O Brasil conta com 57 milhões de voluntários ativos, segundo Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021

Representados nos mais diversos segmentos, desde organizações educacionais a instituições que atuam em causas emergenciais humanitárias, eles coordenam campanhas de distribuição de alimentos, resgatam animais, contribuem para mobilizações ligadas à saúde, compartilham seus conhecimentos. Os voluntários doam seu tempo, energia e talento em prol de causas em que acreditam. São essenciais para que organizações da sociedade civil atinjam suas missões e, durante a pandemia, fizeram a diferença e impactaram positivamente a vida de milhares de pessoas.

Qual o perfil do voluntário no Brasil? Em quais atividades atuam? Como a pandemia realmente influenciou a atuação dessas pessoas? Quais as causas que mais recebem atenção do trabalho voluntário? São essas questões que a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 procurou responder. Em sua terceira edição, os achados apontam resultados positivos: 56% da população adulta diz fazer ou já ter feito alguma atividade voluntária na vida. Em 2011, esse número representava 25% da população e, em 2001, apenas 18%. Chama atenção também o número de voluntários ativos no momento da pesquisa – 34% dos entrevistados, o que representa cerca de 57 milhões de brasileiros comprometidos com atividades voluntárias.

Tanto a quantidade de pessoas envolvidas com o voluntariado aumentou, quanto as horas dedicadas à atividade. Se a quantidade média de dedicação por pessoa era de 5 horas mensais em 2011, a pesquisa de 2021 aponta a média de 18 horas mensais. Assim, cada voluntário brasileiro contribuiu, em média, por mês, o equivalente a 12 partidas de futebol inteiras. “Acompanho de perto a evolução do voluntariado no país nas últimas décadas, quando foi realizada uma pesquisa pioneira em 2001, Ano Internacional do Voluntário e, dez anos depois, na comemoração da Década do Voluntariado. A pesquisa 2021 confirma a valorização da atividade, com um salto para mais da metade da população brasileira já tendo praticado o serviço voluntário”, comenta Silvia Naccache, coordenadora do projeto em 2021 e que participou das edições anteriores.

Públicos da ação voluntária | Pesquisa Voluntariado

Destacou-se também o aumento da atenção dada a alguns públicos beneficiados pela atividade voluntária. Tiveram forte crescimento em 2021 famílias e comunidades, de 12% em 2011 para 35% em 2021, e pessoas em situação de rua, com um aumento de 20 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. Além disso, a pesquisa mostra a valorização da causa animal, de 1% em 2011 para 9% em 2021, e de pessoas com deficiência, de 3% para 9%.

A pesquisa 2021 é um retrato da última década de atuação voluntária no Brasil, com destaque para avanços do voluntariado empresarial, os megaeventos realizados no país, como a Copa do Mundo, em 2014, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, em 2016, e o impacto da pandemia”, avalia Felipe Pimenta, consultor da Pesquisa 2021. Em relação à pandemia, mesmo com o isolamento social, 47% dos voluntários passaram a praticar mais o voluntariado, tendo como atividade mais comum a distribuição de recursos (61%). No período, 21% passaram a fazer atividades voluntárias online, sendo as mais comuns as atividades de apoio psicológico e de educação.

Ao serem questionados sobre a satisfação com a atividade realizada, a nota média atribuída pelos voluntários foi de 9,1, de um total de 10. A motivação para a realização de uma atividade voluntária também ganhou contornos melhor definidos na última década. Solidariedade ainda é a palavra que melhor a descreve, passando de 67% para 74%. Nesta linha, a pesquisa também mostra que além de doar tempo, os voluntários têm o hábito de contribuir de outras formas:  95% também doam bens, como alimentos, roupas ou brinquedos, e 50% declaram também doar dinheiro para causas e organizações. Para Luisa Lima, Gerente de Comunicação do IDIS, “esses comportamentos refletem o fortalecimento da cultura de doação no Brasil. As pessoas estão cada vez mais cientes sobre as formas que têm à disposição para contribuir às causas em que acreditam”.  

Um ponto de atenção, porém, vem da porcentagem de voluntários que têm conhecimento sobre a Lei do Serviço Voluntário (Lei n° 9.608), que regulariza a atividade no país. 55% dizem não conhecer a Lei e 81% nunca assinaram nenhum Termo de Adesão ao Serviço Voluntário. “A formalização do vínculo é importante para as organizações e para os voluntários. O desconhecimento sobre a legislação do voluntariado no Brasil aponta o potencial de ação para organizações que fomentam a atividade” comenta Kelly do Carmo, consultora da pesquisa 2021.  

Outros achados da pesquisa

  • Não há diferença significativa em relação ao gênero dos voluntários: 51% feminino, 48% masculino e 1% declarou outras respostas. A pesquisa revelou que 40% dos voluntários se encaixam na faixa etária entre 30 e 49 anos; em relação à escolaridade, 50% detêm o ensino médio completo / superior incompleto; e a renda familiar mensal de 39% dos respondentes é de até 2 salários mínimos.
  • Em relação aos brasileiros que realizam alguma atividade voluntária atualmente (34% da população), 12% afirmam fazer as atividades com frequência definida; enquanto 22% realizam sem frequência definida.  
  • 15% dos voluntários realizam atividades ligadas a programas de voluntariado empresarial e dedicam, em média, 21,5 horas por mês.
  • 70% dos respondentes não conhecem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Organização das Nações Unidades (ONU), que compreendem os alicerces da Agenda 2030 para combater a pobreza, melhorar a educação, promover práticas ambientalmente sustentáveis, entre outras. O índice de conhecimento cresce conforme aumenta o grau de instrução e a renda familiar mensal do entrevistado.
  • 49% concordam que os grandes eventos realizados na última década, como a Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Visita do Papa etc., contribuíram para aumentar o engajamento dos brasileiros no trabalho voluntário. 

Sobre a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021

A pesquisa foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. Sua viabilização teve o suporte de organizações que acreditam na importância do avanço do voluntariado no Brasil e participam dessa rede de apoiadores, Ambev, Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Raízen, Sabesp, Sicoob e Suzano. IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – e Instituto Datafolha assinam a realização. Os resultados completos estão disponíveis em www.pesquisavoluntariado.org.br.

Metodologia

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 foi conduzida pelo Instituto Datafolha e compreendeu etapas quantitativas e qualitativas como descrito a seguir. 

Pesquisas quantitativas: possuem o objetivo de identificar o perfil dos voluntários e dos não voluntários no Brasil:  

1. Entrevistas pessoais e individuais, com pessoas de 16 anos ou mais que fazem ou não atividades voluntárias, realizadas em pontos de fluxo populacional de abrangência nacional.  (2.086 pessoas, a margem de erro máxima para o total das amostras é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%). 

2. Entrevistas pessoais, individuais e específicas com voluntários – pessoas que fazem ou já fizeram alguma atividade voluntária, com 16 anos ou mais, realizadas em pontos de fluxo populacional, distribuídos em oito capitais brasileiras: Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. (1.556 voluntários, a margem de erro máxima para o total das amostras é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%). 

Pesquisas qualitativas: são exploratórias, possuem o objetivo de investigar em profundidade os aspectos comportamentais, opiniões, captar informações e obter uma análise profunda e detalhada sobre as percepções de voluntários, de especialistas e interessados no tema:

1. Entrevistas e conversas online em grupo (Grupos Focais), com pessoas que praticam trabalho voluntário no mínimo uma vez a cada 15 dias, desde antes da pandemia, de três capitais representativas de regiões distintas: Porto Alegre, Recife e São Paulo. 

2. Entrevistas online individuais em profundidade sobre voluntariado com oito formadores de opinião, diversificados por tipo de atuação e regiões do Brasil. 

OBS: Embora o planejamento da pesquisa tenha sido feito ao longo de 2021, em razão da pandemia e problemas decorrentes, as pesquisas quantitativas aconteceram entre o final de 2021 e o início de 2022.

 

Acesse o conteúdo da pesquisa na íntegra: 

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Lançamento Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021: inscreva-se!

 

Assista à transmissão ao vivo do lançamento da Pesquisa Voluntariado no Brasil:

Serviço ou atividade voluntária é doar tempo e trabalho de maneira espontânea e sem remuneração para a comunidade, para projetos sociais, para programas assistenciais, para causas, para eventos e situações emergenciais. Pode ser individual, organizada por grupos ou por empresas.

De acordo com a Pesquisa Voluntariado no Brasil, em 2001, os voluntários representavam 18% da população adulta. Na celebração da Década do Voluntariado, em 2011, este número chegou a 25%.  Em sua terceira edição, a Pesquisa traz um retrato do tema, indica tendências e analisa as mudanças das duas últimas décadas.  Entre os achados, o engajamento em cada uma das cinco regiões, as causas favoritas, as motivações e o perfil do voluntário no Brasil em 2021. 

O lançamento desta edição acontece no dia 27 de abril, das 10h30 às 12h15, em formato online e aberto ao público em geral, mediante inscrição.

Para participar, faça aqui sua inscrição

A Pesquisa foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. Sua viabilização teve o suporte de organizações que acreditam na importância do avanço do voluntariado no Brasil, e participam dessa rede de apoiadores, Ambev, Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Raízen, Sabesp, Sicoob e Suzano. IDIS e Datafolha assinam a realização.

Empresa de energia solar transforma ação em social em incentivo a produtividade

Funcionária da Solar City explica energia solar para estudantes

Funcionária da Solar City explica energia solar para alunos de escola na África

A empresa de energia norte-americana, Solar City, cujo presidente é o empresário Elon Musk, encontrou uma forma inovadora para dar mais energia aos seus funcionários ao levar eletricidade para escolas em países em desenvolvimento.

A SolarCity criou a Fundação GivePower que instala um sistema de iluminação por energia solar em uma escola a cada megawatt de energia que a empresa implanta para seus clientes. Em 2014, a GivePower instalou sistemas de iluminação em 511 escolas na África e na América Central.

E há um bônus para alguns funcionários de melhor desempenho da SolarCity: eles ganham viagens de cinco dias de serviços para instalar o equipamento. A concorrência é dura, pois a SolarCity tem mais de 13 mil funcionários em 80 centros em todo os Estados Unidos e apenas de 10 a 15 são selecionados para cada viagem. Há cerca de quatro viagens por ano.

“Os funcionários realmente se reúnem em torno do significado e do impacto”, diz Hayes Barnard, presidente da fundação.
A Fundação GivePower colabora com outros grupos de ajuda internacional, incluindo o BuildOn, que podem fornecer serviços de tradução e ajudar no gerenciamento da logística.

Ideia do funcionário

Barnard, que entrou na SolarCity há dois anos, diz que sua experiência pessoal ajudando a construir uma escola em um país em desenvolvimento para o BuildOn, o inspirou a sugerir que a Sola City colocasse seu conhecimento de energia solar em prol da causa de iluminação escolar. Eletricidade permite que as crianças estudem mais e que adultos tenham aulas à noite. Isso pode transformar a escola em um centro comunitário.

A SolarCity iniciou seu trabalho social em casos de catástrofe, usando doações da Fundação Musk para construir sistemas de energia solar em áreas devastadas pelo furacão Katrina, no derramamento de petróleo da BP, no desastre nuclear de Fukushima e no furacão Sandy.
De acordo com o Relatório de Impacto do Milênio 2014, os jovens estão interessados em trabalhar para empresas que fornecem oportunidades para que eles que querem ser voluntários.

Lyndon Rive, chefe-executivo da SolarCity, diz que as viagens internacionais têm sido um sucesso com os funcionários, que muitas vezes lhe enviam bilhetes de agradecimento pela experiência, e tem aumentado a retenção de talentos.

Texto extraído de notícia do The Chronicle of Philanthropy: https://philanthropy.com/article/Solar-Companys-Charitable/232453
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Voluntariado é bom para a sociedade e para a empresa; aprenda a fazer

Uma empresa é naturalmente um agregado de pessoas que trabalham por um retorno econômico. Mas por que não mobilizar os trabalhadores também para a busca de um retorno social? A iniciativa privada é um espaço especialmente privilegiado para a criação de projetos de voluntariado.

A principal pesquisa de solidariedade no mundo, o World Giving Index, da organização britânica Charities Aid Foundation, aponta o Brasil como oitavo país em número absoluto de voluntários – um ambiente propício, portanto, para programas corporativos nessa área.

As companhias colhem os frutos do envolvimento dos funcionários em ações sociais, segundo uma monografia apresentada no curso Administração para Organizações do Terceiro Setor, da FGV-SP. A pesquisa analisou as iniciativas de diversos grupos, como Itaú e Philips, e concluiu que “os ganhos indiretos do programa superam os investimentos, pois um funcionário que compreende as ações da empresa passa a respeitá-la pela transparência e se sente parte integrante da companhia e tende a produzir mais e melhor”.

Para ajudar a criação de projetos que consigam efetivamente atuar nos grandes temas nacionais, o IDIS publicou um manual  com um passo a passo. O texto defende que iniciativas desse tipo são mais bem-sucedidas quando envolvem todos os escalões da instituição.

Uma sugestão é começar com a formação de um comitê que mapeie ações já existentes, pesquisar os temas que mais interessam aos funcionários e mobilizar aqueles que queiram se tornar voluntários. Num segundo momento, o alto escalão deve ser envolvido, pois é a ele que cabe a decisão de alinhar o programa às diretrizes corporativas e de sustentabilidade do negócio.

O IDIS tem grande experiência em assessorar tanto empresas que querem montar seus planos de voluntariado quanto aquelas que pretendem dar mais efetividade a ações já existentes. Está interessado? Venha conversar conosco (http://idis.org.br/contato/).

Planejamento Estratégico Aumenta Efetividade de Programas de Voluntariado

Muitas das grandes empresas que atuam no Brasil têm programas de voluntariado, mas nem sempre esse tipo de ação atinge os resultados desejados. Para alcançar as metas estipuladas pela empresa é preciso pensar bem o que fazer e como atuar. É para isso que serve o planejamento estratégico, que pode ser aplicado tanto na criação de programas novos quanto no aprimoramento de projetos já existentes.

A Mapfre, gigante espanhola dos seguros, é uma das companhias que se deram conta da importância de aplicar o planejamento estratégico em suas ações sociais. A empresa já tinha um programa de voluntariado no Brasil, mas ele ainda não estava caminhando como esperado, por isso a iniciativa está sendo reformulada. “Nós estávamos desatualizados e recebemos novas diretrizes da Espanha. Como a cultura aqui é muito assistencialista, nosso programa adquiriu esse viés. Envolvíamos muito poucas pessoas, e percebemos que valia a pena atuar de outra forma”, explica Alessandra Gosling, analista de responsabilidade social da Fundación Mapfre, braço social da empresa. Para balizar o “relançamento” do programa de voluntariado, a organização passou por uma reflexão estratégica exclusiva para o tema.

“Quase todas as grandes empresas têm voluntariado, mas geralmente é uma ação sem estratégia, não integrada à empresa”, ressalta Adriana Deróbio, gerente de projetos do IDIS, que assessorou, em 2013, a Fundación Mapfre em seu processo de reavaliação. “Uma reflexão estratégica participativa é uma oportunidade de aprimorar pontos que não estão funcionando bem e fortalecer o que já é bem sucedido”, explica a gerente de projetos.

O planejamento é um processo complexo, que envolve tanto diretores quanto funcionários da empresa, bem como os beneficiários. Ele envolve uma série de procedimentos, como pesquisas, diagnósticos, estabelecimento de objetivos, desenvolvimento de planos de ação e até mesmo a criação de um manual que guie a ação dos voluntários. O objetivo é tornar o voluntariado mais efetivo, pois “os programas corporativos podem ter grande poder de transformação, já que envolvem muitas pessoas e ações para uma causa”, afirma Adriana.
Como a elaboração de um planejamento estratégico depende uma análise aprofundada dos vários elementos envolvidos no projeto, a Fundación Mapfre passou 2013 inteiro reavaliando seu voluntariado, que vai ser relançado este mês, de acordo com Alessandra. “Queremos oferecer uma gama de oportunidades mais permanentes de participação para nossos funcionários; antes, tínhamos apenas ações pontuais”, acrescenta a representante da Mapfre.

O planejamento estratégico, no entanto, não serve apenas para as empresas que querem aprimorar um programa já existente. Ele também é muito útil para quem está partindo do zero. Este é o caso da Fundação André Maggi, que está usando a ferramenta para criar um novo cenário futuro para seus Programas e Projetos. Entre eles, está o voluntariado dentro do Grupo Maggi, que atua em diversos setores, como o elétrico e o agrícola. “Nossos funcionários têm grandes expectativas em implantar um programa”, diz a supervisora social da fundação, Aletéa Rufino. O problema, segundo ela, é que “a empresa tem unidades em vários municípios, e administrar um programa é complicado nessa situação”.

No caso da Fundação André Maggi, que conta no momento também com assessoria do IDIS, a discussão sobre o voluntariado apareceu dentro de um contexto maior, em que toda a entidade estava passando por uma revisão estratégica. Como explica Aletéa, “o que é interessante para Cuiabá não necessariamente vai funcionar em um município menor”. A intenção é colocar diversas propostas para votação interna na empresa até novembro, e implantar um piloto no começo de 2015.

Aletéa, no entanto, admite que a conclusão do planejamento estratégico pode até ser que agora não é a hora de criar um programa de voluntariado. A representante da Fundação André Maggi explica o porquê da cautela: “É todo um trabalho que precisa ser muito bem pensado, por causa das pessoas que estão do outro lado, com as quais queremos trabalhar”.

Para saber mais sobre como o IDIS pode apoiar sua empresa ou organização tanto no planejamento estratégico como no desenho de um programa de voluntariado, entre em contato com comunicacao@idis.org.br.

Riovoluntário Lança Pesquisa Sobre Perfil do Voluntariado Empresarial

As empresas parecem estar cada vez mais preocupadas com o desenvolvimento de bons programas de voluntariado corporativo, segundo mostra a pesquisa “Perfil do Voluntariado Empresarial no Brasil”, recém-lançada pela organização da sociedade civil Riovoluntário. Das 89 empresas (de todos os portes e setores, que atuam em território nacional, sendo 61% delas na região sudeste) que responderam ao questionário, 45% possuem programas de voluntariado institucionalizado, com planejamento e orçamento anuais.

A seriedade com que o voluntariado empresarial vem sendo encarado pelas empresas reflete-se num maior engajamento dos colaboradores nessas ações. Segundo o estudo, as empresas que apresentam níveis de mobilização de seus funcionários acima dos 10% têm programas institucionalizados. Mas para as empresas, o principal fator responsável por aumentar o grau de participação dos colaboradores no serviço voluntário é a presença do profissional comunicação interna comprometido com o programa (79%).

Outro fator que contribui para o incremento da participação dos colaboradores, na avaliação dos entrevistados é o engajamento da diretoria. Para 84% deles, a existência de uma diretoria participativa está fortemente vinculada ao sucesso de um programa de voluntariado empresarial. No entanto, somente 25% das empresas declararam que seus diretores participavam maciçamente das ações de voluntariado incentivadas pela empresa.

A fim de promover a participação dos colaboradores em ações voluntárias, as empresas: estimulam a atuação em programas sociais da própria empresa (73%); oferecem recursos para os projetos em que os voluntários atuam (63%); apóiam a formação de grupos de voluntários (63%); divulgam oportunidades de serviços voluntários (61%); e premiam e/ou divulgam a atuação de voluntários em eventos e publicações (54%).

44% das empresas respondentes disseram que preferem planejar as ações de voluntariado durante o horário de trabalho, e realizá-las fora desse horário. Apesar desse dado, o estudo revela que 43% das empresas pesquisadas dispensam funcionários durante o expediente para a realização de serviço voluntário. O levantamento ainda indica que 18% das empresas valorizam a experiência em serviço voluntário na hora de contratar novos funcionários.

Independente do grau de institucionalização dos programas, as campanhas de doação são as que mobilizam um maior número de pessoas (71%), bem como as ações pontuais (51%). As ações continuadas, nas quais o voluntário pode desenvolver todas as suas potencialidades e experimentar o trabalho em equipe, com recursos escassos, mobilizam apenas 36% dos colaboradores. Isso, de acordo com a pesquisa, mostra que o voluntariado social não é uma cultura consolidada na sociedade brasileira.

O que mais motiva as empresas a desenvolverem programas de voluntariado é o desejo de atender as necessidades sociais das comunidades que estão em seu entorno (38%) e de fortalecer o relacionamento com essas comunidades (27%). Como era de se esperar, a maioria dos programas incentiva ações de voluntariado voltadas para a área da educação (72%), com público-alvo prioritário em crianças e adolescentes (79%). Mas surpreendentemente, ações voltadas para o meio ambiente têm grande atenção das empresas (54%), aparecendo à frente de áreas como saúde, esporte, lazer, assistência social e cultura. E ações voltadas para idosos aparecem em segundo lugar no ranking dos públicos-alvos prioritários, à frente do atendimento à família e adultos em geral. As atividades administrativas, nas quais o voluntariado empresarial poderia contribuir muito, aparecem como a última opção de ação voluntária a ser incentivada pelas empresas, com apenas 19% das citações.

Embora 28% da amostra não tenham um orçamento anual pré-fixado para ações de voluntariado, 19% das empresas investem mais de R$ 200 mil anuais nessas ações. 49% das empresas analisadas possuem uma equipe com duas ou mais pessoas dedicadas à promoção do voluntariado. 18% das empresas afirmaram contabilizar as horas dedicadas fora do horário de trabalho como investimento social da empresa. Mas apenas 43% delas afirmam possuir indicadores de avaliação do voluntariado.

Além de trazer dados quantitativos, a pesquisa apresenta textos de Joana Garcia, Fernando Rossetti, Paulo Haus Martins e Paulo Itacarambi sobre voluntariado empresarial e 29 casos desenvolvidos no Brasil.

Clique aqui para ler a íntegra da pesquisa.

 

 

Voluntariado Empresarial como ferramenta de gestão de pessoas

Elaborada por Alessandra A. Cherubino Luz, Ana Lúcia Caloi Neves, Élica Fernandes, Norival de Oliveira e Tatiana M. Otani, em agosto de 2004, a monografia mostra como o voluntariado empresarial, mesmo não sendo implantado com a finalidade de “gerir pessoas” ou “humanizar relações”, acaba proporcionando mudanças comportamentais positivas naqueles que dele fazem parte.

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