Guarda-chuvas, para-raios e cisternas para uma filantropia mais transformadora

Texto originalmente publicado na Folha de São Paulo em 19/05/2023

por Felipe Groba, Gerente de Projetos no IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

Pouco conhecidas no Brasil, FICs se destacam por intermediação independente entre investidores e organizações sociais

Imagine se existisse no Brasil um mecanismo que permitisse  empresas e indivíduos destinarem recursos para emergências e endereçar questões socioambientais de alta complexidade em um determinado território, sem riscos de conformidade legal e que, além disso, servisse também de instrumento para defender causas e políticas públicas de modo legítimo e sem partidarismos. Imagine se esse mesmo mecanismo fosse capaz de fomentar a cultura de doação local e fortalecer organizações sociais e coletivos locais.

Esses mecanismos existem.  São cerca de 20 no México, 201 no Canadá e mais de 900 nos Estados Unidos – alguns com mais de 100 anos de história – e são comumente chamados de Fundações ou Institutos Comunitários, ou FICs. As FICs são organizações da sociedade civil independentes que atuam fortalecendo a filantropia local, captando recursos junto a empresas e indivíduos e alocando-os de modo estratégico para que organizações sociais formais e informais se desenvolvam, fortaleçam sua atuação e executem seus projetos. Geram, assim, impacto em um território específico.

Visita da equipe IDIS a ‘Tabôa’, Serra Grande, na Bahia

O Brasil conta hoje com 14 organizações operando nesse modelo em 10 estados. Nesse grupo, existem organizações já consolidadas como a Fundação FEAC de Campinas, o Instituto Baixada Maranhense e o ICOM – Instituto Comunitário da Grande Florianópolis, e também organizações mais jovens, como a FEAV, com atuação em Valinhos, o Instituto Cacimba, na região de São Miguel Paulista (periferia de São Paulo), a Manauara Associação Comunitária e o recém-formado ICOSE – Instituto Comunitário do Sergipe. Todas elas integram o Programa Transformando Territórios, lançado em 2021 pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, financiado pela Charles Stewart Mott Foundation e com apoio institucional da Brazil Foundation e do GIFE.

Visita da equipe IDIS a Redes do Bem, organização comunitária no Rio de Janeiro

A maior parte das FICs brasileiras já conta com fundos filantrópicos constituídos para captar e distribuir recursos para organizações e iniciativas de seus territórios. Além disso, elas fomentam campanhas como o ‘Dia de Doar’, iniciativas para o engajamento de voluntários e promovem cursos e capacitações para líderes sociais locais. Algumas delas atuam também como porta-vozes das demais Organizações da Sociedade Civil (OSCs) do território perante o poder público na defesa do fortalecimento e regulamentação de fundos de direitos, do desbloqueio de recursos e no advocacy por mudanças legislativas. A legitimidade para ativar a filantropia e representar o setor social do território vem do fato de não ser vocação das FICs operarem projetos diretamente, sendo seu papel o de canalizar recursos para as organizações que operam na ponta com os beneficiários, assim, as FICs tornam-se aliadas das OSCs locais e não competidoras.

 

 

As experiências bem sucedidas têm provocado algumas mudanças no setor. Segundo pesquisa BISC – Benchmarking do Investimento Social Corporativo, publicada anualmente pela Comunitas, 38% das Empresas contempladas indicaram algum grau de prioridade para apoios às FICs no biênio 2022/2023, enquanto 86% das Fundações e Institutos Corporativos atribuíram prioridade média ou alta. Dentro do setor industrial, 75% dos respondentes afirmam ter introduzido ou fortalecido as FICs em sua estratégia de investimento social (contra 20% no setor de serviços), confirmando a tendência da indústria extrativista e de transformação de buscar soluções socioambientais locais, visando mitigar suas externalidades negativas e potencializar suas externalidades positivas, em consonância com as boas práticas ESG (sociais, ambientais e de governança).

O potencial das FICs como canalizadoras de investimentos sociais locais vem, sobretudo, do estabelecimento de uma governança robusta, diversa e perene, assim como uma  abordagem sistêmica baseada no diagnóstico das potencialidades e necessidades locais, construída através da escuta das diferentes vozes da sociedade civil local e da constante interlocução com as organizações que atuam em prol do território. Essas características dão match com o que as empresas esperam para fortalecer a atuação com organizações sem fins lucrativos. Segundo a BISC, 90% das empresas apontam a “maior evidência do sucesso (resultados, impacto) das parcerias” como um fator determinante para o fortalecimento da relação, enquanto 80% indicam a “necessidade da empresa de atuar em rede”. E essas, são justamente  algumas das principais características das FICs.

Cabe notar que as FICs são, antes de tudo, importantes intermediárias entre doadores e OSCs, buscando atender aos interesses filantrópicos dos doadores, mas sempre de olho nas demandas do território. Um exemplo disto são os DAFs – Donor Advised Funds, ainda pouco populares no Brasil, que funcionam como “contas correntes de filantropia” de indivíduos e empresas, administradas pelas FICs, que ficam responsáveis por investir esses recursos no mercado de capitais e repassá-los às organizações sociais de acordo com as preferências dos doadores. Essa possibilidade de acumular recursos para direcioná-los futuramente é análoga às cisternas, que armazenam água visando a utilização em momentos estratégicos ou de maior necessidade.

Ao consolidarem e gerirem doações de terceiros, as FICs ficam encarregadas de toda a diligência, acompanhamento e prestação de contas sobre o uso desses recursos, permitindo, por exemplo, que grandes empresas financiem projetos e organizações menores e até mesmo movimentos e coletivos informais, pois a FIC estará ali atuando como um “pára-raio” de compliance, mitigando riscos para os doadores ao serem a donatária direta dessas empresas. Feita a diligência na recepção dos recursos, caberá à FIC mentorar os doadores quanto ao uso estratégico desses recursos, tendo como base o seu amplo conhecimento do território, de suas demandas e potencialidades, de suas organizações e líderes.

Por fim mas não menos importante, essa visão privilegiada do território e construída em bases democráticas e de confiança mútua permite às FICs servirem como porta-vozes para que o setor social local lute por direitos e visibilidade, empreenda campanhas de mobilização social ou até faça incidência por mudanças em políticas públicas, sem estarem diretamente expostas perante autoridades. A FIC atua então como um ‘guarda-chuva’ para que as lideranças sociais não se molhem no jogo político e de poder desnecessariamente.

Esse conjunto de características faz das Fundações e Institutos Comunitários mecanismos potentes para uma filantropia mais ativa, efetiva e duradoura em um território, seja ele um bairro, uma cidade, um estado ou mesmo um território que compartilhe afinidades e identidades socioambientais.

Participe do evento | Instituto e Fundação Comunitária: conceitos e como formar uma

Participe do evento online e gratuito e saiba mais sobre este modelo que tem se desenvolvido cada vez mais no Brasil

 

Com o objetivo de apoiar a criação e o desenvolvimento de novas Fundações e Institutos Comunitários (FICs), o IDIS promove um evento online gratuito no dia 29 de março, quarta-feira, para a apresentação do conceito.  A reunião marca também o lançamento da chamada para novas organizações e  líderes comunitários participarem do programa Transformando Territórios, projeto do IDIS em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar o modelo no país.

 

Conheça os palestrantes:

  • Felipe Insunza Groba, Gerente de Projetos do IDIS e do programa Transformando Territórios;
  • Eliane Macari, Presidente da FEAV – organização participante do Programa Transformando Territórios.

 


29 de março , das 16h às 17h30
Inscrições pelo Sympla

Venha saber mais sobre esse modelo inovador de impacto social.
Inscreva-se aqui.


Confira o vídeo na íntegra do Evento clicando AQUI!

 

UM POUCO SOBRE O CONCEITO

Fundações e Institutos Comunitários (FICs) são associações que atuam em prol do desenvolvimento comunitário de um território geográfico delimitado, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto social positivo para o desenvolvimento da região. Estas são protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento.

Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, não implementam projetos – financiam projetos e iniciativas sociais de outras organizações em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região. Além disto, FICs fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

O Transformando Territórios apoia o desenvolvimento destas organizações por meio de formações, materiais didáticos voltados para a temática, palestras nacionais e internacionais, consultorias individuais, viagens e recursos financeiros.

 

COMO PARTICIPAR DO TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

Lançado em 2020, o Transformando Territórios hoje tem 13 iniciativas participantes. Nesta chamada, buscamos novos candidatos para integrar nossa rede. No processo seletivo serão avaliadas algumas características:

 

  • Atuação em um território geográfico delimitado, preferencialmente nos seguintes Estados: Pará, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Paraná, com população entre 200.000 ou 5.000.000 de habitantes;

 

  • Para líderes comunitários: participação de ao menos 4 pessoas interessada em participar da construção e atividades da FIC;

 

  • Para organizações já constituídas e que queiram converter-se em uma FIC: ter interesse em atuar em múltiplas causas e não desenvolver projetos e/ou atividades que possuam relação direta com os beneficiários.

O Programa Transformando Territórios está seu segundo ciclo. Em 2022, apoiou a estruturação de dez novas organizações.


 

Assista esse e outros vídeos na nossa playlist do programa Transformando Territórios.

Você já ouviu falar em Institutos e Fundações Comunitárias?

O conceito de Fundação Comunitária surgiu nos Estados Unidos, mais precisamente em Cleveland/Ohio, em 1914, como uma solução para a dificuldade que os bancos encontravam em satisfazer o desejo de seus clientes de doar parte de seus recursos para organizações filantrópicas em testamento, pois não havia regras específicas para isso. Desde então, se espalhou pelos Estados Unidos tornou-se popular em outros países da América do Norte, Europa e mais recentemente, na África. De acordo com o Community Foundation Atlas, atualmente existem mais de 1.800 Fundações Comunitárias no mundo, que movimentam anualmente mais de USD 5 bilhões.

Mas o que são Institutos ou Fundações Comunitárias? Certamente você conhece ou já ouviu falar de organizações não governamentais (ONGs) que lutam em prol de uma causa como saúde, combate à fome, educação, meio ambiente, etc. Diferente das ONGs tradicionais, os Institutos ou Fundações Comunitárias atuam em um território geográfico específico, seja este um bairro, distrito ou até uma cidade ou região, e trabalham na solução dos problemas prioritários daquela localidade, ou seja, são multi-temáticos.

Os Institutos e Fundações Comunitárias se diferem também em outros princípios como:

  • Não executam projetos sociais, seu objetivo é apoiar financeiramente e tecnicamente iniciativas no território em que atuam;
  • Constroem conexões, capacidade e confiança dentro do território;
  • Servem como ponte entre os diversos atores de dentro e fora da localidade;
  • São gestoras de doação e doadores;
  • Buscam a construção de fundos temáticos e fundos patrimoniais para garantir perenidade de investimento no território;
  • Sua governança tem membros do território em sua composição.

Os Institutos e Fundações Comunitárias têm um modelo de organização social que fomenta o protagonismo local e empodera a comunidade reduzindo desigualdades, promovendo o desenvolvimento local sustentável e agindo como interlocutora dos diversos stakeholders (parte interessadas).

INSTITUTOS E FUNDAÇÕES COMUNITÁRIAS NO BRASIL

Hoje, no Brasil, apenas três organizações operam neste modelo: o Instituto Comunitário Grande Florianópolis, o Tabôa – Desenvolvimento Comunitário e o Instituto Baixada Maranhense.  Entendendo a importância deste tipo de instituição para o desenvolvimento social inclusivo, o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation, criou o programa Transformando Territórios, que vem fomentando a criação de mais Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, desde 2018.

Você já ouviu falar em Institutos e Fundações Comunitárias?

Evento – Fundação ABH (antes da pandemia de Covid-19)

Uma das organizações participantes é a Fundação ABH, que atua na periferia sul da cidade de São Paulo com o objetivo de gerar sustentabilidade e trazer investimento de maneira perene para a região, tendo sempre atores da comunidade envolvidos na concepção e desenvolvimento de todos as iniciativas que realiza. Com apoio do IDIS e do Programa Transformando Territórios, em 2021, a Fundação ABH criou o projeto PerifaSul 2050, que está sendo construído por meio de um processo colaborativo e empoderador, onde são identificadas as temáticas prioritárias para o território em curto, médio e longo prazo, junto aos atores locais. É um projeto ambicioso, pois vai além da construção de um plano, ele fomenta o protagonismo local, a construção de relações de confiança e cria uma visão e objetivos comuns para a região.

Para a Fundação ABH, é fundamental a participação e o envolvimento das pessoas do território. Se todos se percebem como parte do processo, entendendo seu papel e como podem contribuir para alcançar os objetivos em comum, a comunidade se torna protagonista na construção de soluções, na inovação de seus fazeres e o resultado desse processo pode ser exponencial.

O PerifaSul 2050 já identificou as três causas “guarda-chuva” prioritárias para o território: Inclusão Produtiva; Desenvolvimento Comunitário e Vida Digna e Bem-Estar. Estas causas contemplam ainda subtemas que são abordados e discutidos em cada reunião. A cada oficina, os atores sociais traçam atividades, metas, objetivos e os resultados esperados. André Benelli, participante do PerifaSul 2050 e membro do coletivo Fora de Frequência, reforça o foco no desenvolvimento local: “Acredito que todos os temas escolhidos são de extrema relevância e, de certa forma, todos estão associados com direitos básicos da vida em sociedade. Com isso, proporcionar ações que melhorem todos esses campos sociais, é contribuir e muito com o desenvolvimento humano no território sul da cidade de São Paulo”.

Transformando Territórios e Fundação ABH

Evento – Fundação ABH (antes da pandemia de Covid-19)

Assim como a Fundação ABH outras organizações estão se desenvolvendo como Institutos ou Fundações Comunitárias e participando desta mudança no cenário do terceiro setor e da filantropia social. O Programa Transformando Territórios está atuando em parceria com organizações em São Paulo, Minas Gerais, Amazônia, Rio de Janeiro, entre outros.

Saiba mais sobre o Programa Transformando Territórios.

Por Marina Fay, Diretora-Executiva da Fundação ABH, e Paula Fabiani, CEO do IDIS

 

IDIS palestra em três dias do Festival ABCR 2022

Realizado pela ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos, o Festival ABCR, que é maior conferência de captação de recursos da América Latina, voltou às atividades presenciais e o IDIS participou dos três dias de evento no Centro de Convenções da Frei Caneca.

A conferência reúne representantes do terceiro setor e aborda uma variedade de temas relacionados à captação de recursos. Entre os temas, estiveram avaliação de impacto, fundos patrimoniais e filantropia comunitária. Nestes temas, o IDIS participou como palestrante ao longo do evento.

Em caráter exclusivo para inscritos, Amanda Santos, analista de projetos, junto de Daniel Barretti e Felipe Groba, ambos gerentes de projetos, ministraram uma masterclass sobre a avaliação de impacto e a metodologia SROI (Social Returno on Investment, ou em português, Retorno Social do Investimento). Os presentes puderam conhecer mais a fundo as especificidades dessa metodologia e cases. Entre os principais interesses da audiência, estava como o resultado de avaliação de impacto pode ajudar na comunicação com financiadores.

Amanda Santos, do IDIS, na masterclass de Avaliação de Impacto

Para responder sobre 10 perguntas frequentes sobre fundos patrimoniais, Andrea Hanai, gerente de projetos, e Paula Gonçalo, coordenadora de projetos, reuniram cerca de 60 pessoas. Durante a palestra, elas explicaram sobre o que são fundos patrimoniais (ou endowments) e como esse tipo de mecanismo funciona e pode ser um aliado para a sustentabilidade financeira de organizações sem fins lucrativos.

Andrea Hanai e Paula Gonçalo na sessão sobre 10 perguntas frequentes sobre fundos patrimoniais

Fechando o último dia de evento, Whilla Castelhano, coordenador de projetos, moderou uma mesa sobre filantropia comunitária. Fortemente envolvida no projeto Transformando Territórios, realizado pelo IDIS e Mott Foundation no fomento a institutos e fundações comunitárias no Brasil, ela elucidou o modelo de funcionamento deste tipo de organizações aos presentes. Além disso, também esteve presente Jair Resende, da FEAC, e Welson Alves, do Instituto Espraiada, ambas organizações participantes do Transformando Territórios.

Whilla Castelhano, Welson Alves e Jair Resende na sessão sobe filantropia comunitária

O apoio à filantropia comunitária: a importância da sustentabilidade a longo prazo

A filantropia comunitária é uma estratégia baseada no reconhecimento e na valorização do papel das comunidades locais, das suas lideranças e dos seus ativos, na promoção de ações coletivas voltadas para alcançar o desenvolvimento sustentável de um determinado território e das suas populações, de acordo com as suas necessidades e potencialidades

Em maio desse ano, IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e C.S. Mott Foundation reuniram um público diverso para debater e aprofundar o conhecimento sobre um importante tema e os desafios e perspectivas para o desenvolvimento da filantropia brasileira.

Luis Norberto Pascoal no Seminário IDIS Transformando Territórios. Foto: André Porto

Realizadores do programa Transformando Territórios, que fomenta o desenvolvimento de fundações e institutos comunitários (FICs) no Brasil, promoveram o 1º Seminário Transformando Territórios com mais de 60 pessoas, entre líderes de FICs, filantropos, parceiros e apoiadores da causa.

 

“O apoio à filantropia comunitária” foi o painel que abriu o evento, mediado por Paula Fabiani (CEO do IDIS), com a participação de Antônio Carlos Pipponzi (Presidente do Conselho de Administração da RaiaDrogasil) e Luis Norberto Pascoal (Conselheiro da Fundação FEAC e fundador da Fundação Educar).

Luis Norberto Pascoal, Paula Fabiani e Antonio Carlos Pipponzi

Pipponzi destacou que, atualmente, existe uma grande expectativa que empresas apoiem organizações engajadas com questões sociais – como é o caso das FICs – Fundações e Institutos Comunitários. De acordo com ele, não há mais espaço para que as empresas entreguem apenas resultados financeiros. Para seguirem existindo, é necessário gerarem resultados positivos para a sociedade.

“A filosofia de doação é construída aos pouquinhos, tanto nos indivíduos quanto nas empresas. Ao olharmos os problemas, a nossa responsabilidade aumenta e não se pode abandonar o processo de filantropia, ela se torna hábito e as coisas mudam a longo prazo conforme o tempo passa”, acrescentou Pipponzi.

Pascoal destacou em sua fala a reflexão que para encontrarmos soluções reais para o país é preciso construir valor dentro de territórios, com parcerias entre instituições comunitárias, setor público e privado – precisam atuar em conjunto para que haja uma solução completa.

 

Assista ao painel completo através do vídeo abaixo:

 

Apoiar os territórios comunitários é legitimar suas atividades e criar um ambiente mais autônomo

As Fundações e Institutos Comunitários (FICs) atuam em prol do desenvolvimento de um território geográfico através das OSCs – Organizações da Sociedade Civil – locais, criando uma rede de relacionamento e parcerias locais.

Tais relações são baseadas no reconhecimento e na valorização do papel das comunidades locais, das suas lideranças e dos seus ativos na promoção de ações coletivas voltadas para alcançar o desenvolvimento sustentável de cada região.

Em maio desse ano, IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e C.S. Mott Foundation reuniram um público diverso para debater e aprofundar o conhecimento sobre um importante tema e os desafios e perspectivas para o desenvolvimento da filantropia brasileira.

Realizadores do programa Transformando Territórios, que fomenta o desenvolvimento de fundações e institutos comunitários (FICs) no Brasil, promoveram o 1º Seminário Transformando Territórios com mais de 60 pessoas, entre líderes de FICs, filantropos, parceiros e apoiadores da causa.

Seminário IDIS Transformando Territórios. Em 21 de maio de 2022. Ed. Ruth Cardoso, SP. Foto: André Porto

Uma das mesas do evento discutiu justamente “A importância do engajamento e parcerias nos territórios”, na qual participaram do debate Cássio França (Secretário Geral do GIFE) e Mônica de Roure (Diretora Executiva da BrazilFoundation) e Beatriz Johannpeter (Diretora do Instituto Helda Gerdau e Embaixadora do Programa Transformando Territórios). Logo de cara todos os palestrantes já concordaram que apoiar territórios é legitimar as atividades daquele lugar para que se crie um ambiente autônomo.

Mônica de Roure, Beatriz Johannpeter e Cássio França

Os painelistas destacaram, principalmente, a importância de combater a pobreza. “Não se pode normalizar a pobreza e os problemas sociais do Brasil. Se não reduzirmos a pobreza, que é o primeiro passo e mais importante, todos os outros problemas também irão regredir”, destacou França.

Cássio França no Seminário IDIS Transformando Territórios.

De acordo com o Censo GIFE 2020, o volume total de investimento social das organizações contempladas foi de R$ 5,3 bilhões, o que representa 63% a mais do que o previsto para 2020, que era de R$ 3,3 bilhões. O nível de doações durante a pandemia demonstrou o quanto é possível que os diversos atores sociais ajudem e doem além do que já vem sendo feito. Segundo a mesa, o grande desafio agora será manter o crescimento do investimento social privado.

Nesse contexto, tiveram grande atuação e importância as lideranças comunitárias que, por estarem inseridas nos territórios, puderam agir de forma ágil e eficiente, destinando os recursos da melhor forma.

Assista à palestra completa através do vídeo abaixo

 

 

Fundações e Institutos Comunitários têm extrema importância para a agenda pública

Institutos e Fundações comunitárias têm se consolidado como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto sistêmico para o desenvolvimento da região.

Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, financiam projetos e iniciativas sociais em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região e fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

Em maio desse ano, IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e C.S. Mott Foundation reuniram um público diverso para debater e aprofundar o conhecimento sobre um importante tema e os desafios e perspectivas para o desenvolvimento da filantropia brasileira.

Lúcia Dellagnelo no Seminário IDIS Transformando Territórios.

Realizadores do programa Transformando Territórios, que fomenta o desenvolvimento de fundações e institutos comunitários (FICs) no Brasil, promoveram o 1º Seminário Transformando Territórios com mais de 60 pessoas, entre líderes de FICs, filantropos, parceiros e apoiadores da causa.

No seminário, discutiu-se a respeito da relação das Fundações e Institutos Comunitários com a Agenda pública, compreendendo a necessidade de articulação e escuta por parte dessas fundações para garantir a concretude de agendas públicas necessárias para a comunidade

 

Lúcia Dellagnelo, Patrícia Loyola e Eliana SousaDebatendo o assunto estiveram Lúcia Dellagnelo (Fundadora e conselheira do Instituto Comunitário Grande Florianópolis – ICOM e Embaixadora do Programa Transformando Territórios) e Eliana Sousa (Diretora Fundadora da Associação Redes da Maré e Líder participante do Programa Transformando Territórios), mediadas por Patrícia Loyola (Diretora de Gestão e Investimento Social da Comunitas). As painelistas destacaram, principalmente, a ideia de que fundos comunitários surgem para formar um legado nos territórios onde estão inseridos, mantendo as mudanças e melhorias para gerações futuras.

Seminário IDIS Transformando Territórios.

O grande destaque do painel veio do debate sobre a importância de se compreender o que os territórios necessitam antes de filantropos ou empresas realizarem doações diretas. A criação de fundos comunitários por FICs foi apontada como uma solução. Elas seriam as receptoras dos recursos e responsáveis pela gestão e distribuição. Segundo Dellagnelo, essas instituições ‘ponte’ apoiam a estrutura social, conhecem o contexto das organizações de base e o que a população efetivamente necessita.

As perspectivas, potencialidades e desafios das Fundações e Institutos Comunitários no país

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

Em maio desse ano, IDIS e Mott reuniram um público diverso para debater e aprofundar o conhecimento sobre um importante tema e os desafios e perspectivas para o desenvolvimento da filantropia brasileira.

Helena Monteiro, Shannon Lawder, Nicholas Deychakiwsky e Mamo Mohapi

Presentes no evento Nicholas Deychakiwsky (Senior Program Officer da C.S. Mott Foundation), Shannon Lawder (Director of the Civil Society Program daC.S. Mott Foundation) e Mamo Mohapi (Program Officer da C.S.Mott Foundation) e Helena Monteiro (Diretora Executiva do David Rockefeller Center for Latin American Studies da Universidade de Harvard e Embaixadora do Programa Transformando Territórios) debateram em um painel as perspectivas, potencialidades e desafios das Fundações e Institutos Comunitários. 

Mamo Mohapi (Program Officer da C.S.Mott Foundation) no Seminário IDIS Transformando Territórios.

Nicholas destacou que as FICs têm o papel de compreender o que é necessário na sociedade e território, ponto que, muitas vezes, o 2º Setor (as empresas) acha que sabe mais por ter mais dinheiro. Mas, na realidade é um conhecimento que o 3º setor possui muito mais, justamente por essa proximidade com o território, ou seja, com as pessoas que ali vivem.

Helena Monteiro (Diretora Executiva do David Rockefeller Center for Latin American Studies da Universidade de Harvard e Embaixadora do Programa Transformando Territórios) no Seminário IDIS Transformando Territórios.

Ele acrescentou, ainda, que o sistema como o conhecemos atualmente irá ruir se não olharmos para o que o terceiro setor já vem fazendo e resolvendo há tanto tempo com mais atenção. “É importante construir capacidade e confiança nos territórios, garantindo a perenidade de suas ações e evolução de sua comunidade”, disse o representante da Mott Foundation.

 

O evento contou ainda com outros três painéis discutindo temáticas variadas em torno da filantropia comunitária e sua evolução no país. Confira a palestra na íntegra e o evento completo abaixo:

 

Organizações comunitárias participam de encontro do Transformando Territórios em São Paulo

Mais de 20 líderes de fundações e institutos comunitários (FICs) de oito estados, participantes do programa Transformando Territórios, viajaram a São Paulo para três dias de programação, incluindo oficinas, seminário e visitas durante o mês maio. Também estiveram com parceiros, doadores e embaixadores do Programa, além de representantes da C.S. Mott Foundation, organização americana que assina a autoria do programa com o IDIS.

Lançado em 2020, com o objetivo de fomentar a criação de FICs no Brasil, o Transformando Territórios vinha promovendo encontros exclusivamente online entre os participantes, em função das restrições impostas pela pandemia. No encontro promovido no dia 18, estes líderes tiveram a oportunidade de se conhecerem pessoalmente,  trocar experiências e estreitar laços. A primeira atividade,  foi uma visita a Fundação FEAC e o FEAV – Fórum da Entidades Assistenciais de Valinhos, localizadas na cidade de Campinas e Valinhos, respectivamente, interior do estado de São Paulo. Ambas entidades, a partir do ingresso no Transformando Territórios, realizaram a mudança no modelo de operação para o de FIC, que é um dos objetivos do Programa. Durante a visita, os participantes puderam conhecer como foi esse processo para a FEAV e FEAC e ver na prática como têm se organizado.

Jair Resende, da FEAC

 

De volta à cidade de São Paulo, tiveram no dia 19, um workshop na sede do Instituto Jatobás. Wellington Nogueira, fundador do Doutores da Alegria, conduziu uma dinâmica para que os líderes se conhecessem e interagissem. Houve também um momento para autoavaliação e troca de conhecimento sobre atividades e rotinas que estão realizando nos respectivos territórios e uma palestra sobre ‘Captação de Recursos para Grantmakers’, com o especialista e consultor Michel Freller.

Michel Freller em atividade

Michel Freller em atividade sobre captação de recursos para organizações participantes do Transformando Territórios

(foto seminário) O terceiro dia do encontro foi dedicado ao Seminário Transformando Territórios, encontro aberto a um público mais amplo de interessados no tema. Em quatro painéis, especialistas compartilharam suas percepções sobre a importância do modelo, seus desafios e perspectivas para o Brasil. Saiba mais sobre o Seminário e assista aos vídeos aqui.

“Reunir estas lideranças, promover trocas e fortalecer esta rede foi potente e mostrou que estamos seguindo na direção certa. No próximo biênio, temos como objetivo fortalecer estas FICs”, comenta Whilla Castelhano, coordenadora do Transformando Territórios no IDIS.

Saiba mais sobre o Transformando Territórios e FICs e acesse o site do projeto:

 

 

 

Seminário Transformando Territórios reúne filantropos, empresas e sociedade civil

Em uma manhã fria de maio, IDIS e C.S. Mott Foundation reuniram um público diverso para debater e aprofundar o conhecimento sobre um importante tema: a filantropia comunitária e os desafios e perspectivas para seu desenvolvimento no Brasil. Realizadores do programa Transformando Territórios, que fomenta o desenvolvimento de fundações e institutos comunitários (FICs) no Brasil, promoveram o 1º Seminário Transformando Territórios com mais de 60 pessoas, entre líderes de FICs, filantropos, parceiros e apoiadores da causa.

Veja um resumo e depoimentos sobre o evento.

Reunimos aqui os destaques dos quatro painéis que integraram o evento.

O apoio à filantropia comunitária

“O apoio à filantropia comunitária” foi o painel que abriu o evento, mediado por Paula Fabiani (CEO do IDIS), com a participação de Antônio Carlos Pipponzi (Presidente do Conselho de Administração da RaiaDrogasil) e Luis Norberto Pascoal (Conselheiro da Fundação FEAC e fundador da Fundação Educar).

Audiência no Seminário Transformando Territórios. Foto: André Porto

 

Pipponzi destacou que, atualmente, existe uma grande expectativa que empresas apoiem organizações engajadas com questões sociais – como é o caso das FICs, por meio da filantropia comunitária. De acordo com ele, não há mais espaço para que as empresas entreguem apenas resultados financeiros. Para seguirem existindo, é necessário gerarem resultados positivos para a sociedade.

 

Pascoal acrescentou à reflexão que para encontrarmos soluções reais para o país é preciso construir valor dentro de territórios, com parcerias entre instituições comunitárias, setor público e privado –  precisam atuar em conjunto para que haja uma solução completa.

 

A importância do engajamento e parcerias nos territórios

Quando o assunto abordado passou a ser “A importância do engajamento e parcerias nos territórios”, na segunda mesa, os palestrantes concordaram que apoiar territórios é legitimar as atividades daquele lugar para que se crie um ambiente autônomo.

Beatriz Johannpeter (Diretora do Instituto Helda Gerdau e Embaixadora do Programa Transformando Territórios) e Cássio França (Secretário Geral do GIFE). Foto: André Porto

Cássio França (Secretário Geral do GIFE) e Mônica de Roure (Diretora Executiva da BrazilFoundation) subiram ao palco com a moderadora Beatriz Johannpeter (Diretora do Instituto Helda Gerdau e Embaixadora do Programa Transformando Territórios). Os painelistas destacaram, principalmente, a importância do combate à pobreza. “Não se pode normalizar a pobreza e os problemas sociais do Brasil. Se não reduzirmos a pobreza, que é o primeiro passo e mais importante, todos os outros problemas também irão regredir”, destacou França.

 

De acordo com o Censo GIFE 2020, o volume total de investimento social das organizações contempladas foi de R$ 5,3 bilhões, o que representa 63% a mais do que o previsto para 2020, que era de R$ 3,3 bilhões. O nível de doações durante a pandemia demonstrou o quanto é possível que os diversos atores sociais ajudem e doem além do que já vem sendo feito. Segundo os palestrantes, o grande desafio agora será manter o crescimento do investimento social privado.

Nesse contexto, tiveram grande atuação e importância as lideranças comunitárias que, por estarem inseridas nos territórios, puderam agir de forma ágil e eficiente, destinando os recursos da melhor forma.

Fundações e Institutos Comunitários com a agenda pública

 

O terceiro painel do seminário tratou sobre a relação das Fundações e Institutos Comunitários com a agenda pública. Lúcia Dellagnelo (Fundadora e conselheira do Instituto Comunitário Grande Florianópolis – ICOM e Embaixadora do Programa Transformando Territórios) e Eliana Sousa (Diretora Fundadora da Associação Redes da Maré e Líder participante do Programa Transformando Territórios), mediadas por Patrícia Loyola (Diretora de Gestão e Investimento Social da Comunitas) destacaram a ideia de que fundos comunitários surgem para formar um legado nos territórios onde estão inseridos, mantendo as mudanças e melhorias para gerações futuras.

O grande destaque do painel veio do debate sobre a importância de se compreender o que os territórios necessitam antes de filantropos ou empresas realizarem doações diretas. A criação de fundos comunitários por FICs foi apontada como uma solução. Elas seriam as receptoras dos recursos e responsáveis pela gestão e distribuição. Segundo Dellagnelo, essas instituições ‘ponte’ apoiam a estrutura social, conhecem o contexto das organizações de base e o que a população efetivamente necessita.

Perspectivas, potencialidades e desafios das Fundações e Institutos Comunitários

Fechando a manhã de reflexões sobre filantropia comunitária, Nicholas Deychakiwsky (Senior Program Officer da C.S. Mott Foundation), Shannon Lawder (Director of the Civil Society Program da C.S. Mott Foundation) e Mamo Mohapi (Program Officer da C.S.Mott Foundation) subiram ao palco com a moderação de Helena Monteiro (Diretora Executiva do David Rockefeller Center for Latin American Studies da Universidade de Harvard e Embaixadora do Programa Transformando Territórios) e finalizaram o seminário com a mesa Perspectivas, potencialidades e desafios das Fundações e Institutos Comunitários.

 

Nicholas destacou que as FICs têm o papel de compreender o que é necessário na sociedade e território, ponto que, muitas vezes, o 2º Setor (as empresas) acha que sabe mais por ter mais dinheiro. Mas, na realidade é um conhecimento que o 3º setor possui muito mais, justamente por essa proximidade com o território.

Helena Monteiro,  Shannon Lawder, Nicholas Deychakiwsky e Mamo Mohapi . Foto: André Porto

Ele acrescentou ainda que o sistema como o conhecemos atualmente irá ruir se não olharmos para o que o terceiro setor já vem fazendo e resolvendo há tanto tempo com mais atenção.

SOBRE O TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS E FICS

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico. São parceiros institucionais BrazilFoundation e GIFE.

Institutos e Fundações comunitárias tem se consolidado como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto sistêmico para o desenvolvimento da região. São protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento. Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, financiam projetos e iniciativas sociais em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região e fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

De acordo com levantamento realizado pelo Community Foundation Atlas, existem mais de 1.800 institutos e fundações comunitárias. Juntas, essas organizações movimentam mais de USD 5 bilhões todos anos. No Brasil, ainda são pouco conhecidas. Participam hoje do Transformando Territórios 14 organizações de todo país, com diferentes níveis de maturidade, mas todas comprometidas com a implantação do modelo da filantropia comunitária.

 

Saiba mais sobre o programa e os participantes em www.transformandoterritorios.org.br

IDIS visita organizações do programa Transformando Territórios

A equipe do IDIS realizou uma série de visitas às organizações participantes do programa Transformando Territórios, que existe para o fortalecimento de institutos e fundações comunitárias no Brasil.

O propósito dos encontros foi de conhecer mais profundamente as organizações e líderes participantes do Programa Transformando Territórios e apoia-los no desenvolvimento das suas atividades como fundações e institutos comunitários brasileiros.

 

Iniciando as visitas no Rio de Janeiro, Felipe Insunza Groba, gerente de projetos do IDIS, e Whilla Castelhano, coordenadora do projeto, visitaram a Associação Redes da Maré. Durante o encontro tiveram a oportunidade de visitar alguns dos equipamentos que compõe a ação da Redes no conjunto de favelas da Maré junto de Gisele Ribeiro, Presidente da organização.  E tiveram oportunidade de conhecer os planos  para o Fundo Comunitário da Maré que terá como foco de apoiar o desenvolvimento de outros líderes e iniciativas sociais na região.

Equipe do IDIS junto da equipe da Redes da Maré

 

Ainda na zona metropolitana do Rio de Janeiro, a Redes do Bem, braço de instituto comunitário da Agência do Bem, foi a outra organização que foi visitada. Esta entidade surgiu a partir de um processo de formação para organizações sociais oferecido pela Redes do Bem. Na mesma região da zona oeste do Rio de Janeiro, em Vargem Grande, Escola Música e Cidadania que forma centenas de jovens através da música clássica e cidadania. A Redes do Bem tem o papel de fomentar a capacitação, formação e financiamento de projetos sociais na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Nesta visita, tivemos a oportunidade de conhecer o impacto das ações de formação e capacitação que a Redes do Bem promove para o terceiro setor carioca ao visitar o Instituto Territórios que está promovendo ações educativas transformadoras na região de Sepetiba, na Zona Oeste da capital carioca.

A última parada no Rio de Janeiro foi a visita ao polo Escola Música e Cidadania em Vargem Grande, projeto social liderado pela Agência do Bem em diversas regiões da região metropolitana carioca.

Equipe IDIS visita organização apoiada pela Redes do Bem.

Equipe IDIS visita organização apoiada pela Redes do Bem.

 

Mudando de estado, no Espírito Santo, foi a vez da FUNDAES – Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo receber a equipe do IDIS para conhecer mais sobre o Fundo de Investimento Comunitário Capixaba, o FIC, que está sendo promovido pela FUNDAES com o objetivo de promover e financiar projetos sociais e OSCs que operem no estado do Espírito Santo.

Nesta visita também tivemos a oportunidade de visitar o Banco Bem, banco comunitário que atende as comunidades dos morros do bairro Itararé, em Vitória, e que foi criado pelo Ateliê de Ideias, associada da FUNDAES. Também foi possível conhecer outras 3 organizações sociais apoiadas pela FUNDAES na promoção e desenvolvimento social no Estado. A FUNDAES está desenvolvendo o FIC – Fundo de Investimento Comunitário Capixaba que visa promover e financiar projetos sociais e OSCs que operem no estado do Espírito Santo.

 

 

Conheça mais sobre o programa neste vídeo:

 

Sobre o Transformando Territórios

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

1 milhão de reais em matching para desenvolvimento de organizações comunitárias

Com 14 organizações participantes e 1 milhão de reais captados com a Charles Stewart Mott Foundation para matching de recursos locais, o Transformando Territórios está encerrando 2021 com grandes avanços e planos ainda maiores para 2022. O projeto, realizado pelo IDIS, teve início em 2020 com apoio da fundação americana e tem como objetivo fomentar e apoiar o desenvolvimento de fundações e institutos comunitários no Brasil.

Apesar das grandes dificuldades e mudanças causadas pela pandemia da COVID-19 ao longo dos últimos quase dois anos, o Transformando Territórios continuou as atividades junto a um grupo de 20 lideranças interessadas no desenvolvimento de uma organização comunitária em seus territórios, acreditando que este modelo operacional poderá trazer as mudanças e avanços necessários para a filantropia local.

Entre as ações deste ano, estão workshops, palestras, consultorias individuais e em grupo, fortalecendo e apoiando estes líderes para o desenvolvimento destas organizações. Ao todo, 12 encontros foram realizados ao longo do ano e mais de 200 pessoas foram impactadas.

Para fortalecer as organizações participantes do programa, serão disponibilizados o R$ 1 milhão da Mott Foundation. A doação será em formato de matching, ou seja, para cada 1 real captado por estas organizações a Mott Foundation doa 1 real para elas. Entre os doadores locais, estão o Instituto ACP, que selecionou três organizações para receberem aportes financeiros com atividades de desenvolvimento institucional, e pessoas físicas como José Luiz Setúbal, Teresa Bracher e Flavio Bitelman.

TransformandoTerritorios_BeatrizJohannpeterPara disseminar o conceito da filantropia comunitária e engajar doadores, o Transformando Territórios conta com cinco embaixadores: Beatriz Johannpeter, Helena Monteiro, José Luiz Egydio Setúbal, Lúcia Dellagnelo e Maria Alice (Neca) Setúbal. Ao longo do ano, com apoio do IDIS e da Levisky Legado, dois embaixadores e a filantropa Betty Feffer promoveram eventos para um número restrito de convidados, que puderam debater o tema, conhecer exemplos práticos e planejar estratégias de apoio.

Com planos para 2022, além da continuidade das consultorias, palestras e workshops, o IDIS planeja um seminário com as organizações participantes, apoiadores e embaixadores, além da produção de uma publicação sobre a trajetória deste Programa.

Para conhecer mais sobre as organizações, embaixadores e novidades, acesse o site do Programa Transformando Territórios.

Instituto Comunitário de Valinhos avança no diagnóstico da região com apoio do IDIS

Com objetivo de estruturar um plano estratégico de ações para o território de Valinhos, cidade da região metropolitana de Campinas, SP, a FEAV – Fórum de Entidades Assistencialistas de Valinhos promoveu um workshop com a participação de lideranças e das 11 entidades de sua rede. A programação acontece dentro do âmbito do Programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

A FEAV é uma das 14 organizações participantes do programa e tem avançando rapidamente nas atividades para a formalização de um Instituto Comunitário. No evento, a organização o apresentou o diagnóstico detalhado do mapeamento de demandas e potencialidades do território e das instituições locais, feito com apoio do IDIS, incorporando as sugestões do público. Whilla Castelhano, coordenadora do IDIS no Transformando Territórios, participou também apresentando conceitos e objetivos do Programa.

Workshop FEAV e IDIS - Transformando Territórios

Whilla Castelhano durante Workshop com a FEAV

Entre os próximos passos previstos estão a definição do planejamento estratégico de curto prazo, a partir da priorização de ações, e a definição de um modelo de negócios para que as necessidades sejam endereçadas.

“É preciso conhecer o território de abrangência e verificar os serviços e as demandas apontadas. Agora precisamos avançar, com o envolvimento de todos para que esse projeto se transforme em processo”, destacou Eliane Macari, presidente da FEAV.

Para saber mais sobre o Transformando Territórios e sobre o conceito de Institutos e Fundações Comunitárias, acesse: https://www.idis.org.br/projetos-de-impacto/fundacoes-e-institutos-comunitarios/

Workshop FEAV e IDIS - Transformando Territórios

*As medidas de segurança para a Covid-19 (distanciamento e o uso de máscaras) foram respeitados durante o evento.

 

Veja também: Você já ouviu falar em Institutos e Fundações Comunitárias?

Bibliografia sobre Filantropia Comunitária

A literatura sobre Fundações e Institutos Comunitários é muito vasta e rica, para facilitar a leitura inicial sobre o conceito e referências nacionais sobre o tema separamos estas doze bibliografias.

Filantropia Comunitária: Terreno Fértil para o Desenvolvimento Social. 

Fundações Comunitárias no Brasil: Presente e Futuro

What do we mean by community foundation

Community Philanthropy and a New Model of Development Hodgson

Expandindo e fortalecendo a filantropia comunitária no Brasil.

Community Foundation Atlas

Columbus Survey Results

The New Generation of Community Foundations.

Em Busca do Equilíbrio

Carta de Princípios da Rede Iberoamericana de Fundações Cívidas e Comunitárias.

The Growing Importance of Community Foundations

Keeping the “Community” in Community Foundations

Vídeos sobre Filantropia Comunitária

Para aprender mais sobre Fundações e Institutos Comunitários, separamos alguns vídeos que apresentam o conceito de forma ilustrativa e simples!

 

What is a Community Foundation? – KernFoundationLive

 

 

 

Sample Video: What is a Community Foundation?

 

What is a Community Foundation? – Community Foundation of Madison & Jefferson Co.

 

Community Foundation Atlas – Intro Video

 

UK Community Foundations – The power of Community Foundations

 

Global Fund for Community Foundations (GFCF) – A resposta é local: Como a filantropia comunitária transfere poder e muda o mundo

https://www.youtube.com/watch?v=QA88jnFF5hY&t

 

 

Tot Raval Foundation

 

Atuação filantrópica territorial é destaque no Valor

A filantropia comunitária em territórios é um movimento que vem ganhando espaço no país e é destaque no jornal Valor Econômico. Estas iniciativas que visam ampliar a participação individual e fomentar estratégias de longo prazo para a mudança social em territórios estão sendo aprimoradas nos últimos anos. O trabalho coordenado entre ONGs, fundações, associações de ação social, empresas e universidades se mostra muito mais eficiente na transformação social e vem demostrando grande potencial de impacto.

Para Paula Fabiani, CEO do IDIS, os esforços que envolvem o conceito mais amplo de filantropia comunitária, representam uma tendência que veio para ficar. Segundo Paula, “a sociedade entendeu que precisa de soluções integradas e locais”. “Este olhar mais sistêmico e com atuações transversais estimula o surgimento das fundações comunitárias”, ressalta.

A atuação das associações leva em conta as realidades de áreas delimitadas, levantando informações socioeconômicas, promovendo saúde, inclusão produtiva e empreendedorismo. Paula cita como exemplos desse modelo de atuação do ICom – Instituto Comunitário da Grande Florianópolis; o Instituto Comunitário Baixada Maranhense e a Tabôa, associação comunitária criada no sul da Bahia pelo fundador da Natura Guilherme Leal. Todas estas organizações fazem parte do projeto Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Confira o artigo na íntegra.

 

Carta de Princípios para Institutos e Fundações Comunitárias

Saiba os princípios e valores de Institutos e Fundações Comunitárias.

Fundações e Institutos Comunitários (FICs) são organizações que atuam em prol do desenvolvimento comunitário de um determinado território geográfico, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto social positivo para o desenvolvimento do território.

Diferente dos modelos tradicionais de assistência externa ao desenvolvimento comunitário, na qual cidadãos são vistos como beneficiários, as FICs diferenciam-se pela abordagem filantrópica horizontal na qual os cidadãos são coinvestidores e responsáveis pela transformação da própria realidade, estabelecendo uma relação de confiança, transparência e de responsabilidade mútua sobre o bem-estar da comunidade, garantindo a legitimidade das ações promovidas e a defesa dos direitos e interesses comunitários.

Devido ao caráter local de sua atuação e ao protagonismo concedido à comunidade, Institutos e Fundações Comunitárias garantem não apenas a captação e investimento junto à mais diversos territórios, mas também, como profundos conhecedores da realidade local por terem um diálogo estabelecido com a comunidade local, são geralmente as primeiras instituições a responderem às necessidades emergentes do território, direcionando o investimento dos recursos as causas (saúde, sustentabilidade, educação, etc) de maior necessidade do território.

A capacidade em oferecer respostas ágeis e assertivas aos desafios locais, reflete o importante papel desta estrutura institucional para a garantia de direitos e bem-estar social, principalmente diante da eclosão de crises econômicas, sanitárias, ambientais e humanitárias, que evidenciam cada vez mais as desigualdades sociais e a ineficácia do governo em atender a demandas comunitárias urgentes.

Neste sentido, o papel como grantmaker – ou seja, organização distribuidora de recursos – assegura a vitalidade e fortalecimento do setor social  da região, oferecendo às organizações da sociedade civil e coletivos locais tanto o suporte financeiro como também suporte técnico, permitindo a construção de capacidades dessas iniciativas sociais para que sejam capazes de atuar na linha de frente do endereçamento dos mais diversos  desafios sociais.

O sucesso do modelo dos Institutos e Fundações Comunitárias se deve à capacidade em assumir múltiplos papéis exercendo, além do papel de grantmakers e de lideranças comunitárias, a função de articuladoras, capazes de dialogar com o poder público, setor privado, e setor social, de modo a captar e potencializar investimentos na comunidade no longo prazo.

 

VALORES E PRINCÍPIOS

As FICs possuem princípios e valores que norteiam suas ações e atividades. São 9 princípios que guiam as atividades:

  • Instituições locais;

  • Provedoras de apoio institucional e técnico às organizações e iniciativas sociais locais;

  • Multitemáticas

  • Instituições juridicamente estabelecidas, perenes e com visão de longo-prazo

  • Financiadas por fontes de recursos diversas

  • Majoritariamente grantmakers

  • Representadas por membros da comunidade

  • Provedoras de serviços para doadores

 

Além disso, é importante lembrar que as fundações comunitárias  por atuarem na melhoria na qualidade de vida da sociedade e em defesa dos interesses públicos precisam ter alguns valores bem definidos para afirmar sua legitimidade, como a defesa dos valores democráticos e a transparência na comunicação e de dados para criar uma relação de confiança com a comunidade ao seu redor.

Para conhecer mais sobre esses princípios e valores das FICs, confira a Carta de Princípios – Institutos e Fundações Comunitárias.

Oportunidade no IDIS para atuar com Filantropia Comunitária

Com a missão de inspirar , apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, o IDIS atua junto a empresas, famílias, institutos, fundações e organizações da sociedade civil. Desenvolvemos projetos de impacto, geramos conhecimento ao setor e oferecemos consultoria ao investidor social e às organizações que executam projetos e programas sociais, para que tomem decisões estratégicas e ampliem o impacto de suas iniciativas. Buscamos um profissional experiente e comprometido a trabalhar de forma colaborativa, criativa e com foco em resultados para integrar nosso tiime de consultoria.

Em um primeiro momento, o foco principal da atuação será um projeto de longo prazo para o desenvolvimento de fundações comunitárias no Brasil, realizado em parceria com a Mott Foundation. O escopo do trabalho envolve o apoio técnico às organizações existentes e potenciais, assim como a interlocução com stakeholders e potenciais doadores/parceiros para o projeto.


Principais atribuições e responsabilidades

  • Participar do planejamento do projeto e detalhamento das atividades a serem realizadas, bem como da divisão de papéis e responsabilidades entre a equipe do projeto;
  • Se reunir com parceiros/clientes do IDIS sempre que solicitado para apresentação intermediárias e finais das etapas do projeto e para processos de trabalho colaborativo relacionados ao projeto;
  • Contribuir para a execução do cronograma do projeto, respeitando os prazos e zelando pela qualidade dos produtos a serem entregues, alertando para desvios ou riscos não previstos;
  • Zelar pela ética e valores institucionais do IDIS.

 

Requisitos

Experiência:

  • Formação superior e experiência anterior mínima de 3 (três) anos atuando em gestão de projetos especificamente ligados à área de Investimento Social Privado e assuntos correlatos ao projeto;
  • Planejamento estratégico, incluindo desenho de governança
  • Estudos de campo (diagnóstico e mapeamento local, mobilização, pesquisa qualitativa e outros)
  • O conhecimento e/ou experiências prévias relacionadas à Filantropia Comunitária serão considerados diferenciais.
  • Além disso, a experiência com relacionamento institucional junto a grandes doadores e a gestão de organizações sociais são bem-vindas.

Competências:

  • Inglês fluente
  • Espanhol avançado
  • Proatividade, capacidade de execução, planejamento e relacionamento interpessoal

 

Por enquanto o IDIS atua em formato remoto, mas há previsão de retomada ao escritório. O candidato deve residir em São Paulo, e ter disponibilidade para viagens.

Enviar CV via e-mail para: vagas@idis.org.br  com o assunto Consultor em Filantropia Comunitária e Investimento Social, explicitando a razão de seu interesse nesta oportunidade, o tipo de projeto no qual possui experiência anterior e indicando a pretensão salarial.

IDIS recebe especialista em Filantropia Comunitária e visita organizações em diferentes regiões do Brasil

Filantropia Comunitária é um dos temas caros ao IDIS desde sua fundação, e o ano de 2019 pode ser considerado um marco na nossa atuação nesta área, pois foi quando iniciamos o desenho do ‘Programa de Desenvolvimento da Filantropia Comunitária’, em parceria com a Mott Foundation. Sua intenção é fomentar o surgimento de Fundações Comunitárias no País, bem como fortalecer e consolidar as já existentes. Para apoiar este processo, recebemos, em outubro, Alina Porumb, consultora romena com extensa experiência no tema, e que desenvolveu um programa similar em seu país entre 2005 e 2015. Por muito anos, esteve também à frente da ‘ARC – Association for Community Relations’, uma organização que apoiou o surgimento de Fundações Comunitárias na Romênia.
Além de compartilhar com a equipe do IDIS suas vivências e realizar atividades de imersão no tema, Alina fez uma série de visitas a organizações brasileiras que atuam no campo da Filantropia Comunitária, sempre acompanhada por alguém da equipe do IDIS, abarcando parcialmente a diversidade de realidades que encontramos no Brasil.

 

Redes da Maré (RJ)

A visita à organização Redes da Maré, no Rio de Janeiro, realizada com Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, ampliou o conhecimento acerca da difícil e complexa realidade dos 140 mil moradores das 16 favelas do Complexo da Maré e dos corajosos e inspiradores projetos realizados pela organização, com foco na melhoria da qualidade de vida e garantia de direitos da população. Um dos pontos debatidos com Eliana Sousa Silva, Diretora da Redes da Maré, foi a possibilidade de se criar uma Fundação Comunitária neste território, como um meio de atrair recursos de longo prazo para financiamento destes e outros projetos de desenvolvimento local.

 

Tabôa (BA)

A Tabôa é uma organização social que fomenta iniciativas de base comunitária e empreendimentos socioeconômicos em Serra Grande, no sul da Bahia. Essa visita já estava cercada de expectativas pela já reconhecida atuação da organização na região, pelas belezas naturais locais, pelas saborosas diferenças gastronômicas, pela riqueza cultural e pelas mais recentes notícias da chegada do vazamento de óleo, que atingiu diversas localidades no nordeste e sudeste, às praias de Serra Grande. Na visita, realizada com André Lara, gerente de projetos do IDIS, as expectativas foram atingidas. Eles se impressionaram ao ver a mobilização da população local unindo forças em projetos de seu interesse, ao ver habilidades gastronômicas e culturais potencializadas e transformadas em oportunidade de negócio e geração de renda, ao ver de perto o poder de transformação que o engajamento e a organização coletivas podem ter. Ao mesmo tempo, sentiram na pele o impacto brutal de não poder entrar no mar, comer peixes ou mesmo caminhar pelas praias sem estar calçado devido à contaminação por óleo. As raízes da Filantropia Comunitária, que prevê este empoderamento coletivo para resolver problemas em comum estão também direcionadas para a questão ambiental. Voltaram tocados, mas confiantes de que esta mobilização pode despertar também um apoio estrutural e efetivo do poder público.

 

ICOM – Instituto Comunitário da Grande Florianópolis (SC)

O ICOM é uma Fundação Comunitária com 14 anos de atuação. A organização incentiva o engajamento de empresas e indivíduos na prática do investimento social e apoia as organizações da sociedade civil da região. Mariane Nunes, Gerente Executiva, recebeu Alina a Raquel Altemani, gerente financeira no IDIS, e compartilhou a história, as conquistas e os desafios atuais do ICOM. Se aprofundou também na história de como o Instituto implementou a metodologia Vital Signs – uma forma participativa de reunir indicadores sobre o desenvolvimento social de territórios com o apoio e colaboração de representantes da sociedade civil e do setor público e gerar conhecimento sobre os avanços e prioridades locais. O ICOM integra a rede ‘Ibero American Network of Community Foundation’, focada no fortalecimento e troca de experiências entre Fundações Comunitárias da América Latina, Portugal e Espanha.

 

Fundação Tide Setubal (SP)

A dupla Alina e Raquel também visitou o Galpão ZL, um espaço voltado para a promoção do empreendedorismo periférico e de negócios de impacto social na Zona Leste da capital paulista mantido pela Fundação Tide Setubal. Os representantes da organização, Guiné e Andrelissa, as acompanharam em uma estimulante conversa sobre a busca de justiça social e desenvolvimento sustentável de periferias urbanas. A Fundação tem como missão contribuir para o enfrentamento das desigualdades socioespaciais das grandes cidades, e, para isso, promove a articulação de diversos atores, como representantes da sociedade civil, empresas, poder público, instituições de pesquisa. A atuação por mais de 10 anos da Fundação Tide Setubal no território de São Miguel Paulista, sempre pautada pela valorização dos ativos e talentos locais e por um processo atento de escuta e colaboração, permitiu que a organização desenvolvesse metodologias de engajamento comunitário e gerasse muito conhecimento sobre tema, tornando-se uma referência no País e contribuindo para levar os aprendizados para outros territórios, ampliando ainda mais seu potencial de impacto.

 

Se interessa pelo tema? Conheça a publicação ‘Filantropia Comunitária: terreno fértil para o desenvolvimento social’

Confira os vídeos do Fórum de Filantropos e Investidores Sociais de 2019

“Força das Comunidades” foi o tema do 8º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado em setembro de 2019 pelo IDIS. Ao longo de 10 horas de programação, foram realizadas doze sessões e todas elas serão disponibilizadas no canal do IDIS no YouTube.

O evento, exclusivo para convidados, reuniu mais de 300 participantes, entre filantropos, representantes de empresas, institutos, fundações e governos, e 52 palestrantes. Com um tema complexo e importante como esse, o Fórum buscou reunir pontos de vista locais e globais e diferentes experiências para estimular a reflexão acerca do papel dos cidadãos e as soluções que geram o bem comum.

Escolhemos as atividades melhor avaliadas pela audiência para iniciar a divulgação dos conteúdos. Inscreva-se em nosso canal e receba notificações quando os demais estiverem disponíveis.

Sessão Dinâmica: Precisamos mobilizar todo mundo; com Edgard Gouveia, Game Master na Epic Journey

Inclusão, diversidade e equidade: forças de mudança em nossas comunidades

Com Flávia Regina de Souza Oliveira, Sócia de Mattos Filho Advogados; Marcos Panassol, Sócio e Líder de Capital Humano da PwC Brasil; Maíra Liguori, Diretora do Think Olga; Mariana Almeida, Superintendente da Fundação Tide Setúbal; e moderação de Mafoane Odara, Gerente no Instituto Avon.

• Empresas com propósito e comprometidas com a sustentabilidade

Com Juliana Azevedo, Presidente na Procter & Gamble Brasil; Matthew Govier, Diretor Executivo da Accenture Strategy; Ruy Shiozawa, CEO do Great Place to Work Brasil; e moderação de Gabriella Bighetti, CEO da United Way Brasil. Essa sessão teve o apoio da BNP Paribas Asset Management.

• Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2019

Em poucos minutos, imagens e depoimentos dos organizadores, palestrantes, parceiros e participantes.

Realizado desde 2012, o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.000 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Esta é uma iniciativa conjunta do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e do Global Philanthropy Forum (GPF). Neste ano, contou com a parceria institucional da United Way. Também comprometidos, a Fundação Telefonica Vivo foi a parceira ouro do projeto, a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, a Fundação Mott e o Santander, parceiros prata, e o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e o escritório de advocacia Mattos Filho, parceiros bronze.

Veja aqui o álbum de fotos do evento.

IDIS 2020: Catalisador de Iniciativas

Pensar sobre aonde se quer chegar e planejar as atividades e recursos necessários para atingir os objetivos de forma coerente e sustentável é o que recomendamos a todos nossos parceiros, e no IDIS, não poderíamos fazer diferente. Em outubro, iniciamos nosso processo de planejamento estratégico para 2020.

Usando como base o plano trienal, desenvolvido em 2017, envolvemos toda a equipe do IDIS, que olhou para os resultados alcançados e projetos desenvolvidos neste ano, e traçou o plano para concretizar nosso novo posicionamento – IDIS: CATALISADOR DE INICIATIVAS. Por meio dele, reforçamos nosso compromisso com a idealização e o implementação de iniciativas que promovam o Investimento Social Privado no Brasil. Gerar e disseminar conhecimento, influenciar e representar o setor e idealizar, estruturar e implantar projetos próprios, passam a ser, dessa forma, nossos principais pilares de atuação.

Entre os principais projetos para o próximo ano, estão o fortalecimento da cultura de doação, por meio da campanha Descubra Sua Causa; a agenda dos Fundos Patrimoniais, com o avanço do trabalho de advocacy desempenhado na Coalização pelos Fundos Filantrópicos; a valorização da cultura de avaliação; e a promoção de parcerias intra e intersetoriais para a resolução de problemas sociais complexos. Ações específicas serão realizadas também no sentido de qualificar e ampliar a Filantropia Familiar e a Filantropia Comunitária. Seguiremos apoiando iniciativas de famílias, empresas, institutos e ONGs, por meio de atividades de consultoria, em todas as fases de seu investimento – do planejamento estratégico, passando pela gestão das doações, até a avaliação de impacto; e provendo o único Fórum no Brasil destinado exclusivamente a filantropos e investidores sociais.

Aspectos relacionados à comunicação institucional e gestão também foram discutidos. Para dar mais concretude ao novo posicionamento, foi planejada a atualização da marca. Especificamente em relação à sustentabilidade, avançamos no plano de constituição de um Fundo Estruturante, lançado na celebração dos 20 anos do IDIS, em setembro de 2019.

O planejamento, que ainda será validado por nosso Conselho Deliberativo, traça o caminho que seguiremos no próximo ano. Acreditamos na força do investimento social privado para criar um futuro mais justo e solidário, melhorando a vidas das pessoas. Por um 2020 com mais impacto!

Incentivo à Filantropia Comunitária – novos passos de uma jornada

Desde sua fundação, em 1999, a Filantropia Comunitária é um tema caro ao IDIS e considerado prioritário para a promoção de uma sociedade mais justa e igualitária. Em parceria com outras organizações e investidores sociais, temos atuado no sentido de promover um movimento de incentivo à prática no Brasil.

Neste ano, somamos a esta trajetória um novo marco – o lançamento da publicação ‘FILANTROPIA COMUNITÁRIA: Terreno fértil para o Desenvolvimento Social’, fruto de um estudo realizado com o apoio da Mott Foundation e que traz detalhes sobre o processo de mapeamento de organizações comunitárias, os resultados da pesquisa e ideias de estratégias para fortalecer o movimento no Brasil. A publicação, já disponível no site do IDIS, foi lançada no dia 31 de maio em São Paulo, na presença de Nick Deychakiwsky e Carlos Rios-Santiago, Diretores de Programas na Mott Foundation, cuja visita teve por objetivo dar continuidade ao processo de fortalecimento do tema no Brasil e de aproximar os investidores sociais do conceito de Filantropia Comunitária.

Durante sua estadia no país, Nick e Carlos visitaram organizações voltadas ao fortalecimento de comunidades locais. Acompanhados por Raquel Altemani, gerente de projetos no IDIS, os representantes da Mott Foundation tiveram a oportunidade de conhecer de perto o trabalho desempenhado pela Fundação Urbe9 (em Campinas-SP), IBEAC – Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário e Fundação ABH (ambas no município de São Paulo), ICOM – Instituto Comunitário da Grande Florianópolis (em Florianópolis) e Redes da Maré (no Rio de janeiro). Além disso, também foram realizados encontros com organizações que trabalham pelo desenvolvimento da Filantropia no país, como o GIFE, WINGS e a Rede de Filantropia para a Justiça Social.

A visita também inclui um encontro entre investidores sociais e a fundação americana. Nick descreveu o conceito de Fundações Comunitárias, apresentando o trabalho da Mott e seu interesse em implementar esse modelo de organização ao Brasil. Em seguida, Raquel Altemani comentou sobre os resultados e insights adquiridos ao longo da pesquisa de mapeamento de organizações comunitárias no Estado de São Paulo em 2018, estimulando o debate e o compartilhamento de percepções entre os investidores sociais.

Tivemos também o prazer de participar do evento Expandindo e Fortalecendo a Filantropia Comunitária no Brasil, organizado pela Rede de Filantropia para a Justiça Social. Foi um dia dedicado à troca de experiências entre fundações, institutos e organizações comunitárias, e mais um passo para a consolidação do tema no Brasil. Nessa ocasião, integramos o painel “Pesquisas e Tendências da Filantropia Comunitária no Brasil”, no qual apresentamos nossa experiência com a Mott Foundation. Além disso, pudemos aprender com a visão internacional de Jenny Hodgson, Diretora Executiva do Global Fund for Community Foundations, sobre experiências de Filantropia Comunitária ao redor do mundo, e com a perspectiva de representantes de organizações comunitárias no Brasil – como a Associação Indígena da Comunidade Kisêdjê, Caranguejo Uçá, Instituto Baixada, Rede de Bancos Comunitários da Bahia, Casa Fluminense, ICOM – e representantes de fundações e associações no Brasil comprometidas com o apoio a organizações comunitárias. Dessa forma, as iniciativas e a mobilização de atores engajados no campo da Filantropia Comunitária refletem a relevância do tema não só para a agenda do IDIS, mas para o desenvolvimento do país como um todo.

Aprendendo sobre Filantropia Comunitária em Berlim

Entre 26 de Fevereiro e 1 de Março, Raquel Altemani, nossa gerente de Projetos, esteve em Berlim, capital da Alemanha, acompanhando um workshop promovido pela Mott Foundation* com o objetivo de promover o conceito e a prática de Fundações Comunitárias no mundo.

Estavam no evento, além da equipe da Mott, 22 representantes de organizações da sociedade civil, consultores e pesquisadores de 20 diferentes nacionalidades, envolvendo América Latina, África e Europa, que foram contratados pela fundação para desenvolver uma investigação em seus países com o intuito de responder duas perguntas.

Com base no resultado dessa pesquisa, a Mott espera ser capaz de selecionar alguns dos países como alvo de uma iniciativa de fomento às Fundações Comunitárias. O workshop marcou a início desse trabalho e, para contribuir com os pesquisadores, a Mott convidou pessoas e organizações que já receberam grants no passado para desenvolver Fundações Comunitárias em seus países e tiveram sucesso.

A escolha dos participantes do workshop priorizou países onde a Mott ainda não possui nenhuma iniciativa em curso. O Brasil, representado pelo IDIS, não é um deles, uma vez que a Mott já atua aqui. Mesmo assim, o IDIS foi convidado a participar para se aprofundar no tema e para trocar experiências com os demais participantes.

Em 2018 o IDIS conduziu uma pesquisa, em parceria com Mott, para mapear organizações no estado de São Paulo que desenvolvessem projetos sociais baseados em engajamento comunitário. O objetivo desse projeto foi compreender melhor o perfil dessas organizações e explorar, junto a elas, possíveis estratégias para estimular o crescimento e fortalecimento de iniciativas de Filantropia Comunitária no Brasil. Os resultados dessa pesquisa serão compartilhados em uma publicação a ser lançada pelo IDIS ainda em 2019.

“Para mim, foi uma grande oportunidade participar desse workshop porque pude conhecer pessoas muito experientes no campo da filantropia comunitária, que compartilharam conosco não apenas os casos que deram certo, mas também os erros e as dificuldades” conta Raquel. “Além disso, tivemos a possibilidade de conhecer dirigentes de algumas das Fundações Comunitárias de Berlim e de visitar alguns dos projetos conduzidos por elas”, conclui.

(*)A Mott Foundation é uma fundação norte americana com sede em Flint-Michigan que vem trabalhando desde 1926 para fortalecer comunidades ao redor do mundo. A organização conta com um fundo patrimonial de mais de 3 bilhões de dólares e tem uma expressiva atuação como grantmaker – ao longo de sua história, já investiu mais de 3,2 bilhões em organizações de 62 países.

 

O que é Filantropia Comunitária
No conceito da Mott Foundation, Fundações Comunitárias são organizações filantrópicas com uma agenda ampla e múltipla de causas que contribuem para o desenvolvimento comunitário, comprometidas com resultados de longo prazo e focadas em uma área geográfica específica. Seu objetivo é melhorar a vida das pessoas da região onde atua por meio da mobilização e distribuição de ativos locais e da atração de investidores. São organizações que funcionam como um veículo para o exercício da cidadania dos moradores locais, já que criam espaço para debate sobre as prioridades locais e para a tomada de decisão sobre o uso dos recursos captados. De acordo com James Magowan, Diretor da European Community Foundation Initiative, que foi um dos palestrantes do workshop, as Fundações Comunitárias atuam dentro do modelo de “bounding, bridging & linking”, ou seja, possuem um papel articulador que estimula e promove laços, pontes e conexões entre os diversos atores de uma comunidade.

IDIS e MOTT Foundation iniciam projeto na área da Filantropia Comunitária

O protagonismo social é fundamental para processos de transformação da realidade; que por sua vez são necessários para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável. E por isso faz parte dos temas de atuação do IDIS desde a sua fundação.
No Brasil, há inúmeras evidências e pesquisas recentes que indicam que o nível de confiança e credibilidade das instituições do país é extremamente baixo – um quadro que leva os cidadãos a buscarem novas formas de se engajar na solução dos problemas sociais que enfrentam.

Nesse contexto, a filantropia comunitária vem crescendo muito, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo e tem sido foco de estudos, pesquisas e trocas entre organizações que atuam com filantropia.

E o IDIS, junto com a MOTT Foundation, iniciou um projeto para mapear as iniciativas de Filantropia Comunitária no Estado de São Paulo. A primeira atividade, realizada no dia 12 de julho, foi uma oficina para explorar alguns conceitos inerentes ao tema, pois há distintos entendimentos sobre o que é uma comunidade e o que caracteriza uma organização de filantropia comunitária.

“ O que faz o avanço global da Filantropia Comunitária tão entusiasmante é a variedade de formatos que ela assume, adaptações para diferentes contextos, desafios, recursos e lideranças”
Barry Knight e Andrew Milner CENTRIS, Global Alliance for Community Philantropy

Tivemos a participação de algumas importantes organizações que atuam no setor: Fundo Elas, Gife, Wings, Fundo Brasil de Direitos Humanos, CIEDs, Fundação Tide Setubal, Rede de Filantropia para a Justiça Social, ICOM, Fundo Casa, Fundação Affonso Brandão Hennel e Fundação Salvador Arena.

Saiba mais sobre Filantropia Comunitária nesse vídeo desenvolvido pelo Global Fund for Community Foundations:

 

Relatório: The Value of Community Philanthropy (o Valor da Filantropia Comunitária)

Este relatório, escrito por Barry Knight, apresenta os resultados de pesquisa realizada pelas organizações americanas Aga Khan Foundation e pela Charles Stewart Mott Foundation em comunidades de Washington, Estados Unidos; Joanesburgo, na África do Sul; e Dhaka, Bangladesh. O estudo explora diferentes formas para estimular e desenvolver a filantropia comunitária como meio de contribuir para a sustentabilidade das organizações da sociedade civil. Também mostra maneiras de transformar a relação entre doadores e beneficiários para melhorar o desenvolvimento da filantropia.

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