FUNDAES: Apoio a organizações locais contribui para superar desafios socioambientais no Espírito Santo

Fundada em 2002, a Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo – FUNDAES busca promover e fortalecer o estado do Espírito Santo por meio das organizações sociais acreditando que o desenvolvimento de um território começa com o apoio aqueles que trabalham localmente para a redução das desigualdades.

 

Entre os projetos promovidos pela entidade estão capacitações, pesquisas, formação de redes colaborativas e advocacy. A FUNDAES também auxilia entidades associadas na candidatura de projetos aos editais de fundos sociais, tanto no âmbito dos municípios quanto do estado do Espírito Santo.

 

A realização de todas estas atividades é possível por meio da captação de recursos com várias fontes de financiamento. Entre elas estão a geração própria de receita por meio da anuidade paga pelas afiliadas – atualmente, são 41 organizações – e também as contribuições de empresas sediadas no estado, grandes parceiras da Federação.

 

Com o apoio do Programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation, a FUNDAES assume um novo papel no território, o de instituto comunitário. Em que o papel principal é integrar e articular o ecossistema de impacto do estado, debatendo as demandas da sociedade capixaba compartilhando conhecimentos, investindo na profissionalização do terceiro setor da região e financiando iniciativas e projetos sociais na região.

 

Esta nova atividade ganhou um braço operacional próprio, chamado de Fundo de Investimento Comunitário Capixaba – “FIC”. O objetivo é atrair o investidor social capixaba para apoiar projetos e iniciativas locais que transformem a região. O Fundo conta com um Comitê Gestor próprio que reúne seis representantes da sociedade civil com diferentes expertises. Entre novembro de 2021 e maio de 2022, o Fundo captou R$ 195 mil com fontes de recursos diversas, dentre elas doações de institutos empresariais, doadores pessoas físicas (dentre eles membros da governança da FUNDAES), associações empresariais, famílias, cooperativas e empresas nacionais e internacionais.

 

Robson Melo, Presidente da FUNDAES, apresentando o fundo da FIC

 

Esta pluralidade de fontes doação é uma das principais características das fundações e institutos comunitários, que atuam como uma ponte entre os interesses dos doadores e investidores sociais para atender as  demandas identificadas e endereçadas pelas organizações e iniciativas do território.

 

Projeto Abrace a Vida, apoiado pela FUNDAES

Financiadas por fontes de recursos diversas: buscam construir ao longo do tempo bases diversificadas de captação de recursos, sempre que possível, realizando a captação também junto à própria comunidade, de modo a impulsionar o papel coinvestidor dos cidadãos, aumentar o engajamento comunitário e contribuir com a construção de relações baseadas na confiança e transparência, na qual tanto o instituto/fundação comunitária quanto cidadãos compartilham a responsabilidade sobre o território e sua comunidade.

 

A FUNDAES é uma das organizações mais bem-sucedidas nesta frente, buscando inovar nas relações com os doadores e arrecadação de doações. Este ano a organização está se dedicando a abrir novas frentes de captação, realizando uma parceria com o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Sergio Aboudib no lançamento da sua autobiografia, l, que destinou 100% da venda do livro para o Fundo de Investimento Comunitário Capixaba e que contou com quase 100 doadores através da iniciativa.

 

“O objetivo do Fundo é apoiar iniciativas capixabas que tenham o objetivo do desenvolvimento comunitário, seja pela formação profissional, arte, saúde ou empreendedorismo, com melhoria da gestão e governança da entidade proponente”, destaca Robson Melo.

 

Também merece destaque para a campanha anual “De olho no dinheiro (Leão Solidário)”, que tem como objetivo mobilizar os declarantes do Imposto de Renda, indivíduos e empresas, a destinarem parte do imposto devido a projetos sociais.

 

COMO FOI CRIADA A FUNDAES

Pode-se dizer que o berço da FUNDAES é o ambiente acadêmico e que a entidade já nasce com o viés do desenvolvimento do território a partir do empoderamento comunitário.

 

O ano era 2002, quando pesquisadores de três instituições de ensino superior – Fucape Business School, FAESA e Centro Universitário e Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) – se uniram e buscaram parceria com duas importantes organizações da sociedade civil capixaba – a Fundação Otacílio Coser e a Associação Feminina de Combate ao Câncer (AFECC) – para pesquisar sobre a atuação do terceiro setor na região.

 

A partir de então, com a realização do seminário “O papel do Terceiro Setor para o desenvolvimento local”, foi fundado o Centro de Referência em Terceiro Setor (CERTS), que mais tarde, com o apoio e auxílio técnico das federações coirmãs de São Paulo e Minas Gerais (APF e Fundamig), se tornaria a FUNDAES como a conhecemos hoje.

 

Com uma pausa nas atividades por alguns anos, a Federação volta com força à cena capixaba em 2011, a partir da aproximação do movimento empresarial Espírito Santo em Ação. Como integrante deste grupo, o engenheiro e executivo da indústria siderúrgica Robson Melo se juntou aos então dirigentes – Valcemiro Nossa, Regina Murad, Raquel Coser e Mariluzia Dalla Bernardina para a reativação da FUNDAES. Desde 2019, Robson é membro da diretoria, ocupando a posição de presidente executivo da organização.

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ORGANIZAÇÕES E PROJETOS APOIADOS PELA FUNDAES

Sobre a parceria com o IDIS e a Charles Mott Foundation, Robson Melo destaca que a participação da FUNDAES no Programa Transformando Territórios garante uma parceria impactante e equitativa na medida em que oferece uma rede de colaboração, concedendo apoio financeiro e técnico de acordo com o contexto local de cada instituto e fundação comunitária.

Desde a integração no Transformando Territórios, em 2021, a FUNDAES oferece apoio financeiro a projetos de diferentes temáticas e causas por meio do Fundo de Investimento Comunitário Capixaba.

Entre esses foram apoiados 7 projetos em 6 municípios do Espírito Santo, uma pluralidade importante quando o território de atuação é tão vasto. Conheça os projetos e suas localidades:

  • O projeto Cozinha Abrace, da Associação Abrace a Vida, em Anchieta;
  • Mãos que Fortalecem, do Núcleo Social Roger Fernandes Rodrigues, em Cariacica;
  • Negócio Delas, do Instituto João XXIII, em Vitória;
  • Gestão Organizada em Prol das Mulheres do Território de Andorinhas, do Instituto Mulheres em Ação pela Cidadania, também em Vitória;
  • Segunda Chance, da Associação Casa da Mulher, em Serra;
  • Serviço de Convivência Além dos Muros, do Centro Cultural Araçá, em São Mateus;
  • Simplicidade, do Projeto Simplicidade, em Vila Velha.

Mãos que Fortalecem

O diretor da FUNDAES destaca que, das sete organizações selecionadas na primeira chamada, apenas duas são afiliadas da entidade. Alguns apoios foram destinados à formalização e estruturação destas organizações, possibilitando o maior acesso das iniciativas a recursos financeiros futuramente.

Para ampliar a divulgação da chamada do Fundo de Investimento, a FUNDAES utilizou da rede de 41 de organizações associadas e de uma estratégia inovado As associadas ajudaram a divulgar o edital nas próprias cidades e escreviam cartas de recomendação para que organizações não formalizadas também pudessem participar do edital.  Esta ação mostra o poder da atuação em rede e o potencial da parceria para o desenvolvimento local.

“Muitos projetos, apesar de comprovadamente provocar impacto social positivo, não atendem aos pré-requisitos complexos dos editais públicos por estarem em fase inicial ou outras questões burocráticas. Selecionamos organizações do norte, do sul e do centro do estado e os apoios financeiros são muito personalizados, de acordo com as demandas de cada uma”, explica.

 

Agora, a FUNDAES faz uma nova rodada de captação de recursos até junho para o lançamento da 2ª Chamada de Projetos. A expectativa é garantir ainda mais recursos para apoiar organizações em esforços de transformação de todo o Espírito Santo em um território melhor de se viver.

 

Informações do Território 

  • Território de atuação: Estado do Espírito Santo (46 mil km²).
  • Nome do instituto ou fundação comunitária: Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo – FUNDAES.
  • Nome e cargo da principal liderança: Robson de Almeida Melo e Silva, Presidente da FUNDAES.
  • Causas prioritárias mapeadas pela FIC: Infância e Juventude, Terceira idade, Desenvolvimento comunitário, Arte e cultura.
  • Número de OSCs do território: Aproximadamente 23 mil em todo o estado (ativas ou não). Atualmente, 41 entidades, dentre OSCs, fundações e associações, são associadas à FUNDAES.
  • Desafios regionais: O estado do Espírito Santo enfrenta desafios sociais e ambientais complexos. No âmbito social, a violência urbana é um desafio significativo, com altos índices de criminalidade e violações dos direitos humanos. A falta de infraestrutura adequada, como saneamento básico e moradia digna, afeta negativamente a qualidade de vida de muitos moradores do estado. No contexto ambiental, o Espírito Santo enfrenta a degradação dos seus ecossistemas naturais, em especial a Mata Atlântica e os manguezais. A exploração indiscriminada de recursos naturais, como a mineração e a expansão agrícola, contribui para a perda de biodiversidade e a destruição dos habitats naturais. Porém, o Estado tem significativos avanços na área de educação e houve crescimento econômico em todo o Estado.

 

A FUNDAES integra o programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Quer saber mais sobre a FUNDAES? Acesse o site.

Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

IDIS visita organizações do programa Transformando Territórios

A equipe do IDIS realizou uma série de visitas às organizações participantes do programa Transformando Territórios, que existe para o fortalecimento de institutos e fundações comunitárias no Brasil.

O propósito dos encontros foi de conhecer mais profundamente as organizações e líderes participantes do Programa Transformando Territórios e apoia-los no desenvolvimento das suas atividades como fundações e institutos comunitários brasileiros.

 

Iniciando as visitas no Rio de Janeiro, Felipe Insunza Groba, gerente de projetos do IDIS, e Whilla Castelhano, coordenadora do projeto, visitaram a Associação Redes da Maré. Durante o encontro tiveram a oportunidade de visitar alguns dos equipamentos que compõe a ação da Redes no conjunto de favelas da Maré junto de Gisele Ribeiro, Presidente da organização.  E tiveram oportunidade de conhecer os planos  para o Fundo Comunitário da Maré que terá como foco de apoiar o desenvolvimento de outros líderes e iniciativas sociais na região.

Equipe do IDIS junto da equipe da Redes da Maré

 

Ainda na zona metropolitana do Rio de Janeiro, a Redes do Bem, braço de instituto comunitário da Agência do Bem, foi a outra organização que foi visitada. Esta entidade surgiu a partir de um processo de formação para organizações sociais oferecido pela Redes do Bem. Na mesma região da zona oeste do Rio de Janeiro, em Vargem Grande, Escola Música e Cidadania que forma centenas de jovens através da música clássica e cidadania. A Redes do Bem tem o papel de fomentar a capacitação, formação e financiamento de projetos sociais na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Nesta visita, tivemos a oportunidade de conhecer o impacto das ações de formação e capacitação que a Redes do Bem promove para o terceiro setor carioca ao visitar o Instituto Territórios que está promovendo ações educativas transformadoras na região de Sepetiba, na Zona Oeste da capital carioca.

A última parada no Rio de Janeiro foi a visita ao polo Escola Música e Cidadania em Vargem Grande, projeto social liderado pela Agência do Bem em diversas regiões da região metropolitana carioca.

Equipe IDIS visita organização apoiada pela Redes do Bem.

Equipe IDIS visita organização apoiada pela Redes do Bem.

 

Mudando de estado, no Espírito Santo, foi a vez da FUNDAES – Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo receber a equipe do IDIS para conhecer mais sobre o Fundo de Investimento Comunitário Capixaba, o FIC, que está sendo promovido pela FUNDAES com o objetivo de promover e financiar projetos sociais e OSCs que operem no estado do Espírito Santo.

Nesta visita também tivemos a oportunidade de visitar o Banco Bem, banco comunitário que atende as comunidades dos morros do bairro Itararé, em Vitória, e que foi criado pelo Ateliê de Ideias, associada da FUNDAES. Também foi possível conhecer outras 3 organizações sociais apoiadas pela FUNDAES na promoção e desenvolvimento social no Estado. A FUNDAES está desenvolvendo o FIC – Fundo de Investimento Comunitário Capixaba que visa promover e financiar projetos sociais e OSCs que operem no estado do Espírito Santo.

 

 

Conheça mais sobre o programa neste vídeo:

 

Sobre o Transformando Territórios

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

SUDESTE: Terra de doadores conscientes e de não doadores convictos

Quando o assunto é doações, os moradores da região Sudeste são muito conscientes de suas atitudes. Mais da metade afirma entender o papel das ONGs na sociedade, 51%, quando a média nacional está em 48%. Talvez por isso, os doadores do Sudeste são os que mais doam para organizações sociais formalizadas (47%), enquanto muitas das contribuições de outras regiões, em 2020, foram canalizadas para coletivos que se mobilizam para ajudar ou para campanhas de ajuda a vítimas de calamidades ou pandemia. Considerando todo o País, só 41% das doações se destinaram a organizações sociais.

Os dados são da segunda edição da Pesquisa Doação Brasil, única no país dedicada a traçar o perfil do doador individual brasileiro. A iniciativa é coordenada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e realizada pela Ipsos Brasil Pesquisas de Mercado.

Os doadores da região Sudeste foram os que mais modificaram para maior os valores previstos para doação em 2020: 22% deles disseram que teriam doado menos, caso não houvesse ocorrido a pandemia. No resto do Brasil, só 19% tiveram a mesma postura. Provavelmente, o aumento dos valores doados se deu porque a população do Sudeste nutre uma sensibilidade um pouco maior em relação à causa da saúde. Mesmo considerando que o combate à fome e à pobreza é a mais mobilizadora das causas, uma parcela maior da população da região Sudeste cita a saúde como uma causa que a sensibiliza: 11%, contra 10% da média nacional.

A região Sudeste é a que menos concebe a doação como uma forma de retribuir à sociedade pelo que dela recebemos (53%, contra 56% da média nacional), porém, é a que mais acredita que doar faz bem ao doador (82%, versus 80% da média nacional).

Por outro lado, os não doadores da região Sudeste são os que mais relutam em admitir a ideia de se tornarem doadores. Mais da metade deles, 55%, diz que não há nada que os faça passar a doar. Na média brasileira, essa proporção é de 51%.  Os não doadores do Sudeste também são os que mais alegam não ter dinheiro para doar, não confiar nas organizações que pedem doações e não acreditar que doações possam resolver algo.

Sobre os achados, Paula Fabiani, CEO do IDIS, comenta: “Apesar da queda das doações em 2020, a Cultura de Doação se fortaleceu nos últimos cinco anos. A sociedade está mais consciente da importância da doação e tem uma visão muito mais positiva das organizações da sociedade civil e seu trabalho.”

Em 2020, estima-se que as doações individuais para ONGs somaram R$ 10,3 bilhões. Os resultados completos da Pesquisa Doação Brasil estão disponíveis para consulta no site www.pesquisadoacaobrasil.org.br . Os usuários podem também criar seus próprios gráficos, a partir do cruzamento de diferentes variáveis, como região, gênero ou renda.

REALIZADORES E APOIADORES

A Pesquisa Doação Brasil é uma iniciativa coordenada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, realizada pela Ipsos e com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Fundação Tide Setúbal, Instituto ACP, Instituto Galo da Manhã, Instituto Mol, Instituto Unibanco, Itaú Social, Mercado Pago e Santander.