As conversas abordaram temas como filantropia emergencial, tecnologia, avaliação de impacto, filantropia familiar, ESG e muito mais, sempre sob a ótica daFilantropia entre nós!
Confira algumas das imagens registradas ao longo do dia:
A realização é do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation. Em 2024, tivemos apoio master do Movimento Bem Maior; apoio prata da RD Saúde; e apoio bronze da Fundação Grupo Volkswagen, Fundação Itaú, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Aegea Saneamento, Instituto Sicoob e Mott Foundation. O UNICEF Brasil foi apoiador institucional do evento e a Alliance magazine foi parceira de mídia.
No dia 4 de setembro, em São Paulo, ocorreu a 13° edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, evento promovido anualmente pelo IDIS para debater e fomentar a filantropia estratégica no Brasil. Presencialmente, ao longo do dia, houveram 294 convidados e, através da transmissão ao vivo, mais de 1300 pessoas acompanharam o Fórum também.
Com o tema central ‘Filantropia entre nós‘, o evento contou com 11 sessões e 10 horas de programação, abordando assuntos como situações emergenciais, uso de dados, filantropia familiar, tecnologia, ESG, policrise e muito mais.
Foto: André Porto e Caio Graça
Veja agora os destaques do Fórum na mídia
Desafios da filantropia brasileira
Em matéria publicada no Observatório do Terceiro Setor foram destacadas as falas de diversos palestrantes do Fórum, reforçando a contribuição do evento para a criação de um olhar mais amplo e realista sobre o cenário e os desafios da filantropia no Brasil. Com uma abordagem abrangente e integrada, o evento proporcionou uma plataforma de troca de ideias e experiências, o que contribui para o fortalecimento das redes da filantropia.
“Não é a filantropia que vai salvar o Brasil ou acabar com a desigualdade, é a capacidade de interagir e fazer a interlocução com diversos setores”, José Luiz Egydio Setúbal, fundador da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, durante o painel ‘Filantropia Familiar: o poder da influência’.
Em matéria, o Jornal do Commercio de Pernambuco destacou as falas de Daniel Paixão, do Hub-Periférico, na sessão ‘Tecnologia como geradora de transformações sociais’. Este momento também contou com a presença de Beatriz Johannpeter, do Instituto Helda Gerdau, Luana Génot, do ID_BR, além da moderação de Alex Pinheiro, da Ecossistema SQUARE.
“O Nordeste, no Brasil, possui diferentes potencialidades tecnológicas e inovadoras que muitas das vezes são invisibilizadas”, Daniel Paixão.
Paixão ressaltou ainda a necessidade do investimento social privado na criação de oportunidades para aqueles que vivem e atuam nos subúrbios. Foto: André Porto
O veículo Alma Preta destacou o primeiro painel do evento, que debateu a ‘Filantropia desatando os nós do mundo’, e a participação de Cida Bento, escritora do livro “O pacto da branquitude” e cofundadora e conselheira do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT). O painel contou ainda com a participação de Renata Piazzon, do Instituto Arapyaú, Sérgio Fausto, da Fundação Fernando Henrique Cardoso, e moderação de Philip Yun, do CCWA e do Global Philantropy Forum.
Trazendo os ‘nós’ como as causas sociais interconectadas, os painelistas debateram e refletiram sobre as desigualdades presentes no Brasil e o potencial da filantropia atuar na dissolução desses nós. Cida destacou a importância da filantropia dialogar com as diferentes realidades do Brasil e atuar de maneira efetiva na redução das desigualdades, sobretudo a racial.
“Nós precisamos que as pessoas negras sejam parte, não só de quem vai receber o apoio dos projetos, mas também de quem pensa em que direção temos que ir”, Cida Bento.
A revista Veja trouxe destaque para as falas de Carla Reis, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e responsável pelo Juntos Pela Saúde, durante a sessão ‘Tecendo respostas coletivas para desafios sistêmicos‘. Carla afirmou que cerca de 60% dos atendimentos em alta e média complexidade do SUS são realizados por organizações filantrópicas.
Gerido pelo IDIS, o Juntos pela Saúde alocará aproximadamente R$ 200 milhões em projetos de saúde ao longo de quatro anos, numa lógica em que, a cada R$1 doado por apoiadores, o BNDES adiciona mais um real, alavancando não apenas recursos, mas também o potencial de impacto.
Da esquerda para direita: Carla Reis, do BNDES, Luiz Edson Feltrim, do Instituto Sicoob, Sylvia Siqueira, da Open Society Foundations, e Carola Matarazzo, do Movimento Bem Maior. Foto: André Porto
Participação da FEAV no Fórum
A Folha de Valinhos fez menção a participação da FEAV (Fórum das Entidades Assistenciais de Valinhos) no Fórum, através da presidente Eliane Macari, que foi anfitriã de mesa durante o almoço temático do evento. Ao lado de Jair Resende, da Fundação FEAC de Campinas, Eliane fez parte da mesa “Laços territoriais e comunitários: relatos de impacto”.
FEAV e FEAC são organizações integrantes do programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS com a Charles Stewart Mott Foundation que fomenta institutos e fundações comunitárias em todo o Brasil.
A Folha de São Paulo destacou toda a programação do Fórum e reforçou a importância do evento como um lugar de discussão dos desafios e perspectivas para filantropia global.
“Há 13 anos, este é um espaço ímpar de troca entre os pares no setor filantrópico brasileiro. É uma excelente oportunidade para nos encontrarmos, discutirmos e refletirmos sobre a filantropia de que precisamos para impactar positivamente o mundo em que vivemos”, Paula Fabiani, CEO do IDIS, em entrevista para o veículo.
FÓRUM BRASILEIRO DE FILANTROPOS E INVESTIDORES SOCIAIS
O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Em nosso canal do YouTube estão disponíveis listas com as gravações de todas as edições. Confira!
REALIZAÇÃO E APOIO
A realização é do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation. Em 2024, tivemos apoio master do Movimento Bem Maior; apoio prata da RD Saúde; e apoio bronze da Fundação Grupo Volkswagen, Fundação Itaú, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Aegea Saneamento, Instituto Sicoob e Mott Foundation. O UNICEF Brasil foi apoiador institucional do evento e a Alliance magazine foi parceira de mídia.
A revista Alliance, parceira de mídia do IDIS e uma das principais fontes de informações sobre filantropia no mundo, destacou diversas iniciativas e conteúdos recentes do IDIS.
A revista também publicou dois artigos escritos por membros da equipe do IDIS, cada um focando em diferentes discussões do evento. ‘O papel da filantropia familiar no enfrentamento das causas invisibilizadas’, de Isadora Pagy, e ‘A mudança exige coragem: mais do que nunca, devemos ousar para combater a pobreza’ por Joana Noffs, ambas Analistas de Projetos do IDIS.
O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, um evento anual organizado pelo IDIS, reúne líderes da filantropia, do setor privado e do governo para abordar os desafios sociais mais urgentes do Brasil e explorar soluções inovadoras. Você pode acessar a gravação completa do evento aqui:
Em outro artigo abordando o crescimento das doações individuais no Brasil, o IDIS e a Pesquisa Doação Brasil 2022 foram mencionados. O artigo intitulado ‘New report details 2022 giving trends in Brazil’, destacou algumas descobertas, incluindo o aumento na porcentagem de brasileiros que fazem doações, que passou de 66% em 2020 para 84% em 2022.
Por fim, a revista Alliance também apresentou a matéria de capa do Fórum WINGS 2023, intitulada ‘‘The Transformation Driven by the Ubuntu Spirit’, escrita por Luisa Lima, Gerente de Comunicação e Conhecimento do IDIS, que fez parte da delegação brasileira no evento.
As conversas abordaram temas como ESG, transformação territorial, avaliação de impacto, fundos patrimoniais e muito mais, sempre sob a ótica da OUSADIA!
Confira algumas das imagens registradas ao longo do dia:
eNTRADA E CREDENCIAMENTO
aPRESENTAÇÃO ARTÍSTICA
Abertura
ousadia: elemento transversal ações transformadoras, diversas e inclusivas
filantropia familiar: enfrentamento de causas invibilizadas
errando é que se aprendea: a história de quem ousou e não acertou de primeira
PRÊMIO EMPREENDEDOR SOCIAL: VENCEDORES 2022
A OUSADIA DA FILANTROPIA NA AGENDA ESG
ALMOÇO TEMÁTICO
JUNTOS PELA SAÚDE: COLAORAÇÃO DE IMPACTO ENTRE PODER PÚBLICO E INICIATIVA PRIVADA
EM CONVERSA COM…
alianças improváveis: a ousadia na defesa de causas e territórios
COFFEE BREAK
da reportologia à gestão baseada em evidências
modelos de financiamento: riscos calculados pra retornos transformadores
mais que nunca, devemos ousar para combater a pobreza
realização e apoio
A realização é do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation, e apoio prata da Charles Stewart Mott Foundation; e apoio bronze da Ambev, B3 Social, BNP Paribas Asset Management, BTG Pactual, Fundação Itaú, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Sicoob, Movimento Bem Maior e Grupo RaiaDrogasil S.A. e Vale. A Alliance Magazine é a parceira de mídia.
Aconteceu em setembro, em São Paulo, a 12ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. Promovido pelo IDIS, o evento busca acelerar soluções por meio das conexões e fomentar a filantropia no país.
Com o tema OUSADIA, as sessões abordaram assuntos como ESG, transformação territorial, avaliação de impacto, modelos de financiamento e muito mais. Ao longo do dia, participaram mais de 40 palestrantes brasileiros e internacionais. Entre os destaques, Armínio Fraga(filantropo e ex-presidente do Banco Central), Braulina Baniwa (diretora da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade), Eduardo Saron (presidente da Fundação Itaú), Geyze Diniz (cofundadora do Pacto Contra a Fome), Gilson Rodrigues(Presidente do G10 Favelas), Guerda Nicolas (cofundadora do Ayiti Community Trust), Jean Jereissati (CEO da AMBEV), Luciana Temer (diretora presidente do Instituto Liberta), Marcelo Klein (Diretor de Gestão de Territórios na Vale), Nivedita Narain (CEO da CAF India), Priscila Cruz (Presidente executiva do Todos pela Educação) e Roberto Sallouti (CEO e membro do conselho do BTG Pactual). Estiveram presentes 265 convidados presencialmente e 934acompanharam a transmissão ao vivo.
Depois de uma abertura emocionante com artistas do Favela Music, a mesa de abertura ‘Ousadia: elemento transversal para ações transformadoras’ logo de cara deu o tom do evento, que ao longo da programação trouxe diferentes olhares para a necessidade de ações ousadas no Investimento Social Privado para o enfrentamento de nossos desafios socioambientais.
Em seguida, na plenária ‘Filantropia familiar: enfrentamento de causas inviabilizadas’, foram abordados exemplos de pessoas que ousam e investem seus recursos em causas, territórios e organizações negligenciadas, por vezes controversas aos olhos do grande público, e como isso ajuda no fomento da cultura de doação.
Outra mesa trouxe uma discussão sobre um assunto pouco explorado: os erros. É comum que busquemos inspiração apenas em cases de sucesso, mas a mesa ‘Errando é que se aprende: histórias de quem ousou e não acertou de primeira’ mostrou como olhar para o que não saiu como o esperado pode ser igualmente inspirador.
A programação teve ainda a participação dos vencedores de 2022 do “Prêmio Empreendedor Social” da Folha de S. Paulo e Fundação Schwab, que puderam apresentar suas iniciativas e propósitos de atuação. O painel contou com a moderação de Eliane Trindade, editora do Prêmio.
Em seguida, Sir Ronald Cohen, considerado um dos papas do Investimento de Impacto, participou por vídeo, trazendo uma mensagem inspiradora e potente sobre o que ele chama de Revolução do Impacto, estimulando todos a fazer as coisas de forma diferente e a correr riscos para gerar transformações efetivas. Confira.
Embalados pelo chamado, a mesa seguinte, ‘A ousadia da filantropia na Agenda ESG’, trouxe a perspectiva corporativa sobre o tema. Em um cenário em que a agenda ESG avança com velocidade, é importante que as empresas busquem atuar no Investimento Social Privado orientadas por visão de longo prazo e com clareza das contribuições do ISP para sua estratégia de sustentabilidade.
Encerrada a programação da manhã, os convidados participaram de um coquetel seguido de um almoço temático: cada mesa tinha um anfitrião, que propunha um tema de conversa. Os participantes puderam escolher entre 18 opções e aprofundar as reflexões sobre as mais diversas questões.
No retorno do almoço, Carla Reis, Chefe do Departamento do Complexo Industrial e de Serviços da Saúde da Área de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, apresentou o programa Juntos pela Saúde e mostrou como, por meio de um modelo de matchfunding, o Banco vem somando capital público e filantrópico para fortalecer a Saúde Pública no Norte e Nordeste do Brasil.
A entrevista da tradicional sessão ‘Em conversa com…’ foi com Armínio Fraga, filantropo, fundador da Gávea Investimentos e ex-presidente do Banco Central. Ele explicou as razões que o levaram ao caminho do Investimento Social Privado, e falou sobre os projetos com os quais está envolvido atualmente.
Depois foi a vez de Rhodris Davies, em uma aparição também por vídeo, trazer reflexões sobre Inteligência Artificial. À medida que o mundo e as organizações descobrem como a IA pode ser útil (ou não) para a sociedade, como as OSCs e financiadores, em vez de adotá-la passivamente, podem tomar a liderança em demonstrar como a IA pode ser usada para promover mudanças positivas na sociedade?Veja o vídeo.
Outro tema de debate no Fórum 2023 foi a necessidade de um olhar cuidadoso para os territórios, suas singularidades e saberes, e como isso potencializa ações em diversas temáticas, amplificando vozes silenciadas e construindo um futuro mais promissor para todos. A temática foi trabalhada com profundidade na sessão ‘Alianças Improváveis: a ousadia na defesa de causas e territórios’.
A mesa ‘Da reportologia à gestão baseada em evidências’, por sua vez, discutiu como a crescente demanda por resultados efetivos e aprimoramento do desempenho têm impulsionado organizações a abandonar práticas tradicionais de coleta e apresentação de dados em favor de abordagens de avaliação de impacto mais dinâmicas e baseadas em evidências. Os convidados compartilharam as experiências de organizações que conseguiram realizar com sucesso essa transição.
Fechando a programação do dia, na plenária de encerramento ‘Mais que nunca, devemos ousar para combater a pobreza!’, nossos convidados, lideranças de destaque em seus setores e países, reforçaram como ações ousadas e criativas podem reduzir, de fato, as vulnerabilidades sociais e institucionais no Brasil e no mundo.
“Quando começamos a planejar este encontro, tivemos dúvidas se teríamos casos suficientes de ousadia. Conforme fomos desenhando a agenda, descobrimos histórias surpreendentes e vê-las juntas, foi muito potente”, comentou Paula Fabiani, CEO do IDIS, no encerramento do evento.
Confira a gravação do evento na íntegra:
realização e apoio
A realização é do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation, e apoio prata da Charles Stewart Mott Foundation; e apoio bronze da Ambev, B3 Social, BNP Paribas Asset Management, BTG Pactual, Fundação Itaú, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Sicoob, Movimento Bem Maior e Grupo RaiaDrogasil S.A. e Vale. A Alliance Magazine é a parceira de mídia.
FÓRUM BRASILEIRO DE FILANTROPOS E INVESTIDORES SOCIAIS
O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Em nosso canal do YouTube estão disponíveis listas com as gravações de todas as edições. Confira!
A geração e disseminação de conhecimento é um dos pilares para o atingimento da missão do IDIS. Por meio de publicações, notas técnicas, artigos, cursos, capacitações e eventos, inspiramos, apoiamos e ampliamos o investimento social privado (ISP) e seu impacto no Brasil.
Em 2022, chegamos a quase 68 mil pessoas por meio de 36 novos conteúdos, abordando aspectos distintos relacionados ao ISP e Cultura de Doação. A produção foi intensa e envolveu muitas mãos, não só da equipe, mas também de inúmeros especialistas e parceiros que se juntaram a reflexões sobre os nossos tempos e à sistematização de experiências. Agradecemos a todos e todas e também aos nosso apoiadores, que nos permitiram que tirássemos projetos do papel!
Neste artigo, selecionamos os destaques do ano, entendendo que pode ser uma rica fonte de pesquisa.
Investimento Social Privado
Buscando contribuir com a tomada de decisão dos filantropos, o IDIS lançou a publicação ‘Perspectivas para a Filantropia Brasileira 2022’. A seleção dos tópicos foi feita a partir da vasta experiência do IDIS no apoio a investidores sociais privados. O documento traz oito perspectivas relevantes e que devem ser considerados pelos filantropos na hora de planejar suas doações.
Destaque neste tema é também o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. Sua 11° edição aconteceu em formato híbrido e reuniu 1.125 convidados. Foram 14 sessões ao longo do dia, com a participação de 41 palestrantes e 18 anfitriões de mesas temáticas. Como em outros anos, todo o conteúdo foi gravado e encontra-se disponível em uma playlist em nosso canal do YouTube.
Fórum de Filantropos e Investidores Sociais 2022
Cultura de Doação
Os voluntários são essenciais para que organizações da sociedade civil atinjam suas missões e, durante a pandemia, fizeram a diferença e impactaram positivamente a vida de milhares de pessoas. Em sua terceira edição, a Pesquisa de Voluntariado no Brasil 2021 buscou responder algumas questões sobre os indivíduos: Qual o perfil do voluntário no Brasil? Em quais atividades atuam? Como a pandemia realmente influenciou a atuação dessas pessoas? Quais as causas que mais recebem atenção do trabalho voluntário?
Entre os achados, 56% da população adulta diz fazer ou já ter feito alguma atividade voluntária na vida. Em 2011, esse número representava 25% da população e, em 2001, apenas 18%.
Como representantes da CAF no Brasil, o IDIS também trabalhou na adaptação e tradução de conteúdos da organização, como oBrasil Giving Report e o World Giving Index.
A nova edição doWorld Giving Index, aqui traduzido como Ranking de Solidariedade, realizado pela Charities Aid Foundation (CAF), cria um ranking a partir de três perguntas: você ajudou um estranho, doou dinheiro a uma organização social ou fez algum tipo de trabalho voluntário no mês passado?. O estudo avalia 119 países e indica seus níveis de solidariedade.
Neste ano, o Brasil atingiu seu recorde, ocupando a 18° posição no ranking, uma escalada de 36 posições em relação a edição de 2021, quando ocupava a 54° posição. A Indonésia permanece como país mais generoso do mundo pelo quinto ano consecutivo.
Filantropia Corporativa e agenda ESG
Não há dúvida de que a Agenda ESG está em pauta, mas ainda há muitas dúvidas sobre seu pilar social. Em estudo realizado peloBNP Paribas – um dos maiores bancos da Europa, 51% dos investidores entrevistados indicaram que o “S” é fator mais difícil de se analisar e incorporar a estratégias corporativas. Métricas, protocolos, índices começaram a ser criados e, em 2023, o IDIS somou a este debate, trazendo conteúdos que abordam a relação com o Investimento Social Privado.
Em maio de 2022, realizamos o 1° Seminário ESG e o Investimento Social Privado. Em uma manhã, foram debatidos temas como parâmetros e indicadores de avaliação, ISP e finanças híbridas. O evento foi transmitido ao vivo e contou com a presença online de 680 pessoas. Você pode assistir todos os debates em nosso canal do Youtube.Confira.
A nota técnicaESG e o “S” brasileiro apresenta a crescente popularidade da pauta ESG entre investidores e empresas e questiona: se tratando de Brasil, será que estamos pensando na pauta ESG com as especificidades e prioridades que exige o nosso país? Já o artigoO “S” do ESG não rá evoluir sem dialogar com a sociedade civil organizada, publicado originalmente no Valor, complementa as reflexões.
Filantropia Comunitária
O IDIS, em parceria com aC.S Mott Foundation, deu continuidade ao programa Transformando Territórios, que fomenta o desenvolvimento de fundações e institutos comunitários (FICs) no Brasil.
Em 2022, a parceria promoveu também o 1° Seminário Transformando Territórios. O evento reuniu um público diverso para debater e aprofundar o conhecimento sobre um importante tema: a filantropia comunitária e os desafios e perspectivas para seu desenvolvimento no Brasil.
O IDIS defende a agenda dos fundos patrimoniais há mais de uma década e o investimento na produção de conhecimento é fundamental para o fortalecimento do mecanismo no Brasil.
A publicação “Panorama dos Fundos Patrimoniais no Brasil” é um levantamento inédito que apresenta dados de 52 fundos patrimoniais ativos e 6 em processo de planejamento ou estruturação espalhados por nove estados e dedicados a 19 causas diferentes. O material foi desenvolvido pelo IDIS, que há mais de uma década tem investido em uma ação de advocacy pela regulamentação dos Fundos Patrimoniais no Brasil.
O material surge em contexto de amadurecimento da temática, após a aprovação da Lei que regulamentou os fundos patrimoniais, em janeiro de 2019. Você pode baixar o Panorama dos Fundos Patrimoniais, gratuitamente,aqui.
Como seguimento da temática dos Fundos Patrimoniais, o IDIS também publicou, mais tarde em 2022, o “Anuário de Fundos Patrimoniais no Brasil”. A publicação conta com informações inéditas sobre fluxo de caixa (patrimônio, doações recebidas, investimentos na causa e resgates para manutenção própria); alocação dos investimentos; rentabilidade dos investimentos; e estrutura da governança (com dados sobre a presença de membros independentes e participação feminina). Participaram 40 fundos do levantamento.
O IDIS também produziu muitos outros conteúdos ao longo de 2022, confira:
Com vista à Golden Gate, cartão postal de San Francisco, aconteceu, em novembro, o Global Philanthropy Forum (GPF). Em clima de celebração, depois de dois anos sem encontros presenciais, o evento reuniu 160 participantes ao longo de dois dias de programação. A delegação brasileira, liderada pelo IDIS, estava mais uma vez presente, com 11 membros, de diferentes organizações.
Equidade racial e de gênero, doações locais e baseadas em confiança, e a contribuição da filantropia para o combate às mudanças climáticas, foram alguns dos temas globais presentes ao longo de muitos dos debates do evento.
A plenária de abertura teve como tema a ‘Democracia sob Ameaça’. Autoritarismo, desinformação, discurso de ódio e ataque aos direitos humanos são evidenciados em diversas parte do mundo. Os desafios não são poucos, mas como disse o palestrante David Litt, “as pessoas ainda querem viver em uma democracia” e por isso há tantas iniciativas que abrem caminhos para um futuro mais promissor. Entre os exemplos, ações para reduzir a polarização baseada na construção de relações, o financiamento a coletivos e o fortalecimento das instituições. Nessa sessão, assim como em outras ao logo do dia, foi destacada a importância de veículos independentes e a proteção aos jornalistas.
A equidade racial foi o foco da segunda sessão do evento, mas permeou uma série de outras conversas. Angela Glover Blackwell, ativista na organização PolicyLink, foi entrevistada por Philip Yun, CEO do GPF, e chamou atenção ao fato de que a luta pela equidade é conhecida pelos negros, mas brancos ainda não estão à vontade para falarem sobre racismo e devemos encontrar formas para que elas desenvolvam essa musculatura. Angela disse a frase que se tornou o mantra do evento – “a esperança exige disciplina”. Reforçou que falar sobre racismo exige disciplina e que é preciso melhores narrativas, pois há muitas histórias que podem ser contadas. Destacou que é preciso mudar o sistema baseado em opressão para um onde a generosidade seja o motor e que é com equidade que vamos todos progredir.
Em uma sessão que tinha como foco negócios de impacto liderados por negros e pardos, foi abordada a importância de ao mesmo tempo em que é dada liberdade para as organizações investirem em suas prioridades e eventualmente errarem, filantropos podem ser próximos, contribuir para as reflexões e oferecer treinamentos e capacitações, Para o próximo ano, o GPF anunciou que interesse em trazer uma sessão a partir de um estudo sobre doadores negros, realizado pela Lilly Family School of Philanthropy.
Diversos debates tiveram a filantropia como foco. Uma sessão abordou o papel da forma como são feitas as doações para a construção de uma economia mais equitativa, outra, uma reflexão sobre como investir em conhecimentos locais. Houve um workshop sobre como estruturar giving circles e estimular a doação a partir da perspectiva de comunidades. E como não poderia faltar, uma plenária deu luz a modelos inovadores. A importância da doação baseada em confiança, do apoio livre e de longo prazo foi mencionado em todas as mesas. De acordo com Glen Galaich, CEO da Stupski Foundation, “nós complicamos muito as coisas, enquanto nossa preocupação deveria ser apenas doar recursos”.
Houve muitas falas sobre a importância de agentes sociais poderem investir sua energia na ação e não na prestação de contas tão detalhada. Foi defendida a ideia também de que doadores deveriam ser analisados por seus financiados e ganhar notas por isso. A questão da disposição maior ao risco por vezes foi relacionada a uma forma para solução de questões complexas: é preciso agir e o fracasso pode trazer grandes aprendizados e inclusive nos levar mais rápido a soluções duradouras. Degan Ati, diretora executiva da Adeso, organização da Somália, trouxe alguns números para reflexão: apenas 12% dos recursos de fundações são destinados ao sul global, e 0,076% é destinado a iniciativas de jovens. “A filantropia transformativa deve mudar esses números, ao mesmo tempo que dá visibilidade às ações de generosidade e pequenas doações que acontecem diariamente entre os mais vulneráveis”, colocou Degan.
Outro aspecto muito destacado foi o olhar para a doação a partir da perspectiva local. O ativista canadense Yonis Hassan chama atenção à mudança de narrativa – “não é uma caridade. Os doadores não estão ajudando as organizações. São as organizações que estão ajudando os doadores a alcançarem a mudança que desejam ver.” Ele foi bastante enfático sobre a importância do financiamento de organizações que atuam em um território específico e o fortalecimento das lideranças. A indígena Nemonte Nenquimo, por sua vez, contou sua história de luta pelo direito à terra e proteção das florestas no Equador. Em seu movimento, reúne indígenas afetados pela ação do estado e aqueles que ainda vivem em terras mais isoladas, além de agentes internacionais que contribuem para a articulação.
É estimado que o patrimônio de fundações americanas investido em fundos seja de 160 bilhões de dólares. Estes recursos estão ‘parados’ e por isso o debate sobre gestão é grande no país. O movimento #HalfMyDAF advoga que metade destes valores seja transferido para OSCs e se propõe a fazer o match de tudo que for doado. Na mesma linha, Glen Galeich, destaca que “fundações hoje são apenas parte do sistema financeiro e que o dinheiro está apenas circulando para gerar mais dinheiro”. O aumento da velocidade da transferência de recursos, transparência, accountability, mecanismos de blended finance e venture philanthropy foram explorados. A duração do financiamento também foi destacada. Para Carlos Saavedra, diretor executivo do Ayni Institute, “a transformação leva tempo. Doações por apenas 1 ano não é nada. Os financiamentos devem ter entre 3 e 10 anos.”
A questão da Saúde global, a partir das experiências da pandemia, ganhou uma sessão específica. “A Covid foi uma lupa, que revelou em detalhes as desigualdades” disse Chet Hewitt, CEO da Sierra Health Foundation. Foi destacada a importância das organizações sociais neste momento, a legitimidade que as lideranças locais tinham para orientar a população e como foram parceiros cruciais para o poder público.
A empatia e a colaboração como elementos basilares para os avanços que queremos ver estiveram presentes em todo o evento, que incluiu na agenda diversos momentos para interação entre os participantes. “Tive a oportunidade de conhecer pessoas com experiências muito interessantes e trocar pontos de vista. Ao participar do evento, ampliei meus horizontes e creio que poderão surgir parcerias interessantes.” comenta Luisa Lima, gerente de comunicação e conhecimento no IDIS, e também responsável pela produção do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, a versão local do GPF.
Brasil no GPF
Liderada por Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Luisa Lima, a delegação do GPF teve a participação de Antony Assumpção e Rodrigo Lowen (Hospital Pequeno Príncipe), Carolina Barrios (Fundação Maria Cecília Souto Vidigal), Daniela Grelin (Instituto Avon), Fernanda Quintas e Rosalu Ferraz Fladt Queiroz (Liga Solidária), Guilherme Barros (Fundação Lemman), Juliana Depaula (BTG) e Nicole Rodrigues Carnizelo (Associação Santa Plural). Como parceiros do evento, o IDIS anualmente organiza a viagem, fortalecendo o relacionamento entre os participantes e com a comunidade filantrópica global. Tem interesse em participar? Entre em contato conosco. O GPF ainda não tem data definida, e será divulgada a nossa comunidade assim que for anunciada.
As conversas abordaram temas como ESG, transformação territorial, avaliação de impacto, fundos patrimoniais e muito mais, sempre sob a ótica da COLABORAÇÃO!
Confira algumas das imagens registradas ao longo do dia:
ENTRADA E CREDENCIAMENTO
Derek Ray-Hill, Neil Heslop e Paula Fabiani
Welcome Coffee
Welcome Coffee
Área de credenciamento
Cia Ballet de Cegos
Cia Ballet de Cegos
Cia Ballet de Cegos
Abertura
Andrea Hanai
Luiz Sorge
Paula Fabiani, CEO do IDIS
Sozinho se vai rápido. Juntos se vai longe e ainda mais rápido
Mônica Sodré (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade – RAPS)
Izabella Teixeira, especialista em gestão ambiental e ex-Ministra do Meio Ambiente
Celso Athayde | Fundador da CUFA (Central Única das Favelas)
Atila Roque | Diretor da Fundação Ford no Brasil
Neil Heslop | CEO da Charities Aid Foundation
ESG: empresas colaborando contra a desigualdade
Rodrigo Pipponzi | CEO do Instituto Mol
Luiza Helena Trajano | Presidente do Conselho do Magazine Luiza e Presidente do Grupo Mulheres do Brasil
Marcílio D‘Amico Pousada | CEO da RaiaDrogasil
Empreendedores Sociais Folha
Sabine Zink | Cofundadora e CCO da SAS Smart
Alan Almeida | Fundador da Aceleradora dos Parças
Leonardo Letelier | CEO da SITAWI Finanças do Bem
Territórios potentes: caminhos para transformação local
Lúcia Dellagnelo | Fundadora do ICOM e Diretora Presidente do Centro de Inovação para Educação Brasileira-CIEB
Hermes de Sousa | Fundador e Diretor-Presidente do Cacimba de São Miguel Paulista
Fernanda Bombardi | Gerente executiva do ICE
Agustin Landa | Diretor fundador da Lanza e representante da Alliance magazine para América Latina
Cultura Avaliativa: gestão estratégica para impacto positivo
Gregório Cruz Araújo Maciel | Gerente de Reflorestamento e Projetos Ambientais da Petrobras
André Lobo | Gerente de Monitoramento e Avaliação e Aprendizagem no Luta pela Paz
Emanuelle Marques de Moraes | Gerente de Cidadania e Sustentabilidade no Instituto Sicoob
Denise Carvalho | Gerente sênior de Monitoramento e Avaliação do IDIS
Almoço temático
Sessão dinâmica
Wellington Nogueira | fundador do Doutores da Alegria
Em conversa com…
Sonali Patel | Sócia da Bridgespan
O que a floresta me ensinou
Christiane Torloni | atriz e ativista ambiental
Metodologias e redes para o fortalecimento da filantropia
Georgia Pessoa | Diretora executiva do Instituto Humanize
Donzelina Barroso | Diretora de Filantropia Global na Rockefeller Philanthropy Advisors
Cassio França | Secretário-geral do GIFE
Giovanni Harvey | Diretor executivo do Fundo Baobá para Equidade Racial
Plataformas amplificando impacto
Flavia Rosso | Gerente de Sustentabilidade no iFood
Mafoane Odara | Líder de Recursos Humanos para América Latina na Meta
Carlos Pignatari | diretor de impacto social na Ambev
João Paulo Pacifico | CEO Ativista do Grupo Gaia
FUndos filantrópicos: colaboração multissetorial
Daniela Grelin | Diretora Executiva do Instituto Avon
Fabio Lesbaupin | Fundador do Estímulo
Osmar Lima | Chefe do Departamento de Estruturação de Projetos do BNDES
Renata Biselli | Head de Impacto Social no Santander
desafios e perspectivas para a filantropia sob a ótica da colaboração
Atti Worku | co-CEO do African Visionary Fund (Etiópia)
Carola Matarazzo | Diretora Executiva do Movimento Bem Maior
A pandemia expôs as grandes desigualdades entre países e dentro deles. O Banco Mundial estima que seus efeitos levem 49 milhões de pessoas à pobreza. No Brasil, regredimos em vários indicadores sociais. Atingimos 14,7% de desemprego ao mesmo tempo em que a renda média per capita despencou para o patamar mais baixo da série histórica. Igualmente preocupante é a volta do país, depois de muitos anos, ao mapa da fome.
O enfrentamento à crise passa pela geração de emprego e renda, com investimento na inclusão produtiva, seja por meio da atuação direta, seja pelo fortalecimento das organizações que atuam com este foco. Para este painel, convidamos especialistas comprometidos com esta pauta, com ações complementares – Andreia Rabetim, gerente de Articulações Intersetoriais e Voluntariado da Vale, Vivianne Naigeborin, diretora superintendente da Fundação Arymax, Gabriella Bighetti, diretora executiva da United Way Brasil, e Wilson Poit, diretor-superintendente do Sebrae SP. A moderação foi de Renato Rebelo, diretor de projetos do IDIS, e a pergunta norteadora, feita por Poliana Simas, Senior Wealth Planner no Bradesco Private Bank, foi como construir pontes entre o capital filantrópico e a inclusão produtiva com foco em sustentabilidade.
Vivianne Naigeborin abriu a sessão traçando um panorama e trazendo o conceito de inclusão produtiva, que definiu como a inserção de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica no mundo do trabalho, em áreas rurais ou urbanas, por meio do empreendedorismo ou da empregabilidade. Destacou que apesar do agravamento na pandemia, há no Brasil uma exclusão histórica de muitos grupos, como mulheres, negros e jovens, e que nunca houve, de fato, uma agenda de prioridades para o desenvolvimento sustentável, tampouco uma política clara de inclusão de populações marginalizadas. O crescimento do número de trabalhadores por conta própria e do número de empreendedores por necessidade, somado às transformações pelas quais o mundo está passando, como o advento das novas tecnologias que vão mudar radicalmente os postos de trabalho daqui pra frente, a crise ambiental que pode mudar a disponibilidade de trabalhos no mundo que dependem de recursos naturais, as mudanças na relação entre cidade e campo a partir da intensificação da urbanização, o envelhecimento da população e mudanças no padrão de consumo, compõe um cenário complexo, desafiador, mas ao mesmo tempo, repleto de oportunidades. Entre as janelas que se abrem para a inclusão produtiva, Naigeborin destacou os novos mercados, como a economia verde, a economia digital, a economia circular, o mundo da tecnologia, o mercado de saúde e de cuidados e o mercado de alimentação saudável.
Dois aspectos mostraram-se centrais nas falas trazidas pelos palestrantes. O primeiro, diz respeito à colaboração, com o entendimento de que programas eficazes de inclusão produtiva são apenas possíveis com o envolvimento de organizações de diferentes setores e de que os beneficiários devem participar das tomadas e decisões. Gabriella Bighetti chamou atenção à importância do trabalho em rede, de que todos devem se enxergar como parte de um ecossistema e ressaltou: “Precisamos de sistemas articulados, e não de bons projetos individualizados”. O segundo aspecto está relacionado à perspectiva de tempo. Foi consenso que a causa exige investimento de longo prazo e que os resultados não são imediatos, e que portanto deve haver um grande comprometimento dos envolvidos. Ainda de acordo com Bighetti, “Identificar e superar as barreiras para a mudança sistêmica exige tempo e é preciso que o capital filantrópico entenda isso – os resultados tardarão a surgir e é preciso que este capital estimule as ações de longo prazo, que visem escala e sustentabilidade – no mínimo 3 a 5 anos de investimento.”
Sobre o papel do capital filantrópico, ficou evidente que a agenda é extensa e há múltiplas possibilidades de engajamento, seja produzindo conhecimento, criando pontes, ou atuando diretamente junto aos beneficiários. Naigeborin destacou a liberdade que a filantropia tem de experimentar e conectar diferentes atores, criando soluções que podem depois ganhar escala, além de adequar as práticas ao olhar do mercado de trabalho e às necessidades que ele impõe. Sobre isso, reforça: “A inclusão produtiva não deve ser um fim em si mesma, mas um meio para um projeto compartilhado de desenvolvimento sustentável e social para o país”.
Bighetti chamou atenção à tendência de investimento coletivo. Conforme sua experiência na articulação do GOYN, uma aliança com mais de 120 organizações para promover a inclusão produtiva de jovens na cidade de São Paulo, ao trazer muitos investidores para um mesmo projeto é possível multiplicar os recursos, potencializar impacto, tornar o projeto mais sustentável e ampliar as possibilidades de aprendizagem pelas trocas de experiências que acontecem.
Conheça agora as experiências da Vale e do Sebrae SP, apresentadas por Andreia Rabetim e Wilson Poit.
Inclusão Produtiva na Prática
Fundação Vale – Sobre Trilhos
A Vale é uma das maiores mineradoras do mundo, com uma produção mundial bastante expressiva em minério de ferro, cobre e níquel. Em 2020, a companhia assumiu o compromisso de se tornar carbono neutra até 2050 e a partir de então iniciou a revisão de processos e operações, passando por tecnologia ambiental e social, com destaque ao cuidado com as pessoas. Segundo Andreia Rabetim, gerente de Articulações Intersetoriais e Voluntariado da Vale, é neste contexto que nasce o projeto de inclusão social com foco no fortalecimento do empreendedorismo de mulheres no Maranhão.
A Vale tem uma operação logística bastante estruturada para levar o minério do Pará ao Maranhão e tem a concessão da estrada de ferro Carajás, onde opera um trem de passageiros que transporta cerca de 1.300 pessoas por dia, atravessando 27 municípios com características de rarefação econômica severa e IDHs muitos baixos, e cuja parcela da população dependia do comércio informal de venda de refeições feito pela janela nas paradas do trem. Em 2004, iniciou um processo de modernização nos trens, que passariam a ter suas janelas vedadas, fator que impactaria diretamente a vida de muitas famílias. Foi assim que nasceu o Rede Mulheres do Maranhão, projeto de inclusão produtiva idealizado pela Fundação Vale. Focado em mulheres, elas passaram a vender seus produtos dentro dos trens. Entre os pontos chave para o fomento à sustentabilidade dos 15 empreendimentos apoiados, Andreia destacou a compreensão de que é necessário tempo para o amadurecimento dos empreendimentos, o papel da Vale como agente conector deste processo, abrindo novas portas e ampliando horizontes, como aconteceu com um empreendimento com foco em babaçu, que foi capaz de obter uma certificação e hoje já exporta para os Estados Unidos e para a União Europeia, e o reconhecimento das potencialidades dos territórios e do protagonismo das mulheres, que com o suporte necessário são capazes de encontrar soluções para os desafios que se apresentam.
“A transformação social é um processo essencialmente colaborativo. Atuamos em parceria para somar expertises e potencializar resultados em benefício de todos, como é o caso da iniciativa Rede Mulheres do Maranhão, realizada pela Fundação Vale e que tem a Wheaton Precious Metals, uma das maiores empresas de streaming do mundo, como parceira. A Wheaton é parceira da Fundação Vale em projetos no Pará e no Maranhão desde 2015 e abraça a Rede Mulheres do Maranhão desde 2017. Para se ter ideia, os executivos da Wheaton têm uma agenda de visitas na região e fazem questão de acompanhar de perto o desenvolvimento das empreendedoras, gerando vínculo, respeito e aprendizados para ambos – salvo em contexto de pandemia. A equipe da Fundação Vale acompanha permanentemente o projeto, em parceria com o Instituto de Socioeconomia Solidária (ISES), parceiro na execução da iniciativa. Esse trabalho mútuo, a escuta aberta e o diálogo transparente com todos os agentes envolvidos são aspectos fundamentais para o sucesso e a sustentabilidade da iniciativa”, conclui Andreia.
Sebrae SP – Redes para Inclusão Produtiva
O programa Redes para Inclusão Produtiva, realizado pelo Sebrae SP em parceria com o IDIS, teve início em 2020 e está sendo implementado em quatro macrorregiões – Vale do Ribeira, Alta Paulista, Bauru e Pontal do Paranapanema. O primeiro passo é identificar as oportunidades e vocações locais, em seguida, o IDIS apoia o Sebrae na seleção das organizações e formação de redes para compartilhamento e desenvolvimento de boas práticas e inovações relacionadas à inclusão produtiva, por meio da disseminação e acesso a conhecimento, recursos e parceiros. O objetivo final é fortalecer OSCs que desenvolvem projetos de inclusão produtiva e atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social, para fomento do empreendedorismo e geração de renda.
Também atua junto a cooperativas sociais e de catadores e tem iniciativas que estimulam o ciclo de consumo e relações mais locais. Entre as capacitações que oferece, estão a gestão financeira, técnicas de vendas, comunicação, entre outros. Sobre a atuação do Sebrae, Poit comenta “Nosso maior aprendizado ao lidar com inclusão produtiva é que nada irá funcionar se os atores envolvidos não sentarem para conversar, buscando soluções para quem está na base da pirâmide. A inclusão produtiva, para ser de fato eficiente, necessita de estabilidade, ser duradoura e ter visão de longo prazo.”
Explicou ainda que a atuação do Sebrae SP junto a grupos vulneráveis é incontornável, faz parte da missão da organização e está integrada em diferentes agendas, considerando o empreendedorismo uma ferramenta poderosa para transformar e atingir a inclusão produtiva, em especial em um momento em que o desemprego chega a níveis de desemprego tão altos.
O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, oferece um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Em 2021, teve como tema ‘O Capital e a Humanidade’ e foi realizado em 22 e 23 de junho com o apoio prata da Fundação José Luiz Egydio Setúbal e apoio bronze de BNP Paribas Asset Management Brasil, Bradesco Private Bank, BTG Pactual, Mattos Filho, Movimento Bem Maior, Santander e Vale.
Em 2021, o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais chegou à 10ª edição! Desde 2012, o Fórum realizado pelo IDIS e Global Philanthropy Forum oferece um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira.
Em 10 edições, o evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Para mapear e discutir o papel da filantropia para o desenvolvimento do Brasil, já recebemos lideranças como Ana Lúcia Villela, Ana Paula Padrão, Eduardo Giannetti, Eduardo Lyra, Guilherme Leal, Gustavo Montezano, Gilberto Carvalho, Jane Wales, Jorge Gerdau Johannpeter, Giovanni Harvey, Lester M. Salamon, Matthew Bishop, Peter Eigen, Rob Garris, Swanee Hunt, Viviane Senna, entre outros.
Para a 10ª edição do evento, preparamos uma retrospectiva com os temas, palestrantes e convidados. Assista:
O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, oferece um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira.
Saiba mais sobre o evento em nosso site e também confira todas as sessões gravadas disponíveis aqui em nosso canal do YouTube!
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