Filantropia em foco na Amazônia: evento paralelo à COP30 reúne mais de 140 pessoas em Belém

19 de novembro de 2025

Em uma tarde dedicada a refletir sobre o papel da filantropia diante da emergência climática e das desigualdades sociais no Brasil, cerca de 140 pessoas se reuniram em Belém para um encontro paralelo à COP30, o Dia da Filantropia. Organizado pela CAF – Charities Aid Foundation, GIFE, IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, Sitawi Finanças do Bem, Latimpacto e WINGS, com o apoio da RD Saúde, o evento reuniu representantes de organizações da sociedade civil, investidores sociais, empresas, redes e iniciativas da região amazônica e de outras partes do país.

A programação contou com três painéis, com participações de especialistas nacionais e internacionais como Ilana Minev, Presidente do Conselho de Administração da Bemol; Pedro Hartung, CEO da Fundação Alana; Mark Greer, Diretor-gerente na CAF; e Anthea McLaughlin, CEO da Aliança Filantrópica Caribenha.  Além disso, houve um momento de ‘Vozes do Território’ que contou com a participação de Rose Meire Apurinã, vice-diretora do Fundo Podáali, Fundo Indígena da Amazônia Brasileira, e Francisca Gárdina Lima, coordenadora da agricultura familiar do Instituto Baixada.

Ao longo do evento, os debates giraram em torno de como a filantropia pode ser uma alavanca estratégica para enfrentar desafios estruturais, como pobreza, acesso à saúde, educação e proteção de direitos, sem perder de vista a urgência climática e a centralidade da Amazônia nesse contexto. Em diferentes falas, os participantes ressaltaram que não se trata apenas de ampliar recursos, mas de qualificar a forma como eles são investidos, com foco em impacto de longo prazo e fortalecimento de organizações locais.

Outro ponto recorrente nas discussões foi a necessidade de aproximar ainda mais os investidores sociais dos territórios. Foram compartilhadas experiências que mostram como fundos filantrópicos, parcerias intersetoriais e modelos de financiamento flexíveis podem impulsionar soluções construídas por quem vive e atua na região, respeitando saberes tradicionais e promovendo autonomia das comunidades.

Também houve destaque para a importância da transparência, da mensuração de resultados e da troca de aprendizados entre organizações. A ideia de colaboração apareceu como fio condutor: em vez de iniciativas isoladas, os participantes defenderam a construção de agendas comuns, com metas claras e espaço para experimentação, inovação social e incidência em políticas públicas.

“A experiência desse evento com tantos parceiros mostrou uma enorme potência de compartilhamento de saberes e redes. Foi uma tarde de lembrança constante de que ainda temos um enorme trabalho pela frente, mas também inúmeras possibilidades de evolução”, ressalta Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Ao final da tarde, a sensação predominante era de que a presença da filantropia na COP30, e em eventos paralelos como este, em Belém, representa uma oportunidade concreta de consolidar compromissos, ampliar conexões e fortalecer o ecossistema de investimento social privado no Brasil e na Amazônia. Mais do que um encontro pontual, o evento foi um passo a mais na construção de uma atuação filantrópica mais estratégica, colaborativa e alinhada aos desafios do nosso tempo.

PÓS COP-30

A COP30 trouxe discussões importantes e também evidenciou lacunas no debate sobre financiamento e filantropia para o clima.

Agora, a Sitawi Finanças do Bem, IDIS, GIFE e Latimpacto se reúnem para compartilhar uma análise conjunta: o que foi debatido nos espaços oficiais e eventos paralelos, quais temas ganharam força, o que poderia ter avançado mais e os principais aprendizados do Dia da Filantropia, o evento que promovemos em Belém durante a COP30.

Não perca o nosso evento “Pós COP-30: tendências e próximos passos na filantropia pelo clima” que acontece no dia 9 de dezembro, gratuitamente, ao vivo pelo Zoom.

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