A iniciativa foi a mais votada entre os 30 finalistas, com mais de 159 mil votos
Desde 2005 a Folha de S.Paulo realiza, em parceria com a Fundação Schwab, o Prêmio Empreendedor Social, principal concurso de empreendedorismo socioambiental na América Latina. Em 2020, o concurso teve edição especial em resposta à Covid-19 com a escolha de 30 iniciativas de destaque no enfrentamento à pandemia, em três categorias: Ajuda Humanitária, Mitigação da Covid-19 e Legado Pós-Pandemia. Os vencedores do Prêmio, entre eles o Fundo Emergencial para a Saúde (FES), iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, Movimento Bem Maior e BSocial, foram então submetidos à votação popular.
O FES foi o grande vencedor do Troféu Escolha do Leitor, com 30% do total de votos entre os 30 finalistas. O projeto concorreu na categoria Mitigação da Covid-19, com 159.709 votos, seguido de Humanizando a Pena, Protegendo a Vida (41.367 votos) e Comitê das Favelas – Presidentes de Rua (31.853 votos). O Fundo Emergencial para a Saúde também foi vencedor em volume de doações (R$ 12.125), que serão destinadas ao Hospital Santa Marcelina, de São Paulo, um dos hospitais filantrópicos apoiados pelo Fundo e que continua atendendo a população pelo SUS.
Sobre a conquista, a CEO do IDIS, Paula Fabiani, comenta. “Em 2020 a sociedade civil mostrou sua força. Indivíduos, famílias e empresas doaram como nunca, inúmeras organizações e empreendedores responderam rapidamente aos desafios diários que se apresentaram, e salvaram vidas. É uma honra ver nosso projeto ser premiado e reconhecido pelo voto direto, mas a verdade é que todos que agiram são vencedores. Nós, enquanto sociedade, saímos fortalecidos, e isso deve ser comemorado”.
A iniciativa, uma das primeiras lançadas motivadas pela pandemia, alcançou números expressivos: captou R$ 40,4 milhões em sete meses de operação e teve 61 beneficiários, sendo 59 hospitais filantrópicos, um instituto de pesquisa e uma organização social, contribuindo para o fortalecimento do sistema público de saúde. Entre os mais de 11 mil doadores, empresas de diferentes portes e áreas de atuação, além de famílias engajadas com ações filantrópicas e a sociedade civil em geral. Os recursos arrecadados foram revertidos em equipamentos hospitalares para UTI e materiais como respiradores, testes para diagnósticos da Covid-19, máscaras, luvas, entre outros.
“Essa onda de solidariedade trouxe, definitivamente, o fortalecimento da cultura de colaboração no país e do trabalho em rede. Pois, o desafio de enfrentar uma pandemia mundial fez o cenário nacional da filantropia emergir com uma velocidade sequer imaginada”, afirma a diretora-executiva do Movimento Bem Maior, Carola Matarazzo.
Esta ação é mais um exemplo de como a colaboração entre a sociedade civil, empresas e poder público foi importante para enfrentar os efeitos da pandemia e os desafios emergenciais diante deste cenário. A forma como a pandemia se espalhou, mostrou a importância de estender os recursos para estados em situação mais vulnerável, como Pernambuco, Amazonas, Acre, Rio de Janeiro, Ceará, Minas Gerais entre outros. Em Manaus, onde a mortalidade foi elevada, quase R$1 milhão de reais foram encaminhados a dois hospitais da cidade. Santas Casas de várias partes do país também receberam recursos para enfrentar a pandemia.
A criação de fundos emergenciais foi grande durante a pandemia, e em 2021, um projeto de lei foi aprovado no Senado e agora tramita na Câmara para sua regulamentação. Considerando que serão mais comuns a partir de agora, as instituidoras optaram por fazer um relatório de prestação de contas diferente, compartilhando além de números, os aprendizados da experiência e dicas para a criação de outros fundos emergenciais. A publicação detalha desde como se deve fazer a escolha dos parceiros instituidores do fundo, a definição da estrutura jurídica, de gestão e governança, passando pelas campanhas de comunicação e mobilização de redes, pelas estratégias de captação de recursos até sua destinação.
“Participar do Fundo Emergencial foi uma oportunidade de agir no momento de necessidade do nosso país frente à pandemia. Oferecer um caminho para fazer as doações chegarem aos hospitais filantrópicos, levando recursos a linha de frente de combate ao COVID. Transparência, união, força e solidariedade foram valores que nos guiaram.”, enfatizou Maria Eugênia Duva Gullo, BSocial, cofundadora da Bsocial.
Ainda é possível apoiar outras iniciativas que ajudam a mitigar os impactos da pandemia com doações. No site https://empreendedorsocial2020.folha.com.br/ é possível fazer uma doação e continuar apoiando as causas.
Resultados do Fundo Emergencial para a Saúde:
- R$ 40,4 milhões em recursos mobilizados
- 61 instituições de 25 estados foram beneficiadas
- 3,7 milhões de EPIs distribuídos
- 362 mil testes para COVID-19 realizados
- 3.621 equipamentos hospitalares adquiridos
- Mais de 11 mil doadores, entre empresas de diferentes portes e áreas de atuação, além de famílias engajadas com ações filantrópicas e a sociedade civil em geral
Relatório ‘Como criar um Fundo Emergencial – a experiência e os resultados do Fundo Emergencial para a Saúde’ https://bit.ly/criarfundoemerg