Paula Fabiani visita o Instituto Comunitário Paraty e iniciativas locais apoiadas

Fundações e institutos comunitários, por sua natureza multicausal e foco nas demandas e potencialidades do território, geram um impacto positivo significativo nas comunidades onde atuam. A CEO do IDIS, Paula Fabiani, teve a oportunidade de vivenciar esse modelo de atuação durante a visita a Paraty, onde conheceu mais profundamente o Instituto Comunitário Paraty (ICP).

O ICP desempenha um papel crucial no promover  desenvolvimento comunitário e territorial colaborando em rede, com atores sociais locais e apoiando iniciativas no ecossistema socioeducacional e socioambiental da cidade. Este modelo de atuação tem ganhado cada vez mais força no Brasil. 

Durante a imersão no território, Paula foi acompanhada pelas lideranças do ICP, Andreia Estrella e Ricardo Zuppi, e esteve em contato com projetos de organizações sociais que integram a rede do ICP. 

“Ter essa troca com a Paula foi uma partilha e trouxe uma série de sentimentos bons e insights para nós. Explicamos como foi o processo de criação do Instituto, de como começamos a nos reunir em forma de uma rede não oficial, mas para tentar solucionar os problemas em conjunto. E o apoio do IDIS foi fundamental para virarmos uma instituição de fato”, conta Ricardo Zuppi.

O momento foi de troca de experiências e aprendizados entre os presentes

 

Uma das paradas da visita foi no Instituto Náutico Paraty, um projeto educacional e esportivo que promove há 25 anos a transformação social na cidade, por meio do ensino do velejar para crianças e jovens em vulnerabilidade social, cujo idealizador e responsável é Gibrail Rameck Junior. Outra atuação conhecida foi a da Rede Alegrias, em que um dos projetos é relacionado ao Banco Comunitário. Esta iniciativa do Instituto Social Rural Jardim do Beija Flor e coordenada por Mônica Calderón, fortalece a economia solidária local, promove a inclusão financeira e estimula a circulação da Moeda Social “Alegrias”, impulsionando o desenvolvimento sustentável e o bem-estar da comunidade.

 


Confira a moeda social do Instituto Cacimba, de São Miguel Paulista, em São Paulo, organização que também participa do programa Transformando Territórios


 

O ICP conta com o apoio do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social por meio do programa Transformando Territórios. Esta iniciativa do IDIS com apoio da Charles Stewart Mott Foundation fomenta a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

“Conhecer o trabalho do Instituto Comunitário Paraty foi uma experiência inspiradora. Reafirma o conceito de que os institutos e fundações comunitárias são fundamentais para o desenvolvimento local, pois atuam diretamente nas necessidades do território. É gratificante ver de perto o impacto do programa Transformando Territórios e apoiar essa jornada”, relata Paula Fabiani.

Organizações do Transformando Territórios participam de encontro de fundações comunitárias nos Estados Unidos

Duas FICs (Fundações e Institutos Comunitários) que fazem parte do programa Transformando Territórios do IDIS enviaram no mês de setembro representantes para o encontro de fundações comunitárias ocorrido em Cedar Rapis (Iowa-EUA).

Renato Orozco, da Associação Nossa Cidade de Belo Horizonte, e Ricardo Zuppi, do Instituto Comunitário Paraty – ICP, ficaram imersos durante dois dias no encontro anual do programa Conectando Comunidades na América (CCA – Connecting Communities in America).


Texto escrito por Renato Orozco e Ricardo Zuppi

 

O encontro que juntou mais de 40 representantes de fundações comunitárias das Américas (Canada, EUA, México, PortoRico, Colombia, Peru, Chile, Argentina, Brasil, Samoa Americana e Ilhas Marianas) pôde proporcionar uma imensa troca de experiências, potencialidades e desafios.

Da mesma forma, os aprendizados e a compreensão dos diferentes contextos, formas de atuação, gestão e captação de recursos retratam como este é um ecossistema complexo, mas repleto de pontos em comum, seja na necessidade de construir confiança, da continua escuta das demandas locais, da comunicação clara, da inovação nas avaliações de impacto (como o uso de story-telling) entre outros.

A experiência das fundações comunitárias da América Latina revelou seu diferencial onde o grande protagonismo esta na base, ou seja, nas lideranças comunitárias e instituições locais como agentes de engajamento, decisão e transformação. Os modelos de decisões Bottom-Up mostram que o papel e o conhecimento real dos territórios feitas pelas pessoas locais são as transformações mais sólidas. Por outro lado, as mesmas instituições também encontram os desafios comuns de captação de recursos e da compreensão, em seus respectivos territórios sobre seus objetivos e atuações. O que revela um ponto importante a ser considerado nas esferas locais, regionais até globais, o de como disseminar, divulgar e explicar melhor para os diferentes atores sociais a importância, papel e missões das fundações comunitárias como potencializadoras de mudanças.

Outro ponto que ficou evidente e de forma muito lógica (porém desafiadora) foi a necessidade de atuação de forma mais coletiva entre as instituições, onde as coalizões e sinergias podem trazer muito mais efetividade de atuação, seja pela troca de aprendizados já adquiridos, na captação de recursos em conjunto e na própria atuação nos territórios. Assim o ecossistema institucional se fortalece e consequentemente potencializa e escala o trabalho para a diminuição de vulnerabilidades socioambientais dos locais, gerando melhor condição e qualidade de vida para todos.

Enfim, poder estar presente em encontros como este, amplia nossos horizontes, divulga nossos trabalhos e reitera que não estamos sozinhos (pelo contrário). Um grande aprendizado que ficou foi o de nunca perder a oportunidade para encontrar as pessoas, ter o máximo de conversas e aprofundamentos que pudermos ter, e construir relações que de alguma forma poderão fortalecer e auxiliar o nosso território, o ambiente coletivo, as pessoas e todas as formas de vida, afinal o capital socioambiental é a alma, motriz e maior parte interessada a ser conservada.

Momento de confraternização durante o encontro