*Por Paula Fabiani, CEO do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social
O investimento social privado – ato de destinação voluntária e estratégica de recursos em benefício da sociedade – é fundamental para a resolução das profundas lacunas no desenvolvimento socioambiental do país. Embora o Estado desempenhe um importante papel, não tem jeito: há diversos desafios na hora de prover o necessário para o bem viver de todas e todos, seja pelas dimensões continentais ou pela enormidade das problemáticas do país que precisam de solução. E é aí que o investimento social privado pode e precisa agir: contribuindo com a redução das desigualdades e a mitigação dos danos ambientais. Somente com a colaboração entre o tripé governo, empresas e sociedade seremos capazes de endereçar soluções efetivas e perenes.
Quando tratamos de investimento social privado, estamos falando de R$4,8 bilhões em doações corporativas, ou seja, realizadas por empresas, de acordo com o Censo GIFE 2023. Valor significativo, mas ainda aquém do registrado em 2020, durante o auge da pandemia, quando as doações do setor privado ultrapassaram a marca de R$5,3 bilhões. O histórico dos números reforça que há capacidade do setor privado de investir mais – e melhor.
Evento de lançamento do Compromisso 1% que aconteceu em São Paulo na sede da PwC Brasil.
O movimento tem o propósito de congregar empresas que já doam pelo menos 1% do seu lucro líquido anual, bem como aquelas que se comprometam a alcançar o patamar de doações em até dois anos. Cyrela, fama re.capital, Gaia Impacto, MOL Impacto, Pantys, PwC, RD Saúde e TozziniFreire Advogados são as primeiras signatárias do compromisso, que já conta com outras empresas em processo de adesão.
Destinado a empresas de todos os portes e segmentos, o Compromisso 1% tem como objetivo impulsionar o envolvimento das empresas com o presente e futuro da sociedade, para que invistam em projetos e organizações que precisam de recursos para seguirem sua caminhada. São doações para organizações estruturantes que transformam a realidade das comunidades nas quais estão inseridos, seja por meio da educação, cultura, esporte, saúde ou de ações ambientais e de geração de renda.
Com o investimento social privado, as empresas só têm a ganhar. Além das vantagens financeiras, com mais facilidade de captar recursos no mercado, as empresas também melhoram sua reputação, com maior engajamento dos colaboradores e um relacionamento mais sólido com fornecedores e clientes. É um ecossistema que impacta positivamente todas as partes interessadas.
Criar possibilidades para o avanço do investimento social privado e estimular o hábito de doação no país é, sem dúvidas, um caminho para o fortalecimento da sociedade civil organizada como uma agente de transformações socioambientais positivas. Essa jornada só pode ser trilhada ao lado de pessoas e negócios que acreditam na potência mobilizadora e sustentável da filantropia estratégica e se comprometem com a geração de impacto positivo. Basta começar se comprometendo com 1%.
Afinal, é do agora a responsabilidade de reparar os erros do passado e construir o futuro para aqueles que virão.
O Compromisso 1% é um grande movimento para ampliar o engajamento de empresas na redução das desigualdades e na solução de desafios socioambientais no Brasil.
Podem participar empresas de todos os portes e segmentos, com balanço auditado, que já doam ou que se comprometem a doar, em até 2 anos, 1% de seu lucro líquido anual para organizações da sociedade civil ou causas de interesse público. O movimento e a adesão do Insituto Cyrela foram destaque em matéria na ESG inside.
“O 1% para a Cyrela é uma história construída desde 2010, ano que definimos esta política de doação e a partir desta decisão, surge o Instituto Cyrela. Em 2024 lançamos uma ação de conscientização e engajamento onde temos o Um como símbolo. A campanha Um Por Muitos indica que acreditamos que este 1% tem feito a diferença e pode fazer muito mais ao longo dos anos. Nós doamos mais de R$ 100 milhões desde que o Instituto funciona e já impactamos mais de 100 mil vidas com nossos projetos. Se todos se juntarem nesse movimento e assumirem o compromisso de longo prazo e com continuidade, acreditamos que o poder transformador é muito grande”, afirma Rafaella Carvalho, diretora do Instituto Cyrela durante o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, quando aconteceu o lançamento oficial do Compromisso 1%.
No Brasil, o pilar social (o ‘S’ do ESG) tem ganhado destaque, sendo apontado como prioridade por 72% dos respondentes da pesquisa Panorama ESG 2024, realizada pela Amcham e Humanizadas. A pesquisa abrangeu empresas de médio e grande porte, que juntas somam R$ 756 bilhões em faturamento e empregam 651 mil pessoas, representando 69% da amostra.
Esse foco crescente no pilar social reflete sua importância tanto na mitigação de riscos quanto na criação de vantagens competitivas. Um dos principais componentes dessa agenda é o investimento social privado (ISP), que se revela fundamental para gerar valor e fortalecer os laços com stakeholders. A pesquisa ‘Investimento Social Privado: estratégias que alavancam a Agenda ESG’, conduzida pelo IDIS, reforça essa conexão, ao mostrar que o ISP está entre os dez fatores mais correlacionados com as notas do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) de 2022-2024. Esse dado evidencia que empresas com um desempenho sólido em ISP tendem a se destacar no campo da sustentabilidade, especialmente no aspecto social.
Nesse contexto, foi realizado o painel ‘Os nós do S na agenda ESG’ durante o Fórum Brasileiro de Investidores e Filantropos Sociais 2024. O debate abordou temas de relevância para a evolução das práticas sociais nas empresas, contando com a participação de Luciana Morelli, diretora do Office of Equality da Salesforce para América Latina; Liane Freire, fundadora e CEO do Blend Group Brasil; Mônica Gregori, COO do Pacto Global Brasil; e foi moderada por Tarcila Ursini, conselheira de empresas e co-presidente do Sistema B.
Veja a sessão completa em:
Ursini abriu o debate com a seguinte pergunta aos palestrantes: “Como podemos colocar as pessoas e a sociedade no centro das decisões empresariais? Cada palestrante trouxe sua perspectiva sobre como suas organizações estão enfrentando os desafios sociais e promovendo mudanças estruturais, dentro e fora das empresas, por meio da filantropia corporativa e sua integração na agenda ESG.
Luciana Morelli destacou a importância do programa Pledge 1% da Salesforce – uma empresa líder no setor de tecnologia, especializada em ferramentas de CRM e Cloud. Nesse programa, 1% do lucro, do tempo dos colaboradores e dos produtos e serviços são doados para causas socioambientais. Segundo Luciana, esse compromisso é parte fundamental da cultura organizacional da Salesforce e se reflete em ações concretas como voluntariado e doações. Globalmente, já foram doados 730 milhões de dólares por meio do Pledge 1%, com 19 mil empresas signatárias deste modelo de compromisso criado pela Salesforce. Inspirado no Pledge 1%, o IDIS e o Instituto MOL lançaram recentemente oCompromisso 1%.
No Brasil, em dez anos de operação, a Salesforce já doou mais de 60 mil horas de trabalho voluntário e um volume significativo de recursos financeiros para OSCs, incluindo iniciativas de combate à fome, ações humanitárias, promoção da saúde e reflorestamento. Luciana também destacou a responsabilidade social das empresas de tecnologia frente aos rápidos avanços da Inteligência Artificial:
“Como a gente tem certeza de que estamos usando uma linguagem inclusiva em nossos serviços? Para isso, utilizamos nossos próprios grupos de afinidade com pessoas diversas para nos verificarem a acessibilidade e inclusão. Além disso, como diminuir o desemprego estrutural e a falta de conhecimento de pessoas que estão ficando para trás com os avanços da IA? Estamos em um momento de intensas discussões sobre como avançar com esta tecnologia com um olhar de negócio, mas mantendo práticas responsáveis em relação às questões sociais envolvidas nas consequências da IA”.
Luciana também ressaltou os benefícios de atuar com responsabilidade social, diversidade e uma visão de longo prazo, destacando o potencial de justiça social e redução de desigualdades por meio de ações de Diversidade e Inclusão (D&I). Ela trouxe uma declaração de Marc Benioff, fundador da Salesforce: “A empresa não irá tirar o pé do acelerador em ações de D&I”, enfatizando o compromisso da empresa em seguir firme nessa agenda, mesmo diante de um cenário de cortes em departamentos de D&I no setor de tecnologia.
Como mensagem final, Luciana reforçou que, para destravar os ’nós’ do pilar social na agenda ESG, as empresas devem primeiro entender os impactos negativos gerados internamente – seja nos colaboradores, na sociedade ou no meio ambiente – e, em seguida, desenvolver estratégias baseadas em dados e metas. Ela citou o exemplo do compromisso Pledge 1%, que assegura recursos no médio prazo para ações socioambientais, que devem ser mensuradas e, se necessário, ajustadas ao longo do tempo.
Liane Freire, com sua vasta experiência no desenho de projetos de impacto sistêmico intersetoriais, trouxe ao debate três aspectos fundamentais a serem considerados na agenda social: filantropia, finanças e liderança.
Primeiramente, destacou a natureza do recurso filantrópico e suas características. Liberdade, autonomia e rapidez são vantagens do recurso filantrópico, que pode ser utilizado para enfrentar situações emergenciais, calamidades públicas ou mitigar impactos negativos das operações das empresas. Inovação, propósito e legado também são vistos como diferenciais do ISP, uma vez que sua lógica de aplicação deve dialogar com os objetivos estratégicos da empresa, agendas público-privadas e demonstrar resultados ao avaliar o impacto das ações.
Sobre finanças, Liane ressaltou que as soluções de blended finance (finanças mistas) são essenciais para criar escala e resultados de longo prazo. Essa abordagem combina diferentes formas de capital – como filantrópico e comercial – para alavancar investimentos em causas sociais e ambientais. No Brasil, a necessidade de financiamento de projetos de impacto é grande, e o capital garantidor é um dos principais obstáculos para o avanço dessa agenda. Liane apontou que o recurso filantrópico de bancos de desenvolvimento, como o BNDES, é importante para superar essa barreira. Em relação à liderança, ela destacou:
“Para realizar um projeto de sucesso, o que viabiliza o arranjo de complementariedade de recursos é cada um saber o seu lugar, são pessoas, lideranças, que já enxergam a possibilidade de composição de solução de financiamento com outros atores. E digo mais: o Brasil está liderando a pauta de Blended Finance no mundo”.
Mônica Gregori, por sua vez, destacou o crescimento da rede do Pacto Global no Brasil, que hoje é a segunda maior do mundo, com mais de duas mil empresas signatárias e adesão crescente. Por meio dos quatro pilares de atuação do Pacto Global – direitos humanos, meio ambiente, anticorrupção e trabalho – as empresas podem assumir compromissos públicos e participar de 10 movimentos e plataformas de ação, atuando de forma planejada e colaborativa.
Mônica afirmou a importância de as empresas criarem ações eficazes para atingir as metas socioambientais até 2030, contando com o Pacto Global para orientá-las nesses esforços. Ao ser questionada sobre o maior desafio da agenda social, Mônica respondeu:
“Existem muitos nós ainda na agenda ESG, mas diria que nosso maior desafio hoje é como engajar as cadeias de valor nos mesmos compromissos. As empresas por si só são catalisadoras de mudanças ao engajar parceiros em todos os elos da cadeia produtiva. Eu vejo que existe uma grande inquietação das empresas hoje em aprender juntas sobre melhores práticas e como combinar esforços para avançar.”
Em sua fala final, Mônica enfatizou a necessidade de as empresas atuarem com coerência e consistência ao assumirem compromissos ESG, destacando que esses compromissos devem ser incorporados à estratégia central dos negócios e não apenas tratados como iniciativas secundárias. O Pacto Global oferece ferramentas e capacitações, garantindo que ninguém fique para trás na jornada ESG.
O painel concluiu com uma reflexão sobre os principais desafios que ainda precisam ser superados para que o pilar social da agenda ESG avance de forma eficaz no Brasil. Entre os desafios mencionados, destacaram-se a necessidade de maior engajamento das lideranças empresariais por meio de mecanismos de remuneração para acelerar as metas de sustentabilidade, além do fortalecimento da colaboração entre os setores público, privado e filantrópico. As palestrantes também enfatizaram a importância de continuar inovando e ousando, mesmo em tempos de incerteza, para garantir um futuro mais justo e inclusivo.
Em matéria, o Observatório do Terceiro Setor destacou a importância da iniciativa para o fortalecimento do investimento social privado e da cultura de doação corporativa no Brasil.
Aron Zylberman, do Instituto Cyrela, ressalta que “as empresas que estão se comprometendo com o 1% estão dando um excelente exemplo para que outras sigam o mesmo caminho”.
Gustavo Bernardino, do GIFE, comentou: “O meio corporativo tem condições de firmar esse compromisso, de destinar uma pequena fração do seu lucro líquido para o enfrentamento de questões sociais e ambientais tão flagrantes no Brasil de hoje”.
Evento de Lançamento do Compromisso 1% com parceiros na sede da PwC Brasil, em São Paulo.
Iniciativa colaborativa entre IDIS e Instituto MOL, o Compromisso 1% busca fomentar a doação de empresas para organizações da sociedade civil e causas de interesse público.
A iniciativa é destinada a empresas de todos os portes e segmentos, que já doam ou que se comprometem a doar, em até 2 anos, 1% de seu lucro líquido anual para organizações da sociedade civil ou causas de interesse público.
O movimento tem sido destaque em diversos veículos de imprensa, incluindo jornais impressos, portais e televisão. Confira:
Cyrela, Pantys, PwC e a RD Saúde são algumas das signatárias que já aderiram ao movimento
Iniciativa colaborativa entre IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e Instituto MOL, o Compromisso 1% busca fomentar a doação de empresas para organizações da sociedade civil e causas de interesse público. Entre as empresas já confirmadas na adesão ao movimento estão Cyrela, fama re.capital, Gaia Impacto, MOL Impacto, Pantys, PwC, RD Saúde e TozziniFreire Advogados e, além de outras cinco organizações que já estão com o processo de adesão em fase avançada.
Inspirado no Pledge 1%, movimento estadunidense que reúne mais de 15 mil signatários, o Compromisso 1% busca congregar empresas que já doam pelo menos 1% do seu lucro líquido anual e aquelas que se comprometam a alcançar o patamar de doações em até dois anos. De acordo com a publicação Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC), em 2022, empresas doaram R$4,02 bilhões. O valor corresponde a cerca de ⅓ do total doado por pessoas físicas segundo a Pesquisa Doação Brasil 2022, do IDIS. No mesmo período, as doações realizadas por indivíduos chegaram ao patamar de R$12,8 bilhões.
“O objetivo do compromisso é contribuir para o avanço do investimento social privado no país e estimular a perenidade das doações como estratégia de fortalecimento da sociedade civil organizada. O terceiro setor desempenha papel fundamental na redução das desigualdades. Temos no Brasil instituições sérias que trabalham há muito tempo e de forma impactante, e financiar a atuação e o fortalecimento dessas iniciativas é o que vai garantir a transformação social no médio e longo prazo do país. E este avanço também é responsabilidade das empresas”, ressalta a CEO do IDIS, Paula Fabiani.
Para as signatárias, os benefícios ao se comprometer com movimento poderão ser notados em várias áreas: acesso a uma comunidade de troca e de conhecimento, visibilidade às ações realizadas e ganhos de reputação junto a públicos de interesse, além de se tornar um agente influente no mercado em que atua.
“As empresas que estão se comprometendo com o 1% estão dando um excelente exemplo para que outras sigam o mesmo caminho. Como diz Ralph Waldo Emerson: ‘Suas atitudes falam tão alto que eu não consigo ouvir o que você diz”, comenta Aron Zylberman.
Ao mesmo tempo em que a prática recorrente e estratégica da filantropia contribui para a aceleração de transformações sociais positivas e para o fortalecimento da sociedade civil, empresas podem desenvolver melhores relações com colaboradores, fornecedores e consumidores e há potencial impacto na captação de recursos no mercado financeiro (o S do ESG fortalecido ajuda nas notas de avaliação).
Evento de lançamento do Compromisso 1%, que aconteceu em São Paulo, na sede da PwC Brasil
“Para a PwC Brasil assinar o movimento é reafirmar o nosso compromisso com a redução das desigualdades no país. Sabemos que cada empresa possui suas estratégias de direcionamento dos recursos sociais, mas o mais importante é que há uma intencionalidade nisso tudo”, diz Renato Souza, Diretor de Inclusão, Diversidade e Sustentabilidade Corporativa da PwC Brasil.
O processo de adesão inclui a comprovação das doações realizadas e pode ser feito online no site do movimento.
“O Compromisso 1% é um projeto ambicioso e de
impacto, capaz de impulsionar e acelerar a forma com que empresas se comprometem com o presente e futuro da sociedade, investindo para fortalecer projetos relevantes que precisam de recursos para seguirem sua caminhada”, ressalta Rodrigo Pipponzi, cofundador do Instituto MOL.
Acesse o site do Compromisso 1% e saiba mais sobre o movimento.
Idealizado pelo IDIS e Instituto MOL, o Compromisso 1% busca fomentar a doação de 1% do lucro líquido anual de empresas para organizações da sociedade civil e causas de interesse público. Entre as empresas já confirmadas na adesão ao movimento estão Cyrela, fama re.capital, Gaia Impacto, MOL Impacto, Pantys, PwC, RD Saúde e TozziniFreire Advogados e, além de outras cinco organizações que já estão com o processo de adesão em fase avançada.
Com a adesão das primeiras signatárias no dia de hoje, a campanha já está se tornando destaque na imprensa brasileira. Em matéria publicada hoje, o Valor Econômico reforçou a importância do aumento da filantropia corporativa no país e o seu potencial de transformação social. “Comprovadamente sabemos que a filantropia corporativa gera benefícios […] Por isso, queremos promover essa prática e mover o ponteiro da doação corporativa”, comenta Paula Fabiani, CEO do IDIS.
“O Compromisso 1% é um projeto ambicioso e de impacto, capaz de impulsionar e acelerar a forma com que empresas se comprometem com o presente e futuro da sociedade, investindo para fortalecer projetos relevantes que precisam de recursos para seguirem sua caminhada”, ressalta Rodrigo Pipponzi, cofundador do Instituto MOL.
O Compromisso 1%, iniciativa do IDIS em conjunto com o Grupo MOL, é um projeto de impacto que busca tornar a filantropia corporativa mais perene. Inspirado no Pledge 1% dos EUA, o Compromisso 1% tem como objetivo mobilizar as empresas a destinarem 1% do lucro líquido para ações sociais.
Com lançamento oficial programado para setembro, a campanha já está sendo destaque na imprensa brasileira. O Jornal da Cultura reforçou em matéria a importância da iniciativa para o fortalecimento da solidariedade no Brasil e o combate às desigualdades sociais.
“O Compromisso é um convite para que as empresas realmente possam entender a força da filantropia e mais do que isso, para que elas possam realmente introduzir a filantropia na estratégia dos seus negócios”, destaca Rodrigo Pipponzi, presidente do Conselho do Grupo MOL e membro do Conselho do IDIS.
IDIS e Instituto MOL estão lançando o Compromisso 1%, um movimento para estimular e fortalecer a filantropia corporativa, promovendo a doação para causas sociais. Inspirado no Pledge 1% dos EUA, o Compromisso 1% tem como objetivo mobilizar as empresas a destinarem 1% do lucro líquido para ações sociais.
A campanha será lançada oficialmente em setembro, com o anúncio das primeiras empresas signatárias do compromisso, e já foi destaque no jornal O Globo, em uma entrevista concedida por Paula Fabiani, CEO do IDIS.
“As empresas têm que fazer a sua parte de forma perene. Não se trata de substituir o Estado, mas não dá para achar que vai dar conta sozinha”, afirma Paula.
por Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Rodrigo Pipponzi, confundador e co-CEO do Grupo MOL
Imagine uma instituição com sólido trabalho no combate à desigualdade social que, mesmo após vários anos de funcionamento e desenvolvendo projetos relevantes para a comunidade, se vê constantemente em sufoco financeiro e sempre à beira de fechar as portas. Até que, em meio à pandemia da Covid-19, ela viu as doações, ainda que emergenciais, alavancarem iniciativas importantes e, enfim, teve um respiro para seguir lutando por causas que beneficiam diversas pessoas, direta ou indiretamente.
Eis que, no entanto, esse patamar volta a cair, flertando com os índices pré-pandemia. Se pensarmos no enfrentamento à pobreza: é possível realmente transformar realidades com tantas oscilações em investimentos?
Essa não foi – nem é – uma realidade distante para muitas das mais de 800 mil organizações da sociedade civil presentes hoje no Brasil. Divulgado recentemente, o Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC), estudo conduzido pela Comunitas, traz justamente o retrato do pico de investimento social corporativo (ISC) em 2020, seguido por consecutivas quedas nos anos seguintes.
Se no ano inicial da pandemia a mediana do percentual de ISC em relação ao lucro líquido das empresas pesquisadas ultrapassava os 2%, em 2022 esse índice é menor que 1%.
Fonte: BISC 2023
Mas então como manter o patamar observado em tempos emergenciais? De que forma esse ponto fora da curva pode se transformar em curva e fomentar ainda mais um setor que, segundo recente estudo da Fipe encomendado pelo Movimento por uma Cultura de Doação, representa 4,27% do PIB do Brasil?
Para construir a resposta a essa pergunta é preciso de fato um olhar não só para a atuação dos governos, mas sim das empresas. A Pesquisa Doação Brasil 2022, coordenada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, mostra que as companhias são vistas como uma das principais responsáveis pela solução de problemas socioambientais.
Cabe aqui lembrar que hoje as mesmas empresas que carregam esse “peso” também estão cada vez mais comprometidas com a temática e a agenda ESG (do inglês, Ambiental, Social e Governança), mas o S da sigla é ainda um desafio.
A “The ESG Global Survey“, pesquisa divulgada pelo BNP Paribas em 2021, mostra que, para 51% dos entrevistados, o pilar social é o componente mais desafiador, já que os dados são mais difíceis de se obter e há uma grande falta de normalização em torno das métricas sociais. Então o que fazer para tornar as iniciativas relacionadas ao pilar S mais palpáveis?
É comum que, ao analisar e divulgar as iniciativas relacionadas à esfera social, as empresas olhem mais para dentro de casa e implementem ações que equacionem questões como diversidade e equidade de gênero ou raça.
Não obstante sejam ações relevantes e urgentes, é necessário também olhar para fora das organizações e entender o S como um bom balizador de responsabilidade e investimento social corporativo, inclusive com a possibilidade de fornecer dados consistentes de impacto social.
E nesse contexto o terceiro setor desempenha papel fundamental, já que temos no Brasil instituições sérias que trabalham há muito tempo e de forma impactante com o componente social. Assim, financiar a atuação e o fortalecimento dessas iniciativas é o que vai garantir a transformação social no médio e longo prazo –e de forma mais eficaz que ações internas isoladas.
Todo esse pano de fundo leva Grupo MOL e IDIS à apresentação de um novo projeto: o Compromisso 1%, uma iniciativa que incentiva empresas a se comprometerem com a doação anual de pelo menos 1% de seu lucro líquido para organizações da sociedade civil. Empresas de qualquer porte e com balanço auditado poderão participar e a ideia é criar um movimento de inspiração para líderes corporativos que possa mudar o patamar de doações empresariais no Brasil.
As organizações que assinarem esse compromisso público de força e engajamento social estarão juntas em um esforço para garantir um patamar de doações acima do 1%, não só atrelado a emergências. Essa será uma jornada viável e uma construção ativa para que o investimento social seja sistemático, sustentável e estratégico ao longo do tempo.
E aqui os benefícios são claros, não só reputacionais ou ao trazer melhorias para a comunidade, mas também em termos de engajamento de funcionários e alinhamento com os propósitos de cada empresa.
O Compromisso 1% é um projeto ambicioso e de impacto, capaz de impulsionar e acelerar a forma com que empresas se comprometem com o presente e futuro da sociedade, investindo para fortalecer projetos relevantes que precisam de recursos para seguirem sua caminhada.
Nossa meta é que os próximos levantamentos do setor mostrem justamente uma nova realidade, a se firmar ao longo dos anos, de que o percentual de investimento social corporativo em relação ao lucro líquido esteja já em patamar próximo de 2%. E isso não só em momentos de emergência, mas sim como a expressão de uma escolha consciente e estratégica de país e sociedade.
Texto originalmente publicado no BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo) 2023 e Folha de São Paulo em 16/11/2023.
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