Brasil cai para a 89ª posição no World Giving Index, com queda em todos os indicadores

16 de novembro de 2023

Em todo o mundo, 4,2 bilhões de pessoas ajudaram alguém que não conheciam, fizeram trabalho voluntário ou doaram dinheiro para uma boa causa. Indonésia, Ucrânia e Quênia lideram o ranking

Pelo sexto ano consecutivo, o país mais generoso do mundo é a Indonésia. Em segundo lugar, está a Ucrânia, que estava na décima posição no ano passado e vigésima dois anos antes. Apenas três dos 10 países melhor colocados estão entre as maiores economias do mundo (Indonésia, Estados Unidos e Canadá), enquanto um dos países mais pobres e menos desenvolvidos do mundo, a Libéria, aparece em quarto lugar.

 

O World Giving Index é uma das maiores pesquisas sobre doação já produzidas, com milhões de pessoas entrevistadas em todo o mundo desde 2009. Nesta edição, inclui dados de 142 países, onde as pessoas foram questionadas se realizaram, no último mês, três tipos de ações: ajuda a um desconhecido, doação em dinheiro ou voluntariado. Os dados foram coletados ao longo de 2022. Trata-se de uma iniciativa da organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

 

Depois de figurar entre as 20 nações mais generosas no ranking, o Brasil caiu para a posição 89. Houve queda em todos os indicadores, sendo a mais acentuada a de doações para ONGs, que passou de 41% para 26%. A ajuda a estranhos foi praticada por 64% dos respondentes em 2022, contra 76% no ano anterior. O voluntariado caiu de 25%, em 2021, para 21%. A pontuação média ficou em 37%. Apesar do Brasil ter ocupado posições melhores no ranking em anos anteriores, esta foi a segunda maior pontuação do país desde o lançamento do índice, em 2009.

 

De acordo com Paula Fabiani, CEO do IDIS, A edição anterior refletia ainda os impactos da pandemia, quando a generosidade estava em alta e, as formas de participação, seja por meio de doações ou voluntariado, estavam mais evidentes. A queda da cobertura destes temas na mídia, somado ao empobrecimento da população e ao clima de incerteza e desconfiança comum em períodos de eleição, contribuíram para diminuição da participação da população na prática da doação”.

 

Fabiani pondera que no período houve também movimentações importantes em outros países, em especial referentes ao aumento de doações, que os levaram a ganharem posições melhores.

 

 

Os dados do World Giving Index 2023 mostram os fatores que influenciam a generosidade em todo o mundo:

  • A média global da solidariedade, assim como a média de cada uma das três variáveis, apresenta estabilidade em relação ao ano anterior. A estimativa é de que 4,2 bilhões de pessoas praticaram algum ato, o correspondente a 72% da população mundial adulta.
  • As pessoas que avaliaram sua vida em termos positivos foram mais propensas a terem feito um ato de generosidade, com alguns dos países mais felizes do mundo ficando no top 10 de doações de dinheiro (Suécia, Dinamarca, Holanda e Islândia).
  • Os imigrantes são mais propensos a doar do que os nascidos no próprio país (43% vs 39%), particularmente na Europa, no Oriente Médio e no Norte da África. Aqueles que dizem ter nascido em outro país tendem a ter uma pontuação média mais alta do que os nascidos no país na maioria das regiões. Nas Américas, o achado se confirma e a diferença é de 46% para 41%.

 

De acordo com Neil Heslop OBE, CEO da Charities Aid Foundation, “O World Giving Index nos dá razões para otimismo em um momento de grande instabilidade. A generosidade é inata ao comportamento humano e nos une a todos como uma comunidade global. A diversidade de países que lideram o índice destaca isso: eles cobrem o espectro da riqueza e do desenvolvimento econômico, da geografia, da língua, da religião e da cultura. Doar é construir uma conexão com aqueles que nos cercam, estejam eles do outro lado da rua ou do outro lado do mundo. É por isso que pedimos aos governos que façam mais para encorajar aqueles que podem dar dinheiro e tempo, e promover organizações da sociedade civil vibrantes e resilientes, que enfrentam desafios socioambientais e o impacto de conflitos e deslocamentos populacionais”

 

Top 10 países no World Giving Index 2023

1. Indonésia
2. Ucrânia
3. Quênia
4. Libéria
5. Estados Unidos
6. Myanmar
7. Kuaite
8. Canadá
9. Nigéria
10. Nova Zelândia

Posição do Brasil no ranking: 89

 

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Sobre a CAF – Charities Aid Foundation e o World Giving Index

A Charities Aid Foundation é uma organização social britânica que tem como missão acelerar o progresso da sociedade rumo a um futuro justo e sustentável para todos, contribuindo para que pessoas e empresas possam fazer a diferença nas causas que são importantes para si. Por meio da rede CAF International, está presente em todos os continentes, sendo o IDIS o representante na América Latina.

O CAF World Giving Index é baseado em dados da World View World Poll da Gallup, que é um projeto de pesquisa realizado em mais de 100 países. Para obter informações detalhadas sobre a metodologia do World Poll, clique aqui.

 

Sobre o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

Fundado em 1999, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social é uma organização social independente e pioneira no apoio estratégico ao investidor social no Brasil. Tem como missão inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, promovendo ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país. Sua atuação baseia-se no tripé geração de conhecimento, consultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia e da cultura de doação.