Duas FICs (Fundações e Institutos Comunitários) que fazem parte do programa Transformando Territórios do IDIS enviaram no mês de setembro representantes para o encontro de fundações comunitárias ocorrido em Cedar Rapis (Iowa-EUA).
Renato Orozco, da Associação Nossa Cidade de Belo Horizonte, e Ricardo Zuppi, do Instituto Comunitário Paraty – ICP, ficaram imersos durante dois dias no encontro anual do programa Conectando Comunidades na América (CCA – Connecting Communities in America).
Texto escrito por Renato Orozco e Ricardo Zuppi
O encontro que juntou mais de 40 representantes de fundações comunitárias das Américas (Canada, EUA, México, PortoRico, Colombia, Peru, Chile, Argentina, Brasil, Samoa Americana e Ilhas Marianas) pôde proporcionar uma imensa troca de experiências, potencialidades e desafios.
Da mesma forma, os aprendizados e a compreensão dos diferentes contextos, formas de atuação, gestão e captação de recursos retratam como este é um ecossistema complexo, mas repleto de pontos em comum, seja na necessidade de construir confiança, da continua escuta das demandas locais, da comunicação clara, da inovação nas avaliações de impacto (como o uso de story-telling) entre outros.
A experiência das fundações comunitárias da América Latina revelou seu diferencial onde o grande protagonismo esta na base, ou seja, nas lideranças comunitárias e instituições locais como agentes de engajamento, decisão e transformação. Os modelos de decisões Bottom-Up mostram que o papel e o conhecimento real dos territórios feitas pelas pessoas locais são as transformações mais sólidas. Por outro lado, as mesmas instituições também encontram os desafios comuns de captação de recursos e da compreensão, em seus respectivos territórios sobre seus objetivos e atuações. O que revela um ponto importante a ser considerado nas esferas locais, regionais até globais, o de como disseminar, divulgar e explicar melhor para os diferentes atores sociais a importância, papel e missões das fundações comunitárias como potencializadoras de mudanças.
Outro ponto que ficou evidente e de forma muito lógica (porém desafiadora) foi a necessidade de atuação de forma mais coletiva entre as instituições, onde as coalizões e sinergias podem trazer muito mais efetividade de atuação, seja pela troca de aprendizados já adquiridos, na captação de recursos em conjunto e na própria atuação nos territórios. Assim o ecossistema institucional se fortalece e consequentemente potencializa e escala o trabalho para a diminuição de vulnerabilidades socioambientais dos locais, gerando melhor condição e qualidade de vida para todos.
Enfim, poder estar presente em encontros como este, amplia nossos horizontes, divulga nossos trabalhos e reitera que não estamos sozinhos (pelo contrário). Um grande aprendizado que ficou foi o de nunca perder a oportunidade para encontrar as pessoas, ter o máximo de conversas e aprofundamentos que pudermos ter, e construir relações que de alguma forma poderão fortalecer e auxiliar o nosso território, o ambiente coletivo, as pessoas e todas as formas de vida, afinal o capital socioambiental é a alma, motriz e maior parte interessada a ser conservada.

Momento de confraternização durante o encontro