Diaspora Giving: Imigrantes que Promovem o Desenvolvimento de Seus Países Natais

Estudo realizado pela The Philanthropic Initiative (TPI) e pela Global Equitity Initiative (GEI), da Harvard University, estuda o crescimento de doações de imigrantes para seus países de origem. As transferências, que sempre ocorreram com fins privados (para uso da família ou investimento pessoal), cada vez mais visam a promoção do benefício público.

A pesquisa Diaspora Philanthropy: Influences, Initiatives and Issues aponta a evolução de práticas de filantropia estratégica nesse setor. A ação, chamada de filantropia de diáspora (diaspora giving, em inglês), está se tornando um importante ator no desenvolvimento de comunidades locais. Além de traçar um panorama do cenário global,  o estudo analisa casos nas Filipinas, Vietnã, Quênia e Colômbia.

A transferência de recursos de residentes de um país em direção a suas nações de origem aumentou rapidamente nas últimas duas décadas. O Banco Mundial estima que, em 2006, as remessas dessa natureza tenham atingido os 275 bilhões de dólares (206 bilhões foram direcionados a países em desenvolvimento). A maior parte foi enviada para as famílias ou para investimentos pessoais. Porém, uma porção das transferências foi realizada com fins públicos.

As doações oriundas de comunidades de imigrantes (também chamadas de comunidades de diáspora) tradicionalmente beneficiam programas relacionados à educação e infra-estrutura ou são repostas a calamidades.

Organizações facilitadoras

Várias fundações e instituições (como a American India Foundation, a Give2Asia e a Brazil Foundation) criaram mecanismos dedicados à transmissão de contribuições de comunidades de diáspora para programas e projetos de suas comunidades originais. Esses intermediários criam canais eficientes para as doações, ao mesmo tempo em que servem como fontes de informações confiáveis sobre causas legítimas que precisam de recursos.

Nesse sentido, a parceria entre organizações internacionais e os grupos de promoção da diáspora tem aparecido como uma tendência. Em 2006, o Banco Interamericano de Desenvolvimento criou o Promoting Diaspora and Local Support for Productive Initiatives. O objetivo é dar suporte a projetos de desenvolvimento local, facilitando parcerias entre comunidades de diáspora de países como Argentina,  República Dominicana, El Salvador, Guatemala, México e Nicarágua.

Embora a maioria das pesquisas no setor estude transferências monetárias, o voluntariado e a transferência de conhecimento podem ser tão ou mais importantes em alguns países. Com base nessa constatação, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) desenvolveu o programa Transfer of Knowledge Through Expatriate Nationals (Tokten), que facilita a assistência e a consultoria de curto-prazo de profissionais qualificados a seus países de origem. Até 2007, o programa já tinha mobilizado mais de 5 mil pessoas em 49 países.

 

 

CAF Lança Pesquisa Sobre Como o Diálogo Com os Públicos de Relacionamento da Empresa Influencia o Investimento Social Corporativo

No último 3 de dezembro, a Charities Aid Foundation (CAF) lançou uma pesquisa intitulada “The role of stakeholder engagement in Corporate Community Investment”. O estudo, realizado em parceria com o International Centre for Corporate Responsibility da Escola de Negócios da Universidade de Nottingham, Inglaterra, propõe-se a entender como e por que as empresas decidem dialogar com seus públicos de relacionamento, analisando os efeitos desse diálogo no investimento social corporativo.

De acordo com o levantamento, são muitos os benefícios do contato entre as empresas e seus stakeholders durante o desenvolvimento e implantação do investimento social corporativo. Essa aproximação pode diferenciar a empresa de seus concorrentes; promover soluções mais inovadoras para seus desafios e potencializar o resultado da iniciativa.

O estudo é um desdobramento do trabalho anterior da instituição, An evaluation of Corporate Community Investment in UK: Current developments, future challenges. Lançado em 2006, esse estudo avaliou a evolução do investimento social no Reino Unido e constatou que os melhores resultados vieram das empresas que valorizavam a troca de informações e experiências com seus públicos de relacionamento.

O novo trabalho foi realizado a partir da análise das iniciativas de doze empresas britânicas: BT; Cadbury Trebor Bassett; Anglo American; Sainsbury’s; Rolls-Royce; Lloyd’s; TSB; GlaxoSmithKline; British American Tobacco; British Airways; Marks& Spencer; Boots and Barclays.

Clique aqui para ler a íntegra da pesquisa em inglês.

 

 

Riovoluntário Lança Pesquisa Sobre Perfil do Voluntariado Empresarial

As empresas parecem estar cada vez mais preocupadas com o desenvolvimento de bons programas de voluntariado corporativo, segundo mostra a pesquisa “Perfil do Voluntariado Empresarial no Brasil”, recém-lançada pela organização da sociedade civil Riovoluntário. Das 89 empresas (de todos os portes e setores, que atuam em território nacional, sendo 61% delas na região sudeste) que responderam ao questionário, 45% possuem programas de voluntariado institucionalizado, com planejamento e orçamento anuais.

A seriedade com que o voluntariado empresarial vem sendo encarado pelas empresas reflete-se num maior engajamento dos colaboradores nessas ações. Segundo o estudo, as empresas que apresentam níveis de mobilização de seus funcionários acima dos 10% têm programas institucionalizados. Mas para as empresas, o principal fator responsável por aumentar o grau de participação dos colaboradores no serviço voluntário é a presença do profissional comunicação interna comprometido com o programa (79%).

Outro fator que contribui para o incremento da participação dos colaboradores, na avaliação dos entrevistados é o engajamento da diretoria. Para 84% deles, a existência de uma diretoria participativa está fortemente vinculada ao sucesso de um programa de voluntariado empresarial. No entanto, somente 25% das empresas declararam que seus diretores participavam maciçamente das ações de voluntariado incentivadas pela empresa.

A fim de promover a participação dos colaboradores em ações voluntárias, as empresas: estimulam a atuação em programas sociais da própria empresa (73%); oferecem recursos para os projetos em que os voluntários atuam (63%); apóiam a formação de grupos de voluntários (63%); divulgam oportunidades de serviços voluntários (61%); e premiam e/ou divulgam a atuação de voluntários em eventos e publicações (54%).

44% das empresas respondentes disseram que preferem planejar as ações de voluntariado durante o horário de trabalho, e realizá-las fora desse horário. Apesar desse dado, o estudo revela que 43% das empresas pesquisadas dispensam funcionários durante o expediente para a realização de serviço voluntário. O levantamento ainda indica que 18% das empresas valorizam a experiência em serviço voluntário na hora de contratar novos funcionários.

Independente do grau de institucionalização dos programas, as campanhas de doação são as que mobilizam um maior número de pessoas (71%), bem como as ações pontuais (51%). As ações continuadas, nas quais o voluntário pode desenvolver todas as suas potencialidades e experimentar o trabalho em equipe, com recursos escassos, mobilizam apenas 36% dos colaboradores. Isso, de acordo com a pesquisa, mostra que o voluntariado social não é uma cultura consolidada na sociedade brasileira.

O que mais motiva as empresas a desenvolverem programas de voluntariado é o desejo de atender as necessidades sociais das comunidades que estão em seu entorno (38%) e de fortalecer o relacionamento com essas comunidades (27%). Como era de se esperar, a maioria dos programas incentiva ações de voluntariado voltadas para a área da educação (72%), com público-alvo prioritário em crianças e adolescentes (79%). Mas surpreendentemente, ações voltadas para o meio ambiente têm grande atenção das empresas (54%), aparecendo à frente de áreas como saúde, esporte, lazer, assistência social e cultura. E ações voltadas para idosos aparecem em segundo lugar no ranking dos públicos-alvos prioritários, à frente do atendimento à família e adultos em geral. As atividades administrativas, nas quais o voluntariado empresarial poderia contribuir muito, aparecem como a última opção de ação voluntária a ser incentivada pelas empresas, com apenas 19% das citações.

Embora 28% da amostra não tenham um orçamento anual pré-fixado para ações de voluntariado, 19% das empresas investem mais de R$ 200 mil anuais nessas ações. 49% das empresas analisadas possuem uma equipe com duas ou mais pessoas dedicadas à promoção do voluntariado. 18% das empresas afirmaram contabilizar as horas dedicadas fora do horário de trabalho como investimento social da empresa. Mas apenas 43% delas afirmam possuir indicadores de avaliação do voluntariado.

Além de trazer dados quantitativos, a pesquisa apresenta textos de Joana Garcia, Fernando Rossetti, Paulo Haus Martins e Paulo Itacarambi sobre voluntariado empresarial e 29 casos desenvolvidos no Brasil.

Clique aqui para ler a íntegra da pesquisa.

 

 

2002: Relatório Sobre Doação e Voluntariado no Vale do Silício

Pesquisa da Community Foundation Silicon Valley mostra como a implantação de empresas de alta tecnologia transformou uma região tradicionalmente agrícola dos EUA (Califórnia), gerando aumento da população jovem e da riqueza local, e como essa riqueza passou a ser investida socialmente na própria região, em outras áreas dos EUA, e em outros países, pois muitos dos trabalhadores preferiam doar para suas comunidades natais.

Entre os dados interessantes da pesquisa, destaca-se o fato de que o vale do silício está se tornando uma comunidade que abraça a filantropia. 96% dos residentes dizem se engajar em alguma forma de doação e 81% afirmam participar de atividades voluntárias. 87% dos doadores locais doam para duas ou mais causas ou organizações sem fins lucrativos.

Ao contrário do estereótipo difundido de que trabalhadores da área da alta tecnologia não doam – ao menos no Vale do Silício -, eles doam mais do que os que não trabalham nesse setor (84% versus 78%). Também costumam usar mais a internet para conhecer um grupo ou organização não governamental (39% versus 26%), para fazer doações a uma organização sem fins lucrativos (25% versus 12%) e para saber sobre oportunidades de voluntariado (26% versus 19%). Mais da metade dos moradores da região doa dinheiro para ajudar as vítimas de ataques terroristas.

Clique aqui para obter a íntegra do Relatório.

 

 

Pesquisa Ação Social das Empresas

Realizada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), em 2006, a segunda edição da Pesquisa Ação Social das Empresas aponta que houve um crescimento significativo na proporção de empresas que realizaram ações sociais entre 2000 e 2004.

De acordo com o estudo, em 2000, 59% das empresas brasileiras (cerca de 465 mil) desenvolviam ações em benefício da comunidade. Quatro anos depois, o índice saltou para 69% (ou cerca 600 mil empresas). A região que teve o maior crescimento de organizações atuantes foi a Sul (21 pontos percentuais), seguida do Nordeste, com 19 pontos. A que menos cresceu foi a Centro-Sul (de 50% para 61%). Saiba Mais.

 

 

“Empresa na Comunidade: o Papel das Corporações no Apoio à Filantropia Comunitária no Brasil”

Elaborado por Helena Monteiro, diretora de capacitação e disseminação de conhecimento do IDIS, em novembro de 2006, o documento mostra como as Organizações de Filantropia e Investimento Social Comunitário (OFISCs) podem facilitar o processo de investimento social das empresas nas comunidades, contribuindo para o engajamento ativo desses atores no desenvolvimento local sustentável. De acordo com o documento, as OFISCs podem facilitar a colaboração entre empresas e organizações da sociedade civil porque conhecem as questões comunitárias, promovem a criação de redes sociais intersetoriais e são um ator independente e autônomo, com poder de accountability. Por outro lado, adotam uma perspectiva ampla e positiva do envolvimento empresarial na comunidade, reconhecendo que as corporações podem contribuir não apenas com dinheiro e outros materiais doados, mas também com suas habilidades, recursos humanos, tecnologia e conhecimento.

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Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade

Realizada entre os dias 14 de setembro e 21 de outubro de 2004, teve o objetivo de identificar para que tipos de ação na comunidade as empresas dirigem seus investimentos, verificar se as ações são avaliadas, de que forma, e dimensionar as perspectivas de ampliação desse tipo de investimento.

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Voluntariado Empresarial como ferramenta de gestão de pessoas

Elaborada por Alessandra A. Cherubino Luz, Ana Lúcia Caloi Neves, Élica Fernandes, Norival de Oliveira e Tatiana M. Otani, em agosto de 2004, a monografia mostra como o voluntariado empresarial, mesmo não sendo implantado com a finalidade de “gerir pessoas” ou “humanizar relações”, acaba proporcionando mudanças comportamentais positivas naqueles que dele fazem parte.

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Diretrizes Para a Avaliação de Projetos e Programas de Investimento Social Privado

A tese de Eduardo Marino, concluída em 2003, apresenta um estudo da aplicabilidade dos Standards de Avaliação de Programas definidos pelo The Joint Comittee of Standards for Educational Evaluation em programas e projetos de investimento social privado nacionais. O documento apresenta 30 parâmetros, a maioria deles aceita como aplicáveis nos projetos brasileiros.

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