O Voluntariado Empresarial no Brasil na última década pelas lentes do censo CBVE

Por Carolina Muller, Gestora da Secretaria Executiva do Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE) e Gerente de Projetos no Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS).

Os últimos 10 anos foram marcados por uma velocidade sem igual no nosso modo de agir, pensar, sentir, consumir e se movimentar por este planeta. É neste cenário de volatilidade, transformação e imprevisibilidade que vamos aqui falar do voluntariado empresarial corporativo e de sua evolução, considerando nesta análise a série de Censos realizados pelo CBVE – Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial, e que vem, desde 2015, evidenciando um crescimento sustentado e qualificado do voluntariado corporativo empresarial enquanto ferramenta estratégica de desenvolvimento de pessoas, comunidades e instituições. 

Programas cada vez mais estratégicos, institucionalizados, gerenciados por indicadores próprios e alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), vem dando a tônica de uma rede que cresceu em capacidade de mobilização e com resposta às demandas da sociedade, especialmente diante de cenários emergenciais, como o vivenciado a partir da Covid-19. Momento em que a rede cresceu em 185% o número de pessoas alcançadas pelas suas ações.

Considerando uma leitura ampla do cenário, o primeiro Censo, em 2015, evidenciou a necessidade de identificação e a disseminação de boas práticas, traduzida como demanda por construção de conhecimento sobre voluntariado empresarial, focado preliminar e principalmente nas múltiplas dimensões e possibilidades do seu fazer. Já em 2016, foi possível perceber movimentos em busca de maior organicidade, alinhamento estratégico e aplicação de ferramentas de gestão, dando início a busca pela definição de processos e instrumentos de monitoramento e avaliação. Uma trajetória ainda em curso, que ganhou forma à medida em que áreas dedicadas à gestão dos programas de voluntariado foram sendo criadas. 

Neste mesmo tempo, duas grandes tendências surgiram: o alinhamento das ações de voluntariado empresarial aos objetivos estratégicos das empresas; e o crescimento do desenvolvimento de ações voluntárias fora do horário comercial. Nesse cenário, o exercício cada vez maior na construção de sistemas próprios para a gestão das atividades de voluntariado emergiu como tendência significativa de investimentos específicos para resolução das demandas de cada organização, e principalmente, de seus colaboradores – maior valor e motor do voluntariado empresarial. A necessidade de seguir buscando por indicadores de impacto decorrente da ação voluntária ficou evidente, motivando o próprio CBVE a iniciar sua própria jornada de desenvolvimento de indicadores íntegros para qualificar a gestão e melhor apurar resultados dos programas de voluntariado

 Nestes dois períodos – 2015 e 2016 – as áreas de Educação e Geração de Renda concentraram o maior número de atividades de voluntariado da #rede. A pactuação global em torno dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o fortalecimento da perspectiva de interdependência no qual se assentam seguiram alinhando os esforços para o cumprimento da Agenda 2030 e se consolidaram como ponto de partida e também de chegada das ações voluntárias.

A partir de 2018, quando o Censo passou a ser bianual, o alinhamento dos Programas de Voluntariado e suas ações ao plano estratégico das empresas se fortaleceu. Quase 95% das associadas declararam realizar este alinhamento, passando a ser fundamental que as ações e programas de voluntariado empresarial estejam conectados aos objetivos e planos estratégicos das instituições, como forma de fortalecimento e perenidade das ações, precursor do movimento ESG que vem a ser incorporado nas organizações. 

E neste aspecto a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 e seu estudo sobre o voluntariado empresarial na última década, elaborado e coordenado por Silvia Naccache traz reflexões para que as empresas, ao cumprirem sua responsabilidade social e metas ESG, também levem essas qualidades aos programas de voluntariado junto a seus colaboradores, destacando o movimento voluntário como deflagrador de soft skills, com destaque para a flexibilidade para lidar com adversidades. Destaque também para o número de voluntários engajados por e em programas de voluntariado corporativos, 15%, dos quais 58% atuam com frequência definida.

Paralelamente, o surgimento do coronavírus arrastou de uma só vez as corporações ao isolamento social e à necessidade da transformação digital. O voluntariado, tão dependente e alimentado de toques, abraços e olhos nos olhos, precisou se reinventar e redescobrir novas formas de alcançar os mais necessitados.

Estar em ação mantendo protocolos sanitários foi desafiador, e migrar do presencial para o virtual foi e segue sendo um calibrador de prerrogativas e possibilidades de estar e atuar em um “novo normal”, ainda mais demandante de recursos e intervenções de proteção e promoção social. 

Agora, com a possibilidade do retorno presencial, intercalando presença e tecnologia em modelos híbridos de operação, seguimos certos de que jamais voltaremos ao que era antes, não sendo possível, nem desejável, ignorar o muito que aprendemos sobre conexão e ganhos de agilidade. Não só pelo alargamento da presença da tecnologia em nossas vidas, mas também pelas emergências humanitárias às quais nos ligamos. 

Alinhavar o agora a um futuro melhor, garantir o essencial à preservação da vida e da dignidade hoje, garantir assistência humanitária aos que mais precisam, unificaram-se como a demanda prioritária dos programas de voluntariado empresarial, renovando o desafio de pensar a assistência, aqui entendida como garantia de acesso aos mínimos sociais.

Nessa jornada, como #rede, nos posicionamos como espaço de partilha, que trabalha para #inspirar você, nosso leitor, a também aceitar o desafio de fazer de nosso mundo um lugar melhor! Nesse sentido, seguimos ainda mais próximos, acelerando inovações e aprendizagens no cumprimento do chamado global para não deixar ninguém para trás. 

 

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

Acesse o site da Pesquisa Voluntariado no Brasil

O Brasil conta com 57 milhões de voluntários ativos, segundo Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021

Representados nos mais diversos segmentos, desde organizações educacionais a instituições que atuam em causas emergenciais humanitárias, eles coordenam campanhas de distribuição de alimentos, resgatam animais, contribuem para mobilizações ligadas à saúde, compartilham seus conhecimentos. Os voluntários doam seu tempo, energia e talento em prol de causas em que acreditam. São essenciais para que organizações da sociedade civil atinjam suas missões e, durante a pandemia, fizeram a diferença e impactaram positivamente a vida de milhares de pessoas.

Qual o perfil do voluntário no Brasil? Em quais atividades atuam? Como a pandemia realmente influenciou a atuação dessas pessoas? Quais as causas que mais recebem atenção do trabalho voluntário? São essas questões que a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 procurou responder. Em sua terceira edição, os achados apontam resultados positivos: 56% da população adulta diz fazer ou já ter feito alguma atividade voluntária na vida. Em 2011, esse número representava 25% da população e, em 2001, apenas 18%. Chama atenção também o número de voluntários ativos no momento da pesquisa – 34% dos entrevistados, o que representa cerca de 57 milhões de brasileiros comprometidos com atividades voluntárias.

Tanto a quantidade de pessoas envolvidas com o voluntariado aumentou, quanto as horas dedicadas à atividade. Se a quantidade média de dedicação por pessoa era de 5 horas mensais em 2011, a pesquisa de 2021 aponta a média de 18 horas mensais. Assim, cada voluntário brasileiro contribuiu, em média, por mês, o equivalente a 12 partidas de futebol inteiras. “Acompanho de perto a evolução do voluntariado no país nas últimas décadas, quando foi realizada uma pesquisa pioneira em 2001, Ano Internacional do Voluntário e, dez anos depois, na comemoração da Década do Voluntariado. A pesquisa 2021 confirma a valorização da atividade, com um salto para mais da metade da população brasileira já tendo praticado o serviço voluntário”, comenta Silvia Naccache, coordenadora do projeto em 2021 e que participou das edições anteriores.

Públicos da ação voluntária | Pesquisa Voluntariado

Destacou-se também o aumento da atenção dada a alguns públicos beneficiados pela atividade voluntária. Tiveram forte crescimento em 2021 famílias e comunidades, de 12% em 2011 para 35% em 2021, e pessoas em situação de rua, com um aumento de 20 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. Além disso, a pesquisa mostra a valorização da causa animal, de 1% em 2011 para 9% em 2021, e de pessoas com deficiência, de 3% para 9%.

A pesquisa 2021 é um retrato da última década de atuação voluntária no Brasil, com destaque para avanços do voluntariado empresarial, os megaeventos realizados no país, como a Copa do Mundo, em 2014, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, em 2016, e o impacto da pandemia”, avalia Felipe Pimenta, consultor da Pesquisa 2021. Em relação à pandemia, mesmo com o isolamento social, 47% dos voluntários passaram a praticar mais o voluntariado, tendo como atividade mais comum a distribuição de recursos (61%). No período, 21% passaram a fazer atividades voluntárias online, sendo as mais comuns as atividades de apoio psicológico e de educação.

Ao serem questionados sobre a satisfação com a atividade realizada, a nota média atribuída pelos voluntários foi de 9,1, de um total de 10. A motivação para a realização de uma atividade voluntária também ganhou contornos melhor definidos na última década. Solidariedade ainda é a palavra que melhor a descreve, passando de 67% para 74%. Nesta linha, a pesquisa também mostra que além de doar tempo, os voluntários têm o hábito de contribuir de outras formas:  95% também doam bens, como alimentos, roupas ou brinquedos, e 50% declaram também doar dinheiro para causas e organizações. Para Luisa Lima, Gerente de Comunicação do IDIS, “esses comportamentos refletem o fortalecimento da cultura de doação no Brasil. As pessoas estão cada vez mais cientes sobre as formas que têm à disposição para contribuir às causas em que acreditam”.  

Um ponto de atenção, porém, vem da porcentagem de voluntários que têm conhecimento sobre a Lei do Serviço Voluntário (Lei n° 9.608), que regulariza a atividade no país. 55% dizem não conhecer a Lei e 81% nunca assinaram nenhum Termo de Adesão ao Serviço Voluntário. “A formalização do vínculo é importante para as organizações e para os voluntários. O desconhecimento sobre a legislação do voluntariado no Brasil aponta o potencial de ação para organizações que fomentam a atividade” comenta Kelly do Carmo, consultora da pesquisa 2021.  

Outros achados da pesquisa

  • Não há diferença significativa em relação ao gênero dos voluntários: 51% feminino, 48% masculino e 1% declarou outras respostas. A pesquisa revelou que 40% dos voluntários se encaixam na faixa etária entre 30 e 49 anos; em relação à escolaridade, 50% detêm o ensino médio completo / superior incompleto; e a renda familiar mensal de 39% dos respondentes é de até 2 salários mínimos.
  • Em relação aos brasileiros que realizam alguma atividade voluntária atualmente (34% da população), 12% afirmam fazer as atividades com frequência definida; enquanto 22% realizam sem frequência definida.  
  • 15% dos voluntários realizam atividades ligadas a programas de voluntariado empresarial e dedicam, em média, 21,5 horas por mês.
  • 70% dos respondentes não conhecem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Organização das Nações Unidades (ONU), que compreendem os alicerces da Agenda 2030 para combater a pobreza, melhorar a educação, promover práticas ambientalmente sustentáveis, entre outras. O índice de conhecimento cresce conforme aumenta o grau de instrução e a renda familiar mensal do entrevistado.
  • 49% concordam que os grandes eventos realizados na última década, como a Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Visita do Papa etc., contribuíram para aumentar o engajamento dos brasileiros no trabalho voluntário. 

Sobre a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021

A pesquisa foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. Sua viabilização teve o suporte de organizações que acreditam na importância do avanço do voluntariado no Brasil e participam dessa rede de apoiadores, Ambev, Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Raízen, Sabesp, Sicoob e Suzano. IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – e Instituto Datafolha assinam a realização. Os resultados completos estão disponíveis em www.pesquisavoluntariado.org.br.

Metodologia

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 foi conduzida pelo Instituto Datafolha e compreendeu etapas quantitativas e qualitativas como descrito a seguir. 

Pesquisas quantitativas: possuem o objetivo de identificar o perfil dos voluntários e dos não voluntários no Brasil:  

1. Entrevistas pessoais e individuais, com pessoas de 16 anos ou mais que fazem ou não atividades voluntárias, realizadas em pontos de fluxo populacional de abrangência nacional.  (2.086 pessoas, a margem de erro máxima para o total das amostras é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%). 

2. Entrevistas pessoais, individuais e específicas com voluntários – pessoas que fazem ou já fizeram alguma atividade voluntária, com 16 anos ou mais, realizadas em pontos de fluxo populacional, distribuídos em oito capitais brasileiras: Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. (1.556 voluntários, a margem de erro máxima para o total das amostras é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%). 

Pesquisas qualitativas: são exploratórias, possuem o objetivo de investigar em profundidade os aspectos comportamentais, opiniões, captar informações e obter uma análise profunda e detalhada sobre as percepções de voluntários, de especialistas e interessados no tema:

1. Entrevistas e conversas online em grupo (Grupos Focais), com pessoas que praticam trabalho voluntário no mínimo uma vez a cada 15 dias, desde antes da pandemia, de três capitais representativas de regiões distintas: Porto Alegre, Recife e São Paulo. 

2. Entrevistas online individuais em profundidade sobre voluntariado com oito formadores de opinião, diversificados por tipo de atuação e regiões do Brasil. 

OBS: Embora o planejamento da pesquisa tenha sido feito ao longo de 2021, em razão da pandemia e problemas decorrentes, as pesquisas quantitativas aconteceram entre o final de 2021 e o início de 2022.

 

Acesse o conteúdo da pesquisa na íntegra: 

Captcha obrigatório

Lançamento Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021: inscreva-se!

 

Assista à transmissão ao vivo do lançamento da Pesquisa Voluntariado no Brasil:

Serviço ou atividade voluntária é doar tempo e trabalho de maneira espontânea e sem remuneração para a comunidade, para projetos sociais, para programas assistenciais, para causas, para eventos e situações emergenciais. Pode ser individual, organizada por grupos ou por empresas.

De acordo com a Pesquisa Voluntariado no Brasil, em 2001, os voluntários representavam 18% da população adulta. Na celebração da Década do Voluntariado, em 2011, este número chegou a 25%.  Em sua terceira edição, a Pesquisa traz um retrato do tema, indica tendências e analisa as mudanças das duas últimas décadas.  Entre os achados, o engajamento em cada uma das cinco regiões, as causas favoritas, as motivações e o perfil do voluntário no Brasil em 2021. 

O lançamento desta edição acontece no dia 27 de abril, das 10h30 às 12h15, em formato online e aberto ao público em geral, mediante inscrição.

Para participar, faça aqui sua inscrição

A Pesquisa foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. Sua viabilização teve o suporte de organizações que acreditam na importância do avanço do voluntariado no Brasil, e participam dessa rede de apoiadores, Ambev, Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Raízen, Sabesp, Sicoob e Suzano. IDIS e Datafolha assinam a realização.

Empresa de energia solar transforma ação em social em incentivo a produtividade

Funcionária da Solar City explica energia solar para estudantes

Funcionária da Solar City explica energia solar para alunos de escola na África

A empresa de energia norte-americana, Solar City, cujo presidente é o empresário Elon Musk, encontrou uma forma inovadora para dar mais energia aos seus funcionários ao levar eletricidade para escolas em países em desenvolvimento.

A SolarCity criou a Fundação GivePower que instala um sistema de iluminação por energia solar em uma escola a cada megawatt de energia que a empresa implanta para seus clientes. Em 2014, a GivePower instalou sistemas de iluminação em 511 escolas na África e na América Central.

E há um bônus para alguns funcionários de melhor desempenho da SolarCity: eles ganham viagens de cinco dias de serviços para instalar o equipamento. A concorrência é dura, pois a SolarCity tem mais de 13 mil funcionários em 80 centros em todo os Estados Unidos e apenas de 10 a 15 são selecionados para cada viagem. Há cerca de quatro viagens por ano.

“Os funcionários realmente se reúnem em torno do significado e do impacto”, diz Hayes Barnard, presidente da fundação.
A Fundação GivePower colabora com outros grupos de ajuda internacional, incluindo o BuildOn, que podem fornecer serviços de tradução e ajudar no gerenciamento da logística.

Ideia do funcionário

Barnard, que entrou na SolarCity há dois anos, diz que sua experiência pessoal ajudando a construir uma escola em um país em desenvolvimento para o BuildOn, o inspirou a sugerir que a Sola City colocasse seu conhecimento de energia solar em prol da causa de iluminação escolar. Eletricidade permite que as crianças estudem mais e que adultos tenham aulas à noite. Isso pode transformar a escola em um centro comunitário.

A SolarCity iniciou seu trabalho social em casos de catástrofe, usando doações da Fundação Musk para construir sistemas de energia solar em áreas devastadas pelo furacão Katrina, no derramamento de petróleo da BP, no desastre nuclear de Fukushima e no furacão Sandy.
De acordo com o Relatório de Impacto do Milênio 2014, os jovens estão interessados em trabalhar para empresas que fornecem oportunidades para que eles que querem ser voluntários.

Lyndon Rive, chefe-executivo da SolarCity, diz que as viagens internacionais têm sido um sucesso com os funcionários, que muitas vezes lhe enviam bilhetes de agradecimento pela experiência, e tem aumentado a retenção de talentos.

Texto extraído de notícia do The Chronicle of Philanthropy: https://philanthropy.com/article/Solar-Companys-Charitable/232453
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Voluntariado é bom para a sociedade e para a empresa; aprenda a fazer

Uma empresa é naturalmente um agregado de pessoas que trabalham por um retorno econômico. Mas por que não mobilizar os trabalhadores também para a busca de um retorno social? A iniciativa privada é um espaço especialmente privilegiado para a criação de projetos de voluntariado.

A principal pesquisa de solidariedade no mundo, o World Giving Index, da organização britânica Charities Aid Foundation, aponta o Brasil como oitavo país em número absoluto de voluntários – um ambiente propício, portanto, para programas corporativos nessa área.

As companhias colhem os frutos do envolvimento dos funcionários em ações sociais, segundo uma monografia apresentada no curso Administração para Organizações do Terceiro Setor, da FGV-SP. A pesquisa analisou as iniciativas de diversos grupos, como Itaú e Philips, e concluiu que “os ganhos indiretos do programa superam os investimentos, pois um funcionário que compreende as ações da empresa passa a respeitá-la pela transparência e se sente parte integrante da companhia e tende a produzir mais e melhor”.

Para ajudar a criação de projetos que consigam efetivamente atuar nos grandes temas nacionais, o IDIS publicou um manual  com um passo a passo. O texto defende que iniciativas desse tipo são mais bem-sucedidas quando envolvem todos os escalões da instituição.

Uma sugestão é começar com a formação de um comitê que mapeie ações já existentes, pesquisar os temas que mais interessam aos funcionários e mobilizar aqueles que queiram se tornar voluntários. Num segundo momento, o alto escalão deve ser envolvido, pois é a ele que cabe a decisão de alinhar o programa às diretrizes corporativas e de sustentabilidade do negócio.

O IDIS tem grande experiência em assessorar tanto empresas que querem montar seus planos de voluntariado quanto aquelas que pretendem dar mais efetividade a ações já existentes. Está interessado? Venha conversar conosco (http://idis.org.br/contato/).

Planejamento Estratégico Aumenta Efetividade de Programas de Voluntariado

Muitas das grandes empresas que atuam no Brasil têm programas de voluntariado, mas nem sempre esse tipo de ação atinge os resultados desejados. Para alcançar as metas estipuladas pela empresa é preciso pensar bem o que fazer e como atuar. É para isso que serve o planejamento estratégico, que pode ser aplicado tanto na criação de programas novos quanto no aprimoramento de projetos já existentes.

A Mapfre, gigante espanhola dos seguros, é uma das companhias que se deram conta da importância de aplicar o planejamento estratégico em suas ações sociais. A empresa já tinha um programa de voluntariado no Brasil, mas ele ainda não estava caminhando como esperado, por isso a iniciativa está sendo reformulada. “Nós estávamos desatualizados e recebemos novas diretrizes da Espanha. Como a cultura aqui é muito assistencialista, nosso programa adquiriu esse viés. Envolvíamos muito poucas pessoas, e percebemos que valia a pena atuar de outra forma”, explica Alessandra Gosling, analista de responsabilidade social da Fundación Mapfre, braço social da empresa. Para balizar o “relançamento” do programa de voluntariado, a organização passou por uma reflexão estratégica exclusiva para o tema.

“Quase todas as grandes empresas têm voluntariado, mas geralmente é uma ação sem estratégia, não integrada à empresa”, ressalta Adriana Deróbio, gerente de projetos do IDIS, que assessorou, em 2013, a Fundación Mapfre em seu processo de reavaliação. “Uma reflexão estratégica participativa é uma oportunidade de aprimorar pontos que não estão funcionando bem e fortalecer o que já é bem sucedido”, explica a gerente de projetos.

O planejamento é um processo complexo, que envolve tanto diretores quanto funcionários da empresa, bem como os beneficiários. Ele envolve uma série de procedimentos, como pesquisas, diagnósticos, estabelecimento de objetivos, desenvolvimento de planos de ação e até mesmo a criação de um manual que guie a ação dos voluntários. O objetivo é tornar o voluntariado mais efetivo, pois “os programas corporativos podem ter grande poder de transformação, já que envolvem muitas pessoas e ações para uma causa”, afirma Adriana.
Como a elaboração de um planejamento estratégico depende uma análise aprofundada dos vários elementos envolvidos no projeto, a Fundación Mapfre passou 2013 inteiro reavaliando seu voluntariado, que vai ser relançado este mês, de acordo com Alessandra. “Queremos oferecer uma gama de oportunidades mais permanentes de participação para nossos funcionários; antes, tínhamos apenas ações pontuais”, acrescenta a representante da Mapfre.

O planejamento estratégico, no entanto, não serve apenas para as empresas que querem aprimorar um programa já existente. Ele também é muito útil para quem está partindo do zero. Este é o caso da Fundação André Maggi, que está usando a ferramenta para criar um novo cenário futuro para seus Programas e Projetos. Entre eles, está o voluntariado dentro do Grupo Maggi, que atua em diversos setores, como o elétrico e o agrícola. “Nossos funcionários têm grandes expectativas em implantar um programa”, diz a supervisora social da fundação, Aletéa Rufino. O problema, segundo ela, é que “a empresa tem unidades em vários municípios, e administrar um programa é complicado nessa situação”.

No caso da Fundação André Maggi, que conta no momento também com assessoria do IDIS, a discussão sobre o voluntariado apareceu dentro de um contexto maior, em que toda a entidade estava passando por uma revisão estratégica. Como explica Aletéa, “o que é interessante para Cuiabá não necessariamente vai funcionar em um município menor”. A intenção é colocar diversas propostas para votação interna na empresa até novembro, e implantar um piloto no começo de 2015.

Aletéa, no entanto, admite que a conclusão do planejamento estratégico pode até ser que agora não é a hora de criar um programa de voluntariado. A representante da Fundação André Maggi explica o porquê da cautela: “É todo um trabalho que precisa ser muito bem pensado, por causa das pessoas que estão do outro lado, com as quais queremos trabalhar”.

Para saber mais sobre como o IDIS pode apoiar sua empresa ou organização tanto no planejamento estratégico como no desenho de um programa de voluntariado, entre em contato com comunicacao@idis.org.br.

Riovoluntário Lança Pesquisa Sobre Perfil do Voluntariado Empresarial

As empresas parecem estar cada vez mais preocupadas com o desenvolvimento de bons programas de voluntariado corporativo, segundo mostra a pesquisa “Perfil do Voluntariado Empresarial no Brasil”, recém-lançada pela organização da sociedade civil Riovoluntário. Das 89 empresas (de todos os portes e setores, que atuam em território nacional, sendo 61% delas na região sudeste) que responderam ao questionário, 45% possuem programas de voluntariado institucionalizado, com planejamento e orçamento anuais.

A seriedade com que o voluntariado empresarial vem sendo encarado pelas empresas reflete-se num maior engajamento dos colaboradores nessas ações. Segundo o estudo, as empresas que apresentam níveis de mobilização de seus funcionários acima dos 10% têm programas institucionalizados. Mas para as empresas, o principal fator responsável por aumentar o grau de participação dos colaboradores no serviço voluntário é a presença do profissional comunicação interna comprometido com o programa (79%).

Outro fator que contribui para o incremento da participação dos colaboradores, na avaliação dos entrevistados é o engajamento da diretoria. Para 84% deles, a existência de uma diretoria participativa está fortemente vinculada ao sucesso de um programa de voluntariado empresarial. No entanto, somente 25% das empresas declararam que seus diretores participavam maciçamente das ações de voluntariado incentivadas pela empresa.

A fim de promover a participação dos colaboradores em ações voluntárias, as empresas: estimulam a atuação em programas sociais da própria empresa (73%); oferecem recursos para os projetos em que os voluntários atuam (63%); apóiam a formação de grupos de voluntários (63%); divulgam oportunidades de serviços voluntários (61%); e premiam e/ou divulgam a atuação de voluntários em eventos e publicações (54%).

44% das empresas respondentes disseram que preferem planejar as ações de voluntariado durante o horário de trabalho, e realizá-las fora desse horário. Apesar desse dado, o estudo revela que 43% das empresas pesquisadas dispensam funcionários durante o expediente para a realização de serviço voluntário. O levantamento ainda indica que 18% das empresas valorizam a experiência em serviço voluntário na hora de contratar novos funcionários.

Independente do grau de institucionalização dos programas, as campanhas de doação são as que mobilizam um maior número de pessoas (71%), bem como as ações pontuais (51%). As ações continuadas, nas quais o voluntário pode desenvolver todas as suas potencialidades e experimentar o trabalho em equipe, com recursos escassos, mobilizam apenas 36% dos colaboradores. Isso, de acordo com a pesquisa, mostra que o voluntariado social não é uma cultura consolidada na sociedade brasileira.

O que mais motiva as empresas a desenvolverem programas de voluntariado é o desejo de atender as necessidades sociais das comunidades que estão em seu entorno (38%) e de fortalecer o relacionamento com essas comunidades (27%). Como era de se esperar, a maioria dos programas incentiva ações de voluntariado voltadas para a área da educação (72%), com público-alvo prioritário em crianças e adolescentes (79%). Mas surpreendentemente, ações voltadas para o meio ambiente têm grande atenção das empresas (54%), aparecendo à frente de áreas como saúde, esporte, lazer, assistência social e cultura. E ações voltadas para idosos aparecem em segundo lugar no ranking dos públicos-alvos prioritários, à frente do atendimento à família e adultos em geral. As atividades administrativas, nas quais o voluntariado empresarial poderia contribuir muito, aparecem como a última opção de ação voluntária a ser incentivada pelas empresas, com apenas 19% das citações.

Embora 28% da amostra não tenham um orçamento anual pré-fixado para ações de voluntariado, 19% das empresas investem mais de R$ 200 mil anuais nessas ações. 49% das empresas analisadas possuem uma equipe com duas ou mais pessoas dedicadas à promoção do voluntariado. 18% das empresas afirmaram contabilizar as horas dedicadas fora do horário de trabalho como investimento social da empresa. Mas apenas 43% delas afirmam possuir indicadores de avaliação do voluntariado.

Além de trazer dados quantitativos, a pesquisa apresenta textos de Joana Garcia, Fernando Rossetti, Paulo Haus Martins e Paulo Itacarambi sobre voluntariado empresarial e 29 casos desenvolvidos no Brasil.

Clique aqui para ler a íntegra da pesquisa.

 

 

Voluntariado Empresarial como ferramenta de gestão de pessoas

Elaborada por Alessandra A. Cherubino Luz, Ana Lúcia Caloi Neves, Élica Fernandes, Norival de Oliveira e Tatiana M. Otani, em agosto de 2004, a monografia mostra como o voluntariado empresarial, mesmo não sendo implantado com a finalidade de “gerir pessoas” ou “humanizar relações”, acaba proporcionando mudanças comportamentais positivas naqueles que dele fazem parte.

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