Instituto Cacimba: a materialização do “nós por nós”

Ser membro de uma comunidade é uma característica valiosa para se ter um olhar estratégico para a tomada de decisões do território. Esta tem sido a base da governança do Instituto Cacimba, que atua com foco inicial do bairro de União de Vila Nova, na região de São Miguel Paulista, zona leste da cidade de São Paulo, por meio de apoio, promoção e financiamento de projetos e de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) locais. É a materialização do “nós por nós”, lema de um povo que, historicamente excluído, sempre teve que contar consigo mesmo.

 

Feira da UniRoça, um dos projetos apoiados pelo Instituto Cacimba

Terceiro maior bairro periférico de São Paulo, com cerca de 45 mil habitantes, a União de Vila Nova já carregou também o título de segundo mais violento da capital, registrando altos índices de homicídios e pessoas vivendo em situação de extrema miséria. Um novo desenvolvimento começou em 2002, por meio da comunhão entre poder público, com obras de infraestrutura, e organizações da sociedade civil, com projetos para promover prosperidade social e econômica na região.

 

A partir das conversas entre lideranças locais e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), o Projeto de Urbanização Pantanal investiu na comunidade, não só com a construção de moradias, redes de água e esgoto, energia elétrica, pavimentação e iluminação pública, mas também de escolas, parques e até um Viveiro-Escola, administrado por um coletivo de mulheres locais.

 

COMO FOI CRIADO O INSTITUTO CACIMBA

O cearense Hermes de Sousa chegou em União de Vila Nova no ano 2000 e percebeu o potencial dos moradores que viviam da coleta de material reciclável no lixão a céu aberto que existia na comunidade. Promotor da arte como ferramenta de inclusão social, decidiu atuar na região, dando aulas gratuitas de escultura em madeira retirada dos dejetos. Em 2005, ele fundava oficialmente o Instituto Nova União da Arte (NUA), vindo a se tornar uma importante liderança comunitária do território.

 

Hermes, fundador do Instituto Cacimba

Na busca por novas maneiras de trabalhar na região e atender suas demandas prioritárias, como inclusão produtiva, educação e cultura -, Hermes fundou em 2022 o Instituto Cacimba, que se apresenta como um Instituto Comunitário. Uma organização que visa o desenvolvimento comunitário do território de São Miguel Paulista – iniciando suas atividades com foco na União de Vila Nova – a partir da captação, gestão e distribuição de recursos para iniciativas sociais, atuando em rede com o poder público e a sociedade civil, identificando demandas prioritárias e envolvendo a comunidade no processo decisório de investimento de recursos.

 

Um dos principais desafios de uma Fundação ou Instituto Comunitário é dar representatividade e voz ao território, de forma democrática, acessível, transparente e que abranja a pluralidade de vozes locais em sua governança. É um desafio grande articular tantos atores e conhecimentos em uma organização recém-criada, unindo a democratização do espaço com decisões estratégicas.

 

A representatividade da comunidade na governança do Instituto e um dos 9 princípios que guiam o papel e operação deste modelo de organizações. Sua diretriz é:

 

Possuir instâncias de governança formadas por agentes e cidadãos preocupados com as questões locais que, a partir da sensibilidade e profundo conhecimento do território, serão responsáveis por manter a organização, identificar temas prioritários, orientar a alocação eficaz de recursos, bem como defender os interesses da comunidade.

 

O Instituto Cacimba abordou este tema de forma inovadora, empreendendo esforços para incentivar a participação da comunidade, respeitando seus saberes e história. Saindo dos padrões tradicionais de governança de uma organização social, o Instituto trouxe inovação, formando conselhos e instâncias estratégicas que vão além dos usuais. O primeiro a ser formado foi o Conselho Comunitário, composto por cinco lideranças atuantes da região, dando voz às organizações locais. Valorizando a ancestralidade local, também foi criado o Conselho das Avós, composto por três mulheres com mais de 60 anos, protagonistas na história do território e que atuam em projetos sociais da região. E por fim, há o Conselho da Juventude, integrado por três jovens transformadores locais, que trazem a visão das novas gerações, contribuindo com novos diálogos e abordagens

 

“Entendemos que a gestão compartilhada é o que vai promover a escuta ativa e a participação de fato da comunidade. Porque não queremos que o Instituto Cacimba atue pelo seu próprio entendimento. Queremos fortalecer as organizações e os coletivos locais para que possamos, juntos, levantar dados que nos orientem sobre as problemáticas e potencialidades do território e promover novos projetos”, ressalta Hermes de Sousa.

 

Ainda são poucas as Fundações e Institutos Comunitários presentes no Brasil, mas nos últimos dois anos, houve um aumento significativo, em parte promovido pelo Programa Transformando Territórios – iniciativa do IDIS e da Charles Stewart Mott Foundation – do qual o Instituto Cacimba faz parte desde o início da sua formação.

 

ORGANIZAÇÕES E PROJETOS APOIADOS PELO INSTITUTO CACIMBA

 

Em seu primeiro ano de operação, o Instituto Cacimba captou R$ 240 mil, dos quais destinou R$ 130 mil para projetos sociais. Entre os projetos apoiados estão alguns promovidos pelo NUA, como a Agência de Comunicação NUA, que faz a formação de jovens aprendizes para a produção de conteúdo multiplataforma – criação de sites, filmagens e edição de vídeos, por exemplo – , em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul (UnicSul), que confere uma certificação aos participantes.

Agência de Comunicação – NUA

 

A UniDiversidade das Kebradas, que integra a Aliança das Ecodiversidades, é mais uma iniciativa que recebeu o suporte do Cacimba. Enxergando além dos muros da formalidade acadêmica, a universidade livre oferece oportunidade para trocas de experiências e aprendizados práticos entre líderes comunitários a partir de projetos reais que respondem a dilemas sociais e ambientais.

 

Outro projeto apoiado é a UniRoça – UniDiversidade da Roça, um centro de formação em meio rural, com alojamento, que tem como público-alvo homens em situação de rua. O programa, promovido pela Associação Morada dos Vencedores, alinha reinserção social, projeto de vida e aquisição de habilidades produtivas em áreas como apicultura, piscicultura e agricultura orgânica.

UniRoça, um dos projetos apoiados pelo Instituto Cacimba

Entre os projetos em desenvolvimento está a Pousada Social, que vai fomentar o turismo solidário de base comunitária e empregar mulheres e jovens locais. A pousada está sendo implantada em um prédio na região que passa por obras e tem previsão de abrir para o público em junho de 2023.

 

Construção da Pousada Social

 

Em fase de captação de recursos, estão a criação de um cartão comunitário pré-pago para 400 famílias em alta vulnerabilidade e o desenvolvimento de uma plataforma de comércio de produtos e serviços locais, que poderão ser adquiridos com o próprio cartão, com descontos.

 

Outra proposta é a abertura de editais de seleção de iniciativas locais de nano e micro empreendedorismo feminino para investimento com capital semente.

 

A origem destes projetos que promovem o aquecimento da economia local está na pandemia de Covid-19, quando foi criado o Fundo Cacimba, em março de 2020. Os recursos captados foram usados para apoiar famílias com a compra de alimentos, além de medicamentos, material de higiene e outras necessidades. Se na crise humanitária, o ativismo cívico salvou vidas em União de Vila Nova, agora, com o Instituto Cacimba, a força comunitária do território poderá ser maior que nunca.

 

Informações do Território 

  • Território de atuação: União de Vila Nova, favela localizada no distrito de São Miguel Paulista.
  • Nome do instituto ou fundação comunitária: Instituto Cacimba
  • Nome e cargo da principal liderança Antônio Hermes de Sousa, diretor-presidente
  • População estimada: União de Vila Nova é a terceira maior favela de São Paulo, com cerca de 45 mil pessoas. Cerca de 500 mil pessoas moram no distrito de São Miguel Paulista.
  • Número de OSCs do território: 27 organizações em São Miguel Paulista
  • Desafios regionais: A pobreza e a desigualdade, características estruturais que acompanham o desenvolvimento brasileiro, na União de Vila Nova estiveram associadas, nos últimos anos, com um processo de crescente desemprego e precarização e das relações de trabalho. Com isso, parcela significativa da população apresenta insuficiência ou insegurança de renda.
  • Causas prioritárias do território mapeadas pela organização: inclusão produtiva, educação, cultura e meio ambiente.

 


 

O Instituto Cacimba integra o programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Quer saber mais sobre o Instituto Cacimba? Acesse o site.

Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

Participe do evento | Instituto e Fundação Comunitária: conceitos e como formar uma

Participe do evento online e gratuito e saiba mais sobre este modelo que tem se desenvolvido cada vez mais no Brasil

 

Com o objetivo de apoiar a criação e o desenvolvimento de novas Fundações e Institutos Comunitários (FICs), o IDIS promove um evento online gratuito no dia 29 de março, quarta-feira, para a apresentação do conceito.  A reunião marca também o lançamento da chamada para novas organizações e  líderes comunitários participarem do programa Transformando Territórios, projeto do IDIS em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar o modelo no país.

 

Conheça os palestrantes:

  • Felipe Insunza Groba, Gerente de Projetos do IDIS e do programa Transformando Territórios;
  • Eliane Macari, Presidente da FEAV – organização participante do Programa Transformando Territórios.

 


29 de março , das 16h às 17h30
Inscrições pelo Sympla

Venha saber mais sobre esse modelo inovador de impacto social.
Inscreva-se aqui.


UM POUCO SOBRE O CONCEITO

Fundações e Institutos Comunitários (FICs) são associações que atuam em prol do desenvolvimento comunitário de um território geográfico delimitado, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto social positivo para o desenvolvimento da região. Estas são protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento.

Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, não implementam projetos – financiam projetos e iniciativas sociais de outras organizações em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região. Além disto, FICs fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

O Transformando Territórios apoia o desenvolvimento destas organizações por meio de formações, materiais didáticos voltados para a temática, palestras nacionais e internacionais, consultorias individuais, viagens e recursos financeiros.

 

COMO PARTICIPAR DO TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

Lançado em 2020, o Transformando Territórios hoje tem 13 iniciativas participantes. Nesta chamada, buscamos novos candidatos para integrar nossa rede. No processo seletivo serão avaliadas algumas características:

 

  • Atuação em um território geográfico delimitado, preferencialmente nos seguintes Estados: Pará, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Paraná, com população entre 200.000 ou 5.000.000 de habitantes;

 

  • Para líderes comunitários: participação de ao menos 4 pessoas interessada em participar da construção e atividades da FIC;

 

  • Para organizações já constituídas e que queiram converter-se em uma FIC: ter interesse em atuar em múltiplas causas e não desenvolver projetos e/ou atividades que possuam relação direta com os beneficiários.

O Programa Transformando Territórios está seu segundo ciclo. Em 2022, apoiou a estruturação de dez novas organizações.


 

Assista esse e outros vídeos na nossa playlist do programa Transformando Territórios.

Delegação brasileira vai ao México debater a filantropia comunitária nas Américas

Ainda pouco conhecido no Brasil, o modelo da filantropia comunitária tem se consolidado cada vez mais internacionalmente como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios. De acordo com levantamento realizado pelo Community Foundation Atlas, existem mais de 1.800 institutos e fundações comunitárias no mundo. Juntas, essas organizações movimentam mais de USD 5 bilhões todos anos.

TT - Guadalajara (1)

Para discutir os diferentes contextos, oportunidades e desafios da filantropia comunitária nas Américas, reuniram-se no início de fevereiro, em Guadalajara, no México, 119 convidados de dez países da América do Sul, Central, Caribe e do Norte. Integraram a delegação brasileira Felipe Groba, gerente de projeto do IDIS, e seis outros representantes de Institutos Comunitários brasileiros, todos participantes do Programa Transformando Territórios: Instituto Baixada Maranhense; ICOM – Instituto Comunitário Grande Florianópolis; Instituto Espraiada e Tabôa Fortalecimento Comunitário.

 

Delegação brasileira com representantes de organizações participantes do Transformando Territórios

O evento, promovido pela CCA – Connecting Communities in America, uma iniciativa da CF Leads (Community Foundations Leading Change), contou com painéis de discussão e com visitas a projetos sociais apoiados pela Corporativa de Fundaciones – a fundação comunitária da grande Guadalajara – e que atuam diretamente nos temas de migrantes e refugiados, crianças em situação de rua e desenvolvimento comunitário. Com olhar cuidadoso à diversidade e à importância de todos poderem se expressar em suas línguas maternas, havia tradução simultânea em quatro idiomas – português, inglês, espanhol e francês.

 

Durante as sessões plenárias e paralelas, os participantes discutiram os contextos em que se dá a filantropia comunitária de enfoque territorial em seus países e realidades. Ficou claro que há características regulatórias e de cultura de doação que diferenciam EUA e Canadá do resto das Américas, e que implicam em níveis díspares de poder e sustentabilidade financeira. Por outro lado, foi reforçado por todos os participantes a necessidade de fortalecimento de organizações e coletivos liderados por grupos minorizados como negros e indígenas, sendo papel das Fundações e Institutos Comunitários – as FICs – visibilizar e apoiar esses grupos na mobilização de recursos materiais, técnicos e imateriais. De acordo com Robson Bitencourt, Gerente do Programa de Desenvolvimento Territorial de Serra Grande e entorno da Tabôa,

 

“A viagem ao México foi uma imersão de observação, aprendizado e troca de conhecimento pelo campo da filantropia com outras fundações das Américas. Importante ampliar as percepções sobre as similaridades e diferenças do que fazemos com o que outras organizações também têm feito, assim como os desafios e as oportunidades. Ficou a impressão de que temos campo para aumentar o trabalho em rede e potencializar nossas ações.”

 

As consequências da mudança climática sobre populações vulneráveis também estiveram no centro da pauta, sendo reforçado o ponto de que embora a solução para essa questão seja global, os impactos negativos sempre serão locais e específicos para cada comunidade. No sentido de unir esforços e endereçar questões estruturais, emergiu o papel das FICs como articuladoras de causas, ao criarem coalizões locais e até nacionais para endereçar grandes temas como a falta de oportunidades laborais, a pobreza no campo, a questão dos refugiados, a segurança alimentar e a defesa por direitos e justiça social.

 

Permeando todas as discussões, esteve também o tema da confiança nas Organizações da sociedade civil (OSCs) e seu papel na expressão da pluralidade de vozes em um território. Os panelistas e participantes do evento relataram casos bem sucedidos de fundações doadoras norte americanas que tem crescentemente adotado a doação de recursos livres – sem encargos e sem restrição a projetos – como premissas de seus aportes financeiros, reconhecendo a excelência e expertise dos líderes sociais em gerirem suas organizações e alocarem os recursos de modo a gerar mais impacto no longo prazo.

 

Durante a estadia no México, a delegação brasileira aproveitou para se reunir e trocar experiências com as equipes da Comunidar (a fundação comunitária de Nuevo León), da Comunalia (organização de suporte às fundações comunitárias do México) e da Corporativa de Fundaciones, além de terem visitado in loco as fundações comunitárias de Morelos e de Malinalco.

 

As visitas técnicas às fundações comunitárias reforçaram as similaridades entre o Brasil e o México, promovendo inúmeros insights e possibilidades entre as organizações brasileiras e mexicanas. Encontramos equipes qualificadas e motivadas, trabalhando em rede para promover a justiça social e o desenvolvimento comunitário em seus territórios.”

 

Comentou Willian Narzetti, gerente executivo do ICOM. Felipe Groba, líder do Transformando Territórios, complementa, lembrando que o encontro contribuiu para a identificação de oportunidades de desenvolvimento para as FICs brasileiras em diferentes níveis de maturidade.

 

Comentários dos participantes:

Felipe Insunza Groba – Gerente de Projetos do IDIS.

 

“Para o Programa Transformando Territórios foi fundamental estar com a delegação brasileira nesses momentos para identificarmos oportunidades de desenvolvimento para as Fundações e Institutos Comunitários Brasileiros em diferentes níveis de maturidade, além de aprender com a experiência de outros países.”

 

Robson Bitencourt –  Gerente do Programa de Desenvolvimento Territorial de Serra Grande e entorno da Tabôa Fortalecimento Comunitário.

 

“A viagem ao México foi uma imersão de observação, aprendizado e troca de conhecimento pelo campo da filantropia com outras fundações das Américas. Importante ampliar as percepções sobre as similaridades e diferenças do que fazemos com o que outras organizações também têm feito, assim como os desafios e as oportunidades. Ficou a impressão de que temos campo para aumentar o trabalho em rede e potencializar nossas ações.”

 

Willian Narzetti –   Gerente Executivo do ICOM.

“A experiência de participar do encontro foi enriquecedora. As plenárias e mesas redondas possibilitaram que as fundações comunitárias apresentassem suas experiências e desafios em questões prioritárias para o campo. Muitas iniciativas e soluções apresentadas têm potencial de inspirar, com as devidas adaptações, ações no território que atuamos. Articulamos novas conexões, que serão melhor exploradas no pós evento. As visitas técnicas às fundações comunitárias das cidades de Cuernavaca e Malinalco reforçaram as similaridades entre o Brasil e o México, promovendo inúmeros insights e possibilidades entre as organizações brasileiras e mexicanas. Encontramos equipes qualificadas e motivadas, trabalhando em rede para promover a justiça social e o desenvolvimento comunitário em seus territórios. A viagem reforça a missão do ICOM, fundação comunitária pioneira que há 17 anos vem promovendo o desenvolvimento comunitário em Santa Catarina, mobilizando, articulando e apoiando investidores sociais e ações coletivas de interesse público.”


 

Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Saiba mais sobre o progama Transformando Territórios e os Institutos que fazem parte da iniciativa, e assista nossa playlist do programa.

Saiba como doar para Institutos e Fundações Comunitárias

Institutos e Fundações comunitárias são associações que atuam em um território geográfico delimitado, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto sistêmico para o desenvolvimento dessa região. 

O objetivo é promover a interlocução entre as organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público.

No Brasil, o IDIS, em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation, realiza o programa Transformando Territórios que apoia o fortalecimento e a criação de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil. 

Sabia que você pode ajudar algumas das organizações participantes com doações?

Saiba mais sobre o Transformando Territórios.

Conheça algumas das organizações participantes do Transformando Territórios e doe!

 

BAHIA

Tabôa Fortalecimento Comunitário - Civic & Social Organization - Overview, Competitors, and Employees | Apollo.ioTabôaAtua na região de Serra Grande, município de Uruçuca, Sul da Bahia, fortalecendo a comunidade pelo acesso a conhecimentos, recursos financeiros e estímulo à cooperação, para que pessoas, negócios e organizações sejam sustentáveis. A atividade é realizada a partir do fomento de iniciativas de base comunitária e empreendimentos socioeconômicos.

 

MARANHÃO

Fundação Baixada – Fundação Comunitária da Baixada MaranhenseInstituto Baixada Atua na criação de condições materiais para realização de transformações em comunidades vulneráveis da Baixada Maranhense, via captação de recursos, fortalecimento de organizações comunitárias e doações.

ESPÍRITO SANTO

Home | Fundaes - Federação das Fundações e Associações do ...

FUNDAES (Federação do Terceiro Setor do Estado do Espírito Santo) Congrega as entidades do Terceiro Setor Capixaba, e representa as suas filiadas, buscando uma profissionalização do setor no estado

 

 

RIO DE JANEIRO

Rede de Organizações do BemRede de Organizações do Bem – A Rede de Organizações do Bem iniciou suas atividades em 2012, atuando no financiamento de projetos, investindo na formação e apoio das organizações na região metropolitana do Rio de Janeiro e realizando um levantamento das OSCs do território. Desde então, a Rede tem se especializado na realização de editais para micro apoios financeiros e formações.

SÃO PAULO

Fundação ABHFundação ABH Tem o papel de potencializar a atuação de iniciativas sociais, como coletivos, movimentos, organizações e lideranças comunitárias na periferia sul da cidade de São Paulo por meio de investimentos financeiros, geração de conhecimento e formação de redes. 

 

FEAV: Fórum das Entidades Assistenciais de Valinhos Formado por um grupo de entidades assistenciais da cidade de Valinhos no interior de São Paulo, visa o engajamento, consenso e a troca de experiência com a sociedade. A partir do conhecimento gerado nesta troca, a FEAV busca fortalecer a representatividade dos desejos populares junto ao poder público.

 

 

Fundação FEAC » Empoderamos pessoas - Impulsionamos organizações - Potencializamos territórios

Fundação FEAC – Tem como missão a promoção humana, a assistência e o bem-estar social, com prioridade à criança e ao adolescente, em Campinas. Para alcançar esses objetivos, concentra sua ação socioeducativa em três dimensões: empoderamento de populações vulneráveis, potencialização de territórios e impulsionamento de empresas, causas e pessoas.

 

SANTA CATARINA

Home - ICOM - Instituto Comunitário da Grande FlorianópolisICOM: Instituto Comunitário Grande Florianópolis Apoia empresas e indivíduos para que possam fazer investimentos sociais e doações com alto impacto social. Ao mesmo tempo, auxilia organizações da sociedade civil a terem uma gestão mais eficiente e a servirem como canais de participação dos cidadãos para melhorarem a qualidade de vida na Grande Florianópolis e em Santa Catarina.

IDIS marca presença em evento sobre filantropia comunitária no Maranhão

Em viagem ao Maranhão, Paula Fabiani, CEO do IDIS, Whilla Castelhano, coordenadora do programa Transformando Territórios (TT), e Hermes de Sousa, fundador do Instituto Comunitário Cacimba, organização participante do TT, estiveram em um evento promovido pelo Instituto Baixada Maranhense com o objetivo de engajar e falar sobre filantropia comunitária e desenvolvimento comunitário na região.

A organização trabalha dentro do modelo de uma fundação comunitária para promover e desenvolver a comunidade e apoiar outras instituições desse território. Diferente das OSCs tradicionais, as Fundações ou Institutos Comunitários (FICs) atuam em um território geográfico específico, seja este um bairro, distrito ou até uma cidade ou região, e trabalham na solução dos problemas prioritários daquela localidade, ou seja, são multi-temáticos.

Saiba mais sobre esse modelo aqui.

Em uma série de eventos, incluindo um jantar solidário, o Baixada Maranhense aproveitou a presença de representantes do setor empresarial da região, beneficiários dos projetos sociais e sociedade civil e demonstrou suas potencialidades e apresentou seus projetos. Paula Fabiani falou na abertura evento para as mais de 80 convidados, incluindo empresários, doadores, filantropos e beneficiários. No encontro, foi lançada a Solidárias, plataforma de investimento e doação para projetos sociais e estímulo ao empreendedorismo local que integram a rede da Baixada Maranhense, desenvolvida pelo próprio Instituto.

Paula Fabiani, Whilla Castelhano, Erika Saez (Instituto ACP) e Hermes de Sousa (Instituto Cacimba) no lançamento da plataforma Solidárias

Visitas de campo marcaram os dias seguintes. O grupo realizou uma trilha na comunidade quilombola da Ilha do Cajual. “É incrível o engajamento e a força das mulheres neste grupo”, comenta Paula. Também visitaram um projeto de produção de cerâmica.

Em uma roda de conversa, os participantes partilharam saberes e conheceram ainda mais sobre a atuação do Instituto junto de participantes de vários países da América Latina.

O Instituto Baixada Maranhense participa do programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

Conheça mais sobre:

O apoio à filantropia comunitária: a importância da sustentabilidade a longo prazo

A filantropia comunitária é uma estratégia baseada no reconhecimento e na valorização do papel das comunidades locais, das suas lideranças e dos seus ativos, na promoção de ações coletivas voltadas para alcançar o desenvolvimento sustentável de um determinado território e das suas populações, de acordo com as suas necessidades e potencialidades

Em maio desse ano, IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e C.S. Mott Foundation reuniram um público diverso para debater e aprofundar o conhecimento sobre um importante tema e os desafios e perspectivas para o desenvolvimento da filantropia brasileira.

Luis Norberto Pascoal no Seminário IDIS Transformando Territórios. Foto: André Porto

Realizadores do programa Transformando Territórios, que fomenta o desenvolvimento de fundações e institutos comunitários (FICs) no Brasil, promoveram o 1º Seminário Transformando Territórios com mais de 60 pessoas, entre líderes de FICs, filantropos, parceiros e apoiadores da causa.

 

“O apoio à filantropia comunitária” foi o painel que abriu o evento, mediado por Paula Fabiani (CEO do IDIS), com a participação de Antônio Carlos Pipponzi (Presidente do Conselho de Administração da RaiaDrogasil) e Luis Norberto Pascoal (Conselheiro da Fundação FEAC e fundador da Fundação Educar).

Luis Norberto Pascoal, Paula Fabiani e Antonio Carlos Pipponzi

Pipponzi destacou que, atualmente, existe uma grande expectativa que empresas apoiem organizações engajadas com questões sociais – como é o caso das FICs – Fundações e Institutos Comunitários. De acordo com ele, não há mais espaço para que as empresas entreguem apenas resultados financeiros. Para seguirem existindo, é necessário gerarem resultados positivos para a sociedade.

“A filosofia de doação é construída aos pouquinhos, tanto nos indivíduos quanto nas empresas. Ao olharmos os problemas, a nossa responsabilidade aumenta e não se pode abandonar o processo de filantropia, ela se torna hábito e as coisas mudam a longo prazo conforme o tempo passa”, acrescentou Pipponzi.

Pascoal destacou em sua fala a reflexão que para encontrarmos soluções reais para o país é preciso construir valor dentro de territórios, com parcerias entre instituições comunitárias, setor público e privado – precisam atuar em conjunto para que haja uma solução completa.

 

Assista ao painel completo através do vídeo abaixo:

 

Apoiar os territórios comunitários é legitimar suas atividades e criar um ambiente mais autônomo

As Fundações e Institutos Comunitários (FICs) atuam em prol do desenvolvimento de um território geográfico através das OSCs – Organizações da Sociedade Civil – locais, criando uma rede de relacionamento e parcerias locais.

Tais relações são baseadas no reconhecimento e na valorização do papel das comunidades locais, das suas lideranças e dos seus ativos na promoção de ações coletivas voltadas para alcançar o desenvolvimento sustentável de cada região.

Em maio desse ano, IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e C.S. Mott Foundation reuniram um público diverso para debater e aprofundar o conhecimento sobre um importante tema e os desafios e perspectivas para o desenvolvimento da filantropia brasileira.

Realizadores do programa Transformando Territórios, que fomenta o desenvolvimento de fundações e institutos comunitários (FICs) no Brasil, promoveram o 1º Seminário Transformando Territórios com mais de 60 pessoas, entre líderes de FICs, filantropos, parceiros e apoiadores da causa.

Seminário IDIS Transformando Territórios. Em 21 de maio de 2022. Ed. Ruth Cardoso, SP. Foto: André Porto

Uma das mesas do evento discutiu justamente “A importância do engajamento e parcerias nos territórios”, na qual participaram do debate Cássio França (Secretário Geral do GIFE) e Mônica de Roure (Diretora Executiva da BrazilFoundation) e Beatriz Johannpeter (Diretora do Instituto Helda Gerdau e Embaixadora do Programa Transformando Territórios). Logo de cara todos os palestrantes já concordaram que apoiar territórios é legitimar as atividades daquele lugar para que se crie um ambiente autônomo.

Mônica de Roure, Beatriz Johannpeter e Cássio França

Os painelistas destacaram, principalmente, a importância de combater a pobreza. “Não se pode normalizar a pobreza e os problemas sociais do Brasil. Se não reduzirmos a pobreza, que é o primeiro passo e mais importante, todos os outros problemas também irão regredir”, destacou França.

Cássio França no Seminário IDIS Transformando Territórios.

De acordo com o Censo GIFE 2020, o volume total de investimento social das organizações contempladas foi de R$ 5,3 bilhões, o que representa 63% a mais do que o previsto para 2020, que era de R$ 3,3 bilhões. O nível de doações durante a pandemia demonstrou o quanto é possível que os diversos atores sociais ajudem e doem além do que já vem sendo feito. Segundo a mesa, o grande desafio agora será manter o crescimento do investimento social privado.

Nesse contexto, tiveram grande atuação e importância as lideranças comunitárias que, por estarem inseridas nos territórios, puderam agir de forma ágil e eficiente, destinando os recursos da melhor forma.

Assista à palestra completa através do vídeo abaixo

 

 

Fundações e Institutos Comunitários têm extrema importância para a agenda pública

Institutos e Fundações comunitárias têm se consolidado como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto sistêmico para o desenvolvimento da região.

Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, financiam projetos e iniciativas sociais em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região e fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

Em maio desse ano, IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e C.S. Mott Foundation reuniram um público diverso para debater e aprofundar o conhecimento sobre um importante tema e os desafios e perspectivas para o desenvolvimento da filantropia brasileira.

Lúcia Dellagnelo no Seminário IDIS Transformando Territórios.

Realizadores do programa Transformando Territórios, que fomenta o desenvolvimento de fundações e institutos comunitários (FICs) no Brasil, promoveram o 1º Seminário Transformando Territórios com mais de 60 pessoas, entre líderes de FICs, filantropos, parceiros e apoiadores da causa.

No seminário, discutiu-se a respeito da relação das Fundações e Institutos Comunitários com a Agenda pública, compreendendo a necessidade de articulação e escuta por parte dessas fundações para garantir a concretude de agendas públicas necessárias para a comunidade

 

Lúcia Dellagnelo, Patrícia Loyola e Eliana SousaDebatendo o assunto estiveram Lúcia Dellagnelo (Fundadora e conselheira do Instituto Comunitário Grande Florianópolis – ICOM e Embaixadora do Programa Transformando Territórios) e Eliana Sousa (Diretora Fundadora da Associação Redes da Maré e Líder participante do Programa Transformando Territórios), mediadas por Patrícia Loyola (Diretora de Gestão e Investimento Social da Comunitas). As painelistas destacaram, principalmente, a ideia de que fundos comunitários surgem para formar um legado nos territórios onde estão inseridos, mantendo as mudanças e melhorias para gerações futuras.

Seminário IDIS Transformando Territórios.

O grande destaque do painel veio do debate sobre a importância de se compreender o que os territórios necessitam antes de filantropos ou empresas realizarem doações diretas. A criação de fundos comunitários por FICs foi apontada como uma solução. Elas seriam as receptoras dos recursos e responsáveis pela gestão e distribuição. Segundo Dellagnelo, essas instituições ‘ponte’ apoiam a estrutura social, conhecem o contexto das organizações de base e o que a população efetivamente necessita.

As perspectivas, potencialidades e desafios das Fundações e Institutos Comunitários no país

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

Em maio desse ano, IDIS e Mott reuniram um público diverso para debater e aprofundar o conhecimento sobre um importante tema e os desafios e perspectivas para o desenvolvimento da filantropia brasileira.

Helena Monteiro, Shannon Lawder, Nicholas Deychakiwsky e Mamo Mohapi

Presentes no evento Nicholas Deychakiwsky (Senior Program Officer da C.S. Mott Foundation), Shannon Lawder (Director of the Civil Society Program daC.S. Mott Foundation) e Mamo Mohapi (Program Officer da C.S.Mott Foundation) e Helena Monteiro (Diretora Executiva do David Rockefeller Center for Latin American Studies da Universidade de Harvard e Embaixadora do Programa Transformando Territórios) debateram em um painel as perspectivas, potencialidades e desafios das Fundações e Institutos Comunitários. 

Mamo Mohapi (Program Officer da C.S.Mott Foundation) no Seminário IDIS Transformando Territórios.

Nicholas destacou que as FICs têm o papel de compreender o que é necessário na sociedade e território, ponto que, muitas vezes, o 2º Setor (as empresas) acha que sabe mais por ter mais dinheiro. Mas, na realidade é um conhecimento que o 3º setor possui muito mais, justamente por essa proximidade com o território, ou seja, com as pessoas que ali vivem.

Helena Monteiro (Diretora Executiva do David Rockefeller Center for Latin American Studies da Universidade de Harvard e Embaixadora do Programa Transformando Territórios) no Seminário IDIS Transformando Territórios.

Ele acrescentou, ainda, que o sistema como o conhecemos atualmente irá ruir se não olharmos para o que o terceiro setor já vem fazendo e resolvendo há tanto tempo com mais atenção. “É importante construir capacidade e confiança nos territórios, garantindo a perenidade de suas ações e evolução de sua comunidade”, disse o representante da Mott Foundation.

 

O evento contou ainda com outros três painéis discutindo temáticas variadas em torno da filantropia comunitária e sua evolução no país. Confira a palestra na íntegra e o evento completo abaixo:

 

Organizações comunitárias participam de encontro do Transformando Territórios em São Paulo

Mais de 20 líderes de fundações e institutos comunitários (FICs) de oito estados, participantes do programa Transformando Territórios, viajaram a São Paulo para três dias de programação, incluindo oficinas, seminário e visitas durante o mês maio. Também estiveram com parceiros, doadores e embaixadores do Programa, além de representantes da C.S. Mott Foundation, organização americana que assina a autoria do programa com o IDIS.

Lançado em 2020, com o objetivo de fomentar a criação de FICs no Brasil, o Transformando Territórios vinha promovendo encontros exclusivamente online entre os participantes, em função das restrições impostas pela pandemia. No encontro promovido no dia 18, estes líderes tiveram a oportunidade de se conhecerem pessoalmente,  trocar experiências e estreitar laços. A primeira atividade,  foi uma visita a Fundação FEAC e o FEAV – Fórum da Entidades Assistenciais de Valinhos, localizadas na cidade de Campinas e Valinhos, respectivamente, interior do estado de São Paulo. Ambas entidades, a partir do ingresso no Transformando Territórios, realizaram a mudança no modelo de operação para o de FIC, que é um dos objetivos do Programa. Durante a visita, os participantes puderam conhecer como foi esse processo para a FEAV e FEAC e ver na prática como têm se organizado.

Jair Resende, da FEAC

 

De volta à cidade de São Paulo, tiveram no dia 19, um workshop na sede do Instituto Jatobás. Wellington Nogueira, fundador do Doutores da Alegria, conduziu uma dinâmica para que os líderes se conhecessem e interagissem. Houve também um momento para autoavaliação e troca de conhecimento sobre atividades e rotinas que estão realizando nos respectivos territórios e uma palestra sobre ‘Captação de Recursos para Grantmakers’, com o especialista e consultor Michel Freller.

Michel Freller em atividade

Michel Freller em atividade sobre captação de recursos para organizações participantes do Transformando Territórios

(foto seminário) O terceiro dia do encontro foi dedicado ao Seminário Transformando Territórios, encontro aberto a um público mais amplo de interessados no tema. Em quatro painéis, especialistas compartilharam suas percepções sobre a importância do modelo, seus desafios e perspectivas para o Brasil. Saiba mais sobre o Seminário e assista aos vídeos aqui.

“Reunir estas lideranças, promover trocas e fortalecer esta rede foi potente e mostrou que estamos seguindo na direção certa. No próximo biênio, temos como objetivo fortalecer estas FICs”, comenta Whilla Castelhano, coordenadora do Transformando Territórios no IDIS.

Saiba mais sobre o Transformando Territórios e FICs e acesse o site do projeto:

 

 

 

Seminário Transformando Territórios reúne filantropos, empresas e sociedade civil

Em uma manhã fria de maio, IDIS e C.S. Mott Foundation reuniram um público diverso para debater e aprofundar o conhecimento sobre um importante tema: a filantropia comunitária e os desafios e perspectivas para seu desenvolvimento no Brasil. Realizadores do programa Transformando Territórios, que fomenta o desenvolvimento de fundações e institutos comunitários (FICs) no Brasil, promoveram o 1º Seminário Transformando Territórios com mais de 60 pessoas, entre líderes de FICs, filantropos, parceiros e apoiadores da causa.

Veja um resumo e depoimentos sobre o evento.

Reunimos aqui os destaques dos quatro painéis que integraram o evento.

O apoio à filantropia comunitária

“O apoio à filantropia comunitária” foi o painel que abriu o evento, mediado por Paula Fabiani (CEO do IDIS), com a participação de Antônio Carlos Pipponzi (Presidente do Conselho de Administração da RaiaDrogasil) e Luis Norberto Pascoal (Conselheiro da Fundação FEAC e fundador da Fundação Educar).

Audiência no Seminário Transformando Territórios. Foto: André Porto

 

Pipponzi destacou que, atualmente, existe uma grande expectativa que empresas apoiem organizações engajadas com questões sociais – como é o caso das FICs, por meio da filantropia comunitária. De acordo com ele, não há mais espaço para que as empresas entreguem apenas resultados financeiros. Para seguirem existindo, é necessário gerarem resultados positivos para a sociedade.

 

Pascoal acrescentou à reflexão que para encontrarmos soluções reais para o país é preciso construir valor dentro de territórios, com parcerias entre instituições comunitárias, setor público e privado –  precisam atuar em conjunto para que haja uma solução completa.

 

A importância do engajamento e parcerias nos territórios

Quando o assunto abordado passou a ser “A importância do engajamento e parcerias nos territórios”, na segunda mesa, os palestrantes concordaram que apoiar territórios é legitimar as atividades daquele lugar para que se crie um ambiente autônomo.

Beatriz Johannpeter (Diretora do Instituto Helda Gerdau e Embaixadora do Programa Transformando Territórios) e Cássio França (Secretário Geral do GIFE). Foto: André Porto

Cássio França (Secretário Geral do GIFE) e Mônica de Roure (Diretora Executiva da BrazilFoundation) subiram ao palco com a moderadora Beatriz Johannpeter (Diretora do Instituto Helda Gerdau e Embaixadora do Programa Transformando Territórios). Os painelistas destacaram, principalmente, a importância do combate à pobreza. “Não se pode normalizar a pobreza e os problemas sociais do Brasil. Se não reduzirmos a pobreza, que é o primeiro passo e mais importante, todos os outros problemas também irão regredir”, destacou França.

 

De acordo com o Censo GIFE 2020, o volume total de investimento social das organizações contempladas foi de R$ 5,3 bilhões, o que representa 63% a mais do que o previsto para 2020, que era de R$ 3,3 bilhões. O nível de doações durante a pandemia demonstrou o quanto é possível que os diversos atores sociais ajudem e doem além do que já vem sendo feito. Segundo os palestrantes, o grande desafio agora será manter o crescimento do investimento social privado.

Nesse contexto, tiveram grande atuação e importância as lideranças comunitárias que, por estarem inseridas nos territórios, puderam agir de forma ágil e eficiente, destinando os recursos da melhor forma.

Fundações e Institutos Comunitários com a agenda pública

 

O terceiro painel do seminário tratou sobre a relação das Fundações e Institutos Comunitários com a agenda pública. Lúcia Dellagnelo (Fundadora e conselheira do Instituto Comunitário Grande Florianópolis – ICOM e Embaixadora do Programa Transformando Territórios) e Eliana Sousa (Diretora Fundadora da Associação Redes da Maré e Líder participante do Programa Transformando Territórios), mediadas por Patrícia Loyola (Diretora de Gestão e Investimento Social da Comunitas) destacaram a ideia de que fundos comunitários surgem para formar um legado nos territórios onde estão inseridos, mantendo as mudanças e melhorias para gerações futuras.

O grande destaque do painel veio do debate sobre a importância de se compreender o que os territórios necessitam antes de filantropos ou empresas realizarem doações diretas. A criação de fundos comunitários por FICs foi apontada como uma solução. Elas seriam as receptoras dos recursos e responsáveis pela gestão e distribuição. Segundo Dellagnelo, essas instituições ‘ponte’ apoiam a estrutura social, conhecem o contexto das organizações de base e o que a população efetivamente necessita.

Perspectivas, potencialidades e desafios das Fundações e Institutos Comunitários

Fechando a manhã de reflexões sobre filantropia comunitária, Nicholas Deychakiwsky (Senior Program Officer da C.S. Mott Foundation), Shannon Lawder (Director of the Civil Society Program da C.S. Mott Foundation) e Mamo Mohapi (Program Officer da C.S.Mott Foundation) subiram ao palco com a moderação de Helena Monteiro (Diretora Executiva do David Rockefeller Center for Latin American Studies da Universidade de Harvard e Embaixadora do Programa Transformando Territórios) e finalizaram o seminário com a mesa Perspectivas, potencialidades e desafios das Fundações e Institutos Comunitários.

 

Nicholas destacou que as FICs têm o papel de compreender o que é necessário na sociedade e território, ponto que, muitas vezes, o 2º Setor (as empresas) acha que sabe mais por ter mais dinheiro. Mas, na realidade é um conhecimento que o 3º setor possui muito mais, justamente por essa proximidade com o território.

Helena Monteiro,  Shannon Lawder, Nicholas Deychakiwsky e Mamo Mohapi . Foto: André Porto

Ele acrescentou ainda que o sistema como o conhecemos atualmente irá ruir se não olharmos para o que o terceiro setor já vem fazendo e resolvendo há tanto tempo com mais atenção.

SOBRE O TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS E FICS

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico. São parceiros institucionais BrazilFoundation e GIFE.

Institutos e Fundações comunitárias tem se consolidado como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto sistêmico para o desenvolvimento da região. São protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento. Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, financiam projetos e iniciativas sociais em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região e fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

De acordo com levantamento realizado pelo Community Foundation Atlas, existem mais de 1.800 institutos e fundações comunitárias. Juntas, essas organizações movimentam mais de USD 5 bilhões todos anos. No Brasil, ainda são pouco conhecidas. Participam hoje do Transformando Territórios 14 organizações de todo país, com diferentes níveis de maturidade, mas todas comprometidas com a implantação do modelo da filantropia comunitária.

 

Saiba mais sobre o programa e os participantes em www.transformandoterritorios.org.br

IDIS visita organizações do programa Transformando Territórios

A equipe do IDIS realizou uma série de visitas às organizações participantes do programa Transformando Territórios, que existe para o fortalecimento de institutos e fundações comunitárias no Brasil.

O propósito dos encontros foi de conhecer mais profundamente as organizações e líderes participantes do Programa Transformando Territórios e apoia-los no desenvolvimento das suas atividades como fundações e institutos comunitários brasileiros.

 

Iniciando as visitas no Rio de Janeiro, Felipe Insunza Groba, gerente de projetos do IDIS, e Whilla Castelhano, coordenadora do projeto, visitaram a Associação Redes da Maré. Durante o encontro tiveram a oportunidade de visitar alguns dos equipamentos que compõe a ação da Redes no conjunto de favelas da Maré junto de Gisele Ribeiro, Presidente da organização.  E tiveram oportunidade de conhecer os planos  para o Fundo Comunitário da Maré que terá como foco de apoiar o desenvolvimento de outros líderes e iniciativas sociais na região.

Equipe do IDIS junto da equipe da Redes da Maré

 

Ainda na zona metropolitana do Rio de Janeiro, a Redes do Bem, braço de instituto comunitário da Agência do Bem, foi a outra organização que foi visitada. Esta entidade surgiu a partir de um processo de formação para organizações sociais oferecido pela Redes do Bem. Na mesma região da zona oeste do Rio de Janeiro, em Vargem Grande, Escola Música e Cidadania que forma centenas de jovens através da música clássica e cidadania. A Redes do Bem tem o papel de fomentar a capacitação, formação e financiamento de projetos sociais na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Nesta visita, tivemos a oportunidade de conhecer o impacto das ações de formação e capacitação que a Redes do Bem promove para o terceiro setor carioca ao visitar o Instituto Territórios que está promovendo ações educativas transformadoras na região de Sepetiba, na Zona Oeste da capital carioca.

A última parada no Rio de Janeiro foi a visita ao polo Escola Música e Cidadania em Vargem Grande, projeto social liderado pela Agência do Bem em diversas regiões da região metropolitana carioca.

Equipe IDIS visita organização apoiada pela Redes do Bem.

Equipe IDIS visita organização apoiada pela Redes do Bem.

 

Mudando de estado, no Espírito Santo, foi a vez da FUNDAES – Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo receber a equipe do IDIS para conhecer mais sobre o Fundo de Investimento Comunitário Capixaba, o FIC, que está sendo promovido pela FUNDAES com o objetivo de promover e financiar projetos sociais e OSCs que operem no estado do Espírito Santo.

Nesta visita também tivemos a oportunidade de visitar o Banco Bem, banco comunitário que atende as comunidades dos morros do bairro Itararé, em Vitória, e que foi criado pelo Ateliê de Ideias, associada da FUNDAES. Também foi possível conhecer outras 3 organizações sociais apoiadas pela FUNDAES na promoção e desenvolvimento social no Estado. A FUNDAES está desenvolvendo o FIC – Fundo de Investimento Comunitário Capixaba que visa promover e financiar projetos sociais e OSCs que operem no estado do Espírito Santo.

 

 

Conheça mais sobre o programa neste vídeo:

 

Sobre o Transformando Territórios

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

1 milhão de reais em matching para desenvolvimento de organizações comunitárias

Com 14 organizações participantes e 1 milhão de reais captados com a Charles Stewart Mott Foundation para matching de recursos locais, o Transformando Territórios está encerrando 2021 com grandes avanços e planos ainda maiores para 2022. O projeto, realizado pelo IDIS, teve início em 2020 com apoio da fundação americana e tem como objetivo fomentar e apoiar o desenvolvimento de fundações e institutos comunitários no Brasil.

Apesar das grandes dificuldades e mudanças causadas pela pandemia da COVID-19 ao longo dos últimos quase dois anos, o Transformando Territórios continuou as atividades junto a um grupo de 20 lideranças interessadas no desenvolvimento de uma organização comunitária em seus territórios, acreditando que este modelo operacional poderá trazer as mudanças e avanços necessários para a filantropia local.

Entre as ações deste ano, estão workshops, palestras, consultorias individuais e em grupo, fortalecendo e apoiando estes líderes para o desenvolvimento destas organizações. Ao todo, 12 encontros foram realizados ao longo do ano e mais de 200 pessoas foram impactadas.

Para fortalecer as organizações participantes do programa, serão disponibilizados o R$ 1 milhão da Mott Foundation. A doação será em formato de matching, ou seja, para cada 1 real captado por estas organizações a Mott Foundation doa 1 real para elas. Entre os doadores locais, estão o Instituto ACP, que selecionou três organizações para receberem aportes financeiros com atividades de desenvolvimento institucional, e pessoas físicas como José Luiz Setúbal, Teresa Bracher e Flavio Bitelman.

TransformandoTerritorios_BeatrizJohannpeterPara disseminar o conceito da filantropia comunitária e engajar doadores, o Transformando Territórios conta com cinco embaixadores: Beatriz Johannpeter, Helena Monteiro, José Luiz Egydio Setúbal, Lúcia Dellagnelo e Maria Alice (Neca) Setúbal. Ao longo do ano, com apoio do IDIS e da Levisky Legado, dois embaixadores e a filantropa Betty Feffer promoveram eventos para um número restrito de convidados, que puderam debater o tema, conhecer exemplos práticos e planejar estratégias de apoio.

Com planos para 2022, além da continuidade das consultorias, palestras e workshops, o IDIS planeja um seminário com as organizações participantes, apoiadores e embaixadores, além da produção de uma publicação sobre a trajetória deste Programa.

Para conhecer mais sobre as organizações, embaixadores e novidades, acesse o site do Programa Transformando Territórios.

IDIS participa de primeiro Simpósio Global de Filantropia

O Simpósio Global de Filantropia, promovido pela Charities Aid Foundation (CAF), reuniu integrantes da sociedade civil que atuam e fortalecem a filantropia em diferentes partes do mundo. O evento aconteceu no dia 9 de novembro ao longo de 19 horas e reuniu representantes de 10 países, sendo eles: África do Sul, Austrália, Brasil, Bulgária, Canadá, Estados Unidos, índia, Inglaterra, Rússia e Turquia. Com o foco em doadores, o encontro abordou não só a tendência internacional como também a percepção local nos diferentes continentes. Dentre os temas debatidos estão a filantropia de impacto, empoderamento negro, confiança e mecanismos de doação internacional. 

Representante da CAF no Brasil, o IDIS marcou presença no Simpósio e conduziu dois debates relevantes para a filantropia brasileira. Aprofundando o tema da colaboração entre empresas e organizações da sociedade civil, a mesa ‘Empresas Grantmakers: impacto social por meio do apoio a OSCs’ contou com a participação de Daniela Grelin, diretora do Instituto Avon, e Paulo Eduardo Batista, diretor executivo do Instituto Mosaic. A conversa foi moderada por Andrea Hanai, gerente de projetos do IDIS. No segundo painel, Eliane Sousa Silva, fundadora e diretora da Redes da Maré e Erika Sanchez, diretora executiva do Instituto ACP foram convidadas para integrar a mesa ‘Transformando Territórios: investimento para o desenvolvimento local’, mediada por Felipe Groba, gerente de projetos do IDIS.

 

Empresas Grantmakers: impacto social por meio do apoio a OSCs

A preocupação com impacto social tem crescido entre as empresas e as ações voltadas para a transformação social passam a ser pensadas como parte do plano estratégico de crescimento no meio corporativo. O apoio a projetos de organizações da sociedade civil é uma das maneiras pela qual esta dinâmica tem sido organizada. Empresas que apoiam OSCs e/ou financiam projetos sociais já existentes são denominadas grantmakers e para integrar a conversa, convidamos Daniela Grelin do Instituto Avon e Paulo Eduardo Batista do Instituto Mosaic, duas pessoas que estão à frente da atuação social de grandes empresas.

O Instituto Avon atua como uma grantmaker nas causas do câncer de mama buscando levar informação segura e confiável sobre a saúde das mamas a todas as mulheres, e também na violência contra mulheres e meninas por meio da promoção diálogo, estímulo à ação e melhora da qualidade dos serviços oferecidos às mulheres para a construção de relações saudáveis. São quatro os pilares de atuação do Instituto para o empoderamento da mulher: a promoção e divulgação de conhecimento, advocacy, grantmaking e conscientização e engajamento. Daniela enfatizou que um dos requisitos para a transformação social em grande escala é a colaboração. Segundo ela, os entes públicos têm uma atuação muito fragmentada no país e a atuação em rede contribui para suprir esta demanda, destacando para que isso funcione precisa haver confiança mútua entre os colaboradores, que pode ser fortalecida por meio de prestação de contas. 

O Instituto Mosaic é o braço social da Mosaic no Brasil. Ele como missão promover o desenvolvimento mútuo e sustentável nas comunidades, promovendo o bem-estar, a educação de qualidade, a formação de pessoas e o fortalecimento de valores como ética, colaboração e responsabilidade. Paulo contou como se dá essa atuação, começando pelo desenvolvimento local em educação, que promove projetos que envolvem a capacitação de escolas, principalmente professores na primeira infância, seguido dos projetos de reciclagem e alimentação que incentivam a colaboração e o desenvolvimento local. O Edital da Água, projeto que contou com o apoio técnico do IDIS, tem como objetivo promover ações de melhoria da gestão dos recursos hídricos nas comunidades em que a empresa atua. Assim como Daniela, ele também enfatizou a importância do fortalecimento da relação de confiança entre as empresas e as organizações e ressaltou que a prestação de contas não é apenas um relatório, mas também um aprendizado. 

Finalizando, Andra Hanai reforçou: “A relação de confiança construída dos dois lados tem um sucesso maior e potencializa o impacto desse processo”.

 

Transformando Territórios: investimento para o desenvolvimento local

Institutos e fundações comunitárias têm se consolidado cada vez mais internacionalmente como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios. Neste modelo de atuação, o investimento é voltado para uma localidade específica, seja um bairro, uma cidade ou região. Nesse sentido, muitas organizações apostam neste modelo como uma ferramenta de transformação de territórios. 

Eliane Silva, que integrou o painel, está à frente da Redes da Maré, uma instituição da sociedade civil que produz conhecimento, projetos e ações para garantir políticas públicas eficazes para melhorar a vida dos moradores das 16 favelas da Maré, no Rio de Janeiro. Crescida em uma das favelas do Complexo da Maré, Eliane enfatizou que o trabalho coletivo garante a permanência de um trabalho tão robusto quanto o que a organização realiza hoje, em especial o envolvimento da comunidade nos projetos. Falando sobre as ações da organização, ela destacou: “Temos entregas muito concretas, agora temos que pensar nesse estímulo e inspiração para que outros movimentos queiram se engajar, estimular que outras lideranças, outros grupos que querem partilhar de um processo de mudança juntos”.

De acordo com Erika Sanchez, diretora executiva do Instituto ACP, organização que apoia projetos de desenvolvimento organizacional de iniciativas comprometidas em gerar impacto positivo na sociedade, a pandemia trouxe a ação comunitária mais ainda para o centro, pois sua importância ficou evidente e muito clara nas áreas mais vulneráveis do país, comenta. Ela chama atenção para a relevância da construção de relações mais horizontais, da criação de autonomia e confiança na transformação de um território. Para ela, “a sociedade civil brasileira é enorme e tem um papel muito importante nessa construção, por isso a importância de ser fortalecida”. 

O Programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS em parceria com a Mott Foundation, surgiu com o objetivo de fortalecer e fomentar institutos e fundações comunitárias no Brasil. Conheça o programa, acesse transformandoterritorios.org.br.

A Charities Aid Foundation (CAF) é uma organização britânica dedicada à filantropia e com mais de 90 anos de experiência. A CAF apoia doadores – indivíduos, grandes doadores e empresas – a obter o maior impacto possível a partir de sua doação. Sua rede global consolidando-se como a maior estrutura de apoio ao investidor social privado, no mundo. Além da sede no Reino Unido, a CAF também atua na África do Sul, Austrália (Good2Give), Brasil (IDIS), Bulgária (BCause), Canadá, Estados Unidos, Índia, Rússia e Turquia (Tusev).

Institutos e fundações comunitárias norteiam conversa no Podcast ‘Aqui se faz, aqui se doa’

O episódio do podcast ‘Aqui se faz, Aqui se doa’ com a participação do IDIS foi voltado para ações e atuação dos institutos e fundações comunitárias, isto é, associações que atuam em prol de um território geográfico limitado, seja este um bairro, uma cidade ou região. Para conhecer mais sobre esse tipo de organização, Eliana Sousa Silva, fundadora e diretora da ONG Redes da Maré, foi entrevistada por Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Roberta Faria, do Instituto Mol. O podcast é uma iniciativa do Instituto Mol e este episódio integra a série especial de participações do IDIS.

Convidada para falar do funcionamento desse modelo de ação na prática, Eliana Sousa Silva contou sobre ações e iniciativas da organização no Complexo da Maré no Rio de Janeiro. Com destaque para a atuação durante o auge da pandemia de COVID-19, foram promovidas ações para a alimentação e pela saúde da população no território.

Confira na íntegra:

“De acordo com o levantamento realizado pelo Community Foundation Atlas, existem mais de 1.800 institutos e fundações comunitárias no mundo e juntas, essas organizações movimentam mais de 5 bilhões de dólares todos os anos. Para fortalecer esse movimento no Brasil, em 2020 o IDIS criou o programa Transformando Territórios, em parceria com a Mott Foundation”, conta Paula sobre o programa Transformando Territórios, criado para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no país.

Saiba mais sobre o programa, acesse transformandoterritorios.org.br

 

 

Beatriz Johannpeter reúne investidores sociais para apresentar Transformando Territórios

Para estimular a filantropia comunitária no Brasil, arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das demandas de territórios específicos, Beatriz Johannpeter reuniu, na Sociedade Hípica Paulista, um pequeno grupo de 12 filantropos e lideranças do ESG no Brasil. O programa é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e da Mott Foundation, destinada para fomentar a criação e o fortalecimento de institutos e fundações comunitárias no País em alinhamento com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e a agenda ESG (Environmental, Social & Governance).

TransformandoTerritorios_BeatrizJohannpeter

Modelo consolidado no exterior, que movimenta mais de US$ 5 bilhões ao ano, a filantropia comunitária possui amplo potencial de investimento de empresas nacionais e de filantropos brasileiros, segundo Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Ricardo Levisky, da Levisky Legado, responsáveis pela organização do encontro, que contou com rígido protocolo de segurança COVID 19. Hermes Sousa, líder do grupo de iniciativa de São Miguel Paulista, participante do Transformando Territórios, compartilhou sua experiência.

Institutos e Fundações comunitárias são associações que atuam em prol de um território geográfico delimitado, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto sistêmico para o desenvolvimento da região. São protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento. Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, financiam projetos e iniciativas sociais em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região. Além disto, Institutos e Fundações Comunitárias fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

Beatriz é voluntaria, mentora, consultora de famílias empresárias na Cambridge Family Enterprise Group-Brasil e diretora do Instituto Helda Gerdau. Em 2021, tornou-se embaixadora do Programa Transformando Territórios, contribuindo para disseminar o conceito e engajar filantropos e investidores sociais nesta causa. Em agosto, o também embaixador Dr. José Luiz Egydio Setubal havia realizado um encontro similar em sua residência.

 

TransformandoTerritorios_cafédamanhã

Para saber mais sobre a iniciativa, acesse: transformandoterritorios.org.br

Instituto Comunitário de Valinhos avança no diagnóstico da região com apoio do IDIS

Com objetivo de estruturar um plano estratégico de ações para o território de Valinhos, cidade da região metropolitana de Campinas, SP, a FEAV – Fórum de Entidades Assistencialistas de Valinhos promoveu um workshop com a participação de lideranças e das 11 entidades de sua rede. A programação acontece dentro do âmbito do Programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

A FEAV é uma das 14 organizações participantes do programa e tem avançando rapidamente nas atividades para a formalização de um Instituto Comunitário. No evento, a organização o apresentou o diagnóstico detalhado do mapeamento de demandas e potencialidades do território e das instituições locais, feito com apoio do IDIS, incorporando as sugestões do público. Whilla Castelhano, coordenadora do IDIS no Transformando Territórios, participou também apresentando conceitos e objetivos do Programa.

Workshop FEAV e IDIS - Transformando Territórios

Whilla Castelhano durante Workshop com a FEAV

Entre os próximos passos previstos estão a definição do planejamento estratégico de curto prazo, a partir da priorização de ações, e a definição de um modelo de negócios para que as necessidades sejam endereçadas.

“É preciso conhecer o território de abrangência e verificar os serviços e as demandas apontadas. Agora precisamos avançar, com o envolvimento de todos para que esse projeto se transforme em processo”, destacou Eliane Macari, presidente da FEAV.

Para saber mais sobre o Transformando Territórios e sobre o conceito de Institutos e Fundações Comunitárias, acesse: https://www.idis.org.br/projetos-de-impacto/fundacoes-e-institutos-comunitarios/

Workshop FEAV e IDIS - Transformando Territórios

*As medidas de segurança para a Covid-19 (distanciamento e o uso de máscaras) foram respeitados durante o evento.

 

Veja também: Você já ouviu falar em Institutos e Fundações Comunitárias?

Atuação filantrópica territorial é destaque no Valor

A filantropia comunitária em territórios é um movimento que vem ganhando espaço no país e é destaque no jornal Valor Econômico. Estas iniciativas que visam ampliar a participação individual e fomentar estratégias de longo prazo para a mudança social em territórios estão sendo aprimoradas nos últimos anos. O trabalho coordenado entre ONGs, fundações, associações de ação social, empresas e universidades se mostra muito mais eficiente na transformação social e vem demostrando grande potencial de impacto.

Para Paula Fabiani, CEO do IDIS, os esforços que envolvem o conceito mais amplo de filantropia comunitária, representam uma tendência que veio para ficar. Segundo Paula, “a sociedade entendeu que precisa de soluções integradas e locais”. “Este olhar mais sistêmico e com atuações transversais estimula o surgimento das fundações comunitárias”, ressalta.

A atuação das associações leva em conta as realidades de áreas delimitadas, levantando informações socioeconômicas, promovendo saúde, inclusão produtiva e empreendedorismo. Paula cita como exemplos desse modelo de atuação do ICom – Instituto Comunitário da Grande Florianópolis; o Instituto Comunitário Baixada Maranhense e a Tabôa, associação comunitária criada no sul da Bahia pelo fundador da Natura Guilherme Leal. Todas estas organizações fazem parte do projeto Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Confira o artigo na íntegra.

 

IDIS recebe especialista em Filantropia Comunitária e visita organizações em diferentes regiões do Brasil

Filantropia Comunitária é um dos temas caros ao IDIS desde sua fundação, e o ano de 2019 pode ser considerado um marco na nossa atuação nesta área, pois foi quando iniciamos o desenho do ‘Programa de Desenvolvimento da Filantropia Comunitária’, em parceria com a Mott Foundation. Sua intenção é fomentar o surgimento de Fundações Comunitárias no País, bem como fortalecer e consolidar as já existentes. Para apoiar este processo, recebemos, em outubro, Alina Porumb, consultora romena com extensa experiência no tema, e que desenvolveu um programa similar em seu país entre 2005 e 2015. Por muito anos, esteve também à frente da ‘ARC – Association for Community Relations’, uma organização que apoiou o surgimento de Fundações Comunitárias na Romênia.
Além de compartilhar com a equipe do IDIS suas vivências e realizar atividades de imersão no tema, Alina fez uma série de visitas a organizações brasileiras que atuam no campo da Filantropia Comunitária, sempre acompanhada por alguém da equipe do IDIS, abarcando parcialmente a diversidade de realidades que encontramos no Brasil.

 

Redes da Maré (RJ)

A visita à organização Redes da Maré, no Rio de Janeiro, realizada com Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, ampliou o conhecimento acerca da difícil e complexa realidade dos 140 mil moradores das 16 favelas do Complexo da Maré e dos corajosos e inspiradores projetos realizados pela organização, com foco na melhoria da qualidade de vida e garantia de direitos da população. Um dos pontos debatidos com Eliana Sousa Silva, Diretora da Redes da Maré, foi a possibilidade de se criar uma Fundação Comunitária neste território, como um meio de atrair recursos de longo prazo para financiamento destes e outros projetos de desenvolvimento local.

 

Tabôa (BA)

A Tabôa é uma organização social que fomenta iniciativas de base comunitária e empreendimentos socioeconômicos em Serra Grande, no sul da Bahia. Essa visita já estava cercada de expectativas pela já reconhecida atuação da organização na região, pelas belezas naturais locais, pelas saborosas diferenças gastronômicas, pela riqueza cultural e pelas mais recentes notícias da chegada do vazamento de óleo, que atingiu diversas localidades no nordeste e sudeste, às praias de Serra Grande. Na visita, realizada com André Lara, gerente de projetos do IDIS, as expectativas foram atingidas. Eles se impressionaram ao ver a mobilização da população local unindo forças em projetos de seu interesse, ao ver habilidades gastronômicas e culturais potencializadas e transformadas em oportunidade de negócio e geração de renda, ao ver de perto o poder de transformação que o engajamento e a organização coletivas podem ter. Ao mesmo tempo, sentiram na pele o impacto brutal de não poder entrar no mar, comer peixes ou mesmo caminhar pelas praias sem estar calçado devido à contaminação por óleo. As raízes da Filantropia Comunitária, que prevê este empoderamento coletivo para resolver problemas em comum estão também direcionadas para a questão ambiental. Voltaram tocados, mas confiantes de que esta mobilização pode despertar também um apoio estrutural e efetivo do poder público.

 

ICOM – Instituto Comunitário da Grande Florianópolis (SC)

O ICOM é uma Fundação Comunitária com 14 anos de atuação. A organização incentiva o engajamento de empresas e indivíduos na prática do investimento social e apoia as organizações da sociedade civil da região. Mariane Nunes, Gerente Executiva, recebeu Alina a Raquel Altemani, gerente financeira no IDIS, e compartilhou a história, as conquistas e os desafios atuais do ICOM. Se aprofundou também na história de como o Instituto implementou a metodologia Vital Signs – uma forma participativa de reunir indicadores sobre o desenvolvimento social de territórios com o apoio e colaboração de representantes da sociedade civil e do setor público e gerar conhecimento sobre os avanços e prioridades locais. O ICOM integra a rede ‘Ibero American Network of Community Foundation’, focada no fortalecimento e troca de experiências entre Fundações Comunitárias da América Latina, Portugal e Espanha.

 

Fundação Tide Setubal (SP)

A dupla Alina e Raquel também visitou o Galpão ZL, um espaço voltado para a promoção do empreendedorismo periférico e de negócios de impacto social na Zona Leste da capital paulista mantido pela Fundação Tide Setubal. Os representantes da organização, Guiné e Andrelissa, as acompanharam em uma estimulante conversa sobre a busca de justiça social e desenvolvimento sustentável de periferias urbanas. A Fundação tem como missão contribuir para o enfrentamento das desigualdades socioespaciais das grandes cidades, e, para isso, promove a articulação de diversos atores, como representantes da sociedade civil, empresas, poder público, instituições de pesquisa. A atuação por mais de 10 anos da Fundação Tide Setubal no território de São Miguel Paulista, sempre pautada pela valorização dos ativos e talentos locais e por um processo atento de escuta e colaboração, permitiu que a organização desenvolvesse metodologias de engajamento comunitário e gerasse muito conhecimento sobre tema, tornando-se uma referência no País e contribuindo para levar os aprendizados para outros territórios, ampliando ainda mais seu potencial de impacto.

 

Se interessa pelo tema? Conheça a publicação ‘Filantropia Comunitária: terreno fértil para o desenvolvimento social’

Incentivo à Filantropia Comunitária – novos passos de uma jornada

Desde sua fundação, em 1999, a Filantropia Comunitária é um tema caro ao IDIS e considerado prioritário para a promoção de uma sociedade mais justa e igualitária. Em parceria com outras organizações e investidores sociais, temos atuado no sentido de promover um movimento de incentivo à prática no Brasil.

Neste ano, somamos a esta trajetória um novo marco – o lançamento da publicação ‘FILANTROPIA COMUNITÁRIA: Terreno fértil para o Desenvolvimento Social’, fruto de um estudo realizado com o apoio da Mott Foundation e que traz detalhes sobre o processo de mapeamento de organizações comunitárias, os resultados da pesquisa e ideias de estratégias para fortalecer o movimento no Brasil. A publicação, já disponível no site do IDIS, foi lançada no dia 31 de maio em São Paulo, na presença de Nick Deychakiwsky e Carlos Rios-Santiago, Diretores de Programas na Mott Foundation, cuja visita teve por objetivo dar continuidade ao processo de fortalecimento do tema no Brasil e de aproximar os investidores sociais do conceito de Filantropia Comunitária.

Durante sua estadia no país, Nick e Carlos visitaram organizações voltadas ao fortalecimento de comunidades locais. Acompanhados por Raquel Altemani, gerente de projetos no IDIS, os representantes da Mott Foundation tiveram a oportunidade de conhecer de perto o trabalho desempenhado pela Fundação Urbe9 (em Campinas-SP), IBEAC – Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário e Fundação ABH (ambas no município de São Paulo), ICOM – Instituto Comunitário da Grande Florianópolis (em Florianópolis) e Redes da Maré (no Rio de janeiro). Além disso, também foram realizados encontros com organizações que trabalham pelo desenvolvimento da Filantropia no país, como o GIFE, WINGS e a Rede de Filantropia para a Justiça Social.

A visita também inclui um encontro entre investidores sociais e a fundação americana. Nick descreveu o conceito de Fundações Comunitárias, apresentando o trabalho da Mott e seu interesse em implementar esse modelo de organização ao Brasil. Em seguida, Raquel Altemani comentou sobre os resultados e insights adquiridos ao longo da pesquisa de mapeamento de organizações comunitárias no Estado de São Paulo em 2018, estimulando o debate e o compartilhamento de percepções entre os investidores sociais.

Tivemos também o prazer de participar do evento Expandindo e Fortalecendo a Filantropia Comunitária no Brasil, organizado pela Rede de Filantropia para a Justiça Social. Foi um dia dedicado à troca de experiências entre fundações, institutos e organizações comunitárias, e mais um passo para a consolidação do tema no Brasil. Nessa ocasião, integramos o painel “Pesquisas e Tendências da Filantropia Comunitária no Brasil”, no qual apresentamos nossa experiência com a Mott Foundation. Além disso, pudemos aprender com a visão internacional de Jenny Hodgson, Diretora Executiva do Global Fund for Community Foundations, sobre experiências de Filantropia Comunitária ao redor do mundo, e com a perspectiva de representantes de organizações comunitárias no Brasil – como a Associação Indígena da Comunidade Kisêdjê, Caranguejo Uçá, Instituto Baixada, Rede de Bancos Comunitários da Bahia, Casa Fluminense, ICOM – e representantes de fundações e associações no Brasil comprometidas com o apoio a organizações comunitárias. Dessa forma, as iniciativas e a mobilização de atores engajados no campo da Filantropia Comunitária refletem a relevância do tema não só para a agenda do IDIS, mas para o desenvolvimento do país como um todo.

Aprendendo sobre Filantropia Comunitária em Berlim

Entre 26 de Fevereiro e 1 de Março, Raquel Altemani, nossa gerente de Projetos, esteve em Berlim, capital da Alemanha, acompanhando um workshop promovido pela Mott Foundation* com o objetivo de promover o conceito e a prática de Fundações Comunitárias no mundo.

Estavam no evento, além da equipe da Mott, 22 representantes de organizações da sociedade civil, consultores e pesquisadores de 20 diferentes nacionalidades, envolvendo América Latina, África e Europa, que foram contratados pela fundação para desenvolver uma investigação em seus países com o intuito de responder duas perguntas.

Com base no resultado dessa pesquisa, a Mott espera ser capaz de selecionar alguns dos países como alvo de uma iniciativa de fomento às Fundações Comunitárias. O workshop marcou a início desse trabalho e, para contribuir com os pesquisadores, a Mott convidou pessoas e organizações que já receberam grants no passado para desenvolver Fundações Comunitárias em seus países e tiveram sucesso.

A escolha dos participantes do workshop priorizou países onde a Mott ainda não possui nenhuma iniciativa em curso. O Brasil, representado pelo IDIS, não é um deles, uma vez que a Mott já atua aqui. Mesmo assim, o IDIS foi convidado a participar para se aprofundar no tema e para trocar experiências com os demais participantes.

Em 2018 o IDIS conduziu uma pesquisa, em parceria com Mott, para mapear organizações no estado de São Paulo que desenvolvessem projetos sociais baseados em engajamento comunitário. O objetivo desse projeto foi compreender melhor o perfil dessas organizações e explorar, junto a elas, possíveis estratégias para estimular o crescimento e fortalecimento de iniciativas de Filantropia Comunitária no Brasil. Os resultados dessa pesquisa serão compartilhados em uma publicação a ser lançada pelo IDIS ainda em 2019.

“Para mim, foi uma grande oportunidade participar desse workshop porque pude conhecer pessoas muito experientes no campo da filantropia comunitária, que compartilharam conosco não apenas os casos que deram certo, mas também os erros e as dificuldades” conta Raquel. “Além disso, tivemos a possibilidade de conhecer dirigentes de algumas das Fundações Comunitárias de Berlim e de visitar alguns dos projetos conduzidos por elas”, conclui.

(*)A Mott Foundation é uma fundação norte americana com sede em Flint-Michigan que vem trabalhando desde 1926 para fortalecer comunidades ao redor do mundo. A organização conta com um fundo patrimonial de mais de 3 bilhões de dólares e tem uma expressiva atuação como grantmaker – ao longo de sua história, já investiu mais de 3,2 bilhões em organizações de 62 países.

 

O que é Filantropia Comunitária
No conceito da Mott Foundation, Fundações Comunitárias são organizações filantrópicas com uma agenda ampla e múltipla de causas que contribuem para o desenvolvimento comunitário, comprometidas com resultados de longo prazo e focadas em uma área geográfica específica. Seu objetivo é melhorar a vida das pessoas da região onde atua por meio da mobilização e distribuição de ativos locais e da atração de investidores. São organizações que funcionam como um veículo para o exercício da cidadania dos moradores locais, já que criam espaço para debate sobre as prioridades locais e para a tomada de decisão sobre o uso dos recursos captados. De acordo com James Magowan, Diretor da European Community Foundation Initiative, que foi um dos palestrantes do workshop, as Fundações Comunitárias atuam dentro do modelo de “bounding, bridging & linking”, ou seja, possuem um papel articulador que estimula e promove laços, pontes e conexões entre os diversos atores de uma comunidade.

IDIS realiza oficina de filantropia comunitária

O que caracteriza a filantropia comunitária? A pergunta é complexa e não há apenas uma resposta certa. Para discutir o tema com quem está no campo, o IDIS Instituto do Desenvolvimento do Investimento Social realizou, nos dias 5, 6 e 7 de dezembro, o Workshop de Filantropia Comunitária com as oito entidades selecionadas no edital de Mapeamento e Fortalecimento de organizações e iniciativas de atuação comunitária do Estado de São Paulo, iniciativa em parceria com a MOTT Foundation.

A oficina proporcionou a troca de conhecimento e experiências entre as organizações selecionadas e os palestrantes convidados. O IDIS foi responsável por organizar a oficina e abordar os aspectos teóricos e práticos da ‘filantropia comunitária e desenvolvimento comunitário com base nos talentos e recursos locais’.

“Entender os mecanismos mais eficazes para fomentar a filantropia comunitária no Brasil é crucial para promover o desenvolvimento e o fortalecimento da sociedade civil.” declarou a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani, durante a abertura da oficina.

Nick Deychakiwsky, da Mott Foundation, enviou sua mensagem aos participantes diretamente dos Estados Unidos e destacou os pontos que caracterizam as organizações comunitárias tais como o forte comprometimento com a comunidade, a diversidade de causas e objetivos, o engajamento da comunidade local, a atuação permanente, a pluralidade de fontes de financiamento, a gestão independente, a necessidade de ativos mínimos para operar e a capacidade de apoiar outras iniciativas locais.

Pelo IDIS, a gerente de projetos Raquel Altemani explanou sobre o que é atuação comunitária e relatou que não há consenso sobre um conceito definitivo, por isso, o IDIS debateu com especialistas e com a MOTT Foundation em busca de uma definição. Já Andrea Hanai, gerente de projetos, abordou os aspectos financeiros e a necessidade de mobilização de recursos para as organizações. A diretora de comunicação, Andrea Wolffenbüttel, apresentou aspectos da cultura de doação no Brasil e no mundo.

Os participantes da oficina ainda ouviram o fundador do IDIS, Marcos Kisil, que tratou do desenvolvimento comunitário. Para falar dos desafios e oportunidades para a filantropia comunitária no Brasil, o IDIS convidou Erika Saez, do GIFE, e a Graciela Hopstein, da rede de Filantropia para a Justiça Social.

As organizações participantes realizaram uma visita de campo ao Galpão da Fundação Tide Setúbal no Jardim Lapenna, zona leste de São Paulo, e conheceram uma organização não governamental de origem familiar que atua com a missão de fomentar iniciativas que promovam a justiça social e o desenvolvimento sustentável de periferias urbanas.

Para tratar de modelos de atuação para organizações comunitárias, a oficina contou com a participação de Marina Fay, da Fundação ABH, e Tony Marlon, do Historiorama. Já Mariana Nunes contou a história de atuação do Instituto Comunitário da Grande Florianópolis (ICOM).

No último dia, os participantes trabalharam por meio de dinâmicas para tratar dos desafios e das oportunidades de cada organização e avaliaram a experiência como muito valiosa para reverem e aprimorarem suas atuações locais.

Raquel Altemani, gerente de projetos do IDIS liderou a oficina e destacou que a troca de saberes entre as organizações enriqueceu a programação e fez com que a oficina fosse ainda mais importante para todos os participantes e também para o IDIS.

IDIS e MOTT Foundation iniciam projeto na área da Filantropia Comunitária

O protagonismo social é fundamental para processos de transformação da realidade; que por sua vez são necessários para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável. E por isso faz parte dos temas de atuação do IDIS desde a sua fundação.
No Brasil, há inúmeras evidências e pesquisas recentes que indicam que o nível de confiança e credibilidade das instituições do país é extremamente baixo – um quadro que leva os cidadãos a buscarem novas formas de se engajar na solução dos problemas sociais que enfrentam.

Nesse contexto, a filantropia comunitária vem crescendo muito, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo e tem sido foco de estudos, pesquisas e trocas entre organizações que atuam com filantropia.

E o IDIS, junto com a MOTT Foundation, iniciou um projeto para mapear as iniciativas de Filantropia Comunitária no Estado de São Paulo. A primeira atividade, realizada no dia 12 de julho, foi uma oficina para explorar alguns conceitos inerentes ao tema, pois há distintos entendimentos sobre o que é uma comunidade e o que caracteriza uma organização de filantropia comunitária.

“ O que faz o avanço global da Filantropia Comunitária tão entusiasmante é a variedade de formatos que ela assume, adaptações para diferentes contextos, desafios, recursos e lideranças”
Barry Knight e Andrew Milner CENTRIS, Global Alliance for Community Philantropy

Tivemos a participação de algumas importantes organizações que atuam no setor: Fundo Elas, Gife, Wings, Fundo Brasil de Direitos Humanos, CIEDs, Fundação Tide Setubal, Rede de Filantropia para a Justiça Social, ICOM, Fundo Casa, Fundação Affonso Brandão Hennel e Fundação Salvador Arena.

Saiba mais sobre Filantropia Comunitária nesse vídeo desenvolvido pelo Global Fund for Community Foundations: