Conversa é a Melhor Maneira de Incentivar Filantropia Entre Jovens, Aponta Pesquisa

13 de novembro de 2013

Conversar com as crianças e os jovens é a melhor forma de engajá-los em um comportamento filantrópico, concluiu o estudo Women Give 2013, realizado pela Lilly Family School of Philanthropy, da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Segundo a pesquisa, o diálogo é até mais eficiente do que os pais praticarem filantropia e servirem de modelo para os filhos.

relatório baseia-se num acompanhamento de 903 pessoas nos Estados Unidos, nascidas entre 1980 e 2000 (a geração chamada deMillenials), com idade média de 15,7 anos – à época em que foram entrevistadas. As conversas aconteceram em dois momentos diferentes: entre 2002 e 2003 e entre 2007 e 2008.

Uma das conclusões do levantamento é que, mantendo iguais os outros fatores, há uma forte correlação entre a conversa dos pais sobre filantropia e o engajamento dos filhos: 0,765 (quanto mais próximo de 1, maior a correlação). Quando a questão não é discutida em casa, o número cai para 0,640. O comportamento filantrópico dos pais não afeta as probabilidades.

Women Give 2013 detectou ainda que a conversa funciona tanto com filhos quanto com filhas e independe do perfil racial, da idade e da renda dos entrevistados. Ou seja, falar sobre o tema funciona sempre como o melhor incentivo.

Ao que parece, os pais já perceberam. As respostas às questões sobre comportamento filantrópico mostram que 87% dos jovens conversaram sobre ação social com seus responsáveis, nos dois períodos pesquisados. Mais uma vez, há homogeneidade entre as diversas classes sociais: 87% dos jovens de famílias de alta renda afirmaram ter falado sobre o tema com os pais, a mesma porcentagem verificada entre os de renda mais baixa e muito parecida com a dos entrevistados de renda média (89%).

Comportamento
O estudo analisou ainda o comportamento dos entrevistados em relação a atitudes filantrópicas, e os resultados foram positivos. Segundo os dados, 9 em cada 10 jovens dos Estados Unidos doaram para projetos sociais. Mais ainda: esse é um comportamento recorrente: 55% dos entrevistados afirmam ter doado tanto entre 2002 e 2003 quanto entre 2007 e 2008.

A prática é comum nos dois gêneros: entre os garotos, 87% disseram ter doado ao menos uma vez no período pesquisado, proporção semelhante ao de garotas (88%). Os números também foram bem homogêneos em relação às diversas faixas de renda. Entre os entrevistados de alta renda, 90% disseram ter feito doações nos períodos pesquisados, apenas um pouco mais que os de renda baixa (87%) e média (86%).

Por todos esses dados, o estudo traz uma conclusão bem otimista: “Os resultados significativos do Women Give 2013 demonstram ótima perspectiva para o futuro da filantropia”.

Embora no Brasil não haja estudos semelhantes, os números do Women Give 2013 oferecem boas indicativas de como as organizações sociais podem – e devem – estruturar suas estratégicas de captação de recursos. Por isso, é um importante instrumento para a filantropia e o investimento social também no nosso país.

Para conhecer mais sobre o estudo, acesse o relatório na íntegra (em inglês) aqui.