Pesquisa do Instituto Fonte com a Fundação Itaú Social indica que, nos últimos 5 anos, 91% das organizações brasileiras da sociedade civil que atuam com projetos sociais utilizaram a avaliação como ferramentas de análise de suas iniciativas.
O estudo A Avaliação de Programas e Projetos Sociais de ONGs no Brasil foi realizado pelo Instituto Paulo Montenegro e pelo Ibope Inteligência entre os meses de julho e setembro de 2009 junto a 363 instituições.
O objetivo foi de mapear quanto e como as organizações brasileiras avaliam seus projetos e conhecer motivações, desafios e tendências no setor. A amostra abrange todas as regiões do país e seu perfil foi selecionado com base nos critérios da pesquisa Fundações e Associações Privadas sem Fins Lucrativos no Brasil (Fasfil), de 2005, e na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do governo federal.
As instituições responderam a um questionário estruturado de autopreenchimento pela Internet, dividido em dois blocos: o primeiro com perguntas gerais e o segundo com questões para as instituições que afirmaram ter feito ao menos avaliação de um projeto – formando uma base de 574 projetos analisados.
A maioria das organizações (53%) do universo pesquisado concentra-se na região Sudeste, possui até 9 colaboradores (63%) e 76% se formaram a partir de 1991. Mais da metade (58%) são apenas executores de projetos.
O estudo mostra que 80% das instituições consideram a avaliação uma ferramenta muito importante e que 96% pretendem utilizá-la para realizar análises futuras de seus projetos. No questionário, a maioria (79%) considerou que um dos atributos da avaliação é ser parte essencial do processo de planejamento estratégico, além de ajudar a melhorar a qualidade dos serviços prestados pelo projeto (77%).
Contudo, a análise dos dados indica que 33% dos pesquisados ainda usufruem do modelo apenas como uma ferramenta de promoção dos projetos – para promovê-los positivamente ou empregar os resultados para atrair financiadores e recursos.
Porém, o número não é tão distante do total de instituições que a utilizam como ferramenta estratégica: 26% procuram usar os resultados da avaliação como meio para tomar decisões e melhorar a qualidade dos serviços.
A partir de todas as informações, os analistas concluem que mesmo não sendo mais necessário advogar sobre a importância de se avaliar projetos sociais, é significativo observar que sua finalidade vai além. Quando o foco é no processo, a avaliação potencializa o compartilhamento de saberes entre toda a equipe, que, posteriormente, poderá aplicar os aprendizados em potenciais mudanças. É uma mudança de postura.
A íntegra do relatório da pesquisa está disponível nos sites do Instituto Fonte e da Fundação Itaú Social.