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Com inscrições abertas, Edital da Água já recuperou 42 nascentes em quatro anos

Iniciativa da Mosaic Fertilizantes também contribuiu para a capacitação de quase 6 mil pessoas e a conservação de uma área de mais de 10 mil metros quadrados em nove Estados

 

Edital da Água, promovido pelo Instituto Mosaic, responsável pelas ações sociais da Mosaic Fertilizantes, caminha para a sua quinta edição, contabilizando diversos impactos positivos consistentes para assegurar a disponibilidade dos recursos hídricos para gerações futuras nas mais diversas regiões do país, por meio do apoio a 51 projetos.

 

Anualmente, o Edital da Água seleciona e financia com até R$ 45 mil 15 projetos inovadores com potencial de escalabilidade, encabeçados por instituições de ensino ou da sociedade civil, com o comprometimento de recuperar e preservar nascentes e áreas de manancial; aumentar a vazão em cursos hídricos; instalar sistemas de saneamento básico; difundir tecnologias sociais para tratamento de água; promover a gestão eficiente da água na produção de alimentos; além de alavancar pesquisas e capacitações e educação ambiental. Neste ano, as inscrições abrem em 22 de março, quando se comemora o Dia Mundial da Água, e prioriza projetos voltados para a produção de alimentos, além dos projetos ligados à Diversidade e Inclusão.

 

 

Prazo

 22 de março a 28 de abril

 

Municípios de abrangência: Barreiras | Candeias (BA), Anápolis | Catalão | Ouvidor | Rio Verde (GO), São Luis | Balsas (MA), Rondonópolis | Sorriso (MT), Campo Grande (MS), Araxá | Alfenas | Conquista | Delta | Patos de Minas | Patrocínio | Sacramento | Tapira | Uberaba (MG), Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (SC), Cajati | Cubatão | Pariquera-açu | Registro | Jacupiranga | São Paulo (SP), Barra dos Coqueiros | Capela | General Maynard | Japaratuba | Rosário do Catete (SE), Rio Grande (RS)

 

INSCRIÇÃO

Preencher o formulário de inscrição, a planilha de orçamento e cronograma do projeto, disponíveis em aqui, reunir os documentos obrigatórios e complementares; e enviar a documentação ao IDIS (editalagua2023@idis.org.br), efetivando a inscrição.


 

Desde 2019, mais de 5.900 pessoas, de 29 municípios em nove Estados brasileiros, participaram de atividades de capacitação, educação ambiental e atividades de engajamento e sensibilização sobre uso sustentável da água ao longo das edições. As quatro últimas edições também garantiram a recuperação de pelo menos 42 nascentes; a instalação de mais de 110 sistemas de captação de água e/ou tratamento de esgoto; e mais de 10.800 árvores plantadas.

 

 

“Diante de todos os resultados positivos gerados pelo Edital da Água, percebemos a importância de incentivar ideias que transformem as comunidades e garantam qualidade de vida para todos. Essa iniciativa revolucionária está alinhada com as nossas metas de ESG com a prioridade no ODS [Objetivo do Desenvolvimento Sustentável] 6, colaborando para assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos. É uma grande satisfação poder promover e incentivar projetos com propósito tão nobre em diferentes regiões do Brasil”, afirma Paulo Eduardo Batista, diretor de Performance Social.

 

 

No primeiro ano do Edital da Água (2019), a iniciativa do Desafio Jovem Betel, entidade de Paranaguá (PR) voltada para o acolhimento de adultos com dependência química, implementou tecnologias sociais para o saneamento básico ambiental na organização, beneficiando mais de 70 pessoas com acesso à água potável. Em 2020, a Associação Amigos da Terra Sorriso (MT) contribuiu para a recuperação de 11 nascentes na Bacia Hidrográfica do Rio Lira, atuando na conservação do solo de uma área de 3.250.000 m², capacitando técnicos locais e instalando mais de 300 drenos para acelerar a recarga do lençol freático e aumentar a vazão do rio.

 

Com o objetivo conservar e recuperar recursos naturais através do uso racional da água, em 2021, a Associação Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Uberaba (MG) desenvolveu sistema de captação de água para reuso em horta comunitária, beneficiando 750 pessoas de forma direta.

 

Com o potencial de proporcionar o desenvolvimento da agricultura sustentável através de inovação tecnológica para remoção de resíduos de defensivos agrícolas, na última edição, ainda em curso, a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) desenvolveu uma nova tecnologia que transforma poluentes orgânicos da água em energia. Essa tecnologia, que garante o tratamento de poluentes persistentes aos processos convencionais, vai ser testada em um sistema real de tratamento de esgoto.

 

 

“Estas iniciativas estão alinhadas com os nossos objetivos de desenvolver as comunidades nas regiões onde atuamos. As temáticas ambientais e sociais são transversais à nossa estratégia e missão corporativa. Constantemente, nós buscamos soluções para promover a preservação ambiental aliada ao crescimento sustentável das comunidades”, diz Camila Bellenzani, gerente de Projetos Sociais.

 

 

Além da gestão racional dos recursos hídricos, o alinhamento com os Objetivos Sustentáveis da Organização das Nações Unidas (ODS) e envolvimento das comunidades locais na sua execução estão entre as premissas do edital, que é desenvolvido com o apoio do Instituto IDIS, que auxilia na operacionalização do processo de seleção desde o planejamento até o monitoramento técnico e financeiro dos contemplados.

Já no primeiro ano de existência, a iniciativa foi contemplada em duas categorias pelo prêmio “Cases de sucesso em #ODS6 – Água e Saneamento” organizada pela Rede Brasil do Pacto Global da Organização da Nações Unidas (ONU), com foco em ações sustentabilidade corporativa.

 

O Edital da Água conta com o apoio técnico do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – IDIS, organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), fundada em 1999 com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto.

 

Confira as outras edições do Edital da Água aqui!

 


Sobre a Mosaic Fertilizantes

Com a missão de ajudar o mundo a produzir os alimentos de que precisa, a Mosaic atua da mina ao campo. A empresa entrega cerca de 27,2 milhões de toneladas de fertilizantes ao ano para 40 países, sendo uma das maiores produtoras globais de fosfatados e potássio combinados. No Brasil, por meio da Mosaic Fertilizantes, opera na mineração, produção, importação, comercialização e distribuição de fertilizantes para aplicação em diversas culturas agrícolas, ingredientes para nutrição animal e produtos industriais. Presente em dez estados brasileiros e no Paraguai, a empresa promove ações que visam transformar a produtividade do campo, a realidade dos locais onde atua e a disponibilidade de alimentos no mundo.

Para mais informações, visite www.mosaicco.com.br.

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Informações para a imprensa, favor contatar:

CDN | mosaic@cdn.com.br

Resultados do SROI da Amigos do Bem é destaque no Jornal da Band

No início de 2023, o IDIS finalizou a avaliação SROI (Social Return on Investiment) ou Retorno Social Sobre Investimento da organização Amigos do Bem. O protocolo propõe uma análise comparativa entre o valor dos recursos investidos em um projeto ou programa e o retorno gerado para a sociedade com essa iniciativa. Os resultados foram destaque no Jornal da Band.

A análise indica um retorno positivo dos projetos liderados pela Amigos do Bem: para cada R$ 1,00 investido, a média de retorno é de R$6,45. Os números indicam que a organização provocou um investimento social no nordeste de R$2 bilhões em 10 anos.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, comenta os resultados e indica a competência do trabalho realizado pela organização como parte essencial para o alcance dos números. “Os resultados mostram exatamente essa multiplicação do dinheiro doado. E isso é feito por meio do trabalho que é executado, tem uma gestão muito eficiente.”

Saiba mais sobre Avaliação de Impacto e confira o case da Amigos da Bem na íntegra.

Clique aqui e confira a matéria na íntegra.

Instituto Cacimba: a materialização do “nós por nós”

Ser membro de uma comunidade é uma característica valiosa para se ter um olhar estratégico para a tomada de decisões do território. Esta tem sido a base da governança do Instituto Cacimba, que atua com foco inicial do bairro de União de Vila Nova, na região de São Miguel Paulista, zona leste da cidade de São Paulo, por meio de apoio, promoção e financiamento de projetos e de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) locais. É a materialização do “nós por nós”, lema de um povo que, historicamente excluído, sempre teve que contar consigo mesmo.

 

Feira da UniRoça, um dos projetos apoiados pelo Instituto Cacimba

Terceiro maior bairro periférico de São Paulo, com cerca de 45 mil habitantes, a União de Vila Nova já carregou também o título de segundo mais violento da capital, registrando altos índices de homicídios e pessoas vivendo em situação de extrema miséria. Um novo desenvolvimento começou em 2002, por meio da comunhão entre poder público, com obras de infraestrutura, e organizações da sociedade civil, com projetos para promover prosperidade social e econômica na região.

 

A partir das conversas entre lideranças locais e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), o Projeto de Urbanização Pantanal investiu na comunidade, não só com a construção de moradias, redes de água e esgoto, energia elétrica, pavimentação e iluminação pública, mas também de escolas, parques e até um Viveiro-Escola, administrado por um coletivo de mulheres locais.

 

COMO FOI CRIADO O INSTITUTO CACIMBA

O cearense Hermes de Sousa chegou em União de Vila Nova no ano 2000 e percebeu o potencial dos moradores que viviam da coleta de material reciclável no lixão a céu aberto que existia na comunidade. Promotor da arte como ferramenta de inclusão social, decidiu atuar na região, dando aulas gratuitas de escultura em madeira retirada dos dejetos. Em 2005, ele fundava oficialmente o Instituto Nova União da Arte (NUA), vindo a se tornar uma importante liderança comunitária do território.

 

Hermes, fundador do Instituto Cacimba

Na busca por novas maneiras de trabalhar na região e atender suas demandas prioritárias, como inclusão produtiva, educação e cultura -, Hermes fundou em 2022 o Instituto Cacimba, que se apresenta como um Instituto Comunitário. Uma organização que visa o desenvolvimento comunitário do território de São Miguel Paulista – iniciando suas atividades com foco na União de Vila Nova – a partir da captação, gestão e distribuição de recursos para iniciativas sociais, atuando em rede com o poder público e a sociedade civil, identificando demandas prioritárias e envolvendo a comunidade no processo decisório de investimento de recursos.

 

Um dos principais desafios de uma Fundação ou Instituto Comunitário é dar representatividade e voz ao território, de forma democrática, acessível, transparente e que abranja a pluralidade de vozes locais em sua governança. É um desafio grande articular tantos atores e conhecimentos em uma organização recém-criada, unindo a democratização do espaço com decisões estratégicas.

 

A representatividade da comunidade na governança do Instituto e um dos 9 princípios que guiam o papel e operação deste modelo de organizações. Sua diretriz é:

 

Possuir instâncias de governança formadas por agentes e cidadãos preocupados com as questões locais que, a partir da sensibilidade e profundo conhecimento do território, serão responsáveis por manter a organização, identificar temas prioritários, orientar a alocação eficaz de recursos, bem como defender os interesses da comunidade.

 

O Instituto Cacimba abordou este tema de forma inovadora, empreendendo esforços para incentivar a participação da comunidade, respeitando seus saberes e história. Saindo dos padrões tradicionais de governança de uma organização social, o Instituto trouxe inovação, formando conselhos e instâncias estratégicas que vão além dos usuais. O primeiro a ser formado foi o Conselho Comunitário, composto por cinco lideranças atuantes da região, dando voz às organizações locais. Valorizando a ancestralidade local, também foi criado o Conselho das Avós, composto por três mulheres com mais de 60 anos, protagonistas na história do território e que atuam em projetos sociais da região. E por fim, há o Conselho da Juventude, integrado por três jovens transformadores locais, que trazem a visão das novas gerações, contribuindo com novos diálogos e abordagens

 

“Entendemos que a gestão compartilhada é o que vai promover a escuta ativa e a participação de fato da comunidade. Porque não queremos que o Instituto Cacimba atue pelo seu próprio entendimento. Queremos fortalecer as organizações e os coletivos locais para que possamos, juntos, levantar dados que nos orientem sobre as problemáticas e potencialidades do território e promover novos projetos”, ressalta Hermes de Sousa.

 

Ainda são poucas as Fundações e Institutos Comunitários presentes no Brasil, mas nos últimos dois anos, houve um aumento significativo, em parte promovido pelo Programa Transformando Territórios – iniciativa do IDIS e da Charles Stewart Mott Foundation – do qual o Instituto Cacimba faz parte desde o início da sua formação.

 

ORGANIZAÇÕES E PROJETOS APOIADOS PELO INSTITUTO CACIMBA

 

Em seu primeiro ano de operação, o Instituto Cacimba captou R$ 240 mil, dos quais destinou R$ 130 mil para projetos sociais. Entre os projetos apoiados estão alguns promovidos pelo NUA, como a Agência de Comunicação NUA, que faz a formação de jovens aprendizes para a produção de conteúdo multiplataforma – criação de sites, filmagens e edição de vídeos, por exemplo – , em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul (UnicSul), que confere uma certificação aos participantes.

Agência de Comunicação – NUA

 

A UniDiversidade das Kebradas, que integra a Aliança das Ecodiversidades, é mais uma iniciativa que recebeu o suporte do Cacimba. Enxergando além dos muros da formalidade acadêmica, a universidade livre oferece oportunidade para trocas de experiências e aprendizados práticos entre líderes comunitários a partir de projetos reais que respondem a dilemas sociais e ambientais.

 

Outro projeto apoiado é a UniRoça – UniDiversidade da Roça, um centro de formação em meio rural, com alojamento, que tem como público-alvo homens em situação de rua. O programa, promovido pela Associação Morada dos Vencedores, alinha reinserção social, projeto de vida e aquisição de habilidades produtivas em áreas como apicultura, piscicultura e agricultura orgânica.

UniRoça, um dos projetos apoiados pelo Instituto Cacimba

Entre os projetos em desenvolvimento está a Pousada Social, que vai fomentar o turismo solidário de base comunitária e empregar mulheres e jovens locais. A pousada está sendo implantada em um prédio na região que passa por obras e tem previsão de abrir para o público em junho de 2023.

 

Construção da Pousada Social

 

Em fase de captação de recursos, estão a criação de um cartão comunitário pré-pago para 400 famílias em alta vulnerabilidade e o desenvolvimento de uma plataforma de comércio de produtos e serviços locais, que poderão ser adquiridos com o próprio cartão, com descontos.

 

Outra proposta é a abertura de editais de seleção de iniciativas locais de nano e micro empreendedorismo feminino para investimento com capital semente.

 

A origem destes projetos que promovem o aquecimento da economia local está na pandemia de Covid-19, quando foi criado o Fundo Cacimba, em março de 2020. Os recursos captados foram usados para apoiar famílias com a compra de alimentos, além de medicamentos, material de higiene e outras necessidades. Se na crise humanitária, o ativismo cívico salvou vidas em União de Vila Nova, agora, com o Instituto Cacimba, a força comunitária do território poderá ser maior que nunca.

 

Informações do Território 

  • Território de atuação: União de Vila Nova, favela localizada no distrito de São Miguel Paulista.
  • Nome do instituto ou fundação comunitária: Instituto Cacimba
  • Nome e cargo da principal liderança Antônio Hermes de Sousa, diretor-presidente
  • População estimada: União de Vila Nova é a terceira maior favela de São Paulo, com cerca de 45 mil pessoas. Cerca de 500 mil pessoas moram no distrito de São Miguel Paulista.
  • Número de OSCs do território: 27 organizações em São Miguel Paulista
  • Desafios regionais: A pobreza e a desigualdade, características estruturais que acompanham o desenvolvimento brasileiro, na União de Vila Nova estiveram associadas, nos últimos anos, com um processo de crescente desemprego e precarização e das relações de trabalho. Com isso, parcela significativa da população apresenta insuficiência ou insegurança de renda.
  • Causas prioritárias do território mapeadas pela organização: inclusão produtiva, educação, cultura e meio ambiente.

 


 

O Instituto Cacimba integra o programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Quer saber mais sobre o Instituto Cacimba? Acesse o site.

Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

Instituto Chamex lança edital “Educação com Cidadania” com investimento de até R$ 30 mil por projeto

Organizações de todo o país terão até o dia 18 de abril para inscrever iniciativas com foco na promoção de soluções voltadas para a Educação

 

O Instituto Chamex, que faz parte da Sylvamo (NYSE: SLVM), a Empresa de Papel do Mundo, com apoio do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), está com inscrições abertas para a 3ª edição do edital Educação com Cidadania. O objetivo é incentivar, por meio da educação, o uso da criatividade como fonte de soluções transformadoras para o mundo e para a sociedade. Serão selecionadas cinco organizações com projetos voltados à educação e os interessados terão até o dia 18 de abril de 2023 para se inscrever pelo site  Prosas na página do Edital com Cidadania .

O processo de seleção é aberto a instituições de todo o país e as entidades contempladas receberão até R$ 30 mil para a implementação e execução dos projetos, que devem ser concluídos em oito meses. O início das atividades está previsto para junho de 2023.

Por acreditar no papel transformador da Educação, o Instituto Chamex quer chegar em todos os cantos do Brasil por meio do apoio a projetos focados na solução dos desafios do sistema educacional, aliando criatividade e inovação nas formas de ensinar, aprender, empreender e educar.

O recurso deve ser utilizado para implementar no território nacional projetos que trabalhem com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (ODS 4) e submetas, com ações que possam:

  • Estimular a prática da cidadania ativa, promovendo a participação coletiva na busca pelo desenvolvimento e bem-estar social;
  • Despertar pessoas para que sejam mais conscientes, críticas e criativas e aptas a lidar com as questões do nosso tempo;
  • Identificar soluções aos problemas encontrados nas comunidades;
  • Formar e capacitar lideranças para a cidadania ativa, atuando, especialmente, junto a escolas, universidades, comunidades e ao setor público;
  • Articular e mobilizar pessoas para promover ações sociais transformadoras;

Será considerado um diferencial propostas com metodologias replicáveis por outras organizações em outras regiões do país. Além disso, será dado destaque para os projetos que estejam nos municípios de Três Lagoas/MS, Luiz Antônio/SP e Mogi Guaçu/SP, locais onde a Sylvamo possui operações.

Inscrições

As inscrições poderão ser realizadas até 18 de abril pelo site do Prosas.

Em caso de dúvidas ou mais informações, entre em contato pelo e-mail: editalchamex@idis.org.br

Sobre o Instituto Chamex

Criado em 2008, o Instituto Chamex coloca a criatividade como elemento central para a construção de uma educação mais acessível, inclusiva, equitativa e transformadora. O instituto atua em rede com diversos parceiros para incentivar o desenvolvimento de alunos, professores e agentes de educação no ensino infantil, fundamental e médio, apoiando e desenvolvendo projetos que possibilitem um novo futuro para milhares de brasileiros.

O Instituto Chamex faz parte da Sylvamo, produtora de papéis Chamex, Chamequinho e Chambril para impressão e escrita. Segue suas diretrizes de responsabilidade social, sustentabilidade e ética, engajando seus profissionais e apoiando as comunidades. Acredita que a criatividade e a educação podem impulsionar a mudança e acelerar soluções para transformar a vida de muitas pessoas.

Para mais informações, visite institutochamex.com.br.

Participe do evento | Instituto e Fundação Comunitária: conceitos e como formar uma

Participe do evento online e gratuito e saiba mais sobre este modelo que tem se desenvolvido cada vez mais no Brasil

 

Com o objetivo de apoiar a criação e o desenvolvimento de novas Fundações e Institutos Comunitários (FICs), o IDIS promove um evento online gratuito no dia 29 de março, quarta-feira, para a apresentação do conceito.  A reunião marca também o lançamento da chamada para novas organizações e  líderes comunitários participarem do programa Transformando Territórios, projeto do IDIS em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar o modelo no país.

 

Conheça os palestrantes:

  • Felipe Insunza Groba, Gerente de Projetos do IDIS e do programa Transformando Territórios;
  • Eliane Macari, Presidente da FEAV – organização participante do Programa Transformando Territórios.

 


29 de março , das 16h às 17h30
Inscrições pelo Sympla

Venha saber mais sobre esse modelo inovador de impacto social.
Inscreva-se aqui.


UM POUCO SOBRE O CONCEITO

Fundações e Institutos Comunitários (FICs) são associações que atuam em prol do desenvolvimento comunitário de um território geográfico delimitado, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto social positivo para o desenvolvimento da região. Estas são protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento.

Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, não implementam projetos – financiam projetos e iniciativas sociais de outras organizações em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região. Além disto, FICs fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

O Transformando Territórios apoia o desenvolvimento destas organizações por meio de formações, materiais didáticos voltados para a temática, palestras nacionais e internacionais, consultorias individuais, viagens e recursos financeiros.

 

COMO PARTICIPAR DO TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

Lançado em 2020, o Transformando Territórios hoje tem 13 iniciativas participantes. Nesta chamada, buscamos novos candidatos para integrar nossa rede. No processo seletivo serão avaliadas algumas características:

 

  • Atuação em um território geográfico delimitado, preferencialmente nos seguintes Estados: Pará, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Paraná, com população entre 200.000 ou 5.000.000 de habitantes;

 

  • Para líderes comunitários: participação de ao menos 4 pessoas interessada em participar da construção e atividades da FIC;

 

  • Para organizações já constituídas e que queiram converter-se em uma FIC: ter interesse em atuar em múltiplas causas e não desenvolver projetos e/ou atividades que possuam relação direta com os beneficiários.

O Programa Transformando Territórios está seu segundo ciclo. Em 2022, apoiou a estruturação de dez novas organizações.


 

Assista esse e outros vídeos na nossa playlist do programa Transformando Territórios.

Delegação brasileira vai ao México debater a filantropia comunitária nas Américas

Ainda pouco conhecido no Brasil, o modelo da filantropia comunitária tem se consolidado cada vez mais internacionalmente como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios. De acordo com levantamento realizado pelo Community Foundation Atlas, existem mais de 1.800 institutos e fundações comunitárias no mundo. Juntas, essas organizações movimentam mais de USD 5 bilhões todos anos.

TT - Guadalajara (1)

Para discutir os diferentes contextos, oportunidades e desafios da filantropia comunitária nas Américas, reuniram-se no início de fevereiro, em Guadalajara, no México, 119 convidados de dez países da América do Sul, Central, Caribe e do Norte. Integraram a delegação brasileira Felipe Groba, gerente de projeto do IDIS, e seis outros representantes de Institutos Comunitários brasileiros, todos participantes do Programa Transformando Territórios: Instituto Baixada Maranhense; ICOM – Instituto Comunitário Grande Florianópolis; Instituto Espraiada e Tabôa Fortalecimento Comunitário.

 

Delegação brasileira com representantes de organizações participantes do Transformando Territórios

O evento, promovido pela CCA – Connecting Communities in America, uma iniciativa da CF Leads (Community Foundations Leading Change), contou com painéis de discussão e com visitas a projetos sociais apoiados pela Corporativa de Fundaciones – a fundação comunitária da grande Guadalajara – e que atuam diretamente nos temas de migrantes e refugiados, crianças em situação de rua e desenvolvimento comunitário. Com olhar cuidadoso à diversidade e à importância de todos poderem se expressar em suas línguas maternas, havia tradução simultânea em quatro idiomas – português, inglês, espanhol e francês.

 

Durante as sessões plenárias e paralelas, os participantes discutiram os contextos em que se dá a filantropia comunitária de enfoque territorial em seus países e realidades. Ficou claro que há características regulatórias e de cultura de doação que diferenciam EUA e Canadá do resto das Américas, e que implicam em níveis díspares de poder e sustentabilidade financeira. Por outro lado, foi reforçado por todos os participantes a necessidade de fortalecimento de organizações e coletivos liderados por grupos minorizados como negros e indígenas, sendo papel das Fundações e Institutos Comunitários – as FICs – visibilizar e apoiar esses grupos na mobilização de recursos materiais, técnicos e imateriais. De acordo com Robson Bitencourt, Gerente do Programa de Desenvolvimento Territorial de Serra Grande e entorno da Tabôa,

 

“A viagem ao México foi uma imersão de observação, aprendizado e troca de conhecimento pelo campo da filantropia com outras fundações das Américas. Importante ampliar as percepções sobre as similaridades e diferenças do que fazemos com o que outras organizações também têm feito, assim como os desafios e as oportunidades. Ficou a impressão de que temos campo para aumentar o trabalho em rede e potencializar nossas ações.”

 

As consequências da mudança climática sobre populações vulneráveis também estiveram no centro da pauta, sendo reforçado o ponto de que embora a solução para essa questão seja global, os impactos negativos sempre serão locais e específicos para cada comunidade. No sentido de unir esforços e endereçar questões estruturais, emergiu o papel das FICs como articuladoras de causas, ao criarem coalizões locais e até nacionais para endereçar grandes temas como a falta de oportunidades laborais, a pobreza no campo, a questão dos refugiados, a segurança alimentar e a defesa por direitos e justiça social.

 

Permeando todas as discussões, esteve também o tema da confiança nas Organizações da sociedade civil (OSCs) e seu papel na expressão da pluralidade de vozes em um território. Os panelistas e participantes do evento relataram casos bem sucedidos de fundações doadoras norte americanas que tem crescentemente adotado a doação de recursos livres – sem encargos e sem restrição a projetos – como premissas de seus aportes financeiros, reconhecendo a excelência e expertise dos líderes sociais em gerirem suas organizações e alocarem os recursos de modo a gerar mais impacto no longo prazo.

 

Durante a estadia no México, a delegação brasileira aproveitou para se reunir e trocar experiências com as equipes da Comunidar (a fundação comunitária de Nuevo León), da Comunalia (organização de suporte às fundações comunitárias do México) e da Corporativa de Fundaciones, além de terem visitado in loco as fundações comunitárias de Morelos e de Malinalco.

 

As visitas técnicas às fundações comunitárias reforçaram as similaridades entre o Brasil e o México, promovendo inúmeros insights e possibilidades entre as organizações brasileiras e mexicanas. Encontramos equipes qualificadas e motivadas, trabalhando em rede para promover a justiça social e o desenvolvimento comunitário em seus territórios.”

 

Comentou Willian Narzetti, gerente executivo do ICOM. Felipe Groba, líder do Transformando Territórios, complementa, lembrando que o encontro contribuiu para a identificação de oportunidades de desenvolvimento para as FICs brasileiras em diferentes níveis de maturidade.

 

Comentários dos participantes:

Felipe Insunza Groba – Gerente de Projetos do IDIS.

 

“Para o Programa Transformando Territórios foi fundamental estar com a delegação brasileira nesses momentos para identificarmos oportunidades de desenvolvimento para as Fundações e Institutos Comunitários Brasileiros em diferentes níveis de maturidade, além de aprender com a experiência de outros países.”

 

Robson Bitencourt –  Gerente do Programa de Desenvolvimento Territorial de Serra Grande e entorno da Tabôa Fortalecimento Comunitário.

 

“A viagem ao México foi uma imersão de observação, aprendizado e troca de conhecimento pelo campo da filantropia com outras fundações das Américas. Importante ampliar as percepções sobre as similaridades e diferenças do que fazemos com o que outras organizações também têm feito, assim como os desafios e as oportunidades. Ficou a impressão de que temos campo para aumentar o trabalho em rede e potencializar nossas ações.”

 

Willian Narzetti –   Gerente Executivo do ICOM.

“A experiência de participar do encontro foi enriquecedora. As plenárias e mesas redondas possibilitaram que as fundações comunitárias apresentassem suas experiências e desafios em questões prioritárias para o campo. Muitas iniciativas e soluções apresentadas têm potencial de inspirar, com as devidas adaptações, ações no território que atuamos. Articulamos novas conexões, que serão melhor exploradas no pós evento. As visitas técnicas às fundações comunitárias das cidades de Cuernavaca e Malinalco reforçaram as similaridades entre o Brasil e o México, promovendo inúmeros insights e possibilidades entre as organizações brasileiras e mexicanas. Encontramos equipes qualificadas e motivadas, trabalhando em rede para promover a justiça social e o desenvolvimento comunitário em seus territórios. A viagem reforça a missão do ICOM, fundação comunitária pioneira que há 17 anos vem promovendo o desenvolvimento comunitário em Santa Catarina, mobilizando, articulando e apoiando investidores sociais e ações coletivas de interesse público.”


 

Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Saiba mais sobre o progama Transformando Territórios e os Institutos que fazem parte da iniciativa, e assista nossa playlist do programa.

Monitor de Fundos Patrimoniais no Brasil

O Monitor de Fundos Patrimoniais no Brasil é uma iniciativa do IDIS e da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos para o acompanhamento de endowments em atividade no Brasil.

Os dados foram obtidos a partir de questionários respondidos por gestores destes fundos ou por meio da consulta pública em sites ou veículos de imprensa.

A atualização é constante. Para passar a integrar o levantamento ou modificar algum dado, gestores de fundos patrimoniais podem preencher o questionário oficial. Solicite o link escrevendo para comunicacao@idis.org.br

Veja também a tabela completa para análise e acesso a outros dados sobre os fundos patrimoniais mapeados.

 

Monitor IDIS dE Fundos Patrimoniais no Brasil – levantamento completo

 

 

Nome 

Ano da criação

Patrimônio

Data da coleta da informação

Chronos (USP São Carlos – comunidade) 2021 R$ 1.600.000 2022
Conecta EAUFBA (Escola de Administração da UFBA) 2021 R$ 100.000 2021
Endowment da FEAC 1964 R$ 175.000.000 2021
Endowment Direito GV 2012 R$ 3.500.000 2021
Endowment FMUSP 2015 R$ 230.000 2021
Endowment Instituto Acaia 2016 R$ 400.000.000 2022
Endowment Instituto Rodrigo Mendes 2014 R$ 26.641.168 2021
Endowment PUC-Rio 2019 R$ 1.000.000 2021
Endowment Sempre FEA (FEAUSP – alunos) 2020 R$ 7.000.000 2022
FLUPP (Fundação Lúcia e Pellerson Penido)  2011 R$ 3.500.000 2021
Fundo Amanhã (Administração UFRGS) 2022 R$ 1.600.000 2022
Fundo Areguá 2016 R$ 7.600.000 2021
Fundo Artigo 220 (Revista Piauí) 2021 R$ 300.000.000 2021
Fundo Baobá 2016 R$ 58.000.000 2021
Fundo Brasil de Direitos Humanos  2005 R$ 12.944.913 2021
Fundo Centenário (Escola de Engenharia da UFRGS) 2017 R$ 2.700.000 2023
Fundo de Bolsas do Insper 2004 R$ 32.000.000 2021
Fundo de Investimento da FALM (Fundação André e Lúcia Maggi) 2017 R$ 14.000.000 2021
Fundo FAS (Fundação Amazônia Sustentável) 2008 R$ 58.000.000 2021
Fundo Fundação ABH 2015 R$ 2.130.000 2021
Fundo Fundação Itaú para Educação e Cultura 2000 R$ 5.638.000.000 2021
Fundo Gerações 2008 R$ 2.646.000 2021
Fundo Patrimonial Amigos da Poli (Escola Politécnica da USP) 2012 R$ 39.000.000 2021
Fundo Patrimonial Amigos da Univali 2019 R$ 72.000 2022
Fundo Patrimonial Amigos do Brasil Central 2019 R$ 50.000 2022
Fundo Patrimonial Arte Despertar 2009 R$ 1.950.000 2021
Fundo Patrimonial ASA 2018 R$ 25.000.000 2021
Fundo Patrimonial BrazilFoundation 2010 R$ 1.902.133 2021
Fundo Patrimonial CEAP 2018 R$ 100.000 2021
Fundo Patrimonial da Fundação Banco do Brasil 2008 R$ 226.800.000 2021
Fundo Patrimonial da Fundação Bradesco 1956 R$ 65.511.000.000 2021
Fundo Patrimonial da Fundação Grupo Volkswagen 2002 R$ 202.300.000 2021
Fundo Patrimonial da Fundação José Luiz Egydio Setubal 2016 R$ 202.000.000 2021
Fundo Patrimonial da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal 1965 R$ 600.000.000 2021
Fundo Patrimonial da Fundação Romi 1999 R$ 85.000.000 2021
Fundo Patrimonial da USP 2021 R$ 10.000.000 2021
Fundo Patrimonial do CPCD 2021 R$ 1.000.000 2021
Fundo Patrimonial do IMS 1995 R$ 1.250.000.000 2021
Fundo Patrimonial do Instituto Alana 2013 R$ 424.779.167 2021
Fundo Patrimonial do Instituto Ayrton Senna 2017 R$ 153.000.000 2022
Fundo Patrimonial FEAUSP (gestores) 2016 R$ 900.000 2021
Fundo Patrimonial Fundação Tide Setubal 2010 R$ 117.312.694 2021
Fundo Patrimonial Ibirapitanga 2017 R$ 377.000.000 2021
Fundo Patrimonial Instituto Reciclar 2013 R$ 6.200.000 2021
Fundo Patrimonial OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de SP)  2006 R$ 48.400.000 2021
Fundo Patrimonial Serrapilheira 2018 R$ 600.000.000 2021
Fundo Perpetuidade SOS Mata Atlântica 2006 R$ 68.000.000 2021
Fundo Rogério Jonas Zylbersztajn 2019 R$ 150.000.000 2021
iGMK – Instituto George Mark Klabin 1993 R$ 10.200.000 2023
Lumina (Unicamp – reitoria) 2020 R$ 500.000 2021
MASP Endowment 2017 R$ 17.000.000 2021
Patronos (Unicamp – alunos) 2020 R$ 1.400.000 2021
Prospera Unesp 2021 R$ 1.000.000 2021
Reditus (UFRJ – alunos) 2022 R$ 10.000.000 2022
Sempre Sanfran (Faculdade de Direito USP – alunos) 2022 R$ 14.000.000 2022
Stickel 1993 R$ 13.000.000 2021
Umane 2016 R$ 1.900.000.000 2021
WimBelemDowment 2021 R$ 1.000.000 2021

Acesse e baixe a planilha completa com a fonte dos dados.

 

Mais sobre Fundos Patrimoniais

Acesse mais conteúdos nesta temática produzidos pelo IDIS aqui.

Caso queira saber mais sobre fundos patrimoniais ou queria conhecer nossos serviços, envie um e-mail para comunicacao@idis.org.br.

Coalizão pelos Fundos Filantrópicos atinge 100 signatários para avanço da pauta no Brasil

Depois de conquistar a sanção da Lei dos Fundos Patrimoniais,
grupo apresenta demandas para aprimorar o sistema regulatório em 2023

 

Com cinco anos de atuação, a Coalizão pelos Fundos Filantrópicos atinge a marca de 100 signatários, reunindo um grupo multissetorial de empresas, fundações e institutos familiares e empresariais, organizações da sociedade civil e indivíduos que apoiam a regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil. A iniciativa de advocacy, liderada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, busca a melhoria de um sistema regulatório favorável para endowments.

Entre as principais conquistas da articulação, estão a sanção da Lei 13.800, conhecida como a Lei dos Fundos Patrimoniais, em 2019. Desde então, mais de 30 fundos patrimoniais foram criados em prol das mais distintas causas e, de acordo com Panorama dos Fundos Patrimoniais no Brasil, lançado em abril de 2022, os 52 endowments ativos atualmente somam R$ 78,8 bilhões em patrimônio.

Em 2023, o grupo segue mobilizado para apoiar e promover a articulação necessária para que o Brasil tenha uma legislação que regulamenta os incentivos fiscais para as doações e a tributação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, como forma de acelerar a adoção do mecanismo. Conheça as prioridades para o aprimoramento do ambiente legal:

Evento de lançamento do Panorama dos Fundos Patrimoniais no Brasil, um dos materiais produzidos ao longo de 2022.

  • Ampliação de incentivos fiscais: aprovação do PLC 158/17

 

O Projeto de Lei busca complementar a Lei 13.800/2019 e propõe incentivos fiscais para todas as causas, que traz incentivos apenas para a área da cultura. Em tramitação no Senado há 4 anos, o projeto prevê a ampliação do acesso a incentivos fiscais já presentes no ordenamento jurídico e subutilizados para fundos patrimoniais. Além disso, o PLC traz normas interpretativas da aplicação da legislação tributária atual e cria o incentivo fiscal de imposto de renda sobre aplicações financeiras.

O projeto aproxima a legislação brasileira à internacional, garantindo segurança jurídica à tributação das Organizações Gestoras de fundos, com normas interpretativas, e desonerando o Fundo Patrimonial do Imposto de Renda sobre aplicação financeira, com a aplicação de norma isentiva já existente para os fundos de pensão.

Saiba mais: https://www.idis.org.br/legisladores-e-hora-de-fomentar-os-fundos-patrimoniais-no-brasil/

 

  • Instrução normativa à Lei Rouanet: benefícios para fundos patrimoniais filantrópicos voltados para a área da Cultura

 

Após aprovação da Lei 13.900 em 2019, a Coalizão buscou diálogo com a Secretaria de Cultura à época para regulamentar os incentivos fiscais para os fundos patrimoniais voltados à cultura. Com a mudança de Governo e restabelecimento do Ministério da Cultura, intensificamos a demanda para que a instrução normativa seja aplicada.

A Lei que regulamentou os Fundos Patrimoniais Filantrópicos trouxe o benefício fiscal previsto na Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, para as doações de propósito específico a Fundos Patrimoniais que beneficiem a causa da cultura.

As organizações da área da cultura, porém, não conseguem exercer o direito que lhes foi conferido pela Lei 13.800, pois ainda não houve a regulamentação deste incentivo fiscal, por parte da Secretaria da Cultura, com o estabelecimento de orientações para a apresentação de projetos culturais.

A regulamentação é urgente para alavancar a criação ou a ampliação de Fundos Patrimoniais voltados à cultura como apoio a museus, por exemplo. Os fundos patrimoniais são uma resposta à falta de recursos para a manutenção de equipamentos culturais, tão importantes para a preservação e divulgação da nossa história e cultura.

Saiba mais: https://www.idis.org.br/carta-aberta-ao-ministerio-do-turismo-e-a-secretaria-da-cultura/

 

  • Disseminação do conceito de Filantropização via Privatização (Philanthropication through Privatization – PtP)

 

Ainda pouco difundido no contexto brasileiro, busca-se divulgar mais a prática de destinar recursos a fundos patrimoniais a partir de operações de privatizações, concessões, acordos de leniência, termos de ajustes de conduta e outras fontes alternativas de recurso. Tal prática possui alto potencial para aporte em fundos patrimoniais no apoio às mais diversas causas e fortalecimento da sociedade civil.

Saiba mais: https://www.idis.org.br/publicacoesidis/filantropizacao-via-privatizacao/

SOBRE A COALIZÃO PELOS FUNDOS FILANTRÓPICOS

A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos é grupo multisetorial composto por 100 signatários, entre organizações da sociedade civil, empresas e pessoas que apoiam o aprimoramento da regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil, além da produção de conhecimento.

Lançada em junho de 2018, a Coalizão é liderada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, tem apoio jurídico do PLKC Advogados. São parceiros master Itaú Asset Management e Santander, e parceiros pleno Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e Movimento Bem Maior.

Quer fazer parte da Coalizão? Entre em contato por comunicacao@idis.org.br.

Saiba mais: idis.org.br/coalizao/

Empresas brasileiras não estão preparadas para responder a situações emergenciais

Por Andrea Hanai, gerente de projetos no IDIS e Paula Gonçalo, coordenadora de projetos no IDIS

Cerca de 25% das mortes por chuvas no Brasil nos últimos 10 anos ocorreram em 2022 e investidores sociais devem se preparar mais do que nunca para situações de emergência

Entre janeiro de 2013 e abril de 2022, os desastres naturais causaram R$341,3 bilhões de prejuízos em todo o Brasil, isso é o que dizem os dados de um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). O estudo demonstra, também, que apenas nos primeiros três meses de 2022, cerca de oito milhões de brasileiros já haviam sido afetados por algum tipo de catástrofe ambiental.

Ainda falando de números, outro dado alarmante para o assunto vem do relatório de transição governamental divulgado no fim de dezembro de 2022. Nele consta que o dinheiro público reservado para “o apoio a obras emergenciais de mitigação para redução de desastres” foi reduzido de R$ 2,57 milhões para míseros R$ 25 mil, tornando-se um dos gargalos orçamentários para 2023.

Nesse contexto, a solidariedade tem movido indivíduos e empresas em torno de campanhas emergenciais que buscam ajudar comunidades mais afetadas por desastres naturais por meio da doação de alimentos, roupas, medicamentos, etc, tendo no Investimento Social Privado uma alternativa complementar aos recursos públicos. O reduzido volume de recursos financeiros disponíveis e, principalmente, a falta de coordenação e planejamento estratégico das ações, mostram que há uma enorme lacuna entre as demandas sociais e a capacidade de resposta de investidores sociais privados a essas tragédias, que aumentam em frequência e gravidade a cada ano.

Por definição, de acordo com o ISDR – International Strategy for Disaster Reduction, o “desastre” é uma “séria interrupção no funcionamento de uma comunidade ou sociedade, com impactos sobre pessoas, bens, economia e meio ambiente, que excede a capacidade dos afetados para lidar com a situação mediante o uso de seus próprios recursos.” A pandemia da Covid-19, desastre de proporções globais, revelou o importante papel que as empresas podem assumir nos esforços para o enfrentamento de situações de emergência, por exemplo.

Segundo o Ranking de Doações Corporativas 2020, produzido pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, as dez empresas que mais realizaram doações e patrocínios no mundo, destinaram em 2020 mais de US$ 4 bilhões a ações de enfrentamento à Covid-19 – o equivalente a cerca de R$ 20 bilhões. Enquanto isso, no Brasil, os dez maiores doadores corporativos destinaram mais de R$ 3 bilhões para o combate à pandemia.

Enchentes no Estado da Bahia em dezembro de 2021 .Foto: Isac Nóbrega/PR

Por outro lado, esses números contrastam com o que se vinha observando como tendência em investimento social privado empresarial voltado para situações ocasionadas por desastres. De acordo com o estudo Measuring the State of Disaster Philanthropy, realizado pelo Candid & Center for Disaster Philanthropy, em 2019, ainda que 70% das empresas tenham reportado que a resposta a desastres é extremamente importante, o volume destinado a essa atuação vem diminuindo ano a ano, demonstrando que esse tipo de filantropia é visto pelas empresas como pouco estratégica.

Esse mesmo estudo mostra que, de fato, a atuação da filantropia e do investimento social privado poderia ser mais estratégica. Mais da metade dos recursos voltados a emergências são direcionados para a resposta imediata e alívio do choque inicial causado pelo desastre, enquanto somente 20% das doações apoia as comunidades a se tornarem mais resilientes, promovendo a redução e mitigação do risco e o preparo e prontidão para as situações emergenciais.

O estudo “A purpose-action framework for Corporate Social Responsibility in times of shock”, desenvolvido por Francisco Javier Forcadell e Elisa Aracil, corrobora com esses dados. Ele analisou a atuação de 218 empresas na Espanha durante as primeiras semanas da Covid-19 no país e as classificou em 4 categorias (simbólica, seletiva, reativa e solidária). Isso de acordo com o desempenho das empresas nas duas principais dimensões consideradas críticas à efetividade de intervenções corporativas em situações emergenciais: o escopo da intervenção e o tempo de resposta.

Empresas classificadas como simbólicas ou reativas possuem um tempo de resposta bastante lento mas se diferem pelo escopo da atuação, sendo a simbólica bastante restrita e a reativa bastante ampla, com maior senso de responsabilidade social. Já as classificações seletiva e solidária categorizam empresas com rápido tempo de resposta a situações emergenciais. Sendo a seletiva restrita em relação ao escopo de atuação, preferindo em geral atuar apenas quando há necessidade de apoio imediato e, em contrapartida, a solidária que olha amplamente para o escopo de atuação, se permitindo maior flexibilidade e fomentando a proatividade e inovação. De acordo com a pesquisa, 42% das empresas tiveram uma atuação ‘seletiva’, ou seja, agiram rapidamente, mas com escopo bastante reduzido e de forma menos estratégica, limitando o potencial das ações de gerar impactos mais transformadores junto ao público beneficiado.

Cidade de Petrópolis em fevereiro de 2022 após deslizamentos | Foto: Clauber Cleber Caetano /PR

É necessário que as empresas ampliem sua visão sobre situações emergenciais, repensando a estratégia de seu investimento social privado no apoio à sociedade. Há espaço para uma atuação de maior impacto nos médio e longo prazos, que não só ampare as comunidades no momento da tragédia, mas que busque também sua resiliência e preparo para o enfrentamento dessas tragédias, bem como sua recuperação e reconstrução. E para tanto, as empresas precisam garantir estruturas, políticas e governança claras que funcionem com agilidade em casos de emergência, garantindo que as atuações sejam efetivas e o tempo de resposta menor.

É fato de que devemos atuar para prevenir as consequências desastrosas de chuvas, desabamentos ou incêndios. Mas é fato também que eles virão, e terão consequências desastrosas na vida de milhares de pessoas. Você está preparado para fazer a sua parte?

Avanço do Brasil no Índice de Solidariedade mostra caminhos para fortalecer filantropia

Texto publicado originalmente no blog do Movimento por uma Cultura de Doação.

No último dia 4 de outubro, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e o Movimento por uma Cultura de Doação (MCD), com apoio da Conexão Captadoras, reuniram ativistas, pesquisadoreas e representantes de organizações da sociedade civil e de empresas para um debate sobre a recente publicação do Índice Global de Solidariedade (WGI, da sigla em inglês ‘World Giving Index’). Divulgado no final do mês de setembro, o índice trouxe o Brasil na 18ª colocação, o que representa um salto de mais de 35 posições entre os 119 países que integram o levantamento. Em 2020, o país figurava na 54ª colocação.

A fim de fomentar o debate sobre o cenário brasileiro, Paula Fabiani, CEO do IDIS, Andrea Wolffenbüttel, membro do comitê coordenador e líder do mandato de Comunicação do MCD, Pamela Ribeiro, coordenadora de projetos especiais no GIFE e membro do comitê coordenador do MCD; e Ana Flavia Godoi, fundadora da Rede Captadoras e consultora sênior de Mobilização de Recursos do Fundo Baobá, apresentaram e refletiram sobre os dados.

Paula Fabiani chamou a atenção para o item ‘Ajuda a um desconhecido’, que apresentou o maior crescimento em nível global dos três tópicos levantados. Isso representa cerca de três bilhões de pessoas, resultando na pontuação mais alta desde a primeira edição da pesquisa, em 2009. Este item saltou de 55%, em 2020, para 62% em 2021. Além da ajuda a um desconhecido, a pesquisa também considera ‘doações de dinheiro a organizações’ e ‘trabalho voluntário’. “Claramente houve um efeito da pandemia, mas outros temas também fizeram as pessoas se engajarem em uma ação, como as mudanças climáticas”, analisou.

Enquanto, na Europa, os países são melhores colocados na doação de dinheiro a organizações, na América Latina a ajuda a um desconhecido teve um desempenho melhor do que a média global, de 40%. Dos 17 países do bloco, apenas Peru (39%), Chile (38%), Panamá e El Salvador (36% cada) ficaram abaixo da média; Brasil e Argentina dividem a liderança, ambos com 47%.

No Brasil, apesar do grande avanço na ajuda a desconhecidos – que foi de 63% para 76% e colocou o país em 11º posição neste item – o índice que mais apresentou crescimento foi a doação a organizações, que avançou 15 pontos percentuais e chegou a 41%.

Mesmo com cautela, Pamela Ribeiro, coordenadora de projetos especiais no GIFE, se mostra otimista com os dados apresentados e indica que eles podem representar um fortalecimento da Cultura de Doação no país. “Quando a gente associa esse crescimento expressivo do engajamento dos brasileiros na doação de dinheiro a outros dados, como o aumento da confiança, isso indica pra gente um futuro bastante promissor”, projetou.

Os dados, na visão de Pamela, podem representar ainda uma ‘resposta dos brasileiros’ ao contexto político e institucional atual. “A retração de políticas públicas e a restrição de acesso aos direitos básicos podem ter estimulado a busca por um caminho alternativo, que é a sociedade civil organizada”, sugeriu a coordenadora.

Por considerar a nova posição do Brasil um lugar ‘poderoso’ e estratégico também para o setor de captação, a fundadora da Conexão Captadoras, Ana Flavia Godoi, destacou a importância de profissionalizar o campo e investir na formação de profissionais e estruturação de setores voltados especificamente para isso. “Quem não tem entendido a captação como um campo profissional pode ter perdido doações nesse período”, sugeriu.

Para Ana Flavia, os números representam mais pessoas praticando a solidariedade e confiando nas organizações, e afirma que “Cabe a nós, do lado de cá, estarmos preparadas para dialogar com essas pessoas e construir uma jornada para esses possíveis doadores. Tendo uma cultura de captação caminhando ao lado da cultura de doação, podemos estimular a construção de uma sociedade civil fortalecida”, explicou.

O evento contou com a participação de mais de 60 pessoas do campo. Andrea Wolffenbüttel, líder do mandato de Comunicação do MCD, destacou a importância do debate para duas das diretrizes criadas pelo MCD para a cultura de doação: Fortalecimento do Ecossistema da Cultura de Doação (Diretriz 5) e Narrativas Engajadoras (Diretriz 2).

“Toda vez que você tem dados e conhece melhor, você consegue entender e discutir com mais propriedade e consegue tomar decisões mais qualificadas. Ter esses dados e discuti-los é fundamental para o fortalecimento do nosso campo. Além disso, é importante termos narrativas que engagem as pessoas na doação; esses dados podem nos ajudar a construir essas narrativas engajadoras”, explicou a jornalista.

Faixa etária e gênero

A última edição do WGI também trouxe dados relacionados à idade e ao gênero dos respondentes. No quesito doação em dinheiro, a faixa que mais se mobilizou foi a de mais de 50 anos, onde aproximadamente 50% afirma ter feito uma doação. A faixa mais jovem (15-29), no entanto, também teve um crescimento acentuado e cada vez mais se aproxima da faixa imediatamente superior, de 30 a 49 anos.

“Uma grande surpresa que tivemos é o público masculino, que vem doando mais recursos. Nós tínhamos a percepção que o público feminino doava mais, e isso foi comprovado pela Pesquisa Doação Brasil, mas nesse último ano a gente teve o público masculino praticando mais a doação de dinheiro que as mullheres”, indicou a dirigente do IDIS, Paula Fabiani.

Para Pamela Ribeiro, essa mudança de posição pode ser um resultado da crise, principalmente social e econômica, enfrentada no país. “A gente sabe que esse tipo de situação afeta muito mais as mulheres, então a doação de dinheiro pode estar sendo impactada por isso”, levanta a hipótese.

No voluntariado, a situação é um pouco diferente, a faixa etária que mais atua nesse quesito é a de 30-49 anos, com desempenho próximo dos 27%, seguida pelas demais, quase empatadas. As mulheres se engajaram mais que os homens nesse tipo de ação, ainda que o registro histórico mostre uma alternância ao longo dos anos.