A Aliança contra a Fome e a Pobreza e a taxação de super ricos estão entre os principais direcionamentos do G20 no Brasil. O encontro multilateral, entretanto, vai muito além da declaração final assinada pelos líderes das nações participantes.
Tradicionalmente focado em questões econômicas globais, o G20 tem demonstrado um compromisso crescente com temas sociais. A criação do G20 Social, uma iniciativa inédita que busca ampliar a participação da sociedade civil nos debates e decisões do grupo, é um marco nesse sentido. Naturalmente, a filantropia surge como um tema de debate no C20.
O grupo de trabalho, mobilizado pela WINGS, envolveu representantes de diferentes nações. No Brasil, GIFE e ABONG conduziram a coordenação, que levou a elaboração das recomendações do grupo para que a filantropia possa ampliar seu potencial de contribuição ao desenvolvimento sustentável. “A filantropia contribui com um espectro vasto de temas sociais e ambientais e podia manifestar posicionamento, enquanto setor, sobre tais agendas ante a um fórum global como o G20, incidindo sobre a tomada de decisões que impactam a conjuntura das sociedades contemporâneas”, comenta Gustavo Bernadino, gerente de Programas do GIFE.
O documento final convoca os países do G20 a assumirem compromissos efetivos com o ecossistema filantrópico. Entre as recomendações, temas como a necessidade de um sistema tributário mais justo, reformas da dívida internacional e tributária, facilitação do acesso a recursos pela sociedade civil e a importância de proteger o espaço cívico.
“Foi uma grande conquista levar ao C20 o debate sobre filantropia. O processo participativo contribuiu para o fortalecimento do ecossistema global ao mesmo tempo que gerou um conjunto de recomendações que devem reverberar para além da cúpula. Houve diálogo e a troca de experiências, valiosos para a cooperação internacional.” comenta Luisa Lima, gerente de comunicação e conhecimento no IDIS, que foi uma das integrantes do grupo.
As recomendações do C20 sobre filantropia oferecem uma oportunidade única para fortalecer a colaboração entre os setores público, privado e social, em prol de um futuro mais justo e sustentável.
“Olhando para trás, para as presidências do G20 desde a formação do grupo global em 1999, esta foi a primeira interação formal e estruturada da filantropia, enquanto campo, no G20. As recomendações foram apresentadas formalmente ao governo brasileiro e também compartilhadas com a Primeira-Dama durante a Cúpula do C20″, explica Benjamin Bellegy, diretor executivo da WINGS.
Leia o documento completo com as recomendações aqui.