Vem aí: Webserie sobre o programa Transformando Territórios

De quem é a responsabilidade de transformar os territórios?

Todo território carrega potências que, quando reconhecidas, transformam o Brasil. Para dar visibilidade a essas potências e ampliar o conhecimento sobre a filantropia comunitária no país, o IDIS apresenta a Webserie Transformando Territórios, que traz 14 histórias reais de impacto, pertencimento e protagonismo comunitário promovidos por Fundações e Institutos Comunitários (FICs) em diversas regiões do Brasil.

O lançamento acontecerá no dia 19 de agosto, às 16h, em uma transmissão online gratuita. Para debater sobre o tema, o evento contará com um painel com a participação de Carola Matarazzo (Movimento Bem Maior), Helena Monteiro (Harvard University), Nick Deychakiwsky (Mott Foundation), Paula Fabiani (IDIS) e Samantha Jones (Associação Nossa Cidade).

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“Acreditamos que a filantropia comunitária pode ser um importante vetor de transformação social no Brasil. Já bem disseminado no exterior, nós tivemos que “ajaboticabar” esse modelo para nossa realidade brasileira. E o lançamento da websérie é um grande marco para o programa Transformando Territórios e todas as organizações que o integram. Com todos esses vídeos, podemos enxergar a abrangência das atuações das fundações e institutos comunitários (FICs) brasileiros e toda essa diversidade em cada um dos territórios.Essa websérie foi construída colaborativamente com as FICs, o que contribuiu para que ele se tornasse ainda mais incrível”, comenta Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Paula Fabiani com lideranças das organizações durante encontro ocorrido em março

A websérie apresenta iniciativas desenvolvidas por organizações que conhecem de perto os desafios e as oportunidades de seus territórios, atuando com base no diálogo, na escuta e na mobilização comunitária. São elas:

 

  • Alagoas: Mundaú Mundo
  • Amazonas: Manauara Associação Comunitária
  • Espírito Santo: FUNDAES – Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo
  • Maranhão: Instituto Baixada Maranhense
  • Minas Gerais: Associação Nossa Cidade e JEQUI – Instituto Comunitário de Desenvolvimento e Inovação do Vale do Jequitinhonha
  • Rio de Janeiro: Fundo Comunitário da Maré e Instituto Comunitário Paraty
  • Rio Grande do Sul: Fundação Gerações
  • São Paulo: Fundo Comunitário Perifasul M’Boi Mirim, FEAV – Fórum das Entidades Assistenciais de Valinhos e Instituto Cacimba
  • Santa Catarina: ICOM – Instituto Comunitário Grande Florianópolis
  • Sergipe: ICOSE – Instituto Comunitário de Sergipe

 

A webserie é uma realização do Programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, com parceria da Charles Stewart Mott Foundation e apoio do Movimento Bem Maior.


SOBRE O TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

Saiba mais sobre o programa e os participantes em www.transformandoterritorios.org.br.

IDIS e Transformando Territórios marcam presença no 13º Congresso GIFE

O IDIS esteve presente no 13º Congresso GIFE, realizado de 7 a 9 de maio em Fortaleza (CE), reafirmando seu compromisso com a promoção de uma filantropia mais estratégica, inclusiva e transformadora. Com o tema ‘Desconcentrar poder, conhecimento e riquezas’, o evento reuniu centenas de representantes de organizações da sociedade civil, especialistas e lideranças do setor público e privado. Em pauta, discussões fundamentais para o futuro do investimento social privado (ISP) no Brasil, com foco em ampliar o apoio às OSCs, promover a equidade de gênero e raça e impulsionar soluções para um desenvolvimento sustentável e democrático.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, foi palestrante em um dos painéis, e Carlos Jorge, fundador da Mundaú Mundo que integra o programa Transformando Territórios, também. Além da participação nas mesas de debate, o Congresso marcou um momento especial: pela primeira vez, 10 das 15 Fundações e Institutos Comunitários apoiados pelo programa estiveram presentes no evento, com apoio do programa e do próprio GIFE. A presença da delegação foi um marco no fortalecimento da filantropia comunitária e da atuação do Transformando Territórios, iniciativa do IDIS em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation.

Investimento social corporativo em foco

No painel ‘Investimento social corporativo e as suas alternativas no enfrentamento às desigualdades’, Paula Fabiani esteve ao lado de Camila Valverde (Fundação ArcelorMittal), Guibson Trindade (Pacto pela Promoção da Equidade Racial), Raphael Mayer (Simbi) e Raull Santiago (Iniciativa PIPA). A mesa discutiu sobre caminhos concretos para deixar o campo do Investimento Social Corporativo (ISC) mais diverso, distribuído e alinhado aos grandes desafios sociais e ambientais do país.

Paula destacou o papel do Compromisso 1%, iniciativa do IDIS em parceria com o Instituto Mol, que incentiva empresas a destinarem ao menos 1% do lucro líquido para causas sociais, como uma das estratégias para engajar empresas e ampliar o impacto do ISC.

Além de participar do painel, Paula esteve presente em um almoço promovido pelo Movimento por uma Cultura de Doação (MCD), com membros da rede. 

Conexão, fortalecimento e filantropia comunitária

Carlos Jorge, da Mundaú Mundo (AL), participou do painel ‘Modelos Participativos de Doação e Financiamento’, ao lado de Camila Haddad (Próspera Social), Guiné Silva (Fundação Tide Setubal), Marcelle Decothé (Iniciativa PIPA) e Mahyran Sampaio (ONU). A discussão abordou como o financiamento participativo, especialmente no contexto do grantmaking, pode contribuir para a redistribuição do poder, conhecimento e riquezas, fortalecendo comunidades e promovendo novas formas de governança mais colaborativas e conectadas com as realidades locais.

Carlos compartilhou a experiência da Mundaú Mundo como uma FIC (Fundação ou Instituto Comunitário), modelo de organização que capta, gerencia e realiza doações de recursos financeiros para iniciativas sociais em seus territórios. Essas organizações desempenham um papel central no fortalecimento das redes locais e na resposta a demandas comunitárias, garantindo a vitalidade do setor social de base.

Encerrando com chave de ouro, o IDIS promoveu um jantar especial com as lideranças das FICs presentes, parceiros do Transformando Territórios e convidados. Foi um momento simbólico de confraternização, trocas significativas e renovação dos laços que sustentam a construção coletiva de uma filantropia mais descentralizada, enraizada e potente. 

CONFIRA ABAIXO RELATOS DAS LIDERANÇAS DE FUNDAÇÕES E INSTITUTOS COMUNITÁRIOS QUE PARTICIPARAM DO CONGRESSO GIFE:

“Precisamos de mais audácia no nosso setor filantrópico brasileiro. A ilustração didática de Abigail Dinsey sobre os “bebês à deriva no rio”  causa desconforto – e que bom que é assim. A atuação paliativa é sempre mais sedutora do que a preventiva, que requer confronto, tempo, negociação e ousadia.  Uma não substitui a outra, obviamente. A criança que hoje vive em uma situação de vulnerabilidade social requer diferentes estratégias de acolhimento e os projetos sociais, especialmente os de arte-educação, são bem-sucedidos nessa missão.  Devemos ficar atentos, contudo, às lacunas no espaço da filantropia de incidência política. Quem são os atores que vem usando seu capital, financeiro e social, para apoiar a estruturação de uma sociedade mais equânime e justa? A coragem, ao que parece, ainda não anda no mesmo compasso dos desafios complexos da sociedade brasileira.” – Karine Ruy, da Fundação Gerações. 

 

“Percebi nos corredores e coffee breaks da conferência que, embora esteja muito consolidado que o caminho adiante é sobre ouvir o território, simplificar, desburocratizar e incluir, as fundações corporativas ainda tem uma profunda dificuldade em implantar essa visão.” – Renato Orozco, da Associação Nossa Cidade.

 

“As positivas provocações do Congresso foram diversas e claras. Um caminho positivo e disruptivo para a filantropia e o ISP no Brasil deverá envolver, de forma efetiva e equânime, as bases – aqueles que já congregam, transformam e constroem poder, conhecimento e riqueza em prol do coletivo todos os dias. ” – Luciana Moreira, do Fundo Comunitário PerifaSul M’Boi Mirim.

 

“Participar de um evento como este que abre possibilidades para que organizações estejam , sejam, representem faz muita diferença. Refletir sobre o ponto de inflexão no campo da filantropia contemporânea: o momento em que ela deixa de ser apenas um ato de repasse de recursos e se torna uma prática de enraizamento. Falar em filantropia para territórios é falar sobre investir com profundidade, com permanência e com escuta. É reconhecer que lugares não são apenas mapas — são vidas, histórias, redes e potências. E que transformar realidades exige mais do que boas intenções: exige compromisso com quem vive e conhece os caminhos que a distância não revela.”  – Bruna Cantanhêde e Denilson Pereira Sousa, do Instituto Baixada.

 

“A verdadeira transformação ocorre quando o investimento social privado deixa de ser apenas um financiamento e se torna um parceiro ativo na construção coletiva de soluções sustentáveis, investindo nas causas e no fomento das organizações sociais.” – Flávia Mota, do Fundo Jequi.

 

“O tema do 13º Congresso GIFE — “Desconcentrar Poder, Conhecimento e Riquezas” — foi especialmente inspirador. Fiquei feliz em reencontrar uma comunidade vibrante, formada por profissionais altamente qualificados de Fundações, Institutos Empresariais e Organizações da Sociedade Civil, referências em seus campos de atuação e territórios.” – Willian Narzetti, do ICOM.