Investimento Social Desenvolve Não Só Quem Recebe, Mas Também Quem Faz

13 de novembro de 2013

O investimento social privado (ISP) tem efeitos não só sobre os beneficiários de suas ações, mas também sobre aqueles que praticam a filantropia. Essa foi uma das conclusões a que chegaram os participantes do Encontro de Investidores Sociais de Santa Catarina, organizado pelo IDIS e pelo Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICom) em 6 de novembro, na capital catarinense. O evento foi o último das três reuniões regionais com investidores sociais programadas para 2013 – os anteriores aconteceram em Minas Gerais e Pernambuco.

“O foco do Encontro foi o investimento social privado como garantidor da liberdade do indivíduo e de sua possibilidade de autorrealização”, afirmou o gerente executivo do ICom, Anderson Giovani, em entrevista depois do evento. Ele participou da mesa “Impacto do ISP: mudando a vida das pessoas”, que também contou com a presença do gerente geral de programas da Fundação Amazonas Sustentável, Leandro Pinheiro, e foi moderada pela professora da Universidade do Estado de Santa Catarina, Paula Schommer.

Giovani também destacou a importância que o evento deu ao outro lado do investimento social privado: o daqueles que o praticam. “Falou-se do investimento social privado para além da técnica, pois ficamos sabendo também como os investidores se sentem como membros da comunidade em que atuam.”

O Encontro trouxe pessoas que “entendem que não é só doar, é preciso também se ver no outro”, disse o gerente de comunicação do IDIS, João Paulo Vergueiro. Ele citou, como exemplo, a fala do presidente da construtora Pedra Branca, Valério Gomes Neto: “É uma pessoa que se reconhece não só como empresário, mas também como investidor social comprometido.”

Gomes Neto participou da mesa “Impacto do ISP: desenvolvendo a economia”. Esteve ao lado do diretor financeiro do Instituto Vilson Groh, Leo Mauro Xavier Filho, moderada pela presidente do conselho deliberativo do ICom, Lucia Dellagnelo.

Vergueiro mencionou também a última mesa, “Diálogos do bem: motivação para fazer a diferença”, que trouxe Alice Kuerten (Instituto Guga Kuerten) e o Padre Vilson Groh. “Eles mostraram que existem pessoas que saem da lógica do investimento financeiro e investem algo ainda mais caro, que é a própria vida”, ressaltou Giovani.

Investimento comunitário
O Encontro acabou discutindo profundamente o investimento comunitário. Para Vergueiro, a existência do ICom fez com que em Florianópolis exista um “entendimento já mais estabelecido de o que é investimento social e comunitário, permitindo um debate mais profundo quanto às ações”.

Esse foi o foco, inclusive, da mesa “Impacto do ISP: fortalecendo comunidades”, que reuniu Lucia Dellagnelo e o cientista social , atualmente consultor da Agência de Desenvolvimento Ecos da Mata, Marcelo Dino Fraccaro, em conversa mediada por Marcos Kisil, diretor-presidente do IDIS. “No investimento comunitário, a comunidade lida com questões pertinentes a ela mesma, e o investimento social privado tem a oportunidade de testar novas formas de melhorar a vida das pessoas”.

O Encontro de Investidores Sociais de Santa Catarina contou com a parceria institucional da Charities Aid Foundation (CAF) e apoio financeiro da Rockefeller Foundation. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Grupo de Líderes Empresariais (LIDE) de Santa Catarina também foram parceiros do evento.

Caso você tenha interesse em nos ajudar a levar o Encontro para a sua região em 2014, entre em contato pelo e-mail comunicacao@idis.org.br.