Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, realizado no dia 12 de setembro, bateu recorde de inscrições e participantes, e foi um grande sucesso!
Tendo como tema principal ‘Impacto da Tecnologia’, o evento reuniu representantes de famílias filantropas, fundações, institutos e empresas, para explorar os benefícios trazidos pela tecnologia e também os problemas que ela gera.
O Fórum foi aberto com uma apresentação de Rhodri Davies, pesquisador da Charities Aid Foundation, especializado em filantropia e tecnologia. Ele traçou um panorama das tecnologias que estão afetando mais a forma como filantropos e organizações da sociedade civil atuam. Mostrou pontos positivos, como o uso da Inteligência Artificial para aumentar a eficácia de projetos sociais e ambientais, e a aplicação do blockchain para garantir transparência nas transações. Também alertou para aspectos negativos, como o potencial de manipulação dos algoritmos sobre as mensagens apresentadas ao público, a disseminação de fake news e o início da era do fake vídeo. Mas escolheu concluir a palestra deixando várias perguntas para a plateia, tais como, ‘a tecnologia pode subverter totalmente a forma como gerimos as organizações da sociedade civil?’, ‘ela vai criar novos desafios para os beneficiários?’, ‘ela vai gerar problemas totalmente novos a serem enfrentados pelos investidores sociais?’. Perguntas para as quais ainda não existem respostas…
Outro destaque do Fórum foi a apresentação de Jake Garcia, vice-presidente para Dados e Estratégias, do Foundation Center. Jake mostrou como está usando Inteligência Artificial para criar mapas ligando os caminhos de fundações doadoras e organizações sociais, de forma mais eficiente, fazendo com que os recursos cheguem mais rapidamente aonde são necessários e vindos de fontes que se interessam nessas causas específicas.
Em uma sessão focada especificamente nos desafios trazidos pela tecnologia, representantes da Fundação Ford e da Anistia Internacional falaram sobre as iniciativas que estão adotando ou apoiando para evitar que os avanços tecnológicos tragam retrocessos às liberdades civis e também aprofundem os gaps já existentes entre os que têm e os que não têm acesso à informação.
O Fórum também representou a oportunidade de reunir, em um só bate-papo, um filantropo iniciante e uma filantropa experiente. Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá Capital, que criou, recentemente, a Fundação Felipe Figueiredo, com intuito de investir em projetos de Educação, falou sobre suas motivações. E Patrícia Villela, presidente do Humanitas 360, que há muitos anos atua pela defesa dos direitos humano, contou um pouco sobre seu trabalho atual, voltado para a humanização do tratamento da população carcerária brasileira.
O evento teve a honra de terminar com uma fala de Michael Green, autor do livro Philanthroapitalism, e criador do Social Index Progress, um índice que mede o nível de desenvolvimento dos países com base na qualidade de vida oferecida a seus habitantes, e não apenas no crescimento econômico. Green é um profundo defensor dos dados como grande orientador do planejamento e da gestão da filantropia, e acredita que o investimento social terá mais impacto na medida em que se apropriar mais das ferramentas criadas pelo mundo dos negócios para acelerar suas realizações.
Ao final do evento, ficou a mensagem de que a evolução da tecnologia é um caminho irreversível, que será inevitavelmente trilhado, mesmo que traga novos problemas. E que cabe aos investidores sociais aproveitarem o melhor dela para gerar mais impacto, buscando incluir todas as pessoas nesse futuro mais justo e sustentável, que trabalhamos par construir.