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Retrospectiva IDIS 2024: Investimento Social é feito de gente

Equipe IDIS na confraternização de 2024

Todos os dias, trabalhamos para promover um futuro melhor para esta e para as próximas gerações. Sonhamos, planejamos, agimos, monitoramos e avaliamos impactos, na esperança de que estamos contribuindo para um mundo mais justo e solidário.

Em 2024, esse trabalho se manteve firme, mas o ano foi especial. O IDIS completou 25 anos, uma oportunidade de celebrar nosso passado, reconhecer conquistas, aprendizados e, principalmente, as pessoas. Inspirados pelo tema “Investimento Social é coisa de gente”, guiamos nossas comemorações com uma campanha que refletiu o que tem de mais essencial em nosso trabalho.

Investimento social é coisa de gente porque é feito por e para pessoas. Porque exige diálogo, envolve discordâncias e consensos, erros e acertos. Porque nos aproxima e emociona. Essa mensagem foi o fio condutor de ações presenciais e online, incluindo um evento inesquecível no MASP, marco cultural de São Paulo, que reuniu aqueles que fizeram e fazem parte da nossa história. Foi nessa ocasião também que lançamos nosso novo vídeo institucional. Assista aqui!

 

Um legado para o futuro: o Fundo de Fomento à Filantropia


O marco histórico foi o momento perfeito para concretizar um sonho antigo: a criação do Fundo de Fomento à Filantropia (FFF). Este é o primeiro fundo brasileiro dedicado a fortalecer a filantropia e a cultura de doação no país. Com uma base financeira sólida, podemos garantir a sustentabilidade de projetos, multiplicar iniciativas e alcançar mais pessoas, promovendo mudanças duradouras. Este é um legado que pertence a todos que acreditam no poder transformador da filantropia.

Estamos fechando o ano com um patrimônio de 9,3 milhões, fruto de aportes de diferentes grandezas e com matching realizado a partir da doação recebida da filantropa americana MacKenzie Scott

Quer fazer parte dessa história? Clique aqui para doar.

 

Resultados concretos em um ano intenso


Nossa atuação baseia-se em uma tríade. Nossos pilares de atuação, consultoria, conhecimento e projetos de impacto, nos trouxeram até aqui. Na consultoria exercemos nossa missão apoiando investidores sociais a gerar mais impacto na sua jornada filantrópica. Com as iniciativas de conhecimento produzimos para o setor materiais com as melhores práticas e dados para que as organizações gerem mais impacto positivo. E nos projetos de impacto entregamos, com nossos parceiros, ações, que catalisam o ecossistema da filantropia e da cultura de doação, beneficiando organizações, comunidades e pessoas. Cada pilar alimenta os demais.

Somente neste ano, nossa equipe de consultoria realizou 47 projetos em áreas como planejamento estratégico, ESG, fundos patrimoniais, gestão de doações e avaliação de impacto. Mantivemos uma nota média acima de 9 na avaliação dos clientes, com um alto índice de recomendação, refletindo o compromisso com a qualidade.

 

Conheça as histórias aqui.

 

Em parceria com o Instituto MOL, lançamos o Compromisso 1%, inspirado no movimento estadunidense Pledge 1%. Até agora, 15 empresas já aderiram, entre aquelas que já tem essa prática e outras que estão comprometidas em alcançar o patamar de doação de 1% do lucro líquido em até dois anos. A iniciativa conta ainda com o apoio de Cyrela, Instituto Cyrela, PwC e RD Saúde, além de organizações do setor que integram o comitê consultivo.

No programa Transformando Territórios, dedicado a fortalecer fundações e institutos  comunitários no Brasil, reunimos participantes de todo o país em São Paulo para o Encontro anual. Aproveitamos a ocasião para lançar o guia ‘Como criar uma fundação ou instituto comunitário’ – um guia prático a partir de exemplos de quem já transforma territórios.

Representantes dos participantes do programa Transformando Territórios Foto: André Porto

Expandimos o Juntos pela Saúde, parceria com o BNDES que destinará mais de R$ 100 milhões ao fortalecimento da saúde pública nas regiões Norte e Nordeste no período de 4 anos. A partir de doações do BNDES e outros apoiadores, o programa beneficiará 14 organizações da sociedade civil comprometidas com o atendimento de saúde para população usuária do SUS.

A pauta de advocacy também avançou. À frente da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, conquistamos uma vitória importante: a aprovação do PL 2.440/23 na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, e agora segue para a Câmara. Também passamos a integrar a Aliança pelo Fortalecimento da Sociedade Civil, liderada pelo Instituto Beja, trabalhando pela inclusão da pauta na Reforma Tributária.

Ao longo do ano, lançamos 39 produtos de conhecimento diversos, incluindo relatórios como Perspectivas da Filantropia no Brasil; Investimento Social Privado: Estratégias que Alavancam a Agenda ESG e a terceira edição do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais, alcançando mais de 80 mil pessoas. Destaque também à realização de mais uma edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, que neste ano reuniu novamente mais de mil pessoas em formato híbrido. Também estivemos presentes em eventos locais e globais, como o Global Philanthropy Forum, o African Philanthropy Forum,  Impact Minds (Latimpacto), o Foundations for the Future (Reino Unido).

Pessoas e Diversidade


Com o crescimento dos projetos, veio também o crescimento da equipe. Fechamos o ano com 53 querIDIS em nosso time. As ações ligadas a Pessoas acompanharam o movimento – foi realizado o segundo programa de estágios, implementamos um programa de mentoria e um programa de desenvolvimento voltado para lideranças. Uma trabalho foi feito também no sentido de fortalecer a rede de Alumni IDIS, pessoas que trabalharam conosco no passado, mas que podem seguir contribuindo para o atingimento de nossa missão mesmo distantes.

Com três anos de existência, nosso Comitê de Diversidade promoveu escutas, letramentos e o terceiro Censo IDIS. Entre os resultados, o mapeamento identificou um aumento de 13 pontos percentuais na proporção de pessoas não brancas na equipe, em comparação ao ano anterior. Entre as ações realizadas, destacam-se um treinamento com Cida Bento para os membros do conselho e uma conversa de Viviane Moreira com o grupo de lideranças do IDIS.

Gestão e sustentabilidade

Acompanhando o crescimento do IDIS, implantamos novos processos operacionais e financeiros. Políticas internas também foram atualizadas e houve um esforço grande em desenvolver o mapeamento de riscos e desenvolver uma matriz com orientações sobre como lidar com cada um deles.

Foi concluído também nosso processo de planejamento estratégico, que contempla o próximo triênio.

Reconhecimentos

Pelo quinto ano, fomos reconhecidos como uma das Melhores ONGs do Brasil e, pela segunda vez, como a melhor ONG de Filantropia, Voluntariado e Apoio a Organizações da Sociedade Civil do Brasil. 

No Dia de Doar, o destaque foi o Descubra Sua Causa, projeto do IDIS com o Instituto MOL. A partir de uma parceria com a Globo e sua plataforma ParaQuemDoar, ganhamos destaque em todos os veículos do grupo, com direito a vídeo promocional!

É sempre muito emocionante escrever essa retrospectiva, rememorando alguns dos principais acontecimentos do ano. Não foi fácil, mas foi coletivo.

QuerIDIS, conselheiros, parceiros, apoiadores, familiares e amigos: muito obrigada! Cada um de vocês é parte essencial desta jornada. 

Que 2025 traga esperança, coragem e realizações para todos nós.

Com carinho,

Paula Fabiani

Ampliação e consolidação de endowments no Brasil é tema de debate

Como os fundos patrimoniais contribuem para atuação perene das causas e instituições? O mercado financeiro está preparado para lidar com a gestão dos recursos de fundos patrimoniais? Qual a importância da diversidade e inclusão para a governança de fundos patrimoniais?

Estas foram algumas das questões debatidas no evento de lançamento do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023. Na terceira edição, a publicação analisou dados de 74 endowments brasileiros, que somam 156 bilhões de reais em patrimônio, valor que equivale a mais de 98% do patrimônio contido em fundos patrimoniais no país, de acordo com o Monitor de Fundos Patrimoniais no Brasil

Visando melhor compreender o significado dos achados inéditos da publicação para o cenário brasileiro, o evento de lançamento do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023 (acesse a publicação completa aqui) contou com uma mesa redonda com gestores de fundos patrimoniais ativos. O debate contou com a contribuição de Luiz Fernando Figueiredo, Presidente do Conselho de Administração da JiveMauá Investments e do Conselho Instituto Fefig; Murilo Nogueira, Diretor Administrativo & Financeiro da Fundação Bradesco; Rodrigo “Kiko” Afonso, Diretor-Executivo da Ação da Cidadania; Viviane Moreira, membro do Conselho Fiscal do IDIS; e moderação de Guilherme Sylos, Diretor de Prospecção e Parcerias do IDIS. 

Em relação a perenidade dos endowments no país, Murilo Nogueira, gestor do maior e mais antigo fundo patrimonial brasileiro, frisou a necessidade de uma gestão cautelosa e responsável dos recursos financeiros para que possa haver continuidade na manutenção da causa apoiada. O investimento e acompanhamento consciente aparece como mecanismo essencial para o sucesso e manutenção do legado criado (confira aqui um artigo sobre o fundo patrimonial da Fundação Bradesco que está presente no Anuário). Rodrigo ‘Kiko’ Afonso, também tratou em sua fala sobre a importância da gestão responsável e transparente dos recursos investidos, uma vez que a continuidade destes dependem da confiança do doador com o fundo patrimonial. 

Luiz Fernando Figueiredo reforçou a importância da estrutura do setor de gestão de investimentos no Brasil para a consequente manutenção da perenidade dos fundos. Para ele, não há país emergente no mundo que tenha setor comparável quando se trata da magnitude e maturidade da área de gestão de investimentos. 

“Nossa indústria foi muito bem regulada e por isso ela se desenvolveu muito. Neste processo, ela também trouxe um desenvolvimento dos gestores muito relevante. (…) Sem dúvida nenhuma a indústria brasileira de gestores está mais do que pronta para conseguir ajudar a gestão dos fundos patrimoniais”, reforçou Luiz Fernando. 

Ainda tratando da importância dos fundos patrimoniais para garantia da perenidade de recursos para as causas, Kiko menciona que este foi um ponto essencial para a escolha da Ação da Cidadania por este mecanismo em detrimento de outras ferramentas de investimento. Ele explicou que a questão da fome é muitas vezes vista como algo pontual e acaba passando por dificuldades quando as doações diminuem, portanto, buscavam um mecanismo que garantisse essa longevidade de apoio a esta causa. 

“Quando os dados saem as doações vêm muito rapidamente, mas elas se encerram rapidamente logo depois desse processo. (…) Como é que a gente resolveu isso para ter um olhar de perenidade na atuação do Ação da Cidadania, sem se vender para o setor privado ou para o governo? (…) Criando um fundo patrimonial que nos desse essa segurança de que a gente pudesse se manter nessa luta, sem precisar fugir dela por uma questão de redução de doação”, explicou o diretor da Ação da Cidadania.

Já Viviane Moreira trouxe uma abordagem diferente, tratando da importância da diversidade e inclusão (D&I) para o aprimoramento da governança de fundos patrimoniais e demais organizações sociais. O Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023 revelou a baixa incidência de pessoas negras e mulheres nas instâncias de governança dos endowments brasileiros. Porém, a aplicação de políticas de D&I são estratégicas para a transformação social ao serem capazes de expandir os horizontes de observação, considerando outras perspectivas em relação a gênero, raça, sexualidade e acessibilidade e que antes poderiam estar sendo ignoradas. A ampliação dessas perspectivas, de visões de vida e de negócios, promove mais ética nas decisões e construção de estratégias na instância da governança.

“Se a gente não constrói este storytelling [narrativa] ético com governança, representatividade e de forma muito assertiva, a gente vai continuar mais excluindo do que incluindo”, alerta Viviane. 

A mesa de debates do evento ainda abordou aspectos relevantes relacionados às boas práticas para garantir a perpetuidade de fundos patrimoniais além de importantes pontos sobre a gestão de endowments, especialmente no que diz respeito ao fluxo de caixa e à alocação de investimentos financeiros.

Confira a gravação completa aqui:

IDIS lança a 3ª edição do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais

Baixe a publicação completa

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O debate sobre a importância dos fundos patrimoniais, do legado e impacto a longo prazo que eles podem causar, positivamente, nas agendas socioambientais, está em ascensão no Brasil. Em uma edição que traz uma série histórica de 2019 a 2023, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social lança o Anuário de Desempenhos de Fundos Patrimoniais 2023, que traz uma amostra composta por 74 fundos, entre 107 fundos elegíveis, que juntos somam um patrimônio de R$156 bi.

 

Perfil da amostra dos fundos patrimoniais analisados no Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais entre 2021 e 2023.

 

O levantamento, voltado a gestores de endowments, revelou que em 2023 foi alcançada uma rentabilidade média dos fundos de 10,6%, a mais alta desde 2020, e que a maioria dos fundos prefere investimentos em renda fixa, caixa e equivalentes, categorias que concentraram 81% das aplicações financeiras dos fundos patrimoniais.

 

Composição da amostra por faixa de patrimônio dos fundos patrimoniais analisados no Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais de 2023 (Dez 2023).

 

O prefácio da publicação é assinado pelo Senador Flávio Arns, responsável pela elaboração do Projeto de Lei 2.440/23, que busca complementar a Lei 13.800/19 dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos. Arns ressalta que “fundos patrimoniais são essenciais para o desenvolvimento social de nosso país, na medida em que promovem projetos e causas que transformam a vida de brasileiros e brasileiras.”

Hoje, no Brasil, existem 115 fundos patrimoniais mapeados, de acordo com o Monitor dos Fundos Patrimoniais, projeto coordenado IDIS, dos quais oito foram criados neste ano. Também conhecidos como endowments, os fundos patrimoniais reúnem um conjunto de ativos de natureza privada com o objetivo de, a partir dos seus rendimentos, serem fontes de recursos a longo prazo para instituições e/ou causas apoiadas. Ou seja, a criação de um fundo patrimonial perpetua a atuação de uma instituição, ou o apoio a uma causa.

O Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais apresenta um panorama que contempla informações sobre fluxo de caixa, alocação, rendimentos, política de investimento e governança de endowments. Só em 2023, segundo a publicação, foram resgatados R$3,5 bi, sendo R$3,2 bi destinados a causas e R$270 mi utilizados para custeios dos fundos.

Cinco principais causas apoiadas pelos fundos patrimoniais analisados no Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023.

A Educação continua a ser a causa mais apoiada, com 47 fundos destinando recursos para o setor. Em seguida, pesquisa e conhecimento, desigualdade / desenvolvimento econômico e social e assistência social. A maior parte dos fundos está concentrada no eixo Rio-São Paulo, com São Paulo respondendo por 69% do total de participantes do levantamento.

 

Localização geográfica dos fundos patrimoniais analisados no Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023.

“O Anuário apresenta parâmetros e referências para a atuação de gestores. Em sua 3ª edição, a publicação se consolida como um instrumento para a tomada de decisões e tem sido fundamental para as nossas ações de incidência em busca do aprimoramento de políticas públicas”, ressaltou Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Em relação ao número de doações recebidas, em 2023, os 74 endowments receberam um total de doações de R$ 517 mi, mas a média de valor doado por fundo permaneceu estável, caindo ligeiramente de R$9,3 mi, em 2022, para R$8,8 mi, em 2023. Destaque, ainda, para a concentração das doações em poucos fundos, que se confirmou nesta edição, ao trazer a informação de que os cinco fundos mais captadores de recursos ficaram com 75% das doações. Não é surpreendente, dessa forma, que a captação de recursos continua sendo o grande desafio enfrentado por gestores, em especial os responsáveis por fundos com patrimônio inferior a R$500 mi.

Outro achado do levantamento diz respeito à baixa diversidade étnica e racial em instâncias de governança. A presença da população preta, parda e indígena em conselhos e comitês é numericamente muito baixa e não superou 8% dos membros em nenhum. As informações apresentadas na publicação foram coletadas por meio de um questionário online, respondido diretamente pelos gestores dos fundos patrimoniais.

Confira a apresentação dos dados:

A diversidade na governança de fundos patrimoniais

* Por Viviane Elias Moreira, C-level e conselheira fiscal do IDIS

A provocação proposta neste texto tem a intenção de convocar todos para sairmos de uma zona de conforto que a rotina ligada ao tema nos criou, gerando obviedades que estamos negligenciando e que não podemos mais ignorar suas consequências, se quisermos um país mais igualitário: diversidade e inclusão precisam ser mais bem gerenciadas em nossas ações de filantropia, principalmente quando pensamos na governança de organizações desse setor.

Nos últimos anos, as ações filantrópicas vêm ganhando força como ferramenta fundamental na luta para reduzir as desigualdades sociais no Brasil. O ano de 2024 nos trouxe um momento de entendimento real de quem adota as ações de filantropia com a verdadeira intencionalidade versus quem adotou estas ações como uma forma de “estar na moda”, ou como tecnicamente conhecemos, os famosos “washings”.  De todos os possíveis “washings” adotados e normalizados, nenhum foi tão danoso para nossa sociedade e para a real intencionalidade da filantropia do que o diversitywashing.

Diversitywashing é um termo que se refere à prática de empresas ou organizações que adotam uma aparência superficial de compromisso com a diversidade, inclusão e equidade sem realmente implementá-las de forma significativa ou eficaz. No Brasil, o termo diversitywashing foi patenteado por Liliane Rocha, fundadora da empresa Gestão Kairós, que é uma referência no campo de sustentabilidade e Diversidade & Inclusão (D&I). Ela destaca a importância de combatê-lo, assegurando que as ações de diversidade sejam profundas e transformadoras, e não apenas uma estratégia de marketing ou uma fachada.

Fábio Barbosa, uma das principais lideranças inspiradoras no setor de sustentabilidade e responsabilidade social, propõe uma teoria extremamente relevante, onde existem 3 princípios (ou 3 Cs) essenciais para a eficácia do desenvolvimento sustentável: as pessoas só fazem o que fazem por convicção, por conveniência ou por constrangimento. Minha contribuição a esta teoria é que não importa o tipo do C que a sua ação de filantropia adote, se ela adotar diversitywashing como direcionador, ela será mais uma ação de marketing que terá como resultado uma correção superficial, postergando e potencializando os impactos de desigualdade social para as gerações futuras.

A filantropia precisa entender o papel da diversidade e inclusão em seus processos, metas e intencionalidade, não apenas como uma atividade de imperativo moral, mas como ferramenta estratégica de transformação social. Quando falamos de diversidade, estamos nos referindo à presença de pessoas de diferentes origens, raças, etnias, gêneros, orientações sexuais, habilidades e crenças em espaços sociais e de trabalho. A inclusão, por sua vez, vai além da representatividade, trata-se de criar ambientes em que essas diferentes vozes sejam ativamente ouvidas, estimuladas e valorizadas. E, por isso, a presença deste público em órgãos de governança é essencial para que as decisões estratégicas norteadoras de uma determinada organização leve em conta uma pluralidade de perspectivas.

Sabemos que, alcançar a igualdade em temas de diversidade ainda é algo desafiador para algumas equipes operacionais, em órgãos superiores de governança é algo ainda mais crítico. Serão necessários cerca de 20 anos para que haja uma paridade entre homens e mulheres na composição dos conselhos deliberativos, de acordo com o Censo GIFE 2022/2023. No tema de raça, apesar de haver aumentos, o percentual de pessoas brancas nos conselhos é de 92%, 7% negros, 1% amarelos/orientais e apenas 1 pessoa indígena. E, quando fazemos ainda outro recorte, como no caso da governança de fundos patrimoniais apresentados cujo dado inédito é apresentado neste Anuário, notamos que, no caso de gênero, as mulheres já conquistaram representação na maior parte dos Conselhos e Comitês, porém ainda não em igual número dentro dessas instâncias. Já na questão racial, há presença de apenas de pessoas pretas, pardas ou indígenas em apenas 43% das Assembleias Gerais, 36% dos Conselhos Deliberativos/Curadores/de Administração e 11% dos Comitês de Investimento. Apesar disso, a presença numericamente é muito baixa e em nenhuma das instâncias supera 8% dos membros.

Quando grupos sub-representados ganham espaço e são ouvidos de forma estratégica dentro das ações de filantropia, ainda mais em instâncias decisórias, há uma redistribuição de oportunidades e recursos que impactam positivamente e estão alinhados com a definição moderna de filantropia pelo mundo, que vai muito além de doações financeiras para causas sociais, mais para um conjunto de ações mais amplas e estruturadas que visam o impacto sustentável.

Quando a diversidade é considerada pelas ações de filantropia como um valor inegociável, o potencial de impacto é exponencial, com a promoção da justiça social, fomento ao desenvolvimento econômico, impulsionando a inovação e competitividade, elementos essenciais para o crescimento sustentável do país. No Brasil, onde as disparidades sociais estão fortemente ligadas à raça, gênero e localização geográfica, a promoção dessas práticas pode ser transformadora.

Por isso que, no caso de fundos patrimoniais, existe uma janela de oportunidade. Observamos novos endowments sendo criados no Brasil nos últimos anos. Não só podemos, como devemos levar em consideração a diversidade na criação da governança dessas novas organizações, assim podemos trazer à mesa de decisões uma representatividade para um ideal de sociedade igualitária que tanto buscamos. Uma governança plural e tomadora de ações para uma filantropia estratégica para tornar o Brasil menos desigual.

Ainda há um longo caminho a percorrer para alcançá-lo. Acredito que a filantropia é umas das formas mais eficientes para acelerarmos mudanças sistêmicas que não apenas reduzem a desigualdade social, mas também constroem uma sociedade mais justa, equitativa e inclusiva, criando um país com oportunidades verdadeiramente iguais para todos. Por uma filantropia que trate a diversidade com mais convicção e menos constrangimento.

O papel do gestor de investimento

*Por Ilan Ryfer, Sócio da 1618 Investimentos

A essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído.

Confúcio (551 a.C. – 479 a.C.)

 

Existe uma metáfora contada através da história do “Reparo do Navio”. Já escutei várias versões ligeiramente diferentes, mas sempre nas mesmas linhas.

Um navio que valia centenas de milhões de dólares quebrou, e cada dia parado no porto representava um prejuízo de centenas de milhares de dólares. O comandante do navio, ansioso em colocá-lo para navegar, chama um técnico naval e pede um orçamento. O técnico orça o conserto em US$1.000, o que é prontamente aprovado. Entretanto, após um dia inteiro tentando, sem sucesso, consertar o navio, o técnico desiste.

O comandante, então, chama um engenheiro naval, que orça o conserto em US$10.000, também é prontamente aprovado. O engenheiro passa dois dias analisando a situação até desistir.

Desesperado, o comandante finalmente chama um especialista em consertos de navios que havia sido muito recomendado, mas que todos diziam ser carésimo. Ao chegar, o especialista orça o conserto em US$1.000.000 (isso mesmo, um milhão!). O comandante reclama do preço, mas o especialista não recua. Sem saber mais o que fazer, o comandante aprova.

O especialista então inspeciona algumas válvulas e após 15 minutos, retira de sua mala de ferramentas um pequeno martelo e dá uma só pancada seca em uma das válvulas. Como num passe de mágica, o navio volta a funcionar. Surpreso, o comandante reclama ao especialista, que estava cobrando US$1.000.000 por apenas 15 minutos de trabalho e pede um detalhamento do orçamento. Sem hesitar, o especialista escreve numa folha de papel:

Orçamento Detalhado:

  • Martelada – US$1,00
  • Saber onde dar a martelada – US$999.999

 

Nada melhor para ilustrar o conceito de “saber onde dar a martelada” do que o trabalho brilhante de David Swensen, gestor por mais de 35 anos do famoso fundo patrimonial da Universidade de Yale. Ele e Dean Takahashi mudaram a forma de se pensar em gestão de investimentos de longo prazo, aplicando a teoria moderna de portfólio e criando o Modelo Yale de gestão.

Os resultados podem ser observados nos gráficos abaixo:

 

Ao longo dos mais de 35 anos à frente do fundo patrimonial de Yale, Swensen alterou radicalmente o formato da carteira de investimentos, abandonando o tradicional modelo 60/40 (60% em ações domésticas e 40% em renda fixa), em favor de um portfólio muito mais diversificado, incluindo Hedge Funds, fundos de Private Equity e Venture Capital, além de investimentos imobiliários.

 

O resultado dessa alteração foi significativo em termos de retornos financeiros. Durante o período que esteve à frente do fundo patrimonial de Yale, Swensen bateu a média dos demais fundos em quase 3,5% ao ano. Pode não parecer muito, mas se aplicássemos US$1.000 no gestor médio, após esse período teríamos US$34.000. Nas mãos de Swensen, teríamos impressionantes US$102.000! Esse é o resultado de juros compostos na mão de um gestor de investimentos que “sabe onde dar a martelada”.

Trabalho no mercado financeiro há mais de 30 anos e, ao longo da minha carreira fui mudando – ou melhor, evoluindo – minha forma de encarar minha profissão, a de gestor de investimentos.

A princípio, e de forma simplista, podemos dizer que a responsabilidade primária de um gestor de investimentos é maximizar retornos financeiros. Aqui começa o primeiro equívoco a respeito do papel do gestor.

Quando falamos de retornos, temos sempre de lembrar do outro lado da moeda, que é o risco. Esse é quase um dogma nos mercados financeiros – maiores retornos estão sempre atrelados a maiores riscos potenciais. Pensar somente em retornos e esquecer da adequação do risco ao perfil do cliente pode levar a erros grosseiros de alocação.

Entendi… Então vamos tentar aprimorar nosso entendimento. O papel do gestor de investimentos seria gerar retorno positivo acima da média, ou pelo menos melhor que um leigo, depois de ajustado ao risco? Essa já é uma definição melhor, mas, ao longo do tempo, aprendi que o papel de um gestor de investimentos é muito mais amplo que o de simplesmente olhar para o portfólio de um cliente, seja esse cliente pessoa física ou jurídica, ou mesmo um grande investidor institucional.

Dizem que o gestor de investimentos, mais que um médico, lida com a parte mais sensível do ser humano: o bolso. Para fazer isso corretamente, não basta que o gestor entenda de economia, finanças, mercados e política. Tem de entender um pouco (ou muito) de psicologia humana. Isso é fundamental para entender as reais necessidades de cada cliente, num processo que chamo de “momento divã”, permitindo assim adequar corretamente a alocação da carteira aos anseios, medos e restrições de cada um.

Nos ensina a já não tão recente disciplina das finanças comportamentais que somos seres parcialmente racionais, o que quer dizer que somos parcialmente irracionais. Sofremos de vieses que frequentemente nos desviam do caminho mais adequado, principalmente nos momentos de crise. É nessa hora que o gestor de investimentos desempenha um papel fundamental: resguardar a racionalidade e manter a estratégia traçada.

Concluindo, um gestor de investimentos tem um papel relativamente simples. Deve atuar como terapeuta, cientista político, estrategista, economista, futurólogo e bode expiatório quando tudo dá errado. Mais do que isso tudo, o gestor de investimentos tem de “saber onde dar a martelada”, pois, depois de 30 ou mais anos, é o que faz a diferença.

Fundo de Fomento à Filantropia: pedra fundamental do legado do IDIS para o Brasil

O IDIS foi fundado em 1999, com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhando junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades socioambientais no país. Nossa causa, portanto, é a promoção da filantropia e da cultura de doação. Ou, como gostamos de falar, a ‘causa das causas’, já que pode contribuir para a promoção da Educação, Saúde, Geração de Renda, entre inúmeras outras.

Temos convicção de que fundos patrimoniais são instrumentos poderosos para a sustentabilidade de causas e organizações. Depois de mais de uma década de dedicação ao tema, promovendo ações de conhecimento, apoiando a criação de endowments e agindo para o aprimoramento do ambiente regulatório, por fim, criamos o Fundo de Fomento à Filantropia, a pedra fundamental de nosso legado para o Brasil.

E por que agora? Apesar de ser um sonho antigo, foi no momento da comemoração de nossos 25 anos que vimos uma oportunidade para a captação de recursos. Por uma confluência do destino, foi também em 2024 que recebemos a confirmação da doação equivalente a R$7,5 milhões da filantropa americana MacKenzie Scott. A decisão sobre o destino do recurso foi natural: oferecer como match à doação de brasileiros. Neste momento, nossa sustentabilidade financeira também estava bem equacionada, com um caixa e fundo de reserva bastante robustos para enfrentar flutuações no curto e médio prazos, condição essencial para darmos esse passo.

Para a criação do Fundo de Fomento à Filantropia, pela primeira vez, pudemos aplicar para o IDIS os conhecimentos e experiências que por tantos anos levamos para fora. Foi oficialmente lançado em agosto de 2024 e, portanto, não tem dados ainda suficientes para integrar esse Anuário. Por outro lado, não gostaríamos de deixar passar a oportunidade de compartilhar esses primeiros passos. Quais foram as decisões tomadas, os dilemas enfrentados, os desafios que temos. A cada ano vemos crescer o número de endowments no Brasil e por isso esperamos que este relato contribua de alguma forma para aqueles que estão também iniciando suas jornadas. Para traçar esse raio-x, escolhemos usar o próprio questionário como base.

Boa leitura!

PARTE 1 – IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO GESTORA

IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social
Sede São Paulo (SP)
Ano da criação 1999
Categoria da Organização Gestora Associação/instituto ou fundação independente, cujo estatuto social não especifica seu enquadramento na Lei 13.800/19.
Principal motivo de não estar enquadrado na Lei Falta de segurança jurídica sobre o direito à isenção ou imunidade de impostos, em especial Imposto de Renda sobre aplicação financeira, ITCMD e isenção de COFINS sobre receita financeira.
A Organização Gestora goza de algum benefício fiscal (ou seja, é imune ou isenta de impostos)? Sim, ITCMD, Imposto de Renda sobre aplicações financeiras por conta do certificado de OSCIP aliado a Certificado de Entidade Promotora de Direitos Humanos.

Para a estruturação do Fundo de Fomento à Filantropia, escolhemos usar a estrutura existente do próprio IDIS e fazer a gestão internamente, criando políticas e mudanças estatutárias que garantem segurança para a administração do patrimônio e alocação dos recursos de forma isolada e independente.

Não optamos pela criação de uma Organização Gestora de Fundo Patrimonial (OGPF) num primeiro momento devido à impossibilidade de gozar do mesmo tratamento tributário que o IDIS atualmente possui. Mas a ideia é instituir uma OGPF assim que esta lacuna na lei for endereçada pelos esforços no advocacy.

 

PARTE 2 – IDENTIFICAÇÃO DO FUNDO PATRIMONIAL

Fundo de Fomento à Filantropia
Sede São Paulo (SP)
Ano da criação 2024
Organização que gere o fundo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social
O fundo foi criado para beneficiar? A própria Organização Gestora, que também é a Instituição Apoiada.
Qual(ais) é(são) a(s) área(s) de atuação da Organização Gestora/Instituição Apoiada Fomento à filantropia e cultura de doação
Os recursos provenientes do Fundo Patrimonial: Respondem por menos de 10% das fontes de recursos da Instituição Apoiada, que é a própria Organização Gestora.
O Fundo Patrimonial foi criado A partir de um grande aporte inicial/legado e capta novas doações, principalmente para aumentar seu patrimônio acumulado.
Site do fundo https://www.idis.org.br/fundo-de-fomento-a-filantropia/

Entre as ações desenvolvidas pelo IDIS estão a geração de conhecimento e o desenvolvimento e implementação de projetos de impacto, que fortalecem o ecossistema, inspiram a ação, estimulam o diálogo, influenciam políticas públicas e produzem impactos diretos em questões consideradas prioritárias para a promoção da filantropia estratégica no país. Por essa razão, o fundo patrimonial foi criado para beneficiar a própria Organização Gestora, que também é a instituição apoiada.

Somos o único fundo patrimonial no Brasil que tem como causa a filantropia e cultura de doação e, para gerar impactos, optamos por aplicar os recursos nas seguintes linhas:

  • Fortalecimento da filantropia e da cultura de doação: realização de pesquisas, campanhas e outras ações;
  • Promoção de advocacy por um ambiente regulatório mais favorável ao Terceiro Setor;
  • Elaboração e organização de publicações e eventos, como o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais;
  • Articulação de atores e parcerias para o desenvolvimento do setor, como os endowments criados e Coalizão pelos Fundos Filantrópicos; e
  • Aceleração de iniciativas estruturantes para multiplicar o Investimento Social Privado (ISP) e seu impacto.

O Fundo de Fomento à Filantropia foi criado a partir de um grande aporte inicial/legado e capta novas doações, principalmente para aumentar seu patrimônio acumulado.

Em dois meses, o patrimônio somava R$ 9,3 milhões – metade proveniente da doação de filantropos brasileiros e metade dos recursos provenientes da MacKenzie Scott. Para a atração de novos doadores, há ainda o matching garantido de R$ 3,1 milhões. A meta estabelecida foi atingir um patrimônio de R$ 15 milhões em dois anos, ou seja, até agosto de 2026.

Para garantir esta dotação inicial expressiva, a estratégia envolveu a mobilização de grandes doadores, com o estabelecimento de cotas sugeridas para doação. Além de realizar diversas reuniões com filantropos brasileiros, um jantar foi oferecido com o apoio de dois filantropos que fizeram doações para o fundo para ajudar na sensibilização de outros doadores.

Apesar de fundos patrimoniais se justificarem a partir de grandes somas, como promotores da cultura de doação, entendemos também o potencial das pequenas doações. Elas se perpetuam no tempo e contribuem para a geração de impacto. Por isso, escolhemos também aceitar doações de qualquer valor e dar luz em nosso site também a estes doadores que acreditam em nossa missão e contribuem de acordo com as respectivas possibilidades.

O fundo não é e não será representativo em relação ao tamanho e à atuação do IDIS. A perspectiva é que os recursos provenientes do Fundo Patrimonial respondam por menos de 10% de nossas fontes de recursos.

PARTE 3 – FLUXO DE CAIXA

Patrimônio atual R$ 9.300.000
Regra de resgate Permite resgatar somente o ganho real (rendimentos líquidos de inflação) do patrimônio do fundo.

Como nossa operação acaba de começar, as informações referentes aos resultados ainda não estão disponíveis. Ainda assim, é possível explicar algumas escolhas que foram feitas.

A regra de resgate escolhida permite resgatar somente o ganho real (rendimentos líquidos de inflação) do patrimônio do fundo porque é o parâmetro estabelecido na Lei 13.800/19.

Pretende-se, portanto, estar sempre acima da linha d’água, ou seja, o patrimônio do Fundo Patrimonial em 31/12 sempre será maior que a soma dos aportes, dotações e doações recebidos, corrigidos pela inflação desde a data em que ocorreram.

 

PARTE 4 – ALOCAÇÃO E RENDIMENTOS

Recursos
Alocação dos investimentos do fundo patrimonial 100% em Caixa e equivalentes de caixa (contas-correntes, ativos/títulos/fundos líquidos indexados a CDI ou Selic*)
Grau de liquidez 100% em até 30 dias*
Tem política de investimentos? Política de investimentos está sendo construída.
Adota meta de rentabilidade? Adotará a partir da definição da política de investimentos que está sendo construída.
Adota princípios ou diretrizes de investimento responsável? Está sendo considerado na política de investimentos que está sendo construída.

*Até aprovação de política de investimentos

Ainda está sendo elaborada uma Política de Investimentos para o endowment, alinhada a boas práticas de mercado. Dessa forma, hoje a alocação de rendimentos é feita, totalmente, em renda fixa e fundos de renda fixa (ativos/títulos/fundos de renda fixa não líquidos e/ou não indexados a CDI ou Selic). A política de investimentos ainda está sendo elaborada e definirá meta de rentabilidade, diretrizes de investimento alinhadas a investimento responsável etc.

 

PARTE 5 – GESTÃO E GOVERNANÇA

Instâncias de governança da Organização Gestora diretamente relacionadas à gestão do Fundo Patrimonial Assembleia Geral, Conselho Deliberativo, Comitê de Investimentos, Conselho Fiscal
  Nº de integrantes Nº de membros independentes* Nº integrantes mulheres Nº de membros negros, pardos e/ou indígenas  Duração dos mandatos (anos)
Assembleia Geral (somente no caso Associação) 9 9 4 1 N/A
Conselho Curador/ Conselho Deliberativo/ Conselho de Administração  9 9  4 1  3
Comitê de Investimentos 3  3  1 0 3
Conselho Fiscal  3  3 1 1 3
Modelo de gestão de investimento No momento, até política de investimentos ser aprovada, a gestão está sendo feita de forma exclusivamente interna.
Possui Auditoria externa? Sim.

A estrutura de governança do Fundo de Fomento à Filantropia inclui um Comitê de Investimentos, integrado por Luiz Sorge, sócio da XP Advisory e atual presidente do Conselho do IDIS, Marcel Fukayama, cofundador do Sistema B Brasil e Din4mo e também conselheiro do IDIS, e Cristiane Parisi, sócia da Wright Capital, além de um Comitê Consultivo, a ser formado por doadores diamante e platina. Ambos estão subordinados ao Conselho Deliberativo do IDIS, que também supervisiona o Fundo de Fomento à Filantropia.

A gestão de investimentos financeiros hoje é feita internamente, pelos profissionais da área administrativo-financeira do IDIS, dado que a política de investimentos ainda está sendo elaborada.

Tudo será submetido ao mesmo processo de auditoria regular já praticado pelo IDIS.

 

PARTE 6 – PERSPECTIVAS

Quais suas expectativas em relação ao volume de recursos captados para o Fundo Patrimonial no próximo ano? Aumento do volume de recursos captados para a ampliação do patrimônio acumulado.
Quais suas expectativas em relação ao volume de recursos direcionados pelo Fundo Patrimonial para a(s) Instituição(ões) Apoiada(s) e/ou para a(s) Organização(ões) Executora(s) no próximo ano? Ampliação do volume de recursos direcionados.
Quais suas expectativas em relação à rentabilidade bruta (antes da dedução de impostos) consolidada do portfólio (%) do Fundo Patrimonial em 2024? Manutenção da rentabilidade bruta.
Principal desafio enfrentado atualmente? Captação de recursos.

Estamos no início de nossa jornada e a expectativa é investir na captação de recursos e chegar ao patrimônio de R$ 25 milhões em 5 anos, volume que investido com segurança contribuirá para o desenvolvimento de projetos de fomento à filantropia estratégica no país no longo prazo.

Ao mesmo tempo que é uma perspectiva, a captação de recursos é também um desafio. Trabalhamos com uma causa pouco óbvia e certamente menos mobilizadora que Educação ou Saúde, que oferecem aos doadores indicadores de impacto muito claros e atraem mais recursos. A mobilização é lenta e depende também, evidentemente, de tornar mais conhecido o mecanismo e seus benefícios. Para esta narrativa, ao menos, não nos faltam argumentos e evidências!

Acreditamos que ao estabelecer um fundo patrimonial para apoiar a promoção da filantropia estratégica estamos construindo um legado para o IDIS e para nosso setor. É um sonho antigo que ganha vida e nos traz muito orgulho!

Por um SUS tecnológico para salvar a vida de mulheres

*Por João Abreu, diretor executivo da ImpulsoGov, e Luiza Saraiva, gerente da iniciativa Juntos pela Saúde

Há menos de 200 anos, o raio X mostrou o nosso interior sem a necessidade de um bisturi. Na década de 80, a ressonância magnética permitiu visualizar os tecidos moles humanos, também sem cortes. Neste século, o genoma humano foi sequenciado e, ainda mais surpreendentemente, este ano conseguimos identificar microRNAs, uma descoberta digna de um Nobel de Medicina. A tecnologia na saúde avança a passos largos. Apesar disso, pode demorar décadas até que esses avanços sejam democratizados para toda a população, seja gratuitamente por meio de sistemas públicos de saúde, como o SUS, ou com custos reduzidos em convênios de saúde.

No caso das mulheres, um simples exame, disponível gratuitamente no SUS, pode salvar a vida de milhares. Mas isso ainda não é uma realidade para todas.

O exame Papanicolau, também conhecido como citologia cervical, foi desenvolvido em 1928, mas sua aplicação como ferramenta de rastreamento de câncer do colo do útero – o terceiro tipo mais comum entre mulheres no Brasil – começou apenas na década de 1940. E ainda é preciso avançar. Mesmo no século XXI, ainda há desafios em alguns países em desenvolvimento, como o Brasil.

Considerado revolucionário, estima-se que o Papanicolau já tenha salvado a vida de milhões de mulheres no mundo. Ainda assim, o câncer do colo do útero é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Regionalmente, o câncer do colo do útero é o segundo mais incidente nas regiões Norte (20,48/100 mil) e Nordeste (17,59/100 mil), segundo dados do INCA (2022), as maiores taxas entre as regiões brasileiras.

Mas a tecnologia está mudando essa realidade. O Impulso Previne, solução digital e gratuita, aliada ao SUS, está colaborando com a ampliação ao acesso a esse exame essencial para mulheres. Ele consiste em uma ferramenta que traduz dados públicos em listas nominais com o status das mulheres em relação, dentre diversas informações, à coleta de exame citopatológico (Papanicolau), acompanhadas por filtros que facilitam o monitoramento das trajetórias de prevenção do câncer pelas equipes de saúde.

Observamos um aumento de quase 43% na coleta do exame de prevenção do câncer de colo de útero, em comparação com os primeiros quadrimestres de 2023 e 2024, nos 19 municípios do Norte e Nordeste do Brasil onde a solução foi aplicada. É a prova de que precisamos de um SUS capilarizado para atender a todos nos quatro cantos do Brasil, mas também precisamos de um SUS tecnológico.

 

UBS de Jandaíra (BA), abr. 2024. Foto: ImpulsoGov.

Este projeto faz parte do programa ‘Juntos pela Saúde’, iniciativa do BNDES com gestão do IDIS, com foco no fortalecimento do SUS no Norte e Nordeste do país. O desenvolvimento da ferramenta de monitoramento da realização de exames citopatológicos faz parte do projeto Impulso Previne, solução criada e executada pela ImpulsoGov, e que para replicação teve apoio do Instituto Dynamo com o match do BNDES. Com o apoio de investimento público, por meio do BNDES, e filantrópico, entre eles da Umane, essa tecnologia será ampliada para 240 nos próximos anos, podendo salvar inúmeras vidas. Afinal, quando detectado no estágio inicial, as chances de cura desse tipo de câncer podem chegar a quase 100%.

Sim, campanhas como o Outubro Rosa são eficientes, mas precisamos estar atentos diariamente à saúde pública. Necessitamos da tecnologia para escalar o impacto do acesso ao SUS e poder fornecer uma vida saudável a milhões de mulheres brasileiras. Ainda há muito a ser descoberto na ciência, mas essas revoluções médicas precisam ser democratizadas a todas e a todos. Só assim será possível avançarmos ampliando o acesso e reduzindo as desigualdades, ainda abissais, na área da saúde no Brasil.

A transformação que 1% pode causar

*Por Paula Fabiani, CEO do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

O investimento social privado –  ato de destinação voluntária e estratégica de recursos em benefício da sociedade  – é fundamental para a resolução das profundas lacunas no desenvolvimento socioambiental do país. Embora o Estado desempenhe um importante papel, não tem jeito: há diversos desafios na hora de prover o necessário para o bem viver de todas e todos, seja pelas dimensões continentais ou pela enormidade das problemáticas do país que precisam de solução. E é aí que o investimento social privado pode e precisa agir: contribuindo com a redução das desigualdades e a mitigação dos danos ambientais. Somente com a colaboração entre o tripé governo, empresas e sociedade seremos capazes de endereçar soluções efetivas e perenes.

Quando tratamos de investimento social privado, estamos falando de R$4,8 bilhões em doações corporativas, ou seja, realizadas por empresas, de acordo com o Censo GIFE 2023. Valor significativo, mas ainda aquém do registrado em 2020, durante o auge da pandemia, quando as doações do setor privado ultrapassaram a marca de R$5,3 bilhões. O histórico dos números reforça que há capacidade do setor privado de investir mais – e melhor.

A partir dessa visão e inspirados pelo movimento estadunidense Pledge 1%, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e o Instituto MOL lançaram no Brasil o Compromisso 1%.

Evento de lançamento do Compromisso 1% que aconteceu em São Paulo na sede da PwC Brasil.

O movimento tem o propósito de congregar empresas que já doam pelo menos 1% do seu lucro líquido anual, bem como aquelas que se comprometam a alcançar o patamar de doações em até dois anos. Cyrela, fama re.capital, Gaia Impacto, MOL Impacto, Pantys, PwC, RD Saúde e TozziniFreire Advogados são as primeiras signatárias do compromisso, que já conta com outras empresas em processo de adesão.

Destinado a empresas de todos os portes e segmentos, o Compromisso 1% tem como objetivo impulsionar o envolvimento das  empresas com o presente e futuro da sociedade, para que invistam em projetos e organizações que precisam de recursos para seguirem sua caminhada. São doações para organizações estruturantes que transformam a realidade das comunidades nas quais estão inseridos, seja por meio da educação, cultura, esporte, saúde ou de ações ambientais e de geração de renda.

Com o investimento social privado, as empresas só têm a ganhar. Além das vantagens financeiras, com mais facilidade de captar recursos no mercado, as empresas também melhoram sua reputação, com maior engajamento dos colaboradores e um relacionamento mais sólido com fornecedores e clientes. É um ecossistema que impacta positivamente todas as partes interessadas.

Criar possibilidades para o avanço do investimento social privado e estimular o hábito de doação no país é, sem dúvidas, um caminho para o fortalecimento da sociedade civil organizada como uma agente de transformações socioambientais positivas. Essa jornada só pode ser trilhada ao lado de pessoas e negócios que acreditam na potência mobilizadora e sustentável da filantropia estratégica e se comprometem com a geração de impacto positivo. Basta começar se comprometendo com 1%.

Afinal, é do agora a responsabilidade de reparar os erros do passado e construir o futuro para aqueles que virão.

 

IDIS lança vídeo institucional

No ano em que completou 25 anos, o IDIS lançou seu vídeo institucional. Confira:

O IDIS é uma organização da sociedade civil independente, que tem como missão inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto. Somos uma organização intermediária. Ou seja, somos articuladores e existimos para que vocês, que estão hoje aqui, possam ir mais longe, gerar mais transformações com o apoio necessário para seguir essa jornada. Somos uma organização que age para multiplicar o poder de realização do investimento social privado.

Nossa atuação baseia-se em um tripé. Nossos pilares de atuação, consultoria, conhecimento e projetos de impacto, nos trouxeram até aqui. Na consultoria exercemos nossa missão apoiando investidores sociais a gerar mais impacto na sua jornada filantrópica. Com as iniciativas de conhecimento produzimos para o setor materiais com as melhores práticas e dados para que as organizações gerem mais impacto positivo. E nos projetos de impacto entregamos, com nossos parceiros, ações, que catalisam o ecossistema da filantropia e da cultura de doação, beneficiando organizações, comunidades e pessoas. Nossos pilares são integrados para fomentarmos o investimento social privado no nosso país. 

Saiba mais sobre a atuação do IDIS.

Evento de celebração de 25 anos do IDIS é realizado no MASP, em São Paulo, reunindo colaboradores e parceiros do Instituto

Aconteceu no dia 3 de outubro, em São Paulo, o evento de comemoração dos 25 anos do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. A celebração ocorreu no MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, contando com a presença de colaboradores e ex-colaboradores, além dos diversos colegas, parceiros e amigos que fazem parte da história do instituto. Essa é mais uma etapa da campanha comemorativa ‘Investimento Social é Coisa de Gente’, celebrando não apenas a história do IDIS, mas todas as pessoas que a ajudaram a construir e que continuam a construir conosco.

Plateia na celebração no Auditório do MASP. Crédito: Paula Miranda.

A comemoração se iniciou com a emocionante apresentação do Maestro João Carlos Martins para o público de mais de 270 convidados. Ele presenteou a plateia com uma perfomance de Playing Love, de Ennio Morricone, seguida por uma apresentação surpresa de ‘Parabéns para você’, ambas no piano.

Maestro João Carlos Martins na Celebração dos 25 anos do IDIS. Crédito: Paula Miranda.

Em seguida, o evento contou com as falas de Luiz Sorge, presidente do conselho deliberativo, Marcos Kisil, fundador, e Paula Fabiani, atual CEO do IDIS. 

“Hoje estamos aqui para celebrar os 25 anos do IDIS. Porém, mais do que isso, estamos aqui para celebrar cada um de nós. Reconhecer tudo o que alcançamos juntos e trazer novas energias para seguirmos nossa jornada. […] É coisa de gente porque é feito por pessoas e para pessoas. É coisa de gente porque tem um olhar empático. É coisa de gente porque envolve diálogo, colaborações, discordâncias, consensos, erros e acertos, e nos emociona”, comentou Paula durante a abertura.

Chegou então a hora de conversar sobre o futuro do investimento social privado no país. O filósofo e economista Eduardo Giannetti subiu ao palco para falar do papel da filantropia no cenário atual. Ele comentou sobre a complexidade do mundo atual que nos apresenta grandes desafios globais e colocou a esperança como mecanismo chave para garantir que os mais jovens se engajem em prol de um mundo melhor.

“Eu acho que tem que mostrar para o jovem como pode ser bela uma vida em que a dedicação ao outro e a causas relevantes a todos tem uma presença e um elemento de motivação”, disse Giannetti em sua fala de abertura.

Confira o vídeo completo:

Em seguida, foi feita uma homenagem para Lírio Cipriani, fundador do Instituto Avon, e nosso parceiro mais longevo. Em 2002, o IDIS apoiou a criação do instituto e, desde então, acompanhamos essa trajetória. A história do IDIS foi escrita até aqui lado a lado ao do Instituto Avon – atualmente Instituto Natura. O momento representou uma homenagem a todos os nossos parceiros que também ajudaram a construir essa história conosco.

A programação contou ainda com a participação de um amplo painel que tratou do futuro do investimento social através do olhar de quem apoia a filantropia e de quem está na ponta. Compuseram a mesa Alcione Albanesi, Presidente nos Amigos do Bem; Benjamin Bellegy, Diretor Executivo da WINGS; Carlos Pignatari, Diretor Sul-Americano de Impacto Social da Ambev; Claudia Soares Baré, Diretora Executiva Fundo Podáali; Neca Setubal, Presidente na Fundação Tide Setúbal; Raí Oliveira, Fundador Gol de Letra, que participou por vídeo; e Selma Moreira, VP de Diversidade, Equidade e Inclusão no J.P. Morgan.

Painel ‘O futuro do investimento social: o olhar de quem apoia a filantropia e de quem está na ponta’. Crédito: Paula Miranda.

Um ponto central discutido durante o painel foi o protagonismo daqueles apoiados pela filantropia. “Quando a gente fala do futuro da filantropia, pro [Fundo] Podáali, o futuro da filantropia é fazer com que os povos indígenas sejam protagonistas da própria filantropia.[…] O nome do Podáali ele tem um significado de sustentabilidade, de doação, por que nós já fazemos isso sem saber que fazíamos filantropia. […] Se não há respeito, nós não estamos fazendo filantropia, é sempre um lado que quer sempre ter a razão”, disse Baré.

Confira a mesa completa:

Ao longo dos últimos 25 anos, o IDIS viu de perto o desenvolvimento do investimento social privado e, por consequência, da sociedade como um todo. Tudo o que avançamos só foi possível devido ao comprometimento, colaboração e trabalho coletivo de diferentes pessoas com um objetivo comum: construir um mundo melhor e com mais equidade. Por isso, finalizamos nossa comemoração com um grande brinde pelo que foi feito até aqui e tudo que ainda vamos construir!

Equipe do IDIS. Crédito: Paula Miranda.

 

Site Mundo Negro destaca sessão do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2024

Com o tema ‘Filantropia entre nós’, o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais realizou sua 13ª edição no dia 4 de setembro. A sessão de abertura, intitulada ‘Filantropia desatando os nós do mundo’, contou com a participação de Cida Bento | Co-fundadora e conselheira do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT); Renata Piazzon | Diretora Geral do Instituto Arapyaú; e Sergio Fausto | Diretor Geral da Fundação Fernando Henrique Cardoso, além do moderador Philip Yun | Co-Presidente e Co-CEO do CCWA e do Global Philanthropy Forum.

Em matéria publicada pelo Site Mundo Negro foram destacadas as colocações de Cida Bento, que enfatizou a necessidade da filantropia brasileira se aproximar das diversas realidades presentes no país. “Precisamos que as pessoas negras sejam parte, não só de quem vai receber o apoio dos projetos, mas também de quem pensa em que direção temos que ir”, ressalta a autora.

Foto da sessão ‘Filantropia desatando os nós do mundo’ com Cida Bento, Renata Piazzon e Sérgio Fausto. Foto: André Porto e Caio Graça/IDIS.

Acesse a matéria completa aqui.

 

Matéria do Valor Econômico destaca poder transformador de programas de música nas periferias e menciona avaliações de impacto do IDIS

Ativo há mais de 20 anos, o Projeto Guri é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, gerido pela Santa Marcelina Cultura, que promove a educação musical de forma gratuita. Ao longo de sua história, já beneficiou mais de 1 milhão de crianças e adolescentes por meio da prática musical, impactado positivamente também as famílias e engajando-os na formação dos alunos.

Para cada R$ 1 investido no Programa Guri, são gerados R$ 6,53 em benefícios para a sociedade. Este valor não é uma estimativa, mas sim o resultado da aplicação da metodologia SROI (Social Return on Investment), uma realizada pelo IDIS.

Em matéria publicada no Valor Econômico, o jornal destaca diversas análises realizadas pelo IDIS que avaliaram projetos musicais e seus impactos nas periferias, como o Projeto Guri, o Instituto Baccarelli e a Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim (Emesp). Essas análises ressaltam o poder transformador destes projetos na vida dos jovens, suas famílias e das comunidades ao seu redor.

“No caso da Emesp, foi identificado que promover apresentações artísticas, nem que fosse apenas para familiares, aumentava o impacto social, por exigir trabalho em cooperação, o que tende a formar cidadãos mais aptos para a convivência em sociedade”, explicou Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Foto de aula no Instituto Baccarelli, 2023.

Confira a matéria na íntegra aqui.

Palestra sobre tecnologia do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é destaque em matéria

No dia 4 de setembro, ocorreu a 13ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, organizada pelo IDIS, com o tema norteador ‘Filantropia entre nós’. Nós. Uma palavra com múltiplos significados. Enlaçamentos de fios. Vínculos. Obstáculos. Ou simplesmente, a gente, pronome pessoal, sujeito de uma ação coletiva.

As sessões do evento abordaram os diversos nós que desafiam nossa realidade e o como a filantropia pode colaborar para desatá-los.

Em matéria, o Jornal do Commercio de Pernambuco destacou as falas de Daniel Paixão na sessão ‘Tecnologia como geradora de transformações sociais’. Este momento também contou com a presença de Beatriz Johannpeter | Diretora do Instituto Helda Gerdau; e Luana Génot | Fundadora do ID_BR, além da moderação de Alex Pinheiro | Cofundador & CEO na Ecossistema SQUARE. Paixão explicou o motivo de ter criado o Hub-Periférico e ressaltou a necessidade do investimento social privado na criação de oportunidades para aqueles que vivem e atuam nos subúrbios.

 “A gente percebeu que estávamos na cidade de um dos maiores parques tecnológicos do país, o Porto Digital, mas que a periferia não estava ocupando o seu espaço nele”, conta Daniel Paixão.

Foto da sessão ‘Tecnologia como geradora de transformações sociais’ com Luana Genót, Daniel Paixão, Beatriz Johannpeter e Alex Pinheiro. Foto: André Porto e Caio Graça/IDIS.

Confira a matéria na íntegra aqui.

Instituto Cacimba, organização participante do Transformando Territórios, é destaque no SPTV1

O Instituto Cacimba é uma das 15 Fundações e Institutos Comunitários (FICs) integrantes do Programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS com a Charles Stewart Mott Foundation. O Programa tem como objetivo fortalecer essas FICs que atuam com o apoio técnico e suporte financeiro de organizações e iniciativas da sociedade civil de suas comunidades, além de desenvolver projetos que supram as suas demandas.

O SPTV1, telejornal da TV Globo de São Paulo, tratou da iniciativa do Instituto Cacimba de criação de uma moeda social, o ‘Cacimba’, que visa fortalecer o comércio local e o empreendedorismo na comunidade em São Miguel Paulista. A moeda deve ser utilizada em lojas cadastradas no banco social do Instituto que, posteriormente, troca a moeda social recebida pelos reais correspondentes.

Para ver a notícia completa, acesse aqui a partir do minuto 34:30.

Observatório do Terceiro Setor evidencia Compromisso 1%

O Compromisso 1%, uma iniciativa criado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e pelo Instituto MOL, tem como objetivo reunir empresa que se comprometeram a doar pelo menos 1% de seus lucros líquidos anuais para organizações da sociedade civil.

Em matéria, o Observatório do Terceiro Setor destacou a importância da iniciativa para o fortalecimento do investimento social privado e da cultura de doação corporativa no Brasil.

Aron Zylberman, do Instituto Cyrela, ressalta que “as empresas que estão se comprometendo com o 1% estão dando um excelente exemplo para que outras sigam o mesmo caminho”.

 

Gustavo Bernardino, do GIFE, comentou: “O meio corporativo tem condições de firmar esse compromisso, de destinar uma pequena fração do seu lucro líquido para o enfrentamento de questões sociais e ambientais tão flagrantes no Brasil de hoje”.

 

Evento de Lançamento do Compromisso 1% com parceiros na sede da PwC Brasil, em São Paulo.

Acesse a matéria na íntegra aqui.

World Giving Index 2024, o ranking da solidariedade, é destaque na Exame

World Giving Index, realizado pela Charities Aid Foundation (CAF), é uma das maiores pesquisas sobre doação já produzidas, com milhões de pessoas entrevistadas em todo o mundo desde 2009.

A revista Exame publicou os resultados da nova edição, na qual o Brasil ficou em 86° lugar. Esta foi a segunda melhor pontuação do país no ranking desde seu lançamento, sendo somente superada pela de 2021, momento no qual a generosidade estava em alta devido aos efeitos da pandemia.

Nesta pesquisa, os entrevistados são questionados sobre a realização de três tipos de ações no último mês: ajuda a um desconhecido, doação em dinheiro a uma organização social ou voluntariado. Tais perguntas auxiliam na determinação do nível de desenvolvimento da cultura de doação em cada país avaliado.

Sobre as possíveis inspirações para uma nova evolução na posição brasileira, Paula Fabiani, CEO do IDIS, destacou: “Não foi surpreendente a estabilidade da cultura de doação no Brasil, mas foi muito interessante ver como políticas públicas voltadas ao incentivo à filantropia, como incentivos fiscais, matching de doações individuais, e benefícios para a prática de voluntariado corporativo, surtiram efeitos positivos em Singapura e podem ser exemplares para nós”.

A matéria completa pode ser acessada aqui.

Jornal de Brasília noticia o lançamento do Fundo de Fomento à Filantropia

O Fundo de Fomento a Filantropia (FFF) nasce para ampliar o impacto das ações do IDIS nas áreas da filantropia estratégica e do investimento social privado no Brasil. Em matéria sobre seu lançamento, o Jornal de Brasília destacou como é composto o patrimônio do fundo: matchfunding.

O matchfunding é um modelo de financiamento coletivo capaz de alavancar tanto a arrecadação de recursos, como a capacidade de impacto dos projetos contemplados, em função da sua estratégia de multiplicação das doações captadas. Dessa forma, a cada R$1 doado ao FFF, o IDIS irá combinar mais um real a partir da doação feita pela filantropa Mackenzie Scott ao instituto, potencializando a capacidade de impacto do fundo.

“O IDIS completa 25 anos e foi o momento perfeito para concretizarmos um sonho antigo – a criação de um fundo patrimonial que garanta perenidade do investimento em causa tão importante para o Brasil – a filantropia”, ressalta Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Paula Fabiani, Rodrigo Pipponzi, José Luiz Egydio Setúbal e Luiz Sorge no Jantar de lançamento do Fundo de Fomento à Filantropia.

Acesse a matéria completa aqui.

Capa do jornal Valor destaca lançamento do fundo patrimonial de fomento à filantropia

O Fundo de Fomento à Filantropia (FFF) nasce para perpetuar a ação do IDIS no engajamento da filantropia e da cultura de doação no país. Em matéria de capa sobre o lançamento do FFF, o Valor Econômico destacou os doadores do endowment e a importância de tal mecanismo para garantia da perenidade da causa.

Há mais de 10 anos, o IDIS vem atuando em prol do estabelecimento, regularização e disseminação dos Fundos Patrimoniais no Brasil, tendo sido uma das principais entidades a ajudar a tirar a lei dos fundos patrimoniais (Lei 13.800/19) do papel.

“As mudanças socioambientais têm necessidade de capital mais longevo e precisam assegurar o investimento de longo prazo por que uma organização não vai fazer nenhuma mudança estrutural e social em dois ou três anos, precisa da próxima geração e os fundos patrimoniais são o instrumento para esse legado.”, ressalta Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Paula Fabiani, Rodrigo Pipponzi, José Luiz Egydio Setúbal e Luiz Sorge no Jantar de lançamento do Fundo de Fomento à Filantropia.

Acesse a notícia completa aqui.

Monitor de Fundos Patrimoniais é destaque em matéria sobre educação no Valor Econômico

Há mais de 10 anos, o IDIS vem atuando em prol do estabelecimento e disseminação dos Fundos Patrimoniais no Brasil. Como forma de melhor compreender este campo de atuação, lançamos o Monitor de Fundos Patrimoniais em 2022, iniciativa única que reúne e acompanha os Fundos Patrimoniais em atividade no país.

O Valor Econômico, em matéria sobre fundos patrimoniais, indicou que, segundo o Monitor de Fundos Patrimoniais, atualmente o país conta com 34 endowments ligados às universidades. Andrea Hanai, gerente de Projetos do IDIS, também tratou sobre a importância da Lei 13.800, de 2019, para ampliação desta ferramenta no país.

“Houve um grande impulso por conta da criação do ambiente legal que trouxe mais conforto para a relação entre o que é público e privado”, diz Hanai.

Confira a matéria completa aqui.

IDIS e Instituto MOL lançam campanha para empresas doarem 1% do lucro; Iniciativa é destaque no Valor Econômico.

Idealizado pelo IDIS e Instituto MOL, o Compromisso 1% busca fomentar a doação de 1% do lucro líquido anual de empresas para organizações da sociedade civil e causas de interesse público. Entre as empresas já confirmadas na adesão ao movimento estão Cyrela, fama re.capital, Gaia Impacto, MOL Impacto, Pantys, PwC, RD Saúde e TozziniFreire Advogados e, além de outras cinco organizações que já estão com o processo de adesão em fase avançada.

Com a adesão das primeiras signatárias no dia de hoje, a campanha já está se tornando destaque na imprensa brasileira. Em matéria publicada hoje, o Valor Econômico reforçou a importância do aumento da filantropia corporativa no país e o seu potencial de transformação social. “Comprovadamente sabemos que a filantropia corporativa gera benefícios […] Por isso, queremos promover essa prática e mover o ponteiro da doação corporativa”, comenta Paula Fabiani, CEO do IDIS.

“O Compromisso 1% é um projeto ambicioso e de impacto, capaz de impulsionar e acelerar a forma com que empresas se comprometem com o presente e futuro da sociedade, investindo para fortalecer projetos relevantes que precisam de recursos para seguirem sua caminhada”, ressalta Rodrigo Pipponzi, cofundador do Instituto MOL.

Acesse a matéria completa aqui.

Levantamento do IDIS é destaque no Valor Econômico

Fundos Patrimoniais ou, em inglês, endowments, consiste na reunião de um patrimônio que deve servir de fonte de recursos previsíveis e perenes no tempo para uma causa altruísta eleita. O endowment deve ser de titularidade ou vinculado a uma pessoa jurídica sem fins lucrativos como um dos meios para garantir sua sustentabilidade econômica de longo prazo.

Uma das possíveis instituições beneficiadas por esse tipo de mecanismo são os Hospitais Filantrópicos, como é o caso do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

Os recursos advindos da venda do Hospital Samaritano foram direcionados a criação da Umane, entidade filantrópica com atuação na saúde pública brasileira, e que investiu R$53 milhões na modernização da ala de cirurgias do Hospital das Clinicas da FMUSP neste ano.

A notícia foi destaque em matéria no Valor Econômico, destacando o Monitor de Fundos Patrimoniais no Brasil. O levantamento aponta que este é o maior endowment voltado a saúde pública no país, com R$2 bilhões de reais.

Foto: Governo do Estado de São Paulo.

Acesse a matéria na integra aqui.

IDIS 25 anos: Investimento Social é coisa de gente

Sejamos honestos, 25 anos não se faz todo dia. Em setembro alcançaremos essa marca e, claro, não podíamos deixar de celebrar. Não somente os anos de história, mas principalmente todas as pessoas que a construíram e constroem ela conosco.

Nesta jornada, acompanhamos de perto a evolução do Investimento Social Privado no Brasil – seus movimentos, avanços, desafios. E tudo o que avançamos só foi possível devido ao comprometimento, colaboração e trabalho coletivo de diferentes pessoas com um objetivo comum: construir um mundo melhor e com mais equidade. Nesta celebração, sabíamos quem deveria ser o centro da história: todas as pessoas que pensam, realizam e fazem o investimento social no Brasil evoluir e acontecer. São eles, ou melhor – nós – os protagonistas.

Há quem nos reconheça como uma instituição geradora de conhecimento. Outros, como uma consultoria. Há aqueles que nos conhecem pelos projetos que executamos, e não sabem nada sobre o resto. E há ainda quem nos define como uma organização intermediária. Somos tudo isso, mas, principalmente, somos pessoas que fazem tudo isso acontecer.

Ao celebrarmos os 25 anos do IDIS, celebramos também o poder da comunidade, a força da colaboração e o potencial ilimitado da sociedade civil organizada. O investimento social é muito mais do que apenas uma estratégia; mas uma expressão de nossa humanidade compartilhada.

Por isso, lançamos hoje a campanha Investimento Social é coisa de gente e você é nosso convidado especial nesta celebração.

Acompanhe e participe. Afinal, tudo isso tem sido construído por nós e por vocês, coletivamente.

Com carinho,

Equipe IDIS

Doação milionária feita ao IDIS é pauta na Época Negócios

Após 25 anos desenvolvendo o investimento social no Brasil, o IDIS foi reconhecido por meio de uma doação de US$1,5 milhão (cerca de R$ 7,5 milhões) da norte-americana, Mackenzie Scott. A doação da filantropa será alocada no fundo patrimonial do IDIS, que deve ser criado ainda este ano e auxiliará a garantir que a organização continue a fortalecer a filantropia estratégica e seu impacto positivo na sociedade brasileira. A notícia foi pauta no jornal Época Negócios.

Confira a matéria na íntegra aqui.

 

IDIS recebe doação de US$ 1,5 milhão da filantropa MacKenzie Scott e é destaque no jornal O Globo

O IDIS recebeu uma doação de US$1,5 milhão, equivalente a R$7,5 milhões, da filantropa americana MacKenzie Scott. O IDIS é uma organização da sociedade civil que, há 25 anos, trabalha para fortalecer a filantropia estratégica e seu impacto positivo na sociedade, por meio de apoio estratégico a investidores sociais, entre eles empresas, famílias filantropas e organizações sociais. A notícia foi pauta no jornal O Globo.

O recurso recebido será integrado ao fundo patrimonial do IDIS, mecanismo também conhecido como endowment, que será criado este ano, em comemoração aos 25 anos da organização, e tem como meta a captação de R$25 milhões.

“Os rendimentos da aplicação dos recursos do Fundo Patrimonial serão destinados para expandir nossa atuação no fortalecimento da filantropia no país, uma vez que nos oferece maior estabilidade no longo prazo. É o reconhecimento da relevância do IDIS e do potencial que temos para gerar ainda mais impacto positivo”, explica Paula Fabiani, CEO do IDIS. 

Confira a matéria completa.

Equipe IDIS

Com R$97 milhões destinados ao SUS em 2023, programa Juntos pela Saúde é destaque na Veja Negócios

Lançado em 2023, o Juntos pela Saúde é uma iniciativa do BNDES, gerida pela equipe do IDIS. Em parceria com doadores privados, o programa busca reunir recursos para apoiar e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. A perspectiva é que, até 2026, sejam destinados aproximadamente R$ 200 milhões para projetos de saúde na região através da lógica de matchfunding. Assim, a cada R$1 doado por parceiros, mais R$1 é colocado no programa pelo BNDES.

De acordo com o Relatório de Atividade de 2023, o programa já destinou 97 milhões em recursos para a saúde no Norte e Nordeste do país somente em seu primeiro ano em exercício. Esta conquista foi destaque na Veja Negócios

Acesse a matéria na íntegra aqui.

Estadão publica nota sobre o Fórum IDIS 2023

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais foi destaque no edição impressa do jornal O Estado de S. Paulo (Estadão) na sessão “Bloco de notas”.

Confira abaixo:

O Estado de S. Paulo – quinta-feira, 7 de setembro de 2023

 

Sobre o Fórum

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento está na 12ª edição e já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais.

Saiba mais sobre o Fórum aqui.

 

Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é destaque em nota na Valor Econômico

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais foi destaque no caderno de “Prática ESG” da Valor Econômico.

O caderno “Prática ESG” tem como objetivo auxiliar empresas na promoção da sustentabilidade em seus negócios. Ele oferece informações sobre iniciativas de empresas, instituições financeiras e fundos de investimento relacionadas à responsabilidade ambiental, social e governança (ESG). Além disso, o caderno aborda as principais notícias sobre a implementação e tendências de políticas sustentáveis no mercado brasileiro e global.

Confira a nota completa aqui.

 

Sobre o Fórum

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento está na 12ª edição e já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais.

Saiba mais sobre o Fórum aqui.

IDIS apresenta renovação no corpo de conselheiros

O IDIS passou por uma recente transição em seu corpo de conselheiros. Além de sua dedicação à promoção do investimento social estratégico e ao fortalecimento das práticas de responsabilidade social, o IDIS prioriza a transparência, a eficiência e a governança em todas as suas ações.

O corpo de conselheiros do IDIS é resultado de um processo cuidadoso, que visa não apenas a continuidade da missão e dos valores da organização, mas também inovação e renovação de perspectivas.

Para somar ao conselho deliberativo, Françoise Trapenard juntou-se ao time. Ela é formada em Administração de Empresas pela FEA-USP, com pós-graduação em Gestão pela ESSEC (França) e mestrado em Filosofia pela Université de Paris IV (Sorbonne – França). Com mais de 20 anos de atuação na área de Recursos Humanos, encerrou sua carreira executiva como responsável pelo investimento social de uma grande corporação. Atualmente, Françoise é conselheira de diversas organizações da sociedade civil e também dedica seu tempo como voluntária em projetos sociais.

No conselho fiscal, recebemos Guilherme Amorim Campos da Silva. Pós-doutorando em Direito Econômico e Financeiro pela Universidade de São Paulo, Guilherme é doutor em Direito Constitucional, mestre em Direito do Estado e bacharel pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Sua vasta experiência de mais de 25 anos como professor universitário e orientador de trabalhos de Mestrado e Doutorado abrange temáticas relacionadas ao acesso à justiça, empresas e sustentabilidade. No momento, ele faz parte das Comissões de Direito Constitucional e da Especial de Direito Notarial e Registros Públicos da OAB/SP. Ademais, é membro do Grupo de Trabalho Estado Laico da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e integra os Conselhos Curadores da Fundação Gol de Letra e da Fundação Padre Anchieta/TV Cultura.

Na mesma equipe do Conselho Fiscal, Claudio Sertório assume o cargo de Presidente. Ele é Sócio Membro de diversos comitês da KPMG Brasil; Chair do Comitê de Remuneração dos sócios e Membro do Conselho Deliberativo da KPMG Prev. É formado em Economia – 1994 e Ciências Contábeis – 1999, ambas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC. É Conselheiro certificado pelo IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, turma 100. Coordenador e membro do Grupo de Trabalho de Bancos – GT1 – do IBRACON – Instituto Brasileiro dos Contadores; Instrutor de contabilidade no IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.

Para conferir a configuração completa dos novos conselhos, acesse aqui.

IDIS recebe Cida Bento para debate sobre branquitude

Na última semana, o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) teve a honra de receber a renomada autora e ativista Cida Bento em uma reunião com toda a equipe. O encontro, promovido pelo Comitê da Diversidade do IDIS, proporcionou aos colaboradores uma oportunidade única de dialogar e refletir sobre as questões abordadas no livro ‘Pacto da Branquitude’ (Cia da Letras, 2022)

 

A ocasião foi marcada por diálogos profundos e pela exploração das complexidades que envolvem o tema da branquitude, ambiente de trabalho e suas implicações na sociedade brasileira. O encontro ocorreu no Rubens Naves Santos Jr Advogados, localizado no Conjunto Nacional, em São Paulo, espaço cedido pelo conselheiro fiscal do IDIS e sócio do escritório de advocacia, Guilherme Amorim.

 

O livro é uma obra de destaque no cenário da luta contra o racismo no Brasil. A autora, que é fundadora do CEERT- Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades, aborda de maneira franca e crítica a questão da branquitude, um termo que descreve o privilégio racial que indivíduos brancos têm em uma sociedade predominantemente branca. Cida Bento conduziu uma conversa envolvente, compartilhando reflexões e perspectivas que desafiaram os participantes a repensarem experiências e atitudes em relação à questão racial.

 

 

Durante a fala, Cida enfatizou a importância de promover a inclusão e a igualdade racial em todos os setores da sociedade, e como isso é fundamental para a construção de um Brasil mais justo e diverso, principalmente em organizações da sociedade civil.

 

 

“Instituições mais equânimes ajudam a sustentar uma sociedade mais democrática”, pontua Cida Bento, autora do livro ‘O Pacto da Branquitude’. 

 

Os colaboradores do IDIS, puderam trazer perguntas acerca do livro e da temática e discutir estratégias para fomentar a inclusão e a equidade racial não só em em atividades individuais pessoalmente, mas também profissionais e junto a investidores sociais. 

 

O encontro, coincide com o período de realização do segundo censo interno do IDIS, que monitora o perfil demográfico da equipe nas temáticas da diversidade. Para Cida, realizar uma pesquisa interna é um dos importantes primeiros passos para o início de um processo de reconhecimento e de atuação em prol da temática. “Ouvir as recomendações da Cida para promoção de um ambiente mais diverso e saber que isso está em linha com propostas do Comitê de Diversidade mostra que estamos no caminho certo nessa jornada”, comenta Alexandre Gonçalves, líder do Comitê de Diversidade e analista de comunicação do IDIS. 

 

Esta reunião de equipe com Cida Bento integra uma série de iniciativas de reuniões e letramentos internos na jornada do IDIS em direção à promoção da diversidade e da igualdade racial, também alinhada à missão central do IDIS de fortalecer o investimento social no Brasil. Após a reunião, a equipe ainda teve espaço para que Cida autografasse os livros, cujos exemplares foram distribuídos previamente para toda a equipe. 

Conheça o Comitê de Diversidade do IDIS.

IDIS é reconhecido com Prêmio Empregabilidade Jovem

O IDIS foi uma das organizações reconhecidas pelo prêmio Empregabilidade Jovem Brasil, como um dos agentes que faz  a diferença pela inclusão produtiva no país. Durante o evento de premiação, ocorrido em 26 de maio, foi apresentado um levantamento inédito que mostrou que apenas 13% dos jovens de 18 a 24 anos no Brasil trabalham e estudam. Os números foram divulgados pela subsecretaria de Estatística e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner.

O evento pioneiro reuniu no Teatro CIEE, em São Paulo, mais de 450 pessoas de 200 instituições que trabalham em prol da inclusão do jovem no mundo do trabalho. Os dados levantados pela pesquisa serviram de base para um debate que abordou o papel do poder público, da educação, da Lei da Aprendizagem e do setor privado na busca de maior inclusão produtiva dos jovens brasileiros.

O evento também mostrou que o problema do desalento entre a juventude brasileira afeta de maneira mais significativa mulheres e a população negra. Mesmo representando cerca de 49% dos jovens brasileiros, as mulheres são 60% dos jovens que não estudam, não trabalham e não procuram trabalho. Já a população negra representa 68% deste grupo.

“Ficamos muito felizes com o reconhecimento, essa é uma causa muito relevante para o IDIS e para o desenvolvimento do nosso país. Parabenizo os organizadores da iniciativa por darem visibilidade aos desafios para a inclusão do jovem no mundo do trabalho.”

Paula Fabiani, CEO do IDIS

IDIS apresenta perspectivas e desafios da filantropia no Brasil em 2023

Um ano sempre começa com expectativas de renovação e, mais do que isso, de realização. Colocar em prática projetos, ampliar o conhecimento e desenvolver novos planos. Por meio desta iniciativa, buscamos trazer uma leitura do cenário, identificar ações inspiradoras e apontar caminhos para um investimento social privado mais estratégico e transformador.

Este exercício, feito diariamente pela equipe do IDIS, é compartilhado aqui com o Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2023. Não há a pretensão de traçar um quadro completo da realidade, mas de reunir elementos que contribuam para tomadas de decisões.

“Há exemplos de inovações, de novas metodologias e modelos de financiamento, de parcerias improváveis, de mudanças significativas, de novas formas de fazer diferente o que já estava dando certo. Que este elemento transversal seja também uma fonte de inspiração para você, como já é para nós”, explica Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Conheça abaixo as Perspectivas da Filantropia no Brasil:

PERSPECTIVA 1 – A POTENCIA (E A NECESSIDADE) DO DIÁLOGO COMO CONSTRUTOR DE PONTES

As soluções são encontradas na interação, exigem colaboração e contemplam múltiplas demandas e pontos de vista

PERSPECTIVA 2 – muito além de responsabilidade: legado

O que empresas deixam para as próximas gerações

PERSPECTIVA 3 – diversificação das formas de financiamento

Mais que nunca, otimizar e contribuir para a evolução das possíveis fontes de financiamento é necessário para a solução de desafios

PERSPECTIVA 4 – o número não é o ponto final

A  Avaliação de Impacto Social com monetização tem sido cada vez mais debatida e procurada, mas, descoberto o número, qual o próximo passo?

PERSPECTIVA 5 – emergências ambiental e social caminhando lado a lado

A interdependência entre clima, florestas e pessoas

PERSPECTIVA 6 – terceiro setor engajado na promoção de políticas públicas

A sociedade civil organizada fortalece a democracia e acelera mudanças sistêmicas

PERSPECTIVA 7 – fortalecimento da sociedade civil organizada: confiança, governança e transparência

A relevância das OSCs – organizações da sociedade civil cresce conforme aumenta a confiança da população nos trabalhos realizados

PERSPECTIVA 8 – filantropia familiar mostra a sua cara

Indivíduos e famílias assumem compromissos públicos em suas práticas de doação

Caso você queira ler sobre cada uma das perspectivas com as dicas e exemplos, confira abaixo:

Captcha obrigatório

Iniciativa do ICE para investimento em startups de impacto social é destaque na Folha de São Paulo

Investir em startups sociais em seus estágios iniciais pode ser um bom caminho para contribuir com a geração de impacto socioambiental. A iniciativa foi realizado pelo Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e, entre 2017 e 2018, alocou 2,8 milhões em 16 startups, responsáveis por atender a diferentes causas no setor. 

Segundo Beto Secretas, consultor sênior do ICE, em entrevista concedida à Folha de São Paulo, ao final do processo, pelo menos 12 das startups que receberam o dinheiro se manterão ativas e gerando impacto na ponta.

Uma avaliação de impacto realizada pelo IDIS sobre essa iniciativa (veja o case) constatou que “mesmo nos empreendimentos em que o valor aportado era suficiente para cobrir apenas poucos meses de despesas operacionais, o financiamento foi essencial para superar o conhecido ‘vale da morte’ das startups”.

Clique aqui para conferir a notícia na íntegra.

 

Avaliação de Impacto SROIAcesse mais conteúdos nesta temática produzidos pelo IDIS aqui.

Caso queira saber mais sobre Avaliação de Impacto e SROI ou queira conhecer nossos serviços, envie um e-mail para comunicacao@idis.org.br.

IDIS é eleito a melhor ONG de filantropia de 2022

Eficiência e excelência em gestão são fatores-chave para que organizações sociais alcancem impactos maiores nas causas que defendem. O Prêmio Melhores ONGs avalia boas práticas em quesitos como governança, transparência, comunicação e financiamento, e pela primeira vez, o IDIS recebeu o título de melhor ONG de Filantropia, Voluntariado e Apoio a Organizações da Sociedade Civil do Brasil. Além do prêmio na categoria especial, pelo quarto ano, o IDIS também foi reconhecido como uma das 100 melhores ONGs.

“Receber os Prêmios me deixa muito emocionada e realizada! Fizemos muitos investimentos em pessoas, processos e ferramentas para fortalecer o IDIS e nossos projetos. Terminar o ano com esta notícia reforça que estamos na direção correta”, conta Paula Fabiani, CEO do IDIS. “Isso é fruto da dedicação da nossa equipe e conselho, além da confiança depositada por nossos parceiros”, completa. 

Entre os destaques estão a sistematização do acompanhamento do planejamento estratégico, o monitoramento constante de indicadores, o investimento em plataformas de gestão financeira e CRM, a criação de um comitê de diversidade e inclusão e o crescente investimento em treinamento e desenvolvimento da equipe. O resultado foi a ampliação de projetos de consultoria com novos clientes e o fortalecimento de relacionamentos com quem já era da casa; o fortalecimento de projetos próprios como o Advocacy pelos Fundos Patrimoniais e o Transformando Territórios, e importantes produções no campo do conhecimento, como a realização da Pesquisa Voluntariado 2021, o Panorama dos Fundos Patrimoniais, o Seminário ESG e o Investimento Social Privado;  e o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Luisa Lima, gerente de comunicação na premiação do Melhores ONGs 2022, realizada em 25 de novembro na cidade de São Paulo

A seleção do prêmio é feita a partir de uma rigorosa avaliação realizada pelo Instituto “O Mundo que Queremos”, pelo “Instituto Doar” e pelo “Ambev VOA”, com apoio de pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Instituto Humanize e da Fundação Toyota do Brasil. 

Parabenizamos a todas as organizações que trabalham todos os dias em prol do desenvolvimento socioeconômico nas mais distintas causas e regiões do Brasil e que também receberam o reconhecimento. 

Confira a lista completa aqui.

Assista a premiação:

 

Você já ouviu falar em Institutos e Fundações Comunitárias?

O conceito de Fundação Comunitária surgiu nos Estados Unidos, mais precisamente em Cleveland/Ohio, em 1914, como uma solução para a dificuldade que os bancos encontravam em satisfazer o desejo de seus clientes de doar parte de seus recursos para organizações filantrópicas em testamento, pois não havia regras específicas para isso. Desde então, se espalhou pelos Estados Unidos tornou-se popular em outros países da América do Norte, Europa e mais recentemente, na África. De acordo com o Community Foundation Atlas, atualmente existem mais de 1.800 Fundações Comunitárias no mundo, que movimentam anualmente mais de USD 5 bilhões.

Mas o que são Institutos ou Fundações Comunitárias? Certamente você conhece ou já ouviu falar de organizações não governamentais (ONGs) que lutam em prol de uma causa como saúde, combate à fome, educação, meio ambiente, etc. Diferente das ONGs tradicionais, os Institutos ou Fundações Comunitárias atuam em um território geográfico específico, seja este um bairro, distrito ou até uma cidade ou região, e trabalham na solução dos problemas prioritários daquela localidade, ou seja, são multi-temáticos.

Os Institutos e Fundações Comunitárias se diferem também em outros princípios como:

  • Não executam projetos sociais, seu objetivo é apoiar financeiramente e tecnicamente iniciativas no território em que atuam;
  • Constroem conexões, capacidade e confiança dentro do território;
  • Servem como ponte entre os diversos atores de dentro e fora da localidade;
  • São gestoras de doação e doadores;
  • Buscam a construção de fundos temáticos e fundos patrimoniais para garantir perenidade de investimento no território;
  • Sua governança tem membros do território em sua composição.

Os Institutos e Fundações Comunitárias têm um modelo de organização social que fomenta o protagonismo local e empodera a comunidade reduzindo desigualdades, promovendo o desenvolvimento local sustentável e agindo como interlocutora dos diversos stakeholders (parte interessadas).

INSTITUTOS E FUNDAÇÕES COMUNITÁRIAS NO BRASIL

Hoje, no Brasil, apenas três organizações operam neste modelo: o Instituto Comunitário Grande Florianópolis, o Tabôa – Desenvolvimento Comunitário e o Instituto Baixada Maranhense.  Entendendo a importância deste tipo de instituição para o desenvolvimento social inclusivo, o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation, criou o programa Transformando Territórios, que vem fomentando a criação de mais Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, desde 2018.

Você já ouviu falar em Institutos e Fundações Comunitárias?

Evento – Fundação ABH (antes da pandemia de Covid-19)

Uma das organizações participantes é a Fundação ABH, que atua na periferia sul da cidade de São Paulo com o objetivo de gerar sustentabilidade e trazer investimento de maneira perene para a região, tendo sempre atores da comunidade envolvidos na concepção e desenvolvimento de todos as iniciativas que realiza. Com apoio do IDIS e do Programa Transformando Territórios, em 2021, a Fundação ABH criou o projeto PerifaSul 2050, que está sendo construído por meio de um processo colaborativo e empoderador, onde são identificadas as temáticas prioritárias para o território em curto, médio e longo prazo, junto aos atores locais. É um projeto ambicioso, pois vai além da construção de um plano, ele fomenta o protagonismo local, a construção de relações de confiança e cria uma visão e objetivos comuns para a região.

Para a Fundação ABH, é fundamental a participação e o envolvimento das pessoas do território. Se todos se percebem como parte do processo, entendendo seu papel e como podem contribuir para alcançar os objetivos em comum, a comunidade se torna protagonista na construção de soluções, na inovação de seus fazeres e o resultado desse processo pode ser exponencial.

O PerifaSul 2050 já identificou as três causas “guarda-chuva” prioritárias para o território: Inclusão Produtiva; Desenvolvimento Comunitário e Vida Digna e Bem-Estar. Estas causas contemplam ainda subtemas que são abordados e discutidos em cada reunião. A cada oficina, os atores sociais traçam atividades, metas, objetivos e os resultados esperados. André Benelli, participante do PerifaSul 2050 e membro do coletivo Fora de Frequência, reforça o foco no desenvolvimento local: “Acredito que todos os temas escolhidos são de extrema relevância e, de certa forma, todos estão associados com direitos básicos da vida em sociedade. Com isso, proporcionar ações que melhorem todos esses campos sociais, é contribuir e muito com o desenvolvimento humano no território sul da cidade de São Paulo”.

Transformando Territórios e Fundação ABH

Evento – Fundação ABH (antes da pandemia de Covid-19)

Assim como a Fundação ABH outras organizações estão se desenvolvendo como Institutos ou Fundações Comunitárias e participando desta mudança no cenário do terceiro setor e da filantropia social. O Programa Transformando Territórios está atuando em parceria com organizações em São Paulo, Minas Gerais, Amazônia, Rio de Janeiro, entre outros.

Saiba mais sobre o Programa Transformando Territórios.

Por Marina Fay, Diretora-Executiva da Fundação ABH, e Paula Fabiani, CEO do IDIS

Programa de Estágios do IDIS promove desenvolvimento de jovens no terceiro setor

Inscrições devem ser realizadas até 7 de novembro, para início do estágio em 1º de fevereiro de 2023

Organização com mais de 20 anos de história, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social busca estagiários para integrarem sua equipe em diferentes áreas. Por meio de experiência prática, os jovens poderão aprender e se desenvolver em temas relacionados ao investimento social privado, cultura de doação e terceiro setor. Em suas atividades, apoiarão o direcionamento adequado de doações realizadas por empresas, famílias e organizações da sociedade civil (OSCs), contribuindo para diferentes causas e para impacto social positivo.

Nesta seleção, os estagiários atuarão em projetos relacionados a:

  • Consultoria em Projetos (veja os requisitos aqui) – 7 vagas
  • Administrativo-financeiro (veja requisitos aqui)- 1 vaga
  • Captação de recursos (veja requisitos aqui)- 1 vaga
  • Comunicação (veja requisitos aqui) – 1 vaga

Ao todo, serão selecionadas 10 pessoas 

Os estagiários são responsáveis por dar suporte à execução das atividades conduzidas e apoiadas pelo IDIS, garantindo cumprimento de prazos, qualidade nos produtos desenvolvidos e serviços prestados. Leia com atenção as instruções sobre o processo de seleção e os requisitos para participação.

Inscreva-se pelo 99jobs.

ETAPAS E DATAS IMPORTANTES:


Inscrições: 14/10 a 5/11

O envio de currículos deve ser feito de forma online, na plataforma 99Jobs, quando os candidatos serão solicitados também a fazer testes de habilidades específicas. Inscreva-se.

Apresentação sobre o IDIS (online): 9/11 às 17h e 10/11 às 11h

Neste encontro com uma hora de duração, os gestores do IDIS apresentarão a organização e poderão tirar dúvidas sobre a atuação dos estagiários. A participação é obrigatória.

Dinâmicas de grupo (presencial): de 14 a 25/11

Nesta etapa queremos identificar as habilidades e competências dos interessados a partir de um exercício prático. Haverá opções de horário no período da manhã e da tarde. A atividade tem duração prevista de 4 horas.

Entrevista com gestores: 28/11 a 09/12

É chegada a hora de conversar com os potenciais gestores. Os candidatos terão a possibilidade de contar mais sobre si e suas expectativas em relação ao estágio.

Retorno para os candidatos + processo admissional: a partir de 12/12

O processo chegou ao fim! Todos os candidatos que chegaram até esta etapa serão contatados e orientados sobre os próximos passos.

Previsão de início: 1/2/23

BENEFÍCIOS

Bolsa estágio, vale-transporte, vale-alimentação, folga no dia de aniversário, credencial plena do Sesc.

LOCALIZAÇÃO

São Paulo – SP (próximo à estação Pinheiros do metrô e trem)

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimento, consultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a cocriação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

 

Mapeamento destaca organizações dispostas a apoiar empresas na jornada de práticas ESG e Sustentabilidade

É crescente a demanda de empresas por parceiros que os apoiem em sua jornada de geração de impacto positivo e adoção de práticas ESG e de sustentabilidade.

Pensando nisso, o Quintessa e o Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) lançaram, em parceria, o mapeamento ‘Caminhos para o Impacto Positivo’, com organizações que integram esta cadeia de valor. Entre os destaques, o IDIS, como parceiro nos caminhos de acesso a capital; desenvolvimento humano e de cultura organizacional; estratégia de iniciativas e práticas e mensuração, reporte e certificação.  .

“Para o IDIS, o envolvimento com a pauta ESG foi um movimento natural. É essencial que o Investimento Social Privado, o engajamento com causas e a relação com as comunidades de empresas se conectem cada vez mais com a estratégia.” comenta Marcos Manoel, diretor de projetos no IDIS.

No estudo, foram identificadas nove trilhas que as empresas podem seguir para gerar impacto por meio de seus produtos, serviços e/ou operações e 44 organizações que já possuem resultados concretos de implementação foram listadas no material.

 

Conheça o mapeamento completo e todas as organizações reconhecidas.

Para comemorar Dia Nacional da Filantropia, IDIS prepara Playlist de vídeos de entrevistas como importantes nomes do setor

No dia 20 de outubro é comemorado o Dia Nacional da Filantropia, uma data de celebração e lembrança sobre a importância da conscientização da filantropia e de práticas de voluntariado para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. 

Para celebrar a data, o IDIS preparou uma playlist de vídeos das sessõesEm conversa com…”, tradicional momento do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais que reúne grandes nomes do setor brasileiro e internacional para conversas profundas sobre a filantropia no Brasil e no mundo.

Nas entrevistas, os palestrantes compartilham suas percepções sobre tendências do investimento social privado com base em suas experiências práticas como filantropos, investidores sociais e pessoas ativas no setor.

A sessão já recebeu figuras como Elie Horn, Presidente do Conselho do Instituto Cyrela; Henry Timms, CEO da 92Y e criador do Dia de Doar; Marina Feffer, membro do conselho da Fundação Arymax; Luiz Fernando Figueiredo, fundadora da Fefig; Antônio Carlos Pipponzi, filantropo e presidente do conselho do Instituto ACP; Jayme Garfinkel, filantropo e ex-presidente da Porto Seguro e, na última edição, Sonali Patel, sócia da Bridgespan Group.

Confira todos os vídeos aqui.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Sonali Patel, sócia da Bridgespan Group, na sessão “Em conversa com…” do Fórum de Filantropos e Investidores Sociais 2022. Foto: Andre Porto

Avanço do Brasil no Índice de Solidariedade mostra caminhos para fortalecer filantropia

Texto publicado originalmente no blog do Movimento por uma Cultura de Doação.

No último dia 4 de outubro, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e o Movimento por uma Cultura de Doação (MCD), com apoio da Conexão Captadoras, reuniram ativistas, pesquisadoreas e representantes de organizações da sociedade civil e de empresas para um debate sobre a recente publicação do Índice Global de Solidariedade (WGI, da sigla em inglês ‘World Giving Index’). Divulgado no final do mês de setembro, o índice trouxe o Brasil na 18ª colocação, o que representa um salto de mais de 35 posições entre os 119 países que integram o levantamento. Em 2020, o país figurava na 54ª colocação.

A fim de fomentar o debate sobre o cenário brasileiro, Paula Fabiani, CEO do IDIS, Andrea Wolffenbüttel, membro do comitê coordenador e líder do mandato de Comunicação do MCD, Pamela Ribeiro, coordenadora de projetos especiais no GIFE e membro do comitê coordenador do MCD; e Ana Flavia Godoi, fundadora da Rede Captadoras e consultora sênior de Mobilização de Recursos do Fundo Baobá, apresentaram e refletiram sobre os dados.

Paula Fabiani chamou a atenção para o item ‘Ajuda a um desconhecido’, que apresentou o maior crescimento em nível global dos três tópicos levantados. Isso representa cerca de três bilhões de pessoas, resultando na pontuação mais alta desde a primeira edição da pesquisa, em 2009. Este item saltou de 55%, em 2020, para 62% em 2021. Além da ajuda a um desconhecido, a pesquisa também considera ‘doações de dinheiro a organizações’ e ‘trabalho voluntário’. “Claramente houve um efeito da pandemia, mas outros temas também fizeram as pessoas se engajarem em uma ação, como as mudanças climáticas”, analisou.

Enquanto, na Europa, os países são melhores colocados na doação de dinheiro a organizações, na América Latina a ajuda a um desconhecido teve um desempenho melhor do que a média global, de 40%. Dos 17 países do bloco, apenas Peru (39%), Chile (38%), Panamá e El Salvador (36% cada) ficaram abaixo da média; Brasil e Argentina dividem a liderança, ambos com 47%.

No Brasil, apesar do grande avanço na ajuda a desconhecidos – que foi de 63% para 76% e colocou o país em 11º posição neste item – o índice que mais apresentou crescimento foi a doação a organizações, que avançou 15 pontos percentuais e chegou a 41%.

Mesmo com cautela, Pamela Ribeiro, coordenadora de projetos especiais no GIFE, se mostra otimista com os dados apresentados e indica que eles podem representar um fortalecimento da Cultura de Doação no país. “Quando a gente associa esse crescimento expressivo do engajamento dos brasileiros na doação de dinheiro a outros dados, como o aumento da confiança, isso indica pra gente um futuro bastante promissor”, projetou.

Os dados, na visão de Pamela, podem representar ainda uma ‘resposta dos brasileiros’ ao contexto político e institucional atual. “A retração de políticas públicas e a restrição de acesso aos direitos básicos podem ter estimulado a busca por um caminho alternativo, que é a sociedade civil organizada”, sugeriu a coordenadora.

Por considerar a nova posição do Brasil um lugar ‘poderoso’ e estratégico também para o setor de captação, a fundadora da Conexão Captadoras, Ana Flavia Godoi, destacou a importância de profissionalizar o campo e investir na formação de profissionais e estruturação de setores voltados especificamente para isso. “Quem não tem entendido a captação como um campo profissional pode ter perdido doações nesse período”, sugeriu.

Para Ana Flavia, os números representam mais pessoas praticando a solidariedade e confiando nas organizações, e afirma que “Cabe a nós, do lado de cá, estarmos preparadas para dialogar com essas pessoas e construir uma jornada para esses possíveis doadores. Tendo uma cultura de captação caminhando ao lado da cultura de doação, podemos estimular a construção de uma sociedade civil fortalecida”, explicou.

O evento contou com a participação de mais de 60 pessoas do campo. Andrea Wolffenbüttel, líder do mandato de Comunicação do MCD, destacou a importância do debate para duas das diretrizes criadas pelo MCD para a cultura de doação: Fortalecimento do Ecossistema da Cultura de Doação (Diretriz 5) e Narrativas Engajadoras (Diretriz 2).

“Toda vez que você tem dados e conhece melhor, você consegue entender e discutir com mais propriedade e consegue tomar decisões mais qualificadas. Ter esses dados e discuti-los é fundamental para o fortalecimento do nosso campo. Além disso, é importante termos narrativas que engagem as pessoas na doação; esses dados podem nos ajudar a construir essas narrativas engajadoras”, explicou a jornalista.

Faixa etária e gênero

A última edição do WGI também trouxe dados relacionados à idade e ao gênero dos respondentes. No quesito doação em dinheiro, a faixa que mais se mobilizou foi a de mais de 50 anos, onde aproximadamente 50% afirma ter feito uma doação. A faixa mais jovem (15-29), no entanto, também teve um crescimento acentuado e cada vez mais se aproxima da faixa imediatamente superior, de 30 a 49 anos.

“Uma grande surpresa que tivemos é o público masculino, que vem doando mais recursos. Nós tínhamos a percepção que o público feminino doava mais, e isso foi comprovado pela Pesquisa Doação Brasil, mas nesse último ano a gente teve o público masculino praticando mais a doação de dinheiro que as mullheres”, indicou a dirigente do IDIS, Paula Fabiani.

Para Pamela Ribeiro, essa mudança de posição pode ser um resultado da crise, principalmente social e econômica, enfrentada no país. “A gente sabe que esse tipo de situação afeta muito mais as mulheres, então a doação de dinheiro pode estar sendo impactada por isso”, levanta a hipótese.

No voluntariado, a situação é um pouco diferente, a faixa etária que mais atua nesse quesito é a de 30-49 anos, com desempenho próximo dos 27%, seguida pelas demais, quase empatadas. As mulheres se engajaram mais que os homens nesse tipo de ação, ainda que o registro histórico mostre uma alternância ao longo dos anos.

BNDES seleciona Parceiro Gestor de iniciativa para ampliar saúde no Norte e Nordeste

Consórcio formado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e pelo Impulso Gov é selecionado para gerir o Juntos pela Saúde

Matchfunding irá financiar a instalação de novas tecnologias para ampliar o atendimento da população. Com incentivo à participação de doadores privados, BNDES dobrará qualquer doação ao programa. Ação já tem adesão da Vale, que aportará R$ 34 milhões

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) selecionou o consórcio formado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e pelo ImpulsoGOV como gestor da iniciativa Juntos pela Saúde. Participaram da concorrência outras três instituições.

Lançada em junho, a iniciativa tem como objetivo ampliar o investimento em tecnologia e equipamentos para o acesso da população brasileira à saúde, além de melhorar a prestação dos serviços do SUS nas regiões Norte e Nordeste do país – principalmente por meio do fortalecimento da atenção primária.

Para tanto, o BNDES se vale da estratégia do matchfunding, na qual dobra o valor aplicado por outros doadores do setor privado. A iniciativa busca reunir R$ 200 milhões em recursos não-reembolsáveis (R$ 100 milhões do Banco), que serão aplicados em unidades de saúde públicas e filantrópicas que atendem ao SUS para investimentos em obras, aquisição de equipamentos, informatização, melhorias de gestão e campanhas de saúde.

Até o momento, já há a intenção declarada de aporte da Vale, no valor de R$34 milhões, com a aplicação do mesmo valor por parte do BNDES. Estes recursos devem ser aplicados no fortalecimento da atenção primária nos municípios do entorno das operações da Vale no Estado do Maranhão, com a expansão da experiência exitosa do projeto Ciclo Saúde, da Fundação Vale. Os recursos do Banco são provenientes do Fundo Socioambiental do BNDES.

O gestor contratado será responsável pelo apoio à captação de recursos e pela realização de seleções públicas de projetos e/ou a estruturação de projetos passíveis de apoio, no valor mínimo R$2 milhões. Todas as propostas serão submetidas a um comitê de validação, com a participação paritária entre o BNDES e os doadores.

O gestor do projeto terá a atribuição também de receber os recursos do BNDES e das demais instituições apoiadoras e repassá-los para os projetos contemplados, acompanhando a aplicação e monitorando os resultados. A gestão do Juntos pela Saúde se dará em atendimento aos requisitos de governança corporativa e compliance, com estabelecimento de metas mensuráveis, contratação de auditoria externa, divulgação dos resultados e realização de seleções públicas. Além de melhorar o acesso à saúde para as pessoas, a iniciativa tem como metas a eficiência e a transparência dos investimentos.

“Para o IDIS é um grande orgulho esta conquista. Com nossa experiência em gestão de doações e criação de estruturas robustas de governança, como no Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil e o Fundo de Investimento Social Privado pelo Fim das Violências contra Mulheres e Meninas, certamente foram determinantes para demonstrar nossa capacidade na entrega de um projeto tão importante e complexo”, comenta Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Fundado em 1999, o IDIS é considerado uma das organizações pioneiras no apoio técnico para o investidor social no Brasil. Já a ImpulsoGov tem como objetivo aprimorar as políticas de saúde por meio do uso inteligente de dados e tecnologia.

A expectativa é que o consórcio selecionado seja contratado em dezembro, após análise técnica e jurídica do BNDES, e que, em 2023, comece a trabalhar na seleção e estruturação dos projetos.

Mais informações sobre o Juntos pela Saúde clique aqui.

Fórum IDIS 2022: importância da colaboração e a evolução da filantropia

Aconteceu em setembro, em São Paulo, a 11ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. Promovido pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, o evento que busca acelerar soluções por meio das conexões e fomentar a filantropia no país.

Com o tema COLABORAÇÃO, as sessões abordaram assuntos como ESG, transformação territorial, avaliação de impacto, fundos patrimoniais e muito mais. Ao longo do dia, participaram mais de 40 palestrantes do Brasil e internacionais. Estiveram presentes 220 convidados e houve mais de 1.800 visualizações da transmissão ao vivo.

“Foi muito rico poder retornar aos eventos presenciais e promover o Fórum com tantas discussões essenciais para o amadurecimento da filantropia no Brasil”, comentou Paula Fabiani, CEO do IDIS.

VEJA O ÁLBUM DE FOTOS DO EVENTO

Sozinho se vai rápido. Juntos se vai longe e ainda mais rápido

A abertura do evento teve a participação de Celso Athayde (CUFA), Mônica Sodré (RAPS), Neil Heslop (CAF) e Atila Roque (Fundação Ford). Representantes da sociedade civil, abordaram a importância da colaboração para encontrarmos respostas aos desafios que temos como sociedade e qual é o caminho que, idealmente, devemos percorrer.

A mesa ‘Sozinho se vai rápido. Juntos se vai longe e ainda mais rápido’, logo de cara, já deu tom ao evento que, em toda sua programação buscou diferentes olhares para a colaboração. Celso Athayde destacou o papel fundamental da colaboração em ambientes de desigualdade social, pois “é isso o que mantém a população persistente e evoluindo”. Nesse sentido, a filantropia também possui o papel de viabilizadora desse impacto.

Os palestrantes destacaram que a honestidade, diversidade e empatia são valores necessários para que o trabalho em colaboração seja efetivo, além é claro de um foco real em alcançar objetivos concretos e de longo prazo.

 Assista ao debate:

Ainda trazendo um olhar amplo sobre o tema, Ana Buchaim (B3); Luiza Helena Trajano (Magazine Luiza e Grupo Mulheres do Brasil); Marcílio Pousada (RaiaDrogasil) e Rodrigo Pipponzi (Grupo MOL e Movimento 1% Brasil) trouxeram a perspectiva coorporativa.

Na plenária ‘ESG: empresas colaborando contra a desigualdade’, o destaque entre os palestrantes foi o debate sobre a importância de as companhias assumirem publicamente compromissos com a sociedade. “É impressionante a força de uma empresa quando elas abraçam uma causa para valer”, destacou Luiza Helena Trajano, e ainda realçou o quanto ainda precisamos estar atentos aos resultados da crise que enfrentamos por conta da Covid-19. “Nós não entendemos ainda o que a Covid fez com a sociedade. O perfil profissional, o perfil das empresas, do consumidor, as prioridades das pessoas“, comentou.

A programação teve ainda a participação dos vencedores de 2021 do ‘Prêmio Empreendedor Social’ da Folha de S. Paulo, que puderam apresentar suas iniciativas e propósitos de atuação. Infelizmente, Stellinha Moraes, da organização Anjos da Tia Stellinha teve um problema de saúde e não pode estar presente.

Conheça um pouco da história de cada um:

Causas e temas

Os participantes do Fórum tiveram a oportunidade de também mergulhar em assuntos mais específicos e, durante a programação, em alguns momentos, puderam se dividir conforme seus interesses.

Assuntos relacionados ao meio ambiente foram abordados em dois momentos distintos, com chamados diretos à ação da comunidade filantrópica.  A bióloga e ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Terixeira, destacou os desafios contemporâneos e os desafios globais que dizem respeito ao meio ambiente e a luta pela redução das desigualdades. “A filantropia tem um papel estruturante e estratégico, que pode nos levar à situação de sair do greenwishing para o greendoing”. A atriz e ativista ambiental Christiane Torloni, por sua vez, trouxe uma mensagem forte, compartilhando o significado da palavra “florestania”. Contou suas ações em prol do meio ambiente e convocou os participantes a agir.

Para debater como o desenvolvimento sistêmico de um território é mais potente e mais longevo com o engajamento da comunidade, subiram ao palco Agustín Landa (Lanza e Alliance Magazine), Fernanda Bombardi (ICE – Instituto de Cidadania Empresarial) e Hermes de Sousa (Instituto Cacimba); moderados por Lúcia Dellagnelo (ICOM e CIEB).

O painel destacou como o modelo de institutos e fundações comunitárias pode contribuir para fortalecer os atores locais ao estabelecer vínculos com públicos externos, fomentando a colaboração, criando conexões de impacto e fomentando uma cultura de doação e colaboração local. Também foi abordado o contexto dos investimentos de impacto, que levam a força dos negócios de impacto para apoiar o desenvolvimento de um território, demonstrando que com a colaboração é possível ajudar e construir mudanças perenes em territórios com grandes vulnerabilidades.

A sessão ‘Cultura Avaliativa: gestão estratégica para impacto positivo’, por sua vez, discutiu os benefícios e desafios das avaliações de impacto como parte integrante da cultura das organizações, trazendo o ponto de vista de financiadores e projetos beneficiados.

Louize Oliveira, do Instituto Sicoob e uma das palestrantes da mesa destacou que o processo avaliativo foi muito rico para a empresa e todos os stakeholders envolvidos em suas iniciativas sociais.  “Durante todo o percurso avaliativo notamos que o ganho de valor estava além da mensuração do impacto gerado, bastante importante, mas também na geração de conhecimento e reconstrução dos processos do que a empresa já vem fazendo”.

O evento trouxe também o debate sobre novas formas de doação e filantropia e de que maneira o mercado vem inovando nesse sentido. As mesas ‘Plataformas amplificando impacto’ e ‘Fundos filantrópicos: colaboração multissetorial’ trataram disso.

A primeira apresentou diferentes perspectivas, formatos e plataformas, e como eles podem gerar um ambiente favorável para a colaboração e doação. Com a participação de Flavia Rosso (iFood), João Paulo Pacífico (Grupo GAIA) e Mafoane (Meta) e mediados por Carlos Pignatari (Ambev) os convidados ressaltaram o quanto as alternativas de modelos de financiamento para a atuação filantrópica são necessárias para evoluirmos no impacto social.

No painel de Fundos Filantrópicos: colaboração multissetorial, o debate girou em torno da conceitualização da temática, trazendo exemplos de diferentes arranjos que contribuem para a sustentabilidade de causas e organizações apresentando cases dos palestrantes que já trabalham com o mecanismo. Mediados por Renata Biselli (Santander), estiveram na mesa Daniela Grelin (Instituto Avon), Fabio Lesbaupin (Estímulo 2020) e Osmar Lima (BNDES)

A interação e as conversas se intensificaram durante o almoço, quando 18 especialistas foram anfitriões de mesas temáticas. Entre os temas debatidos, a equidade racial, ações para o atingimento dos ODSs, estratégias para a filantropia familiar, mecanismos de resposta à situações emergenciais, criptofilantropia, e muito mais.

Interpretação do passado e olhares para o futuro

A entrevistada da tradicional sessão “Em conversa com…” foi Sonali Patel, sócia do Bridgespan, grupo responsável por intermediar a doação de USD 17 milhões de MacKenzie Scott a 16 organizações brasileiras, em março deste ano. Sonali abordou  as mudanças que tem observado na forma como os filantropos estão fazendo seus investimentos sociais. Ela acredita que a colaboração entre filantropos vem crescendo – eles trocam conhecimento e confiam mais nas organizações onde fazem seus investimentos.

Cassio França (GIFE), Giovanni Harvey (Fundo Baobá para Equidade Racial), Donzelina Barroso (Rockfeller Philanthropy Advisors) e Georgia Pessoa (Instituto Humanize) trouxeram o debate de como, no ecossistema filantrópico, há entes que contribuem para acelerar e potencializar interações, criando as condições mais favoráveis para ações transformadoras. Metodologias e mecanismos fortes possuem esse importante papel.

“Os negócios como eram feitos já não funcionam mais. Isso exige uma mudança de mentalidade e habilidades para que doadores, filantropos e instituições possam colaborar de forma estratégica e sistêmica”, destacou Donzelina na mesa ‘Metodologias e redes para o fortalecimento da filantropia’.

Fechando a programação do dia, Atti Worku (African Visionary Fund), Carola Matarazzo (Movimento Bem Maior), Matthew Bishop (Catalyst 2030) e Benjamin Bellegy (WINGS), abordaram ‘Desafios e perspectivas para a filantropia sob a ótica da colaboração’.

“Os negócios estão aprendendo a colaborar melhor em prol do impacto social, mesmo no mercado competitivo”, destacou Matthew; “Acredito que todas as instituições atualmente precisam estar muito atentas a qual seu propósito, seus objetivos claros e responsabilidade. Demonstrando que a entrega não é apenas material, mas que pensa no impacto positivo para a sociedade”, acrescentou.

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é uma realização do IDIS com parceria do Global Philanthropy Forum e a CAF – Charities Aid Foundation. Esta edição teve apoio prata da Ford Foundation; apoio bronze de Ambev, B3 Social, BNP Paribas Asset Management, Fundação Arymax, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Sicoob, Movimento Bem Maior, Raia Drogasil e Santander. A revista Alliance foi a parceria de mídia.

Empreendedores sociais pedem compromisso de candidatos com a Agenda 2030

Catalyst 2030 Brasil divulga carta aberta para incorporar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na gestão pública

Empreendedores sociais de todo Brasil publicaram uma carta aberta para candidatos e candidatas a cargos públicos em disputa nessas eleições. No documento, elencam oito compromissos e ações concretas para fortalecer a Agenda 2030 na gestão pública.

A ação foi organizada pelo Catalyst 2030 Brasil, rede global que atua em rede para tornar o mundo melhor e mais justo para todos e, com a carta, apresenta sugestões  criar ambiente e condições para acelerar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Até o momento, a iniciativa já conta com mais de sessenta assinaturas de organizações e empreendedores de impacto.

Nós do IDIS, somos membros fundadores do Catalyst 2030 e assinamos a carta. Convidamos você a participar também desse movimento. No contexto brasileiro são muitos os temas que precisam ser endereçados e apenas por meio da colaboração e fortalecimento dessas metas, isso é possível.

“Estamos diante de inúmeros desafios. A agenda dos ODS nos orienta na direção da solução de problemas que precisamos resolver urgentemente. Não temos tempo a perder e precisamos que todas as lideranças públicas estejam engajadas em colaboração com o setor privado e com a sociedade civil organizada”, argumenta Erika Sanchez Saez, membro do Catalyst 2030 BR e Diretora Executiva do Instituto ACP.

Clique aqui e acesse à carta 

Ou confira o conteúdo na íntegra abaixo.

Carta de Compromisso com a Agenda 2030 e os 17 ODS aos Candidatos e Candidatas das Eleições 2022

As pessoas e organizações signatárias desta carta se dirigem aos candidatos e às candidatas das eleições de 2022 para pedir o seu apoio e compromisso com os principais desafios coletivos tão bem traduzidos pela Agenda 2030, por meio dos 17 ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Somos um grupo de empreendedores de impacto, intra-empreendedores, inovadores e empreendedores sociais que, por meio do capítulo brasileiro do Movimento Global Catalyst 2030, promove  soluções inovadoras e a colaboração como estratégia fundamental e transversal para o alcance dos ODS em todo o planeta. O Movimento surgiu no Fórum Econômico Mundial, a partir da articulação de organizações internacionais como Ashoka, Skoll Foundation e Schwab Foundation, e reúne empreendedores sociais em 197 países que, juntos, impactam positivamente a vida de mais de 2 bilhões de pessoas. Continue lendo

Com confiança e estratégia, a solidariedade é ainda mais forte!

Paula Fabiani – CEO do IDIS
Texto publicado originalmente pela Folha de São Paulo em 21/08/2022

O brasileiro é conhecido por ser um povo solidário, mas até recentemente, não tínhamos dados para afirmar se existia, de fato, uma cultura de doação no país. Em 2015, a primeira edição da Pesquisa Doação Brasil, realizada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, relevou que mais de três quartos da população havia feito uma doação – seja dinheiro, bens ou tempo, na forma de voluntariado. A segunda edição, com dados de 2020, constatou que as classes mais privilegiadas passaram a se engajar mais e a percepção geral sobre doação passou a ser mais positiva. Por outro lado, metade dos entrevistados disse não conhecer o papel das organizações da sociedade civil (OSCs) e 33% afirmou não ter certeza se o ato de doar faz alguma diferença. Naquele ano, doações em dinheiro a OSCs somaram R$ 10,3 bilhões, o equivalente a 0,14% do PIB.

Se por um lado constatamos que existe engajamento, também identificamos espaço para crescer e amadurecer. Em relação a outros países, em 2021, o Brasil se encontrava na posição 54 entre 114 nações na prática da solidariedade, segundo o World Giving Index, publicado pela britânica Charities Aid Foundation.

Quando consideramos o investimento social de empresas e famílias, os levantamentos também mostram mudanças. Durante a pandemia, os recursos investidos em causas atingiram seu recorde. De acordo com o Censo GIFE 2020, o montante total investido foi de R$ 5,3 bilhões – aumento de 53% em relação a 2018. Apesar do grande volume, ele não foi igualmente distribuído. Naquele ano, enquanto mais de três quartos dos entrevistados financiaram projetos nas áreas de Educação e Assistência, em especial em ações para o enfrentamento da Covid-19, menos da metade investiu em causas de grande relevância para o país como Meio Ambiente, Defesa de Direitos e Democracia e, apenas 36%, em Fortalecimento da Gestão Pública ou em Ciência e Tecnologia. Mais uma vez, os dados mostram que há possibilidades de evolução.

É preciso um olhar estratégico na prática da filantropia para que ela seja poderosa e transformadora. É preciso focar em sanar as causas dos problemas socioambientais, e não apenas seus efeitos. E essa tomada de consciência é necessária em toda a sociedade. A boa notícia é que estamos dando passos importantes nessa direção. Durante a pandemia de Covid-19, muitos doaram para aliviar o sofrimento dos grupos mais vulneráveis, uma abordagem assistencialista extremamente necessária naquele momento. Por outro lado, diversos doadores sabiam a mudança que queriam provocar, e desenvolveram tecnologias e caminhos inovadores para gerar impacto positivo. Doaram com rapidez e confiança nas OSCs. E as entidades beneficiárias responderam criando redes de apoio para levar ajuda a todos que precisavam.

Esse momento raro, do casamento da confiança com a estratégia, trouxe frutos maravilhosos e modificou a maneira como atuamos. Ouso acreditar que corporações e famílias com mais recursos ainda estão sob o efeito mágico produzido pelas transformações que foram capazes de gerar. E buscam evoluir na sua prática filantrópica, refletindo, monitorando e avaliando o impacto produzido na sociedade.

Testemunhamos um número crescente de empresas preocupadas com agenda ASG (ambiental, social e governança). Por parte das famílias mais privilegiadas, ainda que sutil, vemos um aumento da constituição de fundos patrimoniais filantrópicos, instrumento que permite perenizar o investimento social. Acompanhamos também o surgimento de ações colaborativas, fundamentais para acelerar mudanças socioambientais em linha com os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

O debate sobre a importância da filantropia foi impulsionado pela pandemia, e correntes de solidariedade surgiram em todo país. Vemos que a confiança e as estratégias estão amadurecendo, na medida em que aprendemos que o ato de doar tem o poder de mudar realidades. Mas, se quisermos realmente contribuir para a redução das desigualdades sociais no país, precisaremos da união entre empresas de todos os setores e portes, organizações da sociedade civil, governos e todos os brasileiros e brasileiras. O caminho é longo, mas o fundamental já temos, que é a solidariedade e o desejo de um Brasil justo e sustentável.

Voluntários: luzes em tem tempos de escuridão!

Por Ricardo Martins, fundador e presidente da ONG Olhar de Bia e fundador da Rede Conectados do Terceiro Setor, voluntário por missão e vocação. 

Missão ou vocação?  Ser voluntário é atender ao chamado maior que nos coloca para doar o que temos de mais precioso: nosso tempo! Nossas expertises, conhecimentos e a nossa história! Doar o que temos de melhor para outras pessoas ou causas. 

Em tempos de pandemia, nos colocamos na linha de frente sem medo, ou melhor, se o medo existiu fomos com ele mesmo. E de uma forma tão particular formamos e demos musculatura a uma rede de atores, a Conectados do Terceiro Setor. 

De uma maneira muito simples e com informalidade indivíduos e organizações, as INGs (Indivíduos Não Governamentais) e as ONGs (Organizações Não Governamentais) se uniram para ajudar! Algumas organizações bem estruturadas, inclusive na gestão de seus voluntários, mas outras apenas grupos de trabalho, com muita vontade de estar junto, de apoiar e de doar trabalho, tempo e recursos nesses tempos tão desafiadores de pandemia e distanciamento social. Desejo de ser a diferença em um mundo tão indiferente. A rede se formou não estamos sozinhos, reunimos pessoas empáticas, que descruzaram seus braços para fazer o bem!  

Não havia necessidade de formalizar, de assinar compromissos e de medir resultados: eram tempos de realizar, de atender as demandas, de prover e conter as necessidades e os resultados eram sorrisos e agradecimentos. O grupo foi chamado de os doidos do bem! Mas depois foram reconhecidos como luzes em tem tempos de escuridão! Com os Conectados, conseguimos ter na prática que para fazer o bem de fato, não é necessário termos tantas e tantas regras, leis, letramento que, infelizmente, afastam quem quer apoiar e bate à porta para ajudar em tempos de emergências. 

Agora, um novo momento! Construímos uma rede de confiança, pessoas com o mesmo propósito, que, apesar de fazerem o bem por caminhos diversos, seja na educação, na assistência, meio ambiente, sustentabilidade, etc., possuem valores comuns, e ainda o desejo de diminuir desigualdades, trazer qualidade de vida e justiça para todos. É momento de dar condições aos projetos e ao movimento, que estava na informalidade décadas, a profissionalização. A força do voluntariado vai construir isso! São gestores, advogados, contadores, assistentes sociais, publicitários, administradores e mentores que, neste novo tempo, trarão condições de estruturar, por meio de legislações e treinamentos, a melhoria contínua da rede para seguir apresentando e trazendo o melhor para quem necessita, com urgência de ser atendido e acolhido. 

Que a pesquisa do Voluntariado no Brasil perceba que quem vem para o voluntariado, de maneira organizada ou na informalidade, tem a finalidade de cuidar de gente, construir um mundo cada vez melhor! É ouvir sua Vocação, realizar sua Missão, começando sempre pelo AGORA.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

Acesse o site da Pesquisa Voluntariado no Brasil

Potencialidades e complexidades do voluntariado

Por José Alfredo Nahas, superintendente da Organização Não Governamental Parceiros Voluntários, líder da equipe Executiva.

Estamos olhando do jeito certo para o voluntariado? Se você gosta de cinema, provavelmente já fez esse exercício: depois de assistir a um filme, chegou em casa, leu uma ou mais resenhas a respeito dele e, nessa pesquisa, descobriu que a obra era muito mais profunda e incrível do que pareceu na primeira vez.

Normal. Nem sempre o maior valor das coisas está na superfície visível. É preciso de tempo, de vivência e de experimentar diferentes perspectivas para enxergar todas as faces de um trabalho. 

Essa dinâmica, aliás, não se limita à arte. E é justamente por isso que vou tomar o raciocínio emprestado para tratar de um tema completamente diferente, mas que também precisa de um segundo olhar para ser bem compreendido: o voluntariado.  

Provavelmente, não há nenhum entre os 209 milhões de brasileiros que veja o trabalho voluntário de forma negativa. As pessoas reconhecem o valor que existe em alguém disponibilizar o seu tempo, conhecimento e emoção para o bem do outro sem pedir nada em troca. 

No imaginário coletivo, contudo, o voluntariado surge muitas vezes como uma boa ação eventual e voltada a tarefas de baixa complexidade operacional. É o caso clássico de mutirões para pintar as paredes de uma escola, recolher o lixo após um evento ou fazer reparos técnicos em uma organização social. 

Não há nada de errado com as ações desse tipo. O problema está em retratá-las de forma caricatural, simplista, e depois usar a caricatura como representação universal do trabalho voluntário. 

É desse percurso que nasce a ideia perigosa de que o trabalho voluntário é uma ação nobre, mas de baixo impacto e sem valor estratégico. Essa visão não é só equivocada: é injusta, porque desvaloriza o esforço de milhares de organizações e de milhões de pessoas engajadas na causa. 

Aqui, há duas distinções fundamentais a fazer:

Primeiro, separar o voluntariado de ocasião do voluntariado organizado. Esse último, à diferença do que pode sugerir o senso comum, é empreendido com metodologia, estratégia, comprometimento e visão de médio e longo prazo. Implica diálogo intenso com a comunidade e escolha criteriosa do que, quando e como fazer para gerar alto impacto. 

Segundo,identificar a potência dos programas de trabalho voluntário não apenas como atividade fim, mas como atividade meio. Essa é a parte menos óbvia e que exige mais atenção e reflexão. 

Quando uma empresa, por exemplo, mobiliza um mutirão de voluntários para pintar as paredes de uma escola, é mais fácil enxergar o impacto da ação como uma atividade fim. Na primeira batida de olho, já se percebe a nobreza da atitude das pessoas que colaboraram e os benefícios pontuais de ter uma escola de cara nova e mais convidativa. 

Assim como no Cinema, contudo, o valor das coisas não se esgota na superfície visível. Por trás daquela tarde de trabalho, provavelmente há uma empresa ou organização da sociedade civil que desenvolveu uma iniciativa muito mais ampla – com a criação de um comitê de voluntariado, entrevistas com colaboradores, capacitação, processos de escuta com a comunidade, formação de parcerias e muito mais. 

Ao longo deste trabalho continuado e organizado, mas distante dos holofotes, é seguro dizer que o empreendimento gerou um enorme valor para a sociedade e para todos os envolvidos, ainda que de outra natureza. 

O voluntariado, quando entendido como meio, é uma estratégia poderosa para criar e disseminar conhecimento, articular redes de cooperação, estabelecer relações de qualidade entre diferentes atores, engajar os mais variados públicos e despertar o espírito cidadão e o empreendedorismo social nas pessoas.

Em resumo, é uma alavanca eficiente particularmente para empresas que querem melhorar relacionamento com comunidades e com seus colaboradores, além de ajudar a desenvolver territórios. E, também, uma forma comprovada de fortalecer a teia social do País.   

Nada disso, diga-se, é trivial. Afinal, uma empresa é incapaz de prosperar no longo prazo se não cultivar boas relações dentro e fora das suas dependências; e, para enfrentar seus principais desafios, um país precisa de um tecido social forte e coeso, em que o governo, empresas, OSCs, escolas e indivíduos somem forças para aplacar as vulnerabilidades da população. Apenas juntos podemos endereçar certas conquistas como nação. 

Reconhecer a complexidade do voluntariado e investir nas suas potencialidades, portanto, é muito mais do que um aprendizado. É muito mais do que um segundo olhar para ampliar a compreensão. É um ato de cidadania, em que todos ganham e ninguém perde.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

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Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 | Artigos e Destaques

Para olhar mais de perto para os resultados da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, convidamos integrantes e especialistas do terceiro setor para contribuir expandindo e enriquecendo esse conhecimento através de artigos sobre a temática.

A série de conteúdos escritos busca analisar e compreender os achados do estudo. Confira:

*Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

Confira outros conteúdos relevantes:

Tenha acesso a pesquisa completa, acesse o site: www.pesquisavoluntariado.org.br

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza

Para dúvidas relacionadas à pesquisa entrar em contato via pesquisavoluntariado2021@gmail.com

Voluntariado no Brasil: 2001 Ano Internacional do Voluntário

Por Ana Maria Warken do Vale Pereira, diretora e consultora de programas de Voluntariado e Responsabilidade Social na empresa WVP Consultoria e Treinamento, fundadora do IVA (Instituto Voluntários em Ação).

Como dizemos sempre que falamos sobre voluntariado, essa prática é bastante antiga no Brasil, mudando suas características segundo o momento histórico que vivemos.

De uma forma bastante resumida, podemos dizer que o voluntariado começou como uma prática bastante assistencialista onde quem tinha mais dava ao que menos tinha ou nada tinha. Eram distribuídas as sobras dos mais abastados: sobra de comida, de roupa, de dinheiro e até mesmo de atenção e carinho. Era o voluntariado das sobras.

Tivemos ainda uma importante época do voluntariado no Brasil quando se preocupou em criar organizações que pudessem atender as necessidades da população na área da saúde, com a criação das Santas Casas de Misericórdia: os primeiros hospitais filantrópicos. Também as escolas de iniciativa religiosa que eram criadas igualmente como organizações filantrópicas podem ser citadas como iniciativas voluntárias.

Tivemos também a época do voluntariado político, onde a falta de oportunidades de participação da população na definição dos destinos do país e das cidades motivou o engajamento voluntário na luta pela liberdade e pelos direitos do cidadão. Enfim, o voluntariado sempre foi presente e com características diferentes, conforme o momento histórico que vivenciávamos.

A partir dos anos 90, tivemos um marco importante do voluntariado no Brasil fruto do trabalho do sociólogo Herbert de Souza, que utilizando toda a sua capacidade de mobilização criou a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela vida, conhecida como a campanha contra a fome.

Betinho, como ficou conhecido, virou um símbolo da cidadania e, nesse rastro, o voluntariado deu uma importante guinada no Brasil, passando a ser considerado uma forma de exercício da cidadania.

O voluntariado passou a ser visto como uma forma de sermos cidadãos plenos, cumprindo com nossos deveres e recebendo nossos direitos como cidadãos que somos.

Como exercício de cidadania, o voluntariado deixou de ser o voluntariado das “sobras” e se tornou em um aspecto importante da vida do cidadão.

No final dos anos 90, surgiu a iniciativa do Conselho da Comunidade Solidária, criada pela então primeira-dama do país, Dra. Ruth Cardoso, para apoiar e mobilizar iniciativas que contassem com o apoio de empresas, indivíduos e organizações públicas, dando visibilidade e fortalecendo um setor da sociedade já existente, mas ainda pouco reconhecido e visível: o terceiro setor e suas organizações não governamentais.

O Conselho da Comunidade Solidária iniciou um processo de motivação para a criação de Centros de Voluntariado nas capitais do país e esses centros foram importantes focos de conhecimento, estudos e disseminação da prática do voluntariado, como forma de exercício da cidadania. As ações voluntárias que até então eram exercidas de forma anônima ganharam rostos e visibilidade, mostrando o que era realizado e o que ainda poderia ser feito com a adesão de mais pessoas a essa prática. O trabalho realizado pelos centros de voluntariado, sem dúvida, disseminou essa prática e multiplicou as pessoas que o realizavam.

Como a prática do voluntariado crescia rapidamente e a ideia era que essa cultura fosse cada vez mais difundida no mundo, a Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu que 2001 seria o Ano Internacional do Voluntário.

No Brasil, os Centros de Voluntariado organizaram uma extensa programação que deu muita visibilidade ao tema e, em Santa Catarina, não foi diferente. Lideradas pelo Instituto Voluntários em Ação, muitas organizações se reuniram e mobilizaram suas ações para que pudessem mostrar que o voluntariado não era importante apenas na área de assistência social, mas em atividades da área da educação, meio ambiente, cultura e artes, saúde e outras tantas foram realizadas dando muita visibilidade ao tema, deixando um legado de prática voluntária cada vez mais crescente e mais diversificada.

As pesquisas sobre voluntariado realizadas em 2001 e 2011 mostraram como o brasileiro é sensível ao tema do voluntariado e como tem o desejo de colaborar com causas comunitárias, faltando apenas as organizações se prepararem para recebê-los e aproveitarem todo o potencial que eles oferecem. Nesse sentido, podemos afirmar que os Centros de Voluntariado exerceram um importante papel, não só capacitando pessoas para o voluntariado, mas principalmente capacitando as organizações do terceiro setor para recebê-los e aproveitarem todo o seu potencial para o trabalho. 

Com o crescimento da utilização da tecnologia em todas as áreas da sociedade, o voluntariado também ganhou uma forte colaboração com a prática do voluntariado online, o que acontece com bastante frequência aumentando ainda mais as possibilidades de o voluntário engajar-se e dar sua contribuição para a melhoria da sociedade onde vive.

Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 é destaque no JN

Representados nos mais diversos segmentos, desde organizações educacionais a instituições que atuam em causas emergenciais humanitárias, eles coordenam campanhas de distribuição de alimentos, resgatam animais, contribuem para mobilizações ligadas à saúde, compartilham seus conhecimentos.

Os voluntários doam seu tempo, energia e talento em prol de causas em que acreditam. São essenciais para que organizações da sociedade civil atinjam suas missões e, durante a pandemia, fizeram a diferença e impactaram positivamente a vida de milhares de pessoas.

No dia 27 de abril, foi lançada a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, a terceira edição desse estudo que apresenta um retrato brasileiro do tema, indica tendências e analisa  mudanças. O lançamento contou com a participação ao vivo de mais de 400 pessoas.

No mesmo dia, o estudo foi destaque no Jornal Nacional que chamou a atenção, principalmente aos números e significados do voluntariado empresarial. A coordenadora da pesquisa, Silvia Naccache, entrevistada pelo veículo, comentou, ainda, sobre os dados da pandemia: mesmo com o isolamento social, 47% dos voluntários passaram a fazer mais atividades solidárias.

A pesquisa foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. Sua viabilização teve o suporte de organizações que acreditam na importância do avanço do voluntariado no Brasil e participam dessa rede de apoiadores, Ambev, Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Raízen, Sabesp, Sicoob e Suzano. IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – e Instituto Datafolha assinam a realização.

Os resultados completos estão disponíveis em www.pesquisavoluntariado.org.br.

 

História do Voluntariado no Brasil: de 1543 ao bicentenário da independência

Por Maria de Fátima Alexandre, Mestre em Administração, docente de cursos de especialização e pesquisadora do Núcleo de Estudos Avançados em Terceiro Setor (NEATS) da PUC-SP.

Desde sempre, no Brasil e no mundo, voluntário é a pessoa que ajuda outras pessoas sem exigir benefícios próprios diretos. O que tem mudado, e muito, é a forma de exercer o voluntariado e o entendimento da função social dessa ação. Na linha do tempo brasileira, identificamos grandes momentos que impactaram quem exerceria a atividade voluntária e como ela se daria no contexto da sociedade. 

O primeiro movimento voluntário revela ações marcadas pela benemerência, num amplo período que perdurou no Brasil Colônia, Império e Primeira República, até início do século XX. Pouco mais de quatro décadas depois do descobrimento do Brasil, a então colônia funda sua primeira Santa Casa, gerida pela Irmandade de Misericórdia, uma instituição de assistência criada em Portugal alguns anos antes, de acordo com os costumes e ensinamentos cristãos. O capitão-mor Braz Cubas criou a Casa de Saúde próxima ao Porto de Santos com o apoio de doações para o tratamento “da gente do mar e forasteiros” que necessitassem de socorro. 

Este marco do voluntariado no país, multiplicado em outras instituições de abrigo e assistência a necessitados, geralmente vinculadas à Igreja Católica, representava o ideário da caridade cristã, expressa na forma de assistência social. Frente à ausência de políticas públicas efetivas, as irmandades religiosas, mantidas em grande parte pelas famílias da elite, exerciam importante papel na assistência, em especial aos que estivessem “caídos em desgraça”, “desvalidos” e às crianças abandonadas. Refletindo os valores e costumes da época, o voluntariado era exercido predominantemente por mulheres, em tom religioso, paternalista e rigorosamente moralizador.  

O século XX trouxe mudanças sociais, econômicas e políticas que, provocando profundas transformações na sociedade brasileira, naturalmente fizeram evoluir o agir voluntário, acompanhando esses movimentos. A Cruz Vermelha e o Escotismo, movimento composto por voluntários, chegaram ao país no início do século XX dando um novo impulso à missão de ajuda ao próximo. A partir da década de 1930, o Estado passa a assumir papel mais atuante frente às necessidades da população, inicialmente pela proteção dos direitos do trabalhador e gradativamente gerando políticas públicas de assistência e bem-estar social. As ações voluntárias, embora ainda essenciais para o atendimento das necessidades básicas de significativa parcela da população, passam a ser vistas como suplementares e não mais um sistema paralelo à atuação do Estado. 

Com o golpe de 1964, o país mergulhava em 21 anos de ditadura militar, sendo os anos de chumbo os mais repressivos e violentos no embate criado entre Estado versus sociedade civil. Esse foi o período em que tivemos o chamado voluntariado combativo, com organizações de defesa de direitos civis, os movimentos estudantis e as alas progressistas da Igreja Católica, alinhadas com a Teologia da Libertação, lutando contra a desigualdade e as injustiças sociais. Traziam grandes questionamentos sobre o papel da sociedade frente às causas sociais e à garantia de direitos humanos, ao mesmo tempo que atos institucionais e outros instrumentos do governo procuravam reprimir e centralizar o poder.

Esse cenário foi se modificando a partir da década de 1980 com a expansão das organizações do Terceiro Setor e com a Constituição de 1988, fortalecendo a sociedade civil e sua capacidade de participação cidadã. Iniciava-se a construção de um novo voluntariado, mais crítico em relação às ações de benemerência e mais disposto ao alinhamento com o Estado face à complexidade e o tamanho dos desafios, especialmente os ligados à imensa desigualdade social brasileira. O setor empresarial, chamado à mobilização pelos conceitos emergentes de Responsabilidade Social Empresarial, também estruturou seu voluntariado organizacional, estimulando os colaboradores à participação em ações sociais com a parceria de organizações da sociedade civil. No final do século, a Pastoral da Criança, com seus líderes comunitários contribuindo efetivamente para a queda da mortalidade infantil e a Ação da Cidadania Contra a Fome, do sociólogo Betinho no IBASE tiveram papel expressivo na mobilização nacional: todas as pessoas poderiam se sentir solidárias e aptas a participar da mudança social.

Na virada do milênio, a cultura de um novo voluntariado foi fortalecida pelos Centros de Voluntariado do Conselho da Comunidade Solidária, num esforço nacional para mostrar que o voluntariado não é acionado pelo sentimento de culpa, mas que o exercício de cidadania que ele proporciona pode trazer prazer e ser uma atividade qualificada e eficiente.

Decorridos 22 anos do século XXI, os desafios sociais continuam crescentes e, muitas vezes, nos pegam de surpresa, como o isolamento social causado por uma pandemia que exigiu que os voluntários encontrassem novas formas de acolher quem foi mais atingido. Além dos desafios atuais, não sabemos o tamanho dos que nos esperam no futuro, mas sabemos sim que voluntários estarão presentes doando sua energia, tempo e talento na construção de novas relações até que todos, sem exceção, possam exercer o seu direito a uma vida plena.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

Acesse o site da Pesquisa Voluntariado no Brasil

O Voluntariado Empresarial no Brasil na última década pelas lentes do censo CBVE

Por Carolina Muller, Gestora da Secretaria Executiva do Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE) e Gerente de Projetos no Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS).

Os últimos 10 anos foram marcados por uma velocidade sem igual no nosso modo de agir, pensar, sentir, consumir e se movimentar por este planeta. É neste cenário de volatilidade, transformação e imprevisibilidade que vamos aqui falar do voluntariado empresarial corporativo e de sua evolução, considerando nesta análise a série de Censos realizados pelo CBVE – Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial, e que vem, desde 2015, evidenciando um crescimento sustentado e qualificado do voluntariado corporativo empresarial enquanto ferramenta estratégica de desenvolvimento de pessoas, comunidades e instituições. 

Programas cada vez mais estratégicos, institucionalizados, gerenciados por indicadores próprios e alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), vem dando a tônica de uma rede que cresceu em capacidade de mobilização e com resposta às demandas da sociedade, especialmente diante de cenários emergenciais, como o vivenciado a partir da Covid-19. Momento em que a rede cresceu em 185% o número de pessoas alcançadas pelas suas ações.

Considerando uma leitura ampla do cenário, o primeiro Censo, em 2015, evidenciou a necessidade de identificação e a disseminação de boas práticas, traduzida como demanda por construção de conhecimento sobre voluntariado empresarial, focado preliminar e principalmente nas múltiplas dimensões e possibilidades do seu fazer. Já em 2016, foi possível perceber movimentos em busca de maior organicidade, alinhamento estratégico e aplicação de ferramentas de gestão, dando início a busca pela definição de processos e instrumentos de monitoramento e avaliação. Uma trajetória ainda em curso, que ganhou forma à medida em que áreas dedicadas à gestão dos programas de voluntariado foram sendo criadas. 

Neste mesmo tempo, duas grandes tendências surgiram: o alinhamento das ações de voluntariado empresarial aos objetivos estratégicos das empresas; e o crescimento do desenvolvimento de ações voluntárias fora do horário comercial. Nesse cenário, o exercício cada vez maior na construção de sistemas próprios para a gestão das atividades de voluntariado emergiu como tendência significativa de investimentos específicos para resolução das demandas de cada organização, e principalmente, de seus colaboradores – maior valor e motor do voluntariado empresarial. A necessidade de seguir buscando por indicadores de impacto decorrente da ação voluntária ficou evidente, motivando o próprio CBVE a iniciar sua própria jornada de desenvolvimento de indicadores íntegros para qualificar a gestão e melhor apurar resultados dos programas de voluntariado

 Nestes dois períodos – 2015 e 2016 – as áreas de Educação e Geração de Renda concentraram o maior número de atividades de voluntariado da #rede. A pactuação global em torno dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o fortalecimento da perspectiva de interdependência no qual se assentam seguiram alinhando os esforços para o cumprimento da Agenda 2030 e se consolidaram como ponto de partida e também de chegada das ações voluntárias.

A partir de 2018, quando o Censo passou a ser bianual, o alinhamento dos Programas de Voluntariado e suas ações ao plano estratégico das empresas se fortaleceu. Quase 95% das associadas declararam realizar este alinhamento, passando a ser fundamental que as ações e programas de voluntariado empresarial estejam conectados aos objetivos e planos estratégicos das instituições, como forma de fortalecimento e perenidade das ações, precursor do movimento ESG que vem a ser incorporado nas organizações. 

E neste aspecto a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 e seu estudo sobre o voluntariado empresarial na última década, elaborado e coordenado por Silvia Naccache traz reflexões para que as empresas, ao cumprirem sua responsabilidade social e metas ESG, também levem essas qualidades aos programas de voluntariado junto a seus colaboradores, destacando o movimento voluntário como deflagrador de soft skills, com destaque para a flexibilidade para lidar com adversidades. Destaque também para o número de voluntários engajados por e em programas de voluntariado corporativos, 15%, dos quais 58% atuam com frequência definida.

Paralelamente, o surgimento do coronavírus arrastou de uma só vez as corporações ao isolamento social e à necessidade da transformação digital. O voluntariado, tão dependente e alimentado de toques, abraços e olhos nos olhos, precisou se reinventar e redescobrir novas formas de alcançar os mais necessitados.

Estar em ação mantendo protocolos sanitários foi desafiador, e migrar do presencial para o virtual foi e segue sendo um calibrador de prerrogativas e possibilidades de estar e atuar em um “novo normal”, ainda mais demandante de recursos e intervenções de proteção e promoção social. 

Agora, com a possibilidade do retorno presencial, intercalando presença e tecnologia em modelos híbridos de operação, seguimos certos de que jamais voltaremos ao que era antes, não sendo possível, nem desejável, ignorar o muito que aprendemos sobre conexão e ganhos de agilidade. Não só pelo alargamento da presença da tecnologia em nossas vidas, mas também pelas emergências humanitárias às quais nos ligamos. 

Alinhavar o agora a um futuro melhor, garantir o essencial à preservação da vida e da dignidade hoje, garantir assistência humanitária aos que mais precisam, unificaram-se como a demanda prioritária dos programas de voluntariado empresarial, renovando o desafio de pensar a assistência, aqui entendida como garantia de acesso aos mínimos sociais.

Nessa jornada, como #rede, nos posicionamos como espaço de partilha, que trabalha para #inspirar você, nosso leitor, a também aceitar o desafio de fazer de nosso mundo um lugar melhor! Nesse sentido, seguimos ainda mais próximos, acelerando inovações e aprendizagens no cumprimento do chamado global para não deixar ninguém para trás. 

 

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

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O Brasil conta com 57 milhões de voluntários ativos, segundo Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021

Representados nos mais diversos segmentos, desde organizações educacionais a instituições que atuam em causas emergenciais humanitárias, eles coordenam campanhas de distribuição de alimentos, resgatam animais, contribuem para mobilizações ligadas à saúde, compartilham seus conhecimentos. Os voluntários doam seu tempo, energia e talento em prol de causas em que acreditam. São essenciais para que organizações da sociedade civil atinjam suas missões e, durante a pandemia, fizeram a diferença e impactaram positivamente a vida de milhares de pessoas.

Qual o perfil do voluntário no Brasil? Em quais atividades atuam? Como a pandemia realmente influenciou a atuação dessas pessoas? Quais as causas que mais recebem atenção do trabalho voluntário? São essas questões que a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 procurou responder. Em sua terceira edição, os achados apontam resultados positivos: 56% da população adulta diz fazer ou já ter feito alguma atividade voluntária na vida. Em 2011, esse número representava 25% da população e, em 2001, apenas 18%. Chama atenção também o número de voluntários ativos no momento da pesquisa – 34% dos entrevistados, o que representa cerca de 57 milhões de brasileiros comprometidos com atividades voluntárias.

Tanto a quantidade de pessoas envolvidas com o voluntariado aumentou, quanto as horas dedicadas à atividade. Se a quantidade média de dedicação por pessoa era de 5 horas mensais em 2011, a pesquisa de 2021 aponta a média de 18 horas mensais. Assim, cada voluntário brasileiro contribuiu, em média, por mês, o equivalente a 12 partidas de futebol inteiras. “Acompanho de perto a evolução do voluntariado no país nas últimas décadas, quando foi realizada uma pesquisa pioneira em 2001, Ano Internacional do Voluntário e, dez anos depois, na comemoração da Década do Voluntariado. A pesquisa 2021 confirma a valorização da atividade, com um salto para mais da metade da população brasileira já tendo praticado o serviço voluntário”, comenta Silvia Naccache, coordenadora do projeto em 2021 e que participou das edições anteriores.

Públicos da ação voluntária | Pesquisa Voluntariado

Destacou-se também o aumento da atenção dada a alguns públicos beneficiados pela atividade voluntária. Tiveram forte crescimento em 2021 famílias e comunidades, de 12% em 2011 para 35% em 2021, e pessoas em situação de rua, com um aumento de 20 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. Além disso, a pesquisa mostra a valorização da causa animal, de 1% em 2011 para 9% em 2021, e de pessoas com deficiência, de 3% para 9%.

A pesquisa 2021 é um retrato da última década de atuação voluntária no Brasil, com destaque para avanços do voluntariado empresarial, os megaeventos realizados no país, como a Copa do Mundo, em 2014, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, em 2016, e o impacto da pandemia”, avalia Felipe Pimenta, consultor da Pesquisa 2021. Em relação à pandemia, mesmo com o isolamento social, 47% dos voluntários passaram a praticar mais o voluntariado, tendo como atividade mais comum a distribuição de recursos (61%). No período, 21% passaram a fazer atividades voluntárias online, sendo as mais comuns as atividades de apoio psicológico e de educação.

Ao serem questionados sobre a satisfação com a atividade realizada, a nota média atribuída pelos voluntários foi de 9,1, de um total de 10. A motivação para a realização de uma atividade voluntária também ganhou contornos melhor definidos na última década. Solidariedade ainda é a palavra que melhor a descreve, passando de 67% para 74%. Nesta linha, a pesquisa também mostra que além de doar tempo, os voluntários têm o hábito de contribuir de outras formas:  95% também doam bens, como alimentos, roupas ou brinquedos, e 50% declaram também doar dinheiro para causas e organizações. Para Luisa Lima, Gerente de Comunicação do IDIS, “esses comportamentos refletem o fortalecimento da cultura de doação no Brasil. As pessoas estão cada vez mais cientes sobre as formas que têm à disposição para contribuir às causas em que acreditam”.  

Um ponto de atenção, porém, vem da porcentagem de voluntários que têm conhecimento sobre a Lei do Serviço Voluntário (Lei n° 9.608), que regulariza a atividade no país. 55% dizem não conhecer a Lei e 81% nunca assinaram nenhum Termo de Adesão ao Serviço Voluntário. “A formalização do vínculo é importante para as organizações e para os voluntários. O desconhecimento sobre a legislação do voluntariado no Brasil aponta o potencial de ação para organizações que fomentam a atividade” comenta Kelly do Carmo, consultora da pesquisa 2021.  

Outros achados da pesquisa

  • Não há diferença significativa em relação ao gênero dos voluntários: 51% feminino, 48% masculino e 1% declarou outras respostas. A pesquisa revelou que 40% dos voluntários se encaixam na faixa etária entre 30 e 49 anos; em relação à escolaridade, 50% detêm o ensino médio completo / superior incompleto; e a renda familiar mensal de 39% dos respondentes é de até 2 salários mínimos.
  • Em relação aos brasileiros que realizam alguma atividade voluntária atualmente (34% da população), 12% afirmam fazer as atividades com frequência definida; enquanto 22% realizam sem frequência definida.  
  • 15% dos voluntários realizam atividades ligadas a programas de voluntariado empresarial e dedicam, em média, 21,5 horas por mês.
  • 70% dos respondentes não conhecem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Organização das Nações Unidades (ONU), que compreendem os alicerces da Agenda 2030 para combater a pobreza, melhorar a educação, promover práticas ambientalmente sustentáveis, entre outras. O índice de conhecimento cresce conforme aumenta o grau de instrução e a renda familiar mensal do entrevistado.
  • 49% concordam que os grandes eventos realizados na última década, como a Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Visita do Papa etc., contribuíram para aumentar o engajamento dos brasileiros no trabalho voluntário. 

Sobre a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021

A pesquisa foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. Sua viabilização teve o suporte de organizações que acreditam na importância do avanço do voluntariado no Brasil e participam dessa rede de apoiadores, Ambev, Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Raízen, Sabesp, Sicoob e Suzano. IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – e Instituto Datafolha assinam a realização. Os resultados completos estão disponíveis em www.pesquisavoluntariado.org.br.

Metodologia

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 foi conduzida pelo Instituto Datafolha e compreendeu etapas quantitativas e qualitativas como descrito a seguir. 

Pesquisas quantitativas: possuem o objetivo de identificar o perfil dos voluntários e dos não voluntários no Brasil:  

1. Entrevistas pessoais e individuais, com pessoas de 16 anos ou mais que fazem ou não atividades voluntárias, realizadas em pontos de fluxo populacional de abrangência nacional.  (2.086 pessoas, a margem de erro máxima para o total das amostras é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%). 

2. Entrevistas pessoais, individuais e específicas com voluntários – pessoas que fazem ou já fizeram alguma atividade voluntária, com 16 anos ou mais, realizadas em pontos de fluxo populacional, distribuídos em oito capitais brasileiras: Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. (1.556 voluntários, a margem de erro máxima para o total das amostras é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%). 

Pesquisas qualitativas: são exploratórias, possuem o objetivo de investigar em profundidade os aspectos comportamentais, opiniões, captar informações e obter uma análise profunda e detalhada sobre as percepções de voluntários, de especialistas e interessados no tema:

1. Entrevistas e conversas online em grupo (Grupos Focais), com pessoas que praticam trabalho voluntário no mínimo uma vez a cada 15 dias, desde antes da pandemia, de três capitais representativas de regiões distintas: Porto Alegre, Recife e São Paulo. 

2. Entrevistas online individuais em profundidade sobre voluntariado com oito formadores de opinião, diversificados por tipo de atuação e regiões do Brasil. 

OBS: Embora o planejamento da pesquisa tenha sido feito ao longo de 2021, em razão da pandemia e problemas decorrentes, as pesquisas quantitativas aconteceram entre o final de 2021 e o início de 2022.

 

Acesse o conteúdo da pesquisa na íntegra: 

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