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Fundos filantrópicos geridos por organizações do Transformando Territórios são destaque na Folha de S.Paulo

Os fundos filantrópicos são mecanismos que garantem o apoio a causas ou organizações a longo prazo, se tornando uma solução para organizações que tem dificuldades para o acesso de recursos no país. Ao mobilizar doações para entidades à margem da filantropia tradicional, os fundos fortalecem projetos sociais e o engajamento comunitário.

A Folha de São Paulo, em matéria sobre o tema, destacou a atuação de fundos filantrópicos de organizações com atuação nas periferias. Entre elas, organizações integrantes do programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation.

O Instituto Cacimba, presente na zona leste da capital paulista, foi derivado do Fundo Cacimba, que atualmente apoia as ações da organização nas áreas de inclusão produtiva, educação, cultura e meio ambiente. A Associação Nossa Cidade desenvolve ação similar na região metropolitana de Belo Horizonte, tendo impactado mais de 124 iniciativas em 10 anos de atuação. E a Redes da Maré também estabeleceu um fundo patrimonial para garantir a perenidade de seu trabalho no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.

Leia a matéria na íntegra no site da Folha de São Paulo, aqui.

Resiliência e impacto: a Fundação Gerações no Rio Grande do Sul

A solidariedade foi a principal resposta às consequências da crise climática que afetou o Rio Grande do Sul em 2024. Com o engajamento de diferentes parceiros, a Fundação Gerações (FG) – que havia lançado no ano anterior o Fundo Comunitário Porto de Todos (FCPT), – mobilizou recursos para apoiar projetos sociais de base comunitária que foram diretamente atingidos pelas enchentes de maio.

Organização da sociedade civil criada em 2008, a Fundação Gerações atua para endereçar as principais demandas do território, através de três eixos principais: fomento a negócios sociais periféricos; fortalecimento das OSCs, com iniciativas de formação e networking; e desenvolvimento territorial de comunidades vulneráveis, suas organizações e lideranças.

Com um olhar atento e sensível às problemáticas territoriais da esfera social, em 2022, a organização passou a integrar o programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS e da Charles Stewart Mott Foundation, e no ano seguinte, em dezembro de 2023, nasceu o FCPT, para engajar pessoas e instituições em prol do desenvolvimento social das comunidades mais vulneráveis de Porto Alegre e Região Metropolitana.

Karine Ruy, Diretora Executiva da Fundação Gerações

 

o início da fg como fundação comunitária

No início de 2024, com recursos de matchfunding, foi lançada a 1ª Chamada pública de apoio a negócios de impacto social periféricos do FCPT, com a parceria da Coalizão pelo Impacto Porto Alegre e do programa Transformando Territórios, marcando o início da operação da Fundação Gerações como uma Fundação Comunitária.

Foram contemplados seis negócios com foco em mulheres, comunicação, juventudes e energias renováveis. Cada um recebeu R$ 10 mil para desenvolver soluções às problemáticas socioambientais em seus territórios.

Além do apoio financeiro, todos os empreendedores selecionados pelo FCPT tiveram a oportunidade de participar do programa DUXtec 2024, uma iniciativa de modelagem de negócios de impacto socioambiental realizada pela FG desde 2021. Esta é, portanto, uma das características mais marcantes da Fundação Gerações como Fundação ou Instituto Comunitário: o foco no apoio às organizações locais, um dos 9 princípios que guiam o papel e a operação deste modelo de organizações.

Na Carta de Princípios para FICs do IDIS, sua diretriz é:

Provedoras de apoio institucional e técnico às organizações e iniciativas sociais locais: responsáveis por impulsionar o desenvolvimento e a construção de capacidades das organizações da sociedade civil e iniciativas sociais locais, de modo a elevar padrões de operação e garantir o uso responsável e eficiente dos recursos doados.

Empreendedores selecionados pelo FCPT participaram do programa DUXtec 2024, iniciativa de modelagem de negócios de impacto socioambiental

enfrentando emergências 

Diante da calamidade, em maio de 2024, foi engajada com os processos de reconstrução dos territórios mais vulnerabilizados atingidos pelas chuvas na região de Porto Alegre.

“Iniciamos uma convocação para empresas, institutos e famílias brasileiras que desejassem se somar a essa corrente de ressignificação com a Linha Emergencial. Para essa atuação, nos inspiramos e estivemos próximos de instituições com expertise na mobilização de fundos emergenciais, como o Instituto Comunitário da Grande Florianópolis (ICOM) e a Associação Nossa Cidade (Fundo Brumadinho), pares da Fundação Gerações junto ao IDIS no programa Transformando Territórios”, conta Karine Ruy, diretora executiva da Fundação Gerações.

 

Assim, em maio e em setembro, respectivamente, foram lançadas a 1ª e a 2ª Chamadas Públicas Emergenciais do Fundo Comunitário Porto de Todos. Ao todo, foram selecionadas 10 organizações de base comunitária para receber, cada uma, aportes iniciais de R$ 20 mil em capital semente, destinados a reformas ou aquisição de insumos necessários para a garantia do atendimento à comunidade.  Até maio de 2025, R$ 469 mil haviam sido repassados pela FG às OSCs beneficiadas em diferentes rodadas de apoio da Linha emergencial.

“Optamos por iniciar um ciclo de apoio mais longo, combinando repasse de recursos com autonomia no uso e assessoramento técnico. Exemplos incluem a reforma elétrica da Adevic, a compra de portas de sala de aula pela Acompar e a construção do novo telhado e instalações elétricas na Cabo Rocha”, detalha Karine. “Para muitas dessas organizações, foi o primeiro recurso que chegou após a tragédia. O diferencial está na relação de confiança”, acrescenta.

Reconstrução do Chimarrão da Amizade, em Canoas, município que ficou submerso

Outras rodadas de investimento já foram realizadas e mais repasses estão previstos para o decorrer de 2025, mas de forma customizada às demandas de cada organização. As lideranças das organizações beneficiadas também contam com assessoramento e apoio para o desenvolvimento de novos projetos. Para o próximo ano, o objetivo é contribuir com a formação de lideranças para que as organizações se tornem “Hubs de Regeneração Comunitária”, capazes de impactar ainda mais seus territórios.

Desde sua criação, já foram captados mais de R$ 1 milhão pelo Fundo Porto de Todos. O objetivo da organização é ampliar a prática de grantmaking – ou seja, financiar iniciativas e projetos de organizações locais. Esta também é uma característica marcante das atividades de uma Fundação ou Instituto Comunitário.

Na Carta de Princípios para FICs, define-se que:

“Majoritariamente grantmakers: captam, gerenciam e realizam doações de recursos financeiros para organizações sem fins lucrativos e iniciativas sociais do território, que atuam na linha de frente do atendimento às demandas comunitárias, de modo a assegurar a vitalidade do setor social local.”

 

Karine explica que o diferencial do Fundo está na sua arquitetura de funcionamento, com; mapeamento de iniciativas vindas dos territórios, inclusive de lideranças ou empreendedores; capacitações; monitoramento na execução e avaliação de impacto. Todo esse fluxo é mediado pelo diálogo, construção colaborativa, respeito aos saberes locais e transparência:

“A intermediação de recursos financeiros, o assessoramento técnico e a ativação de redes oferecem segurança e credibilidade às OSCs, mas, principalmente, identifica – a partir de uma escuta muito cuidadosa – quais são as demandas das comunidades e territórios. Não queremos protagonizar projetos, mas fazer com que organizações que já têm seu conhecimento local consigam rodar suas propostas”, diz Karine, ressaltando que a Fundação Gerações tem um Conselho Curador e uma diretoria voluntários, mas uma equipe operacional e de gestão profissionalizada, dedicada a conduzir os processos.

 

Informações do Território 

  • Território de atuação: Região Metropolitana de Porto Alegre
  • Nome da fundação ou instituto comunitário: Fundação Gerações
  • Liderança: Karine Ruy, diretora-executiva
  • População: A RMPA é a maior área metropolitana do Sul do Brasil, com uma população estimada de 4,3 milhões de habitantes.
  • Causas prioritárias mapeadas pela FIC: Apoio a organizações sociais de base comunitária; fomento a negócios e coletivos de impacto social; formação de lideranças.
  • Desafios regionais: Desigualdade socioeconômica, acesso limitado à educação e saúde de qualidade, infraestrutura urbana precária, violência e insegurança, escassez de transporte público adequado e a marginalização das comunidades.

 

A Fundação Gerações integra o programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

 

Quer saber mais sobre a Fundação Gerações? Acesse o site.

Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

 

Encontro de Lideranças do Transformando Territórios fortalece conexão de fundações e institutos comunitários no Brasil

Iniciativa de impacto do IDIS em parceria com a C.S Mott Foundation, o Transformando Territórios (TT) realizou mais um encontro de lideranças comunitárias de organizações participantes deste programa em março. Entre os dias 24 e 26, os líderes de 15 Fundações e Institutos Comunitários (FICs) de 10 estados do Brasil estiveram reunidos em Valinhos, na sede da FEAV – Fórum de Entidades Assistenciais de Valinhos.

O compartilhamento de conhecimento e o apoio técnico para as FICs são diretrizes norteadoras do Programa. Com uma trilha focada em promover a articulação, a governança e a sustentabilidade das FICs, o evento foi um momento de troca e aprendizados para incentivar ações colaborativas que gerem impacto social duradouro nos territórios onde as organizações atuam.

“Poder participar de mais um encontro de lideranças do Transformando Territórios e observar toda evolução que tivemos com as organizações ao longo desses anos é gratificante. Acreditamos fortemente que o desenvolvimento das FICs é um componente crucial para o crescimento da filantropia no Brasil.”, comenta Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Representantes das organizações participantes do Programa

As FICs desempenham um papel essencial no desenvolvimento local, justamente por terem um foco geográfico delimitado, como bairros, municípios ou regiões específicas, apoiando outras organizações sem fins lucrativos e iniciativas de um território. Esse modelo de atuação contribui para a redução das desigualdades sociais, promove o desenvolvimento sustentável, fortalece o tecido social, incentiva a participação cidadã e atua como agentes de transformação, impulsionando soluções inovadoras para desafios locais.

 

Compartilhando saberes

Dando início à programação, as lideranças participaram de um momento de boas-vindas no primeiro dia do Encontro. A abertura foi marcada por dinâmicas interativas entre o grupo, promovendo a conexão entre os participantes e o início da experiencia imersiva no evento.

A partir disso, o segundo dia da programação começou com um debate sobre a consolidação da identidade coletiva do grupo, de que modo as organizações se enxergam e como podem ampliar as conexões. Logo em seguida foi realizado uma oficina com foco na comunicação como mobilizadora de recursos, para explorar estratégias de visibilidade e captação de recursos. Esse momento também contou com uma apresentação do Compromisso 1%, iniciativa do IDIS e Instituto MOL para incentivar a filantropia corporativa no Brasil.

O último dia de atividades foi focado na consolidação da programação anterior e na troca de saberes entre as organizações sobre o diagnostico territorial e estratégias para emergências. Um dos destaques foi uma roda de conversa com a participação especial de Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Rafaella Santos e Thainara Martins, ambas do Movimento Bem Maior, apoiador do programa.

O encerramento do evento também foi marcado pela homenagem realizada por Eliane Macari para IDIS, homenageado no quadro de honra da sede da FEAV que contou com colaboração do IDIS na categoria Diamante para a reforma do casarão que havia sido doado a instituição pela FEAC. Eliane agradeceu o apoio da instituição e reforçou a importância do Transformando Territórios para ampliação do impacto social no Brasil.

“O IDIS nos reconhece como um case de sucesso, o que nos honra imensamente. Receber essas lideranças nos proporciona uma rica troca de experiências, ampliando nosso conhecimento e fortalecendo nossas iniciativas”, comenta Eliane Macari, presidente da FEAV.

 

SOBRE O TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

Saiba mais sobre o programa e os participantes em www.transformandoterritorios.org.br

 

 

Modelo de atuação de fundações e institutos comunitários é destaque na SSIR Brasil

A 11ª edição da Stanford Social Innovation Review Brasil expõe artigos relacionados a filantropia comunitária e sua potencialidade. O IDIS contribuiu para a edição com o artigo nacional “Para cada território, uma solução: práticas para fundações e institutos comunitários no Brasil”, escrito por Paula Fabiani e Felipe Insunza Groba, ambos do IDIS, junto com Nicholas S. Deychakiwsky (Mott Foundation) e Rodrigo Pipponzi (Instituto ACP).

No texto, os autores exploram como as Fundações e Institutos Comunitários (FICs), adaptadas à realidade brasileira, têm desempenhado um papel fundamental na mobilização de recursos locais, no engajamento das comunidades e na promoção de mudanças sustentáveis nos territórios onde atuam.

“A presença de uma FIC enraizada no território e gerida por quem vive nele cria um mecanismo poderoso de articulação de ativos em benefício da comunidade e oferece aos doadores um modelo de custódia comunitária dos recursos, assegurando que as decisões sejam tomadas por quem conhece as necessidades e potencialidades locais” – Trecho do artigo.

O IDIS apoia 15 FICs por meio integrantes do Programa Transformando Territórios, iniciativa em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation. O Programa tem como objetivo fortalecer essas FICs com o apoio técnico e suporte financeiro de organizações e iniciativas da sociedade civil de suas comunidades, além de desenvolver projetos que supram as suas demandas.


Paula Fabiani visita o Instituto Comunitário Paraty e iniciativas locais apoiadas

Fundações e institutos comunitários, por sua natureza multicausal e foco nas demandas e potencialidades do território, geram um impacto positivo significativo nas comunidades onde atuam. A CEO do IDIS, Paula Fabiani, teve a oportunidade de vivenciar esse modelo de atuação durante a visita a Paraty, onde conheceu mais profundamente o Instituto Comunitário Paraty (ICP).

O ICP desempenha um papel crucial no promover  desenvolvimento comunitário e territorial colaborando em rede, com atores sociais locais e apoiando iniciativas no ecossistema socioeducacional e socioambiental da cidade. Este modelo de atuação tem ganhado cada vez mais força no Brasil. 

Durante a imersão no território, Paula foi acompanhada pelas lideranças do ICP, Andreia Estrella e Ricardo Zuppi, e esteve em contato com projetos de organizações sociais que integram a rede do ICP. 

“Ter essa troca com a Paula foi uma partilha e trouxe uma série de sentimentos bons e insights para nós. Explicamos como foi o processo de criação do Instituto, de como começamos a nos reunir em forma de uma rede não oficial, mas para tentar solucionar os problemas em conjunto. E o apoio do IDIS foi fundamental para virarmos uma instituição de fato”, conta Ricardo Zuppi.

O momento foi de troca de experiências e aprendizados entre os presentes

 

Uma das paradas da visita foi no Instituto Náutico Paraty, um projeto educacional e esportivo que promove há 25 anos a transformação social na cidade, por meio do ensino do velejar para crianças e jovens em vulnerabilidade social, cujo idealizador e responsável é Gibrail Rameck Junior. Outra atuação conhecida foi a da Rede Alegrias, em que um dos projetos é relacionado ao Banco Comunitário. Esta iniciativa do Instituto Social Rural Jardim do Beija Flor e coordenada por Mônica Calderón, fortalece a economia solidária local, promove a inclusão financeira e estimula a circulação da Moeda Social “Alegrias”, impulsionando o desenvolvimento sustentável e o bem-estar da comunidade.

 


Confira a moeda social do Instituto Cacimba, de São Miguel Paulista, em São Paulo, organização que também participa do programa Transformando Territórios


 

O ICP conta com o apoio do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social por meio do programa Transformando Territórios. Esta iniciativa do IDIS com apoio da Charles Stewart Mott Foundation fomenta a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

“Conhecer o trabalho do Instituto Comunitário Paraty foi uma experiência inspiradora. Reafirma o conceito de que os institutos e fundações comunitárias são fundamentais para o desenvolvimento local, pois atuam diretamente nas necessidades do território. É gratificante ver de perto o impacto do programa Transformando Territórios e apoiar essa jornada”, relata Paula Fabiani.

Encontro da Fundação Gerações no Dia de Doar é destaque no Jornal do Comércio

Para celebrar o Dia de Doar de 2024, a Fundação Gerações organizou um encontro para compartilhar depoimentos e discutir os próximos passos da atuação filantrópica no Rio Grande do Sul. A organização faz parte do Programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS em parceria com a C.S. Mott Foundation, para apoiar as Fundações e Institutos Comunitários (FICs) no Brasil.

O evento contou com painelistas de outros estados do Brasil, como Felipe Groba, gerente de projetos do IDIS. Para Groba, o encontro foi uma espécie de regeneração do trauma adquirido no período das enchentes.

“O que foi mais impactante para mim é como parece ter se reforçado esse sentimento de solidariedade no Rio Grande do Sul”, comenta.

O encontro foi pauta no Jornal do Comercio, no caderno virtual e na versão impressa do veículo. Confira o texto na íntegra aqui. 

Cazumbada 2024: uma imersão na cultura e no território da Baixada Maranhense

Por Alexandre Gonçalves Jr, coordenador de comunicação do IDIS

 

Em um dos cenários mais emblemáticos de São Luís, no Museu Ferroviário do Maranhão, localizado na estação ferroviária desativada, teve início a Cazumbada, festival promovido pelos Institutos Baixada Maranhense e Formação. O Instituto Baixada Maranhense é uma das 15 Fundações e Institutos Comunitários (FICs) integrantes do Programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS com a Charles Stewart Mott Foundation. O Programa tem como objetivo fortalecer essas FICs que atuam com o apoio técnico e suporte financeiro de organizações e iniciativas da sociedade civil de suas comunidades.

Entre o centro histórico da cidade, com suas casas coloniais, e a baía de São Marcos, os brincantes do Bumba Meu Boi anunciaram o tom da imersão que parceiros e apoiadores viveriam nos dias seguintes: uma viagem ao coração da cultura maranhense, marcada tanto pelo encantamento quanto pelo encontro com o desconhecido. 

“A Cazumbada é um evento único, nenhum outro evento pauta a filantropia comunitária territorial como ele. É uma grande imersão que proporciona a vivência do território integralmente para os próprios financiadores. E não só todo organismo da filantropia, mas a própria cultura local acaba se fortalecendo com isso”, Instituto Baixada

 

 

O nome Cazumbada remete a Cazumbá, personagem místico das celebrações do Bumba Meu Boi. Essa figura folclórica, que não se enquadra nos conceitos de feminino, masculino ou animal, desperta curiosidade e fascínio com sua máscara impactante e indumentárias coloridas e elaboradas.

Após um jantar de boas-vindas, os convidados partiram para a Baixada Maranhense, região que abriga 21 municípios somados ao município de Alcântara, abrangendo cerca de 559 mil pessoas, segundo o último censo do IBGE. O percurso, que combinou trajetos por terra, água e a pé, foi uma verdadeira experiência territorial. A travessia da baía de São Marcos, agora vista de perto em ferry boat e canoas, conectou os participantes ao cotidiano da região.

 

Uma Imersão em Comunidades Quilombolas

A jornada incluiu uma visita à Ilha de Cajual, no município de Alcântara, onde guias mirins da comunidade quilombola Santa Rosa dos Pretos conduziram os participantes por uma trilha. Alcântara, mais conhecida pela base militar de lançamento de mísseis, revelou outro lado: mais de 80% de sua população é quilombola. Em Santa Rosa dos Pretos, quebradeiras de coco babaçu demonstraram a extração artesanal do óleo e azeite, ingredientes essenciais na culinária regional.

Foto: Instituto Baixada/Instituto Formação

Essa tradição extrativista, transmitida de geração em geração, é uma das principais fontes de renda da comunidade. Recentemente, o Instituto Baixada forneceu um moedor automático para facilitar a produção de óleo de babaçu. Além disso, a instituição tem auxiliado no acesso a políticas públicas, como a instalação de painéis solares, que trouxeram energia elétrica para vilas antes dependentes de estações relacionadas.

Outro ponto visitado foi a comunidade Olhos D’Água dos Gomes, onde está sendo reconstruída a Casa de Muriquinho, espaço dedicado a atividades socioculturais para jovens, com a gestão e definição de agenda pela própria comunidade. 

Esse projeto é apoiado pelo programa Transformando Territórios, do IDIS, em parceria com o Instituto Baixada

A cultura na Baixada

A musicalidade ecoa na Baixada. Longe do ruído dos grandes centros urbanos, os ritmos do Bumba Meu Boi, tambor de crioula, reggae e forró ecoam como expressão de identidade e resistência cultural.

Foto: Instituto Baixada/Instituto Formação

Na Baixada Maranhense, o território é o próprio agente de transformações de impacto social positivo. Cada baixadeiro, com suas histórias, saberes e ambições, contribui para o desenvolvimento socioambiental local. O Instituto Comunitário Baixada Maranhense, ao final dos três dias de evento, reafirmou sua missão: investir em pessoas para transformar territórios. Essa promessa está estampada na sede da instituição, localizada em Nova Olinda do Maranhão, e reflete a grandiosidade de sua atuação no fortalecimento de comunidades e tradições com a promessa de investir em pessoas que transformem territórios.

Foto: Instituto Baixada/Instituto Formação

Mundaú Mundo inaugura novo escritório em Maceió

As Fundações e Institutos Comunitários (FICs) atuam dando suporte a iniciativas locais que promovem o desenvolvimento social de determinadas regiões onde estão inseridas. Com o objetivo de ser um apoiador, O Mundaú Mundo, que é uma FIC localizada em Alagoas, inaugurou um novo escritório no Centro de Inovação do Jaraguá, em Maceió. A organização faz parte Programa Transformando Territórios (TT), iniciativa de impacto do IDIS em parceria com a C.S Mott Foundation.

Rosana Ferraioulo, gerente de projetos do IDIS e responsável pelo TT, esteve no evento de inauguração e visitou outras dependências da organização, conhecendo a fundo as ações do Mundaú para o desenvolvimento social do território.

“Estar presencialmente na inauguração da sede da Mundaú Mundo com o Carlos Jorge, equipe e representantes das organizações sociais do território é uma alegria imensa. O espaço, para além de ser a sede para o trabalho em equipe, fomenta o ecossistema territorial e o desenvolvimento local”, comenta Rosana.

 

O MUNDAÚ MUNDO

O objetivo do Instituto Mundaú é transformar pessoas para transformar territórios. Para isso realiza diversas ações em Maceió, entre elas estão o Programa de formação e desenvolvimento educacional, ações de educação ambiental e prevenção para as famílias da lagoa Mundaú, e ações esportivas, como aulas de judô infantil.

“A inauguração do escritório da Mundaú Mundo é um sonho se tornando realidade, e sem nossos parceiros não chegaríamos até aqui. Agradeço a todos os líderes sociais que se fizeram presentes, além da Asssepro e do IDIS, que com muita alegria celebrou conosco. Transformar pessoas para transformar territórios já é uma realidade”, disse Carlos Jorge, fundador da FIC.

 

SOBRE O TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

Saiba mais sobre o programa e os participantes em www.transformandoterritorios.org.br

 

 

Moeda social do Instituto Cacimba é pauta na Carta Capital

Instituto Cacimba é um organização que atua em prol do desenvolvimento territorial no região de São Miguel Paulista, zona leste da cidade de São Paulo, por meio de apoio, promoção e financiamento de projetos e de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) locais. O Cacimba é  uma das 15 Fundações e Institutos Comunitários (FICs) integrantes do Programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation.

A Carta Capital destacou em matéria a ‘Moeda Social Cacimba’ criada pela organização para o fortalecimento da economia local. A moeda deve ser utilizada em lojas cadastradas no banco social do Instituto que, posteriormente, troca a moeda social recebida pelos reais correspondentes.

Desse modo, o projeto estimula que os moradores consumam dentro da própria comunidade, estimulando o comércio local e evitando longos deslocamentos dos compradores.

Moeda social está disponível no Banco Cacimba, que também facilita o acesso a crédito para os moradores.

Para ver a notícia completa, acesse aqui.

IDIS, FEAC e FEAV participam de conferência com lideranças comunitárias globais no Inglaterra

Por Rosana Ferraiuolo, gerente de projetos do IDIS

Promovido pela UK Community Foundations (UKCF), o encontro “Foundations for the Future – Investing in Communities” reuniu organizações participantes do programa Transformando Territórios com institutos e fundações comunitárias de diversos países.

 

As Fundações e Institutos Comunitários, conhecidos no Brasil como ‘FICs’, possuem um enorme potencial para impulsionar o desenvolvimento do território onde atuam, fortalecendo as comunidades locais onde estão inseridas de forma sistêmica, legítima e perene. 

Este foi o mote da Conferência da UK Community Foundations (UKCF), organização que reúne as fundações comunitárias do Reino Unido, que aconteceu entre os dias 8 e 10 de outubro deste ano, com mais de 300 representantes e líderes comunitários regionais e de diversos países. A temática sobre o futuro do investimento comunitário filantrópico e o seu papel na construção de comunidades resilientes, inclusivas e sustentáveis permeou as sessões realizadas nestes dias.

Para representar o Brasil e o Transformando Territórios, membros do programa foram até Harrogate, na Inglaterra. Estiveram presentes Eliane Macari, presidente da FEAV – Fórum das Entidades Assistenciais de Valinhos, Jair Resende, superintendente socioeducativo na Fundação FEAC, e Rosana Ferraiuolo, gerente do IDIS e do Programa Transformando Territórios.

 

Da esquerda para a direita: Jair Resende, Rosana Ferraiuolo e Eliane Macari.

A FEAV e a Fundação FEAC são integrantes do Programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation. A iniciativa surgiu para fomentar a criação e fortalecimento das FICs no Brasil com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

 

Participar da Conferência valeu a pena, sem dúvida! É o real e verdadeiro conceito e aplicação de território e fundação comunitária. Percebe-se que as Fundações Comunitárias do Reino Unido são organizadas para tal, seja pequeno, rural ou grande” , Eliane Macari, presidente da FEAV. 

 

Um olhar para o futuro da filantropia comunitária

Durante os três dias de evento, especialistas de filantropia comunitária de todo mundo estiveram reunidos para se aprofundar em temas como filantropia estratégica, inovação social, justiça climática e ambiental, colaboração de jovens, justiça social, inteligência artificial e outros temas pertinentes a discussão central, que tinha como tema ‘Fundações para o futuro: Investindo em Comunidades’.

“Tivemos a oportunidade de ver muitos temas sendo discutidos, coisas que aqui a gente nem está pensando. Uma das coisas que me deixou bem impressionado foi a utilização da inteligência artificial como uma ferramenta facilitadora na tomada de decisão, sistematização de documentos, indicadores, e assim por diante”, Jair Resende, superintendente socioeducativo na Fundação FEAC. 

A programação, que incentivou as trocas de experiências entre os participantes, proporcionou uma valiosa oportunidade para refletir sobre desafios e oportunidades comuns e se inspirar no trabalho uns dos outros. A integração entre os líderes comunitários presentes proporcionou também um intercâmbio de conhecimento entre membros de países como Reino Unido, África, Romênia, Sérvia, Alemanha, Argentina, entre outros. 

Essa abordagem destaca aspectos fundamentais do desenvolvimento coletivo em rede e do fortalecimento das relações com as comunidades, como a importância dos insights coletivos e a construção de uma relação de confiança e escuta.

 

“Representar o Programa Transformando Territórios nesta conferência foi fundamental para fortalecer nossa conexão com as Fundações Comunitárias de diversos países. Compartilhar a experiência do Brasil e aprender diretamente sobre suas práticas e inspirações, tanto nas sessões quanto nas conversas individuais e coletivas, foi uma oportunidade enriquecedora que nos trouxe inspiração para o desenvolvimento das FICs no Brasil”, Rosana Ferraioulo, gerente do Transformando Territórios.

 

 

SOBRE O TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

Saiba mais sobre o programa e os participantes em www.transformandoterritorios.org.br

Organizações do Transformando Territórios participam de encontro de fundações comunitárias nos Estados Unidos

Duas FICs (Fundações e Institutos Comunitários) que fazem parte do programa Transformando Territórios do IDIS enviaram no mês de setembro representantes para o encontro de fundações comunitárias ocorrido em Cedar Rapis (Iowa-EUA).

Renato Orozco, da Associação Nossa Cidade de Belo Horizonte, e Ricardo Zuppi, do Instituto Comunitário Paraty – ICP, ficaram imersos durante dois dias no encontro anual do programa Conectando Comunidades na América (CCA – Connecting Communities in America).


Texto escrito por Renato Orozco e Ricardo Zuppi

 

O encontro que juntou mais de 40 representantes de fundações comunitárias das Américas (Canada, EUA, México, PortoRico, Colombia, Peru, Chile, Argentina, Brasil, Samoa Americana e Ilhas Marianas) pôde proporcionar uma imensa troca de experiências, potencialidades e desafios.

Da mesma forma, os aprendizados e a compreensão dos diferentes contextos, formas de atuação, gestão e captação de recursos retratam como este é um ecossistema complexo, mas repleto de pontos em comum, seja na necessidade de construir confiança, da continua escuta das demandas locais, da comunicação clara, da inovação nas avaliações de impacto (como o uso de story-telling) entre outros.

A experiência das fundações comunitárias da América Latina revelou seu diferencial onde o grande protagonismo esta na base, ou seja, nas lideranças comunitárias e instituições locais como agentes de engajamento, decisão e transformação. Os modelos de decisões Bottom-Up mostram que o papel e o conhecimento real dos territórios feitas pelas pessoas locais são as transformações mais sólidas. Por outro lado, as mesmas instituições também encontram os desafios comuns de captação de recursos e da compreensão, em seus respectivos territórios sobre seus objetivos e atuações. O que revela um ponto importante a ser considerado nas esferas locais, regionais até globais, o de como disseminar, divulgar e explicar melhor para os diferentes atores sociais a importância, papel e missões das fundações comunitárias como potencializadoras de mudanças.

Outro ponto que ficou evidente e de forma muito lógica (porém desafiadora) foi a necessidade de atuação de forma mais coletiva entre as instituições, onde as coalizões e sinergias podem trazer muito mais efetividade de atuação, seja pela troca de aprendizados já adquiridos, na captação de recursos em conjunto e na própria atuação nos territórios. Assim o ecossistema institucional se fortalece e consequentemente potencializa e escala o trabalho para a diminuição de vulnerabilidades socioambientais dos locais, gerando melhor condição e qualidade de vida para todos.

Enfim, poder estar presente em encontros como este, amplia nossos horizontes, divulga nossos trabalhos e reitera que não estamos sozinhos (pelo contrário). Um grande aprendizado que ficou foi o de nunca perder a oportunidade para encontrar as pessoas, ter o máximo de conversas e aprofundamentos que pudermos ter, e construir relações que de alguma forma poderão fortalecer e auxiliar o nosso território, o ambiente coletivo, as pessoas e todas as formas de vida, afinal o capital socioambiental é a alma, motriz e maior parte interessada a ser conservada.

Momento de confraternização durante o encontro

Lideranças comunitárias do Transformando Territórios se reúnem em São Paulo

Por Carla Irrazabal, estagiária do IDIS, e Rosana Ferraiuolo, gerente de projetos do IDIS

Iniciativa de impacto do IDIS em parceria com a C.S Mott Foundation, o Transformando Territórios (TT) realizou o seu terceiro encontro anual em setembro. O Encontro, realizado entre os dias 3 a 5 de setembro de 2024, reuniu cerca de 40 pessoas, incluindo representantes de 15 Fundações e Institutos Comunitários (FICs) participantes do programa, além de convidados e parceiros.

Representantes dos participantes do programa Transformando Territórios  Foto: André Porto

 

Dando início à programação, os participantes puderam, em uma roda de conversa no escritório do IDIS para promover o compartilhamento de experiências entre os territórios, a Kenya Community Development Foundation (KCDF) e a Fundação Tide Setúbal. O grupo também participou do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. E por fim, no terceiro dia, foram realizadas atividades relacionadas de planejamento, proporcionando às FICs a oportunidade de reconhecer potencialidades internas e externas ao considerar o contexto territorial e a fase atual de cada uma. A partir disso puderam identificar desafios e pensar em ações estratégicas em grupo para o desenvolvimento, utilizando a participação no Programa TT como referência para seu impulsionamento.

“A troca de experiências com outros participantes permitiu um aprendizado valioso, principalmente no que diz respeito à implementação de estratégias de filantropia comunitária e à promoção de uma cultura de doação.”, explica um participante em uma avaliação anônima.

 

Aprendendo com os pares 

O último dia de atividades teve início com uma fala de abertura de Paula Fabiani, CEO do IDIS. Ela congratulou a atuação das FICs no fortalecimento das relações com filantropos locais destacando a iniciativa do Manifesto das Fundações e Institutos Comunitários sobre o Compromisso 1%, que foi entregue pelas FICs durante o Fórum. Paula também ressaltou a importância da interlocução do trabalho do TT com outros projetos do IDIS.

“Acreditamos fortemente que o desenvolvimento das FICs é um componente crucial para o crescimento da filantropia no Brasil. E mais do que isso, acreditamos no potencial brasileiro de desenvolvimento comunitário”, ela afirmou.

Representantes das FICs no Fórum junto a Paula Fabiani e Rodrigo Pipponzi, do Instituto MOL

Em seguida, a equipe do programa apresentou o novo ciclo de trabalho, com o objetivo de ‘fortalecer, promover e apoiar o desenvolvimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil’. Quatro pilares sustentam essa jornada: promover o desenvolvimento dessas organizações, criar um ambiente favorável para as FICs, expandir o conhecimento e engajar a sociedade civil com as FICs, e aumentar o número de apoiadores nacionais e locais.

Esse momento gerou uma grande interação com as lideranças, que trouxeram um olhar atento e um protagonismo essencial para potencializar a atuação do programa. Foi notável o desejo de implementar as novidades propostas para o ciclo e a vontade de realizar ações articuladas como grupo.

“Um dos aspectos positivos deste encontro é o foco no protagonismo das comunidades locais, que se organizam para identificar e solucionar suas próprias necessidades. Outro ponto positivo é a diversidade das organizações participantes, que compartilham conhecimentos, métodos e desafios distintos de acordo com seus contextos locais. A interação entre os líderes comunitários estimula a criação de soluções inovadoras e fortalece o papel das organizações sociais.” , mencionou um dos representantes das FICs.

 

Fundos emergenciais: uma estratégia eficaz

Ao final do último dia, parceiros e convidados se juntaram ao grupo para participar da mesa redonda ‘Fundos Emergenciais – abordagens, tendências e a importância das FICs’. O painel trouxe discussões sobre o conceito, perspectivas, práticas e o papel único das FICs no contexto das situações emergenciais, contando com a mediação de Felipe Groba, gerente de projetos do IDIS e com os painelistas Eduardo Cetlin, diretor da Associação Nossa Cidade de Belo Horizonte; João Morais, Coordenador de Investimento Social e do BISC – Benchmarking do Investimento Social Corporativo na Comunitas; Julia Wildner, coordenadora de programas do ICOM de Florianópolis e Karine Ruy, coordenadora geral da Fundação Gerações do Rio Grande do Sul.

A partir de uma análise teórica, Felipe introduziu aspectos importantes para a discussão, explicando que desastres lentos desenvolvem-se gradualmente, muitos serão agravados pelas mudanças climáticas e ocorrerão em regiões afastadas dos grandes centros econômicos. As emergências invisíveis são subnotificadas e não geram mobilização, mas, por outro lado, algumas emergências são duradouras e consequências de longuíssimo prazo de negligência, como em casos recentes.

O moderador destacou que as FICs são atores estratégicos pois possuem conhecimento do território, de suas demandas sociais e das organizações sociais locais, possuem governança sólida e legítima, são multicausais, realizam interlocução com entes privados, públicos e da sociedade civil e possuem visão de longo prazo, foco e perenidade.

Da esquerda para a direita: Felipe Groba, Karine Ruy, Eduardo Cetlin, João Morais e Júlia Wildner. Foto: Andre Porto/IDIS

João Morais compartilhou os principais resultados da pesquisa BISC sobre a atuação empresarial na agenda climática e em situações de desastre, trazendo as experiências das empresas da Rede BISC. Em seguida, as FICs apresentaram diferentes experiências relacionadas a criação de fundos emergenciais e operacionalização das ações em situações de desastre.

O ICOM, representado por Julia Wildner, pioneiro em fundos emergenciais no Brasil, compartilhou sua experiência com o Fundo Emergencial Chuvas, que serviu de exemplo para outras situações emergenciais, como a pandemia da Covid-19. Eduardo Cetlin, representando a Associação Nossa Cidade, contribuiu com a experiência do Fundo Regenerativo de Brumadinho e o processo de governança utilizado nesse caso de forma mais participativa e descentralizada. Por fim, Karine Ruy, da Fundação Gerações, comentou sobre a recente experiência com o desastre ambiental causado pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, abordando os desafios de captação e direcionamento de recursos em momentos críticos.

Foto: André Porto/IDIS

Todos esses exemplos demonstraram a importância de atuar de forma sistêmica, estratégica e preventiva para “estar pronto” para os desafios impostos em situações emergenciais e de desastre. O grupo concluiu que a comunidade local possui conhecimentos valiosos sobre áreas de risco e situações extremas em seu próprio território, além de uma capacidade de mapear necessidades com rapidez e eficiência.

Um guia prático a partir de exemplos de quem já transforma territórios

Fechando a programação intensa de três dias, foi lançado o Guia ‘Como criar uma Fundação ou um Instituto Comunitário: um guia prático a partir de exemplos de quem transforma territórios’, fruto da sistematização dos quatro anos de experiência na condução do programa no IDIS em parceria com a Mott Foundation. O Guia apresenta orientações para promover, fortalecer e desenvolver o modelo de Fundações e Institutos Comunitários (FIC) no Brasil, abordando aspectos legais e estruturais de uma FIC até as melhores práticas para desenvolver a comunidade local, desenvolver parcerias e garantir a sustentabilidade da organização a longo prazo. Esta publicação contribui para reafirmar o conceito das FICs e fortalecê-lo, impactando o setor social de forma ampla e consolidada.

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Apesar das FICs serem únicas, a sistematização das experiências com elas é uma ferramenta poderosa para a organização dessas Fundações e Institutos e novos que poderão vir “conheça uma fundação comunitária e você terá conhecido apenas uma”.

 

SOBRE O TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

Saiba mais sobre o programa e os participantes em www.transformandoterritorios.org.br