Juntos pelo Rio Grande do Sul: a força da solidariedade em situações emergenciais

7 de agosto de 2025

*Por Murilo Nogueira, diretor administrativo & financeiro da Fundação Bradesco

A solidariedade continua sendo um valor profundamente enraizado na sociedade brasileira. Segundo a Pesquisa Doação Brasil, desenvolvida pelo IDIS, 82% da população acredita que situações emergenciais justificam a doação de recursos, e 50% dos brasileiros afirmam ter doado com esse objetivo em 2024. O ano foi marcado por dez eventos climáticos extremos, sendo três considerados sem precedentes, como as chuvas no Rio Grande do Sul, a maior tragédia climática da história do país, e as severas secas na Amazônia e no Pantanal.

Com mais de 68 anos de atuação, a Fundação Bradesco é o maior projeto de investimento social privado do Brasil, promovendo educação gratuita e de qualidade para quem mais precisa. Mantém uma rede de 40 escolas próprias, presentes em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, atendendo a mais de 42 mil alunos, por ano, na Educação Básica regular. Histórias reais e milhares de vidas impactadas: é assim que a Fundação reafirma, todos os dias, sua convicção de que só a educação transforma.

Com base nesse compromisso institucional, a Fundação Bradesco estruturou sua atuação emergencial no Rio Grande do Sul, a partir de três pilares: articulação, escuta e cuidado. Presente no estado com três unidades escolares em Bagé, Gravataí e Rosário do Sul, a Fundação mobilizou seus públicos de influência para atuar com
rapidez e efetividade.

A campanha “Juntos pelo Rio Grande do Sul” mobilizou colaboradores da sede da Fundação, das escolas Osasco I e II e da Organização Bradesco em uma ampla rede solidária. Como resultado, foram arrecadadas cinco toneladas de donativos, entre roupas, produtos de higiene e mantimentos, enviados diretamente às regiões atingidas. A Escola Fundação Bradesco de Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, assumiu papel central na operação, tornando-se o ponto de recebimento e distribuição das doações provenientes de diversas localidades do País, inclusive por meio de aviões particulares.

A estrutura da unidade foi adaptada para armazenar e organizar os donativos, garantindo agilidade na entrega às comunidades mais afetadas. Esse movimento foi viabilizado pelo engajamento dos colaboradores locais e pela atuação coordenada de toda a rede. A resposta incluiu ainda um aporte financeiro de R$ 1 milhão ao governo gaúcho, contribuindo para as ações emergenciais no território. Internamente, os colaboradores das unidades locais receberam medidas de apoio, como antecipação do 13º salário, suporte psicológico e acompanhamento social, ações que garantiram acolhimento em um momento de extrema vulnerabilidade.

Nas salas de aula, a empatia também esteve presente. Mais de 1.500 cartas escritas por estudantes de todo o Brasil foram enviadas às famílias afetadas, levando palavras de conforto e esperança — um gesto simbólico que reforça o papel educativo da solidariedade.

A cultura de doação no Brasil é cíclica e tende a reagir às crises: caiu durante a pandemia, retomou em 2022 e voltou-se fortemente às emergências climáticas em 2024. A Pesquisa Doação Brasil também aponta que o atual cenário de baixa confiança e incerteza econômica tem levado a população a adotar posturas mais críticas e seletivas em relação às doações. Em contraste, a Fundação Bradesco mantém, há mais de sete décadas, um legado de compromisso contínuo com a transformação social, sustentado por uma gestão responsável e pela solidez de um modelo institucional que alia visão de longo prazo, sustentabilidade financeira e impacto real. Com investimentos anuais na ordem de R$ 1,5 bilhão e mais de R$ 10 bilhões aplicados na última década, a Fundação reafirma que a confiança se constrói com consistência, transparência e entrega real de valor à sociedade.

Diante desse cenário, a atuação coordenada, transparente e sensível da Fundação Bradesco reafirma a importância da integridade institucional e da confiança como base para mobilizações efetivas. A experiência no Rio Grande do Sul trouxe aprendizados valiosos — da logística solidária à escuta ativa — e reforçou o papel estratégico das instituições educacionais em tempos de crise.

Agora e no futuro, a Fundação continuará atuando com propósito em causas sociais estruturantes e em situações emergenciais, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, resiliente e empática.