão ocupou o último lugar do WGI, como o país menos generoso do mundo.

 

  • No relatório especial do 10º aniversário do WGI, divulgado em 2019, os Estados Unidos da América foram o país mais generoso do mundo na década anterior e sete das 10 nações mais generosas estavam entre as mais ricas do mundo.

 

Acesse a pesquisa completa do World Giving index 2021 gratuitamente clicando aqui.

 

 

Legisladores, é hora de fomentar os fundos patrimoniais no Brasil!

Apesar de positiva e inovadora, a Lei dos Fundos Patrimoniais (nº 13.800/19) foi aprovada com vetos em relação a incentivos fiscais aos doadores de endowments (fundos patrimoniais) e não tratou dos aspectos tributários das organizações gestoras de fundos patrimoniais. O Projeto de Lei 158/2017, em tramitação na Comissão de Educação do Senado Federal, propõe mudar esse cenário.

A sua aprovação fomenta que fundos patrimoniais de instituições apoiadas, públicas ou privadas sem fins lucrativos, avancem na atração de recursos e na sustentabilidade financeira para realizar seus programas, projetos ou iniciativas em prol de causas de interesse público. O projeto propõe incentivos para todas as causas, ampliando o entendimento da atual legislação, que traz incentivos apenas para a área da cultura.

Harvard, Yale, Oxford e Cambridge, por exemplo, são apenas algumas universidades internacionais que possuem fundos patrimoniais já consolidados. Também conhecido como endowments, estas estruturas perpetuam grande quantidade de recursos para uma determinada causa, dado que somente os rendimentos são utilizados. Essa é uma estratégia de financiamento adotada por estas instituições para garantir recursos no longo prazo para pesquisa científica, bolsas de estudos, investimentos em inovação e outros.

No Brasil, Unicamp, Unesp e USP são algumas das instituições de ensino que também adotaram este modelo recentemente. O mesmo movimento é visto para beneficiar outros campos, como saúde ou direitos humanos, e também é uma alternativa para famílias de alta renda que desejam deixar um legado.

Como se sabe, os incentivos fiscais são importantes mecanismos para fomentar práticas e induzir comportamentos que possam gerar benefícios à coletividade, seja para a implementação de uma política pública, desenvolvimento de um setor ou de uma região. Estudos econômicos demonstram que a propensão a doar aumenta com os incentivos fiscais. Tendo em vista o contexto brasileiro envolvendo as doações às organizações da sociedade civil e a existência de uma cultura de doação ainda em desenvolvimento, deve-se priorizar a ampliação do uso de incentivos fiscais pelos doadores, como meio para o necessário financiamento de ações em prol da coletividade[1]. No PL 158/17, que está sendo avaliado pela Comissão de Educação do Senado Federal, prevê-se a ampliação do acesso a incentivos fiscais já presentes no ordenamento jurídico e subutilizados para fundos patrimoniais.

Estados Unidos, Inglaterra e Índia são países onde encontramos incentivos fiscais para doadores que contribuem com os endowments. Tal experiência internacional comprova que a existência de fundos patrimoniais aliado à concessão de incentivos fiscais aos doadores cria um ambiente fértil para o desenvolvimento destes fundos, além de estimular a cultura de doação dentro de um país. Não é à toa que no exterior existem endowments centenários e bilionários em sociedades que colhem frutos bem diferentes dos nossos, em especial nas áreas do ensino, da pesquisa e do desenvolvimento.

Esse estímulo é ainda mais necessário no contexto brasileiro. Segundo dados da Pesquisa Doação Brasil, houve redução no montante total das doações. Em 2015, o valor total doado por indivíduos foi de R$ 13,7 bilhões, o que correspondia a 0,23% do PIB. Esse percentual à época era três vezes maior no Reino Unido (0,73% do PIB) e sete vezes maior nos Estados Unidos (1,67% do PIB) segundo a pesquisa “Sustentabilidade econômica das Organizações da Sociedade Civil: Desafios do ambiente jurídico brasileiro atual”[2]. Em 2020, as doações feitas por brasileiros somaram R$ 10,3 bilhões, equivalentes a 0,14% do PIB brasileiro deste ano, aumentando ainda mais essa discrepância, evidenciando a necessidade de haver incentivos que estimulem a cultura de doação no Brasil.

Os fundos patrimoniais são regulados pela Lei nº 13.800/2019, que sofreu vetos nos dispositivos relacionados aos incentivos fiscais para os doadores. São instrumentos inovadores e promissores para atração de recursos privados de longo prazo, a serem destinados a inúmeras causas de interesse público, e para impactar positivamente a vida de milhares de pessoas. Após 4 anos tramitando no Senado, chegou a hora de aprovarmos o PL 158/17 e fomentar a cultura de doação do país.

 

Flavia Regina de Souza, sócia do Mattos Filho Advogados

Paula Fabiani, CEO do IDIS

Priscila Pasqualin, sócia do PLKC Advogados

[1] Amaro, Luciano da Silva. Direito Tributário brasileiro. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 43.

[2] PANNUZIO, Eduardo. Sustentabilidade Econômica das Organizações da Sociedade Civil: Desafios do ambiente jurídico brasileiro atual. São Paulo: GIFE: FGV Direito SP

Este artigo foi publicado originalmente por Migalhas 

Mais que doador, cidadão

Por Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Andréa Wolffenbüttel,  e consultora associada do IDIS

O exercício da democracia educa. Ainda que o processo seja lento e possa gerar erros graves, ele é inexorável. Após mais de trinta anos de regime democrático, os brasileiros já percebem que fazem parte dos problemas nacionais e, além disso, que são responsáveis também pela busca por soluções.

Os dados apresentados na Pesquisa Doação Brasil 2020, realizada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – não deixam dúvidas: 84% dos brasileiros acreditam que as pessoas comuns têm algum grau de responsabilidade pela solução dos problemas sociais e ambientais do país, enquanto há cinco anos, essa proporção era de 61%. O salto foi ainda maior quando se trata da responsabilidade das organizações da sociedade civil (OSCs). Em 2015, somente 27% dos brasileiros esperavam das OSCs soluções para os problemas socioambientais, em 2020, essa parcela cresceu para 86%.

Ver a si próprio e à sociedade civil organizada como capazes de transformar a realidade é uma das principais características definidoras de uma democracia. E apesar de todas as crises, ameaças e dificuldades, esse espírito está amadurecendo no coração do Brasil.

Outros resultados da pesquisa reforçam a conclusão. Setenta por cento da população diz entender o papel das organizações do Terceiro Setor na sociedade e 79% reconhece que elas dependem da colaboração de pessoas e empresas para funcionar. Como consequência, 83% acreditam que doar faz diferença. E o mais curioso é que 75% daqueles que não têm o hábito de doar também concordam. O que leva a crer que eles têm essa postura por outras razões, não por falta de fé no poder da doação para organizações sociais.

As motivações para doar apresentaram, também, um forte caráter de cidadania. Setenta e nove por cento doadores disseram que o fazem porque acreditam que todos devem participar da solução problemas dos sociais. Chama a atenção que, ao analisarmos o recorte por renda, constatamos que essa motivação é mais importante justamente para a faixa mais pobre dos doadores, aqueles que recebem até dois salários mínimos por mês. O mesmo padrão se repete quando a motivação é “porque sinto que posso fazer a diferença ao doar”.

Ao mesmo tempo, os números indicam que a capacidade de doação entre os mais vulneráveis caiu em quase um quarto entre 2015 e 2020. A longa crise econômica e social que o País atravessa transformou muitos doadores em dependentes de doação. Entretanto, durante esse período, as camadas de alta renda compreenderam que precisavam tomar alguma atitude e, no sentido inverso, passaram a doar mais do que faziam há cinco anos.

No último 30 de novembro celebramos o Dia de Doar, ou Giving Tuesday, como é chamado em vários países. É um movimento global para encorajar a generosidade e a solidariedade, e conectar pessoas com causas. E este movimento nunca teve tantos adeptos no setor privado e público no Brasil.

Estamos diante de um processo de tomada de consciência sobre o papel e o poder do cidadão na sociedade, que está acontecendo de forma abrangente, em todas as faixas de renda. Nos faz ter esperanças de que o fantasma do assistencialismo, esteja, por fim, sendo substituído pela força da compreensão de que todos, juntos, somos aptos a contribuir para a solução dos problemas.

Artigo também publicado pela Folha de São Paulo, acesse.  

Colaboração e comprometimento foram as temáticas de destaque no evento “O futuro da filantropia”, promovido pela revista Alliance

Ao longo de 2021, como parte das comemorações especiais do 25º aniversário da revista Alliance – publicação britânica especializada em filantropia – foram promovidos eventos regionais sobre “o futuro da filantropia”.

Durante a celebração, aconteceram painéis online com foco na África, Região Árabe, Ásia & Pacífico, Europa, América Latina e América do Norte. O encerramento das celebrações ocorreu em fevereiro de 2022, com uma conversa global com representantes de cada um dos seis eventos anteriores.

A convidada da América latina foi a CEO do IDIS, Paula Fabiani. Ao lado dela, Caroline McLaughlin da Asia Venture Philanthropy Network; Naila Farouky, CEO do Fórum de Fundações Árabes; Delphine Moralis, CEO do Philanthropy Europe Association; Dave Biemesderfer, Presidente e CEO do Fórum de Filantropia dos EUA; e Caesar Ngule, Diretor de Programas do Kenya Community Development Foundation.

 

E com tantos nomes importantes debatendo o assunto afinal, qual será, então, o futuro da filantropia?

Como era de se esperar, as prioridades e temáticas em cada região do mundo variam de acordo com o momento de cada povo. Entretanto, todos os representantes ressaltaram o poder e a necessidade de colaboração para que a filantropia e o impacto social positivo se fortaleçam. A crise iniciada por conta da pandemia da Covid-19 deixou bastante nítido o poder que a colaboração e comprometimento com causas possuem em momentos de crise. Além disso, mais pessoas passaram a olhar para as doações e ações filantrópicas de outra forma, valorizando o investimento social privado.

“Há uma tendência acelerada em direção à filantropia colaborativa na Ásia à medida que mais financiadores trabalham juntos para implantar fundos e resolver problemas sistêmicos”, destacou Caroline McLaughlin da Asia Venture Philanthropy Network. Dave Biemesderfer, também sobre essa temática, chamou atenção para outro ponto importante que é justamente verificar se todas as mudanças e comprometimentos assumidos durante a pandemia seguirão perenes daqui em diante nos países.

 

 

Questões tangenciais como saúde mental, educação e diversidade também foram destaque e, de acordo com os especialistas, tem ganhado atenção de filantropos ao redor do mundo. Naila Farouky ressaltou que tem se observado uma tendência de que os financiadores e filantropos sejam “mais intencionais em suas ações com o objetivo de criar um impacto mais efetivo”. Ponto também evidenciado por Paula Fabiani, que ainda pontuou que no Brasil tem acontecido um movimento de maior investimento em organizações da sociedade civil como forma mais efetiva de resolver problemas locais.

O evento completo pode ser acessado abaixo.

Além disso, caso você queira refletir ainda mais sobre o que a filantropia tem discutido para os próximos anos, acesse o artigo com as perspectivas da filantropia no Brasil publicado pelo IDIS, basta clicar aqui.

5 razões para as empresas continuarem doando

Dois anos após a chegada da pandemia da Covid-19 ao Brasil, sabemos que ela transformou para sempre nossa realidade e trouxe muito sofrimento, mas também provocou uma onda inédita de solidariedade e doações.

O Monitor das Doações, desenvolvido pela ABCR (Associação Brasileira dos Captadores de Recursos), registra R$ 7,1 bilhões em doações para o combate à pandemia, sendo que 85% desse montante foi aportado por empresas.

Contudo, os recursos não vieram de forma uniforme ao longo do tempo. No final de 2020, o totalizador já indicava R$ 6,5 bilhões. Ou seja, durante boa parte do ano de 2021, foram reportadas doações de apenas 10% do volume de 2020, mesmo com as condições da pandemia no Brasil voltando a piorar de forma drástica, o auxílio emergencial do governo federal reduzido a um quarto do valor inicial e muitas organizações reportando queda nas doações recebidas.

A cultura de doação iniciada em 2020 não pode ser passageira, afinal temos uma série de desafios pela frente. Por isso, indicamos cinco razões para que as empresas continuem doando agora e nos próximos anos, fazendo disso uma cultura.

1. Consumidores preferem empresas que doam e se posicionam sobre questões sociais

Um primeiro fato a se destacar é que os consumidores querem comprar de empresas engajadas e olham positivamente para empresas que doam para organizações sociais.

Sete em cada dez brasileiros (71%) afirmam que estariam mais inclinados a comprar um produto ou serviço de uma empresa que doa a causas sociais ou que apoia sua comunidade local.

As mulheres, em especial, são mais propensas a levar isso em consideração na hora da compra (77% contra 65% dos homens), segundo a Charities Aid Foundation e o IDIS divulgaram no Brazil Giving Report de 2020.

2. Suas futuras contratações também preferem empresas doadoras e engajadas

Segundo ponto: as pessoas querem trabalhar em empresas engajadas. Em tempos em que passamos por longos períodos de isolamento social e home office, é ainda mais importante fortalecer o vínculo entre a empresa e seus colaboradores. Mostrar preocupação com os problemas sociais do país e envolver os profissionais em iniciativas de doação podem ser excelentes formas de atrair e reter talentos.

O trabalho com propósito, principalmente diante de todo o cenário criado desde 2020, é uma demanda. Uma pesquisa global focada em trabalhadores, do IBM – Institute for Business Value, mostrou que quase a metade dos entrevistados (48%) aceitaria um salário mais baixo para trabalhar em empresas ambiental e socialmente responsáveis.

3. A população quer ser mais solidária e doar mais, mas não sabe como

Terceiro fator a ser levado em conta: a população quer ser mais solidária, mas não consegue colocar isso em prática. Como doar, para quem, onde?

Quase a totalidade dos brasileiros (96%) tem o desejo de ser mais solidária, mas pouco mais de um quarto (27%) concretiza essa vontade, especialmente porque não conhece formas e oportunidades.

As empresas, doando para organizações sociais, têm a chance de ajudar a canalizar essa imensa solidariedade e criar caminhos para que consumidores e colaboradores também possam doar. Comuniquem as doações realizadas. É preciso dar o exemplo a outras empresas e para indivíduos.

4. Parâmetros ESG

Em quarto lugar, destaco que cada vez mais as empresas são avaliadas de acordo com os parâmetros ESG (Environmental/Ambiental, Social e Governança). Doar reforça o S.

Inevitavelmente, o mercado brasileiro vai seguir a tendência de adotar critérios ESG para orientar os investidores. Fazer doações para projetos sociais e ambientais reafirma o posicionamento da empresa e também contribui para o seu desempenho.

Pesquisas indicam que empresas que doam e com melhores práticas em ESG colhem mais lucros no longo prazo, além do aumento de seu valor de mercado.

5. A democracia precisa da sociedade civil

E fecho reforçando que o livre mercado depende da democracia e a democracia depende de uma sociedade civil forte. As empresas quando doam e dão apoio às organizações da sociedade civil, podem ter um ambiente saudável para os negócios, pois elas defendem a democracia, a livre expressão e os direitos civis. Além disso, trabalham por uma sociedade mais forte e equilibrada, ou seja, uma estrutura melhor dentro da qual as empresas podem operar e prosperar.

Essas são apenas cinco de muitas razões pelas quais convocamos as empresas a readequarem definitivamente o padrão de investimento social que costumam praticar e assumir um compromisso com a solução dos crescentes problemas socioambientais que enfrentamos.

Subam a régua. Doem mais e melhor. Se não for pelo legítimo desejo de construir um Brasil mais justo e acolhedor para todos, que seja pela certeza de que todo Real doado voltará para a empresa na forma de admiração, valorização e resultados.

Saiba mais: cultura de doação

Este artigo foi publicado originalmente pela Folha de S. Paulo.

 

Brasil marca presença no Global Philanthropy Forum

Com o tema “Sistemas vitais, Comunidades saudáveis: encontrando o novo normal”, o Global Philanthropy Forum (GPF) reunirá filantropos, investidores sociais e executivos de organizações da sociedade civil entre os dias 19 e 21 outubro em evento virtual. O papel da filantropia em face das mudanças trazidas pela pandemia permeará toda a programação, trazendo aprendizados de ações ao longo deste período e boas práticas que podem ser replicadas ao redor do mundo.

O IDIS estará presente e também indicou outros representantes do Brasil para contribuir às conversas desta edição do GPF. A nossa CEO, Paula Fabiani, compartilhará a experiência do Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil. Em outra mesa, Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon, falará sobre a experiência do Fundo de Investimento Social Privado pelo Fim das Violências contra Mulheres e Meninas. Além disso,  Rodrigo Pipponzi, filantropo e fundador da Editora Mol, participará de um grupo de trabalho sobre a nova geração de filantropos.

Confira a agenda:

19 de outubro – 14h30 (horário no Brasil)

Filantropia – Quando a crise atinge: Fundos de Emergência e Repostas rápidas

_Bernadette Moffat, diretora exectiva da ELMA Philanthropies

_Maya Winkelstein, CEO da Open Road Alliance

_Patricia McIlreavy, Presidente e fundadora do Center for Disaster Philanthropy

_Paula Fabiani, CEO do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

 

Em meio a apelos à filantropia para enfrentar as crises da COVID-19 e a injustiça racial, mais filantropos consideraram a criação de fundos de emergência ou a alteração dos procedimentos de doações para movimentar o dinheiro mais rapidamente. Essas mudanças, incluindo concessões menos restritas e fundos de emergência alocados, se tornarão padrão? E em face de crises em que os financiadores devem ser ágeis em suas doações, como podemos garantir que o financiamento seja baseado em equidade e justiça para apoiar a todos?

 

19 de outubro – 14h30 (horário no Brasil)

A garantia da saúde das mulheres e o combate à violência de gênero

_Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon

_Joia Creer-Perry, fundadora e diretora da National Birth Equity Collaborative

_Esta Soler, presidente e fundadora Futures Without Violence

_Majandra Rodriguez-Acha, Frida Young Feminist Fund

_Purity Kagwiria, diretor da With and For Girls Fund and Collective, Purposeful

 

Da proteção e defesa dos direitos reprodutivos das mulheres ao fim da violência contra as mulheres – este grupo de trabalho abordará a importância dos direitos das mulheres no contexto da saúde global. Como podemos mobilizar a influência e a participação das mulheres por meio de ativismo político, legal e cívico para abordar o avanço das mulheres e proteger a autonomia corporal? Ouça as pessoas que trabalham para acabar com a violência contra mulheres e crianças em todo o mundo – como financiadores, ativistas, formuladores de políticas e líderes de saúde pública.

 

21 de outubro – 14h30 (horário no Brasil)

Aprendendo com a próxima geração de filantropos

_Danielle Oristian York, 21/64

_Rodrigo Pipponzi, Fundador da Editora Mol

 

Uma transferência de riqueza sem precedentes está criando toda uma nova geração de doadores que herdarão cerca de US $ 59 trilhões de dólares até 2061. Eles também devem alocar quase metade dessa quantia para causas beneficentes. À medida que os jovens com acesso à riqueza começam a ter mais poder de decisão sobre os recursos, eles podem revolucionar as doações e efetuar mudanças sociais de maneiras extraordinárias. Aproveite esta oportunidade para aprender diretamente com os doadores da próxima geração sobre o que orienta suas doações.

 

Confira a agenda completa e como se inscrever clicando aqui.

 

 

O GPF é um projeto do World Affairs Council, criado para construir uma comunidade de doadores e investidores sociais comprometidos com causas internacionais. Por meio de uma conferência anual, um seminário de verão, eventos especiais e teleconferências, o GPF conecta doadores a causas, a estratégias eficazes, a potenciais parceiros de cofinanciamento e a emblemáticos agentes de mudança de todo o mundo.

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social é parceiro do Global Philanthropy Forum. Anualmente, também o GPF apoia a realização do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, promovido pelo IDIS desde 2012.

Veja aqui o vídeo comemorativo de 10 anos da edição brasileira:

 

 

 

 

‘Como escolher uma causa’ é tema de live no Valor Econômico

O Valor Econômico em colaboração com o Valor Social, área de responsabilidade social da Globo, promoveu uma semana especial de lives que teve como temática principal ‘Cultura de Doação’. O evento propôs ampliar os debates sobre a importância e o tamanho do investimento social privado no Brasil, apresentar os melhores caminhos para doar, mostrar o que é feito no âmbito dos negócios e como estimular a cultura de doação.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Joana Mortari, diretora da Associação Acorde, protagonizaram a mesa “Como Escolher Sua Causa”, importante assunto quando se trata da construção de uma cultura de doação. A mesa foi mediada por Celia Rosemblum, Editora de Projetos Especiais do Valor.

Com o objetivo de mobilizar os brasileiros para a doação, o IDIS criou o ‘Descubra sua Causa’, um teste de 9 perguntas que ajuda a encontrar uma causa com a qual a pessoa melhor se identifica e depois mostra organizações com as quais pode contribuir, doando dinheiro ou tempo, por meio de trabalho voluntário.  A Pesquisa Doação Brasil, que tenta entender as barreiras para a cultura de doação no país, em sua edição de 2015 mostrou que 84% dos brasileiros não concordavam com a ideia de que o doador deve falar que faz doações e que, além disso, explica Paula, não havia uma clareza de qual causa mobilizava a ação. Isso mostrou a necessidade de se falar mais sobre o assunto, sobre diferentes causas e do endereçamento das doações. Foi nesse contexto que o teste surgiu e hoje traz opções de como e para onde contribuir de acordo com a causa identificada, direcionando os passos para aquele que deseja agir.

Veja a live na completa:

#Conhecimento: Cultura de Doação no Brasil

Descubra o que é cultura de doação e como você pode ajudar a fortalecê-la com atitudes simples, adequadas à sua realidade e às suas áreas de interesse.

Conheça os conteúdos exclusivos que selecionamos para você.

 

Publicações

Pesquisa Doação Brasil 2020

Site: www.idis.org.br/pesquisadoacaobrasil 

Vídeo do evento de lançamento:

Apresentação de dados selecionados:

 

Podcasts

 

Apoie a causa em que você acredita doando ou se tornando voluntário

Faça o teste em www.descubrasuacausa.net.br

Evento do BTG Pactual aborda filantropia e cultura de doação

O BTG Pactual promoveu na quinta-feira (12/08) o Give Back Day, evento que apresentou e reconheceu as seis ONGs participantes do BTG Soma, programa de aceleração de Organizações Não Governamentais e Organizações da Sociedade Civil com o objetivo de fomentar um ecossistema mais sustentável, independente e com melhor performance, contribuindo para uma transformação social. O programa contou com mais de 100 horas de workshop voltadas para o desenvolvimento das organizações.

Para celebrar a conclusão do projeto, foram convidadas para o Give Back Day grandes nomes do setor para falar sobre cultura de doação e filantropia. Entre eles, Paula Fabiani, Luiza Helena Trajano, Alcione Albanesi, Patrícia Lobaccaro, Sonia Hess e mais convidados.

Para falar sobre Estruturas de doação, Juliana de Paula, diretora de responsabilidade social do BTG Pactual convidou Paula Fabiani, CEO do IDIS e Patricia Lobaccaro, fundadora e CEO da Mobilize Global.

Juliana de Paula e Paula Fabiani no Give Back Day

Give Back Day – na foto: Juliana de Paula e Paula Fabiani

Dando início a conversa, Juliana de Paula lembra que o país subiu 14 posições no World Giving Index, o ranking realizado pela Charities Aid Foundation que mede o índice de solidariedade global. Atualmente o Brasil ocupa a 54º posição. Partindo desse dado, Juliana lembra o papel das empresas no desenvolvimento e aceleração da responsabilidade social e questiona de que modo esse movimento pode ser feito.

Para responder à pergunta, Paula citou o Monitor das Doações COVID-19 da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), que revelou mais de 700 mil doadores somando cerca de 6 bilhões de reais doados em resposta a pandemia de Covid-19, o que revela que há potenciais recursos, no entanto, a questão gira em torno de “como manter” esse movimento de contribuição das empresas.

“Temos no Brasil uma situação onde muitos institutos e fundações empresariais operavam projetos, mas percebemos que essa tendência começa a mudar. E que começamos a ter mais investidores sociais corporativos com a prática da doção de grantmaking. Apoiando as organizações que existem, que estão no território e que conhecem as necessidades do território podendo endereçar melhor os problemas sociais”, explica a CEO do IDIS.

Paula lembra que, na pandemia, quem primeiro reagiu foram as organizações da sociedade civil, que protagonizaram as ações com rapidez e agilidade e nesse sentido, as empresas podem funcionar como uma ponte importante através da doação, não apenas financeiramente, mas também firmando parceria, fornecendo colaboradores entre outras ações que podem transformar a empresa num importante agente da transformação social.

Paula Fabiani, CEO do IDIS

Give Back Day – na foto: Paula Fabiani, CEO do IDIS

Patricia Lobaccaro trouxe a visão que os Estados Unidos possuem sobre a filantropia de “give back” ou, em português, dar de volta. “Em termos de filantropia individual, filantropia é algo muito pessoal, não existe certo nem errado, existe aquilo que funciona para você”, comenta.

Confira o evento na íntegra:

Paula Fabiani faz parte do Comitê Social do BTG SOMA e participou na aceleração das organizações selecionadas nesse programa. Além disso, a equipe do IDIS atuou fornecendo apoio técnico às organizações com mentorias e capacitações sobre fundos patrimoniais, avaliação de impacto e captação de recursos.

Todos os presentes no evento foram testados e negativados para a Covid-19.

Solidariedade é tema de caderno especial da Folha

Na segunda-feira (19) o jornal Folha de S. Paulo publicou um caderno especial sobre Solidariedade. A temática abordada perpassa os temas da filantropia, da desigualdade, os efeitos da pandemia e a cultura de doação entre os brasileiros. A série com três artigos traz informações, dados e a opinião filantropos e membros do terceiro setor.

 

Folha Solidariedade

Brasileiro é solidário, mas ainda falta cultura de doação

No Ranking de Solidariedade, o Brasil ficou em 54º em uma colocação com 114 países. Este dado World Giving Index, ranking produzido pela Charities Aid Foundation (CAF), divulgado em 15 de junho, mostra uma melhora na posição do país na classificação, que subiu 20 posições desde o último ranking em 2019. No entanto, acredita-se que esta colocação se deu junto a onda de solidariedade ocasionada pela pandemia de Covid-19, revelando que a solidariedade entre os brasileiros é movida por situações emergenciais.

Nesta perspectiva, o primeiro artigo que compõe o caderno especial da Folha faz a seguinte provocação, a de que o “brasileiro é solidário, mas ainda falta a cultura de doação”.

Convidada para falar sobre o tema, Paula Fabiani, CEO do IDIS, acredita que esta situação se dá devido aos entraves culturais e burocráticos do país.

Segundo ela, “há aquilo de as pessoas não gostarem de falar que doam, e também falta um ambiente promotor de doação. Não há políticas públicas nesse sentido, e muitos não percebem a filantropia como uma forma de participação social”, afirma.

Para embasar seu argumento, Paula revela dados da 1ª edição Pesquisa Doação Brasil 2015. Segundo a pesquisa, dentre os doadores, a maior parte diz ajudar o combate à fome e à pobreza (aumento de 29% para 43%). A seguir, fica a ajuda a projetos ligados a crianças, cuja cifra recuou de 36% para 19%. Isso pode ser um reflexo da situação econômica do país, avalia. A segunda edição dessa pesquisa, referente a 2020, deve ser lançada ainda este ano pelo IDIS.

Para Roberta Faria do Instituto Mol, os brasileiros não enxergam o apoio ás ONGs como um ato de cidadania, o que reforça a ideia de que a cultura de doação entre os brasileiros está centrada na caridade, principalmente movida por princípios religiosos.

O que você precisa saber antes de fazer uma doação

Diante do cenário ocasionado pela crise pandêmica, o número de doações no país subiu. Mesmo diante deste aumento, ainda é necessário unir esforços para uma sociedade mais solidária. Nesse sentido, o questionamento “como saber se uma instituição é idônea ou não? ” norteia um outro artigo. Nesta publicação, a Folha reúne dicas e recomendações para se seguir na hora de fazer uma doação.

Primeiramente, é essencial verificar a existência da Instituição. As redes sociais, o site da fundação e o Mapa das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) são ferramentas importantes neste primeiro passo a ser tomado. “Se aquela instituição existe, ela está no mapa das OSCs, porque ele pega a base de dados do CNPJ”, diz a advogada Priscila Pasqualin, sócia responsável pela área de filantropia e investimento social do PLKC Advogados e conselheira fiscal do IDIS.

Em seguida, recomenda-se pedir à associação documentos que comprovem a aprovação por uma lei de incentivo, como ocorre em projetos voltados para a cultura, educação, saúde, entre outros.

Ademais, a observação de parceiros é um ponto relevante a ser levado em conta. Foi através de parcerias com empresas que a Gerando Falcões desenvolveu o modelo de gestão e transformou-se em uma rede de instituições. A avaliação de impacto realizada pelo IDIS para a Gerando Falcões é tida como exemplo nesta recomendação. Segundo o estudo, a cada R$ 1 investido nestes projetos, há retorno de R$ 3,50 em benefícios sociais. Hoje, o processo é ensinado na formação dos líderes sociais que integram o conjunto pelo qual a entidade, que nasceu em Poá (SP), expandiu sua atuação para 700 favelas em todo o país.

 

Não importa a razão, todas as formas de doação são importantes

Por fim, para falar de solidariedade, Elie Horn, Fundador do Movimento Bem Maior, trata da importância de se fazer o bem, algo que segundo ele, é a essência da solidariedade. Fazendo menção ao World Giving Index de 2019, em que o Brasil foi classificado em 74º em um ranking de 126 países, Elie chama atenção para a necessidade dos brasileiros de serem mais solidários, ainda que mediante a falta de incentivos no país. A importância está em praticar a solidariedade e divulgar seus efeitos, independentemente de quem seja, se pessoa física, empresa, sociedade civil ou governo.

“Em um país com o nível de desigualdade social que temos, é muito importante doar dinheiro. Mas tem gente que doa trabalho, doa tempo. E isso também vale muito, pois as necessidades no Brasil são imensas e diversas, e todo mundo tem alguma coisa que pode compartilhar, mesmo que seja conhecimento, força física ou amor” ressalta.

Este conteúdo reúne conhecimento, por meio da troca de saberes e traz diferentes olhares acerca da solidariedade de modo a reforçar a cultura de doação no país.

Confira na íntegra o material acessando o site da Folha.

Empresas e causas é tema do podcast ‘Aqui se Faz, Aqui se Doa’

O engajamento das empresas em causas é o assunto central do episódio especial com participação do IDIS no podcast ‘Aqui se Faz, Aqui se Doa’, realizado pelo Instituto Mol e Movimento Bem Maior. Para falar sobre o assunto, Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Roberta Faria, diretora do Instituto Mol, entrevistaram Marc Twil, jornalista e LinkedIn Top Voice.

Marc Twill podcadt

Para Marc, o envolvimento de marcas com causas “pode contribuir desde que seja legítimo”. Segundo ele, há menos tolerância contra iniciativas falsas e maior transparência e engajamento das empresa vem a partir de um despertar de consciência de funcionários.

Ainda que as marcas estejam engajadas em determinadas causas, Roberta Faria, diretora do Instituto Mol, questiona se a participação em causas “polêmicas”, como o trabalho infantil e de mudanças climáticas virão da pressão de consumidores e da população. Respondendo a pergunta, Marc Twil lembra do movimento “Black Lives Matter” nos EUA após a morte de George Floyd por um policial americano e a repercussão que o caso teve em outras causas. “Uma causa abre a porteira para outras várias causas”, acredita.

Ouça o episódio em sua plataforma preferida ou abaixo:

Ouça também o pocast da Luiza Trajano e Eduardo Gianetti.

WGI 2021 mostra as mudanças no mapa de doações no mundo

Pela primeira vez, 5 das principais economias ocidentais saíram do Top 10 dos países
mais generosos. Por outro lado, houve recorde no número de pessoas que ajudaram um desconhecido: mais de 3 bilhões de pessoas.

Acesse a pesquisa completa do World Giving index 2021 gratuitamente clicando aqui.

Para dados mais atualizados, acesse o World Giving Index 2022

Segundo o World Giving Index (WGI) o país mais generoso em 2021 é a Indonésia, com uma pontuação de 69, acima dos 59 na última vez em que um Índice anual foi publicado em 2018, quando também ficou em primeiro lugar. Mais de oito em cada 10 indonésios doaram dinheiro este ano e a taxa de voluntariado do país é mais de três vezes a média global. Em segundo lugar vieram o Quênia e em terceiro a Nigéria.

 

O Ranking Global de Solidariedade é uma iniciativa da organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. Conduzido desde 2009, já entrevistou mais de 1,6 milhão de pessoas e faz a cada uma delas três perguntas: você ajudou um estranho, doou dinheiro a uma organização social ou fez algum tipo de trabalho voluntário no mês passado? Nesta edição, foram incluídos os dados de 114 países, representando mais de 90% da população adulta global. Foram entrevistadas pessoas acima de 15 anos, nível de confiança da pesquisa é de 95%.

 

A pesquisa deste ano destaca o impacto do lockdown em países que por anos lideraram o ranking da generosidade:  Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Irlanda e Países Baixos tiveram todos uma queda significativa em suas pontuações. Apenas Austrália e Nova Zelândia, onde a pesquisa foi realizada nas semanas anteriores ao início da primeira onda da pandemia, mantiveram-se entre as 10 primeiras colocações.

 

Confira o gráfico dos países mais generosos do mundo. (Fonte: World Giving Index 2021)

 

Um ponto a se destacar em tempos de coronavírus, é o número recorde de pessoas que relataram que ajudaram um desconhecido em 2020. Segundo a CAF, 55% da população adulta do mundo ajudou um desconhecido no ano passado, o equivalente a mais de 3 bilhões de pessoas. Seis dos 10 países que mais se destacaram em relação a esta variável estão localizados na África.

 

Também cresceu o número de pessoas que doaram dinheiro em 2020, atingindo o maior patamar nos últimos cinco anos – 31% -, enquanto os níveis de voluntariado em 2020 permaneceram relativamente inalterados em nível global.

 

Neste ano, o Brasil ficou em 540 lugar no ranking, subindo 14 posições em relação aos dados de 2018 e 20 posições em relação a sua posição média nos últimos 10 anos.

 

Segundo Paula Fabiani, CEO do IDIS “A generosidade no mundo aumentou, em especial nas economias com pessoas em situação de maior vulnerabilidade. Este movimento de cuidar do próximo e realizar doações precisa continuar para enfrentarmos os efeitos perversos da pandemia e acelerar a melhoria do bem-estar de quem mais precisa”.

 

Para Neil Heslop, diretor executivo da CAF, o World Giving Index deste ano revela o potencial não aproveitado de apoio às organizações sociais como resultado do lockdown em todo o mundo, em especial nos países desenvolvidos.

 

Para ele, a generosidade sem dúvida salvou muitas vidas, mas para instituições sem fins lucrativos que dependem de eventos de arrecadação de fundos, de doações espontâneas em dinheiro ou de um exército de voluntários, o fechamento de economias teve um impacto profundo e será duradouro.

 

A CAF ainda destaca no relatório deste ano que ainda há um grande trabalho a ser feito para reconstruir sociedades devastadas pela perda de recursos para as organizações sociais.

DESTAQUES DA EDIÇÃO

  • Vários países subiram no índice e fizeram sua primeira aparição no top 10, incluindo Nigéria, Gana, Uganda e Kosovo – mas embora suas pontuações gerais de doações tenham aumentado um pouco, sua ascensão no Índice foi impulsionada também pelo declínio de outros países.

 

  • Comunidades em todo o mundo se mobilizaram para ajudar os cidadãos conforme a pandemia se instalou, resultando nos maiores números de ‘ajudou a um estranho’ desde que o índice foi lançado pela primeira vez em 2009.

 

  • Mais da metade (55%) dos adultos do mundo – ou 3 bilhões pessoas – relataram ajudar alguém que não conheciam em 2020. O Brasil atingiu seu recorde neste indicador, com 63% de brasileiros ajudando um estranho.

 

  • Da mesma forma, mais pessoas doaram dinheiro em 2020 do que nos últimos cinco anos (31%). O Brasil também teve o seu melhor percentual dos últimos 5 anos com 26% brasileiros doando para uma organização.

 

  • Os níveis de voluntariado em 2020 permaneceram praticamente inalterados em nível global, assim como no Brasil (15%).

 

  • O Japão ocupou o último lugar do WGI, como o país menos generoso do mundo.

 

  • No relatório especial do 10º aniversário do WGI, divulgado em 2019, os Estados Unidos da América foram o país mais generoso do mundo na década anterior e sete das 10 nações mais generosas estavam entre as mais ricas do mundo.

 

Acesse a pesquisa completa do World Giving index 2021 gratuitamente clicando aqui.

 

 

Luiza Trajano é a convidada do podcast “Aqui Se faz Aqui se Doa”

Em mais uma participação do IDIS no podcast sobre cultura de doação “Aqui se Faz, Aqui se Doa”, Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Roberta Faria, diretora do Instituto Mol, conversam com Luiza Trajano, Presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza.

Em 2020 a pandemia gerou uma grande onda de generosidade, mobilizando empresas e indivíduos em campanhas de doações de combate à pandemia. Luiza Trajano esteve envolvida em ações contra a pandemia, como o movimento Unidos pela Vacina, e também participa do Grupo Mulheres do Brasil, movimento de empresárias que hoje reúne mais de 85 mil mulheres no pelo mundo inteiro.

“Acredito que a epidemia e essa tristeza profunda abriu essa fresta: o mundo, e os milionários do mundo, a maioria deles estão ensinando que não adianta acumular uma fortuna muito grande se tiver um país pobre. A desigualdade social bate em todo mundo”, comenta Luiza sobre o engajamento de líderes empresariais e suas empresas na pandemia.

Além disso, ela também abordou o programa de trainee só para negros do Magalu e também o papel do 3º setor na sociedade.

Essa participação especial nos mostra como a mobilização das empresas e da sociedade civil organizada podem fazer mudanças no país.

Ouça através do Spotify logo abaixo ou pelo site.


Veja também: IDIS convida Eduardo Giannetti para podcast em parceria com Instituto Mol

 

 

Doador brasileiro é mais empático

Sondagem com grupos focais feita pelo IDIS mostra que ‘empatia’ é a palavra mais mencionada pelas pessoas para falar sobre doação

 

O conceito de empatia está mais presente no cotidiano das pessoas. Enquanto em 2015, a palavra mais mencionada para falar sobre doação era ‘solidariedade’, agora a ‘empatia’ ocupou esse lugar. Podemos considerar que a empatia é um sentimento mais profundo do que a solidariedade, rumo ao amadurecimento da Cultura de Doação. Os achados fazem parte de um projeto do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social de produção de conhecimento sobre o tema.

A solidariedade soa mais como uma construção social, baseada em princípios morais, que visa o bem comum e gera compreensão, colaboração e participação. Já a empatia representa a capacidade psicológica de se colocar no lugar do outro. É uma resposta afetiva, baseada em um propósito interno e genuíno, que gera envolvimento, fusão e conexão.

Essa evolução de um sentimento em relação ao outro pode ser fruto da vivência durante a pandemia, na qual ‘todos estavam na mesma tempestade, mas não no mesmo barco’. Alguns estavam mais bem equipados para enfrentar uma ameaça que paira sobre todos.

 

Novas causas despertam interesse

Outra mudança em relação a 2015 são as causas mais populares. A Proteção aos Animais agora consta no grupo das prediletas, junto com Crianças e Idosos. Em um segundo grupo, estão Saúde, Calamidades, Dependência Química e Moradores de Rua, lembrando que essas duas últimas causas podem ter sido mais citadas porque os entrevistados são moradores da cidade de São Paulo. Em um terceiro grupo, em termos de preferência, aparecem Educação, Esportes e Meio Ambiente.

 

Ser doador é pop

Nos grupos focais, foram considerados ‘doadores’ pessoas que fazem doações financeiras para organizações da sociedade civil. Nesta sondagem, eles foram ouvidos em momentos diferentes de ‘não doadores’.

Um achado interessante da sondagem é que não doadores rejeitam esse rótulo. Argumentam que doam bens, esmola, ajudam amigos em vaquinhas, etc. Todos querem ser vistos como doadores porque o perfil clássico do não doador tem atributos como ruindade, insensibilidade, egoísmo e ganância. O ‘não doador’ passou a ter uma imagem desconfortável na sociedade atual.

Não doadores apoiam-se nesta narrativa como um mecanismo de defesa: não se percebem  e não querem ser percebidos como pessoas ‘ruins’. Eles explicam que só não fazem doações em dinheiro para organizações sociais por desconfiança, falta de dinheiro, experiências negativas ao doar, falta de hábito, falta de merecimento de quem recebe e até mesmo por comodismo.

A sondagem qualitativa é uma etapa preparatória para a aplicação do questionário aos entrevistados da Pesquisa Doação Brasil 2020.

A pesquisa qualitativa foi realizada pela Ipsos a pedido do IDIS por meio de oito grupos de discussão online, com duas horas cada, reunindo homens e mulheres, com idade entre 25 e 60 anos, das classes socioeconômicas A, B e C, e divididos entre doadores e não doadores.

Para efeito desta sondagem, foram considerados doadores apenas aqueles que fazem doações financeiras para organizações da sociedade civil. Os encontros foram realizados entre os dias 18 e 21 de janeiro de 2020 e todos os participantes são moradores da cidade de São Paulo.

 

PESQUISA DOAÇÃO BRASIL

 

Realização

IDIS

Apoio

Fundação Itaú Social | Instituto Unibanco | Santander

Fundação José Luiz Egydio Setúbal

BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento| Fundação Tide Setúbal |Instituto ACP | Instituto Galo da Manhã | Luis Stuhlberger

Parceiros

Instituto MOL | Mercado Livre

 

Faça download completo da Pesquisa Doação Brasil:

Workshop IDIS e PYXERA | Como engajar seus colaboradores em ações solidárias?

‘Solidariedade’ e ‘doação’ foram palavras muito citadas nos momentos do auge da pandemia de Covid-19, pois foram esses dois conceitos, somados às diversas iniciativas do Terceiro Setor, que garantiram a sobrevivência de milhares de pessoas, vítimas, diretas ou não, do Coronavírus.

Mas, na medida em que o sentimento de emergência arrefeceu, essas expressões começaram a minguar junto com o número de casos. Sabemos que sem uma boa dose de impulso, a tendência é que tudo volte ao que era antes, e que a ‘solidariedade’ e a ‘doação’ fiquem, cada vez mais, anestesiadas.

Portanto, estamos em um instante propício, senão necessário, para que as empresas usem a influência que têm sobre seus colaboradores para prolongar, ou talvez até perenizar, o hábito da doação.

Na segunda semana de novembro, o IDIS e a PYXERA Global promoveram um workshop sobre iniciativas solidárias envolvendo colaboradores, reunindo uma audiência online de cerca de 60 representantes de empresas e interessados no assunto. Confira a apresentação completa:

Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, falou sobre Cultura de Doação e o papel das empresas, trazendo dados sobre hábitos de doação individual, investimento social privado e mostrando a potência de quando esses dois universos se encontram no desenvolvimento de ações solidárias com colaboradores.

Fernanda Scur, Partnership Strategist for Collective Impact da PYXERA Global, destacou sobre como é possível quebrar silos e engajar colaboradores em ações de impacto. A representante reforçou: “as empresas podem contribuir para o bem da sociedade ao mesmo tempo que atendem objetivos de negócio, gerando impacto triplo com foco nos colaboradores, nos negócios e na comunidade”.

Histórias que inspiram

O workshop também contou com a participação de Carlos Pignatari, head de Impacto Social da Cervejaria Ambev, Liliane Moura, supervisora de Projetos Sociais do Instituto 3M, e Tomás Carmona, superintendente de Sustentabilidade da SulAmérica, que compartilharam suas experiências no evento.

O workshop foi acompanhado pela artista gráfica Mila Santoro, da Regência Criativa, que registrou todas conversas. Os aprendizados foram sistematizados em uma publicação, que inclui um passo-a-passo para orientar os interessados em engajar o público interno em atividades de solidariedade, mas que não sabem exatamente por onde começar.

Conheça a publicação | “Como engajar seus colaboradores em ações solidárias” 

 

Engajando colaboradores em ações solidárias

Engajar os colaboradores em ações solidárias é uma iniciativa que traz benefícios para muitos. Os resultados possíveis dessa união são diversos, indo além do impacto social gerado. Melhoria do clima organizacional, aumento do sentimento de pertencimento, oportunidade de desenvolvimento de competências, fortalecimento de laços entre colaboradores, aprofundamento do relacionamento com a comunidade da empresa, contribuição à estratégia de impacto e investimento social privado da empresa, contribuição à atração talentos e contribuição à reputação da marca junto a clientes são alguns dos benefícios de ações solidárias envolvendo os colaboradores. Tudo isso sem mencionar a melhora da imagem junto aos clientes. E as pesquisas mostram que consumidores esperam, cada vez mais, que as empresas desempenhem um papel social relevante. O consumidor demanda ações concretas da iniciativa privada, recompensando as marcas que admira e punindo aquelas que não correspondem às expectativas.

O workshop também inspirou a publicação de um artigo, disponível aqui.

Dicas para engajar colaboradores em ações solidárias e de impacto

O brasileiro é solidário. Doar dinheiro, fazer um trabalho voluntário ou simplesmente ajudar um desconhecido são atitudes que fazem parte de nosso dia a dia . A pandemia que estamos vivendo em 2020 nos mostrou, mais do que nunca, a relevância desse tipo de ação e como precisam ser ampliadas ainda mais.

A experiência do IDIS e da PYXERA Global indica que o setor privado tem um papel fundamental no estímulo e facilitação dessas ações de solidariedade junto a colaboradores, que podem ser realizadas por meio de programas de engajamento desenhados estrategicamente. Essas iniciativas podem ir muito além do engajamento, criando alinhamento interno entre as estratégias de impacto e de negócio, já que as empresas têm também um papel social relevante.

Quando unimos o investimento social empresarial com os anseios individuais, encontramos um campo fértil para ações solidárias de empresas junto ao seu público interno, porque pessoas são movidas por propósitos. Os resultados possíveis dessa união são muitos, indo além do impacto social gerado. Melhoria do clima organizacional, aumento do sentimento de pertencimento, oportunidade de desenvolvimento de competências, fortalecimento de laços entre colaboradores, aprofundamento do relacionamento com a comunidade da empresa, contribuição à estratégia de impacto e investimento social privado da empresa, contribuição à atração talentos e contribuição à reputação da marca junto a clientes são alguns dos benefícios de ações solidárias envolvendo os colaboradores.

As pesquisas mostram que consumidores esperam, cada vez mais, que as empresas desempenhem seu papel social, demandando ações concretas, recompensando as marcas que admiram e punindo aquelas que não correspondem às expectativas . Ou seja, estamos falando do impacto triplo das ações de engajamento: Impacto nos Colaboradores, Impacto no Negócio, e Impacto na Comunidade.

Neste artigo, trazemos recomendações àqueles que desejam estruturar programas, integrando impacto social e engajamento, com dicas que podem ser seguidas por empresas de todos os portes e segmentos de atuação, organizadas em quatro estágios: diagnóstico; ideação e planejamento; execução; e amplificação e aprendizado.

DIAGNÓSTICO

1. Escolha um foco de atuação e descubra sua causa

Os desafios socioambientais no Brasil são inúmeros e complexos. Como decidir, então, qual será o foco de sua atuação? Em geral, é mais proveitoso investir tempo e recursos em um único foco de atuação do que distribuir para vários projetos de diferentes causas, pois o impacto gerado tende a ser maior.

A escolha da causa deve vir de dentro para fora. A causa deve ser coerente com as práticas organizacionais da empresa e com os interesses do público interno. Quanto mais o investimento social privado (ISP) for uma extensão do comportamento gerencial e uma extensão dos negócios, dos valores e dos princípios da empresa, melhor. Para conhecer os desejos dos colaboradores, faça uma pesquisa. Um jeito legal e divertido de fazer este mapeamento é aplicar o teste Descubra sua Causa. E se houver recursos, estender esse mapeamento a fornecedores e clientes permitirá entender ainda com mais detalhes os interesses daqueles que fazem parte de seu ecossistema.
Engajar os colaboradores em ações solidárias pode contribuir para o clima organizacional, para o envolvimento dos colaboradores com a empresa e até para o desenvolvimento de competências. Se estes são objetivos, vale a pena fazer uma pesquisa para definir uma linha de base.

 

2. Conheça o ecossistema e as necessidades da comunidade

Certo, você já sabe a causa que irá defender, mas antes de começar a agir, é preciso conhecer a fundo o problema que pretende atacar.
Faça uma análise detalhada das necessidades de investimento no foco de atuação escolhido. Identifique as principais demandas sociais relacionadas à causa e avalie como pode contribuir. Não deixe de mapear também quais são os recursos e as pessoas que já contribuem com a causa escolhida e o que pensa a comunidade do entorno.

O bom conhecimento do contexto social levará à construção de uma visão de futuro mais madura e à escolha de um foco de atuação de relevância para o desenvolvimento da comunidade em que a empresa está inserida.
Empresas concorrentes também devem ser foco de atenção. Conheça o que elas estão fazendo e avalie se gostaria de apostar em uma diferenciação ou se há possibilidade para uma atuação conjunta, potencializando o impacto positivo para a causa.

Por fim, conhecer as políticas públicas voltadas para o desenvolvimento socioambiental também é importante nesse processo. É fundamental verificar se as políticas são boas, mas não estão sendo implantadas, e se existem políticas locais nas regiões em que a
empresa está presente. A partir disso, é possível avaliar se seu o foco pode funcionar como catalisador ou facilitador da implementação dessas políticas, permitindo que certos grupos populacionais se beneficiem do que já existe.

Esse mapeamento permitirá delimitar o foco de atuação da empresa em relação à causa e o delimitar o foco geográfico, avaliando se o investimento será em uma comunidade específica ou em uma cidade, região ou país.

3. Engaje as lideranças

As informações já foram coletadas. É preciso organizá-las e discuti-las com as lideranças da empresa, para que se tome uma decisão de política corporativa em relação ao ISP e sobre como colaboradores podem ser envolvidos. Os objetivos e práticas devem estar alinhados com as políticas de sustentabilidade e responsabilidade social da empresa e o mapeamento interno e externo permitirão uma tomada de decisão consciente e coerente com o negócio, não apenas baseada na intuição ou na opinião pessoal de alguma dessas lideranças.

Nesse âmbito será possível definir também as questões de governança do projeto. Quem será responsável pela implementação? Que outras áreas devem ser envolvidas e de onde virá o orçamento?

 

IDEAÇÃO E PLANEJAMENTO

4. Planeje sua intervenção

Qual o público beneficiário e quais os influenciadores? Qual será a estratégia para implementá-la e quais os resultados que se espera alcançar para a causa e para a empresa?

A área responsável por conduzir o projeto deverá responder a essas perguntas, desenhando com detalhes a iniciativa. Deve considerar o orçamento disponível, assim como a infraestrutura e recursos humanos da própria empresa que podem ser aproveitados em prol da causa.

O processo de desenho do programa e planejamento de impacto inclui compartilhar sua visão com a equipe, tomar decisões sobre os principais aspectos do programa e desenvolver estratégia de programa e materiais básicos.

Aqui também será definida a forma como o público interno poderá participar. Ele contribuirá com dinheiro, bens ou tempo? Haverá algum tipo de ‘matching’ da empresa? Em caso de voluntariado, os profissionais serão estimulados a usar conhecimentos técnicos ou gerais? Poderão atuar durante o período de trabalho ou farão as atividades em seu tempo livre?

Exemplos de ações de engajamento:

      • Programas de voluntariado profissional (pro bono)
      • Programas de mentorias
      • Mutirão ou programa contínuo
      • Estímulo a doações com potencial matching
      • Payroll giving, quando a doação é descontada diretamente da folha de pagamento

 

5. Defina indicadores de impacto

A estrutura de mensuração de impacto deve ser definida nesta fase. Para acompanhar os resultados do investimento social e de seu programa de engajamento de colaboradores, defina os indicadores que irão refletir sua efetividade e monitore o projeto desde o início, verificando se os resultados parciais estão indicando a direção certa.

EXECUÇÃO

6. Comunique e mobilize

Trace um plano de comunicação para disseminar a iniciativa entre todos os públicos da empresa – sejam internos ou externos.

Para conscientizar e mobilizar o público interno, uma estratégia interessante é criar um comitê com representantes de diferentes áreas da organização. Você pode também definir ‘sponsors’ de projeto, pessoas com algum nível de influência dentro da empresa que se disponham a fazer esse papel de divulgação. Costuma ser eficiente utilizar os canais de comunicação usuais da empresa, mantendo o fluxo de comunicação constante sobre o programa, em seus diferentes estágios (ex. período de inscrição; divulgação de projetos selecionados; divulgação do andamento; divulgação dos resultados).

 

7. Implemente a ação

Agora é a hora de botar a mão na massa! Itens a serem executados nessa fase, vão desde a seleção de participantes, desenvolvimento dos projetos em si (seleção de organizações de sociedade civil, apoio aos participantes do programa durante o processo, ações de preparação e reflexão, etc.)

Não deixe de estabelecer maneiras de reconhecer o trabalho voluntário dos participantes do programa. Seja criativo. Os participantes podem receber, por exemplo, camisetas ou sinalizadores de mesa que permitam ser identificados pelos colegas. É recomendável também planejar homenagens em eventos especiais, materiais institucionais, certificados, além de divulgar as atividades, conquistas e resultados em murais internos ou na intranet da empresa. Um bom programa necessita de seus HERÓIS!

 

8. Monitore e avalie

A partir da estratégia de mensuração definida na fase de diagnóstico, é possível identificar o marco zero, isto é, a situação inicial antes da intervenção. É preciso avaliar o benefício social resultante do investimento em termos qualitativos e quantitativos. Acompanhe também, por exemplo, número de colaboradores envolvidos, horas de trabalho dedicadas ou volume doado, atividades realizadas, número de pessoas beneficiadas, recursos arrecadados e doados.

 

9. Compartilhe os resultados

Contar as conquistas de um programa, além de ser muito prazeroso, é uma boa prática de transparência e contribui para fortalecer a confiança em ações de impacto.

Lideranças, todos os colaboradores da empresa, profissionais que se engajaram diretamente e organizações impactadas pela ação, acionistas, consumidores, o poder público, a comunidade são alguns dos públicos que podem ter interesse em conhecer o que foi alcançado por meio de sua intervenção. Planeje a comunicação considerando cada um de seus públicos de interesse e fazendo as adaptações necessárias para cada um deles. Essa fase é fundamental para criar uma cultura dentro da empresa sobre o impacto positivo de tais programas e qualificar o processo de tomada de decisão.

Por último: Ouça todos que participaram do processo e prepare-se para o próximo ciclo a partir de lições aprendidas!

 

Baixe a publicação completa aqui.

Artigo escrito por Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, e Fernanda Scur, Partnership Strategist for Collective Impact da PYXERA Global, Latin America

Cultura de doação começa na infância! Saiba o que nossas crianças querem transformar no mundo.

Fortalecer a cultura de doação no Brasil tem sido um dos focos prioritários de atuação do IDIS. É algo que deve ser estimulado desde a infância e saber o que pensam nossas crianças é um importante passo. Por isso, apoiamos a pesquisa realizada pelo Dia de Doar Kids em parceria com o Jornal Joca. A pergunta foi simples: quais as 3 coisas que você quer mudar no mundo? Os resultados foram revelados neste outubro, mês das crianças.

Participaram do projeto 450 crianças, de todo o Brasil, ainda que prioritariamente da região Sudeste (75,4%). A coleta das respostas foi online e houve consentimento dos responsáveis. As questões levantadas por eles foram diversas e bastante pulverizadas, e ocuparam o topo do ranking nacional ‘Acabar com a violência’ (7,3%), ‘Mais saúde para todos’ (6,8%) e ‘Melhorar a educação e o direito de estudar’ (6,8%). Em geral, foi identificada uma consciência social muito grande entre os jovens entrevistados, mesmo entre crianças de idade bastante reduzida (5 a 10 anos, 48% da amostra). O relatório destaca que os resultados reforçam uma potente sensibilidade dessa geração mais jovem ao que é da ordem do comum, do coletivo.

O recorte regional da pesquisa mostra diferenças quanto à percepção das crianças. No Sul do Brasil, o maior registro foi relacionado à poluição (8,9%). No Sudeste, Educação ocupou o primeiro lugar (7,5%). O ponto de atenção na região Nordeste foi a violência (11,4%), com o maior gap em relação ao segundo lugar. ‘Acabar com a fome’ foi o destaque no Centro-Oeste, citado por 10% dos respondentes. No Norte, houve um empate entre 4 causas, todas elas com 9,3% – ‘Acabar com a violência’, ‘Acabar com o racismo’, ‘Mais respeito aos direitos dos animais’ e ‘Menos poluição’.

Os achados serão a base para a criação de materiais para escolas e professores e para a realização de iniciativas para crianças e jovens.

Conheça aqui a pesquisa completa.

Descubra Sua Causa

Em 2018 o IDIS lançou o ‘Descubra Sua Causa’, um projeto com o objetivo de fortalecer a cultura de doação junto ao público jovem, de 18 a 24 anos. Por meio de um quiz, com perguntas relacionados a questões do dia a dia e ao universo cultural dos jovens, os respondentes são apresentados a um resultado que revela as causas que são mais importantes para si e mostra oportunidades de ação. Se a causa é educação, por exemplo, há uma indicações de ONGs às quais ele pode fazer uma doação ou um trabalho voluntário e também uma série de matérias se quiser se informar mais.

Convidados IDIS tem desconto exclusivo no Festival ABCR 2020

O Festival ABCR (FABCR) chega à 12ª edição com conteúdo 100% online. O tema deste ano, ‘Ousar para Avançar’, incluirá assuntos relevantes para o setor e terá uma série de sessões bastante conectadas ao momento atual, como o tamanho da generosidade dos brasileiros e o recorde histórico das doações no país, exemplos de ações motivadas pela pandemia da Covid-19, lives solidárias, combate à lavagem de dinheiro, entre outras.

O evento será realizado nos dias 29 e 30 de junho e os convidados do IDIS tem direito a um desconto de 10% com o código fabcr20_inst_idis10. Para usá-lo, basta incluir no momento em que realizar a inscrição no site.

Pela primeira vez, o Festival será realizado no formato digital, com o uso de um aplicativo focado na interação dos participantes e dedicado às ações antes, durante e pós-evento, permitindo ampliação do alcance do encontro. No total, serão mais de 120 horas de conteúdo. A edição 2020 contempla 7 plenárias, 90 sessões paralelas, 3 masterclasses, 15 sessões de Pré-Festival, mais de 100 palestrantes nacionais e internacionais, além de 10 Eixos Temáticos, Eixo Escola Aberta do Terceiro Setor, Sessões exclusivas Parceiros ABCR, 10 “coronacases” de captação, entre outros destaques.

O FABCR tem o objetivo de debater e trocar conhecimento sobre como mobilizar mais recursos para as organizações da sociedade civil e as causas e o IDIS é um dos parceiros da iniciativa. “Um de nossos focos de atuação é a produção de conhecimento e a contribuição para o avanço de nosso setor. O Festival tem se firmado como um evento que contribui para a sustentabilidade de nosso campo e ficamos muito felizes em participar como parceiros.” comenta Andrea Wolffenbuttel, Diretora da Comunicação do IDIS. O Instituto participará de 2 sessões no evento. Em uma, ‘Fundo Emergencial para a Saúde: desafios e sucessos’, compartilhará os aprendizados durante a pandemia. A outra, conduzida por Jeremy Dron, terá como foco a ‘Lei Geral de Proteção de Dados: a implementação em organizações da sociedade civil’.

Conheça a agenda completa: www.www.festivalabcr.org.br

Inscrição para convidados IDIS: https://www.sympla.com.br/festival-abcr-2020—online__697608?d=fabcr20_inst_idis10 

 

Sobre o Festival ABCR

Com expectativa de reunir 800 participantes, o Festival ABCR 2020, maior conferência de captação de recursos da América Latina e uma das principais no mundo, será realizado nos dias 28, 29 e 30 de junho, em São Paulo. Iniciativa da ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos, o evento conta com organização da Sator e tem o objetivo de debater e trocar conhecimento sobre como mobilizar mais recursos para as organizações da sociedade civil e as causas. o objetivo de debater e trocar conhecimento sobre como mobilizar mais recursos para as organizações da sociedade civil e as causas.

 

Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil mobiliza mais de 4 mil doadores e arrecada R$ 5 milhões em um mês

 

Ação criada pelo IDIS, Movimento Bem Maior e BSocial permite que as pessoas contribuam para reforçar e melhorar a rede SUS (Sistema Único de Saúde) 

 

>> Doe aqui: www.abraceasaude.com.br

 

O valor arrecadado pelo Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil é revertido em materiais como respiradores, testes rápidos do coronavírus, máscaras, luvas, equipamentos hospitalares para UTI entre outros itens de necessidade das instituições. Os beneficiados atuais são Fiocruz, Santa Casa de São Paulo, Comunitas, Hospital Santa Marcelina e Hospital São Paulo.

“Este é um movimento que engaja além de empresas e grandes filantropos, a sociedade como um todo. É uma união inédita em torno da saúde pública”, explica a presidente do IDIS, Paula Fabiani.

Hoje, o Fundo conta com mais 4 mil doadores, que vão desde pessoas físicas a empresas de todos os tamanhos e áreas de atuação, organizações e plataformas até os grandes doadores. As pessoas físicas doam, em média R$ 328,00, valor bem acima do praticado historicamente, o que demonstra o nível de engajamento da população. A doação mínima é de R$ 20, que corresponde a um teste rápido produzido pela Fiocruz.

Empresas dão exemplo de solidariedade

A cada dia novas empresas se engajam com o Fundo, adotando diferentes modalidades. Os bancos ABC Brasil e Pactual estão promovendo ações de matchfunding com seus colaboradores, quando cada valor doado é complementado com uma doação da instituição. O Machado Meyer Advogados também optou por uma campanha junto aos funcionários. A Softtek,  além de engajar funcionários, está fazendo um chamamento a parceiros e clientes, com envolvimento direto do Country Manager da companhia. A Privalia, estimula a doação em seu e-commerce, e outras empresas, como a Carla Amorim, Fogo de Chão, Mixed e  Schrammek Kosmetik destinam parte da receita das vendas de seus produtos.

A força da sociedade civil

Apesar de serem de menor valor e mais pulverizadas, as doações das pessoas comuns respondem por 25% do valor captado, ultrapassando a marca de R$ 1 milhão, prova do poder de transformação da sociedade civil.

Um exemplo dessa força, vem dos jovens. Para envolver universitários no combate à pandemia, a estudante da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carolina Passos Dias Levy, criou a “Universitários contra o Corona”, uma ação englobando as 21 organizações que fazem parte da Liga das entidades da FGV e que está sendo ampliada para outras universidades. Além de informar o público, a iniciativa também estimula doações ao Fundo e conta com uma área exclusiva na plataforma BSocial para acompanhar os resultados.

A pandemia de Covid-19 fez o mundo parar. Tal parada vem acompanhada de um outro olhar social, mais ligado ao propósito e à ajuda ao próximo. Pensando justamente nisso, o Grupo Dadivar e a agência SUBA se uniram para criar o AoVivoPelaVida, um festival online, com artistas e personalidades, que acontecerá entre os dias 24 e 26 de abril, e que arrecadará doações para ajudar e fortalecer o sistema de saúde brasileiro, através do Fundo, e alimentos para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade por meio da Ação da Cidadania.

Um abraço no Insta

Para incentivar ainda mais doações a partir de uma perspectiva otimista e mobilizar mais a sociedade civil, o Fundo lançou a campanha Abrace a Saúde. No Instagram, quem já doou para o Fundo compartilham fotos de abraços, traduzindo-se em uma homenagem aos profissionais da saúde e em um chamado a quem ainda não se engajou.

“É gratificante vermos, em tão pouco tempo, tantas pessoas e empresas mobilizadas em doar pensando no próximo. Bom ver como tantos estão sendo protagonistas, engajados em participar para juntos diminuirmos os efeitos da pandemia. É muito bom ver a nossa ferramenta a serviço dessa ação nesse momento, a plataforma funcionando para o bem de todos”. Maria Eugênia Duva Gullo, cofundadora da plataforma  de doação BSocial.

 

 

Famílias filantropas

As grandes famílias de filantropos também estão nesse grupo de doadores. Muitas sempre doaram e ampliam essa atuação, estimuladas, em muitos casos, pelas novas gerações. Nomes como da Família Nobre, Olímpio Matarazzo, Setúbal, Eugênio Mattar, Safra, entre outros, estão fazendo doações importantes pela causa.

Para Carola Matarazzo, Presidente do Movimento Bem Maior, cujo desafio é fomentar o investimento social privado e de fortalecer a cultura de colaboração no país, “vivemos um momento bastante desafiador em todos os sentidos.  É um momento histórico, onde  temos a oportunidade de ressignificarmos o valor das relações e do dinheiro,  e  refletirmos  sobre o que fizemos até aqui a nível coletivo e individual,  e sobre o que estamos construindo para o nosso futuro, e assim entender que, para além  de uma pandemia, o que temos é um inimigo em comum : o abismo social, a desigualdade.”

 

Entre os apoiadores do Fundo estão Editora Mol, Harvard Alumni Club of Brazil, Instituto Apontar, Instituto Akatu, Instituto Vladimir Herzog, SindusCon-SP, Secovi-SP, Tozzini Freire Advogados e WINGS – Worldwide Initiative for Grantmaker Support.

O Fundo tem gerenciamento financeiro da SITAWI, pioneira no desenvolvimento de soluções financeiras para impacto social.

 

Faça a sua doação para hospitais e laboratórios de pesquisa na página oficial do Fundo Emergencial para a Saúde: www.abraceasaude.com.br 

Doação é tema no podcast Café da Manhã da Folha

A pandemia do coronavírus causou uma crise global. Como resposta, as doações mais do nunca tomaram o centro das discussões enquanto o mundo passa por uma crise sanitária e econômica.

Segundo o World Giving Index, o Brasil ocupa a 74ª posição em um ranking de solidariedade de 126 países.

No podcast Café da Manhã da Folha em abril de 2020 “Doamos pouco no Brasil?”, Paula Fabiani do IDIS foi entrevistada e contou um pouco sobre a cultura de doação no país.

Ouça:

 

‘Ousar para Avançar’ é o tema do Festival ABCR 2020

Com expectativa de reunir 800 participantes, o Festival ABCR 2020, será realizado nos dias 28, 29 e 30 de junho, em São Paulo. Estão planejadas para esta edição 42 sessões paralelas, 6 mesas de debate, 6 masterclasses, 3 plenárias e sessões magnas, além da participação de especialistas nacionais e internacionais, representantes de entidades e empresas, e uma exposição com a participação de organizações com atuação no setor. As inscrições já estão abertas. “Estamos empolgados com a edição 2020 e a nossa expectativa é manter todos os diferenciais do Festival 2019, que superou todas as nossas expectativas, se consagrando como a maior edição de todas já realizadas, com destaque para o recorde de público de 800 participantes, além da presença de mais de 100 palestrantes nacionais e internacionais. Um dos pontos de grande relevância do evento e que será mantido em 2020 está relacionado aos temas abordados e a profundidade dos conteúdos e debates, demonstrando o amadurecimento desse setor nos últimos anos e que tem relação direta com o trabalho conjunto que a ABCR vem realizando nos seus 20 anos de atuação”, enfatiza o diretor executivo da ABCR, João Paulo Vergueiro.

O FABCR tem o objetivo de debater e trocar conhecimento sobre como mobilizar mais recursos para as organizações da sociedade civil e as causas e o IDIS é um dos parceiros da iniciativa. “Um de nossos focos de atuação é a produção de conhecimento e a contribuição para o avanço de nosso setor. O Festival tem se firmado como um evento que contribui para a sustentabilidade de nosso campo e ficamos muito felizes em participar como parceiros.” comenta Andrea Wolffenbuttel, Diretora da Comunicação do IDIS.

O tema da 12ª edição, Ousar para Avançar, faz referência à atuação da ABCR no país que, nas duas décadas de trabalho junto aos diferentes públicos, vem promovendo ações fundamentais com foco na sustentabilidade do Terceiro Setor e desenvolvimento da captação de recursos das organizações da sociedade civil. As ações e projetos desenvolvidos pela organização são na área de Conhecimento (boletim enviado para mais de 40 mil pessoas), Advocacy (Marco Bancário da Doação e Dia de Doar) e Desenvolvimento Profissional (Cursos e o Festival).

DATA: 28 a 30 de junho de 2020

LOCAL: Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo.

INSCRIÇÕES: https://festivalabcr.org.br/inscricoes/

 

Sobre o Festival ABCR

Com expectativa de reunir 800 participantes, o Festival ABCR 2020, maior conferência de captação de recursos da América Latina e uma das principais no mundo, será realizado nos dias 28, 29 e 30 de junho, em São Paulo. Iniciativa da ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos, o evento conta com organização da Sator e tem o objetivo de debater e trocar conhecimento sobre como mobilizar mais recursos para as organizações da sociedade civil e as causas. o objetivo de debater e trocar conhecimento sobre como mobilizar mais recursos para as organizações da sociedade civil e as causas.

 

Pesquisa do IDIS é destaque em matéria do Jornal Nacional sobre doação e solidariedade

O dado que chamou atenção e que estimulou a matéria é que, no Brasil, mais pobres doam proporcionalmente à renda três vezes mais do que os mais ricos. Esta foi uma das revelações do no Country Giving Report de 2017, pesquisa realizada pela CAF – Charities Aid Foundation, instituição sediada no Reino Unido e representada no Brasil pelo IDIS.

Exibida em dezembro de 2019 pelo Jornal Nacional, a reportagem traz exemplos de como essa solidariedade se expressa no dia a dia. Paula Fabiani, nossa diretora-presidente, foi uma das especialistas que compartilhou seu ponto de vista.

Veja aqui: Pesquisa aponta que os que ganham menos são proporcionalmente mais solidários.

Trilhando caminhos comuns para fomentar um ambiente favorável para Filantropia na América Latina e Caribe

Por Andrea Hanai*

São Paulo foi palco do segundo encontro regional da WINGS (Worldwide Initiatives for Grantmaker Support) para a América Latina e o Caribe, em outubro de 2019, com uma reunião de dois dias que visava promover aprendizado, construir capacidade regional e definir uma agenda conjunta para fomentar um ambiente regional mais favorável à filantropia. Como co-chair do Latin American and the Caribbean Affinity Group, tive a oportunidade de contribuir para a agenda da reunião e, neste momento, sinto-me lisonjeada por descrever minhas percepções acerca dos encontros e suas principais conclusões.

O encontro foi uma jornada envolvendo a compreensão mútua entre os participantes, a intenção de analisar de forma crítica o campo da filantropia na região e a humildade de questionarmos a nós mesmos, enquanto discutíamos os desafios (e oportunidades) de desenvolver conjuntamente um ambiente regional favorável para a filantropia.

Estes três aspectos – compreensão, intenção e humildade – de forma natural se tornaram os princípios para nosso trabalho coletivo, enunciado na Declaração Coletiva da LAC Affinity Group da WINGS, que convidamos a todos a ler e compartilhar.

Iniciamos a reunião compartilhando visões e buscando tendências em comum no campo do fomento à filantropia e cultura de doação na região. O grupo identificou que articular os três setores em torno do bem comum é uma responsabilidade que as organizações de suporte, como o IDIS, empreendem com crescente dificuldade e este tema foi recorrente em nossas discussões.

No entanto, se as parcerias intersetoriais vêm sendo já há algum tempo o mecanismo mais celebrado para a promoção do desenvolvimento sustentável, por que articulá-las representa um desafio tão grande na América Latina e Caribe?

Surpreendentemente, o grupo concluiu que esse desafio não está tão comumente (como pensaríamos) relacionado à falta de recursos ou soluções, mas sim aos aspectos relacionais de se tentar reunir parceiros tão diversos. As barreiras para a construção de parcerias intersetoriais incluem a dificuldade de combinar as motivações, as linguagens e as culturas dos diversos setores; a competição entre as partes com visões diferentes; o desafio de chegar a um acordo acerca de estratégias de gestão e monitoramento; os obstáculos perenes da política e; a complexidade crescente de encontrar agendas comuns.

Segundo os participantes, o avanço das parcerias intersetoriais requer das organizações de apoio esforços conscientes para a construção de relacionamentos com novos modelos de organizações da sociedade civil, redes, alianças, coalizões, etc. Avançar também demanda que cada setor compreenda seu próprio papel e, sem julgamentos prévios, entenda os papéis dos outros setores, percebendo as diferentes perspectivas e funções como fortalecedoras das parcerias.

Sobre este assunto, o grupo expressou preocupação em relação à falta de compreensão da sociedade civil na América Latina e Caribe acerca de seu próprio papel, o que enfraquece sua representatividade e engajamento nos meios emergentes de cooperação intersetorial.

O grupo concluiu que nós, como organizações de suporte, temos um papel fundamental na simplificação e difusão da narrativa sobre os benefícios sociais de uma sociedade civil ativa e engajada, ao mesmo tempo em que fortalecemos a cultura de doação e solidariedade na região. Vale mencionar que a reunião proporcionou aos participantes ferramentas teóricas e práticas de advocacy e comunicação, que certamente contribuirão para essa missão.

Em conclusão, reconhecendo e acolhendo os diversos perfis, necessidades, interesses e experiências de seus membros, a WINGS foi capaz de promover um encontro no qual essa diversidade, ao invés de representar uma dificuldade para o desenvolvimento de um trabalho coletivo, enriqueceu e aprofundou as conversas e produziu resultados coletivos significativos. Dessa forma, o segundo encontro regional da WINGS para a América Latina e o Caribe não só atingiu seus próprios objetivos, como também serviu como um ótimo exercício de construção de relacionamentos, que teremos que continuar a praticar em níveis locais e regionais, para assim fortalecermos um ambiente favorável para a prosperidade do nosso setor. Com compreensão, intenção e humildade.

*Andrea Hanai é Gerente de Projetos no IDIS

IDIS 2020: Catalisador de Iniciativas

Pensar sobre aonde se quer chegar e planejar as atividades e recursos necessários para atingir os objetivos de forma coerente e sustentável é o que recomendamos a todos nossos parceiros, e no IDIS, não poderíamos fazer diferente. Em outubro, iniciamos nosso processo de planejamento estratégico para 2020.

Usando como base o plano trienal, desenvolvido em 2017, envolvemos toda a equipe do IDIS, que olhou para os resultados alcançados e projetos desenvolvidos neste ano, e traçou o plano para concretizar nosso novo posicionamento – IDIS: CATALISADOR DE INICIATIVAS. Por meio dele, reforçamos nosso compromisso com a idealização e o implementação de iniciativas que promovam o Investimento Social Privado no Brasil. Gerar e disseminar conhecimento, influenciar e representar o setor e idealizar, estruturar e implantar projetos próprios, passam a ser, dessa forma, nossos principais pilares de atuação.

Entre os principais projetos para o próximo ano, estão o fortalecimento da cultura de doação, por meio da campanha Descubra Sua Causa; a agenda dos Fundos Patrimoniais, com o avanço do trabalho de advocacy desempenhado na Coalização pelos Fundos Filantrópicos; a valorização da cultura de avaliação; e a promoção de parcerias intra e intersetoriais para a resolução de problemas sociais complexos. Ações específicas serão realizadas também no sentido de qualificar e ampliar a Filantropia Familiar e a Filantropia Comunitária. Seguiremos apoiando iniciativas de famílias, empresas, institutos e ONGs, por meio de atividades de consultoria, em todas as fases de seu investimento – do planejamento estratégico, passando pela gestão das doações, até a avaliação de impacto; e provendo o único Fórum no Brasil destinado exclusivamente a filantropos e investidores sociais.

Aspectos relacionados à comunicação institucional e gestão também foram discutidos. Para dar mais concretude ao novo posicionamento, foi planejada a atualização da marca. Especificamente em relação à sustentabilidade, avançamos no plano de constituição de um Fundo Estruturante, lançado na celebração dos 20 anos do IDIS, em setembro de 2019.

O planejamento, que ainda será validado por nosso Conselho Deliberativo, traça o caminho que seguiremos no próximo ano. Acreditamos na força do investimento social privado para criar um futuro mais justo e solidário, melhorando a vidas das pessoas. Por um 2020 com mais impacto!

‘Descubra Sua Causa’ tem salto de visibilidade

No mês de agosto, a Descubra sua Causa, campanha do IDIS para fortalecer a cultura de doação, conquistou novos horizontes. Depois de atingir a marca de 120 mil testes realizados, lançou perfis próprios no Facebook e no Instagram para falar sobre causas. Queremos chamar a atenção para desafios sociais, ambientais, entre outros, com os quais as pessoas podem contribuir ao fazer doações ou trabalhos voluntários em organizações sociais.

Nessa caminhada, contamos com grandes parceiros!

A 89FM – a Rádio Rock, divulgou o spot de rádio da campanha em sua programação. A CCP – Cyrela Commercial Properties, compartilhou anúncios no site, mídias sociais, painéis físicos e eletromídia em Shoppings de quatro capitais – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Goiânia. Também abraçou a ‘Descubra sua Causa’ o Instituto Bandeirantes, responsável por incentivar, implementar, promover e monitorar ações sociais e educativas junto às empresas do Grupo Bandeirantes em todo o país. Ao longo de 30 dias, a campanha foi divulgada em espaços na programação dos canais de TV, rádios e mídias sociais do Grupo, levando a campanha a todo o Brasil.

Essa grande onda solidária que temos causado chamou a atenção da imprensa. Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, foi uma das entrevistadas do programa ‘Conversa com Bial’, cujo tema foi cultura de doação (saiba mais aqui) e também falou sobre o assunto na BandNews TV!

A Força das Comunidades invade o Fórum de Filantropos

 

No próximo dia 12 setembro, cerca de duas centenas de investidores sociais vão se reunir em São Paulo para conversar, trocar experiências, analisar conjunturas e conhecer tendências, mas sobretudo para debater como a força das comunidades tem se mostrado uma fonte de inspiração para a solução de problemas sociais e um polo de atração para filantropos.

Tudo isso vai acontecer durante a oitava edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, que tem como tema transversal ‘A Força das Comunidades’.

Para contribuir com a discussão, virão filantropos familiares, como Carlos ‘Wizard’ Martins, conhecido por ter fundado a rede de escolas de idiomas Wizard, e que, desde o final do ano passado, se mudou para Roraima para ajudar os refugiados venezuelanos.

Também estará Eduardo Fischer, presidente da MRV Engenharia e do Instituto MRV, para falar sobre o investimento social da empresa e sobre a filantropia da família.

Grandes instituições estrangeiras estarão presentes, como Fundação Mott, Global Philanthropy Forum, Aspen Institute, Charities Aid Foundation e BID, assim como representantes de empresas que se destacam por suas atuações sociais ou ambientais, como Procter&Gamble, Accenture e Twitter.

Como não poderia deixar de ser, haverá muito espaço para as iniciativas sociais, tais como United Way, parceira do IDIS na organização do evento, Fundo Baobá, Fundação Tide Setúbal, Gife e Santa Marcelina Cultura.

Conheça a programação completa do Fórum aqui.

A oportunidade de juntar todas essas pessoas que, trabalham pela transformação da nossa realidade e da de outros países, só é possível graças aos apoiadores que compreendem a importância desse tipo de iniciativa.

Fundação Telefônica-Vivo
Fundação José Luiz Egydio Setúbal
Banco Santander
Charles Stewart Mott Foundation
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
Mattos Filho Advogados

A todos eles, nosso muito obrigado!

IDIS conversa com Bial

O Conversa com Bial, um dos talkshows mais assistidos do Brasil, no dia 26 de agosto, teve Cultura de Doação com tema. Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, foi uma das entrevistadas, ao lado de Rodrigo Pipponzi, fundador da Editora MOL, e Tammy Allersdorfer, superintendente de Desenvolvimento Institucional do GRAACC.

Confira a entrevista completa:

O poder transformador da filantropia, o perfil do doador brasileiro, as barreiras que devemos derrubar para aumentar a doação, a conquista da Lei dos Fundos Patrimoniais, o potencial da microdoação e casos de sucesso foram alguns dos assuntos abordados.

A Cultura de Doação é um tema especialmente caro ao IDIS. Países onde a doação faz parte da cultura, e atravessa os estratos sociais, são também aqueles onde encontramos as empresas e famílias mais engajadas em causas e onde há as maiores taxas de investimento social privado.

Em 2016, adotamos o fortalecimento da cultura de doação como um dos pilares de nossa atuação. Realizamos a Pesquisa Doação Brasil, a primeira que detalhou o perfil do doador no País. Identificamos as barreiras para que o volume crescesse e, em dezembro de 2018, lançamos a plataforma Descubra Sua Causa, um teste online que estimula as pessoas a refletirem e indica organizações as quais podem fazer doações de acordo com seus interesses.

Neste mês, a campanha ganhou páginas próprias nas redes sociais Facebook e Instagram. E temos certeza que a visibilidade gerada pelo Conversa com Bial, vai contribuir muito para a divulgação da causa da Cultura de Doação.

Quer assistir apenas alguns trechos? Selecionamos alguns aqui:

Paula Fabiani reflete sobre cultura de doação no Brasil

Paula Fabiani explica que há uma diferença entre filantropia e caridade

Paula Fabiani fala sobre a nova lei de fundos patrimoniais

Rodrigo Pipponzi e Paula Fabiani falam sobre responsabilidade social entre a nova geração

Juntos podemos transformar o mundo!

Primeira edição do ‘Diálogos do Poder Público com Investidores Sociais’ incentiva o desenvolvimento de parcerias para a solução de desafios nas áreas de Saúde e Desenvolvimento Social

No Brasil, muitas vezes percebemos distanciamento e falta de articulação entre instâncias governamentais e organizações da sociedade civil, em especial os investidores sociais privados. Para contribuir com a transformação dessa realidade, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, criou o programa ‘Diálogos do Poder Público com Investidores Sociais’, com o apoio da Fundação José Egydio Setúbal. “Fortalecer a confiança e trabalhar em cooperação são importantes aspectos para o desenvolvimento do país” justifica Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS.


A primeira atividade desta primeira edição do ‘Diálogos’, que teve como foco as áreas de Saúde e Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, aconteceu no dia 27 de junho e consistiu em um encontro entre representantes do Governo e da Sociedade Civil, incluindo investidores sociais, organizações sem fins lucrativos, especialistas e acadêmicos. Compartilharam seus desafios o Presidente do Fundo Social do Estado de São Paulo, Filipe Sabará, que apresentou o programa Praça da Cidadania, a Secretária Estadual do Desenvolvimento Social, Celia Parnes, e o coordenador de regiões de saúde da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, Dr. Osmar Mikio Moriwaki. Os 50 convidados presentes foram, então, estimulados a identificar sinergias de atuação e gerar propostas para trabalho conjunto. Entre os temas identificados estão a qualificação da cobertura vacinal e a segurança alimentar.

A iniciativa prevê ainda mais 3 etapas. A próxima será um diagnóstico profundo, a ser produzido em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a partir das ideias geradas no encontro inicial. A partir do diagnóstico, será elaborado um plano de ação que permita colocar em prática a solução prevista. “Este programa nasce com a intenção de ser replicado em outras áreas e em outros municípios e estados. A experiência vai gerar aprendizados para que possamos alcançar o impacto que queremos ver” completa Fabiani. Toda a experiência, por fim, será registrada em uma publicação a ser compartilhada com o público.

O evento de lançamento teve apoio institucional do Centro Ruth Cardoso, do GIFE e da Charities Aid Foundation (CAF).

Ação de advocacy do IDIS para a regulamentação dos Fundos Patrimoniais no Brasil é destaque em publicação global

Em junho de 2019, a ‘WINGS – Worldwide Initiatives for Grantmaker Support’ lançou o relatório ‘Estudos de Casos de Impacto: Estimulando um ambiente promotor da filantropia e da sociedade civil’. Nesta coleção, ilustra como organizações de apoio à filantropia implementaram estratégias de sucesso para promover um ambiente propício para que a sociedade civil e a filantropia prosperem. Por meio de oito casos de diferentes países, a WINGS dá luz a experiências que muitas vezes permanecem nos bastidores. A publicação também apresenta artigos especializados do International Center for Not-for-Profit Law (ICNL), Forus e CIVICUS. Apesar dos desafios de encolhimento do espaço para a sociedade civil ou falta de ambiente fiscal favorável, essas organizações são criativas e têm um enorme impacto positivo. Nesse sentido, o relatório é tanto uma fonte de inspiração quanto um chamamento à ação.

A experiência de advocacy do IDIS no âmbito da regulamentação dos Fundos Patrimoniais no Brasil é uma das histórias apresentadas. Aqui, trazemos o conteúdo na íntegra, em português. O relatório completo está disponível no site da WINGS.

Visão geral

Até recentemente, não havia legislação que apoiasse a criação de Fundos Patrimoniais Filantrópicos (Endowments) no Brasil. Consequentemente, poucos estímulos existiam e havia apenas um pequeno número de fundos dessa natureza para apoiar Organizações da Sociedade Civil (OSCs). A existência de uma lei para os Fundos Patrimoniais se mostrava relevante para o desenvolvimento deste mecanismo no país. Para isso, em parceria com outras organizações, o IDIS liderou um movimento de advocacy com uma forte produção de conhecimento local, reunindo instituições e profissionais em torno desta causa. Oito anos após o início deste processo, em janeiro de 2019, uma lei foi finalmente promulgada.

Dada a importância dos Fundos Patrimoniais para o crescimento da filantropia em muitos países, esta conquista deve proporcionar um grande impulso à cultura de doação do Brasil.

Contexto

Apesar de Fundos Patrimoniais serem um mecanismo bem conhecido e usualmente aplicado em países da Europa ou América do Norte, eles estão apenas começando a serem implantados em outros lugares.

Alguns dos maiores Endowments do mundo podem ser encontrados nos Estados Unidos e no Reino Unido. Exemplos dos mais relevantes são a ‘Fundação Bill e Melinda Gates’, com um patrimônio avaliado em mais de US $ 50 bilhões, o fundo patrimonial da Universidade de Harvard, avaliado em mais de US$ 37 bilhões e o fundo da Wellcome Trust, avaliado em mais de US$ 30 bilhões.

Nas economias emergentes, essa também emerge como uma tendência com exemplos como a ‘Fundação Mohammed Bin Rashid Al Maktoum’, nos Emirados Árabes Unidos, com US $ 10 bilhões, e na Índia, a ‘Fundação Azim Premji’, que soma US$ 21 bilhões.

No Brasil, até 2019, não havia legislação que regulamentasse esse tipo de mecanismo, ainda que houvesse alguns poucos fundos estabelecidos, como da Fundação Bradesco e da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, ambas ligadas a uma instituição financeira quando fundadas. Até então, não havia um ambiente legal favorável à criação de Fundos Patrimoniais Filantrópicos, tornando a alternativa pouco atraente a investidores.

Realizações

Para mudar este cenário, o IDIS, representante da Charities Aid Foundation (CAF) no Brasil, assumiu o tema como prioritário em sua agenda e buscou criar uma rede de apoio para o desenvolvimento de uma lei nacional de Fundos Patrimoniais. Os pilares inovadores deste movimento incluem uma estratégia dupla de educação e de advocacy. Neste sentido, o IDIS adotou as ações-chave listadas:

1. Lançamento do livro “Fundos Patrimoniais – Criação e Gestão no Brasil”, em 2012, com o apoio da Fundação Vale e da Fundação Ford. Foi o primeiro livro a abordar esse assunto no Brasil e continua sendo uma referência para organizações, filantropos, acadêmicos, gestores de fundos e reguladores.

2. Criação de grupo de estudos e realização de encontros, que resultaram na elaboração de uma proposta de lei para Fundos Patrimoniais Filantrópicos, com base nas melhores práticas internacionais. Entre 2012 e 2013, o IDIS criou o Grupo de Estudos de Endowments com o GIFE, a Endowments do Brasil e o JP Morgan. O grupo contou com 90 membros, entre advogados, executivos do Terceiro Setor, promotores públicos, acadêmicos, entre outros.

3. Desenvolvimento de publicações sobre Fundos Filantrópicos. Em 2016, em parceria com a Levisky Negócios & Cultura e PLKC Advogados, com patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Petrobras e da Caixa Econômica Federal, o IDIS lançou uma série de guias sobre o tema – 1. ‘Conceitos e benefícios dos Endowments como mecanismo de financiamento à cultura’; 2 – ‘Orientações e informações ao poder público: aspectos de regulação e tributação’; 3 – ‘Orientações práticas para implementação de Endowments em instituições culturais’. Também foi traduzido um livro importante sobre filantropia e doações – ‘Filantropização via Privatização’ (PtP) – de autoria do professor Lester M. Salamon, da Universidade John Hopkins, além da produção de diversos artigos sobre o tema.

4. Criação de estratégia de advocacy com parceiros da sociedade civil e do setor privado ligados à filantropia. O grupo definiu princípios fundamentais para uma boa legislação que beneficiaria as OSCs, a filantropia e os investidores sociais. Estes incluíram:

  • Ampla abrangência, contemplando diversas causas sociais e organizações sem fins lucrativos que podem constituir Fundos Patrimoniais Filantrópicos
  • Existência de incentivos fiscais
  • Regras de governança e transparência baseadas nas melhores práticas internacionais

5. Reuniões com representantes do Congresso e autoridades governamentais em vários departamentos, incluindo a Secretaria Geral da Presidência, representantes da Câmara dos Deputados, Senado Federal, BID, BNDES, Ministério da Educação, Cultura e Economia. Ao longo de seis anos, o IDIS sediou eventos e promoveu diálogos que resultaram em 11 projetos de Lei no Congresso Nacional que buscavam regulamentar os Fundos Patrimoniais no Brasil.

6. Criação e coordenação da Coalizão de Fundos Filantrópicos, fortalecendo as etapas finais do movimento pela regulamentação dos endowments. Lideradas pelo IDIS e com assessoria jurídica do PLKC Advogados, organizações relevantes se uniram como apoiadoras do movimento: Associação Paulista de Fundações (APF), Cebraf, GIFE, Humanitas 360 e Levisky. Com a adesão de mais de 60 organizações, a Coalizão foi lançada no Congresso Nacional em 2018.

Desafios

O caminho que levou à aprovação da legislação foi longo e imprevisível e o IDIS precisava estar preparado e, ao mesmo tempo, ser flexível. Em 2018, por exemplo, uma infeliz catástrofe – o incêndio que destruiu mais de 90% dos arquivos do Museu Nacional do Brasil –, foi um catalisador para a ação do governo. Michel Temer, presidente na época, assinou uma Medida Provisória para garantir que museus, universidades, outras instituições públicas e organizações sem fins lucrativos possam se beneficiar da criação de Fundos Patrimoniais, melhorando sua sustentabilidade no longo prazo. O IDIS, em nome da Coalizão, divulgou uma nota pública declarando apoio à medida e destacando a importância da inclusão de todas as causas e organizações sociais na abrangência da Lei.

O sucesso de uma ação de advocacy depende, em grande parte de agilidade organizacional. Identificar representantes-chave do governo que poderiam impulsionar a iniciativa é muito importante, mas a capacidade de responder rapidamente a oportunidades que surgem no processo com alternativas concretas, é crucial. Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS esteve sempre diretamente envolvida e foi realizado um investimento dedicado ao tema nos últimos 3 anos para contribuiu com o sucesso da estratégia.

O que foi alcançado

No início de 2019, oito anos depois do início da atuação do IDIS, o governo brasileiro aprovou a Medida Provisória, transformando-a na Lei 13.800, a “Lei dos Fundos Patrimoniais”.

  • A regulamentação impulsionará a criação de Fundos Patrimoniais, em especial as OSCs culturais, como museus e orquestras, que se beneficiarão de incentivos fiscais.
  • Liderada pelo IDIS, a coalizão se mostrou uma forte estratégia com a adesão de cada vez mais apoiadores da sociedade civil. O tema tornou-se um compromisso fundamental da sociedade civil, a coalizão hoje conta com mais de 70 parceiros e apoiadores para a causa representantes de todos os setores.
  • A Lei estabelece as bases para um impacto de longo prazo. Se as maiores fortunas do Brasil doassem 1% de seus ativos para fundos patrimoniais, teríamos US $ 1,2 bilhão destinado a causas.

Aprendizados

  • As organizações devem estar atentas a eventos externos que podem gerar oportunidades de apoio político – neste caso, a tragédia do incêndio em um museu;
  • Conquistar a aprovação de uma nova lei leva tempo. Uma ação de advocacy bem-sucedida depende de agilidade e perseverança, assim como de disponibilidade ao longo do processo para responder a eventos e oportunidades à medida que surgem;
  • Construir uma base sólida de conhecimento, com referências internacionais, é importante;
  • Criar uma ampla coalizão foi o aspecto crítico inovador que levou ao sucesso.

 

*Estudo de caso originalmente publicado no WINGS – Worldwide Initiatives for Grantmaker Support: Impact Case Studies: Promoting an enabling environment for philanthropy and civil society

IDIS lança a Campanha ‘Descubra sua Causa’

Nesta terça-feira (11) foi lançada a Campanha Descubra sua Causa, uma iniciativa gestada há muito tempo pelo IDIS e muitos parceiros, para promover a Cultura de Doação no Brasil.

A Pesquisa Doação Brasil mostrou que um dos motivos que dificulta o aumento das doações no Brasil é o fato das pessoas não terem noção de causa e não perceberem o poder transformador da doação. Para ajuda-las a se familiarizar com o conceito de causa, foi criada a campanha e um teste para que cada um possa descobrir sua causa, uma forma lúdica de abordar o assunto.

O #Descubrasuacausa conta com cinco personagens para orientar os internautas nos caminhos das diversas causas. E também tem cinco cenários, que combinados com os personagens traçam os diferentes perfis das pessoas.

 

Os nossos amigos, Nelson, Flora, Yama, Catarina e Beto foram destaque na Revista Galileu, da Editora Globo, mostrando seu grande potencial em ser um agente de mudança importante na Cultura de Doação no Brasil.

Queremos que o teste se popularize e seja tema de rodas de conversa para que se fale mais sobre doação e as pessoas se acostumem a contar para as outras as doações que fazem. Já que a Pesquisa também identificou que o brasileiro não fala que doa, pois acha que é algo que não deve ser propagado.

Quer descobrir sua causa e começar a ajudar aqueles que lutam por ela todos os dias? Faça o teste no site: www.descubrasuacausa.net.br

 

Coalizão lança Nota Pública de apoio à regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos

 

NOTA PÚBLICA DE APOIO À REGULAMENTAÇÃO DOS FUNDOS PATRIMONIAIS FILANTRÓPICOS

 

Nós, os integrantes da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, grupo multissetorial composto por mais de 40 membros, entre organizações, empresas e pessoas, viemos a público manifestar nosso apoio à edição da Medida Provisória de regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil, causa pela qual vários de nossos integrantes lutam desde 2012.

Lamentamos que a aceleração do processo de regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos tenha sido provocada por uma tragédia de dimensões incalculáveis para a Cultura e a História do Brasil, como o incêndio que destruiu grande parte do acervo do Museu Nacional. Nos serve de consolo, entretanto, saber que essa mesma tragédia pode trazer algum fruto positivo para o País, e queremos colaborar para que a legislação que regulará os Fundos Patrimoniais Filantrópicos seja a melhor possível, alcançando seu máximo potencial de contribuição para a sociedade.

Para isso, queremos alertar para um ponto que precisa ser incluído na legislação, para que ela tenha os efeitos desejados.

Os Fundos Patrimoniais Filantrópicos são instrumentos que contribuem para a sustentabilidade financeira de organizações sem fins lucrativos que trabalham por causas de interesse público, como educação, saúde, assistência, cultura, meio ambiente e esportes, entre outras.

Não há razão para restringir o tipo de organização que pode ser titular de Fundos Filantrópicos, nem a causa à qual eles se destinam. Organizações privadas sem fins lucrativos (fundações e/ou associações) devem ser incluídas entre as que podem contar com esse mecanismo. Os Fundos Patrimoniais Filantrópicos devem ter como objetivo causas de interesse público, podendo ser vinculados ou não, a instituições públicas ou privadas predeterminadas como universidades, museus e Santas Casas de Misericórdia. Essa é a boa prática adotada no exterior.

Recomendamos também a edição de uma Medida Provisória clara, objetiva e que contemple unicamente o tema dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, de modo a facilitar a criação desses instrumentos tão importantes para a sustentabilidade financeira das organizações sem fins lucrativos.

Com a publicação da Medida Provisória, convocamos os deputados e senadores a, ainda nessa legislatura, refletirem conscientemente sobre a importância da sua transformação em lei, garantindo maior capacidade das instituições se financiarem com o apoio daqueles que acreditam em suas causas, e buscando, assim, evitar tragédias como a do Museu Nacional.

Por fim, nos colocamos à disposição para qualquer contribuição que se faça necessária para concretização de uma legislação clara, abrangente e eficaz para os Fundos Patrimoniais Filantrópicos.

 

São Paulo, 5 de setembro de 2018

COALIZÃO PELOS FUNDOS FILANTRÓPICOS (www.idis.org.br/coalizao)

Quem somos nós

A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos é grupo multisetorial composto por 40 membros, entre organizações, empresas e pessoas que apoiam a regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no país.

Lançada em junho de 2018, e liderada pelo IDIS, Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, essas organizações brasileiras integram a Coalizão, que é aberta para qualquer pessoa ou entidade que apoie a causa dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos.

 

Organizações integrantes da Coalizão pela Fundos Filantrópicos

Coordenação

IDIS Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

 

Apoio Jurídico

PLKC Advogados

 

Apoio Institucional

APF Associação Paulista de Fundações

Cebraf Confederação Brasileira de Fundações

GIFE Grupo de Institutos, Fundações e Empresas

Humanitas 360

Levisky Negócios e Cultura

 

Participantes

ABCR Associação Brasileira de Captadores de Recursos

ACTC Casa do Coração

Arredondar

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CEAP Centro Educacional Assistencial Profissionalizante

CIEDS

Demarest Advogados

Fehosp Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Est. SP

Fundação Darcy Vargas

Fundação Educar DPaschoal

Fundação José Luiz Egydio Setúbal

Fundação Stickel

Instituto Acaia

Instituto Akatu

Instituto Arara Azul

Instituto Ayrton Senna

Instituto Cyrela

Instituto Doar

Instituto Homem Pantaneiro

Instituto Jatobás

Instituto Phi

Instituto Reciclar

Instituto Sabin

Instituto Sol

Instituto SOS Pantanal

ISE Business School

LAB Laboratório de Inovação Financeira

Liga Solidária

Lins de Vasconcelos Advogados Associados

Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. Quiroga Advogados

Onçafari

Rede de Filantropia para a Justiça Social

Santa Marcelina Organização Social de Cultura

Sistema B

Todos pela Educação

Visão Mundial

Wright Capital

 

 

 

 

 

 

Se Liga! é destaque na Folha de S.Paulo

A coluna Empreendedor Social, da Folha de S. Paulo, destacou a mobilização realizada pelo IDIS ‘Se Liga! Vem aí a Campanha por uma Cultura de Doação’. Trata-se de uma chamada para que as ONGs preparem seus sites e seus cadastros para o lançamento da Campanha.

A reportagem trouxe detalhes sobre como a Mobilização Se Liga! funciona, dando destaque ao mapa das Organizações da Sociedade Civil do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Mostrou como ele é importante nessa campanha e precisa ser atualizado pelas organizações cadastradas que queiram ser localizadas por novos doadores.

A coluna destacou ainda: ‘’A ideia é mostrar o poder transformador da doação ao convidar o público a refletir que tipo de transformação ele gostaria de realizar no mundo”, ponderando sobre a importância não só dessa mobilização inicial, mas também da Campanha por uma Cultura de Doação que será lançada pelo IDIS em novembro.

Para ler a reportagem completa, acesse o link: https://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2018/08/antes-de-lancar-campanha-instituto-mobiliza-ongs-para-atualizacao-de-mapa.shtml

IDIS lança campanha “Se liga ONG”

Dia 27 de novembro, o Brasil e o mundo celebram o Dia de Doar. Um dia para sensibilizar cada vez mais a sociedade sobre a importância da doação de recursos para organizações e projetos sociais, culturais, ambientais e esportivos.

Este ano, o IDIS vai lançar uma campanha para contribuir com a cultura de doação no Brasil.
A campanha, concebida junto com parceiros, será veiculada em diversos meios de comunicação: jornais, revistas, sites e cinemas; com uma estratégia intensa de mobilização.
Todo mundo tem uma causa. Qual é a sua? Com essa convocação, a campanha irá atrair pessoas para descobrirem qual é a causa delas a partir de um quizz online.

São três passos, apenas:
1. Descubra qual é a sua causa
2. Doe para uma organização social que defende a sua causa – pelo Mapa das OSCs do IPEA (https://mapaosc.ipea.gov.br/)
3. Conte para todo mundo e inspire as pessoas a fazerem o mesmo!

Mas para ser um sucesso e para que as pessoas consigam efetivamente contribuir, as ONGs precisam estar prontas para receber! Por isso, se liga ONG!

Estamos nos preparando e convidamos todas as organizações a se prepararem também!
1. Entre no Mapa das OSCs faça ou atualize o seu cadastro!
2. Cheque se o seu site tem as seguintes informações:
a/ A causa da sua organização
b/ Uma explicação clara do que a sua organização faz pela causa
c/ Os resultados alcançados até agora
d/ Uma chamada / convite para doação

Esteja pronto em novembro para nos ajudar na campanha e receber mais apoio para o seu trabalho!

Fundo Areguá: Encontro de doadores com os primeiros beneficiários celebra o acesso ao ensino de qualidade

Foi um encontro especial… em um happy hour no último dia 23 de Abril, os primeiros bolsistas e intercambistas da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSC) financiados pelo Fundo Areguá tiveram a oportunidade de encontrar aqueles que contribuíram para o Fundo. Agora estudantes de medicina, que um dia temeram  ter o sonho da carreira destruído por falta de recursos, comemoraram ao lado de grandes doadores e de jovens cotistas o  resultado alcançado desde o lançamento, em 2016: R$ 1,8 milhão.

A cifra foi atingida com grandes aportes, é claro, mas também com pequenas contribuições de quem ainda está no começo da vida. Saiu dali, daquele encontro informal entre futuros médicos, a ideia de cotizar R$ 1 mil, o que significa R$ 13,00 de cada um, mensalmente, durante um ano. A quantia,  que em um primeiro momento parece pouco, carrega valores incalculáveis: o compromisso com a causa, o fortalecimento da cultura de doação e o desejo de transformação social. “O engajamento dos estudantes vai garantir a sustentabilidade da Santa Casa”, diz o dr. José Luiz Egydio Setubal, idealizador e provedor do Fundo Areguá.

Estruturado com o apoio do IDIS,  o Fundo foi criado para atrair e reter talentos, concedendo bolsas de estudos para alunos que não têm condições de pagar por um dos mais reconhecidos cursos de medicina do País. “Este é um exemplo de como os fundos patrimoniais podem contribuir para a democratização do acesso à educação de qualidade”, ressalta Paula Fabiani, presidente do IDIS. A importância dos fundos patrimoniais para a sustentabilidade e independência das organizações sociais e a urgência pela regulamentação são defendidos pelo IDIS, que desenvolve um trabalho de advocacy junto ao Congresso Nacional. Para entender um pouco mais sobre Fundos Patrimoniais (Endowments, em inglês), você pode baixar o download gratuito dos Guias de Endowments Culturais,  clique aqui!

Grito de guerra – o Fundo Areguá recebeu esse nome em referência à saudação e grito de guerra dos alunos e ex-alunos da FCMSC. Para conhecer um pouco mais sobre a relevância da Santa Casa na formação de médicos e profissionais da saúde e entender a importância do Fundo Areguá para a retenção de talentos, apoio a pesquisas e melhoria na infraestrutura da Faculdade, basta clicar na imagem abaixo:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Diálogos Transformadores: é preciso que a doação vire rotina na vida dos brasileiros.

Algumas das conclusões da primeira edição 2018 do ‘Diálogos Transformadores’ foram publicadas pela Folha de São Paulo, realizadora do evento ao lado da Ashoka. Em torno do tema ‘Como Estimular a Cultura de Doação no Brasil’, o debate multimídia, ocorrido no dia 27 de março, recebeu como convidados-protagonistas Sérgio Petrilli, fundador do Graac; Roberta Faria, diretora-executiva da Editora Mol; e Paula Fabiani, presidente do IDIS.

 A importância da transparência das instituições; a evolução, desafios e inovação na forma de captação de recursos; e os entraves e as maneiras de fomentar a cultura de doação estão na matéria publicada pela Folha de São Paulo no dia 12 de Abril.

Para ler a matéria completa acesse: https://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2018/04/doacao-deve-ser-rotina-dizem-debatedores-no-dialogos-transformadores.shtml

X CONGRESSO GIFE: IDIS participa de debate sobre tendências para o investimento social privado em âmbito nacional e global.

Diante de um futuro que traz como desafio para o Terceiro Setor a busca constante por novas formas de atuação e articulação, a necessidade de apropriação de ferramentas e tecnologias de última geração, além de estratégias que garantam um diálogo eficaz com um mundo já sobrecarregado de novos e velhos problemas socioambientais, o X Congresso GIFE, realizado em São Paulo nos dias 4, 5 e 6 de Abril,  colocou em debate as tendências para o investimento social privado em âmbito nacional e global.

Foram convidados para o painel ‘Tendências e Desafios para o Fortalecimento do Campo: por um Investimento Social mais Forte, Diverso e Efetivo’ a presidente do IDIS, Paula Fabiani; Benjamin Bellegy, diretor executivo do Wings; Regina Esteves, Superintendente da Comunitas; e Graciela Hopstein, coordenadora executiva da Rede de Fundos. Para mediar a conversa, Erika Saez, gerente de Programas do Gife.

O fortalecimento da cultura de doação e organizações da sociedade civil de base deram início à fala da presidente do IDIS sobre a importância do engajamento das famílias de alto poder aquisitivo e a necessidade de se tomar risco no Investimento Social Privado para garantir algumas agendas.  Paula Fabiani defendeu, ainda, que as grandes empresas sejam também doadoras e que incentivos estejam previstos para pessoas que fazem doações individuais.  Sobre os desafios que o Terceiro Setor tem pela frente, Paula Fabiani aponta a necessidade de abrir mão de nossas diferenças para unir esforços em torno de pautas comuns a todos: “O investidor social tem, às vezes, dificuldade em abrir mão de suas pautas e investir, de verdade, recursos em pautas comuns. O Brasil precisa disso mais do que nunca! É assim que vamos conseguir o impacto coletivo”.

Para Regina Esteves o momento é de grandes mudanças na relação público-privado: “A governança é compartilhada e a cocriação é base para o engajamento.” A representante da Comunitas ressaltou, ainda, que agora é a hora do Terceiro Setor abandonar o modelo tradicional que sempre adotou e, pensando em maior impacto, buscar um eixo para construir políticas de médio e longo prazo: “Visão de longo prazo significa a construção de políticas públicas onde o cidadão exerça um papel participativo, pois governos passam, mas a sociedade permanece.”.

Fortalecimento da Cultura de Doação e engajamento levaram às considerações de Benjamin Bellegy sobre o desenvolvimento da Filantropia como parte da Democracia e, também, sobre a urgência de se discutir mais esse tema no Brasil: “O processo filantrópico é uma causa…gera confiança na sociedade e, por isso, cada fundação, ou cada doador, precisa pensar de que maneira vai conseguir recursos para desenvolver seus projetos.”

Considerando o momento delicado em que se encontra não apenas o nosso país, mas o mundo, a representante da Rede Fundos lembrou que é fundamental mostrar que as organizações do Terceiro Setor são confiáveis: “Precisamos nos comunicar melhor e explicar a importância de doar. Somos todos atores dessa transformação.” Graciela Hopstein ainda chamou a atenção para a maneira como o tema é tratado: “Parece que filantropia é assistencialismo…Quando pensamos em Democracia, pensamos em acesso aos Direitos. Precisamos de mais recursos privados para fortalecer organizações públicas”

Brasil, Democracia e Desenvolvimento Sustentável:  O X Congresso Gife reuniu lideranças para analisar o momento que atravessamos e pensar o futuro do Terceiro Setor. Na plenária de abertura, a presidente dos conselhos  da Fundação Tide Setúbal e do Gife, Neca Setúbal, convocou a plateia: “Precisamos ter coragem de arriscar!”.

O economista e escritor Eduardo Gianetti da Fonseca abriu sua apresentação falando sobre o momento histórico que vive o País e os desafios aos quais os brasileiros são submetidos década após década,  desde a Redemocratização, passando pelos vários ciclos de planos econômicos para tentar estabilizar a moeda, até os dias de hoje, “Se temos 33% de carga tributária, mais 7% de déficit, 40% de tudo que o Brasil produz passa pelas mãos do setor público. Eu só me pergunto: CADÊ (esse dinheiro)??”. Gianetti lembrou que a “deformação patrimonialista” do Estado brasileiro está estabelecida desde a chegada dos portugueses e criticou o modelo de inversão que vivemos desde então: “O Estado continua a crer que a sociedade existe para servi-lo e não o contrário”.

Fundo Marielle – Durante o X Congresso Gife, a Fundação Ford, a Open Society Foundations, o Instituto Ibirapitanga e a Fundação Kellog lançaram uma iniciativa para promover a participação de mulheres negras no cenário político nacional. O Fundo Marielle (em homenagem à vereadora, socióloga, feminista e militante dos Direitos Humanos Marielle Franco, assassinada  no último dia 14 de março, no Rio de Janeiro) contará com a porte inicial de US$ 10 milhões ao Fundo Baobá.

 

 

 

 

 

Um diálogo para transformar a Cultura de Doação

Com o auditório da Pinacoteca do Estado de São Paulo lotado e sob a liderança dinâmica de Eliane Trindade, editora do caderno Empreendedor Social da Folha de São Paulo, aconteceu na última quarta-feira, dia 27 de março, a oitava edição da série Diálogos Transformadores, que abordou a Cultura de Doação.

O evento reuniu diversos protagonistas do campo da doação, desde um filantropo que faz grandes investimentos sociais até um doador individual, que contribui com uma pequena quantia mensal, passando por ONGs que captam recursos, negócios sociais que viabilizam a doação e organizações de fomento ao investimento social, como o IDIS e o Arredondar. Para assistir ao video na íntegra, clique em  TV FOLHA.

Durante mais de duas horas, esse grupo debateu com a plateia a importância do desenvolvimento de uma cultura de doação mais forte no Brasil, que seja um valor presente em toda a sociedade. O filantropo José Luiz Setúbal, cuja fundação foi um dos patrocinadores do encontro, incitou várias vezes os presentes a se envolverem com alguma causa que os sensibilize e a trabalhar por ela.

Outro patrocinador esteve presente apenas em vídeo. O fundador da Cyrela, Elie Horn, que apoiou essa edição do Diálogos por meio do Instituto Cyrela, reafirmou sua profunda convicção de que só o bem faz sentido: “Todos devem procurar fazer o bem porque é o único caminho que faz sentido e traz uma recompensa imediata”, afirma.

Paula Fabiani, presidente do IDIS, que também apoiou o evento, aproveitou a ocasião para falar sobre a relevância da regulamentação dos fundos patrimoniais/endowments, no Brasil, como meio de garantir a sustentabilidade das organizações sociais no longo prazo e também de dar mais segurança aos doadores.

Roberta Faria, diretora da Editora Mol, também patrocinadora, apresentou seu interessante caso de viabilização da doação por meio da venda de produtos sociais. O exemplo mostrado foi o de uma revista que é vendida em uma rede de drogarias e cuja receita é doada a diversas organizações sociais, entre elas o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRRAC). Sergio Petrilli, fundador do GRAAC contou um pouco da sua longa e árdua trajetória, toda construída com as doações que recebe. E um de seus grandes doadores, o Instituto Ronald McDonald, estava presente por meio do superintendente, Francisco Neves, que fez questão de externar seu otimismo e amor pela vida como uma das forças que o levam a trabalhar sempre mais para conseguir recursos para a causa da saúde infantil.

O Diálogos ainda contou com a participação de Nina Valentini diretora do Arredondar, que já conseguiu doar mais de R$ 2 milhões para organizações sociais  a partir de micro doações que os consumidores fazem ao aceitar arredondar o valor das compras. A última a subir ao palco foi Luciana Quintão, fundadora do Banco de Alimentos, ONG responsável pelo programa Prato Cheio, que recebe  alimentos que seriam rejeitados pelo comércio e os leva até instituições sociais.

A energia, a empatia e a confiança no futuro das pessoas que compareceram ao Diálogos Transformadores – Cultura de Doação criaram um ambiente de integração entre o palco e a plateia. O público permaneceu até o final, mandando perguntas, aplaudindo e se dispondo a contribuir para escrever um novo capítulo na história da doação no Brasil.

 

 

“O sentimento de satisfação de quem doa é real”

Em declaração à Folha de S. Paulo,  artista que espalhou grafites de estímulo à doação reforça pesquisa do IDIS sobre os motivos do brasileiro para doar.

Foto: Folha de São Paulo

Capturar a atenção das pessoas em meio ao caos das ruas paulistanas é um desafio alcançado por poucos. O artista visual Pedro Frazão conseguiu! Através da simples frase “Quem doa vive mais”, grafitada em 40 espaços públicos da capital paulista, ele,  doador há cinco anos  e, agora, na fila de espera para se tornar um receptor, expôs sentimentos  e urgências  que o acompanham desde menino.

Em entrevista à Folha de São Paulo, Pedro Frazão chamou a atenção para a importância de estimular a cultura de doação e a necessidade de incluir o tema na agenda política do País. E, principalmente, as declarações do artista visual materializam os números da pesquisa Country Giving Brazil, produzida pela Charities Aid Foundation e divulgada pelo IDIS em 2017. O estudo demonstra que o brasileiro é generoso, gosta de doar e faz isso para se sentir bem!

Para ler a reportagem da Folha de S. Paulo acesse Folha de S. Paulo – Empreendedor Social

E você pode conhecer todos os números da pesquisa Country Giving Brazil fazendo o dowload gratuito clique Aqui!

Diálogos Transformadores: Folha de São Paulo, IDIS e Editora Mol vão debater “Como Estimular a Cultura de Doação no Brasil”

“Diálogos Transformadores” é um evento multimídia, que mistura debate e entrevista. Criado por um dos mais influentes jornais do País, a Folha de São Paulo, propõe-se a  apontar caminhos para assuntos emergentes da agenda sustentável. Em sua primeira edição deste ano, a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani, estará no palco para debater o tema “Como Estimular a Cultura de Doação no Brasil”. Ao lado dela, Roberta Faria, diretora-executiva da Editora Mol, pioneira em modelo de negócio social que já transferiu R$ 22 milhões em doações para ONGs; e Sérgio Petrilli, fundador do Graac, o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, considerada a maior captadora de pessoa física no Brasil.

Durante duas horas, o trio vai interagir com José Luiz Setúbal, ex-provedor da Santa Casa de Misericórdia e presidente da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, organização focada em Saúde Infantil; Nina Valentini, cofundadora do Arredondar, responsável por viabilizar microdoações no varejo; e Francisco Neves, superintendente do Instituto Ronald McDonald.

Com o objetivo de estimular a cultura de doação, discutir estratégias que funcionam e aquelas que foram testadas e não obtiveram os resultados esperados, a sétima edição de “Diálogos Transformadores” vai contar com uma plateia de 150 convidados, entre especialistas, empreendedores sociais, representantes de ong´s e filantropos,  e será transmitido pela TV Folha. Além do debate, casos inspiradores de pequenos e grandes doadores e filantropos serão apresentados. E, também, exemplos de como o dinheiro de doações pode ser bem empregado e como o público  pode doar e se engajar em campanhas.

Marque na sua agenda!

Quando: 27 de março de 2018

Horário: das 16h às 18h

Onde: Teatro da Pinacoteca do Estado (http://pinacoteca.org.br/)

Conheça um pouco mais dos debatedores e entrevistados:

Paula Fabiani (IDIS) – Diretora-presidente do IDIS, especialista em Investimento Social Privado, Fundos Patrimoniais e Avaliação de Impacto, vai traçar um perfil da cultura de doação no Brasil e suas perspectivas, a partir de pesquisas do IDIS e de experiências de advocacy e projetos sociais.

Roberta Faria (Mol): Diretora-executiva da editora, vai explicar a tecnologia social ganha-ganha, desenvolvida ao longo dos últimos dez anos para estimular a cultura de doação no dia a dia das empresas e cidadãos e criar formas de contribuição recorrente por meio da venda de produtos sociais.

Sério Petrilli (GRAACC) – Fundador e superintendente médico do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, ONG considerada a maior captadora junto a pessoas físicas no Brasil. Vai falar do custo-benefício de ter sócios-mantenedores e explicar o que funciona e o que não funciona quando a questão é sensibilizar: mala direta com boleto, jantares e eventos, venda de produtos sociais, doação de imposto, telemarketing, sorteios.

Nina Valentini (Arredondar) – Vencedora do Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2016, é cofundadora do Movimento Arredondar, que capta doações individuais em parceiros do grande varejo e distribui em uma rede de organizações sociais previamente selecionadas. As microdoações ocorrem no arredondamento do troco, em um sistema integrado à contabilidade do lojista.

José Luiz Setúbal (Fundação José Luiz Egydio Setúbal) – Médico, filantropo e criador e presidente da Fundação que promove a saúde infantil por meio de assistência (Sabará Hospital Infantil) e também realiza atividades de Ensino, desenvolve pesquisa e projetos sociais na área de saúde da criança e do adolescente por meio do Instituto PENSI (Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil), com o objetivo de estimular a sociedade a cuidar das crianças do Brasil.

Francisco Neves (Instituto Ronald McDonald´s) –  fundador da primeira Casa Ronald no Brasil e superintendente do Instituto, ele e a mulher, Sônia, perderam um filho para a leucemia no começo dos anos 1990. Para se curar do luto, viraram voluntários do Inca e, mais tarde, foram atrás do McDonald’s para fazer uma Casa Ronald no Brasil (hoje já existem seis).  Grande arrecadador de doações, o instituto ligado à rede McDonald’s  é considerado um modelo de captação e resultados e já destinou, em 18 anos, mais de R$ 330 milhões para a causa.

 

 

Dia de Doar 2017: Resultados comprovam a importância de ações de mobilização para fortalecer a Cultura de Doação

A plataforma Captamos divulgou os resultados da campanha Dia de Doar 2017. Em números, foram mais de 16 milhões de pessoas impactadas somente nas mídias sociais – isso representa 7 milhões a mais do que em 2016. Em doações, foram R$ 678 mil.

O Dia de Doar é organizado pelo Movimento por uma Cultura de Doação e mobiliza mais de 35 países na arrecadação de fundos e recursos para causas sociais.  A campanha cresce significativamente ano a ano e, cada vez mais,  milhares de entidades se preparam para receber essas doações.

O IDIS parabeniza todos aqueles que fizeram parte da campanha: quem doou, quem recebeu e quem promoveu! Acreditamos no impacto de ações de indivíduos e organizações para o fortalecimento da Cultura de Doação. E que o Dia de Doar 2018, marcado para 27 de Novembro, seja um sucesso ainda maior!

O Dia de Doar em Números pode ser acessado (em português e inglês) em … https://drive.google.com/open?id=0B283AkJE9kOkeVpJbEN3N09LcmZEMmZCVW92UE4wcXdWZFhz