Paula Fabiani analisa artigo sobre filantropia estratégica em nova edição da Stanford Social Innovation Review

Embora a filantropia estratégica tenha avançado significativamente nos Estados Unidos, tanto em variedade de causas quanto em quantidade de recursos, não se observam melhorias proporcionais em questões fundamentais para a sociedade e o meio ambiente. Essa é a conclusão de Mark Kramer e Steve Phillips no artigo ‘Onde a Filantropia Errou?’, que é a matéria de capa da edição 9 da Stanford Social Innovation Review Brasil (SSIR).

A abordagem questionada pelos autores é amplamente adotada no Brasil, em um contexto bastante diferente. Por isso, a revista convidou autores nacionais com diversas atuações no ecossistema filantrópico para responder a seus argumentos e contextualizar as críticas do artigo.

Paula Fabiani foi uma das lideranças convidadas a trazer perspectivas e exemplos brasileiros para a discussão. “Os autores questionam a crença de que os mais vulneráveis não são capazes de resolver seus próprios problemas e que os grandes doadores possuem a sabedoria necessária para solucionar os desafios sociais”, explica. Veja aqui outras conclusões de Paula.

O artigo também contou com respostas de Richard Sippli (Movimento Bem Maior), Raphael Mayer (Simbi Social) e Eliana Sousa Silva e Gisele Ribeiro Martins (ambas da Redes da Maré).

Confira aqui todas as respostas dos autores e aqui o artigo original na íntegra.

Ilustração: Adams Carvalho

Tese de doutorado de Paula Fabiani sobre filantropia corporativa estratégica está disponível

Paula Fabiani, CEO do IDIS, concluiu recentemente seu Doutorado. Ela pesquisou sobre a Cadeia de Doação Corporativa e seu potencial no aprimoramento da filantropia corporativa estratégica.

Ela obteve seu doutorado em Gestão de Operações e Sustentabilidade na Fundação Getúlio Vargas (FGV) / Escola de Administração de Empresas de São Paulo.

“A academia tem poder de transformação. A partir do rigor científico, que confere credibilidade ao mundo acadêmico, pesquisas e publicações tem o potencial de contribuir para a construção de um mundo melhor. Este é justamente um dos meus compromissos: buscar sempre o aprofundamento de questões que possam ser contributivas para a nossa sociedade […] A partir do olhar sobre o engajamento dos stakeholders (partes interessadas), busquei contribuir para que as corporações adotem uma abordagem mais estratégica em suas atividades filantrópicas”, diz Paula.

A tese completa está disponível para consulta aqui (disponível apenas em inglês).

Fundo de Fomento à Filantropia é criado com apoio de grandes doadores

Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, José Luiz Egydio Setúbal, médico e empresário, Luis Stuhlberger, engenheiro e gestor de fundos de investimentos, e o casal Teresa Cristina e Candido Bracher, estão entre os doadores que aportaram recursos no Fundo de Fomento à Filantropia, iniciativa criada pelo IDIS para ampliar o impacto da filantropia estratégica e do investimento social e, assim, promover mais transformações sociais positivas. Recém-lançado, o fundo começa com um patrimônio de R$5 milhões com matching garantido de mais R$5 milhões. Ou seja, para cada real doado, o IDIS está aplicando mais R$1, utilizando, para isso, o recurso doado pela filantropa MacKenzie Scott para o Instituto. O fundo tem uma meta de captação de R$25 milhões, com atração de R$15 milhões em até 2 anos.

Fundos Patrimoniais Filantrópicos, também conhecidos como endowments, são fundos criados para receber doações destinadas a causas de interesse público ou organizações específicas. De modo geral, os recursos recebidos permanecem no fundo, preservados em aplicações financeiras, e apenas os rendimentos são periodicamente resgatados, contribuindo para a sustentabilidade no longo prazo. O IDIS é um grande promotor do mecanismo há mais de uma década, investindo na produção de conhecimento e apoiando a criação de muitos fundos patrimoniais. Em 2018, criou a Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, que reúne uma centena de signatários articulados para a melhoria do ambiente regulatório.

Muito populares nos Estados Unidos e Europa, no Brasil, há registro de 107 endowments, que beneficiam inúmeras causas. Este, entretanto, é o primeiro destinado ao fortalecimento da filantropia e da cultura de doação, incluindo o apoio a iniciativas de advocacy por um ambiente regulatório favorável, e a produção de conhecimento, como pesquisas e campanhas. Os ativos serão também aplicados para ampliar a articulação de atores e parcerias para o desenvolvimento do setor e para catalisar iniciativas estruturantes que possam multiplicar o Investimento Social Privado (ISP) e o seu impacto.

“O IDIS completa 25 anos e foi o momento perfeito para concretizarmos um sonho antigo – a criação de um fundo patrimonial que garanta perenidade do investimento em causa tão importante para o Brasil – a filantropia. Com uma base financeira sólida, poderemos investir em novos projetos e expandir nossas iniciativas, atingindo mais pessoas e promovendo mudanças duradouras”, ressaltou Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Estruturado a partir da aplicação das melhores práticas internacionais e seguindo as orientações da Lei 13.800/19, o Fundo de Fomento à Filantropia contará com Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal, Comitê Consultivo do Fundo Patrimonial, Comitê de Investimentos e Equipe Técnica. 

Valor Econômico destaca relevância da filantropia estratégica no Brasil

A ‘filantropia estratégica’, ou investimento social privado, refere-se à prática de alocar recursos privados de maneira voluntária e estratégica, sejam eles financeiros, materiais, humanos, técnicos ou gerenciais, com o objetivo de beneficiar o público.

Além dessa prática, a Lei Orçamentária Anual (LOA) representa outra fonte de recursos para entidades privadas sem fins lucrativos. Um artigo do Valor Econômico destaca a importância da combinação de recursos orçamentários e filantropia estratégica no enfrentamento de problemas sociais. Confira.

Doação milionária feita ao IDIS é pauta na Época Negócios

Após 25 anos desenvolvendo o investimento social no Brasil, o IDIS foi reconhecido por meio de uma doação de US$1,5 milhão (cerca de R$ 7,5 milhões) da norte-americana, Mackenzie Scott. A doação da filantropa será alocada no fundo patrimonial do IDIS, que deve ser criado ainda este ano e auxiliará a garantir que a organização continue a fortalecer a filantropia estratégica e seu impacto positivo na sociedade brasileira. A notícia foi pauta no jornal Época Negócios.

Confira a matéria na íntegra aqui.

 

Glossário de Investimento Social Privado: conheça alguns conceitos que fazem parte deste universo

O investimento social privado (ISP) tem se tornado uma prática cada vez mais relevante no cenário empresarial contemporâneo. Empresas e organizações têm reconhecido a importância de ir além do lucro financeiro e buscar formas de contribuir para o desenvolvimento social e sustentável da sociedade em que estão inseridas.

Ainda assim, muitos termos e conceitos do investimento social privado podem ser complexos e confusos para aqueles que estão explorando esse campo pela primeira vez. Ao entender esses fundamentos, você poderá se sentir mais confiante e capacitado para iniciar ou aprimorar suas iniciativas de investimento social privado.

Conheça os serviços prestados pelo IDIS visando aprimorar o ISP no país 

Filantropia estratégica

É a alocação voluntária e estratégica de recursos privados, sejam eles financeiros, em espécie, humanos, técnicos ou gerenciais, para o benefício público. Para promover a transformação social sistêmica e de longo prazo, esse investimento é feito com planejamento estratégico ancorado em dados, com indicadores pré-definidos, execução cuidadosa, monitoramento dos resultados e avaliação do seu impacto.
Fonte: IDIS

 

Filantropia de risco

A filantropia de risco, também chamada ‘venture philanthropy’, tem como objetivo apoiar e catalisar soluções inovadoras para problemas socioambientais, propostas por negócios de impacto em estágio inicial ou organizações da sociedade civil. Neste modelo, o investidor assume riscos ao apostar em potenciais de mudanças sistêmicas e prioriza o impacto positivo ao retorno financeiro, com financiamento personalizado, complementado com apoio estratégico, monitoramento e avaliação do impacto.
Fonte: Investimento Social e Impacto no Brasil – Latimpacto

 

Blended finance

Blended Finance, ou finanças híbridas, são estruturas que combinam capital filantrópico e o capital financeiro para realização de iniciativas com impacto socioambiental. Elas podem combinar instrumentos diversos para apoio aos projetos, como por exemplo dívida, equity, garantias, seguros, programas ou fundos garantidores, grants, pagamento por resultados e assistência técnica.
Fonte: World Economic Forum e BNDES

 


Negócio de impacto

Negócios de impacto são empreendimentos que oferecem, por meio de seus produtos e serviços, soluções para desafios socioambientais e geram mudanças positivas ao mesmo tempo em que geram resultados financeiros positivos de forma sustentável.
Fonte: Artemisia e Anprotec/ICE

 


Inclusão produtiva

Inserção de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social no mundo do trabalho, em áreas rurais ou urbanas, por meio do empreendedorismo ou da empregabilidade formal, de modo que sejam capazes de gerar sua própria renda de maneira digna e estável, e assim superar processos crônicos de exclusão social.
Fonte: IDIS e Sebrae

 


Empreendedorismo social

Empreendedorismo social é o conceito por trás da construção de negócios de impacto. Ou seja, o ato de empreender para promover soluções sistêmicas que responder a desafios sociais e ambientais.
Fonte: Fundação Schwab

 


Economia regenerativa

A economia regenerativa propõe o reconhecimento – de maneira calculada – do valor econômico do meio-ambiente, das pessoas e das relações entre estes elementos, para os sistemas produtivos. Com isso, é possível prever usos mais adequados, privilegiando a regeneração e evitando o consumo até a escassez.
Fontes: NetZero