Catalyst 2030 Brasil divulga carta aberta para incorporar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na gestão pública
Empreendedores sociais de todo Brasil publicaram uma carta aberta para candidatos e candidatas a cargos públicos em disputa nessas eleições. No documento, elencam oito compromissos e ações concretas para fortalecer a Agenda 2030 na gestão pública.
A ação foi organizada pelo Catalyst 2030 Brasil, rede global que atua em rede para tornar o mundo melhor e mais justo para todos e, com a carta, apresenta sugestões criar ambiente e condições para acelerar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Até o momento, a iniciativa já conta com mais de sessenta assinaturas de organizações e empreendedores de impacto.
Nós do IDIS, somos membros fundadores do Catalyst 2030 e assinamos a carta. Convidamos você a participar também desse movimento. No contexto brasileiro são muitos os temas que precisam ser endereçados e apenas por meio da colaboração e fortalecimento dessas metas, isso é possível.
“Estamos diante de inúmeros desafios. A agenda dos ODS nos orienta na direção da solução de problemas que precisamos resolver urgentemente. Não temos tempo a perder e precisamos que todas as lideranças públicas estejam engajadas em colaboração com o setor privado e com a sociedade civil organizada”, argumenta Erika Sanchez Saez, membro do Catalyst 2030 BR e Diretora Executiva do Instituto ACP.
Clique aqui e acesse à carta
Ou confira o conteúdo na íntegra abaixo.
Carta de Compromisso com a Agenda 2030 e os 17 ODS aos Candidatos e Candidatas das Eleições 2022
As pessoas e organizações signatárias desta carta se dirigem aos candidatos e às candidatas das eleições de 2022 para pedir o seu apoio e compromisso com os principais desafios coletivos tão bem traduzidos pela Agenda 2030, por meio dos 17 ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Somos um grupo de empreendedores de impacto, intra-empreendedores, inovadores e empreendedores sociais que, por meio do capítulo brasileiro do Movimento Global Catalyst 2030, promove soluções inovadoras e a colaboração como estratégia fundamental e transversal para o alcance dos ODS em todo o planeta. O Movimento surgiu no Fórum Econômico Mundial, a partir da articulação de organizações internacionais como Ashoka, Skoll Foundation e Schwab Foundation, e reúne empreendedores sociais em 197 países que, juntos, impactam positivamente a vida de mais de 2 bilhões de pessoas.
No Brasil, o Catalyst é composto por mais de 100 integrantes, uma pequena amostra dos milhares de empreendedores sociais Brasil afora, que atuam incansavelmente no combate à desigualdade e no enfrentamento à emergência climática que vivemos. A sociedade civil organizada tem sido protagonista, sobretudo, nestes anos de pandemia, tendo mobilizado mais de 7 bilhões de reais para investimento social para fazer frente aos vários desdobramentos da crise.
Em maio de 2022, o Fórum Econômico Mundial, em colaboração com a Deloitte, publicou o relatório Unlocking the Social Economy Towards an inclusive and resilient society (Desbloqueando a Economia Social – Rumo a uma sociedade inclusiva e resiliente, em tradução livre para o português), em que reforça as oportunidades para criação de impacto coletivo positivo a partir da atuação de empreendedores sociais em todo o mundo.
Acreditamos não somente que é possível e urgente mudar o Brasil e o mundo para melhor, como também que é possível um país em que todas as pessoas tenham acesso a direitos básicos como saúde, educação, moradia, água, trabalho e renda. Nossa crença se baseia na nossa experiência acumulada em buscar respostas para tais desafios comuns. Sabemos que as soluções para muitos dos nossos piores problemas já existem e a maioria delas está à disposição de qualquer gestão pública que queira implementá-las em larga escala.
A Agenda 2030 e os seus 17 ODS são a diretriz comum para que governos, empresas e sociedade civil possam trabalhar juntos, com prioridades claras. Sendo um pacto global assinado por 193 países na ONU em 2015, para que seja também aplicável e tático em nível local faz-se necessário desenvolver metas e indicadores específicos para cada um dos 17 objetivos, bem como soluções locais, e o poder público é peça fundamental para a sua viabilidade e escala. A erradicação da pobreza, o combate às desigualdades e às injustiças e o controle das mudanças climáticas precisam ser enfrentados nos territórios, em cada estado, em cada canto do Brasil.
Assinamos esta Carta por estarmos convictos de que focar em soluções que se pautem pelo desenvolvimento sustentável em suas três dimensões – social, ambiental e econômica – é o caminho que as novas gestões precisam adotar para gerar emprego e renda e, ao mesmo tempo garantir justiça social e ambiental, equidade e paz. Não podemos deixar ninguém para trás.
Por isso, compartilhamos esta carta com todos os candidatos e candidatas – a deputado estadual e federal, ao senado, aos governos dos estados e à presidência da república – para propor 8 compromissos e ações concretas que fortalecem a Agenda 2030 na gestão pública, trabalhando a partir da sua atuação individual como representantes da sociedade brasileira, caso sejam eleitos e eleitas, para garantir:
– GOVERNANÇA: que seja retomado o funcionamento da Comissão Nacional para os ODS, com ampla participação da sociedade civil;
– PLANEJAMENTO: que existam metas, indicadores e planos em nível local para cada um dos ODS;
– RECURSOS FINANCEIROS: que todos os ODS que compõem a Agenda 2030 sejam incorporados no orçamento;
– POLÍTICAS PÚBLICAS: que sejam elaboradas e garantidas políticas públicas que promovam e incentivem práticas e ações que ampliem e consolidem o desenvolvimento sustentável orientado pelos 17 ODS.
– TECNOLOGIAS SOCIAIS: que as variadas soluções, com eficácia comprovada, que os empreendedores e empreendedoras sociais desenvolvem por todo o país e que respondem a diferentes metas dos 17 ODS, sejam incluídas em suas respectivas agendas de governo;
– EDUCAÇÃO PARA OS ODS: que todos os temas expressos via os 17 ODS da Agenda 2030 sejam parte do currículo comum da educação básica;
– COLABORAÇÃO: que sejam criados espaços colaborativos para que a sociedade civil, empreendedores sociais junto com o setor privado e as diferentes esferas do poder público, possam participar de forma cooperativa e ativa na construção de políticas públicas que respondam a Agenda 2030;
– TRANSPARÊNCIA E PRODUÇÃO DE DADOS: que sejam desenvolvidos indicadores e existam dados e informações disponíveis e facilmente acessíveis sobre as políticas públicas, e ações do poder público de forma ampla, que incidem em cada um dos 17 ODS.