Retrospectiva: Em um ano de poucas esperanças, pesquisas sobre o perfil do doador mostram que o brasileiro está disposto a ajudar!

12 de dezembro de 2017

Seja na mídia, entre amigos e parentes ou até em silenciosos rituais, retrospectivas já são uma tradição para os brasileiros.  Com a equipe do IDIS não poderia ser diferente! Com o olhar direcionado aos últimos doze meses, ficamos com a certeza de termos encerrado um ano crítico com os bons resultados que empenho, perseverança e comprometimento podem gerar.  É por isso que neste dezembro decidimos recuperar  alguns números e lembrar que apesar do brasileiro ter atravessado um 2017 difícil, com uma sequência de escândalos políticos e econômicos, pesquisas mostram uma população disposta a ajudar. Se isso ainda não é o ideal,  já indica um excelente ponto de partida.

No mês de novembro, o IDIS, que representa a Charities Aid Foundation no Brasil, divulgou o Country Giving Report Brazil (http://idis.org.br/country-giving-report-2017-brasil/), estudo que atualizou o perfil dos doadores e ajudou a compreender quem são, como e por que as pessoas doam.  Os dados confirmam que o brasileiro é um cidadão generoso, que gosta de doar e, principalmente, pode doar mais. E reforçaram a certeza de que é preciso trabalhar mudanças, posicionamentos, protagonismos da sociedade e do terceiro setor para consolidar mais uma cultura da doação.

Indice de Solidariedade – Antes de revelar o perfil do doador brasileiro, o IDIS divulgou outro estudo da CAF,  o já tradicional World Giving Index (Índice Global de Solidariedade)https://www.idis.org.br/wp-content/uploads/2017/09/relatorio-World-Giving-Index-2017.pdf . Com alcance global, o índice é elemento central na discussão sobre doações no mundo e permite comparar o desempenho brasileiro com o de outros países. 

O WGI é calculado com base no número de pessoas que doaram dinheiro para uma organização da sociedade civil, ajudaram um estranho ou fizeram trabalho voluntário, tudo isso no mês anterior ao levantamento. No ranking, o Brasil caiu de 34% para 32%, o que levou o País a perder 7 posições e ficar em 75º lugar. Apesar da ligeira queda, a pontuação ainda se mantém maior do que em anos anteriores, sendo a segunda melhor desde a criação do WGI, em 2009. A boa notícia? No levantamento de 2016, 18% dos entrevistados diziam ter feito algum tipo de trabalho voluntário, percentual que chegou agora aos 20% – um recorde para o Brasil!

Todas essas informações e muitas outras foram apresentadas e discutidas, recentemente, no fórum  Future of Philanthropy: what role can philanthropists and foundations play in delivering on the global goals for sustainable development?’ (Futuro da Filantropia: qual o papel de filantropos e fundações no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável?). No encontro, realizado no castelo de Wilton Park, na vizinhança de Londres,  lideranças da filantropia de diversos países se reuniram para discutir estratégias do setor, e uma palavra foi constante: mais! “De um modo geral, as conversas giram em torno de assumir mais riscos, colaborar mais, influenciar mais, e buscar novas saídas para o velho modelo baseado em crescimento econômico”, relata a presidente do IDIS, Paula Fabiani, convidada a traçar o perfil do investimento social privado no Brasil.