Força das Comunidades – Protagonismo, Mobilização e Transformação

27 de setembro de 2019

 

Comunidades. Pessoas unidas pela geografia, ligadas pelo território que ocupam. Coletivos que se formam a partir de afinidades, ideais, interesses, causas. A tecnologia potencializando e dando escala às conexões.

O poder transformador está em estabelecer um percurso de dentro para fora, ou seja, a partir da demanda da comunidade surgem iniciativas e soluções próprias que favorecem o bem comum – e que podem contar com apoios externos, desde que conectados com os interesses e prioridades do grupo. Cidadãos assumem o controle de suas histórias e exercem sua cidadania. Mais do que nunca, é preciso reconhecer a força das comunidades e criar condições para que possam florescer.

Esse fenômeno cresce no Brasil e na América Latina, especialmente nesse momento de turbulência, desconfiança e preocupação com o ambiente democrático. O indivíduo experimenta sua capacidade de mobilização para gerar mudanças. Paradoxalmente, não se trata de um movimento individual. A sociedade civil e suas comunidades se fortalecem quando governos, filantropos e investidores sociais, tanto familiares quanto corporativos, olham para elas e as ouvem. Pensam suas ações com elas e não para elas. A boa notícia é que há um desejo genuíno para que esta aproximação aconteça e há muitos exemplos positivos e inspiradores.

A Primavera X propõe uma gincana para jovens, que realizam mutirões comunitários em prol do cuidado com a água em todo o Brasil. A LALA – Latin American Leadership Academy vai além, e oferece um programa de desenvolvimento de liderança a jovens que querem fazer a diferença em suas comunidades. Empresas se comprometem com causas, se engajam em torno de temas como diversidade, igualdade e equidade – mudam práticas internas, influenciam suas cadeias de outros segmentos, apoiam organizações da sociedade civil. Governos criam programas que consideram e estimulam os saberes e protagonismo locais e estabelecem mecanismos regulatórios, como a recente Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, no Brasil, que favorece a sustentabilidade de longo prazo de instituições. As petições promovidas por meio da plataforma Change.org permitem com que demandas da sociedade cheguem a tomadores de decisões. Segundo a organização, 25.000 petições são realizadas por mês no mundo todo e a cada uma hora, uma delas é vitoriosa, seja alterando uma lei, uma prática corporativa ou uma decisão de alguém com poder institucional e impactando diretamente a vida de milhares ou milhões de pessoas.

Não por acaso, neste setembro, escolhemos o tema ‘Força das Comunidades’ para o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, evento anual promovido pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, que reuniu mais de 300 filantropos, representantes de empresas, institutos, fundações e governos. Mais do que um dia para troca de conhecimentos e experiências, foi um chamamento. Para construirmos um futuro mais justo e solidário, é preciso que todos façam a sua parte. É preciso acreditar na força das comunidades, protagonistas de suas histórias, capazes de mobilizar pessoas e recursos e de provocar a transformação social que desejamos ver. Vamos juntos?

 

Por Luisa Gerbase de Lima, Gerente de Comunicação no IDIS em artigo originalmente publicado no blog Giro Sustentável, da Gazeta do Povo, em 20 de setembro de 2019. O IDIS é parceiro do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável e contribui mensalmente com histórias relacionadas ao Investimento Social Privado.