As conversas abordaram temas como filantropia emergencial, tecnologia, avaliação de impacto, filantropia familiar, ESG e muito mais, sempre sob a ótica daFilantropia entre nós!
Confira algumas das imagens registradas ao longo do dia:
A realização é do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation. Em 2024, tivemos apoio master do Movimento Bem Maior; apoio prata da RD Saúde; e apoio bronze da Fundação Grupo Volkswagen, Fundação Itaú, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Aegea Saneamento, Instituto Sicoob e Mott Foundation. O UNICEF Brasil foi apoiador institucional do evento e a Alliance magazine foi parceira de mídia.
Ao longo da sessão, as pessoas palestrantes compartilharam experiências sobre como suas organizações inovaram a adotar diferentes formas de apoio e/ou soluções alternativas às mais convencionais da filantropia, colaborando de forma próxima com as comunidades para aprimorar o impacto socioambiental positivo nas regiões que atuam pelo Brasil.
O primeiro exemplo de ousadia na defesa de territórios de Braulina Baniwa. Ela relata que há dois anos, quando criou a organização na qual ocupa a diretoria, enfrentou resistência e poucas organizações e empresas estavam dispostas a apoiá-la por ser uma mulher indígena recém-chegada no setor social. Além disso, Braulina apresentou desafios que dificultaram a captação de recursos financeiros por meios de editais, entre elas a dificuldade com a língua, pelo fato de português não ter sido seu idioma materno, e questões de cunho burocrático.
Ainda sobre as necessidades exigidas muitas vezes em editais, Braulina contrapõe que:
“Os números têm sua importância, mas as
narrativas são essenciais para humanizar esse processo de credibilidade no setor social, para mediar nosso impacto.”
Para ela, a valorização das narrativas incentiva que os recursos cheguem às organizações que ainda não estão tão consolidadas e que são compostas por pessoas historicamente marginalizadas da sociedade.
Baniwa ressalta que somente com ousadia e coragem a ANMIGA conquistou ocupar espaços para defender território e causa, ao conquistar cada vez mais credibilidade e confiança do setor social, conseguindo construir uma rede de apoio, ter mais parceiros e criar alianças improváveis.
Já do ponto de vista de uma organização que financia iniciativas socioambientais, Allyne, superintendente adjunta do Fundo Brasil (que representou Ana Valéria Araujo devido a uma emergência pessoal) destacou a importância de organizações e fundos que lutem pela defesa dos direitos humanos, ambientais e sociais no Brasil, como a Rede Comuá.
Dentro os membros desta rede estão Fundo Brasil, Fundo Baobá e Fundo Elas, unidos por um objetivo comum de fortalecer a sociedade civil no Brasil. Esses fundos não operam em projetos diretamente, mas, em vez disso, financiam e apoiam iniciativas sociais diversas para fortalecer o terceiro setor no país, acreditando que isso contribui significativamente para o fortalecimento da democracia no país.
O Fundo Brasil tem apoiado e acreditado em projetos de defesa dos direitos humanos ao longo de 16 anos e isso por si só já é ousado. Entre os focos de atuação está o fornecimento de orientação e dados para políticas públicas, medindo o impacto social e ouvindo ativamente as organizações.
Já a Fundação Grupo Boticário, também financiadora de iniciativas socioambientais, contou sobre a ousadia da criação da organização e nas mudanças do apoio a projetos desde a criação. Omar Rodrigues, representante da Fundação Grupo Boticário, relatou a trajetória da Fundação e de como o fundador, Miguel Krigsner, despontou ao criar uma organização focada na preservação do meio ambiente, antes mesmo de se discutir extensamente o tema da sustentabilidade no Brasil, dois anos antes da Conferência RIO 92. Desde então, a fundação já apoiou mais de 1.600 iniciativas em todo o Brasil, incluindo a preservação de reservas naturais.
Ao longo das três décadas, Omar destaca como a Fundação alterou a forma de atuação.
“Até 2019, nosso processo era baseado em editais. A partir de 2020, adotamos um novo modelo chamado ‘Teias de Soluções’, no qual envolvemos uma gama mais ampla de atores, além de biólogos e outros movimentos sociais. Buscamos uma compreensão mais profunda da região, identificando os atores do setor social e compreendendo melhor o território para colaborar com o Grupo Boticário e especialistas na proposição de soluções.”
Explica destacando que esse modelo foi criado partir do pensamento de que fundamentalmente o terceiro setor se assenta na construção de alianças, cooperação e colaboração.
Para condensar as ideias do debate Diane Pereira, do Instituto Baixada, traz uma reflexão sobre como o trabalho de cada organização presente na mesa é importante para transformar os territórios que defendem:
“Como a Maya Angelou diz a coragem é a mais importante de todas as virtudes, porque sem ela nós não podemos praticar nenhuma outra virtude com consistência. Pois em algum momento chegaremos em um problema grande demais e não a enfrentaremos se não tivermos coragem. E para fim isso se refere muito ao setor social, pois o terceiro setor só faz o que faz, atua tão grandiosamente, porque tem coragem e ousadia.”
Em 2021, o Brasil ultrapassou a marca de 63 milhões de pessoas vivendo em situação de pobreza, enquanto 33 milhões de pessoas enfrentavam a fome, de acordo com dados do IBGE e de uma pesquisa conduzida pelo Instituto Vox Populi. Ao mesmo tempo, uma parcela correspondente a 50% da população brasileira detinha apenas 0,4% da riqueza do país em ativos financeiros e não financeiros, segundo dados do World Inequality Lab, também de 2021.
A desigualdade foi agravada, também, pela pandemia no contexto global. Conforme evidenciado em um relatório da Oxfam, entre 2020 e 2022, o 1% mais rico do mundo concentrou quase dois terços de toda a riqueza gerada no período, totalizando cerca de U$ 42 trilhões. A desigualdade extrema na economia também se relacionada com problemas ambientais, raciais e de gênero, e demonstra a urgência de ações corajosas e criativas para enfrentar as vulnerabilidades sociais e institucionais que assolam não apenas o Brasil, mas que se desdobram em uma realidade preocupante à nível global.
A mesa que encerrou o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais de 2023, intitulada “Mais do que nunca, devemos ousar combater à pobreza!”, abordou e discutiu justamente esse cenário desafiador. A palestra contou com mediação da CEO do IDIS, Paula Fabiani, e com os convidados Gilson Rodrigues, presidente do G10 das favelas, Jean Jereissati, CEO da Ambev, e Nivedita Narain, CEO da Charities Aid Foundation (CAF) India. Os palestrantes apresentaram caminhos possíveis e experiências que, tendo a ousadia como impulsionadora, têm se mostrado significativas para pautar um futuro menos desigual.
Gilson Rodrigues abriu sua participação na mesa resgatando o tema da ousadia, que guiou o Fórum de 2023, e destacou que, apesar do aumento na concentração de renda e aprofundamento das desigualdades sociais no país em um período recente, não se deve definir as favelas e áreas periféricas brasileiras por um olhar de falta, pois isso apenas agrava sua marginalização.
Para combater o estigma e consolidar uma visão positiva sobre as favelas brasileiras, Gilson é uma das vozes que trazem histórias inspiradoras vindas de contexto de adversidade, demonstrando que a favela também é um lugar de muito conhecimento. O G10 das favelas tem destacado a importância da inovação e empreendedorismo para atingir as mudanças necessárias. Ele argumenta que para o investimento social ser eficaz no combate à pobreza, deve garantir a geração de oportunidades ao combater problemas como a fome e a falta de acesso a serviços básicos.
“Nós acreditamos, efetivamente, que precisamos criar soluções a partir dessa realidade para que a favela possa prosperar e não depender apenas dessas condições [da doação]. (…) Temos buscado criar soluções para impactar positivamente a sociedade e para que a população possa ter trabalho e renda para se desenvolver, mas que também possa optar o que quer comer”, pontuou Gilson.
Para isso, segundo a liderança, o investimento social nas favelas deve sempre partir de uma atuação que fortaleça a autonomia dos moradores e seus territórios, e, assim, garanta a sustentabilidade financeira da implementação de projetos com potencial de transformação de desigualdades estruturais.
Através de sua experiência no setor privado, Jean Jereissati, CEO da Ambev, ressaltou em sua fala as inciativas bem-sucedidas que a empresa também tem desenvolvido com objetivo de contribuir com a esses mesmos desafios. Frente aos desafios cada vez mais severos causados pelas mudanças climáticas, que também aceleram fatores chave na manutenção da desigualdade, como a escassez de alimentos, deslocamentos populacionais e contaminação por poluentes, a Ambev busca tornar sua cadeia produtiva ‘carbono neutra’ nos próximos anos, e ressalta a importância da consistência na mitigação de impactos ambientais negativos. Como nos lembra Jereissati sobre as perspectivas para o investimento social privado no país, tomar riscos e ousar é necessário para que possamos obter resultados que são urgentes
“Se você quer manter o status quo, você pode se arriscar menos, mas se você quer mudar, você precisa ousar. No Brasil, precisamos ousar para atingir uma filantropia sustentável”, destaca o CEO da empresa.
Para além do compromisso com a sustentabilidade, que, na visão do palestrante, hoje deve ser encarado como obrigação, a gigante do setor de bebidas tem buscado utilizar-se de uma característica chave de suas atividades para gerar transformação social: sua capilaridade. Estando presente desde a ‘colheita do milho até o garçom na mesa do bar’, essa característica permite que a Ambev atue de forma coerente em frentes diversas. Com o Bora, por exemplo, a companhia tem buscado qualificar empreendedores e conectá-los através de sua rede, gerando inclusão produtiva. O VOA, por outro lado, é um programa de voluntariado da empresa que busca disseminar o conhecimento e expertise em gestão que seus funcionários possuem para iniciativas do terceiro setor, fomentando um ecossistema mais maduro de impacto social. Por fim, destacamos também, dentre as iniciativas mencionadas durante o evento, a água AMA, produto social da Ambev cujos lucros são revertidos para a garantia do acesso dos brasileiros à água potável em regiões de escassez hídrica.
Por fim, Nivedita Narain, CEO da CAF India, nos lembrou da coragem necessária para tomarmos ações estratégicas e planejadas na busca por uma sociedade mais igualitária.
“Quando você fala em ousadia, eu penso em coragem”, compartilhou Nivedita Narain.
Que esteve à frente de iniciativas em seu país que colocaram a sociedade civil organizada como um ator chave no enfrentamento da pobreza e da violência de gênero. Retomando tendências recentes da filantropia ao redor do mundo, Narain explica que houve uma mudança no século XXI no curso das doações privadas, que passaram a ser mais direcionadas aos governos, o que acarretou uma diminuição da integração de organizações da sociedade civil neste processo. Ecoando o trazido por Gilson, ela ressalta a importância de que as organizações comunitárias sejam ouvidas e tenham papéis ativos na construção de políticas articuladas entre governo, terceiro setor e investimento privado.
Durante sua apresentação, a líder indiana trouxe um exemplo sólido de como este tipo de ação coordenada pode ter sua faísca inicial com movimentações locais e escalar para uma política pública exitosa, a partir de uma iniciativa na Índia que começou levando crédito bancário a mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica na década de 1990 e que impactou na ampliação representação política de lideranças femininas e na diminuição da violência doméstica. De modo relevante, Nivedita explicitou que, quando discutimos o papel da filantropia no combate à pobreza em um quadro mais amplo, sobretudo quando falamos do Sul global, não podemos nos esquecer de olhar para a questão sob as lentes de gênero.
“Precisamos de muita coragem para as mulheres, a mudança precisa de coragem, ela não acontece facilmente. E a forma da mudança é onde, na comunidade, as mulheres buscam esse espaço e conquistam esse espaço, pois ele não é dado para nós”.
Assim, Narain nos deixa como lição a necessidade de observamos fatores como participação comunitária e gênero quando refletimos sobre desenvolvimento local e para sermos capazes de atingirmos as metas da agenda 2030.
Encerrando a mesa, Paula Fabiani, CEO do IDIS, agradeceu aos presentes e apoiadores do evento, nos lembrando da importância das ações coordenadas entre governo, terceiro setor e empresas para o combate às desigualdades. Celebrando a ousadia das iniciativas apresentadas durante a conversa,
“Primeiro precisamos convencer os outros que aquilo é possível”, afirmou Fabiani.
Enfatizando que sonhar é um ato necessário para que sejamos capazes de atingir mudança social.
As conversas abordaram temas como ESG, transformação territorial, avaliação de impacto, fundos patrimoniais e muito mais, sempre sob a ótica da OUSADIA!
Confira algumas das imagens registradas ao longo do dia:
eNTRADA E CREDENCIAMENTO
aPRESENTAÇÃO ARTÍSTICA
Abertura
ousadia: elemento transversal ações transformadoras, diversas e inclusivas
filantropia familiar: enfrentamento de causas invibilizadas
errando é que se aprendea: a história de quem ousou e não acertou de primeira
PRÊMIO EMPREENDEDOR SOCIAL: VENCEDORES 2022
A OUSADIA DA FILANTROPIA NA AGENDA ESG
ALMOÇO TEMÁTICO
JUNTOS PELA SAÚDE: COLAORAÇÃO DE IMPACTO ENTRE PODER PÚBLICO E INICIATIVA PRIVADA
EM CONVERSA COM…
alianças improváveis: a ousadia na defesa de causas e territórios
COFFEE BREAK
da reportologia à gestão baseada em evidências
modelos de financiamento: riscos calculados pra retornos transformadores
mais que nunca, devemos ousar para combater a pobreza
realização e apoio
A realização é do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation, e apoio prata da Charles Stewart Mott Foundation; e apoio bronze da Ambev, B3 Social, BNP Paribas Asset Management, BTG Pactual, Fundação Itaú, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Sicoob, Movimento Bem Maior e Grupo RaiaDrogasil S.A. e Vale. A Alliance Magazine é a parceira de mídia.
O evento, exclusivo para convidados, reuniu mais de 300 participantes, entre filantropos, representantes de empresas, institutos, fundações e governos, e 52 palestrantes. Com um tema complexo e importante como esse, o Fórum buscou reunir pontos de vista locais e globais e diferentes experiências para estimular a reflexão acerca do papel dos cidadãos e as soluções que geram o bem comum.
Escolhemos as atividades melhor avaliadas pela audiência para iniciar a divulgação dos conteúdos. Inscreva-se em nosso canal e receba notificações quando os demais estiverem disponíveis.
• Sessão Dinâmica: Precisamos mobilizar todo mundo; com Edgard Gouveia, Game Master na Epic Journey
• Inclusão, diversidade e equidade: forças de mudança em nossas comunidades
Com Flávia Regina de Souza Oliveira, Sócia de Mattos Filho Advogados; Marcos Panassol, Sócio e Líder de Capital Humano da PwC Brasil; Maíra Liguori, Diretora do Think Olga; Mariana Almeida, Superintendente da Fundação Tide Setúbal; e moderação de Mafoane Odara, Gerente no Instituto Avon.
• Empresas com propósito e comprometidas com a sustentabilidade
Com Juliana Azevedo, Presidente na Procter & Gamble Brasil; Matthew Govier, Diretor Executivo da Accenture Strategy; Ruy Shiozawa, CEO do Great Place to Work Brasil; e moderação de Gabriella Bighetti, CEO da United Way Brasil. Essa sessão teve o apoio da BNP Paribas Asset Management.
• Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2019
Em poucos minutos, imagens e depoimentos dos organizadores, palestrantes, parceiros e participantes.
Realizado desde 2012, o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.000 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Esta é uma iniciativa conjunta do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e do Global Philanthropy Forum (GPF). Neste ano, contou com a parceria institucional da United Way. Também comprometidos, a Fundação Telefonica Vivo foi a parceira ouro do projeto, a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, a Fundação Mott e o Santander, parceiros prata, e o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e o escritório de advocacia Mattos Filho, parceiros bronze.
No próximo dia 12 setembro, cerca de duas centenas de investidores sociais vão se reunir em São Paulo para conversar, trocar experiências, analisar conjunturas e conhecer tendências, mas sobretudo para debater como a força das comunidades tem se mostrado uma fonte de inspiração para a solução de problemas sociais e um polo de atração para filantropos.
Para contribuir com a discussão, virão filantropos familiares, como Carlos ‘Wizard’ Martins, conhecido por ter fundado a rede de escolas de idiomas Wizard, e que, desde o final do ano passado, se mudou para Roraima para ajudar os refugiados venezuelanos.
Também estará Eduardo Fischer, presidente da MRV Engenharia e do Instituto MRV, para falar sobre o investimento social da empresa e sobre a filantropia da família.
Grandes instituições estrangeiras estarão presentes, como Fundação Mott, Global Philanthropy Forum, Aspen Institute, Charities Aid Foundation e BID, assim como representantes de empresas que se destacam por suas atuações sociais ou ambientais, como Procter&Gamble, Accenture e Twitter.
Como não poderia deixar de ser, haverá muito espaço para as iniciativas sociais, tais como United Way, parceira do IDIS na organização do evento, Fundo Baobá, Fundação Tide Setúbal, Gife e Santa Marcelina Cultura.
A oportunidade de juntar todas essas pessoas que, trabalham pela transformação da nossa realidade e da de outros países, só é possível graças aos apoiadores que compreendem a importância desse tipo de iniciativa.
Fundação Telefônica-Vivo Fundação José Luiz Egydio Setúbal Banco Santander Charles Stewart Mott Foundation Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) Mattos Filho Advogados
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