#FórumIDIS: Novos horizontes da filantropia no mundo

Os impactos que a pandemia provocou no mundo promoveram transformações em diversas áreas, entre elas a filantropia. O debate volta-se agora a buscar oportunidades que possam definir um horizonte melhor para o setor. Neste painel, reunimos lideranças globais para compartilharem suas perspectivas.

“Temos discutido vários temas relacionados às mudanças climáticas, às questões econômicas, à turbulência social. Nada voltará a ser como antes. Os hábitos da sociedade mudaram, e podemos pensar nisso como uma oportunidade ou um problema”, ponderou Philip Yun, presidente e CEO do World Affairs e do Global Philanthropy Forum. Ele lembrou que tudo está se acelerando – não apenas na área tecnológica – e esse crescimento exponencial continuará.

Para Yun, nesse processo é importante dar atenção às mudanças climáticas com urgência porque, acredita, “em dez ou quinze anos talvez não tenhamos mais chance de consertar o que é preciso em relação ao clima”. Por isso, considera esse talvez o maior problema a enfrentar, junto com um aspecto interno que também coloca como uma ameaça: a ansiedade, ampliada pela falta de confiança, de certezas e da polarização política. “Vejo o importante papel da filantropia, para a intersecção do governo com o setor privado, onde alcançaremos avanços. Precisamos trabalhar em conjunto, porque só assim conseguiremos encontrar respostas e acabar com as desigualdades”.

Apesar dos grandes desafios, Yun diz-se otimista, porque vê uma mudança de paradigma num novo sentido. “Nos últimos 50 anos deixamos de nos preocupar tanto com os outros e pensamos em nós mesmos de maneira egoísta. Os mais jovens estão mudando, e isso vai virar; vão pensar na comunidade, no grupo, no todo, e as coisas vão evoluir dessa forma”.

Michael Mapstone, diretor de Relações Externas e Engajamento Global da Charities Aid Foundation (CAF), também aponta as mudanças aceleradas como uma característica atual. Além de destacar toda a ajuda oferecida durante a pandemia, extrapolando os limites que existiam até então, cita como relevante mudança que a fase trouxe a atenção à transparência dos dados e à prestação de contas, além da conscientização sobre a importância de uma boa estrutura que possa garantir respostas mais ágeis. “A pandemia trouxe uma visão maior sobre as desigualdades e injustiças sociais, além de novos modelos de doação. Vamos ver como avançamos e onde chegaremos com isso”. Para ele, o desafio é fazer com que as conquistas se mantenham.

Mapstone situa como prioridade a relação entre os filantropos e o governo, que deve avançar de maneira positiva e construtiva. “O setor público está olhando para o setor filantrópico com novos olhos, como colaboradores. Será um diálogo muito importante entre esses atores, que poderá produzir bons resultados. Devemos também pensar nos incentivos e como o governo poderá apoiar o setor filantrópico”. Ele acha bastante positivo o fortalecimento da estrutura filantrópica nos últimos meses e reforça que com mais investimento em infraestrutura, haverá mais inovação.

Para Matthew Bishop, autor do livro Philanthrocapitalism, os filantropos podem ter um papel importante, de protagonismo, para mudar as coisas para melhor. “Temos a mudança de paradigma em relação ao capitalismo, uma oportunidade incrível de parcerias e coalizões promissoras; precisamos encontrar uma maneira de controlar e vencer a revolução digital, unir o mundo através dela, e não separar mais”, avalia. Ele pontua que a tecnologia pode ser a força do bem, promovendo mudanças maravilhosas. “Precisamos ter a coragem de assumir nosso papel e aproveitar a oportunidade; encontrar exemplos que nos inspirem e aprender com os erros do passado”.  Ele apresentou o movimento global do qual faz parte, o Catalyst 2030 e que já começa a ser gestado no Brasil. Destacou que colaboração será a palavra de ordem para o atingimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

A diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani, chamou atenção para a necessidade de dar atenção às mudanças climáticas, que não podem esperar. “Temos que agir em todos os setores; há tantas coisas novas surgindo, tantas incertezas”. Apesar das dificuldades, sente-se esperançosa e acredita que o futuro será promissor. “A raça humana já se mostrou bastante capaz de se adaptar e encontrar soluções para os desafios”.

Assista aqui ao painel completo:

Assista aqui a versão traduzida: https://youtu.be/wh0i6Fja2Ig

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social com o Global Philanthropy Forum. São parceiros ouro desta edição Fundação José Luiz Egydio Setubal e Santander, e parceiros bronze BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, BNP Paribas Asset Management, Bradesco Private Bank, Instituto ACP, Mattos Filho Advogados e Movimento Bem Maior.

#ForumIDIS: OSCs na UTI: de onde vem o socorro?

A Cultura de Doação vive um momento de efervescência no país, com recorde de doações mobilizadas pela pandemia do COVID-19. Ainda assim, temos um número imenso de organizações da sociedade civil que viram seus recursos minguarem, desviados para os campos emergenciais da Saúde e da Segurança Alimentar.

Para discutir quais os caminhos para aproveitar esse momento inédito de engajamento social da população para perenizar o comportamento doador e evitar o desaparecimento de centenas de organizações que fazem trabalhos importantes em diversos campos, convidamos Carola Matarazzo, CEO do Movimento Bem Maior, José Luiz Egydio Setúbal, Presidente e instituidor da Fundação José Luiz Egydio Setúbal e vice-presidente do Instituto PENSI, e Erika Sanchez Saez, Coordenadora da iniciativa Emergência Covid-19 – GIFE  e membro do comitê coordenador do Movimento por uma Cultura de Doação (MCD), que abriu a sessão apresentando o documento ‘Por um Brasil + Doador, Sempre’, produzido pelo MCD e que traz cinco diretrizes para fortalecer a cultura de doação no país.

“O brasileiro tem uma boa alma, gosta de ajudar o próximo”, afirmou José Luiz Egydio Setúbal, presidente e instituidor da Fundação José Luiz Egydio Setúbal e vice-presidente do Instituto PENSI. Ao lado de Carola Matarazzo, CEO do Movimento Bem Maior, os dois defenderam a importância de uma relação de confiança entre doadores e ONGs. O fortalecimento da cultura de doação também esteve bastante presente. Ambos falaram da responsabilidade da sociedade civil e da capacidade e generosidade do brasileiro. E acreditam sim, que há e sempre haverá socorro.

Para Setúbal, a pandemia mudou a questão das doações. As pessoas hoje tem uma noção maior de que é preciso doar. O brasileiro doa quando é chamado e mostra isso nas grandes catástrofes e pandemias. Ele lembro que os mais de 6 bilhões doados no Brasil em função da COVID, equivalem a cerca 10% do total doado no mundo. “É muita coisa!”, comemora. Mas Setúbal ainda acha que os ricos doam proporcionalmente menos do que os brasileiros que tem menos recursos.

Outro ponto levantado é que a filantropia vem de uma sociedade civil organizada para ajudar o Estado. “O cobertor é muito curto, as pessoas precisam ter consciência de que o governo não vai resolver tudo”, lembra o filantropo que completa: “Quem tem mais dinheiro tem que colocar mais a mão no bolso, quem tem menos colocar menos”.

Carola Matarazzo, CEO do Movimento Bem Maior, abriu a sua fala dizendo que desafio e propósito andam juntos, tanto para as ONGs quanto para os investidores sociais.

Para ela, temos que validar modelos que possam servir de políticas públicas para aliviar crises e demandas. A sociedade é parte da equação, e todos são corresponsáveis pelos problemas e soluções.

“A sociedade civil mostrou a força que tem, o poder de mobilização na urgência…uma sociedade civil forte, mobilizada pode fazer toda a diferença e trazer mais resultados”, pontuou. Mas também disse que é preciso mais diálogo para entender quais são e o tamanho das necessidades e que a cultura de doação se fortaleça.

Carola lembrou que a ONGs pequenas, que trabalham nas comunidades, precisam ser valorizadas. “O capital filantrópico deve olhar para esse público”, alerta.

E, finalizando, deixou um recado: “Somos parte dessa solução e dessa luta. Quem detém recursos detém poder e isso nos traz uma grande responsabilidade”.

Assista aqui o painel completo:

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social com o Global Philanthropy Forum. São parceiros ouro desta edição Fundação José Luiz Egydio Setubal e Santander, e parceiros bronze BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, BNP Paribas Asset Management, Bradesco Private Bank, Instituto ACP, Mattos Filho Advogados e Movimento Bem Maior.

#FórumIDIS: Blended Finance: uma nova fórmula para gerar impacto social

O conceito de Blended Finance, que pressupõe um modelo de finanças mistas que visa minimizar os riscos com juros baixos, foi apresentado pela primeira vez em 2015 com a perspectiva de potencializar os negócios e estimular o crescimento sustentável. Até agora, no Brasil, foram realizadas cerca de 19 operações ancoradas neste conceito. Mas no mundo, já são 500 bilhões de dólares mobilizados em diferentes países, envolvendo bancos, instituições, famílias, entre outros atores.

Para Marco Gorini, sócio da Din4mo, sem mobilizar o capital privado não há condição de financiar a Agenda de 2030. “É preciso uma migração para uma economia e sociedade de causas, que tenham integridade, coerência e o Blended é uma forma de fazer isso acontecer”, afirma. Destaca também que o potencial de sucesso desses mecanismos é imenso.

A sócia do Mattos Filho Advogados, Flávia Regina de Souza Oliveira, avalia que para os filantropos e investidores financeiros o Blended Finance é inovador, traz a união do capital por uma única causa: melhorar as questões socioambientais.

“Nunca é demais termos novos meios para atrair capitais”, comenta Flávia. É importante olhar para a governança e a estruturação jurídica desses recursos para fomentar negócios de impacto. Segundo os dois palestrantes, o Blended Finance mostra que isso é possível e faz com o que o investidor tenha mais apetite para arriscar.

No fechamento do painel, moderado pela gerente de projetos do IDIS, Andrea Hanai, ficou clara a necessidade de colocar governo, investidores, terceiro setor e sociedade na mesma página e que devem ser superados desafios relacionados ao ambiente regulatório, à governança e à definição de indicadores de resultados. A filantropia é o alicerce para gerar as evidencias e tornar o mecanismo mais popular e efetivo.

Confira aqui a sessão na íntegra:

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social com o Global Philanthropy Forum. São parceiros ouro desta edição Fundação José Luiz Egydio Setubal e Santander, e parceiros bronze BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, BNP Paribas Asset Management, Bradesco Private Bank, Instituto ACP, Mattos Filho Advogados e Movimento Bem Maior.

 

#FórumIDIS 2020: Contagem regressiva – 10 anos para atingir os ODSs

Quando foram definidos os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e estabelecida a Agenda 2030, ninguém imaginaria que no caminho encontraríamos uma pandemia, que afetaria o mundo de forma tão contundente. Temos agora o desafio de ajustar metas e iniciativas, considerando os novos desafios que se apresentam. Se a conversa sobre este tema era importante, agora que estamos a 10 anos do prazo para cumprir a Agenda, hoje ela é mandatória e não poderia deixar de integrar o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais.

Cristiano Prado, líder de projetos econômicos e sociais do PNUD no Brasil, agência líder da ONU para o desenvolvimento e que usa os ODSs para guiar suas políticas, afirma que não haverá recurso público suficiente para o tamanho do desafio que há pela frente e defende que o crescimento da filantropia é necessário para o avanço da Agenda 2030. “Precisaremos de mais recursos para recuperar o que está ficando para trás e para lidar com a consequência de ter andado para trás”, diz. “A Agenda 2030 e os ODS são e continuarão sendo nossa bússola, apontado a direção que devemos seguir”. Ele destaca que a plataforma de filantropia do PNUD busca encontrar o caminho da transformação social unindo forças, com participação de entidades filantrópicas.

Para Morgan Doyle, representante do BID no Brasil, o ponto-chave para cobrir as lacunas que foram ampliadas com a pandemia é investir em parcerias. “Com a pandemia, a magnitude dos desafios são maiores e as parcerias, fundamentais. No BID estamos trabalhando com todo afinco possível em parcerias com diferentes atores, no governo, setor privado e terceiro setor. Estamos muito abertos a parcerias com instituições que compartilhem o objetivo da nossa instituição, de melhorar vidas”. Os esforços agora, avisa, serão concentrados na retomada sustentável, que considera indissociável da implementação dos ODS no país.

O diretor executivo na Worldwide Initiatives for Grantmaker Support (WINGS), Benjamin Bellegy, ressaltou que a filantropia tem um papel essencial de construir pontes entre os setores e por isso deve receber muito apoio. “A filantropia tem um valor em si, um instinto de solidariedade que envolve vários níveis da sociedade e é muito importante fortalecer esse instinto”, opina. “Precisamos também de uma linguagem comum e os ODS são uma linguagem universal que o business adotou, os governos adotaram e também a filantropia, para tornar possível a colaboração”.

A audiência participou durante a sessão, indicando o quanto os ODSs são aderentes às suas organizações. Mais da metade dos respondentes diz considerar os ODSs em suas estratégias, resultado bastante positivo e que indica comprometimento.

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social com o Global Philanthropy Forum. São parceiros ouro desta edição Fundação José Luiz Egydio Setubal e Santander, e parceiros bronze BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, BNP Paribas Asset Management, Bradesco Private Bank, Instituto ACP, Mattos Filho Advogados e Movimento Bem Maior.

#Fórum2020: A pergunta de 1 milhão: como seremos nós e o mundo após a pandemia?

Para responder à pergunta de um milhão, convidamos o economista Eduardo Gianetti, que abriu o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais com uma fala realista. “A economia está em um processo de recuperação, mas não esperem que voltemos ao patamar anterior à pandemia já em 2021”, disse. Segundo ele, mais de USD 4 trilhões foram injetados na economia mundial nesse período de emergência. E pergunta: como vamos nadar quando esses recursos acabarem?

Enquete realizada durante a sessão

A outra incerteza que nos espera é saber como será o comportamento de investidores e consumidores: sermos mais prudentes ou vamos reagir? Gianetti diz que caminhamos para um mundo menos globalizado, mais endividado e mais digitalizado.

No Brasil a questão fiscal será um ponto-chave. O economista aponta que a dívida pública brasileira cresceu de forma acentuada, e fechará o ano entre 95% e 100% do PIB. “É administrável, mas requer cuidado. Para a sociedade, o principal aprendizado foi a gravidade da desigualdade estrutural”, disse durante a palestra. E fez um alerta de que, apesar do auxílio emergencial dado pelo governo, nenhum país resolve o problema de desigualdade com transferência de renda. A solução está em investimentos no capital humano – educação universal, saúde pública e saneamento básico.

Gianetti lembrou também que as doações no Brasil chegaram a R$ 6,3 bilhões e apesar da cultura brasileira ser movida pelo afeto, agora teremos que não apenas preservar, mas também alavancar esse movimento para termos um país mais justo. “Não devemos poupar esforços em avaliar e medir os resultados” e completa sugerindo que igualmente importante é mostrar com clareza a todos que contribuíram, com clareza, o impacto e a transformação na vida das pessoas beneficiadas.

Sobre os desafios que nos esperam e as prioridades para o Brasil, Eduardo Gianetti cita os dois principais. O primeiro é o emprego, sendo necessário o estímulo ao empreendedorismo com o devido apoio ao empreendedor. O segundo ponto diz respeito ao meio ambiente. O economista é categórico ao dizer que o governo brasileiro está se omitindo de forma criminosa na preservação do meio ambiente. “Temos que nos unir como sociedade em torno do meio ambiente. Vivemos um momento sombrio e um governo que mete os pés pelas mãos. não cuidando do nosso patrimônio”, finalizou.

A sessão foi transmitida ao vivo no YouTube do IDIS. Assista na íntegra:

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social com o Global Philanthropy Forum. São parceiros ouro desta edição Fundação José Luiz Egydio Setubal e Santander, e parceiros bronze BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, BNP Paribas Asset Management, Bradesco Private Bank, Instituto ACP, Mattos Filho Advogados e Movimento Bem Maior.

#FórumIDIS: Fundos Filantrópicos: da emergência à perenidade

Um dos instrumentos utilizados durante a crise gerada pela pandemia foram os Fundos Filantrópicos. Muitos surgiram para ajudar na emergência, mas os investimentos podem ser perenes e de impacto mais permanente.

Para o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, um dos palestrantes do painel ‘Fundos Filantrópicos: da emergência à perenidade’, eles vieram para ficar e trouxeram uma nova forma de investimento. “Quando se fala de desenvolvimento social, também se fala de filantropia. Se queremos um país mais justo, com meio ambiente preservado, isso é tarefa da sociedade, do governo e do setor privado, com o apoio do banco”, explicou.
Montezano disse que vê a filantropia como uma gestão dos patrimônios financeiros, social e ambiental. Segundo ele, esse movimento ajudou a conscientizar a sociedade de que o governo não consegue resolver todos os problemas sozinho. É preciso uma atuação conjunta. “As elites acordaram que precisam atuar mais nessa agenda com o exemplo da pandemia”, afirmou.

Giovanni Harvey, presidente do conselho do Fundo Baobá, acredita que os fundos patrimoniais têm papel importantíssimo no que diz respeito à sustentabilidade de movimentos e organizações sociais, uma vez que operam com uma perspectiva de médio ou longo prazo.
Ele enfatizou também a importância da captação de recursos a empreendimentos que trabalhem na busca pela equidade racial, além da relevância da transparência das entidades. “Promovemos diversas ações com o objetivo de garantir que o investidor possa enxergar o Baobá e ter acesso a informações estratégicas”.

Harvey também ressaltou como positivo o crescimento do discurso sobre a agenda racial, complementando: “a sociedade civil tem dados respostas e esperamos que não seja uma onda, que possamos construir uma agenda mínima e dar continuidade depois da pandemia passar”.

A mesa foi moderada por Renata Biselli, head de Sustainable Solutions no Santander, que tem hoje entre suas prioridades o avanço dos Fundos Patrimoniais no Brasil. Este painel integrou o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2020, realizado de forma virtual nos dias 17 e 18 de setembro de 2020. Com o tema “Novos Horizontes – Reflexões para uma filantropia pós-pandemia”, buscamos estimular e inspirar os investidores sociais a continuar doando tempo, recursos e conhecimento para a construção de um mundo mais justo e melhor para todos.

Veja aqui o painel na íntegra:

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social com o Global Philanthropy Forum. São parceiros ouro desta edição Fundação José Luiz Egydio Setubal e Santander, e parceiros bronze BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, BNP Paribas Asset Management, Bradesco Private Bank, Instituto ACP, Mattos Filho Advogados e Movimento Bem Maior.

#FórumIDIS: Filantropia se fortalece durante a pandemia

Beatriz Bracher e Antônio Carlos Pipponzi foram os entrevistados pela jornalista Eliane Trindade, editora do Prêmio Empreendedor Social, da Folha de São Paulo, na tradicional sessão “Em Conversa Com” do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, que traz inspirações para a filantropia familiar.

Registro gráfico da artista Mila Santoro, Regência Criativa

Escritora e roteirista, Beatriz contou aos participantes do Fórum como sua profissão ajudou a entender melhor o papel da filantropia. “Ser escritora me permite estar no lugar do outro, crio personagens horríveis e personagens maravilhosos”, revela.

Ao mesmo tempo, Beatriz se preocupa com os diversos termos e jargões que se atrelaram à filantropia nesses últimos tempos. “Parece que virou uma área só de especialistas. Não pode se tornar algo distante do dia a dia”, reforça a filantropa.

O outro convidado da sessão “Em Conversa Com”, Antonio Carlos Pipponzi, presidente do conselho administrativo da RaiaDrogasil e também presidente o conselho do Instituto ACP, disse acreditar que o setor empresarial percebeu, na prática, a importância da doação. “As empresas terão que seguir mobilizadas no pós-pandemia, em nível menor, claro, mas a sociedade vai cobrar, os funcionários também”, reforça.

A televisão, afirma, foi muito feliz ao divulgar diariamente as ações de solidariedade. “Uma coisa é doar e outra é ir a fundo para entender a raiz do problema e promover uma doação transformadora. Fizemos doações para 50 hospitais e sentimos como é difícil sair da intenção e chegar na prática”, revela Pipponzi.

Veja aqui a conversa na íntegra:

Com o tema “Novos Horizontes – Reflexões para uma filantropia pós-pandemia”, o Fórum acontece, de forma virtual, nos dias 17 e 18 de setembro. Neste evento, buscamos estimular e inspirar os investidores sociais a continuar doando tempo, recursos e conhecimento para a construção de um mundo mais justo e melhor para todos.

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social com o Global Philanthropy Forum. São parceiros ouro desta edição Fundação José Luiz Egydio Setubal e Santander, e parceiros bronze BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, BNP Paribas Asset Management, Bradesco Private Bank, Instituto ACP, Mattos Filho Advogados e Movimento Bem Maior.

IDIS discute o futuro da filantropia com lideranças mundiais

Novo Horizontes é o tema do Fórum Brasileiros de Filantropos e Investidores Sociais 2020

Em meio a tantos eventos tristes, a pandemia do novo Coronavírus produziu um efeito colateral positivo ao abrir uma janela importante para o crescimento da filantropia e para o fortalecimento da percepção, pela sociedade, da importância de uma cultura de doação.

Passados quase 6 meses do início da crise, o volume de doações diminuiu, apesar das incertezas continuarem. Esse panorama é o pano de fundo do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2020, organizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

Com o tema “Novos Horizontes – Reflexões para uma filantropia pós-pandemia”, o Fórum acontece, de forma virtual, nos dias 17 e 18 de setembro. Tradicionalmente um evento exclusivo para convidados, nesta edição o Fórum terá duas sessões abertas ao público transmitidas pelo YouTube.

Com mais de 30 palestrantes, o Fórum irá abordar o momento único que estamos vivendo e tratar das oportunidades para uma filantropia renovada e perene. Neste ano, com a intenção de capturar os assuntos mais relevantes para nosso público, a agenda do Fórum foi cocriada com o apoio de especialistas, que enviaram perguntas que inspiraram o desenvolvimento da programação. Entre os assuntos, Fundos Patrimoniais, Blended Finance, Filantropia Comunitária e Avaliação de Impacto. Uma sessão discutirá também os desafios que temos para cumprir a Agenda 2030 e seus Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs). A plenária de abertura será feita pelo economista e escritor Eduardo Gianetti. O evento será acompanhado por um facilitador gráfico, que fará a colheita dos principais assuntos abordados em cada uma das sessões. O resultado será uma síntese visual da experiência, um quadro sintético com palavras-chave, metáforas e esquemas que serão disponibilizados ao final de cada dia.

Entre os palestrantes confirmados estão o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, a filantropa e fundadora do Instituto Galo da Manhã, Beatriz Bracher, o presidente do conselho de administração da Droga Raia/ Drogasil, Antônio Carlos Pipponzi, o representante do BID no Brasil, Morgan Doyle, a vice-presidente sênior do Itaú Unibanco, Claudia Politanski, o CEO da Gerando Falcões, Edu Lyra, a fundadora dos Amigos do Bem, Alcione Albanesi, e o diretor-executivo da Fundação Ford, Átila Roque.

Participam ainda um grupo de especialistas internacionais: o CEO do Global Philanthropy Forum, Philip Yun, o autor do livro Philanthrocapitalism, Matthew Bishop, e o diretor de Relações Externas e Engajamento Global da CAF – Charities Aid Foundation, Michael Mapstone.

“O ano de 2020, irremediavelmente, será um marco na vida de todos nós, nos quatro cantos do mundo. Impacto sociais, econômicos e políticos somam-se a uma onda nunca vista de solidariedade. Nesta edição, reunimos mais uma vez a comunidade filantrópica para olhar aos novos horizontes que se descortinam, com desafios, mas também com inúmeras oportunidades e caminhos a serem trilhados” , afirma a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani.


Sessões abertas: ao vivo no YouTube @idis_noticias

  • 17 de setembro, das 9h15 às 9h55

A pergunta de 1 milhão: como seremos nós e o mundo após a pandemia?

Eduardo Giannetti, economista e escritor

  • 18 de setembro, das 11h30 às 12h25

Novos horizontes da filantropia no mundo

Philip Yun | CEO do Global Philanthropy Forum
Matthew Bishop| Autor do livro Philanthrocapitalism
Michael Mapstone | Diretor de Engajamento Global da CAF
Moderadora: Paula Fabiani | diretora-presidente do IDIS

 

Conheça aqui a programação completa do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais: www.idis.org.br/forum

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais é realizado pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social com o Global Philanthropy Forum. Consolidou-se como um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.000 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Em 2020, realiza sua 9ª edição. São parceiros ouro Fundação José Luiz Egydio Setubal e Santander, e parceiros bronze BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, BNP Paribas Asset Management, Bradesco Private Bank, Instituto ACP, Mattos Filho Advogados e Movimento Bem Maior.

Contatos: 4Press Comunicação

Ana Moretto – 11 97300-8584
anamoretto@4pressnews.com.br

Leandro Andrade – 11 99606-9056
leandro@4pressnews.com.br

 

Movimento por uma Cultura de Doação lança manifesto e recomendações para agenda positiva

A epidemia de Covid-19 ainda está presente no Brasil, mas o ritmo das doações já está caindo acentuadamente. Será que é preciso uma catástrofe nacional para manter os níveis de doação no País?

O Movimento por uma Cultura de Doação acredita que não. E para mostrar que há outras formas, menos dramáticas e mais estratégicas, de sensibilizar os doadores, acaba de lançar um documento chamado “Por uma Brasil + Doador, Sempre”. Nele estão apontadas cinco diretrizes que precisam ser trabalhadas para fazer da doação um ato mais frequente e mais consciente dentro da nossa sociedade.

A definição das estratégias, assim como todas as recomendações contidas no documento são fruto de um trabalho coletivo que vem sendo desenvolvido, de forma planejada, há mais de um ano e, de forma espontânea, há sete anos, desde quando o Movimento surgiu. Andréa Wolffenbüttel, membro do Comitê Coordenador do Movimento e diretora de Comunicação do IDIS, comenta:

“Esperamos que este documento sirva de inspiração e orientação para todos aqueles que querem construir uma sociedade mais doadora e mais comprometida com a solução de seus próprios problemas’

As cinco grandes diretrizes são:

  1. Educar para a Cultura de Doação: se queremos cidadãos mais conscientes e doadores, precisamos começar a formá-los desde a infância e juventude; e podemos também educar adultos para o maior engajamento cívico e comunitário.
  2. Promover narrativas engajadoras: em um mundo saturado de informações, precisamos nos destacar com uma narrativa engajadora, atraente e positiva. Pedir doação sem tabus, contar histórias transformadoras e mostrar que doar faz bem a todos, inclusive ao doador.
  3. Criar um ambiente favorável à doação: doar precisar ser fácil, rápido – com ajuda da tecnologia – e sem entraves legais
  4. Fortalecer as organizações da sociedade civil: doadores querem doar para os beneficiários: populações vulneráveis, crianças, idosos, meio ambiente….Para fazer os recursos chegarem aos beneficiários, existe o trabalho das organizações da sociedade civil e elas precisam ser reconhecidas,  valorizadas e apoiadas para operarem cada vez melhor.
  5. Fortalecer o ecossistema promotor da cultura de doação: quanto mais gente trabalhando pela causa da  cultura de doação, melhor. Quanto mais organizações, mais diverso será esse ecossistema, mais estruturado, mais rico e chegará mais longe.

Cada uma das diretrizes se desdobra em várias recomendações de iniciativas que podem ser adotadas por qualquer um interessado no tema.

O mapa está desenhado e o primeiro passo já foi dado. Agora é necessário fazer com que este mapa alcance todas pessoas que podem ajudar a impulsionar a causa da cultura de doação pelo Brasil: escolas, empresas, universidades, associações de classe e de setor, governos, redes comunitárias, aconselhadores patrimoniais, investidores sociais, dentre outros.

 

O QUE É O MOVIMENTO POR UMA CULTURA DE DOAÇÃO

O Movimento por uma Cultura de Doação foi criado em 2012 como uma articulação ampla, formada por pessoas físicas e jurídicas que se organizaram voluntariamente, de maneira informal e orgânica, para semear e germinar ideias para promover a doação no Brasil. Somos uma rede aberta, horizontal, democrática, composta por instituições e cidadãos interessados no tema.

Iniciativas de sucesso, como o Dia de Doar e o Fundo BIS, que financia  soluções para a expansão da doação no Brasil, são exemplos de sementes que foram plantadas e regadas pelo Movimento.

 

MAIS INFORMAÇÕES

www.doar.org.br 

 

“Espero ver iniciativas que incentivem doações por todas as partes até 2025! Na escola, na empresa, no supermercado, na farmácia, na universidade, no banco, no contador, na prefeitura, na televisão, no Instragram … doar vai virar uma prática de todo brasileiro!”

Danielle Fiabane, membro do Comitê Coordenador do Movimento e consultora de filantropia familiar e empresarial
“A existência de diretrizes para a ampliação da cultura de doação no Brasil é o primeiro passo para a construção de uma agenda comum para todos que, de alguma forma, já estamos implicados e para quem quiser se juntar neste trabalho. E como os últimos meses têm demonstrado tão bem, foco comum unido a atuação colaborativa têm um enorme poder transformador e são elementos fundamentais para que possamos dar conta dos imensos desafios que temos que enfrentar como sociedade.”

Erika Sanchez Saez, membro do Comitê Coordenador do Movimento e consultora do GIFE

“O Brasil é um país de belezas humanas e naturais e cuidar delas é papel de todos, em cada um de nós. Doar é uma expressão deste cuidar “.

Joana Mortari, membro do Comitê Coordenador do Movimento e fundadora da Acorde

“O documento de Diretrizes vem em um momento oportuno, em que a sociedade demonstrou sua solidariedade com as doações expressivas para mitigar os efeitos negativos da pandemia. Esperamos que ele contribua inspirando ações que tornem estas doações recorrentes, contribuindo com o desenvolvimento do nosso país.”

Marcia Kalvon Woods, membro do Comitê Coordenador do Movimento e presidente do Conselho da ABCR

Amigos do Bem, Parceiros da Educação e Gerando Falcões contratam IDIS para avaliação de impacto SROI

O IDIS está conduzindo avaliações de impacto para três organizações reconhecidas em todo o país pela amplitude de seus projetos sociais – Amigos do Bem, Gerando Falcões e Parceiros da Educação. Apesar do momento de incerteza pelo qual passa o país, as três optaram por manter com o investimento, visto como estratégico para todas elas. Em todos os projetos, foi escolhida a metodologia Social Return on Investment (SROI) ou Retorno Social sobre Investimento – análise de custo-benefício reconhecida pelo Cabinet Office do Reino Unido. A diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani é única brasileira certificada pela Social Value (UK) na metodologia SROI.

Com os Amigos do Bem, estamos avaliando a completude de seus projetos sociais que beneficiam mais de 75 mil pessoas no sertão nordestino. O estudo incluirá não só a entrega de alimentos e assistência como também a entrega de casas, perfuração de poços, geração de emprego e renda, atendimento médico e odontológico, suporte psicossocial, bolsas de ensino universitários e os Centros de Transformação, onde a organização oferece a crianças e adolescentes uma educação integral de modo complementar ao ensino básico nas escolas públicas apoiadas das regiões em que atua. Alcione Albanesi, presidente e fundadora dos Amigos do Bem, comenta: “Há 27 anos transformamos vidas no sertão nordestino. Mudamos muitas histórias e geramos um impacto positivo na vida de milhares de pessoas. Com o IDIS, conseguiremos mensurar os resultados diretos do nosso trabalho nas regiões em que atuamos. O objetivo é replicar o nosso Modelo de Desenvolvimento Social Sustentável no nosso país. Acreditamos que a miséria tem solução.”

Para a Parceiros da Educação, avaliaremos o programa de parcerias com escolas públicas estaduais e municipais, incluindo os convênios com prefeituras no Estado de São Paulo. Além de beneficiar cerca de 70 mil estudantes da rede pública de ensino, o programa capacita professores e gestores em mais de 200 escolas no Estado. Segundo Jair Ribeiro, fundador da organização,“A Parceiros da Educação sempre procurou medir o impacto das suas intervenções, e nossa parceria com o IDIS tem como objetivo justamente ampliarmos o escopo dessas análises incorporando o que há de mais atual em termos de avaliação.”

Por fim, junto a Gerando Falcões, uma das organizações sociais com maior crescimento no país, a avaliação SROI contemplará seus projetos próprios nas cidades de Poá e Ferraz de Vasconcellos, tendo entre seus beneficiários crianças, adolescentes, jovens e adultos, incluindo egressos do sistema penitenciário atendidos pelo Projeto Recomeçar. Apoiaremos também a avaliação do programa de expansão da Gerando Falcões, que já conta com organizações aceleradas em 4 estados –  São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Alagoas. Edu Lyra, fundador e CEO da Gerando Falcões, arremata: “O IDIS é certamente uma das melhores organizações no mundo pra medir  impacto e mostrar pra sociedade o quanto estamos transformado.”

Se interessa pelo tema? Saiba mais aqui;

Avaliação de Impacto Social – metodologias e reflexões
Tendências e Desafios da Avaliação de Impacto no Brasil

IDIS compartilha conhecimento sobre Fundos Patrimoniais

Desde a regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil, em janeiro de 2019, o tema vem ganhando  relevância. Ainda que até o momento sejam poucas as experiências que, efetivamente, operam nos padrões determinados pela Lei 13.800/19, o interesse é definitivamente crescente.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) é um dos órgãos que vem fomentando o avanço do tema. Ainda no ano passado, lançou o selo ‘Endowments em Ciências, Tecnologia e Inovação’ e se comprometeu a apoiar associações ou fundações de apoio que queiram criar Fundos Patrimoniais com esse foco, por meio de articulações institucionais para a redução de burocracias, do estímulo à capacitação de agentes e pela busca ativa de doadores. De acordo com o Ministro Marcos Pontes, desde o início de sua gestão, ele considera este um importante mecanismo para superar as dificuldades orçamentárias impostas, dado que permite ativar fontes alternativas e complementares de recursos. No lançamento do 1º Webinário MCTI de Fundos Patrimoniais (ENDOWMENTS), em 19 de agosto de 2020, destacou que esta é a nova maneira de pensar o financiamento da Ciência, da Tecnologia e da Inovação e se inspira no exemplo de outros países.  Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, participou do evento falando sobre os desafios que permeiam a aplicação da Lei nº 13.800/2019 (assista aqui ao conteúdo do primeiro dia). O Webinártio tem um total de 4 encontros programados, sendo os próximos nos dias 2 e 9 de setembro. Inscrições e mais informações no site do Ministério.

Dada a importância para a sustentabilidade das organizações da sociedade civil, um curso sobre o tema foi especialmente desenvolvido para a Escola Aberta do Terceiro Setor. Neste módulo, Paula aborda não só conceitos, mas também traz orientações práticas para que pequenas e médias organizações criem seus Fundos e tenham acesso a estes recursos. Inscreva-se aqui.

Se interessa? Conheça outros conteúdos relacionados ao tema:

Fundos patrimoniais: desafios e benefícios da Lei 13.800/19

Fundos Patrimoniais Filantrópicos – Sustentabilidade para causas e organizações

Fundo Emergencial para a Saude bate meta de 40 milhões e beneficia 41 organizações

O Fundo Emergencial para a Saude – Coronavírus Brasil foi criado pelo IDIS, BSocial e Movimento Bem Maior em meados de março e, em cinco meses, atingiu a meta proposta de captar 40 milhões de reais para ajudar no combate ao COVID-19. A ação, que começou beneficiando hospitais filantrópicos de São Paulo, ganhou força,  se estendeu para outros 14 estados e distribuiu recursos a um total de 41 organizações, sendo 39 hospitais, 1 centro de pesquisa (Fiocruz) e uma organização social (Comunitas).

“O sucesso do fundo, levando recursos para ajudar milhares de pessoas mostra a força da filantropia e a generosidade do brasileiro, que certamente está aprendendo que transformar é possível”, diz Maria Eugênia Duva, cofundadora da BSocial.

A forma como a pandemia se espalhou mostrou a importância de levar os recursos para estados em situação mais vulnerável, como Pernambuco, Amazonas, Acre, Rio de Janeiro, Ceará, Minas Gerais entre outros. Em Manaus, onde a mortalidade foi elevada, quase 1 milhão de reais foram encaminhados para a Associação Brasileira de Enfermagem (AM). Treze Santas Casas de várias partes do país também receberam recursos para enfrentar batalha contra o novo coronavírus.

“Este foi um movimento que engajou além de empresas e grandes filantropos, a sociedade como um todo. É uma união inédita em torno da saúde pública”, explica a presidente do IDIS, Paula Fabiani.

O Fundo reuniu um total de mais de 10 mil doadores, entre empresas de todos os tamanhos e área de atuação, pessoas físicas, organizações e plataformas e famílias voltadas à filantropia.

Até 20 de agosto, as doações do Fundo haviam se transformado em mais de 1 milhão de EPIs (equipamentos de proteção individual), cerca de 10 mil medicamentos e em 630 equipamentos hospitalares.

Carola Matarazzo, diretora-executiva do Movimento Bem Maior, conta que “como fomos um dos primeiros auxílios a chegar, os gestores dos hospitais nos diziam que o Fundo não estava trazendo só recursos financeiros, mas também uma nova esperança porque eles percebiam que contavam com o apoio da sociedade”.

Agradecimento 

O Hospital São Paulo, um dos beneficiários do Fundo Emergencial, e que recebeu uma doação de R$ 1,9 milhão, realizou em julho uma homenagem especial aos instituidores do Fundo. Em uma live com participação do Superintendente do Hospital, José Roberto Ferraro, e da Reitora da Unifesp, Soraya Smaili. Contaram que esta doação foi a primeira a chegar, quando eles estavam desesperados, sabendo que a situação ia ser muito crítica e os equipamentos do hospital não estavam em condições de atender à demanda. Disseram que este gesto não significou somente um repasse de dinheiro. Ele deu confiança para eles, mostrando que não estavam sozinhos. Veja aqui o vídeo que elaboraram com a prestação de contas.

 

Para acompanhar as novidades, siga o Instagram da campanha e doe no www.abraceasaude.com.br

O Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil é uma iniciativa do IDIS, Movimento Bem Maior, BSocial e tem o apoio de diversas empresas e entidades da sociedade civil.

Assessorias de Imprensa:

IDIS – Ana Moretto (4 Press)/ anamoretto@4pressnews.com.br / (11) 97300-8584

Bem Maior -Sheila Brasil/comunicacao@centraldeinovacao.com.br/(11) 99333-0528

BSocial – Viviane Pereira / vpimprensa@gmail.com / (11) 97667-1933

NOTA TÉCNICA: 10 dicas para verificar a confiabilidade de uma OSC

O brasileiro é um povo solidário e, cada vez mais, reconhece a importância das organizações da sociedade civil (OSCs) para o enfrentamento de nossos desafios sociais.

Repetidas pesquisas, entretanto, demonstram que nossos níveis de doação poderiam ser maiores se superadas algumas barreiras, entre elas, a desconfiança que muitas pessoas nutrem em relação às OSCs.

Para ajudar a mudar este quadro, elaboramos essa lista de dicas, um passo a passo para a validação básica de organizações sociais.

IDIS busca Diretor de Projetos

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – é uma organização fundada em 1999 e tem como foco o fortalecimento do Investimento Social Privado no Brasil e o estímulo a ações transformadoras da realidade para a redução das desigualdades sociais no país.

O IDIS conta com um time de 16 pessoas dedicadas a desenvolver e implementar projetos de grande impacto que estimulem o desenvolvimento de um ecossistema de Investimento Social que atue de forma eficaz e estratégica. Oferecemos consultoria em investimento social para empresas, famílias, filantropos e organizações da sociedade civil. Além disso, desenvolvemos projetos de impacto, como campanhas e a promoção de advocacy, e investimos na geração de conhecimento, com a produção de pesquisas, artigos e publicações.

Para fortalecer ainda mais nossa atuação, buscamos  um Diretor de Projetos que apoie na gestão de nossas iniciativas.  Essa função envolverá prospecção de novos negócios, geração de ideias, implementação de processos, gestão e desenvolvimento do time de gerentes de projetos, produção de conteúdo, relacionamento com clientes, entre outras atividades. Será fundamental grande facilidade para transitar em ambientes diferentes, gerenciar conflitos, ter excelente comunicação, aplicar ferramentas de gestão de projetos (embora seja bem-vinda, a posição não exige nenhuma certificação), ter conduzido projetos de naturezas distintas e engajar o time. Essa pessoa trabalhará na sede do IDIS em São Paulo – SP.

Algumas das competências e habilidades que o Diretor de Projetos deve ter são:

  • Comunicação;
  • Dinamismo;
  • Gestão de times diversos;
  • Iniciativa;
  • Solução de problemas;
  • Liderança.

O IDIS é o representante da Charities Aid Foundation – CAF na América Latina, e por isso o inglês fluente é mandatório.

A EXEC, consultoria de RH para posições C Level, é nosso parceiro no recrutamento desse Diretor de Projetos. O processo está em fase de finalização e já foi encerrado o período para recepção de currículos. 

IDIS e Folha reúnem especialistas em seminário sobre Cultura de Doação

#ComoPossoAjudar? foi uma das expressões mais buscada no Google, no Brasil, depois de decretada a pandemia. Os brasileiros se mobilizaram e estão mostrando que podem fazer a diferença. Entramos no mês de julho com R$ 5,7 bilhões doados por pessoas, famílias e empresas, segundo o Monitor de Doações Covid-19 promovido pela ABCR.

Para entender melhor este movimento, quais as motivações e os caminhos que se apresentam a partir de agora, realizamos no dia 8 de julho, em parceria com a Folha e com o apoio do Instituto ACP, Instituto Mol e Movimento Bem Maior, o seminário #ComoPossoAjudar: o movimento que faz a diferença na pandemia. Entre os convidados, especialistas e empreendedores sociais representando diferentes pontos de vista.

No evento, também lançamos os dados do Brasil Giving Report 2020 (acesse aqui o relatório completo), pesquisa realizada junto a 1.000 respondentes em agosto de 2019 que traz o retrato da doação no Brasil e dá indicativos de como chegamos até aqui. Entre os achados, o crescimento da visão positiva sobre as ONGs e de seu impacto positivo, pontos de vista que contribuíram para o grande volume de doações no período da pandemia. O aumento também do percentual de respondentes que doam porque acreditam que todos precisam ajudar a resolver problemas sociais e porque percebem que podem fazer a diferença, em especial nas camadas de mais alta renda também foi evidenciado. “O engajamento do brasileiro já vinha aumentando, em especial entre os jovens, e neste momento em que atingimos recordes de solidariedade, olhar para estes dados é um orientador importante para nossa ação”, comenta Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, que abriu o seminário.

A primeira mesa de debates teve como tema ‘Motivações para Doar’. Participaram Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta e da Preta Hub, Eugênio Mattar, CEO da Localiza e cofundador do Movimento Bem Maior, Márcia Woods, presidente do Conselho da ABCR e Nathalia Arcuri, CEO da Me Poupe!.

Márcia Woods abriu a conversa, traçando um panorama das doações, que atingiu patamar recorde, e destacando a participação expressivasde empresas durante a pandemia. Reforçou também a agilidade das organizações da sociedade civil em montar campanhas e demonstrar os benefícios de suas ações. Por fim, mostrou-se otimista em relação ao processo de engajamento recorrente que crê vamos atingir um novo patamar de doações no país.

Nathalia Arcuri, complementou destacando a importância da transparência e da prestação de contas como fatores que motivam e reforçam a Cultura de Doação e lembrou que o voluntariado é tão relevante quanto a doação de dinheiro e não pode ser esquecido.

Adriana Barbosa trouxe o olhar de quem está atuando na ponta e citou a experiência do Fundo de Emergências Econômicas para apoiar empreendedores. Destacou também como plataformas de financiamento coletivo e campanhas descentralizaram e facilitaram a doação. Promotora da causa do empreendedorismo negro, também trouxe essa questão à mesa, destacando seus desafios específicos e afirmou “É preciso fazer um recorte de raça e gênero no contexto da filantropia na pandemia”.

Fechando o painel, Eugênio Mattar trouxe em seu discurso sua motivação enquanto empresário, destacando que a cidadania é um valor para a Localiza e que seus investimentos aumentaram durante a pandemia, respondendo à urgência. Apresentou também o Movimento Bem Maior e seu objetivo de fortalecer a cultura de doação e duplicar o investimento de empresas e pessoas em filantropia estratégica. E afirmou: “Ser generoso é o maior privilégio que um homem pode ter”.

O segundo painel, ‘Caminhos e Escolhas’ reuniu Luiza Helena Trajano, presidente do conselho do Magalu, Paula Fabiani e Rodrigo Pipponzi, diretor-executivo da Editora Mol.

Luiza Helena analisou o caminho traçado pela Cultura de Doação e como ela veio para ficar. Destacou o espírito de comunidade, o espírito de solidariedade e a cobrança crescente da população em relação à responsabilidade empresarial. Falou também sobre o comitê de mulheres de bairro de periferia, um exemplo de gestão, aplicação do dinheiro e resultados conquistados. Comentou que o apoio a pequenas e médias empresas foi o foco do Magalu neste período, além da adesão à campanha ‘Não Demite’, caminho que ressaltou como importante a todas corporações.

Rodrigo, que apostou nas microdoações como modelo de negócio da Editora Mol, mostrou como conseguiu simplificar o ato da doação e assim contribuir para o fortalecimento da cultura de doação no Brasil. Ele oferece hoje modelos criativos para estimular doações em empresas, em especial varejistas, que têm cada vez mais interesse neles. “Podemos fazer a mesma coisa de outras maneiras.” Também comentou sua iniciava no Instituto ACP, que lançou a campanha ‘Família apoia Família’ e atribuiu o grande resultado à consolidação do sentimento de solidariedade e responsabilidade que está aflorando.

Paula Fabiani, além de trazer mais dados da pesquisa Brasil Giving Report, comentou a questão do legado da pandemia e que os brasileiros começam a perceber nas doações um ato de cidadania e o papel das organizações da sociedade civil como um veículo para chegar às pessoas mais vulneráveis. Destacou também a emergência de novos mecanismos de doação e como eles têm conseguido engajar pessoas de diversos perfis.

Assista aqui o seminário #ComoPossoAjudar: o movimento que faz a diferença na pandemia.

 

Percepção do impacto positivo das ONGs já estava aumentando antes da pandemia

O IDIS, Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, lança a edição 2020 do relatório ‘Brasil Giving Report: Um Retrato da Doação no Brasil’. É o terceiro ano consecutivo que a pesquisa é realizada, sempre com a mesma metodologia, mostrando como os brasileiros praticaram doação, voluntariado e engajamento cívico no ano anterior.

Visão e opinião evoluíram

Oito em cada dez brasileiros afirmaram que as organizações sociais tiveram um impacto positivo no país como um todo (82% em 2019 contra 73% em 2018) e em suas comunidades locais (80% contra 73% em 2018).  Os mais jovens são os mais propensos a ter essa opinião positiva. Quase nove em cada dez pessoas (87%) com idades entre 25 e 34 anos reconhecem um impacto positivo na comunidade local.

“Talvez essa percepção positiva do trabalho desenvolvido pelas OSCs tenha levado a condições mais favoráveis para o desenvolvimento da confiança, e essa confiança permitiu à população responder rapidamente diante da pandemia que vivemos”, explica a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani, reforçando que a pesquisa foi realizada em agosto de 2019, antes da crise do coronavírus.

Constatou-se que os brasileiros têm uma visão positiva das ONGs em geral, com três quartos (74%) concordando que “a maioria das organizações sociais trabalha arduamente para alcançar resultados positivos para aqueles que pretendem ajudar”. Esta questão foi abordada pela primeira vez, na edição 2020.

Uma outra novidade do relatório lançado é a opinião dos brasileiros sobre a relação das empresas com as ONGs. Oitenta e seis porcento dos respondentes disseram que as empresas devem apoiar as comunidades em que atuam, 81% são favoráveis a parcerias entre empresas e ONGs e 71% se declarou mais propenso a comprar um produto de uma empresa que ajuda a comunidade local investe na solução de questões sociais..

Comportamento permaneceu estável

Duzentos reais é o valor típico doado pelos brasileiros que fizeram doações nos últimos 12 meses, mesmo patamar registrado em 2018, mas inferior a 2017, quando o valor foi de R$250. Além disso, a proporção dos que doaram permaneceu estável, quando praticamente sete em cada dez brasileiros afirmaram ter feito doação em dinheiro nos últimos 12 meses (67% em 2019 contra 70% em 2018). Como nas pesquisas anteriores, os jovens com idade entre 25 e 34 anos são sempre os que se mostram mais propensos a doar.

O apoio às organizações religiosas e igrejas continua sendo a causa mais popular entre metade dos doadores brasileiros (49%), resultado semelhante ao de 2018 (52%) e 2017 (49%). As outras principais causas para doações são o apoio a crianças ou jovens (39%) e o combate à pobreza (30%). De acordo com o relatório, a proporção de brasileiros que faz trabalho voluntário não muda desde 2017 e atinge metade dos entrevistados (53% em 2019 e 2018 contra 52% em 2017).

As três principais razões para doar também seguem inalteradas desde que o estudo começou a ser feito. “Porque me sinto bem” é a resposta de metade dos entrevistados (52% em 2019 contra 50% em 2018). “Preocupar-se com a causa” (44% agora contra 42% em 2018) e “querer ajudar as pessoas menos favorecidas” (43% contra 40% em 2018) são as outras razões apontadas.

O estudo ‘Brasil Giving Report: Um Retrato da Doação no Brasil’ apresenta dados referentes ao ano de 2019 e foi produzido pela Aliança Global da Charities Aid Foundation. A CAF, representada pelo IDIS no Brasil, é uma rede mundial de organizações que trabalham na vanguarda da filantropia e da sociedade civil.

O estudo na íntegra pode ser baixado aqui.

#ComoPossoAjudar

O resultado da nova edição do Brasil Giving Report foi lançado em 8 de julho, no seminário online #ComoPossoAjudar: O Movimento que Faz a Diferença na Pandemia”, promovido pelo IDIS em parceria com a Folha de S.Paulo. O evento contou com dois painéis, nos quais os convidados puderam discutir a cultura de doação no país.

Mesa 1: Motivações para doar
> Adriana Barbosa, CEO da Preta Hub
> Eugênio Mattar, CEO da Localiza
> Marcia Kalvon Woods, pres. Conselho ABCR
> Nathalia Arcuri, CEO da Me Poupe!

Mesa 2: Caminhos e Escolhas
> Paula Jancso Fabiani, diretora-presidente IDIS
> Luiza Helena Trajano, Magazine Luiza
> Rodrigo Pipponzi, diretor-executivo da Editora MOL

Moderação: Eliane Trindade, Folha

Leio aqui a reportagem sobre o seminário.

Confira aqui o debate:

Metodologia

Este relatório se baseia em dados coletados pelo YouGov a pedido da CAF. No Brasil foram feitas 1.000 entrevistas online entre 13 e 27 de agosto de 2019. Devido ao grau de penetração da internet no Brasil (70%), a amostra é representativa da população urbana e é ajustada aos dados demográficos conhecidos da população, incluindo idade e gênero.

As diferenças são apontadas com grau de confiança de 95% (o nível de confiança de que os resultados são um verdadeiro reflexo de toda a população). A margem de erro máxima (a quantidade de erro de amostragem aleatória) é calculada em ±3%.

Assessoria de Imprensa IDIS

4Press – (11) 5096-0439

Ana Lucia Moretto – anamoretto@4pressnews.com.br

Leandro Andrade – leandro@4pressnews.com.br

Solidariedade na pandemia é tema de Seminário Folha

#ComoPossoAjudar? foi uma das expressões mais buscada no Google no Brasil depois de decretada a pandemia. Os brasileiros se mobilizaram e estão mostrando que podem fazer a diferença. Entramos no mês de julho com R$ 5,7 bilhões doados por pessoas, famílias e empresas, segundo o Monitor de Doações Covid-19 promovido pela ABCR.

Para entender melhor este movimento, quais as motivações e os caminhos que se apresentam a partir de agora, convidamos todos a acompanhar o próximo Seminário Folha, organizado pelo IDIS em parceria com o Instituto ACP, Instituto Mol e Movimento Bem Maior!

No evento, será também lançado o Brasil Giving Report 2020, pesquisa realizada junto a 1.000 respondentes em agosto de 2019 que traz o retrato da doação no Brasil e dá indicativos de como chegamos até aqui.

O evento é gratuito e será transmitido em www.folha.com.br. Nos vemos no dia 8 de julho, às 15h30.

Confira a programação completa:

Diagnóstico de Resiliência: 6 indicadores para auxiliar gestores de OSCs durante e após a pandemia

Por Felipe Insunza Groba, Gerente de Projetos do IDIS

Nesse momento de pandemia e crise econômica, muitas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) têm sofrido com a interrupção de suas atividades, falta de recursos e necessidades ainda maiores por parte de seus beneficiários.

Ao mesmo tempo, o crescente desemprego e demandas da saúde pública alavancaram as doações por empresas e famílias ao nível mais alto da história do Brasil, alcançando R$ 5,5 bilhões  somente para campanhas voltadas ao combate das consequências diretas e indiretas do Covid-19, com mais de 371 mil doadores de acordo com os dados do  Monitor das Doações da ABCR até o começo de junho.

Apesar da urgência, editais emergenciais como os lançados pelo Itaú Social (“Comunidade, presente!”) e pela Vale (“Desafio Covid-19”) adotam critérios de elegibilidade para as aplicações que vão da apresentação de documentos fiscais e legais a boas práticas de governança e finanças saneadas.

Com o objetivo de auxiliar as OSCs no diagnóstico de sua resiliência perante essa crise, e também na captação de recursos durante e após a pandemia, preparamos um checklist de documentos e indicadores para orientar os gestores das organizações. A seguir, falamos de cada uma dessas orientações.

Documentos Legais e Certidões de Débito

O processo de validação das organizações por financiadores (empresas, famílias e governos) trata de checar a conformidade das entidades com suas obrigações financeiras e regulatórias, sendo usualmente feito antes da formalização de doações, de modo a evitar riscos reputacionais ou o descumprimento do desejo do doador, com o uso dos recursos para saldar dívidas e passivos pré-existentes. Para gestores e captadores, é importante ter os seguintes documentos regularizados: CNPJ, CND – Certidão Negativa de Crédito, CNDT – Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, Certificado de Regularidade do FGTS, CTI – Certidão Tributária Imobiliária, e outros de âmbito regional aplicáveis. Além da captação de recursos junto a doadores, esses documentos são fundamentais para a tomada de empréstimos de capital de giro ou para investimentos, imprescindíveis para a sobrevivência de muitas OSCs em momentos de crise como a pandemia atual.

Demonstrações Contábeis

Seja para a captação de recursos e prestação de contas, seja para a gestão, é importante manter atualizadas as Demonstrações de Resultado, o Balanço Patrimonial e as razões contábeis mensais da organização, de modo a acompanhar a evolução dos indicadores de receita, custos fixos, despesas variáveis e solvência (passivos tributários e trabalhistas devem estar claros e estimados). A existência de um profissional dedicado às finanças da organização e a contratação de escritório de contabilidade externo são importantes investimentos de gestão e transparência de uma organização. Os passos seguintes no processo de maturidade de uma organização (e cada vez mais exigidos por financiadores e órgão reguladores) são a realização de auditoria externa das demonstrações financeiras e a contabilização de gratuidades e de trabalhos voluntários.

Fundos de Reserva e Stress Tests

Quantos meses duraria sua organização sem receber novas doações? Essa pergunta hipotética foi colocada concretamente à prova para muitas organizações durante a atual crise. A existência de fundos de reserva (ou de contingência) e uma clareza sobre os custos fixos da organização são fundamentais em momentos de estresse. O gestor deve aproveitar tempos de sobra de caixa e fartura, para reservar recursos para períodos de escassez, podendo enfrentar – pelo menos – 3 meses sem receber recursos. No caso de organizações com dependência de recursos governamentais, recomenda-se folga ainda maior (acima de 12 meses), de modo a lidar com incertezas políticas e contingenciamento de recursos públicos. Além disso, é importante simular cenários com possibilidades de estresse (stress tests) para as variáveis sensíveis de sua organização, como a perda de processos trabalhistas, um aumento de despesa por conta da alta do dólar ou mesmo uma queda permanente na captação de recursos.

Monitoramento de Processos e Resultados

A maioria dos investidores sociais exige a apresentação de relatórios sobre os projetos financiados. Para isso, é importante que sua organização possua um cadastro dos beneficiários (respeitando a LGPD), registre as atividades realizadas e seus resultados, como número de participantes e índice de satisfação. Com o tempo, muitos investidores demandarão medidas mais efetivas de impacto, como estudos demonstrando as transformações geradas pelos projetos da sua organização na vida dos beneficiários (ex.: rendimento escolar, ganho de peso, diminuição de adição a drogas, índice de cura em hospitais, etc.).

Indicadores de Eficiência

Nos EUA, onde o terceiro setor representa mais de 5% do PIB, existem Charity Watches responsáveis por ranquear organizações segundo alguns indicadores de eficiência quanto a captação (ex.: razão entre receita e custo de captação) e despesas com projetos (ex.: razão entre despesas com projetos e despesas totais), auxiliando doadores na tomada de decisão dentro de um mesmo segmento. Você pode comparar os indicadores de sua organizações com os benchmarks/referências considerados pela Charity Navigator e pela Charity Watch.

Governança e Conselheiros independentes

Por último, mas não menos importante, está a governança. Muitas organizações nascem de iniciativas pessoais e do trabalho voluntário e dedicado de seus fundadores. No entanto, visando à perenidade e profissionalização da organização, surge a necessidade da contratação de executivos, da instituição de regras claras para o controle dos recursos e mecanismos de deliberação (regulamentos internos), e de instâncias consultivas, deliberativas e fiscalizadoras (conselhos), que zelem pelos valores e finanças da organização no curto e longo prazo. Nesse sentido, a eleição de Conselheiros Independentes – fora do círculo pessoal direto do fundador e/ou do principal executivo – com voz e voto em decisões estratégicas é fundamental como sinalização para investidores sociais. No zelo pela independência de interesses pessoais eventualmente escusos, sugere-se também que no Estatuto Social (ou em regimento interno) constem regras claras quanto a conflitos de interesses e limites ao exercício de funções estratégicas como a de Diretor Executivo e/ou de Presidente do Conselho Deliberativo.Este é um tema que o IDIS sempre discute e produziu vários materiais que estão no nosso site: www.idis.org.br.

Caso sua organização não cumpra algum dos critérios acima, pode ser o momento de uma guinada estruturante. Essa transformação deverá envolver os gestores e o Conselho da organização, podendo contar com o trabalho de consultorias, com a renegociação de termos e restrições com doadores e bancos credores ou até mesmo com a sondagem a organizações similares para eventual processo de fusão, quando for possível encontrar sinergias entre as atuações.

Se a sua organização passou no diagnóstico de resiliência, parabéns! Mas o trabalho não acaba por aí. É importante manter-se vigilante e dar os próximos passos para a maturidade da organização, seu contínuo processo de profissionalização e – quando for o caso – de expansão.

Mas esse será assunto para um próximo artigo.

IDIS oferece oficina a finalistas e vencedores do Prêmio Empreendedor Social

Iluminação para comunidades isoladas, empreendedorismo negro, inclusão de minorias no mercado de TI, o desenvolvimento do sertão nordestino. Essas são algumas das causas abraçadas pelo vencedores e finalistas da 15ª edição do Prêmio Empreendedor Social, promovido pela Folha de S.Paulo e pela Fundação Schwab.

Acreditando na relevância da iniciativa, que tem como objetivo selecionar, premiar e fomentar os líderes socioambientais mais empreendedores do Brasil, em 2016 o IDIS se tornou seu parceiro. Os vencedores são convidados a se apresentar no Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais e eles, assim como os finalistas, podem participar de uma capacitação em captação de recursos.

No dia 10 de junho, Felipe Insunza Groba, gerente de projetos no IDIS, recebeu em uma sala virtual 12 participantes, representantes das organizações Amigos do Bem, Carambola, Litro de Luz, Pluvi.On e Preta Hub.

“Foi uma honra estar com pessoas comprometidas com causas tão diversas e importantes e compartilhar nosso conhecimento. Captar recursos começa com uma mudança de paradigma: não pedimos dinheiro somente, nós oferecemos às pessoas uma oportunidade de gerar impacto na sociedade! A captação de recursos tem uma parte de arte e outra de ciência, então quando nos aprimoramos em storytelling e em técnicas com comprovação empírica, tudo fica mais fácil”, comenta Felipe, que antes de trabalhar no IDIS atuou como captador de recursos na Fundação Estudar e somou seu expertise aos conteúdos proprietários do IDIS.

Conheça os vencedores e finalistas do 15º Prêmio Empreendedor Social:

Vencedor: Guilherme Brammer Jr. > Boomera

Escolha do Leitor: Alcione Albanesi > Amigos do Bem

Finalista: Thomaz Srougi > Dr. Consulta

2019 – Prêmio Empreendedor Social de Futuro:

Gustavo Glasser > Carambola

Diogo Tolezano > Pluvi.on

2019 – Troféu Grão

Adriana Barbosa > Preta Hub

Laís Higashi > Litro de Luz

IDIS lança o Relatório de Atividades 2019

A sansão da Lei dos Fundos Patrimoniais depois de mais de 8 anos de batalha, a criação de um novo programa de Filantropia Comunitária, um público recorde na oitava edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, mais de uma dezena de projetos de consultoria em áreas como planejamento estratégico, estruturação de fundos patrimoniais e avaliação de impacto, a conquista do prêmio Melhores ONGs. Tudo isso, e muito mais, no ano em que celebramos nossos 20 anos de existência.

2019 foi bastante especial para o IDIS e em nosso relatório de atividades compartilhamos as histórias que escrevemos. Muito mais que uma prestação de contas ou um registro do que foi feito, este documento é também uma forma de revisitar e comemorar os acontecimentos e conquistas de um ano. Todos os dias trabalhamos para inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado de indivíduos, famílias, empresas e comunidades, mas nem sempre nos damos conta dos impactos que produzimos.

Com muito orgulho, compartilhamos mais um relatório de atividades. Esperamos que a leitura seja prazerosa!

Acesse aqui o Relatório de Atividades 2019 do IDIS.

Convidados IDIS tem desconto exclusivo no Festival ABCR 2020

O Festival ABCR (FABCR) chega à 12ª edição com conteúdo 100% online. O tema deste ano, ‘Ousar para Avançar’, incluirá assuntos relevantes para o setor e terá uma série de sessões bastante conectadas ao momento atual, como o tamanho da generosidade dos brasileiros e o recorde histórico das doações no país, exemplos de ações motivadas pela pandemia da Covid-19, lives solidárias, combate à lavagem de dinheiro, entre outras.

O evento será realizado nos dias 29 e 30 de junho e os convidados do IDIS tem direito a um desconto de 10% com o código fabcr20_inst_idis10. Para usá-lo, basta incluir no momento em que realizar a inscrição no site.

Pela primeira vez, o Festival será realizado no formato digital, com o uso de um aplicativo focado na interação dos participantes e dedicado às ações antes, durante e pós-evento, permitindo ampliação do alcance do encontro. No total, serão mais de 120 horas de conteúdo. A edição 2020 contempla 7 plenárias, 90 sessões paralelas, 3 masterclasses, 15 sessões de Pré-Festival, mais de 100 palestrantes nacionais e internacionais, além de 10 Eixos Temáticos, Eixo Escola Aberta do Terceiro Setor, Sessões exclusivas Parceiros ABCR, 10 “coronacases” de captação, entre outros destaques.

O FABCR tem o objetivo de debater e trocar conhecimento sobre como mobilizar mais recursos para as organizações da sociedade civil e as causas e o IDIS é um dos parceiros da iniciativa. “Um de nossos focos de atuação é a produção de conhecimento e a contribuição para o avanço de nosso setor. O Festival tem se firmado como um evento que contribui para a sustentabilidade de nosso campo e ficamos muito felizes em participar como parceiros.” comenta Andrea Wolffenbuttel, Diretora da Comunicação do IDIS. O Instituto participará de 2 sessões no evento. Em uma, ‘Fundo Emergencial para a Saúde: desafios e sucessos’, compartilhará os aprendizados durante a pandemia. A outra, conduzida por Jeremy Dron, terá como foco a ‘Lei Geral de Proteção de Dados: a implementação em organizações da sociedade civil’.

Conheça a agenda completa: www.www.festivalabcr.org.br

Inscrição para convidados IDIS: https://www.sympla.com.br/festival-abcr-2020—online__697608?d=fabcr20_inst_idis10 

 

Sobre o Festival ABCR

Com expectativa de reunir 800 participantes, o Festival ABCR 2020, maior conferência de captação de recursos da América Latina e uma das principais no mundo, será realizado nos dias 28, 29 e 30 de junho, em São Paulo. Iniciativa da ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos, o evento conta com organização da Sator e tem o objetivo de debater e trocar conhecimento sobre como mobilizar mais recursos para as organizações da sociedade civil e as causas. o objetivo de debater e trocar conhecimento sobre como mobilizar mais recursos para as organizações da sociedade civil e as causas.

 

Oportunidade para trainee de projetos

(SELEÇÃO ENCERRADA)

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social busca um trainee para atuar na área de projetos, com foco em avaliação de impacto. Buscamos alguém comprometido e curioso, que tenha o desejo de trabalhar no setor de investimento social.

Fundado em 1999, somos uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil e na América Latina. Com a missão de apoiar o investimento social privado para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e sustentável, facilitamos o engajamento de pessoas, famílias, empresas e comunidades em ações sociais estratégicas transformadoras da realidade, contribuindo para a redução das desigualdades sociais no país.

Saiba mais sobre a oportunidade:

Principais atribuições e responsabilidades

  • Apoiar a execução de avaliações, conforme o seu planejamento, acompanhando a aplicação dos métodos e instrumentos de avaliação instituídos;
  • Organizar, ler e analisar documentos e outras fontes de informações secundárias;
  • Apoiar a coleta e análise de dados qualitativos (entrevistas e grupos focais) e quantitativos;
  • Elaborar apresentações e relatórios;
  • Assegurar o cumprimento de cronogramas e prazos dos projetos;
  • Participar de reuniões periódicas da equipe de projetos e do time IDIS;
  • Manter os dados de projetos atualizados e organizados no sistema de armazenamento de informações;
  • Apoiar a elaboração de propostas comerciais;
  • Apoiar a Gerência de Comunicação em temas e matérias relacionadas a projetos de avaliação para o desenvolvimento de conteúdo de comunicação.
  • Participar de eventos e reuniões internas e externas.

Requisitos do Cargo

  • Instrução:

Graduação completa ou com conclusão prevista para 2020, em ciências sociais aplicadas ou áreas correlatas.

  • Conhecimentos específicos:
    • Inglês intermediário;
    • Domínio do pacote Office (Word, PowerPoint, Excel);
    • Experiência em uma ou mais das seguintes áreas será diferencial: Terceiro Setor; Gestão de Projetos; Monitoramento e Avaliação.

Competências desejadas:

  • Iniciativa e proatividade;
  • Interesse em avaliação e monitoramento de políticas, programas e projetos sociais;
  • Facilidade para trabalhar em equipe;
  • Organização;
  • Pensamento Sistêmico;
  • Bom relacionamento interpessoal;
  • Disponibilidade para viagens futuras.

Local de trabalho:

  • Inicialmente: remoto
  • Após quarentena: São Paulo/SP – Próximo à estação Pinheiros.

IDIS participa de Minidoc da BandNews sobre Filantropia

Motivada pelo volume histórico de doações no Brasil no período da pandemia, a BandNews produziu um documentário sobre Filantropia. Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, foi a especialista consultada para abordar o tema.

O conteúdo traz o conceito de Filantropia e suas raízes, além de mostrar como o tema evoluiu e começa a ocupar novos espaços na sociedade e no mundo empresarial. Paula, compartilha os achados da Pesquisa Doação Brasil, que traça o perfil do doador brasileiro, e destaca as barreiras que temos aqui para fortalecer a cultura de doação, incluindo questões legais.

As doações feitas no âmbito da pandemia, o envolvimento de pessoas, empresas e famílias de alto poder aquisitivo também foram comentadas. Paula ressaltou que as organizações estão trazendo provas contundentes de seu valor e as ações contribuem para fortalecer a confiança no setor.

A hora e a vez da Sociedade Civil

 

Por

Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

Marcia Woods, presidente do Conselho da ABCR Assoc. Bras. dos Captadores de Recursos

 

Parar para escrever um artigo é um exercício difícil quando vivemos uma realidade tão dinâmica e desconhecida como a que atravessamos. Vemos o Brasil em seus extremos, no qual coisas muito boas acontecem ao lado de fatos terrivelmente tristes e preocupantes.

As lideranças governamentais se contradizem deixando a população desorientada. Os empresários, do grande ao micro, repentinamente se veem de pés e mãos atados, com suas máquinas paradas, seus estabelecimentos comerciais fechados e sua força de trabalho presa em casa, por um tempo mais longo do que jamais imaginaram em suas piores projeções. A desigualdade e a vulnerabilidade de certos grupos aumentam rapidamente.

Foi nesse contexto caótico que as organizações da sociedade civil (OSCs), comumente conhecidas por ONGs, assumiram a liderança e começaram a criar caminhos para evitar um desastre ainda pior.

Em poucos dias surgiram fundos para a saúde, iniciativas de apoio à população vulnerável, articulação de linhas de crédito. Diversas organizações se mobilizaram, aproveitando suas capacidades específicas, para garantir, rapidamente, melhores condições para o enfrentamento da crise para os mais necessitados.

Um exemplo é o Fundo Emergencial para a Saúde, fruto de parceria entre Idis, Movimento Bem Maior e Bsocial, que se aproxima dos R$ 40 milhões recebidos de mais de 10 mil doadores. Outro é o Movimento Família Apoia Família, que já alcança a marca dos R$ 10 milhões, e a iniciativa do Matchfunding Enfrente de apoio a iniciativas nas periferias, que a cada R$ 1 doado recebe R$ 2 de investimento do fundo.

A sociedade compreendeu, apoiou as ações das organizações sociais e ampliou sua doação. No início de forma mais tímida, mas na medida em que as doações eram divulgadas, novos doadores surgiam. Empresas aderiram como nunca antes, passaram a doar e a incentivar seus funcionários e clientes a participar. Artistas usaram seu prestígio para ampliar as doações.

Os números cresceram e alcançaram inacreditáveis R$ 5 bilhões, mais de 300 campanhas mobilizaram cerca de 320 mil doadores segundo o monitor de doações da ABCR. Isso nos posicionou na quarta colocação em doações no mundo, de acordo com levantamento realizado pelo Candid, organização americana que acompanha as doações nesta pandemia.

Vemos um país com uma cultura de doação destacada, no qual pessoas e empresas se sentem gratificadas ao doar. Um país onde cada um se sente membro da sociedade e se enxerga como responsável pela comunidade, pela cidade e pela nação.

Mostramos que existe uma sociedade civil vibrante, e que ela está pronta para reagir. No meio da insegurança e da dor, se apoiou na solidariedade. Mas isso não surgiu de uma hora para a outra, é fruto de muito trabalho, feito ao longo de muitos anos.

A primeira coisa a ser esclarecida é que, como já acompanhamos há alguns anos na divulgação  do World Giving Index (ou Índice de Solidariedade), em momentos de crise, guerras, desastres da natureza e epidemias, a sociedade se sensibiliza e as doações aumentam. Portanto, parte da mobilização se daria de qualquer forma.

Mas existe toda uma construção de confiabilidade e eficiência que as organizações da sociedade civil vêm edificando desde a redemocratização do país. As denúncias de corrupção que envolveram vários segmentos nos últimos anos, geraram uma nova postura e uma série de instrumentos que acabaram por beneficiar o campo filantrópico.

Os programas de compliance, que eram exclusivos de empresas, agora estão presentes no terceiro setor. Práticas de combate à lavagem de dinheiro também. Cada vez mais, as OSCs passam por validações antes de receber recursos dos doadores, e se acostumam a fazer prestações de contas. Tudo isso veio para ficar e dar mais segurança aos doadores.

Todos esses mecanismos foram fundamentais para que, chegando a pandemia e a crise gerada em diversos setores além da saúde, as ações filantrópicas fossem a resposta natural para a sociedade ajudar o país, para pessoas ajudarem pessoas através da doação.

Quando a emergência da Covid-19 passar, teremos pela frente o desafio de fazer com que essa cultura de doação, demonstrada com tanta força, mantenha sua vitalidade. E para isso, as organizações da sociedade civil que receberam a confiança de seus doadores deverão nutri-la  trabalhando de forma intensa, transparente e eficiente, apoiando os grupos mais vulneráveis do nosso país.

Mas só isso não basta, teremos que lutar para estabelecer um ambiente favorável à doação, aprimorando nossas leis, definindo incentivos fiscais mais amplos e construindo instrumentos que facilitem a vida do doador. Do grande e do pequeno.

O Brasil está no momento certo para fortalecer o caminho da doação e torná-la um hábito da maioria dos brasileiros. Nosso país precisará desse engajamento permanente da população para combater os efeitos pós-pandemia. Pensar que doar é um ato só de quem tem alto poder aquisitivo está errado. A sociedade civil somos todos nós, e todos nós podemos doar.


Artigo originalmente publicado na Folha de S.Paulo, em 27 de maio de 2020[irp]

LGPD: uma oportunidade para o Terceiro Setor

Em maio de 2018 entrou em vigor na União Europeia a GDPR – (General Data Protection Regulation) como uma mudança cultural fundamental na maneira de enxergar e usar dados pessoais nos dias atuais. Frente aos diversos casos de vazamento ocorridos nos últimos anos e com o crescimento incontrolável da produção de dados, a legislação precisava se adequar para garantir que a privacidade das informações pudesse ser garantida aos seus titulares. Essa Legislação chegou também ao Brasil, conhecida como LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados pessoais, prevista para entrar em vigor no mês de agosto de 2020, mas com possibilidade de ser postergada para maio de 2021, conforme Medida Provisória nº 959, de 29 de abril de 2020[1].

LGPD terceiro setor

A Serasa Experian realizou um mapeamento no primeiro trimestre de 2019 que mostra que 75% dos consumidores (Pessoas Físicas) têm conhecimento baixo sobre a existência da Lei enquanto 66% das empresas dizem ter entendimento médio e 64% avaliam que estarão adequadas até o início do ano de 2020[2].

O mundo corporativo está relativamente conscientizado sobre essa nova legislação, mas quando olhamos para o universo das Organizações da Sociedade Civil a situação ainda está muito nebulosa. Nessa perspectiva, Jeremy Dron, consultor-associado do IDIS, em parceria com o Atados e o Social Good Brasil, realizou uma pesquisa envolvendo 95 organizações sem fins lucrativos para realização de um mapeamento e de um diagnóstico inicial do Terceiro Setor quanto a essa mudança jurídica importante. Os resultados principais desta são apresentados nesse artigo, assim como alguns pontos principais da Lei no âmbito das Organizações Sociais para entender melhor quais poderiam ser as devidas adequações, mas também porque esse marco precisa ser entendido como uma oportunidade inédita. A coleta de informações foi efetuada entre novembro de 2019 e fevereiro de 2020, quando a Lei ainda estava prevista para entrar em vigor em agosto de 2020.

Dados pessoais

A LGPD está voltada diretamente ao uso de Dados Pessoais e pretende garantir que qualquer cidadã(o) brasileira(o) possa ter controle sobre como, onde e por quem seus dados estão sendo utilizados. Inclusive, esse controle que pode necessitar um prévio consentimento permitiria a qualquer um(a) de solicitar a cessão de uso de suas informações em todo momento.

Para determinar o universo de dados que isso representa, a Lei considera no seu Art. 5º o dado pessoal como “qualquer informação relacionada à pessoa natural identificada ou identificável”[3]. Em outras palavras, “se uma informação permite identificar, direta ou indiretamente, um indivíduo que esteja vivo, então ela é considerada um dado pessoal”[4]. Com isso, é possível entender que dados como nome, RG ou CPF, por exemplo carregam informações que permitem rastrear a origem de seu titular razoavelmente facilmente, mas a Lei vai além em considerar Dado Pessoal também o dado que, ao cruza-lo com outros insumos ou técnicas, possibilita caracterizar e consequentemente identificar seu titular.

Além disso, ela ainda define no Art. 7º da Seção I em quais situações exclusivas o tratamento e compartilhamento de dados pessoais poderão ser realizados, ou seja:

I – mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;

II – para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;

III – pela administração pública, para o tratamento e uso compartilhado de dados necessários à execução de políticas públicas previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos, convênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do Capítulo IV desta Lei;

IV – para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais;

V – quando necessário para a execução de contrato ou de procedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte o titular, a pedido do titular dos dados;

VI – para o exercício regular de direitos em processo judicial, administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem);

VII – para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;

VIII – para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária;

IX – quando necessário para atender aos interesses legítimos do controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais; ou

X – para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na legislação pertinente.

 

 

 

 

 

 

 

A pesquisa mostra que a noção de dado pessoal já parece estar amplamente difundida e entendida pelas Organizações da Sociedade Civil. Contudo, devemos ficar ainda mais atentos ao tratamento dos dados pessoais nessas organizações, já que 98% declara fazer uso. Essa informação é fundamental porque pode-se considerar que a imensa maioria das OSCs será impactada pela LGPD e, portanto, terá que se adequar a ela.

Nessa perspectiva, começamos a perceber o alcance que essa legislação possa ter ao se pensar no Terceiro Setor e em particular nos dados armazenados dos funcionários, voluntários e beneficiários das Organizações Sociais. Mas esse quadro tende a chamar mais a nossa atenção ao se tratar de Dados de Crianças e Adolescentes e Dados Pessoais ditos “sensíveis”.

Dados de Crianças e Adolescentes 

Sabemos que muitas propostas de atuação sociais estão voltadas a crianças e adolescentes e torna-se fundamental entender o que a LGPD diz a respeito já que ela também tem uma seção específica sobre esse assunto (Capítulo II – Seção III – Art. 14º) que está reproduzida aqui:

  • 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser realizado com o consentimento específico e em destaque dado por pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.
  • 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo, os controladores deverão manter pública a informação sobre os tipos de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimentos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei.
  • 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a coleta for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utilizados uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consentimento de que trata o § 1º deste artigo.
  • 4º Os controladores não deverão condicionar a participação dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos, aplicações de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações pessoais além das estritamente necessárias à atividade.
  • 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis para verificar que o consentimento a que se refere o § 1º deste artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tecnologias disponíveis.
  • 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e acessível, consideradas as características físico-motoras, perceptivas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de recursos audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a informação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada ao entendimento da criança.

Percebe-se o quanto o tratamento de dados de Crianças e Adolescentes tem que ser realizado com muito cuidado e a maior transparência, possibilitando seu acompanhamento e entendimento facilitado pelos responsáveis do público atendido. Isso, sem dúvida alguma deve gerar no mínimo a reestruturação de processos de coleta e armazenamento de dados nas Organizações da Sociedade Civil.

Dados Sensíveis

A LGPD não se limita somente aos Dados Pessoais citados acima, mas distingue a informação qualificada como “sensível” e que consequentemente está sujeita a maior privacidade no seu uso e, portanto, existe um risco relativo maior em caso de exposição fortuita.

Para entender o que é um Dado Sensível, precisamos voltar ao artigo 5º da Lei que o define como um “dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa natural”[5].

Quem atua na área social identifica que existe alguns dados citados aqui que são importantes para o entendimento de seu público-alvo e até que possam auxiliar em caracterizar por exemplo sua condição de vulnerabilidade. Isso se torna fundamental na elaboração da justificativa ao propor ou desenvolver um projeto, mas também no decorrer do monitoramento e avaliação das suas ações e do impacto potencialmente causado.

A pesquisa mostra que 60% das OSCs consultadas utilizam dados sensíveis. Portanto é um elemento que precisa ser olhado com cuidado pelos atores do Terceiro Setor para evitar qualquer risco que possa prejudicar sua atuação. Para isso, sugere-se a leitura da Seção II do Capítulo II (Art. 11º, 12º e 13º) da Lei que trata dos casos específicos quanto ao tratamento desse tipo de dados.

Dados anonimizados

A questão que traz a LGPD não é sobre qual a ferramenta mais adequada, mas sobre quais são os processos que precisam ser implantados para garantir a privacidade dos dados pessoais.         

No âmbito da Lei existe um ponto importante para destacar e que possa ser a maneira mais pertinente de se adequar e se proteger contras as consequências do descumprimento da mesma: tratar dado anonimizado, definido como “dado relativo a titular que não possa ser identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu tratamento”[6], isto significa que o dado “era relativo a uma pessoa, mas que passou por etapas que garantiram a desvinculação dele a essa pessoa”[7].

Neste caso, a LGPD não se aplicará a este dado e, consequentemente a organização poderá realizar suas análises de forma segura e respeitando a privacidade.

Privacidade e Ética dos Dados

É infelizmente comum termos, como pessoas físicas, a desagradável sensação que nossos dados e, talvez até nossa identidade possam escapar de nosso controle, gerando certo sentimento de impotência. O surgimento da LGPD vem suprir uma necessidade da sociedade moderna disruptiva onde dados estão sendo utilizados de maneira ainda desgovernada e com pouquíssima transparência, trazendo um auxílio ao titular do dado para que ele não se sinta mais desamparado.

Há de se esperar que o quadro fique mais estruturado e que o domínio de nossos dados volte para nossas mãos. Com ele será reforçado o respeito à privacidade e colocado no meio da discussão um tema muitas vezes desconsiderado porém primordial: o uso ético dos dados. Este precisa ser valorizado para que possamos tratar com humildade e propriedade a informação, sempre tendo em vista o respeito ao seu titular. Somente a alimentação deste diálogo poderá garantir que a legislação seja um ponto de mudança na consideração da pessoa humana num mundo cada vez mais digital e tecnológico e onde a Inteligência Artificial cresce de maneira exponencial.

Papeis importantes na LGPD

Um dos procedimentos novos trazidos pela entrada em vigor da LGPD é a determinação pelas instituições dos agentes de tratamento de dados: o controlador, o operador e o encarregado.

São esses atores que vão garantir a elaboração e o respeito das políticas internas de tratamento de dados pessoais para que a privacidade e o atendimento inequívoco aos direitos dos titulares sejam respeitados.

O encarregado, em particular, será o ponto focal do diálogo das instituições com a Sociedade Civil e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados – ANPD.

CONTROLADOR: Pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamento de dados pessoais

OPERADOR: Pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do controlador

ENCARREGADO: Pessoa indicada pelo controlador e operador para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD)

Conhecimento da LGPD pelas Organizações do Terceiro Setor

Os dados trazidos pela pesquisa podem parecer paradoxais, porque, enquanto 80% das OSCs responderam que desconhecem a Lei ou ainda não se aprofundaram nela, 91% concordam em dizer que seu impacto será no mínimo moderado, sendo que mais da metade aponta que será significativo.

A LGPD traz exigências que podem não ser tão rápidas de implantar. Portanto, já que a maioria está ciente que haverá impacto, é necessário iniciar, o quanto antes, os processos de adequação para garantir que as instituições estejam preparadas, quando a Lei entrar em vigor.

Além disso, podemos ver no gráfico abaixo que os desafios enfrentados pelas organizações são realmente diversos e soluções precisam ser criadas para que a adequação possa acontecer respeitando os fundamentos da Lei.

Uma oportunidade para o Terceiro Setor

Se a chegada dessa nova legislação pode gerar certa preocupação por parte das Organizações da Sociedade Civil, há de se enxergar esse momento como uma oportunidade para que estas possam usufruir de todo o aprendizado que essa transformação sugere e assim otimizar o uso da informação que possuem para melhorar de forma relevante o impacto social de suas ações. Isso passa por algumas etapas essenciais, dentro as quais:

  1. Entender o que é “dado” e mapeá-lo dentro da instituição;
  2. Organizar os dados com processos claros;
  3. Sensibilizar suas equipes sobre o uso adequado de dados;
  4. Implementar políticas institucionais sobre coleta, armazenamento, tratamento e compartilhamento dos dados que garantem sigilo, privacidade e ética;
  5. Garantir o consentimento e a transparência aos titulares dos dados em todas as etapas;
  6. Aplicar modelos de análise de dados e inteligência artificial que permitem pensar em novas estratégias de atuação;
  7. Publicar seus resultados baseados em evidências, mostrando seriedade e propriedade para a Sociedade Civil e potenciais apoiadores e financiadores.

Vale salientar que esse novo paradigma também poderá redefinir certas regras de parceria entre as instituições e assim influenciar viabilidade destas.

Conclusão

A LGPD traz elementos essenciais para a proteção das informações que caracterizam cada um de nós. E como a tecnologia avançará ainda muito nos próximos anos, essa legislação chega num momento onde é fundamental entender que entramos em uma era totalmente nova e revolucionária no que diz respeito ao tratamento da informação. De fato, é possível extrair mais conhecimento sobre uma pessoa pelo entendimento dos dados que a definem do que pelo seu próprio DNA.

A pesquisa realizada permitiu mostrar que O Terceiro Setor ainda precisa caminhar muito no âmbito da adequação à Lei. Com a situação pandêmica atravessada pelo mundo inteiro, as prioridades voltaram para assuntos mais emergenciais e até de sobrevivência institucional, deixando para outro plano a questão da privacidade dos dados. A Medida Provisória que pode prorrogar até maio de 2021 a entrada em vigor da LGPD deixaria um horizonte um pouco maior para as OSCs se organizarem, porém muitas delas podem sair enfraquecidas da crise atual e precisarão de soluções concretas e práticas para atender as exigências da Lei e conseguir realizar o tratamento adequado de dados. Além disso vale ressaltar que a própria MP pode ainda caducar, o que teria como consequência a volta ao início da vigência original de agosto de 2020. Contudo, algumas etapas ainda acontecerão  que, inclusive, podem postergar a aplicação das sanções para agosto de 2021.

 

Fontes

Pesquisa LGPD e Terceiro Setor: https://drive.google.com/file/d/1aiXz3LHmG9KB3cn9IspPVBbAdyk4mIoa/view

LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13709.htm

Pesquisa Serasa Experian: https://www.serasaexperian.com.br/blog/o-que-os-consumidores-e-as-empresas-sabem-sobre-lgpd-e-o-que-estao-fazendo-a-respeito

Serpro e LGPD: https://www.serpro.gov.br/lgpd/

1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Mpv/mpv959.htm

[2] https://www.serasaexperian.com.br/blog/o-que-os-consumidores-e-as-empresas-sabem-sobre-lgpd-e-o-que-estao-fazendo-a-respeito

[3] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13709.htm (Art 5º – I)

[4] https://www.serpro.gov.br/lgpd/menu/protecao-de-dados/dados-pessoais-lgpd

[5] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13709.htm (Art 5º – II)

[6] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13709.htm (Art 5º – III)

[7] https://www.serpro.gov.br/lgpd/menu/protecao-de-dados/dados-anonimizados-lgpd

Fundo Emergencial para a Saúde-Coronavírus Brasil completa dois meses, arrecada R$ 37 milhões e amplia relação de beneficiários pelo país

Doações passarão a beneficiar hospitais filantrópicos em regiões onde o sistema público dá indício de colapso, como Amazonas e Pará, além de chegar a municípios de pequeno e médio porte

A pandemia continua a crescer no Brasil, aumentando o número de infectados por todo o país, agravando a situação da saúde pública, que precisa cada vez mais de apoio. Mas, se por um lado, os números de infectados pelo coronavírus aumentam, também são crescentes as doações, demonstrando que a mobilização ganha mais força e efetividade.

Mantendo o objetivo de fortalecer o sistema de saúde público, o Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil passa a contemplar agora os hospitais e a Associação de Enfermagem em Manaus e Conselhos de Enfermagem no Pará (em Belém e em Marabá), além de manter o apoio a Fiocruz, Comunitas, Hospital São Paulo, Hospital Santa Marcelina, Santa Casa de São Paulo e Santa Casa de Araçatuba.

“Acredito que a Pandemia está unindo todos para conseguirmos salvar mais vidas. Grandes empresas, pequenos doadores, grupos de colaboradores, todos juntos seremos muito mais fortes para enfrentar a pandemia e fortalecer a saúde pública”, avalia Maria Eugênia Duva Gullo, cofundadora da plataforma BSocial.

Para se antecipar à expansão da COVID-19 nas regiões mais vulneráveis, a Droga Raia e a Drogasil, do grupo RD, doaram R$ 25 milhões ao Fundo Emergencial. Por meio do movimento ‘Todo Cuidado Conta’ criado pela empresa, serão beneficiados 50 hospitais filantrópicos de municípios pequenos e médios no interior do país com altos índices de vulnerabilidade social e risco de aumento de casos do coronavírus.

O projeto da RD visa também deixar um legado que possa contribuir com a saúde na região mesmo após a contenção da pandemia. Sendo assim, os recursos serão utilizados para a compra de equipamentos hospitalares como respiradores e desfibriladores, além de equipamentos de proteção individual, tais como máscaras, luvas e aventais.

‘Esse apoio vai ampliar o impacto do Fundo Emergencial, chegaremos a hospitais em municípios em que a crise se intensifica”, diz a presidente do IDIS, Paula Fabiani.

Fundo conta com mais de 10 mil doadores entre empresas e pessoas físicas

Além da Droga Raia e Drogasil, empresas como Tik Tok, Bain & Company, Banco Pactual, Banco ABC Brasil, Carla Amorim, Machado Meyer Advogados, Pátria Investimentos, Privalia, Softtek, entre outras, também fizeram contribuições.

Ações diferenciadas de algumas empresas também fazem as arrecadações ganharem reforços, como a iniciativa da SulAmérica, que incentivou seus colaboradores a se engajar e colaborar. O resultado de arrecadação de R$ 81 mil junto aos colaboradores, foi somado a R$ 1 milhão da seguradora.

Outros exemplos são os hotéis Grand Hyatt do Brasil, que lançou o ‘Voucher do Bem’, doando o lucro das vendas do produto; a campanha “Juntossomosmaisfortes”, promovida pela Velocity, e a doação de R$ 250 mil da Liberty Seguros para compra de máscaras para a Santa Casa de São Paulo.

As doações também chegam via ações promocionais e culturais além de eventos online, como o #AoVivoPelaVida a live da cantora Ivete Sangalo.

“Essa onda de solidariedade trouxe, definitivamente, o fortalecimento da cultura de colaboração no país. Pois, o desafio de enfrentar uma pandemia mundial fez o cenário nacional da filantropia emergir com uma velocidade sequer imaginada” declara Carola Matarazzo, presidente do Movimento Bem Maior.

Sobre o Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil

Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil foi um dos primeiros a serem constituídos, ainda em março, quando começaram a surgir os primeiros casos de Coronavírus no Brasil. Esta é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, Movimento Bem Maior e BSocial, uma forma rápida, fácil e confiável para as pessoas doarem para hospitais beneficentes e centros de ciência e tecnologia, e assim fortalecer o sistema público de saúde.

O Fundo tem gerenciamento financeiro da SITAWI, organização social de interesse público (OSCIP) pioneira no desenvolvimento de soluções financeiras para impacto social, e conta com o apoio de dezenas de organizações.

Tendências Globais da Filantropia

A filantropia em todo o mundo está mudando à medida que os doadores procuram se envolver mais, estar melhor informados e garantir que seu investimento espelhe seus valores pessoais. Uma equipe de especialistas internacionais se reuniu para identificar tendências e desafios da filantropia contemporânea. A próxima geração de filantropos refletirá um novo conjunto de valores e terá em relação às suas doações expectativas diferentes daquelas da geração de seus pais.

A Global Philanthropy Network é uma rede informal de profissionais, liderada pela Charities Aid Foundation (CAF), sediada no Reino Unido. Aproveitando a expertise de membros seniores de nossa rede do Brasil, América e Europa, nos propusemos a responder a uma série de perguntas sobre filantropia contemporânea, a fim de trazer clareza e orientar o nosso próprio trabalho, ao mesmo tempo em que auxiliamos consultores de todo o mundo em tendências que valem a pena ser observadas.

As perguntas incluíam quais são as maiores mudanças à frente, o que precisamos fazer para encorajar os ricos a doarem mais (e mais efetivamente), onde as lacunas de pesquisa ou conhecimento residem e, talvez o mais interessante, o que a inevitável transferência de riqueza para a próxima geração significará para aqueles de nós que orientam as pessoas em sua jornada de doação.

Nossas respostas pintam um quadro claro de mudanças consideráveis e incluem alguns indicadores essenciais para os consultores em planejamento jurídico, contábil, tributário e financeiro sobre como eles podem construir confiança e trabalhar melhor com os clientes, ajudando-os a alcançar suas ambições filantrópicas.

Valorização dos resultados

Filantropos estão cada vez mais orientados ao impacto, um ponto captado por colegas em todo o mundo. Para se manter relevante, a filantropia precisa correr mais riscos e ter novas conversas que reforcem a comunicação entre doadores e organizações sociais. Com transparência virá maior confiança e relacionamentos mais fortes.

Trabalhar em parceria faz parte da “reinvenção”, o que significa perder o controle pessoal em troca de potencialmente aumentar o impacto. A Environmental Funders Network (EFN), por exemplo, tem como missão apoiar a filantropia ambiental, conectando indivíduos e organizações e produzindo recursos para ajudar os doadores a investir de forma mais eficaz. A filantropia terá que se concentrar mais do que nunca nas melhores ideias e na mensuração do impacto sobre os beneficiários. Filantropos querem ver de perto para onde seu dinheiro vai – foram-se os dias de apenas dar cheques e deixar o todo o trabalho na mão das organizações sociais.

Para entregar os resultados, precisamos nutrir relações próximas entre as organizações e seu investidores, especialmente para afastar os doadores da tentação de investimentos de curto prazo e e estimulá-los a ter uma visão de longo prazo, olhar para além do horizonte em áreas que ainda não estão bem atendidas, a fim de financiar projetos que produzam o impacto duradouro que eles nos dizem que estão atrás. Por exemplo, o doador está interessado em financiar um projeto de saúde local com seu nome acima da porta? Ou ele está disposto a ouvir uma organização social local dizendo-lhe que a real necessidade é uma campanha de informação pública limitada sobre a importância da imunização em massa?

Investimento de impacto

Particularmente nos EUA e na Europa, há uma nova geração que está se fazendo ouvir e desafia a filantropia tradicional incluindo o tema nos negócios da família.

Essa mudança está fortalecendo a filantropia familiar, com a inclinação para testar ideias como a mudança da doação tradicional para uma filantropia que considera investimentos de impacto, financiamento de risco e apoio ao empreendedorismo social.

No Reino Unido, espera-se ver mais filantropos procurando fazer o bem não apenas por meio de doações diretas, mas também com investimentos, negócios e redes. Isso ocorre em um momento em que há cada vez mais opções que contemplam questões sociais e ambientais. Este será, sem dúvida, um momento-chave para consultores orientarem seus clientes em relação a esta tendência.

Engajamento da classe alta

Se os ricos devem ser convidados a doar mais, então a confiança precisa crescer. As conversas em torno de doações devem se abrir em todos os níveis. Precisamos de uma história clara para contar sobre para onde os recursos dos doadores vão, como eles são gastos e o que isso significa para o campo, em especial, aos públicos beneficiados. Essas histórias também precisam dar luz às lições aprendidas.

Da forma como acontece hoje, há muitos mal-entendidos sobre o tipo de apoio que as organizações sociais realmente precisam, o que já funciona para resolver problemas e como os doadores poderiam ser mais úteis. Ao ser claro sobre o que é necessário, torna-se mais fácil garantir que os doadores sintam que podem fazer a diferença.

Por exemplo, as organizações sociais precisam ser francas sobre a necessidade de dinheiro para pagar despesas importantes, como estrutura para captação de recursos, salários ou suporte de TI. Se esses elementos não estão garantidos, então sua capacidade de cumprir sua missão pode estar em jogo. A falta desse tipo de investimento restringe o crescimento, a eficiência e a capacidade de uma organização social planejar com antecedência.

Seria ingênuo não estar aberto a incentivos fiscais e ao papel que desempenham no aumento da predisposição a doar entre as pessoas ricas. Embora os incentivos fiscais sejam muitas vezes a primeira razão pela qual as pessoas decidem doar, a experiência de nossos membros nos diz que eles muitas vezes agem como um catalisador para uma jornada filantrópica significativa e de longo prazo.

Decisões orientadas por dados

Olhar por que precisamos de pesquisa tem muito a ver com inspirar e demonstrar impacto. Nossos especialistas apontaram para pesquisas que existem para satisfazer os doadores, demonstrando que seu dinheiro está sendo bem gasto no curto prazo, em vez de concentrar nos resultados de longo prazo alcançados. É este último que é essencial para afetar a mudança, revelando um dos desafios enfrentados pelas organizações sociais, ou seja, o curto prazo valorizado por parte dos doadores.

Vários programas de financiamento recentes estão contrariando esse déficit e trazendo a perspectiva de longo prazo por meio de sistemas que mudam a lógica imediatista da filantropia. Um exemplo disso é a bolsa MacArthur 100&Change – um edital que concede US$ 100 milhões para financiar uma única proposta que apresente progresso real e mensurável para resolver um problema crítico de nosso tempo. A primeira vencedora da competição foi a proposta conjunta do Sesame Workshop com o International Rescue Committee para educar crianças deslocadas por conflitos e perseguições resultantes do conflito sírio – um problema claro e de longo prazo que está sendo tratado com um impacto mensurável.

Incentivar mais essa natureza de doação, estimular o engajamento da classe média em todo o mundo e se afastar de projetos ad-hoc ajudará a escalar intervenções que trabalham para abordar as causas básicas de questões como pobreza, mudanças climáticas e desigualdade.

Consultores para ações filantrópicas e outros profissionais têm um papel fundamental para iniciar as conversas certas com seus clientes sobre filantropia e propósito social. A pesquisa da CAF mostra que as pessoas ricas estão muito interessadas nesses tópicos, mas não estão recebendo as orientações que esperam. Este é um risco para os consultores e uma oportunidade ainda pouco usada para aprofundar as relações.

Outras lacunas identificadas na pesquisa incluem a doação como atividade econômica e as motivações para o comportamento dos doadores. Colegas também apontaram a necessidade de mais evidências sobre a eficácia dos incentivos fiscais e o benefício final para a sociedade – pesquisas que podem servir como uma ferramenta vital na defesa dos governos para estabelecer ou aprimorar incentivos.

Tornar a pesquisa acessível, tirá-la do campo da filantropia e compartilhar descobertas entre stakeholders, sociedade mais ampla e ir além das fronteiras nacionais também foram escolhidos como uma ferramenta para trazer novas colaborações, reforçar a escala das principais causas e abrir portas para novas parcerias.

Novas gerações, novos valores

As novas gerações familiares se concentrarão em alinhar suas escolhas financeiras com seus valores filantrópicos. Os doadores mais jovens não verão com bons olhos o investimento em organizações causam algum tipo de dano ou prejuízo ao mundo e punirão as marcas que fizerem isso, valorizando investimentos éticos, produtos e empregadores em suas ações filantrópicas.

Eles já estão mais ousados a assumir riscos e estão mais dispostos a tentar soluções inovadoras usando todas as formas de recursos à sua disposição, incluindo capital filantrópico para investimento de impacto. Esta corrente emergente considerará cada vez mais a filantropia como um elemento crucial de sua “moralidade financeira” e priorizará a ação filantrópica perene sobre a preservação da riqueza para os futuros herdeiros.

A transferência de recursos tem produzido o desejo de ver resultados rápidos – um desafio para as organizações sociais à medida que tentam reforçar soluções de longo prazo – e uma geração menos reticente do que seus pais para falar sobre sua doação e buscar parceiros para alcançar seus objetivos.

Para aqueles de nós que orientam essas novas gerações em seu investimento social privado, precisamos ser ágeis, informados e prontos para lidar com linhas cada vez mais tênues entre a filantropia tradicional, o estilo de vida e as considerações financeiras mais amplas. O benefício final será tanto clientes satisfeitos quanto um cenário filantrópico mais dinâmico.

Autores

David Stead – Diretor Executivo de Filantropia e Desenvolvimento na CAF, Reino Unido

Gina M. Pereira – Fundadora e CEO da Dana Philanthropy, EUA

Kelsi Kriitmaa e Alexa Maclean – Chefe de Gabinete e consultora junior da Philanthropy Advisors, Suíça

Paula Fabiani – Diretora-Presidente do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (CAF Global Alliance), Brasil

Liesbeth Nagelkerke- Fundadora Reach Out 2, Países Baixos

Melissa Stevens- Diretora Executiva do Milken Institute Center for Strategic Philanthropy, EUA

 

Artigo originalmente publicado no Steps Journal em Maio/2020

Abrace a Saúde doando ao Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil

O Brasil está em casa. Estamos separados, mas estamos todos juntos trabalhando pelo futuro. E juntos, a gente abraça a Saúde, doando para o Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil.

E é com o nosso abraço que os profissionais da Saúde contam todos os dias. Milhares de enfermeiros, médicos e técnicos da saúde que juntos são as mãos e braços de gigantes da Saúde Pública: hospitais, centros de pesquisa, ambulatórios e laboratórios. Gigantes que querem abraçar mais. E com o seu abraço, eles podem.

 

www.abraceasaude.com.br

 

O Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil envia a sua doação para entidades que estão na linha de frente no combate à pandemia e fortalece o SUS (Sistema Único de Saúde). É uma forma rápida, fácil e confiável de fazer com que os recursos cheguem a quem precisa.

#AbraceaSaúde assim:

  1. Faça sua doação

⚡Veja o poder do seu abraço, conheça a que corresponde o valor da sua doação*:

R$ 20 – um teste rápido produzido pela Fiocruz

R$ 50 – uma guia ‘bougie’ para intubação

R$ 100 – cem máscaras descartáveis para proteção

R$ 500 – um aspirador de secreção

R$ 5 mil – uma cama hospitalar

R$ 70 mil – um respirador

*Valores aproximados. O repasse será feito de acordo com as necessidades das instituições e com a aprovação da equipe técnica do Fundo Emergencial para a Saúde.

  1. Compartilhe seu abraço nas redes sociais e desafie 3 amigos a fazer o mesmo. Não esqueça da tag #abraceasaúde e de marcar o Instagram @abraceasaude – www.instagram.com/abraceasaude

Conheça as organizações que recebem os recursos do Fundo Emergencial para a Saúde

Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ

Hospital Santa Marcelina

Hospital São Paulo

Santa Casa de São Paulo

Santa Casa de Araçatuba

ONG Comunitas (responsável pela compra de equipamentos a hospitais do SUS)

Conheça a história do Fundo Emergencial para a Saúde:

 

Esta é uma iniciativa do IDIS, BSocial e Movimento Bem Maior, com o apoio de inúmeras outras organizações.

O Fundo tem gerenciamento financeiro da SITAWI, uma organização social de interesse público (OSCIP) pioneira no desenvolvimento de soluções financeiras para impacto social. Ela é responsável por operacionalizar o Fundo.

ASSESSORIA DE IMPRENSA
Viviane Pereira – (11) 976671933  – vpimprensa@gmail.com

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Ensinamentos da COVID-19

Por Luiz Sorge, CEO da BNP Paribas Asset Management e presidente do Conselho do IDIS

Sem dúvida o momento único pelo qual passamos atinge a sociedade de forma heterogênea e dinâmica, por meio de ondas que se espalham e nos impactam de maneira difusa. E é com respeito às muitas lágrimas derramadas e às que ainda serão choradas que escrevo esse texto.

Estamos sendo chamados a nos provar, a comprovar e a desmentir algumas teorias e conceitos.

A primeira delas é a de que o ser humano será substituído pelas máquinas. Fazia tempo que eu não tinha tanta certeza de que as máquinas e a tecnologia estão a serviço do homem e que este as domina. Computadores, sistemas, robôs, inteligência artificial têm sido catalisadores de um novo momento da civilização, e além disso, nós os estamos usando para aumentar nossa resiliência e produtividade.

De forma rápida e abrupta nos adaptamos a um trabalho coletivo remoto, desenvolvemos e consolidamos alguns conceitos de relacionamento virtual, ao mesmo tempo em que lapidamos aspectos comportamentais como empatia, bom senso, paciência, colaboração, entre outros. Estamos nos reinventando coletivamente e à distância, montando, remontando e organizando equipes, lidando com situações novas a cada momento, e assim estabelecendo conexões neurais, sociais e profissionais inéditas. Tudo isso tendo a tecnologia a nosso serviço.

Agora me digam, que máquina seria capaz de fazer isso em nosso lugar? Somos muito bons e insubstituíveis nesse aspecto, ao menos até o momento.

Minha principal atividade é tentar, em equipe, entender os movimentos do mercado financeiro e a consequente valorização ou desvalorização dos ativos. Porém, hoje temos 3 variáveis não técnicas que “fazem preço”: a evolução da Covid-19, a distopia política local e a disfunção geopolítica global. Portanto, o segundo conceito que comprovo nesse momento é o de que fatores exógenos têm sido, e continuarão sendo por algum tempo, determinantes dos preços dos ativos. E isso nos leva a uma dose cavalar de humildade, nos restando apenas traçar cenários possíveis, atribuir probabilidades e buscar prudência em nossas decisões.

Minha visão a partir de um lado mais nobre da vida, já que acompanho o desenvolvimento do terceiro setor por meio da minha participação no Conselho do IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), é que há uma maior movimentação de pessoas e entidades filantrópicas, principalmente por meio de doações que visam minimizar o impacto da Covid-19 na sociedade. Acredito que esse movimento, terceiro conceito a ser repensado, possa ser o princípio de uma mudança estrutural, na qual a solidariedade dos mais favorecidos em prol dos menos favorecidos passará a fazer parte do nosso dia a dia, assim como já ocorre nas sociedades mais desenvolvidas. Tenho também esperança que cada vez mais iniciativas de cunho filantrópico, privadas e sérias, terão doravante mais apoio do setor público.

A partir de uma perspectiva histórica, recordo a origem italiana de minha família, com bisavô e avô combatentes da primeira e segunda guerras mundiais, respectivamente. O último, antes de voltar da guerra e migrar para o Brasil, esteve prisioneiro por aproximadamente 6 anos e minha nonna vivenciou sozinha uma parte da infância de meu pai e meu tio na província de Chieti, na região de Abruzzo. Ela criava pequenos animais e tecia lençóis para trocar por farinha e assim poder completar a alimentação com pães e massas.

Muitos pensam que o que estamos passando é o mais próximo possível de uma guerra. Porém, pelo que sei e ouvi de minha família, estamos a milhas de distância das necessidades, incertezas e ameaças que uma verdadeira guerra mundial representou aos nossos antepassados.

Isso me leva a analisar outros dois últimos conceitos: o social e o familiar. Só entendemos a importância do convívio social na carência deste. Só reforçamos o sentimento de alegria da vida em família na convivência com esta.

Estar com amigos e entre amigos nos ajuda a compor nosso tecido social com retalhos de diversas visões, origens e culturas que nos enriquecem a cada dia. Além do suporte psicológico, já comprovado cientificamente, que as amizades nos trazem.

Já a vida em família é nosso porto seguro, onde buscamos o refúgio nos momentos turbulentos e procuramos nos abrigar das tempestades. O atual momento de reclusão é também momento de alegria por estarmos reunidos, por poder tomar aquele cafezinho juntos quando o intervalo do trabalho remoto permite, e pela satisfação de poder fazer refeições coletivas todos os dias, com quem amamos.

Portanto, nesse momento, é lógico que a atenção deve ser primeiramente direcionada para cuidarmos de nossa saúde, e vencida essa desafiadora etapa devemos agradecer muito:

  • Pela oportunidade do ser humano, em suas atitudes individuais e coletivas, voltar a ser importante para a evolução e perpetuidade da civilização moderna;
  • Por entender a importância de virtudes e competências que não podem ser replicadas por processos, sistemas e robôs;
  • Pela necessária humildade a que devemos nos submeter quando confrontados ao que não controlamos;
  • Por termos uma oportunidade de desenvolver de maneira perene o espírito filantrópico em nosso país;
  • Por me lembrar e me permitir ter a visão relativa, e em perspectiva, do que deve ter sido viver em um período de guerra;
  • Pela lembrança do quão nos faz bem compartilhar recortes de nossas vidas com amigos;
  • E finalmente, pela oportunidade de nos voltarmos para o seio de nossas famílias, onde o amor é pleno e puro, sem contaminações.

Esperamos que o sofrimento de muitos resulte, ao menos, em ensinamentos para todos.

Em que mundo você está investindo? 

 

* Por Marina Cançado
Pouco antes do coronavírus começar a se espalhar massivamente pelo mundo, aconteceu no Rio de Janeiro a Converge Capital Conference 2020, apelidada de CCC2020. A primeira edição do evento reuniu mais de 400 grandes empresários, investidores, filantropos junto com especialistas e atores-chave do mercado financeiro brasileiro e global, a fim de discutir qual o papel do capital privado na construção de um futuro sustentável.

A motivação para organizar o evento veio da clareza de que a década de 2020 trará desafios gigantescos a serem enfrentados pela humanidade, como: a necessidade de profundas adaptações diante dos cenários de mudanças climáticas; uma nova geração de desigualdades gerada pela economia digital; e, a maior recorrência de situações inesperadas tal como a que estamos vivendo agora com o coronavírus. Nesse contexto, os recursos governamentais e filantrópicos são fundamentais, porém insuficientes para endereçarmos as questões que serão impostas pela realidade dos próximos anos. Essa crise está deixando isso ainda mais claro.

Eventos extremos como a pandemia atual nos deixam cara a cara com nossos dilemas, potenciais e limitações. No caso do Brasil, de um lado, estamos assistindo o dilema do Governo entre evitar que a doença se espalhe rapidamente, e manter a vida econômica e as finanças públicas dentro de determinado equilíbrio. Por outro lado, se olharmos o que está acontecendo no Brasil em termos de doações, é maravilhoso. Profissionais do campo estimam que, em menos de duas semanas, já foram mais de 500 milhões de reais doados, principalmente com foco em garantir leitos e equipamentos para novas UTIs, ampliar o uso de testes e apoiar as famílias mais vulneráveis com itens de higiene e comida. Doações vindas de bolsos variados, algo tão sonhado por muito de nós que há décadas tentamos fomentar a cultura de doação no Brasil. Sem contar o que muitas empresas estão fazendo ao reverter suas plantas e produções para ampliar o acesso a alguns itens essenciais para a mitigação dos riscos de infecção e contágio. Em um momento de dor, a solidariedade falou mais alto, e, sem dúvida, quando olharmos para trás, vamos ver o papel crucial das doações durante essa crise.

Todavia, a despeito dos maiores e melhores esforços dos governos e dos doadores, os recursos filantrópicos e governamentais não vão dar conta de endereçar os efeitos tão amplos e profundos gerados globalmente em pouquíssimo tempo pela pandemia, os quais podem perdurar por um longo período. Se antes dessa crise, já se estimava uma lacuna anual de investimentos da ordem de 2,5 trilhões de dólares para se alcançar as metas para 2030 derivadas dos objetivos de desenvolvimento sustentável, as consequências imensuráveis do coronavírus vão ampliar de forma significativa os desafios sociais e econômicos, o que certamente vai aumentar drasticamente essa cifra a nível global.

A motivação de organizar a CCC2020 surgiu justamente da premissa de que, mais do que nunca, precisamos das empresas e do mercado financeiro se coordenando com a filantropia e com o setor público para mobilizar e direcionar capital para os temas cruciais da humanidade. Precisamos de todos os tipos de capital aprendendo a trabalhar juntos, de forma coordenada e orientada ao futuro, daí o nome e slogan do evento “Converge Capital Conference 2020: alinhando capitais com futuros preferidos”.

Compartilho nesse artigo alguns dos insights da CCC2020 por considerar que eles podem ser valiosos em nutrir reflexões e em contribuir para caminhos de ação.

 

Insight 1 | O futuro não está dado

Iniciamos a CCC2020 dialogando sobre o quanto temos por fazer para que seja possível alcançar as metas da Agenda 2030, um plano de ação global que visa garantir próximas décadas menos desiguais e mais sustentáveis. E o que acontece se não alcançarmos ou se atingirmos apenas parcialmente os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODSs)? Lá no evento, provocamos essa reflexão de cenários para a humanidade dependendo do alcance dos ODSs para relembrarmos que o futuro não está dado.

O futuro é um campo aberto de possibilidades. Não existe um futuro, existem cenários de futuros alternativos. Alguns deles já estão mais consolidados e têm uma maior probabilidade de virem a acontecer – e, por isso, esses cenários são chamados de futuro provável – enquanto outros cenários dependem das nossas escolhas e do nosso investimento de energia, recurso, etc. para terem maiores chances de vir a ser.

“The future could be heaven or it could be hell – and it doesn’t “happen to us”. We create it everyday by inaction or action”. Essa foi uma das falas de um dos mais importantes observadores de futuros e futurista de negócios na Europa, Gerd Leonhard, durante a CCC2020.

 

Insight 2 | Para fazer diferença no século 21, a competência mais importante a ser desenvolvida é aprender a pensar e a se mover a partir do pensamento de futuro

Como Jaqueline Weigel, uma das pioneiras de estudos de futuro no Brasil mostrou na CCC2020, estamos em um momento de transição, em que um mundo e um jeito de produzir e de viver estão morrendo, e outro está se configurando. “Que histórias contarão sobre a nossa época? Quem será você na lembrança das pessoas? Que tipo de humanos o planeta precisa?” – essas foram algumas das perguntas trazidas por Jaqueline durante sua palestra.

O ponto fundamental é que, se realmente queremos contribuir para a construção de um futuro menos desigual e mais sustentável, precisamos agir de forma diferente da que estamos acostumados. Em geral, as iniciativas sociais, as estratégias das empresas e as políticas públicas têm como ponto de partida os desafios atuais e buscam soluções a partir da premissa que a realidade futura será parecida com o momento atual, com algumas variações. As respostas acabam sendo um reflexo das limitações da nossa mente em enxergar possibilidades de mais longo prazo para a saúde, educação, economia, etc.

Segundo o Institute for the Future, 87% das pessoas não estão interessados ou não querem pensar no futuro. E aí está parte da contradição, queremos viver em um mundo diferente do atual mas não nos dedicamos e não nos capacitamos para pensar a partir do futuro. Isso nos leva a estar sempre dedicados a soluções que não vão nos levar para o futuro desejado, pois elas tentam resolver os desafios atuais com base nas nossas experiências e repertórios passados. Deixamos de lado todos os insights e contribuições que uma investigação de possibilidades de mais longo prazo poderiam trazer sobre o como endereçar aquele desafio. E, no fim, acabamos frustrados, pois, a despeito dos investimentos que fazemos, parece que não saímos do lugar e pouco mudamos na realidade atual.

Uma das principais mensagens da CCC2020 é a de que estamos entrando em uma fase de mudanças ainda mais aceleradas, em que uma situação inesperada pode mudar tudo – o coronavírus deixou isso bem claro. Não vamos conseguir efetivamente influenciar os próximos anos se continuarmos a replicar soluções antigas com pequenos aprimoramentos.

Construir futuros requer visão ampliada, sistêmica e um mindset focado em pensar o presente a partir do futuro, ou seja, ter clareza de quais poderiam ser os futuros alternativos para os temas/causas que nos importamos, e, com essa perspectiva, tomar as melhores decisões no presente,  concebendo soluções que tenham por base as possibilidades de futuro, e, por isso o potencial de nos mover para um cenário preferido.

Nesse século, se você quer fazer alguma diferença em qualquer área ou causa, se quer contribuir para um futuro de curto, médio ou longo prazo diferente, a chave é desenvolver a competência de pensar a partir do futuro.

O desafio é que nossos cérebros não foram treinados para pensar a partir do futuro. Inclusive, cientistas já mostraram que a glândula responsável pelas memórias é a mesma responsável por imaginar futuro. Então, se não driblarmos o automatismo do dia a dia, acabamos respondendo com base nas limitações do passado e do que já é conhecido pelo nosso cérebro.

Romper essa barreira e adquirir a competência de pensar orientado ao futuro requer tanto treinar o cérebro por meio de meditação e outras técnicas, como também aprender a utilizar a gama de metodologias e frameworks produzidos por cientistas, acadêmicos e estudiosos de futuros ao longo das últimas décadas para apoiar pessoas e profissionais a captar, compreender e sistematizar os sinais emergentes, com o propósito de se antecipar aos possíveis cenários que estão em curso, e também ter clareza sobre como influenciá-los com base em seu futuro preferido.

 

Insight 3 | O que o seu capital está nutrindo?

Dado que o futuro ainda está em aberto, onde colocamos nossa energia, nosso pensamento, nosso tempo, nossos capitais importa e muito. Você já parou para pensar em que mundo você está investindo? Essa pergunta foi o mote da CCC2020.

Ao consumirmos, ao investirmos, ao doarmos, ao empreendermos ou trabalharmos, todas essas ações estão fomentando um determinado tipo de mundo e de cenário futuro. Que mundo você está nutrindo? Em que futuro você está apostando?

Na CCC2020, antes de abordarmos o papel das empresas, do mercado financeiro e da filantropia, trouxemos a temática de futuro porque entendemos que sem uma visão clara de como você quer que seja o seu futuro de curto-médio-longo prazo e sem conseguir visualizar o mundo no qual você quer viver para esses horizontes temporais, acabamos reagindo com projetos e soluções baseadas no passado. Lembra que falamos que nosso cérebro não foi treinado para pensar o futuro? Para ajudarmos ele a entrar nesse mindset, quanto mais conseguirmos da forma e cor para as possibilidades de futuro, melhor! Conseguir visualizar nosso cenário preferido é essencial para a tomada de decisão de como investir seja como filantropo seja como investidor que busca retorno.

A primeira grande lição de cada a qual deveríamos nos dedicar se queremos usar nossos recursos para criar um mundo que tenhamos orgulho de deixar para nossos descendentes é trazermos consciência e responsabilidade para nossas escolhas de consumo, doação, investimento e trabalho.

Que mundo suas doações estão criando? Que mundo seus investimentos financeiros estão fomentando? O que você está privilegiando no seu consumo? Que futuro você está construindo com seu trabalho e energia?

Mais do que nunca, precisamos ter tanto a clareza do fruto que queremos gerar quanto a do que estamos semeando hoje para conseguir colher esse fruto nas próximas décadas.

 

Insight 4 | Forward Thinking Investing

Uma das premissas da CCC2020, que já estar clara pelos insights anteriores, é que sem se alinhamento entre alocação de capital e visão de um futuro sustentável, nunca chegaremos a vivê-lo.

Portanto, todo a lógica da conferência foi mostrar que precisamos conseguir entender os futuros alternativos, ter clareza de que cenário queremos fomentar, e a partir disso alinhar e alocar nossos recursos nos projetos, soluções, iniciativas que nos levarão para mais perto desse futuro.

Forward Thinking Investing é um mindset que integrar o olhar para futuros na forma de pensar uma empresa e um portfólio de investimentos. E, na minha visão, também deveria inspirar os filantropos, fundações e institutos a se repensarem e proporem soluções pensando no que as próximas décadas podem vir a ser. Talvez Forward Thinking Philanthropy possa nos preparar melhor para antecipar e criar os planos de mitigação para os próximos desafios.

A filantropia tem um papel de cobrir vazios deixados pelos governos e mercados, e lidar com as necessidades imediatas de sobrevivência dos mais vulneráveis. Porém, para influenciarmos o futuro e aumentarmos a probabilidade de um futuro sustentável, precisamos ir muito além. Inclusive, além da filantropia estratégica. Estratégia já não dá conta de responder a essa realidade acelerada e complexa, pois justamente não leva em consideração o olhar prospectivo. Bill Gates falou de uma pandemia global em 2014, alguns dos futuristas renomados apontavam para um cenário de doença surgindo na China e envolvendo o pulmão desde o início dos anos 2000.

Conectar o olhar e pensar de futuro com as decisões de investimentos – com ou sem fins de lucros – será essencial para fortalecermos e nutrirmos os caminhos que acreditamos para o mundo.

Essa crise é um chamado para reconstruirmos as bases sociais e econômicas a partir dos paradigmas desse século. Acredito que a filantropia tem um papel-chave em usar um capital que pode correr risco para construir capacidade e respostas orientadas ao futuro. Inclusive ajudando a nos preparar para os desafios e situações inesperadas que as mudanças climáticas vão trazer – só ainda não sabemos quando.

 

Insight 5 | O mercado financeiro do século 21

No mercado financeiro, olhar para o futuro, integrar na tomada de decisão financeira dimensões sociais, ambientais e climáticas não é utopia, tampouco moda. Na CCC2020, trouxemos representantes de algumas das principais organizações da Europa e dos Estados Unidos, para compartilhar como o mercado financeiro já está se transformando globalmente.

Faz cerca de 10-15 anos que começa a ganhar força o mercado de sustainable finance, ou finanças sustentáveis. Embaixo desse guarda-chuva encontram-se desde os investimentos que começam a integrar os fatores E(environmental), Social (social) e G(governance) até os investimentos de impacto, que surgem de uma intencionalidade clara de geração de impacto positivo junto de retornos financeiros, e mensuração objetiva. Segundo a Global Sustainable Investments Alliance, o guarda-chuva dos investimentos sustentáveis já representa mais de 30% do mercado financeiro global, percentual que cresce ano a ano. Dentro de 10 anos, projeta-se que não haverá mais distinção entre investimentos convencionais/tradicionais e investimentos sustentáveis, será um único mercado financeiro pautado em decisões que levem em conta não só as questões financeiras, mas também as sociais, ambientais, climáticas, etc.

Essa mudança está acontecendo no mercado financeiro, pois, aos poucos, está ficando claro que é preciso de análises sistêmicas e orientadas ao futuro para que se possam mapear e mensurar riscos ambientais, sociais, climáticos e outros que podem afetar o valor de um ativo, bem como, estimar seu valor e retorno futuro depende do cenário de futuro considerado mais provável ou plausível.

No Brasil, estamos 10 anos atrasados, principalmente porque os investimentos de impacto ficaram muito apartados das discussões e dos atores do mercado financeiro, e acabou-se criando uma série de mitos em relação a investimentos que não só levam em consideração a perspectiva financeira. Todavia, aos poucos, os exemplos e pressões de investidores, somado a diversas iniciativas, como a CCC2020, vão ajudando na ponte com o mercado financeiro e na integração desse novo olhar na forma de decisão de alocações, portfólios, investimentos, estratégias, produtos, etc.

 

Insight 6 | Os portfólios orientados para futuro

Alinhar e se comprometer a contribuir com a criação do seu futuro preferido – aquele no qual você gostaria de viver e tem capacidade de contribuir para que aconteça – passa por desenhar e pactuar uma política de investimentos alinhada a sua visão, valores e legado. Política que se reflita na escolha de investimentos orientados a seu futuro preferido, em todas as classes de ativo, por todo espectro de capital – do grant ao fundo de ação.

Orientar capital para o futuro que você quer co-criar e deixar para seus descendentes requer muito trabalho interno, de um lado, pois essas clarezas não se adquirem do dia para a noite. E, de outro lado, ajuda bastante poder contar com profissionais que o apoiem nessa jornada de tornar seus valores e causas em critérios para se avaliar e prospectar investimentos – com ou sem retorno financeiro.

Já está se tornando uma tendência fora do Brasil os portfólios de investimentos pensados e construídos para que todas as escolhas contemplem os valores, intenções de legados e visões de futuro de um indivíduo e família.

 

Insight 7 | A força da voz coletiva 

Uma filantropia orientada para futuro, um mercado financeiro orientado a futuro, empresas orientadas a futuro, no Brasil, todas essas transformações no direcionamento do capital privado depende da liderança inicial das famílias com grande patrimônio.

Na Europa, esse movimento e as mudanças começou por pressão da população – principalmente do países do Norte – que é muito mais educada e consciente, e, hoje já permeia as empresas e mercado financeiro, em geral. A ponto de muitas empresas brasileiras terem que repensar suas práticas e modelos de negócio pela pressão dos investidores estrangeiros nas gestoras, nos conselhos de administração e nas áreas de relações com investidor.

No Brasil, precisamos de um segmento que pegue a liderança e comece a demandar bancos, wealth managers, multi family offices, fundos, gestoras, executivos das suas fundações e institutos, a desenharem e oferecerem estratégias e produtos que considerem cenários de futuros para as questões sociais, ambientais e climáticas, abrindo a possibilidade para investidores e filantropos terem maior alinhamento entre seu capital e seu futuro preferido.

Também há um grande papel a ser desempenhado pelas famílias nos conselhos das suas companhias, por meio do “responsible and active ownership”, ou seja, trazendo preocupações e questões que fazem parte desse século para ajudar as empresas a se adequarem e repensarem diante dos futuros alternativos que temos pela frente.

 

Espero ter conseguido sintetizar as principais mensagens da CCC2020, e que, aos poucos, a capacidade de pensar a partir do futuro penetre na forma de se fazer investimento social e de se pensar os portfólios de investimento com fins de retorno, a fim de que possamos fortalecer as respostas e soluções que nos levarão para mais perto de um futuro que tenhamos orgulho de viver e de deixar.

O coronavírus inaugurou a década de 2020, mas, certamente, teremos muitas outras catástrofes e situações desafiadores nos anos pela frente. Espero que essas reflexões sirvam para você pensar o que você está fazendo em relação ao futuro – deixando ele vir, remendando o presente, antecipando-se, ou ativamente contribuindo para moldá-lo. Não há mais tempo para perdermos repetindo, revivendo e replicando o passado, que nos trouxe até aqui. Pós coronavírus, não voltaremos para o mesmo lugar ou para o mundo como o conhecíamos. Torço para que aproveitemos essa oportunidade para expandir nosso mindset e começarmos a trabalhar a partir do futuro que queremos construir e deixar.

 

* Marina Cançado é fundadora da Converge Capital, empreendedora e ativista,  praticante de foresight estratégico. Artigo especial para o IDIS.

 

Iniciativas globais no combate à pandemia

A comunidade do Global Philanthropy, da qual o IDIS faz parte, está causando impacto!

Neste artigo, conheça iniciativas da rede GPF ao redor do mundo. De fundos emergenciais à ações de base, compartilhamos alguns exemplos dos trabalhos que têm sido realizados para mitigar a crise causada pela pandemia do coronavírus: 

 

Proteção a Comunidades em Vulnerabilidade

A CARE está respondendo globalmente ao COVID-19, nas comunidades onde atua. Está instalando estações de lavagem de mãos, mobilizando voluntários da comunidade para educar a população em suas casas, e fornecendo suprimentos essenciais como EPIs, desinfetante e kits de saúde. Leia mais sobre os esforços da CARE aqui.

 

 

A SOS Aldeias Infantis ampliou a oferta de apoio psicológico para crianças na Itália. Na Palestina, as casas das famílias SOS foram equipadas com novos computadores para garantir que os alunos possam continuar a frequentar as aulas, virtualmente.

 

 

 

A Dalberg está trabalhando em parceria com a Fundação Jack Ma e o Ministério da Saúde da Etiópia para determinar a melhor maneira de distribuir equipamentos médicos na África. Com diversos parceiros, também lançou o “Safe Hands Kenya”, uma iniciativa para promover e possibilitar melhores condições de higiene para combater a disseminação do coronavírus. Leia mais sobre as iniciativas da Dalberg em resposta ao COVID-19 aqui.

 

Fundos Emergenciais

O IDIS liderou o desenvolvimento de um Fundo Emergencial para fortalecer o Sistema de Saúde Pública do Brasil. Uma forma rápida, confiável e transparente para empresas, filantropos e a sociedade civil se engajarem na luta do Brasil contra a pandemia de coronavírus.

 

 

 

A Fundação King Baudouin, nos Estados Unidos, está lançando Fundos Emergenciais para países africanos perigosamente afetados pelo COVID-19. Cada Fundo irá reunir as contribuições de doadores para distribuí-las para organizações sem fins lucrativos locais e organizações comunitárias que atuam nas linhas de frente.

 

A Tides lançou o Fundo Stronger Together em apoio aos empreendimentos sociais que atendem as comunidades de risco mais impactadas pelo COVID-19. A Tides também iniciou um Serviço de Doação de Resposta Rápida aos seus parceiros para ofertar, de maneira ágil, fundos para organizações impactadas pelo COVID-19. Leia mais sobre as respostas da Tides ao COVID-19 aqui.

 

 

Leornardo Di Caprio, Emerson Colective, Apple e Ford Foundation lançaram, juntos, o America´s Food Fund como o objetivo de garantir que todas as pessoas tenham acesso garantido a alimentos. O Fundo irá ofertar apoio financeiro para a World Central Kitchen e a Feeding America para promover o trabalho dessas organizações.

 

 

Compartilhamento de Conhecimento

 

Kristin M. Lord, presidente e CEO da IREX, é coautora deste artigo sobre como combater a “infodemia” do coronavírus, e a batalha maior contra informações falsas e enganosas compartilhadas nas mídias sociais.

 

 

Pesquisadores do Pacific Institute publicaram um artigo intitulado “Lavar as mãos é fundamental na luta contra o coronavírus, mas e se você não tiver água potável?”. Leia o artigo aqui.

 

 

O Skoll World Forum foi adaptado e partes da agenda foi disponibilizada online, diante da pandemia do COVID-19. A programação foi aberta ao público e ajustada para incluir ideias de todo o mundo sobre a crise da saúde pública. Você pode encontrar sessões gravadas aqui.

 

Conteúdo adaptado de newsletter divulgada pelo GPF em 14 de abril de 2020

Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil mobiliza mais de 4 mil doadores e arrecada R$ 5 milhões em um mês

 

Ação criada pelo IDIS, Movimento Bem Maior e BSocial permite que as pessoas contribuam para reforçar e melhorar a rede SUS (Sistema Único de Saúde) 

 

>> Doe aqui: www.abraceasaude.com.br

 

O valor arrecadado pelo Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil é revertido em materiais como respiradores, testes rápidos do coronavírus, máscaras, luvas, equipamentos hospitalares para UTI entre outros itens de necessidade das instituições. Os beneficiados atuais são Fiocruz, Santa Casa de São Paulo, Comunitas, Hospital Santa Marcelina e Hospital São Paulo.

“Este é um movimento que engaja além de empresas e grandes filantropos, a sociedade como um todo. É uma união inédita em torno da saúde pública”, explica a presidente do IDIS, Paula Fabiani.

Hoje, o Fundo conta com mais 4 mil doadores, que vão desde pessoas físicas a empresas de todos os tamanhos e áreas de atuação, organizações e plataformas até os grandes doadores. As pessoas físicas doam, em média R$ 328,00, valor bem acima do praticado historicamente, o que demonstra o nível de engajamento da população. A doação mínima é de R$ 20, que corresponde a um teste rápido produzido pela Fiocruz.

Empresas dão exemplo de solidariedade

A cada dia novas empresas se engajam com o Fundo, adotando diferentes modalidades. Os bancos ABC Brasil e Pactual estão promovendo ações de matchfunding com seus colaboradores, quando cada valor doado é complementado com uma doação da instituição. O Machado Meyer Advogados também optou por uma campanha junto aos funcionários. A Softtek,  além de engajar funcionários, está fazendo um chamamento a parceiros e clientes, com envolvimento direto do Country Manager da companhia. A Privalia, estimula a doação em seu e-commerce, e outras empresas, como a Carla Amorim, Fogo de Chão, Mixed e  Schrammek Kosmetik destinam parte da receita das vendas de seus produtos.

A força da sociedade civil

Apesar de serem de menor valor e mais pulverizadas, as doações das pessoas comuns respondem por 25% do valor captado, ultrapassando a marca de R$ 1 milhão, prova do poder de transformação da sociedade civil.

Um exemplo dessa força, vem dos jovens. Para envolver universitários no combate à pandemia, a estudante da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carolina Passos Dias Levy, criou a “Universitários contra o Corona”, uma ação englobando as 21 organizações que fazem parte da Liga das entidades da FGV e que está sendo ampliada para outras universidades. Além de informar o público, a iniciativa também estimula doações ao Fundo e conta com uma área exclusiva na plataforma BSocial para acompanhar os resultados.

A pandemia de Covid-19 fez o mundo parar. Tal parada vem acompanhada de um outro olhar social, mais ligado ao propósito e à ajuda ao próximo. Pensando justamente nisso, o Grupo Dadivar e a agência SUBA se uniram para criar o AoVivoPelaVida, um festival online, com artistas e personalidades, que acontecerá entre os dias 24 e 26 de abril, e que arrecadará doações para ajudar e fortalecer o sistema de saúde brasileiro, através do Fundo, e alimentos para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade por meio da Ação da Cidadania.

Um abraço no Insta

Para incentivar ainda mais doações a partir de uma perspectiva otimista e mobilizar mais a sociedade civil, o Fundo lançou a campanha Abrace a Saúde. No Instagram, quem já doou para o Fundo compartilham fotos de abraços, traduzindo-se em uma homenagem aos profissionais da saúde e em um chamado a quem ainda não se engajou.

“É gratificante vermos, em tão pouco tempo, tantas pessoas e empresas mobilizadas em doar pensando no próximo. Bom ver como tantos estão sendo protagonistas, engajados em participar para juntos diminuirmos os efeitos da pandemia. É muito bom ver a nossa ferramenta a serviço dessa ação nesse momento, a plataforma funcionando para o bem de todos”. Maria Eugênia Duva Gullo, cofundadora da plataforma  de doação BSocial.

 

 

Famílias filantropas

As grandes famílias de filantropos também estão nesse grupo de doadores. Muitas sempre doaram e ampliam essa atuação, estimuladas, em muitos casos, pelas novas gerações. Nomes como da Família Nobre, Olímpio Matarazzo, Setúbal, Eugênio Mattar, Safra, entre outros, estão fazendo doações importantes pela causa.

Para Carola Matarazzo, Presidente do Movimento Bem Maior, cujo desafio é fomentar o investimento social privado e de fortalecer a cultura de colaboração no país, “vivemos um momento bastante desafiador em todos os sentidos.  É um momento histórico, onde  temos a oportunidade de ressignificarmos o valor das relações e do dinheiro,  e  refletirmos  sobre o que fizemos até aqui a nível coletivo e individual,  e sobre o que estamos construindo para o nosso futuro, e assim entender que, para além  de uma pandemia, o que temos é um inimigo em comum : o abismo social, a desigualdade.”

 

Entre os apoiadores do Fundo estão Editora Mol, Harvard Alumni Club of Brazil, Instituto Apontar, Instituto Akatu, Instituto Vladimir Herzog, SindusCon-SP, Secovi-SP, Tozzini Freire Advogados e WINGS – Worldwide Initiative for Grantmaker Support.

O Fundo tem gerenciamento financeiro da SITAWI, pioneira no desenvolvimento de soluções financeiras para impacto social.

 

Faça a sua doação para hospitais e laboratórios de pesquisa na página oficial do Fundo Emergencial para a Saúde: www.abraceasaude.com.br 

Abrace a Saúde é o mote da campanha do Fundo Emergencial para a Saúde para ampliar a participação da sociedade civil no combate ao coronavírus

Fiocruz, Hospital Santa Marcelina e Santa Casa de São Paulo estão entre os beneficiários do Fundo Emergencial da Saúde – Coronavírus Brasil, que em apenas duas semanas arrecadou mais de R$ 2,5 milhões. A campanha #AbraceASaúde foi lançada com o objetivo de incentivar doações a partir de uma ação mais humana e solidária, mobilizando ainda mais a sociedade civil.

No Instagram da campanha, fotos de abraços de quem já doou para o Fundo somam-se em uma homenagem aos profissionais da saúde e um chamado a quem ainda não se engajou.

O tom positivo é a aposta, conforme explica Andréa Wolffenbuttel, diretora de comunicação do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social: “Estamos em casa, separados e assustados com o avanço da pandemia. Ao mesmo tempo, estamos todos unidos pelo desejo de superar essa crise. ‘Abraçar a Saúde'”, prossegue, “é ser parte da solução, é apoiar os profissionais da saúde que querem fazer mais, e que podem fazer mais com um pouquinho de cada um de nós”.

Os hospitais e laboratórios beneficiários recebem os recursos semanalmente, e a lista de prioridades de insumos, materiais e equipamentos deve aumentar devido a um cenário de tanta imprevisibilidade.

Carola Matarazzo, presidente do Movimento Bem Maior, afirma “a importância de se colocar no lugar do outro neste momento e praticar a cultura de doação continuamente, como um propósito de vida.”

“A BSocial é um canal de captação facilitador, uma ferramenta que permite que o usuário faça uma doação de forma rápida, fácil e segura. O doador escolhe o valor que quer destinar ao Fundo, a forma de pagamento e finaliza a sua doação. A plataforma envia o recurso diretamente para a conta do Fundo”, explica Maria Eugênia Duva Gullo, cofundadora da plataforma.

Para acompanhar os “abraços”, siga o Instagram da campanha e doe no www.abraceasaude.com.br

O Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil é uma iniciativa do IDIS, Movimento Bem Maior, BSocial e tem o apoio de diversas empresas e entidades da sociedade civil.

Assessorias de Imprensa:

IDIS – Ana Moretto (4 Press)/ anamoretto@4pressnews.com.br / (11) 97300-8584

Bem Maior -Sheila Brasil/comunicacao@centraldeinovacao.com.br/(11) 99333-0528

BSocial – Viviane Pereira / vpimprensa@gmail.com / (11) 97667-1933

Doação é tema no podcast Café da Manhã da Folha

A pandemia do coronavírus causou uma crise global. Como resposta, as doações mais do nunca tomaram o centro das discussões enquanto o mundo passa por uma crise sanitária e econômica.

Segundo o World Giving Index, o Brasil ocupa a 74ª posição em um ranking de solidariedade de 126 países.

No podcast Café da Manhã da Folha em abril de 2020 “Doamos pouco no Brasil?”, Paula Fabiani do IDIS foi entrevistada e contou um pouco sobre a cultura de doação no país.

Ouça:

 

1.000 doadores em 10 dias: conheça os primeiros resultados do Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil

O mundo vem mostrando que o combate ao Coronavírus extrapola ações governamentais. Superar a pandemia depende de um compromisso de toda sociedade. Exige articulação entre os setores público, privado e organizações da sociedade civil.  Iniciativa do IDIS, Movimento Bem Maior e BSocial, o Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil recebe doações que são destinadas a hospitais filantrópicos e laboratórios de pesquisa, beneficiando nossa rede pública de Saúde.

Lançado em 22 de março, em 10 dias, o Fundo mobilizou mais de 1.300 doadores e captou R$ 2,1 milhão de reais, dos quais R$ 1,1 milhão já foram destinados às quatro organizações contempladas na primeira fase da captação: Fiocruz, Hospital da Clínicas de São Paulo, Santa Casa de São Paulo e Comunitas, organização responsável pela compra de respiradores e outros equipamentos a serem entregues aos hospitais do SUS.

As doações recebidas pelo Fundo serão revertidas em itens como respiradores, testes para diagnóstico de infecção por Coronavírus, equipamentos para UTI (cardioversores, aspiradores de secreção, monitores, etc.), equipamentos hospitalares (cadeiras de rodas, camas, macas, etc.), materiais para médicos e enfermeiros (aventais, máscaras, toucas, luvas, etc.) e  medicamentos, entre outros,  sempre respeitando lista de prioridades previamente aprovada com as instituições.

Qualquer um pode contribuir, pois a campanha aceita doações a partir de R$ 20, o equivalente a um teste diagnóstico oferecido pela Fiocruz. “Temos um grande engajamento da sociedade civil, que mostra a sua força, mas fizemos um chamamento especial à comunidade de filantropos, por meio de uma Carta Aberta”, explica Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS. Famílias filantropas e empresas, dessa forma, se mobilizaram destinando valores maiores.

Doação direta, campanhas internas de doação com matching do valor doado por funcionários e campanhas de marketing relacionado à causa, quando parte da receita da venda de um produto é revertida ao Fundo são algumas das formas como empresas podem participar e agir no enfrentamento do avanço do Covid-19 no Brasil. O outlet online Privalia, por exemplo, incluiu em seu site um atalho especial e estimula a doação para o Fundo. A fabricante de cosméticos Schrammek, está destinando parte da renda obtida com a venda de seus produtos para a pele.

“Estamos vivendo uma crise singular e nosso sistema de saúde precisará de toda ajuda para enfrentá-la. Queremos aliviar e contribuir às prioridades do SUS e por isso não colocamos uma meta de arrecadação, tampouco prazo de término.” Explica Carola Matarazzo, CEO do Movimento Bem Maior.

O Fundo é um caminho rápido, fácil e confiável. “Acessando a plataforma e clicando no link que leva ao Fundo Emergencial para a Saúde, o doador escolhe o valor, a forma de pagamento e finaliza a sua doação. A plataforma envia o recurso diretamente para a conta do fundo”, explica Maria Eugênia Duva Gullo, cofundadora da plataforma de doação BSocial. Vem com a gente! Um pouquinho de cada um vira um montão de todo mundo.  www.bsocial.com.br/fundosaude

Confira o depoimento de Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS

QUEM SOMOS

Grupo Instituidor: IDIS, BSocial, Movimento Bem Maior

IDIS: OSCIP fundada há 20 anos com o objetivo de promover e ampliar a filantropia e investimento social no Brasil e torná-los mais estratégicos. Dialoga com filantropos familiares e corporativos.

Movimento Bem Maior: Fundado em 2018, o Movimento Bem Maior, é uma organização social apartidária, sem fins lucrativos, que tem como objetivo dobrar o volume de doações realizadas no país dentro dos próximos 10 anos, com o desafio de fomentar o investimento social privado, visando desenvolver e fortalecer o terceiro setor e a Cultura de Colaboração no país.

BSocial: plataforma de doação para terceiro setor com propósito de ampliar a Cultura de doação no Brasil

Parceiros Institucionais: Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), PLKC Advogados e Synergos

Parceiros Operacionais:  SITAWI e Umbigo do Mundo

Conselho Técnico: Dr. Marcos Kisil, Dr. José Antônio de Lima e Dr. José Luiz Setúbal

Apoiadores: AABIC – Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de SP, ABIE – Associação Brasileira de Indústrias de Esquadrias, ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecções, ABPP – Associação Brasileira de Proteção Passiva, ABRAINC – Associação Brasileira de Incorporadores, AELO – Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano,  AFEAL – Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio, APF – Associação Paulista de Fundações, ASBEA – Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura, ASFAMAS – Associação Brasileira de Materiais para Saneamento, Blend Inspire, Brasinfa, Editora Mol, FIABCI – BRASIL  Federação Internacional Imobiliária, Harvard Alumni Club of Brazil, IBI – Instituto Brasileiro de Impermeabilização, IBRADIM – Instituto Brasileiro do Direito Imobiliário, Instituto Apontar, Instituto Akatu, Instituto Bandeirantes, Instituto Doar, Instituto Vladimir Herzog, Movimento Arredondar, PROACUSTICA -Associação Brasileira para Qualidade Acústica, Sinditêxtil – Sindicato da Indústria Têxtil, SindusCon-SP, Secovi-SP, Sobratema, Tozzini Freire Advogados , WINGS – Worldwide Initiative for Grantmaker Support

Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil convoca a população a doar para compra de suprimentos e equipamentos para fortalecimento do sistema público de saúde

IDIS, Movimento Bem Maior e BSocial criaram uma forma rápida, fácil e confiável para as pessoas doarem para hospitais beneficentes e instituições de ciência e tecnologia 

O combate ao Coronavírus extrapola ações governamentais e superar a pandemia depende de um compromisso de toda sociedade, exigindo articulação entre os setores público, privado e organizações da sociedade civil. 

IDIS, Movimento Bem Maior e Bsocial, com o apoio de outras lideranças da Cultura de Doação no Brasil, se uniram para criar o ‘Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil’ para receber doações de qualquer quantia, que serão encaminhadas para instituições em posição estratégica no sistema de saúde do País. 

Inicialmente, as entidades beneficiárias do Fundo são as seguintes: Fiocruz,  Hospital das Clínicas de São Paulo,  Santa Casa de São Paulo e  Comunitas (organização que está adquirindo respiradores a serem entregues aos hospitais do SUS) 

 Outros beneficiários podem ser agregados posteriormente. As doações serão revertidas em: 

➢ Respiradores 

➢ Testes para diagnóstico de infecção por Coronavírus 

➢ Equipamentos para UTI (cardioversores, aspiradores de secreção, monitores, etc.)  

➢ Equipamentos hospitalares (cadeiras de rodas, camas, macas, etc.) 

➢ Materiais para médicos e enfermeiros (aventais, máscaras, toucas, luvas, etc.) 

➢ Medicamentos 

Sempre respeitando lista de prioridades previamente aprovada com as instituições e com posterior prestação de contas. 

“Em momentos de crise a gente sente, também, o melhor da sociedade. O Hospital das Clínicas de São Paulo se preparou para esse momento, mas todo o apoio é necessário para garantir que a gente consiga cumprir nossa missão e atender a população da melhor forma possível. Ações como essa doação mostram como nossa sociedade é solidária. Assim podemos seguir em frente, sabendo que teremos os recursos para ajudar a salvar vidas” declara Antonio José Rodrigues Pereira, superintendente do HCFMUSP. 

O grupo instituidor do Fundo, por meio de uma Nota Pública (veja aqui a nota na íntegra), está fazendo um chamamento especial à comunidade de filantropos e empresas a também doarem para fortalecer o sistema público de saúde no combate ao Coronavírus. 

Para doar acesse:  www.bsocial.com.br/fundosaude 

Para doações acima de R$ 50 mil, o doador deve entrar em contato com atendimento@bsocial.com.br 

O FUNDO tem gerenciamento financeiro da SITAWI, uma organização social de interesse público (OSCIP) pioneira no desenvolvimento de soluções financeiras para impacto social. Ela é responsável por operacionalizar o FUNDO e também receber as doações. 

Grupo instituidor do Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil 

IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social 

“O Brasil e os brasileiros precisam de todos. Temos visto exemplos maravilhosos de solidariedade no combate à pandemia e agora oferecemos um caminho seguro àqueles que desejam contribuir para fortalecer nossa rede de Saúde” explica Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS. 

Movimento Bem Maior 

“Estamos vivendo uma crise singular e nosso sistema de saúde precisará de toda ajuda para enfrentá-la. Em momentos como esse, a responsabilidade de contribuir passa a ser de todos, sobretudo dos mais afortunados, afinal, se o sistema de saúde colapsar, o país todo vem junto”, afirma Carola Matarazzo, CEO do Movimento Bem Maior. 

BSocial 

“A BSocial é um canal de captação facilitador, uma ferramenta que permite que o usuário faça uma doação de forma rápida, fácil e segura. Acessando a plataforma e clicando no link que leva ao Fundo Emergencial para a Saúde, o doador escolhe o valor, a forma de pagamento e finaliza a sua doação. A plataforma envia o recurso diretamente para a conta do fundo”, explica Maria Eugênia Duva Gullo, cofundadora da plataforma. 

Parceiros Institucionais: Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), PLKC Advogados e Synergos  

Parceiros Operacionais:  SITAWI e Umbigo do Mundo 

Apoiadores: ABRAINC – Associação Brasileira de Incorporadores, APF – Associação Paulista de Fundações, Blend Inspire, Editora Mol, Harvard Alumni Club of Brazil, Instituto Apontar, Instituto Akatu, Instituto Doar, Instituto Vladimir Herzog, Movimento Arredondar, SindusCon-SP, Secovi-SP Tozzini Freire Advogados e WINGS – Worldwide Initiative for Grantmaker Support

Conselho Técnico: Dr. Marcos Kisil, Dr. José Antônio de Lima e Dr. José Luiz Setúbal 

Assessorias de Imprensa: 

IDIS – Ana Moretto (4 Press) / anamoretto@4pressnews.com.br / (11) 97300-8584  

Bem Maior – Sheila Brasil / comunicacao@centraldeinovacao.com.br / (11) 99333-0528  

BSocial – Viviane Pereira / vpimprensa@gmail.com / (11) 97667-1933  

CHAMADO À COMUNIDADE FILANTRÓPICA: Fundo Emergencial para a Saúde Coronavírus – Brasil

CARTA ABERTA 

CHAMADO À COMUNIDADE FILANTRÓPICA 

Organizações de promoção à filantropia convocam investidores sociais brasileiros a doarem para o fortalecimento do sistema de saúde do País 

  

Considerando a gravidade do momento que atravessamos e a necessidade urgente de fortalecimento da rede pública de saúde, o IDIS Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, o Movimento Bem Maior e a BSocial, todas organizações da sociedade civil dedicadas à promoção da cultura de doação, em parceria com o GIFE, Grupo de Institutos, Fundações e Empresas, a PLKC Advogados o Synergos, vêm a público fazer um chamado à comunidade filantrópica brasileira.   

O Brasil conta com o SUS, o maior sistema universal de saúde pública do mundo. Um terço dos leitos dessa rede está instalado em hospitais beneficentes e, em 906 municípios, o atendimento público de saúde é feito exclusivamente por hospitais dessa natureza. Hoje, eles respondem por cerca de 65% de todas as internações de alta complexidade, de acordo com dados da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB).  

Esta rede, assim como as demais no mundo, não está pronta para a demanda que virá com o aumento de casos de Coronavírus, e precisa urgentemente de recursos.   

Por isso, nos reunimos e criamos um caminho rápido, fácil e confiável de fazer com que os recursos financeiros cheguem a hospitais beneficentes e laboratórios de pesquisa. Estruturamos o ‘Fundo Emergencial para a Saúde Coronavírus – Brasil’, que receberá doações e as encaminhará às entidades que estão na linha de frente do combate à pandemia.  

Em um primeiro momento, os recursos serão destinados às seguintes instituições, mas outras podem ser agregadas posteriormente.  

  1. Fiocruz 
  2. Hospital das Clínicas de São Paulo 
  3. Santa Casa de São Paulo 
  4. Comunitas (organização que está adquirindo respiradores para serem doados aos hospitais do SUS) 

Estamos em conversações avançadas com a Fiocruz.  

O Fundo estará sob a gestão financeira da SITAWI, que responderá pela transparência e accountability das operações.  

Convocamos a comunidade filantrópica brasileira a doar para este Fundo ou para outras campanhas de apoio ao sistema de saúde! 

DOE AQUI 

Contamos com a contribuição de todos.  

// Grupo Instituidor: IDIS, BSocial, Movimento Bem Maior 

  • IDIS: OSCIP fundada há 20 anos com o objetivo de promover e ampliar a filantropia e investimento social no Brasil e torná-los mais estratégicos. Dialoga com filantropos familiares e corporativos. 
  • Movimento Bem Maior: Fundado em 2018, o Movimento Bem Maior, é uma organização social apartidária, sem fins lucrativos, que tem como objetivo dobrar o volume de doações realizadas no país dentro dos próximos 10 anos, com o desafio de fomentar o investimento social privado, visando desenvolver e fortalecer o terceiro setor e a Cultura de Colaboração no país.
  • BSocial: plataforma de doação para terceiro setor com propósito de ampliar a Cultura de doação no Brasil 

// Parceiros Institucionais: Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), PLKC Advogados e Synergos  

// Parceiros Operacionais:  SITAWI e Umbigo do Mundo 

// Apoiadores: ABRAINC – Associação Brasileira de Incorporadores, APF – Associação Paulista de Fundações, Blend Inspire, Editora Mol, Harvard Alumni Club of Brazil, Instituto Apontar, Instituto Akatu, Instituto Doar, Instituto Vladimir Herzog, Movimento ArredondarSindusCon-SP, Secovi-SP Tozzini Freire Advogados e WINGS – Worldwide Initiative for Grantmaker Support 

// Conselho Técnico: Dr. Marcos Kisil, Dr. José Antônio de Lima e Dr. José Luiz Setúbal 

EQUIPE DO IDIS EM TRABALHO REMOTO

Comunicamos a equipe do IDIS está trabalhando remotamente, até que o retorno ao escritório não represente mais risco para a saúde de seus funcionários e da comunidade.

Estamos nos adequando às recomendações da Organização Mundial da Saúde, e nos esforçando para manter o ritmo previsto das atividades.

Nossos canais de comunicação estão ativos – emails, telefone fixo (11 3037-8212), além de celulares e Whatsapp de nossos profissionais. Seguimos disponíveis para reuniões via plataformas digitais e pretendemos cumprir, dentro do possível, todos nossos compromissos já agendados.

Esperamos que esse período de exceção seja breve para que todos possamos voltar à normalidade, com o mínimo de prejuízo para nossa sociedade e nosso País.

Estamos também nos mobilizando para apoiar movimentos e projetos que possam ajudar o Brasil neste momento tão difícil.

Contamos com a compreensão de todos.

IDIS incentiva doações para hospitais filantrópicos e Santas Casas em tempos de coronavirus

Assistimos em março ao crescimento de casos do coronavirus no Brasil e a previsão da comunidade médica é de aumentos exponenciais nas próximas semanas. Trata-se de uma crise que deverá ser combatida por todos os setores da sociedade. Ao redor do mundo, a pandemia tem sensibilizando o setor filantrópico. Marcas famosas como Giorgio Armani, Versace, artistas como Justin Bieber, e milionários como Bill e Melinda Gates estão doando quantias significativas, seja para estudos de vacina, seja para ajudar hospitais e instituições de saúde, principalmente na Itália. A tendência é que essas iniciativas mobilizem outras pessoas a fazerem o mesmo, ainda que com valores bem menores.

“Essa postura é comum em momentos de crises agudas”, aponta a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani. O World Giving Index, que ranqueia os países de acordo com o nível de solidariedade de suas populações, divulgado anualmente pelo IDIS, retrata bem esse comportamento – nota-se que desastres e adversidades inspiram atos de generosidade. A população como um todo desperta para a solidariedade em momentos de dificuldade. “O rompimento da barragem em Brumadinho (MG), por exemplo, provocou um efeito semelhante no início de 2019, assim como as queimadas na Austrália. Essa postura  já está se repetindo em alguns países do mundo em função do surto de coronavírus”, explica a presidente do IDIS. No Brasil, os hospitais filantrópicos e as Santas Casas de Misericórdia são um braço importante do Sistema Único de Saúde (SUS). Esta é uma rede fundamental, mas que está em dificuldades e doações podem ser decisivas neste momento. De acordo com a Pesquisa Doação Brasil, desenvolvida pelo IDIS, a Saúde é a causa que mais sensibiliza as pessoas para doação. “O desafio é fazer com que essa solidariedade permaneça atuante, sem a necessidade de tragédias.”, completa Fabiani.

O posicionamento do IDIS em relação ao tema integrou matérias publicada pela Revista Exame em 13 de março de 2020.

IDIS busca coordenador de ativação e parcerias para fortalecer cultura de doação

Em dezembro de 2018, nasceu o Descubra Sua Causa. Com o objetivo de fortalecer a Cultura de Doação no Brasil, o IDIS lançou esta campanha na qual, com um teste leve e divertido, estimulamos  as pessoas a refletirem e se conectarem às causas com as quais mais se identificam, fazendo doações, trabalho voluntário ou se informando mais sobre elas. Esta jornada foi possível com o envolvimento de parceiros e financiadores. A sociedade foi engajada por meio de comunicação online e offline, e um amplo trabalho junto à imprensa vem contribuindo para a visibilidade da campanha.

Agora precisamos impulsionar e divulgar ainda mais o Descubra Sua Causa, e garantir sua sustentabilidade financeira. Para isso, estamos buscando um profissional para o núcleo de comunicação do IDIS e coordenar este projeto. Ele/a será responsável pelas melhorias e manutenção da plataforma, pela divulgação da campanha, inclusive propondo e estabelecendo novas parcerias e apoiando as iniciativas de captação de recursos.

Principais atribuições

  • Monitorar o desempenho da campanha
  • Garantir o bom funcionamento da plataforma, indicando melhorias e coordenando os trabalhos de manutenção
  • Realizar a divulgação online e offline da campanha, produzindo estratégias e peças
  • Conduzir campanhas de Google Ad e Facebook Ad
  • Elaborar ações com influenciadores
  • Estabelecer novas parcerias para viabilizar e aumentar a divulgação, e gerir as parcerias já existentes
  • Apoiar a área de captação de recursos nas atividades voltadas para a campanha
  • Produzir documentos e relatórios sobre o desempenho da campanha para subsidiar parcerias e captação de recursos

Formação e experiência

Formação superior completa. Conhecimentos no campo da comunicação digital (redes sociais e anúncios em plataformas digitais). Experiência em relações públicas e/ou captação de recursos e/ou gestão de relacionamentos. Paixão por causas e interesse em atuar no Terceiro Setor.

Competências

  • Visão estratégica, habilidade para realizar ‘networking’ com pessoas e instituições que agregam valor à campanha;
  • Visão lógica, capacidade de compreender o funcionamento de plataformas digitais. Experiência em Google Analytics.
  • Domínio das redes sociais, Google AdWords e FacebookAds.
  • Boa comunicação e redação.
  • Inglês fluente será considerado um diferencial.

Localização: São Paulo

Contato: comunicacao@idis.org.br

Prazo para envio de currículos: 18 de março de 2020

Colégio Santo Américo leva Descubra sua Causa para sala de aula

A turma é composta por trinta alunos, de todas as séries do Ensino Médio, que escolheram cursar, neste ano, a cadeira eletiva ‘Solidariedade em Ação’.

“É a eletiva mais procurada no colégio. Foram 150 inscrições para as 30 vagas abertas”, conta Thiago Dianezi, um dos professores responsáveis pela matéria.

A declaração mostra a disposição dos jovens para a atuação solidária. Inspirados pelo engajamento dos alunos, os professores decidiram aplicar o teste Descubra sua Causa para orientar as atividades da turma.

Na terça-feira, dia 18 de fevereiro, Andréa Wolffenbüttel, diretora de Comunicação do IDIS, foi até o Colégio Santo Américo, no Morumbi, zona sul de São Paulo, para dar uma aula sobre cultura de doação, explicando para os estudantes o poder transformador da doação e seu efeito positivo sobre o doador e a sociedade.

Os adolescentes se entusiasmaram na hora de fazer o teste, debateram algumas questões e ficaram curiosos sobre os personagens que aparecem no resultado.

A causa campeã da sala foi a preservação do meio ambiente e a defesa dos animais.

Agora, os alunos vão pesquisar sobre essas causas e escolher uma das ONGs apresentadas no resultado do teste para receber o apoio da turma do Santo Américo.

“O colégio Santo Américo está de parabéns por oferecer esta matéria eletiva e por aproveitar o ambiente de aprendizado para estimular a solidariedade e o altruísmo proativo entre seus estudantes”, conclui Andréa.

Um grupo em busca de soluções para os desafios da filantropia em países em desenvolvimento

No começo de fevereiro, cinco CEO´s dos escritórios da Charities Aid Foundation (CAF) em países em desenvolvimento se reuniram em Johanesburgo para discutir como unir suas experiências e habilidades para aumentar seu potencial de impacto na filantropia global.

Como o IDIS é o representante da CAF no Brasil, nossa presidente, Paula Fabiani, participou do encontro. Ela estava acompanhada por Meenakshi Batra, da CAF Índia, Masha Chertok, da CAF Rússia, Basak Ersen da Tusev da Turquia, recém-chegado ao grupo, e a anfitriã, Gill Bates, da CAF África do Sul. Os debates foram coordenados por Michael Mapstone e Sameera Mehra, da equipe da CAF Global Alliance baseados em Londres na CAF UK.

Primeiramente, eles identificaram alguns desafios comuns aos promotores da filantropia nas economias em desenvolvimento.

DESAFIOS COMUNS

• Crescimento da desigualdade
• Aumento da interferência governamental no Terceiro Setor
• Politização e polarização da sociedade civil
• Falta de marcos regulatórios que incentivem a filantropia
• Desconfiança no Terceiro Setor
• Falta de novas lideranças
• Gap entre gerações

Esses são obstáculos grandes e, alguns deles, antigos, mas o grupo também encontrou oportunidades presentes em todos os países.

OPORTUNIDADES COMUNS

• Aumento das doações na classe média
• Novos mecanismos de doação
• Aumento dos recursos focados em transformações sociais no campo dos investimentos de impacto
• Crescimento do engajamento cívico
• Empresas mais interessadas em adotar causas
• Pressão provocada pelas mudanças climáticas

A partir das oportunidades tão promissoras, foi criado o Fast Growing Economies Group (FGE Group), que propõe a buscar soluções conjuntas para promover a cultura de doação no mundo.

“Partilhar experiências de países tão diferentes é sempre inspirador. Muitos problemas são comuns, mas a maneiras de enfrentá-los são diversas. As combinações de possibilidades trazem esperança de que existem caminhos promissores para o aumento da cultura de doação em escala global”, avalia Paula Fabiani.

O compromisso final do encontro, durante o qual foram lançados relatórios com pesquisas sobre a prática da doação na África do Sul, Uganda, Tanzânia e Quênia, foi de desenvolver em conjunto pesquisas, criar um movimento global para a promoção da cultura de doação e buscar novos países e organizações que possam completar e potencializar o impacto global do FGE Group!

Em parceria com o BNDES, livro sobre Fundos Patrimoniais é lançado no Rio de Janeiro

Com a casa cheia, realizamos o lançamento do livro FUNDOS PATRIMONIAIS FILANTRÓPICOS: SUSTENTABILIDADE PARA CAUSAS E ORGANIZAÇÕES, no Rio de Janeiro. No evento, que contou com a parceria do BNDES, os autores Paula Fabiani e Andrea Hanai, do IDIS, Priscila Pasqualin (PLKC Advogados) e Ricardo Levisky (Levisky Legado) dividiram o palco com Gustavo Montezano, presidente dos BNDES, Luciane Gorgulho, Fabricio Brollo e Izabela Algantri, também do BNDES e articulistas do livro. O debate contemplou o histórico dos Fundos Patrimoniais no Brasil, a experiência dos Fóruns de Endowments Culturais, aspectos jurídicos dos Fundos Patrimoniais, oportunidades em processos de privatização e concessões, além de uma sessão específica sobre a atuação do BNDES junto ao tema. Em sua fala, Montezano, reafirmou o compromisso do Banco na promoção de Fundos Patrimoniais, sendo este um mecanismo capaz de gerar mais desenvolvimento e contribuir para a preservação ambiental e para reduzir a desigualdade financeira no país. Confira aqui o álbum de fotos.

Em janeiro de 2019, foi sancionada a Lei 13.800/19, um marco para a evolução dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil, daí a urgência e importância dos aprofundamentos propostos. A legislação brasileira para os Fundos Patrimoniais Filantrópicos é bastante robusta, exigindo regras claras de gestão e governança para o uso dos recursos em projetos e organizações. “A Lei criou um arcabouço legal capaz de atrair doações de longo prazo, trouxe segurança jurídica aos doadores e, de modo geral, isso tudo vem sendo analisado atentamente pelas organizações”, explica a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani.

Desde 2012 o IDIS lidera um importante debate sobre a regulamentação dos endowments no Brasil, mecanismo que tem se mostrado, há décadas, exitoso para mobilizar recursos filantrópicos em países como Estados Unidos, França Inglaterra e Índia. Em 2018 lançou a Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, um grupo multissetorial que exerceu papel fundamental na articulação entre sociedade civil e governo, que levou à aprovação da Lei.

Na publicação, são debatidos aspectos jurídicos, regulamentação e gestão, além de captação de recursos e o potencial para preservação de legados.  O conteúdo está disponível para download aqui.

O que o relatório OXFAM 2019 tem a dizer para famílias filantropas brasileiras?

Por Ruth Goldberg*

O ‘Tempo de Cuidar, relatório da OXFAM Internacional, divulgado em paralelo ao Fórum Econômico de Davos em janeiro de 2020, conseguiu, novamente, chocar o mundo. Ele destaca o grande fosso que existe no mundo em termos de distribuição de riqueza (em 2019, os bilionários do mundo que somam apenas 2.153 pessoas, detinham juntos mais riqueza do que 4,6 bilhões de pessoas) e os desafios ligados aos extremos de riqueza que coexistem com uma enorme pobreza, com foco no trabalho de cuidado (não remunerado, mal pago e realizado por mulheres e meninas em todo o mundo), que perpetua as desigualdades de gênero e econômica em praticamente todos os países. Ele chama a atenção sobre o modelo vigente, que, a despeito de todos os esforços, continua produzindo desigualdades e injustiças. Mas mudando o ponto de vista e tentando enxergar do lado daqueles que têm mais recursos, o relatório pode servir como excelente guia para ajudar numa tomada de decisão.

Um dos maiores dilemas a serem vencidos por indivíduos e famílias que querem contribuir com a solução dos problemas brasileiros investindo em projetos socioambientais é a definição da causa ou das causas para a sua atuação. Seja atuando apenas como doadores (os chamados grantmakers), ou como operadores diretos dos projetos, a escolha da área de atuação é sempre muito complexa e polêmica.

Entre as razões para essa dificuldade, podemos destacar o uso da lógica racional em contraponto com a emoção, decorrente sobretudo do diálogo intergeracional nas famílias, a necessidade de alinhamento e visão de futuro entre seus membros e por fim, a escassa fonte de dados e informações que garantam uma atuação mais eficaz e alinhada com desafios de longo prazo.

Tendo em vista a importância do trabalho de cuidado (relacionado à atenção às crianças, idosos, pessoas com doenças e deficiências físicas e mentais, trabalhos domésticos), tão essencial para nossas sociedades e portanto para o Brasil, o relatório apresenta soluções estratégicas para reversão deste quadro, baseadas principalmente em ações conjuntas, integradas entre sociedade civil e governos, que abrangem o desenvolvimento de sistemas de cuidado, ações de redistribuição, serviços gratuitos e alteração nas políticas de tributação.

Estudo desenvolvido em 2019 pelo Founders Pledge (www.founderspledge.com), com apoio do PAF – Philantropy Advisory Fellowship para uma organização filantrópica familiar brasileira, pautado na lógica de otimizar o investimento filantrópico versus o impacto social, utilizou um modelo baseado em evidências para elencar áreas de atuação prioritárias que garantam maior eficácia no investimento social no Brasil para os próximos 30-50 anos. Elencou uma lista de nove áreas de intervenção para geração de relevante impacto no Brasil: eficácia em programas governamentais, doenças do envelhecimento, inclusão produtiva, saúde mental, violência interpessoal, política fiscal, primeira infância, eficiência energética e energia limpa e saneamento.

Os atores da filantropia familiar (investidores sociais individuais ou famílias) têm que lidar com uma realidade social muito complexa e com uma variedade enorme de possibilidades (e necessidades) para intervenção. Qualquer que seja a área de atuação escolhida para o investimento social feito por indivíduos ou famílias, as transformações mais estruturantes e necessárias só se darão se houver uma forte articulação entre sociedade civil e governos, alianças e parcerias locais, nacionais e internacionais, adoção de critérios de eficiência, eficácia e efetividade e potente trabalho de advocacy em nome das diversas causas.

Para aqueles interessados em saber um pouco sobre como começar uma atividade filantropa em família, recomendo a leitura da folheto ‘Seu Roteiro para a Filantropia’, publicado pela Rockefeller Philanthropy Advisors e traduzido e publicado em português pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

* Ruth Goldberg é Consultora Associada do IDIS Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

Artigo originalmente publicado em 19/02/20, no Blog do Fausto Macedo, no Estadão

Oportunidade para Diretor Executivo em Instituto familiar no Rio de Janeiro

O IDIS está apoiando um de seus parceiros a encontrar um profissional para compor sua equipe. Trata-se de um Instituto familiar com foco em educação básica e assistência a público em situação de vulnerabilidade social. Sua atuação tem como base o fortalecimento de organizações (grantmaking), agindo como financiador de projetos e programas já existentes e promovendo a ampliação de seu alcance.

A organização, localizada na cidade do Rio de Janeiro, está em busca de um Diretor Executivo que se dedique integralmente à gestão do Instituto e seu aperfeiçoamento institucional, e cujas funções incluem: representação institucional, suporte técnico à seleção de organizações para apoio, monitoramento, entre outras responsabilidades administrativas.

O IDIS será responsável pela condução do processo de seleção e pela escolha dos três candidatos finalistas, sendo a decisão final uma escolha da organização contratante. O nome do Instituto será revelado aos candidatos selecionados durante a entrevista.

Objetivos

O candidato será responsável pela gestão do Instituto e interlocução com seu Conselho. Além disso, responderá pela estratégia, seleção, monitoramento e avaliação dos projetos, programas e organizações apoiados, garantindo o cumprimento do escopo acordado e auxiliando-os em seu desenvolvimento.

Deverá, ainda, participar das discussões internas e externas a respeito das decisões estratégicas do Instituto, contribuindo para seu desenvolvimento dentro do setor, apoiando os relacionamentos institucionais e consolidando parcerias.

Principais atribuições e responsabilidades

  • Executar o plano de ação para criação e crescimento do Instituto
  • Elaborar o planejamento estratégico anual para aprovação pelo Conselho
  • Estudar e compreender a estratégia de atuação dos projetos e organizações atualmente apoiados pelo Instituto
  • Apoiar o processo de validação e seleção de novas potenciais organizações a serem apoiadas pelo Instituto
  • Elaborar editais e gerir o processo seletivo de organizações
  • Criar e manter os processos internos de prestação de contas, monitoramento e avaliação de impacto dos projetos apoiados, alertando para desvios ou riscos não previstos e mensurando a efetividade dos projetos apoiados para o alcance dos objetivos estratégicos do Instituto
  • Contratação de serviços técnicos especializados (consultorias, pareceres, etc.)
  • Participar de reuniões periódicas da equipe, direção e estrutura de governança do Instituto com o objetivo de manter o alinhamento com seu planejamento estratégico e missão, realizando a prestação de contas ante seu Conselho
  • Promover o desenvolvimento, aprendizagem e compartilhamento de conhecimento técnico na sua área de atuação com a equipe do Instituto para aprimorar a performance individual e coletiva do time
  • Gestão cotidiana do Instituto e de seu staff técnico
  • Representar o Instituto em eventos e reuniões, sempre que necessário
  • Zelar pela ética e valores institucionais

Requisitos

Instrução e Experiência

  • Formação superior completa
  • Mais de 10 anos de experiência profissional e no mínimo 3 anos na área de Investimento Social
  • Experiência com relacionamento institucional e interlocução com organizações da sociedade civil, empresários e governo

Conhecimentos específicos

  • Conhecimento de estratégias de investimento social privado, preferencialmente com foco em Educação e Assistência Social à população em situação de vulnerabilidade
  • Habilidades comportamentais para conduzir o relacionamento com o Conselho do Instituto, bem como com as organizações apoiadas financeiramente, parceiros e outros financiadores do setor
  • Conhecimento em Monitoramento e Avaliação de Impacto de projetos e programas sociais
  • Informática em nível avançado
  • Inglês fluente
  • Disponibilidade para viagens e visitas de campo a projetos sociais

Competências:

  • Iniciativa, capacidade de execução e solução de problemas, liderança, planejamento, organização, empreendedorismo, foco em resultados, relacionamento interpessoal e habilidade de gestão de pessoas e recursos

Orientações para participação no processo seletivo:

  • Enviar um e-mail com o título “Oportunidade de contratação em Parceiro do IDIS (Dir.Executivo)”
  • Anexar seu CV
  • Incluir as seguintes informações no corpo do e-mail: disponibilidade para início e para trabalho no Rio de Janeiro, pretensão salarial e a justificativa sobre seu interesse nesta oportunidade
  • Endereço para envio: fgroba@idis.org.br
  • Data limite: 06/03/2020

Oportunidade para Consultores Independentes em Investimento Social

O IDIS atua em projetos de consultoria voltados para empresas, famílias, institutos, fundações e outras organizações da sociedade civil que enfrentam desafios em sua atuação de Investimento Social Privado. Por meio dos projetos da consultoria, apoiamos o investidor social e as organizações que executam projetos e programas sociais a tomarem decisões estratégicas e a ampliarem o impacto de suas iniciativas.

Em muitas situações, buscamos consultores independentes para atuar de forma integrada com a equipe do IDIS para compor as equipes de projeto. Para isso, precisamos contar com profissionais experientes e comprometidos que trabalhem de forma colaborativa, criativa e com foco em resultados.

No momento, buscamos consultores independentes que estejam capacitados para trabalhar em projetos de:

  • Planejamento estratégico
  • Estudos de mensuração e avaliação de impacto social de projetos e programas
  • Estudos de campo (diagnóstico e mapeamento local, mobilização, pesquisa qualitativa e outros)

Principais Atribuições e Responsabilidades

  • Participar do planejamento do projeto e detalhamento das atividades a serem realizadas, bem como da divisão de papéis e responsabilidades entre a equipe do projeto;
  • Se reunir com a equipe do projeto de IDIS sempre que solicitado para acompanhamento do andamento do projeto e para discussões e decisões a respeito do escopo das atividades;
  • Se reunir com os clientes do IDIS sempre que solicitado para apresentação intermediárias e finais das etapas do projeto e para processos de trabalho colaborativo relacionados ao projeto;
  • Contribuir para o seguimento do cronograma do projeto, respeitando os prazos e zelando pela qualidade dos produtos a serem entregues, alertando para desvios ou riscos não previstos;
  • Zelar pela ética e valores institucionais do IDIS.

Requisitos do Cargo

Experiência:

Formação superior e experiência anterior mínima de 3 (três) anos atuando em gestão de projetos especificamente ligados á área de Investimento Social Privado nas áreas de interesse detalhadas neste anúncio:

  • Planejamento estratégico
  • Estudos de mensuração e avaliação de impacto social de projetos e programas
  • Estudos de campo (diagnóstico e mapeamento local, mobilização, pesquisa qualitativa e outros)

Competências:

Planejamento, organização, flexibilidade, capacidade analítica, relacionamento interpessoal e visão estratégica e sistêmica.

Enviar CV via e-mail para: raltemani@idis.org.br com o assunto Consultor de Projetos de Investimento Social, explicitando a razão de seu interesse nesta oportunidade e o tipo de projeto no qual possui experiência anterior.

‘Ousar para Avançar’ é o tema do Festival ABCR 2020

Com expectativa de reunir 800 participantes, o Festival ABCR 2020, será realizado nos dias 28, 29 e 30 de junho, em São Paulo. Estão planejadas para esta edição 42 sessões paralelas, 6 mesas de debate, 6 masterclasses, 3 plenárias e sessões magnas, além da participação de especialistas nacionais e internacionais, representantes de entidades e empresas, e uma exposição com a participação de organizações com atuação no setor. As inscrições já estão abertas. “Estamos empolgados com a edição 2020 e a nossa expectativa é manter todos os diferenciais do Festival 2019, que superou todas as nossas expectativas, se consagrando como a maior edição de todas já realizadas, com destaque para o recorde de público de 800 participantes, além da presença de mais de 100 palestrantes nacionais e internacionais. Um dos pontos de grande relevância do evento e que será mantido em 2020 está relacionado aos temas abordados e a profundidade dos conteúdos e debates, demonstrando o amadurecimento desse setor nos últimos anos e que tem relação direta com o trabalho conjunto que a ABCR vem realizando nos seus 20 anos de atuação”, enfatiza o diretor executivo da ABCR, João Paulo Vergueiro.

O FABCR tem o objetivo de debater e trocar conhecimento sobre como mobilizar mais recursos para as organizações da sociedade civil e as causas e o IDIS é um dos parceiros da iniciativa. “Um de nossos focos de atuação é a produção de conhecimento e a contribuição para o avanço de nosso setor. O Festival tem se firmado como um evento que contribui para a sustentabilidade de nosso campo e ficamos muito felizes em participar como parceiros.” comenta Andrea Wolffenbuttel, Diretora da Comunicação do IDIS.

O tema da 12ª edição, Ousar para Avançar, faz referência à atuação da ABCR no país que, nas duas décadas de trabalho junto aos diferentes públicos, vem promovendo ações fundamentais com foco na sustentabilidade do Terceiro Setor e desenvolvimento da captação de recursos das organizações da sociedade civil. As ações e projetos desenvolvidos pela organização são na área de Conhecimento (boletim enviado para mais de 40 mil pessoas), Advocacy (Marco Bancário da Doação e Dia de Doar) e Desenvolvimento Profissional (Cursos e o Festival).

DATA: 28 a 30 de junho de 2020

LOCAL: Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo.

INSCRIÇÕES: https://festivalabcr.org.br/inscricoes/

 

Sobre o Festival ABCR

Com expectativa de reunir 800 participantes, o Festival ABCR 2020, maior conferência de captação de recursos da América Latina e uma das principais no mundo, será realizado nos dias 28, 29 e 30 de junho, em São Paulo. Iniciativa da ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos, o evento conta com organização da Sator e tem o objetivo de debater e trocar conhecimento sobre como mobilizar mais recursos para as organizações da sociedade civil e as causas. o objetivo de debater e trocar conhecimento sobre como mobilizar mais recursos para as organizações da sociedade civil e as causas.

 

IDIS busca coordenador Administrativo Financeiro

A equipe administrativa financeira do IDIS busca coordenador, que  irá contribuir para a gestão dos recursos financeiros e humanos da organização, de forma alinhada com nossos objetivos, políticas e diretrizes e apoiando a diretoria com levantamentos financeiros para tomadas de decisão relacionadas à sustentabilidade da organização.

Principais Atribuições e Responsabilidades

  • Administrar os recursos humanos e financeiros do IDIS, assegurando que eles sejam geridos em conformidade com nossa missão, visão e objetivos estratégicos.
  • Dar suporte para as decisões da diretoria em relação à gestão administrativa e financeira, propondo estratégias, ajustes e melhorias, e controles internos.
  • Monitorar, gerir e acompanhar os resultados operacionais do IDIS, reportando-os por meio de relatórios gerenciais periódicos que demonstrem a eficácia da aplicação de recursos, a sustentabilidade do IDIS e alertando para desvios ou riscos não previstos.
  • Implantar e gerenciar os sistemas contábeis e financeiros.
  • Acompanhar e gerenciar o relacionamento com assessoria contábil e prestadores de serviços externos (consultores, fornecedores).
  • Coordenar o processo de compras de mercadorias e serviços.
  • Apoiar a formalização de contratos junto a clientes, fornecedores, funcionários e parceiros do IDIS.
  • Dar suporte para o processo anual de auditoria independente zelando pela boa condução da análise e emissão de pareceres.
  • Assegurar a efetividade das políticas e dos processos administrativos promovendo mudanças e melhorias sempre que necessário.
  • Apoiar a preparação de reuniões dos Conselhos previstos em Estatuto Social, providenciando o edital de convocação aos membros, elaborando material de apresentação e, posteriormente, preparando minutas das atas de reunião e providências para seu registro em cartório.

Requisitos do Cargo 

Instrução e Experiência:

Formação superior em Administração de Empresas, Economia, Ciências Contábeis, ou demais cursos correlatos e experiência anterior mínima de 3 (três) anos atuando em gestão administrativa-financeira, com alguma experiência em organizações de terceiro setor.

Conhecimentos específicos:

Conhecimentos avançados de Excel e nível avançado no idioma inglês.

Competências:

Planejamento, organização, capacidade analítica, relacionamento interpessoal e visão estratégica e sistêmica.

Enviar CV via e-mail para: raltemani@idis.org.br com o assunto Financeiro IDIS até 21 de fevereiro.

É hora de enfrentar a desigualdade crescente

Por André Rodrigues de Lara*

Vivemos em um mundo extremamente desigual, que vem aprofundando essa desigualdade ano após ano, o que comprova que o sistema econômico e fiscal vigente está estruturado para elevar a concentração de renda. O relatório “Tempo de Cuidar” da Oxfam, organização da sociedade civil que atua no combate à desigualdade, pobreza e injustiça social, lançado às vésperas do Fórum Econômico Mundial deste ano, trás dados estarrecedores da desigualdade no mundo. Em 2019, apenas 2.153 indivíduos mais ricos do mundo detinham mais riqueza que 4,6 bilhões de pessoas. Os 22 homens mais ricos do mundo detêm mais riquezas que todas as mulheres que vivem na África. Se todas as pessoas do mundo empilhassem seus recursos financeiros em notas de 100 dólares e sentassem em cima, a maior parte da humanidade ficaria sentada no nível do chão, as pessoas de classe média de um país rico ficariam sentadas no nível de uma cadeira enquanto os dois homens mais ricos do mundo estariam sentados além da estratosfera, no espaço sideral. Embora todos essas comparações sejam alarmantes, o dado que mais me impressionou foi que o valor monetário global do trabalho de cuidado não remunerado prestado em sua maioria por meninas, adolescentes e mulheres é de pelo menos US$10,8 trilhões por ano, isso significa que se essa riqueza fosse gerada por um país seria a terceira maior economia do mundo, bem perto do PIB chinês. Esse montante não pago a essas mulheres e meninas sustenta parte da economia mundial e a maior parte dessa fatia está indo para os mais ricos. São mais de 12,5 bilhões de horas de cuidados diárias em tarefas como cozinhar, limpar, buscar água e lenha, cuidar de idosos, outras crianças ou parentes debilitados entre outras atividades que são essenciais.

Esse cenário de desigualdades vem se aprofundando ao longo dos anos e cada ente da sociedade (indivíduos, organizações, empresas e governo) tem seu papel no combate a esta situação. Um primeiro passo é ampliar a consciência, entender o que está acontecendo, como esse mecanismo está estruturado e os impactos que essa desigualdade profunda trás, e trará cada vez mais, para o mundo e consequentemente para si e para o seu entorno. A partir dessa reflexão, podemos compreender como nossos diferentes papéis – eleitor, consumidor, empregado, empregador ou cidadão – influenciam essa dinâmica, para então traçar um plano para mudar hábitos e atitudes que causem efeitos positivos no mundo que desejamos viver.

A mesma reflexão serve também para empresas e organizações. Ao avaliarem sua estratégia de negócio, sua atuação, sua cadeia de valor, seu entorno, suas relações com o poder público e suas ambições de futuro, devem incluir nessa análise metas claras não mais de mitigação de danos, mas sim de efetivos esforços para causar um impacto positivo, trazendo benefícios para a sociedade. Talvez você se pergunte: “Mas por que uma empresa deve pensar em causar impacto positivo se já gera empregos e paga seus impostos?”, minha pequena contribuição para esclarecer esse questionamento é que além da sua intrínseca responsabilidade social e necessidade de licença social para operar, devemos entender que hoje é uma estratégia de sobrevivência contribuir para um mundo mais equilibrado e justo  ambiental, social e economicamente. Os impactos econômicos da desigualdade e dos desequilíbrios ambientais afetarão as empresas. Os mercados consumidores, mão de obra qualificada, acesso a recursos e insumos e legislações cada vez mais rigorosas são alguns dos fatores ligados à desigualdade e aos impactos ambientais que as empresas terão que lidar. Todos nós temos uma decisão a tomar, que papel queremos ter na solução deste problema? É preciso agir para reduzir a desigualdade.
* André Rodrigues de Lara é Gerente de Projetos no IDIS