O papel do voluntário nas situações emergenciais

Por Leonard de Castro Farah, Capitão BM, cofundador da HUMUS BR, especialista em Redução de Risco e Desastres pela ONU e UNESCO.

Não se trata de você! Atualmente, estamos vivenciando um processo intenso de desastres relacionados a eventos naturais extremos no Brasil. Fortes chuvas, grandes deslizamentos, rupturas de barragens, muitas vezes associadas a pequenos sismos, grandes incêndios florestais. Todos esses eventos estão cada vez mais frequentes e preocupam muito a todos da sociedade, já que eles, assim como um vírus, não escolhem quem vão atingir.

Recentemente, vimos em Petrópolis uma cidade inteira ser devastada por um dia de chuva forte. E não foi só o morador em situação de risco que foi atingido: foi toda uma sociedade. 

O grande problema começa após a eclosão. O caos se instala! É inerente ao ser humano querer ajudar, a vontade de fazer algo, de partir para a ação, que parece, num primeiro momento, ser o melhor a ser feito, tem consequências desastrosas. O Sr. João sai da sua casa em seu carro e, sem saber das necessidades, recolhe roupas usadas, alguns quilos de alimento não perecíveis, produtos de higiene e vai para a cidade.

Chegando na cidade devastada, após percorrer vários quilômetros, tem que abastecer. Vai para um hotel e tenta encontrar um restaurante para comer algo. Quase todos fechados, pois os que não foram atingidos diretamente pelo evento não abriram, já que seus funcionários morreram, estão desaparecidos ou não foram trabalhar, pois perderam parentes e amigos e estão tentando entender todos os danos causados na cidade. Com fome, ele vai ao supermercado da cidade: poucos estão abertos e ele tenta comprar algo para comer, mas as filas longas das pessoas desesperadas já se formam. Ele fica horas ali para comprar um simples lanche e sai rodando a cidade sem saber onde entregar as doações. 

Não acha nenhum posto de recolhimento e acaba se dirigindo a um quartel de bombeiro ou a um posto policial. Lá, não tem praticamente ninguém, somente uma pessoa para tentar orientar aqueles que chegam. Sem ter estrutura para receber os materiais, ele pede que aquele voluntário deixe as doações ’Naquele canto ali mesmo’.

Está formado o ciclo do Caos. Iguais ao senhor João existem milhares que fazem a mesma coisa, lotando os hotéis, acabando com o combustível da cidade e comprometendo a logística, já que carretas não chegam por conta dos deslizamentos. As pessoas que perderam as casas não têm para onde ir, devido aos hotéis lotados de turistas do caos. Falta abastecimento de água na cidade, o lixo não é recolhido, doenças começam a se proliferar.

As pessoas precisam compreender que não se trata do que você quer fazer, mas, sim, do que a cidade precisa. Muitas vezes, a logística para se encher um carro com água e levar até uma cidade a 500 km de distância é muito mais prejudicial do que se você doasse o valor do combustível para uma instituição que você confia.

As ações de doações podem, sim, atrapalhar. Imagine toneladas de roupas espalhadas sem organização alguma, sujas e ficando num canto qualquer. Não adianta recolher os alimentos em um local se você não tem como fazer o escoamento para onde precisa.

O voluntário precisa entender qual é o seu papel no ciclo do desastre e onde está a lacuna que ele pode preencher. O caos se dá pelo fato de que a oferta de produtos é menor do que a demanda ou porque os produtos não chegam e os sistemas de fornecimento de insumos básicos são interrompidos ou porque há um crescimento vertiginoso das pessoas no local. Isso, por exemplo, é o que acontece com a questão dos refugiados.

Portanto, ajudar em um desastre requer qualificação, treinamento e, acima de tudo, um entendimento do que deve ser feito em todas as etapas de resposta, reconstrução, preparação e capacitação.

Por mais que tenhamos receio de doar quantias em dinheiro, temos que refletir que instituições sérias irão utilizar esses recursos da melhor maneira para socorrer quem precisa.

O voluntariado no Brasil para situações de desastres ainda é muito incipiente e se resume à doação de cestas básicas, geladeiras, fogões e outros materiais. As pessoas precisam entender que os eventos naturais continuarão a acontecer e irão, cada vez mais, prejudicar as comunidades vulneráveis. Diminuir a exposição e vulnerabilidade é fundamental. 

Ser voluntário é doar de coração para que a sua ajuda possa fazer a diferença na vida de quem precisa. É colocar em mente que não se trata do que você quer, e sim do que o outro precisa.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

Acesse o site da Pesquisa Voluntariado no Brasil

WGI 2021 mostra as mudanças no mapa de doações no mundo

Pela primeira vez, 5 das principais economias ocidentais saíram do Top 10 dos países
mais generosos. Por outro lado, houve recorde no número de pessoas que ajudaram um desconhecido: mais de 3 bilhões de pessoas.

Acesse a pesquisa completa do World Giving index 2021 gratuitamente clicando aqui.

 

Segundo o World Giving Index (WGI) o país mais generoso em 2021 é a Indonésia, com uma pontuação de 69, acima dos 59 na última vez em que um Índice anual foi publicado em 2018, quando também ficou em primeiro lugar. Mais de oito em cada 10 indonésios doaram dinheiro este ano e a taxa de voluntariado do país é mais de três vezes a média global. Em segundo lugar vieram o Quênia e em terceiro a Nigéria.

 

O Ranking Global de Solidariedade é uma iniciativa da organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. Conduzido desde 2009, já entrevistou mais de 1,6 milhão de pessoas e faz a cada uma delas três perguntas: você ajudou um estranho, doou dinheiro a uma organização social ou fez algum tipo de trabalho voluntário no mês passado? Nesta edição, foram incluídos os dados de 114 países, representando mais de 90% da população adulta global. Foram entrevistadas pessoas acima de 15 anos, nível de confiança da pesquisa é de 95%.

 

A pesquisa deste ano destaca o impacto do lockdown em países que por anos lideraram o ranking da generosidade:  Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Irlanda e Países Baixos tiveram todos uma queda significativa em suas pontuações. Apenas Austrália e Nova Zelândia, onde a pesquisa foi realizada nas semanas anteriores ao início da primeira onda da pandemia, mantiveram-se entre as 10 primeiras colocações.

 

Confira o gráfico dos países mais generosos do mundo. (Fonte: World Giving Index 2021)

 

Um ponto a se destacar em tempos de coronavírus, é o número recorde de pessoas que relataram que ajudaram um desconhecido em 2020. Segundo a CAF, 55% da população adulta do mundo ajudou um desconhecido no ano passado, o equivalente a mais de 3 bilhões de pessoas. Seis dos 10 países que mais se destacaram em relação a esta variável estão localizados na África.

 

Também cresceu o número de pessoas que doaram dinheiro em 2020, atingindo o maior patamar nos últimos cinco anos – 31% -, enquanto os níveis de voluntariado em 2020 permaneceram relativamente inalterados em nível global.

 

Neste ano, o Brasil ficou em 540 lugar no ranking, subindo 14 posições em relação aos dados de 2018 e 20 posições em relação a sua posição média nos últimos 10 anos.

 

Segundo Paula Fabiani, CEO do IDIS “A generosidade no mundo aumentou, em especial nas economias com pessoas em situação de maior vulnerabilidade. Este movimento de cuidar do próximo e realizar doações precisa continuar para enfrentarmos os efeitos perversos da pandemia e acelerar a melhoria do bem-estar de quem mais precisa”.

 

Para Neil Heslop, diretor executivo da CAF, o World Giving Index deste ano revela o potencial não aproveitado de apoio às organizações sociais como resultado do lockdown em todo o mundo, em especial nos países desenvolvidos.

 

Para ele, a generosidade sem dúvida salvou muitas vidas, mas para instituições sem fins lucrativos que dependem de eventos de arrecadação de fundos, de doações espontâneas em dinheiro ou de um exército de voluntários, o fechamento de economias teve um impacto profundo e será duradouro.

 

A CAF ainda destaca no relatório deste ano que ainda há um grande trabalho a ser feito para reconstruir sociedades devastadas pela perda de recursos para as organizações sociais.

DESTAQUES DA EDIÇÃO

  • Vários países subiram no índice e fizeram sua primeira aparição no top 10, incluindo Nigéria, Gana, Uganda e Kosovo – mas embora suas pontuações gerais de doações tenham aumentado um pouco, sua ascensão no Índice foi impulsionada também pelo declínio de outros países.

 

  • Comunidades em todo o mundo se mobilizaram para ajudar os cidadãos conforme a pandemia se instalou, resultando nos maiores números de ‘ajudou a um estranho’ desde que o índice foi lançado pela primeira vez em 2009.

 

  • Mais da metade (55%) dos adultos do mundo – ou 3 bilhões pessoas – relataram ajudar alguém que não conheciam em 2020. O Brasil atingiu seu recorde neste indicador, com 63% de brasileiros ajudando um estranho.

 

  • Da mesma forma, mais pessoas doaram dinheiro em 2020 do que nos últimos cinco anos (31%). O Brasil também teve o seu melhor percentual dos últimos 5 anos com 26% brasileiros doando para uma organização.

 

  • Os níveis de voluntariado em 2020 permaneceram praticamente inalterados em nível global, assim como no Brasil (15%).

 

  • O Japão ocupou o último lugar do WGI, como o país menos generoso do mundo.

 

  • No relatório especial do 10º aniversário do WGI, divulgado em 2019, os Estados Unidos da América foram o país mais generoso do mundo na década anterior e sete das 10 nações mais generosas estavam entre as mais ricas do mundo.

 

Acesse a pesquisa completa do World Giving index 2021 gratuitamente clicando aqui.

 

 

Confira os resultados da Pesquisa Doação Brasil 2020

Promovida pelo IDIS, a Pesquisa Doação Brasil 2020 é o mais amplo estudo sobre a prática da doação individual no País. Os resultados da segunda edição, realizada pelo instituto de pesquisas Ipsos, revelam o impacto da longa crise econômica e da pandemia sobre a doação dos brasileiros. Ao comparar os dados de 2015 com os de 2020, vemos que a doação encolheu no Brasil, em todas as suas formas, desde a doação em dinheiro, até a doação de bens e de tempo (trabalho voluntário).

 

Baixe a publicação completa: bit.ly/doacaobr2020

Visite o site pesquisa: https://pesquisadoacaobrasil.org.br

 

Enquanto em 2015, 77% da população havia feito algum tipo de doação, em 2020, o percentual ficou em 66%. Quando se trata de doação em dinheiro, a proporção caiu de 52% para 41%. E no caso de doações para organizações/iniciativas socioambientais, a redução foi de 46% para 37%.

Sobre os achados da Pesquisa, Paula Fabiani, CEO do IDIS, comenta: “Apesar da queda das doações, a Cultura de Doação se fortaleceu nos últimos cinco anos. A sociedade está mais consciente da importância da doação e tem uma visão muito mais positiva das organizações da sociedade civil e seu trabalho. As classes mais privilegiadas demonstraram maior grau de solidariedade e responderam à crise de 2020 doando mais.

Cerca de 650 pessoas acompanharam o evento de lançamento pelo Zoom e ao vivo pelo YouTube do IDIS. Desde então, a pesquisa tem sido destaque na imprensa nacional.

Assista ao evento de lançamento na íntegra:

 

Pesquisa Doação Brasil 2020

 

INFLUÊNCIA DA RENDA

Ao analisar a composição dos dados, fica claro que as alterações se deram por conta da prolongada crise econômica dos últimos anos, agravada pela pandemia e pelo cenário de incerteza para o futuro. Observamos que a doação de dinheiro para organizações/iniciativas socioambientais encolheu muito entre as classes menos favorecidas (de 32% para 25% entre 2015 e 2020, na faixa com renda familiar até 2 salários mínimos) e cresceu significativamente entre as classes com mais alta renda (de 51% para 58%, nas classes com renda familiar entre 6 e 8 salários mínimos, e de 55% para 59% entre as classes com renda familiar acima de 8 salários mínimos). Essas classes doaram mais em 2020 do que haviam feito em 2015.

 

VALOR DA DOAÇÃO

Em 2020, menos brasileiros doaram a organizações da sociedade civil e o valor doado caiu. Em 2015, a mediana* do valor anual doado por pessoa era de R$ 240 e em 2020, caiu para R$ 200.

Essa redução teve forte impacto sobre o montante total das doações. Em 2015, o valor total doado pelos indivíduos foi de R$ 13,7 bilhões, o que correspondia a 0,23% do PIB. Em 2020, somou R$ 10,3 bilhões, equivalentes a 0,14% do PIB desse ano.

(*) A mediana é preferida para estimar o valor total doado porque ela considera os valores mais praticados pela sociedade e despreza os valores extremos, ou seja, as doações muito altas ou muito baixas, que deturpam a média.

 

CAUSAS MAIS SENSIBILIZADORAS

O efeito da pandemia mudou as prioridades dos brasileiros, quando se trata de causas. Enquanto em 2015 Saúde e Crianças ocupavam os primeiros lugares na preferência dos brasileiros, em 2020, o Combate à Fome e à Pobreza foi citado por 43% da população como sendo a causa mais sensibilizadora, seguida por Crianças, Saúde e Idosos.

Duas outras causas também ganharam muitos adeptos nos últimos cinco anos – o Combate ao Abandono e Maus-tratos de Animais, e os Moradores de Rua. Ambas haviam pontuado muito pouco em 2015, mas aparecem no ranking de 2020, em quinto e sexto lugar, respectivamente.

 

PERCEPÇÃO SOBRE A DOAÇÃO

Apesar do encolhimento na prática, a população brasileira vê de forma cada vez mais positiva a doação. Mais de 80% da sociedade acredita que o ato de doar faz diferença, e entre os não doadores, essa concordância atinge 75%.

O conceito de que a doação faz bem para o doador cresceu significativamente, de 81% para 91% da população, atingindo uma maioria quase absoluta.

Outro aspecto positivo é que a ideia de que o doador não deve falar que faz doações está perdendo força. Em 2015, ela contava com a concordância de 84% da população e, em 2020, o percentual caiu para 69%. Este é um ponto especialmente importante porque o falar sobre a doação estimula sua prática, traz inspiração, esclarece temores e desperta o interesse de outras pessoas.

 

PERCEPÇÃO SOBRE AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL

A opinião dos brasileiros sobre as organizações da sociedade civil, mais conhecidas como ONGs, evoluiu muito nos últimos cinco anos.

A noção de que as ONGs são necessárias no combate aos problemas socioambientais recebe a adesão de 74% da população, enquanto em 2015, essa concordância estava em 57%.

A afirmação ‘Percebo que a ação das ONGs leva benefícios a quem realmente precisa’ conta com a concordância de 67% da população, e em 2015, esse índice era de 47%.

O reconhecimento de que as ONGs fazem um trabalho competente é indicado por 60% da população, e em 2015, só 44% pensavam desse modo.

O maior destaque, porém, fica com o crescimento da confiança nas ONGs. 45% da população concorda que as ONGs deixam claro o que fazem com os recursos que aplicam. Em 2015, apenas 28% se mostravam de acordo com a afirmação.

OUTROS DESTAQUES

A longa crise econômica que o País atravessa afetou muito as doações;

Parte da população mais pobre, que doava em 2015, deixou de doar e passou a precisar de doações;

Em compensação, as classes de maior renda doaram mais em 2020 do que em 2015;

A doação é vista de forma muito positiva pela população como um todo, e aumentou a percepção de que as pessoas devem falar que fazem doação;

A imagem das ONGs melhorou muito junto à sociedade brasileira.

 

Baixe a publicação completa: bit.ly/doacaobr2020

Visite o site pesquisa: https://pesquisadoacaobrasil.org.br

 

Escute também o podcast “Aqui se Faz, Aqui se Doa” sobre a pesquisa:

REALIZADORES E APOIADORES

A Pesquisa Doação Brasil é uma iniciativa coordenada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, realizada pela Ipsos e com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Fundação Tide Setúbal, Instituto ACP, Instituto Galo da Manhã, Instituto Mol, Instituto Unibanco, Itaú Social, Mercado Pago e Santander.

Pesquisa Voluntariado no Brasil 2011: uma década de voluntariado

O voluntariado faz parte da história do Brasil e tem suas raízes em 1543, na fundação da Santa Casa de Santos. Desde então, vem se transformando. As organizações se multiplicaram, a atividade foi regulamentada, empresas passaram a promover programas de voluntariado, a tecnologia permitiu a atuação dos voluntários à distância.

As pesquisas sobre voluntariado realizadas em 2001 e 2011 mostraram como o brasileiro é sensível ao tema do voluntariado e como tem o desejo de colaborar com causas comunitárias, faltando apenas as organizações se prepararem para recebê-los e aproveitarem todo o potencial que eles oferecem.

Certamente, o maior legado foi a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2001+10, organizada pela Rede Brasil Voluntário. Realizada pelo IBOPE Inteligência, a pesquisa mostrou que um em cada quatro brasileiros com mais de 16 anos já fez ou faz trabalho voluntário, ou seja, eram cerca de 35 milhões de pessoas em ação. 

Baixe aqui os resultados da edição 2011 

 

Assista ao vídeo realizado em 2011, na comemoração da Década do Voluntariado.

 

Assista também ao evento de lançamento da pesquisa 2021:

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 é uma realização do IDIS e do Instituto Datafolha. Foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. Sua viabilização teve o suporte de organizações que acreditam na importância do avanço do voluntariado no Brasil, e participam dessa rede de apoiadores, Ambev, Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Raízen, Sabesp, Sicoob e Suzano.

 

Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 | Artigos e Destaques

Para olhar mais de perto para os resultados da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, convidamos integrantes e especialistas do terceiro setor para contribuir expandindo e enriquecendo esse conhecimento através de artigos sobre a temática.

A série de conteúdos escritos busca analisar e compreender os achados do estudo. Confira:

*Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

Confira outros conteúdos relevantes:

Tenha acesso a pesquisa completa, acesse o site: www.pesquisavoluntariado.org.br

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza

Para dúvidas relacionadas à pesquisa entrar em contato via pesquisavoluntariado2021@gmail.com

O voluntariado é inerente ao desejo humano de ajudar os outros sem benefícios pessoais

2001: o Ano Internacional do Voluntário

Por Heloisa Coelho, foi fundadora e diretora do Rio Voluntário, central de voluntários do Rio de Janeiro e coordenadora do Ano Internacional do Voluntário.

¨Houve um incêndio na floresta e, enquanto os bichos corriam apavorados, um beija-flor ia do rio para o incêndio levando uma gotinha de água no bico. O leão perguntou: ¨Ô beija flor, você acha que vai conseguir apagar o incêndio sozinho? E o beija – flor respondeu:¨Não sei se vou conseguir, mas estou fazendo a minha parte¨.

Essa fábula contada pelo sociólogo Herbert de Souza, o inesquecível Betinho, como metáfora da solidariedade é muito inspiradora e nos mostra que em momentos de crise humanitária as pessoas percebem a importância de contribuir e o Voluntariado ganha mais força, valor e visibilidade. Ao sair de sua zona de conforto e lidar com pessoas que têm problemas distintos dos seus, quebram-se paradigmas e preconceitos, a sociedade se oxigena e tem início o verdadeiro jogo do ganha-ganha social. 

O exercício do voluntariado é inerente ao desejo humano de ajudar outras pessoas sem exigência de benefícios pessoais. 

As Igrejas, de modo geral, foram fundamentais nesse processo de fomento à generosidade e à solidariedade, ao criarem instituições filantrópicas, que durante séculos lideraram ações voluntárias em prol dos mais necessitados. No Brasil damos como marco inicial do Voluntariado a fundação da primeira Santa Casa da Misericórdia, no ano de 1543, na Capitania de São Vicente, em São Paulo.

Em meados dos anos 80, um novo Voluntariado originário dos movimentos sociais e Organizações Não Governamentais (ONGs) surge no cenário nacional, culminando com o Programa de Voluntariado liderado pela Comunidade Solidária, organização do terceiro setor,  presidida pela Dra. Ruth Cardoso, que possibilitou a criação de Centros de Voluntariado (Centro de Voluntariado de São Paulo, Parceiros Voluntários, RIOVOLUNTÁRIO, dentre outros) em busca da melhoria da qualidade dos processos de gestão e promoção do voluntariado. Em 1998, é promulgada a Lei do Serviço Voluntário, Lei 9.608, garantindo a não vinculação empregatícia dos voluntários com as instituições sociais onde prestavam serviço. 

Em Resolução da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), assinada por 126 Estados-Membros, 2001 foi declarado Ano Internacional do Voluntário, dando o impulso definitivo para que o Voluntariado emergisse forte e organizado em todo o mundo.  O voluntariado é e sempre será unanimidade em tempos de polarização.

Com o surgimento de novas tecnologias e da internet, novas formas de participação cidadã foram oferecidas à população, ocasionando um aumento considerável do público masculino em ações voluntárias, que nos séculos anteriores haviam sido desempenhadas majoritariamente por mulheres. 

Temos testemunhado também o empenho de Empresas em enfrentar o desafio que os novos conceitos de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) lhes impõem e demandam. O Voluntariado Empresarial nasce nesse ambiente comprometido com o diagnóstico e soluções para os graves problemas sociais brasileiros.

Regimes democráticos têm como premissa fortalecer a sociedade civil e motivá-la a participar das micro e macro decisões a serem tomadas no país. A igualdade de gênero, etnia, ao lado do respeito à liberdade de expressão, a opção sexual, política, entre outras, só prosperam por meio de uma participação ativa dos cidadãos, baseada na tolerância e na reciprocidade. 

O momento presente, pós-pandemia da covid-19, vem sendo considerado como favorável à retomada de um voluntariado comprometido e consciente, baseado nas iniciativas de sucesso das últimas décadas, que certamente permitirão à população brasileira colaborar mais efetivamente, por meio de ações voluntárias,  para a superação da pobreza e das desigualdades, crescentes, no Brasil, potencializando e integrando essa gigantesca força voluntária, num projeto de construção de uma nação mais justa e igualitária.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

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Voluntariado no Brasil: 2001 Ano Internacional do Voluntário

Por Ana Maria Warken do Vale Pereira, diretora e consultora de programas de Voluntariado e Responsabilidade Social na empresa WVP Consultoria e Treinamento, fundadora do IVA (Instituto Voluntários em Ação).

Como dizemos sempre que falamos sobre voluntariado, essa prática é bastante antiga no Brasil, mudando suas características segundo o momento histórico que vivemos.

De uma forma bastante resumida, podemos dizer que o voluntariado começou como uma prática bastante assistencialista onde quem tinha mais dava ao que menos tinha ou nada tinha. Eram distribuídas as sobras dos mais abastados: sobra de comida, de roupa, de dinheiro e até mesmo de atenção e carinho. Era o voluntariado das sobras.

Tivemos ainda uma importante época do voluntariado no Brasil quando se preocupou em criar organizações que pudessem atender as necessidades da população na área da saúde, com a criação das Santas Casas de Misericórdia: os primeiros hospitais filantrópicos. Também as escolas de iniciativa religiosa que eram criadas igualmente como organizações filantrópicas podem ser citadas como iniciativas voluntárias.

Tivemos também a época do voluntariado político, onde a falta de oportunidades de participação da população na definição dos destinos do país e das cidades motivou o engajamento voluntário na luta pela liberdade e pelos direitos do cidadão. Enfim, o voluntariado sempre foi presente e com características diferentes, conforme o momento histórico que vivenciávamos.

A partir dos anos 90, tivemos um marco importante do voluntariado no Brasil fruto do trabalho do sociólogo Herbert de Souza, que utilizando toda a sua capacidade de mobilização criou a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela vida, conhecida como a campanha contra a fome.

Betinho, como ficou conhecido, virou um símbolo da cidadania e, nesse rastro, o voluntariado deu uma importante guinada no Brasil, passando a ser considerado uma forma de exercício da cidadania.

O voluntariado passou a ser visto como uma forma de sermos cidadãos plenos, cumprindo com nossos deveres e recebendo nossos direitos como cidadãos que somos.

Como exercício de cidadania, o voluntariado deixou de ser o voluntariado das “sobras” e se tornou em um aspecto importante da vida do cidadão.

No final dos anos 90, surgiu a iniciativa do Conselho da Comunidade Solidária, criada pela então primeira-dama do país, Dra. Ruth Cardoso, para apoiar e mobilizar iniciativas que contassem com o apoio de empresas, indivíduos e organizações públicas, dando visibilidade e fortalecendo um setor da sociedade já existente, mas ainda pouco reconhecido e visível: o terceiro setor e suas organizações não governamentais.

O Conselho da Comunidade Solidária iniciou um processo de motivação para a criação de Centros de Voluntariado nas capitais do país e esses centros foram importantes focos de conhecimento, estudos e disseminação da prática do voluntariado, como forma de exercício da cidadania. As ações voluntárias que até então eram exercidas de forma anônima ganharam rostos e visibilidade, mostrando o que era realizado e o que ainda poderia ser feito com a adesão de mais pessoas a essa prática. O trabalho realizado pelos centros de voluntariado, sem dúvida, disseminou essa prática e multiplicou as pessoas que o realizavam.

Como a prática do voluntariado crescia rapidamente e a ideia era que essa cultura fosse cada vez mais difundida no mundo, a Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu que 2001 seria o Ano Internacional do Voluntário.

No Brasil, os Centros de Voluntariado organizaram uma extensa programação que deu muita visibilidade ao tema e, em Santa Catarina, não foi diferente. Lideradas pelo Instituto Voluntários em Ação, muitas organizações se reuniram e mobilizaram suas ações para que pudessem mostrar que o voluntariado não era importante apenas na área de assistência social, mas em atividades da área da educação, meio ambiente, cultura e artes, saúde e outras tantas foram realizadas dando muita visibilidade ao tema, deixando um legado de prática voluntária cada vez mais crescente e mais diversificada.

As pesquisas sobre voluntariado realizadas em 2001 e 2011 mostraram como o brasileiro é sensível ao tema do voluntariado e como tem o desejo de colaborar com causas comunitárias, faltando apenas as organizações se prepararem para recebê-los e aproveitarem todo o potencial que eles oferecem. Nesse sentido, podemos afirmar que os Centros de Voluntariado exerceram um importante papel, não só capacitando pessoas para o voluntariado, mas principalmente capacitando as organizações do terceiro setor para recebê-los e aproveitarem todo o seu potencial para o trabalho. 

Com o crescimento da utilização da tecnologia em todas as áreas da sociedade, o voluntariado também ganhou uma forte colaboração com a prática do voluntariado online, o que acontece com bastante frequência aumentando ainda mais as possibilidades de o voluntário engajar-se e dar sua contribuição para a melhoria da sociedade onde vive.

Voluntariado: uma escolha que transforma

Por Carola Matarazzo, diretora-executiva do Movimento Bem Maior. 

A palavra “voluntário” veio do latim e já tinha em sua origem o significado de “agir por vontade própria”. Agora, penso ser mais do que justo também associarmos esse termo à “escolha de estar no mundo”, quando falamos de alguém que decide destinar, sem remuneração, parte do seu tempo, do seu conhecimento e do seu amor para, simplesmente, servir a uma causa importante. 

Quem faz essa escolha vai além de ser empático. Depois de se identificar com a necessidade do outro, dá um passo adiante e age de maneira simpática, com afinidade e com muita disposição para prestar o apoio. Costumo dizer que um sentimento especial surge como se fosse um “fogo sagrado” no peito que te move a querer ajudar mais.

Além de auxiliar quem precisa, os voluntários percebem que a prática altruísta faz muito bem a eles próprios. Não há nenhum exagero em dizer que dádivas aparecem pelo caminho. Durante os trabalhos, há uma enorme troca de aprendizados, com cada encontro trazendo experiências novas, provocando emoções diversas e gerando estímulos para seguir adiante.

Um doador, quando contribui destinando dinheiro (e é fundamental que isso vire uma rotina!) para alguma causa, está ajudando a mudar o mundo. Mas, talvez, ele não consiga ver de perto o impacto que a sua contribuição faz na vida dos outros. Já, ao se envolver diretamente nas atividades, é possível ter a chance de olhar nos olhos de quem está sendo ajudado e, por exemplo, receber um sorriso como agradecimento. O simples ato de fazer algo que possa ser maior que você e pensar no coletivo é transformador.

Em um país como o Brasil, principalmente, as ações emergenciais são extremamente necessárias e auxiliam muito a minimizar o sofrimento. Quando há, por exemplo, fortes chuvas que provocam deslizamento de terras, é preciso mobilização para levar o apoio o mais rápido possível. Ficamos todos consternados. Agora, não podemos parar por aí. 

Sem ações estruturais, o deslizamento de terras pode se repetir no próximo verão. Além disso, também devemos ficar consternados todos os dias com as tragédias persistentes em nossa sociedade, como a injustiça social. Não podemos encará-la com normalidade.

Os voluntários podem se envolver em filantropia ou em caridade – ambas estão relacionadas à generosidade, ao desejo de fazer o bem ao próximo, mas elas têm proporções e significados diferentes, apesar de muitas pessoas confundirem os conceitos. 

A filantropia exerce um importante papel em uma sociedade democrática, que é o de buscar cortar as raízes dos problemas e resolver questões mais sistêmicas. Já as iniciativas de caridade miram em eliminar os sofrimentos causados por esses problemas, de forma pontual.

Por quase 20 anos, trabalhei como voluntária na Liga Solidária e posso dizer, com clareza, que aprendi muito mais do que eu servi nesse período. Ao longo da minha trajetória, vejo que a solidariedade está muito ligada à questão cultural. Eu nasci em uma casa onde o trabalho voluntário era altamente enaltecido. Quando criança, eu me lembro de estar ao lado da minha mãe vendendo cartelas de bingo para a Fundação Dorina Nowill para Cegos. Iniciativas assim sempre foram naturais em minha vida. 

Esse foi um legado que recebi e procuro passar adiante. Sei que voluntariado não é uma questão de se mostrar mais ou menos bondoso ou de ter mais ou menos horas livres (claro, cada um atua dentro das suas possibilidades). Mas é, sim, uma decisão feita por quem escolheu servir como uma condição, como uma forma de viver. Espero que o comportamento solidário seja enraizado na cultura brasileira para construirmos um país mais justo.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

Acesse o site da Pesquisa Voluntariado no Brasil

Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais

Agradecemos o seu interesse em participar do “Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2022”. Esta publicação, realizada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, pretende contribuir para que os gestores de fundo patrimoniais brasileiros tenham material para refletir, aprimorar e avaliar a performance de seus endowments.

Antes de iniciar o preenchimento do formulário online, sugerimos que baixe aqui o formulário em Word completo (baixe aqui). Mas, atenção, somente serão aceitos as respostas via o formulário abaixo.

O Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2022 é uma realização do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento Social e da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, com apoio de  1618 Investimentos, Fundação José Luiz Egydio Setubal, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal,Pragma Gestão de Patrimônio, Santander e Umane.

 

Saiba mais sobre fundos patrimoniais:

 

 

 

Santa Casa de Santos e o Voluntariado brasileiro celebram 480 anos

Por Nanci Fernandes Loureiro, Presidente da Associação dos Voluntários Santa Casa de Santos (AVOSC) e Eliana Lopes Feliciano diretora de humanização Santa Casa de Santos.

Braz Cubas, fidalgo português e líder do povoado do porto de São Vicente, posteriormente vila de Santos, auxiliado por outros moradores, iniciou em 1542 a construção da Santa Casa da Misericórdia de Santos, o mais antigo hospital brasileiro, inaugurando-o em novembro de 1543. Braz Cubas chegou com Martim Afonso de Souza nessa missão colonizadora de nosso país; era neto de Nuno Rodrigues, fundador e mantenedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, daí seu empenho na construção do hospital no povoado. 

Tendo prestado quase cinco séculos de assistência, a Santa Casa da Misericórdia de Santos participou de todos os ciclos da história de nossa pátria. Cuidou dos fundadores desta Nação – os navegantes lusos, colonos, nativos e escravos. Atendeu aos bravos bandeirantes e aos pobres condenados. Tratou igualmente de nobres e de vassalos do Império Português e do Brasil Imperial. Serviu ao encontro de heróis da Independência e da Abolição da Escravatura, de tradicionais monarquistas e de inflamados republicanos. Cuida de patrões e de operários, de empregados e de desempregados. Ponto de união entre todos os segmentos da sociedade, é local de encontro de seus membros quando tomados pela dor e pela doença.

A Santa Casa da Misericórdia de Santos serviu para a prática e o ensino da Medicina quase três séculos antes da fundação da primeira Faculdade de Medicina no país. Ciência e muito humanitarismo se praticou em suas enfermarias.

E tem em sua história o marco zero do voluntariado no Brasil: o berço dos primeiros grupos de voluntários, atuantes até hoje, se formalizou com a fundação da AVOSC – Associação de Voluntários da Santa Casa de Santos. Ela foi criada em meio à epidemia de gripe asiática, em 1957, quando a instituição precisou recrutar pessoas para auxiliar nas tarefas que não precisavam de formação profissional devido ao grande número de funcionários afastados, acometidos pela doença. Muitas pessoas de boa vontade atenderam ao apelo.  Assim, teve início a história da AVOSC, cujos voluntários são conhecidos como “amarelinhos”, devido à cor de seus uniformes. Atualmente, o grupo é formado por 92 voluntários, que acolhem os pacientes, suprindo suas carências com o fornecimento de enxovais, materiais de higiene, empréstimos de bengalas, muletas, entre outras necessidades. A AVOSC é a grande parceira nos projetos de humanização hospitalar da Santa Casa de Santos eesde 2002, o voluntariado e a Comissão de Controle de Qualidade do hospital atuam de forma integrada com o objetivo de assegurar índices satisfatórios na prestação dos serviços hospitalares.

Além do apoio nas doações de recursos materiais, os voluntários da AVOSC levam solidariedade e humanismo nas visitas realizadas nas unidades de internação e a meta é proporcionar as condições para o bem-estar do paciente no hospital, pois em muitas circunstâncias apenas uma palavra amiga e o calor humano são o que mais importam.

Neste ano de 2022, o Brasil comemora os seus 200 anos de independência e a Santa Casa de Santos e o Voluntariado brasileiro celebram 480 anos.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

Acesse o site da Pesquisa Voluntariado no Brasil

Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 é destaque no JN

Representados nos mais diversos segmentos, desde organizações educacionais a instituições que atuam em causas emergenciais humanitárias, eles coordenam campanhas de distribuição de alimentos, resgatam animais, contribuem para mobilizações ligadas à saúde, compartilham seus conhecimentos.

Os voluntários doam seu tempo, energia e talento em prol de causas em que acreditam. São essenciais para que organizações da sociedade civil atinjam suas missões e, durante a pandemia, fizeram a diferença e impactaram positivamente a vida de milhares de pessoas.

No dia 27 de abril, foi lançada a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, a terceira edição desse estudo que apresenta um retrato brasileiro do tema, indica tendências e analisa  mudanças. O lançamento contou com a participação ao vivo de mais de 400 pessoas.

No mesmo dia, o estudo foi destaque no Jornal Nacional que chamou a atenção, principalmente aos números e significados do voluntariado empresarial. A coordenadora da pesquisa, Silvia Naccache, entrevistada pelo veículo, comentou, ainda, sobre os dados da pandemia: mesmo com o isolamento social, 47% dos voluntários passaram a fazer mais atividades solidárias.

A pesquisa foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. Sua viabilização teve o suporte de organizações que acreditam na importância do avanço do voluntariado no Brasil e participam dessa rede de apoiadores, Ambev, Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Raízen, Sabesp, Sicoob e Suzano. IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – e Instituto Datafolha assinam a realização.

Os resultados completos estão disponíveis em www.pesquisavoluntariado.org.br.

 

O Voluntariado em 2021: boas notícias em tempos desafiadores

Por Silvia Maria Louzã Naccache, empreendedora social, palestrante, conteudista e consultora na área de Voluntariado, Responsabilidade Social, Desenvolvimento Sustentável e Terceiro Setor. 

Como é bom ser porta voz de boas notícias em tempos tão difíceis e desafiadores!

A boa nova é que em 2021, 34% dos brasileiros, com mais de 16 anos, praticaram o voluntariado!  

No perfil do voluntário há equilíbrio na questão de gênero, 51% mulheres, 48% homens e 1% trouxe outras respostas. A idade média de maior destaque ficou nos 43 anos. 

Voluntários tem o desejo de fazer o bem, gostam de poder impactar positivamente a vida das pessoas e com isso o voluntariado vem sendo percebido e reconhecido como uma experiência transformadora para quem recebe e para quem faz.

Impossível não registrar os aprendizados e os reflexos da pandemia no voluntariado, o apoio aos programas de assistência, a participação nos movimentos de mobilização, o atendimento a novos grupos populacionais, a doação de recursos, a adoção ou ampliação do voluntariado a distância ou online. Na pandemia 47% dos voluntários passaram a fazer mais atividades, a participar e contribuir ainda mais. 

A solidariedade impulsionou 74% das pessoas para as ações de voluntariado. Foi esta a maior motivação: ajudar o outro.  Se por um lado voluntários buscam fazer uma atividade com o propósito ou a causa com que tem forte identificação, o urgente, mobilizou as pessoas para a ação: fome, pobreza e desigualdades. Atender famílias, comunidade e pessoas em situação de rua tiveram destaque entre os públicos beneficiados pelas ações. (36% – o público geral; 35% – famílias e comunidades; 25% – pessoas em situação de rua).

Os voluntários encontram algumas dificuldades em suas atividades tais como, lidar com as pessoas que nem sempre estão verdadeiramente empenhadas em fazer o bem; lidar com as impotências, e demandas que vão além do que conseguem realizar; a frustação com a constância, a fidelização das pessoas ao projeto e ainda, o preconceito com algumas causas e públicos! A informalidade dos programas de voluntariado ainda é uma realidade: apenas 45% dos voluntários tem conhecimento sobre a lei do serviço voluntário no Brasil e apenas 18% assina o termo de adesão ao serviço voluntário. Isso aponta o vasto campo de trabalho para organizações que fomentam o voluntariado inclusive as online: 84% dos voluntários desconhecem as plataformas e sites de promoção ao voluntariado.

Satisfação com a própria atividade voluntária segue alta, mesmo com os desafios enfrentados: no tipo de atividade, no retorno recebido e no apoio para realizar a atividade. A nota teve uma média de 9,1, em uma escala de 0 a 10. 

As menores notas foram por não receberem o apoio financeiro necessário para realizar a ação e ainda a falta de capacitações e formações. 

A pesquisa apontou um conhecimento sobre o que é voluntariado.  Segundo os voluntários, doação de recursos não é voluntariado, mas doadores e voluntários formam uma rede de apoio, se complementam, onde cada um contribui como pode e com o que pode: dinheiro, objetos ou tempo. 

Todos podem ser voluntários! Mas quais são as habilidades necessárias para fazer trabalho voluntário? No voluntariado existe a possibilidade de trazer as habilidades para realizar a ação, mas também por meio das práticas desenvolver talentos. Existe um consenso entre os voluntários:  engajamento, comprometimento e colaboração são essenciais!  

O voluntariado empresarial também nos trouxe a boa notícia! O reconhecimento do seu poder de engajamento para as práticas voluntárias!  15% dos voluntários se mobilizaram pelos programas de voluntariado corporativo.  O voluntariado aparece como parte das boas práticas do ESG/ASG e as empresas ocupando todos os espaços da comunidade.

Ações e omissões desenham o futuro da nossa sociedade! Apoiar uma causa, dedicar-se ao voluntariado é a maior prática de cidadania. O Brasil nunca foi tão desigual! A pesquisa voluntariado no Brasil 2021 mostra que brasileiros não paralisaram. Eles se organizaram e se estruturaram para seguir atuando! 21% passaram a usar ferramentas online para fazer atividades voluntárias durante a pandemia, com destaque para o apoio psicológico, a escuta. 

O voluntário é agente de reconstrução do nosso país! Atua com intencionalidade, empatia, resiliência. Compartilha conhecimento, experiências e expertises. 96% dos voluntários concorda que a atividade voluntária os inspira a ser uma pessoa melhor e 89% concorda que a atividade voluntária é a melhor forma de auxiliar a sociedade.

Unidos e em colaboração vamos construir um país mais justo, igualitário, e por meio da solidariedade e do voluntariado deixar um legado para as gerações futuras.

Dúvidas sobre a pesquisa ou metodologia, procurar por: pesquisavoluntariado2021@gmail.com

 

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

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História do Voluntariado no Brasil: de 1543 ao bicentenário da independência

Por Maria de Fátima Alexandre, Mestre em Administração, docente de cursos de especialização e pesquisadora do Núcleo de Estudos Avançados em Terceiro Setor (NEATS) da PUC-SP.

Desde sempre, no Brasil e no mundo, voluntário é a pessoa que ajuda outras pessoas sem exigir benefícios próprios diretos. O que tem mudado, e muito, é a forma de exercer o voluntariado e o entendimento da função social dessa ação. Na linha do tempo brasileira, identificamos grandes momentos que impactaram quem exerceria a atividade voluntária e como ela se daria no contexto da sociedade. 

O primeiro movimento voluntário revela ações marcadas pela benemerência, num amplo período que perdurou no Brasil Colônia, Império e Primeira República, até início do século XX. Pouco mais de quatro décadas depois do descobrimento do Brasil, a então colônia funda sua primeira Santa Casa, gerida pela Irmandade de Misericórdia, uma instituição de assistência criada em Portugal alguns anos antes, de acordo com os costumes e ensinamentos cristãos. O capitão-mor Braz Cubas criou a Casa de Saúde próxima ao Porto de Santos com o apoio de doações para o tratamento “da gente do mar e forasteiros” que necessitassem de socorro. 

Este marco do voluntariado no país, multiplicado em outras instituições de abrigo e assistência a necessitados, geralmente vinculadas à Igreja Católica, representava o ideário da caridade cristã, expressa na forma de assistência social. Frente à ausência de políticas públicas efetivas, as irmandades religiosas, mantidas em grande parte pelas famílias da elite, exerciam importante papel na assistência, em especial aos que estivessem “caídos em desgraça”, “desvalidos” e às crianças abandonadas. Refletindo os valores e costumes da época, o voluntariado era exercido predominantemente por mulheres, em tom religioso, paternalista e rigorosamente moralizador.  

O século XX trouxe mudanças sociais, econômicas e políticas que, provocando profundas transformações na sociedade brasileira, naturalmente fizeram evoluir o agir voluntário, acompanhando esses movimentos. A Cruz Vermelha e o Escotismo, movimento composto por voluntários, chegaram ao país no início do século XX dando um novo impulso à missão de ajuda ao próximo. A partir da década de 1930, o Estado passa a assumir papel mais atuante frente às necessidades da população, inicialmente pela proteção dos direitos do trabalhador e gradativamente gerando políticas públicas de assistência e bem-estar social. As ações voluntárias, embora ainda essenciais para o atendimento das necessidades básicas de significativa parcela da população, passam a ser vistas como suplementares e não mais um sistema paralelo à atuação do Estado. 

Com o golpe de 1964, o país mergulhava em 21 anos de ditadura militar, sendo os anos de chumbo os mais repressivos e violentos no embate criado entre Estado versus sociedade civil. Esse foi o período em que tivemos o chamado voluntariado combativo, com organizações de defesa de direitos civis, os movimentos estudantis e as alas progressistas da Igreja Católica, alinhadas com a Teologia da Libertação, lutando contra a desigualdade e as injustiças sociais. Traziam grandes questionamentos sobre o papel da sociedade frente às causas sociais e à garantia de direitos humanos, ao mesmo tempo que atos institucionais e outros instrumentos do governo procuravam reprimir e centralizar o poder.

Esse cenário foi se modificando a partir da década de 1980 com a expansão das organizações do Terceiro Setor e com a Constituição de 1988, fortalecendo a sociedade civil e sua capacidade de participação cidadã. Iniciava-se a construção de um novo voluntariado, mais crítico em relação às ações de benemerência e mais disposto ao alinhamento com o Estado face à complexidade e o tamanho dos desafios, especialmente os ligados à imensa desigualdade social brasileira. O setor empresarial, chamado à mobilização pelos conceitos emergentes de Responsabilidade Social Empresarial, também estruturou seu voluntariado organizacional, estimulando os colaboradores à participação em ações sociais com a parceria de organizações da sociedade civil. No final do século, a Pastoral da Criança, com seus líderes comunitários contribuindo efetivamente para a queda da mortalidade infantil e a Ação da Cidadania Contra a Fome, do sociólogo Betinho no IBASE tiveram papel expressivo na mobilização nacional: todas as pessoas poderiam se sentir solidárias e aptas a participar da mudança social.

Na virada do milênio, a cultura de um novo voluntariado foi fortalecida pelos Centros de Voluntariado do Conselho da Comunidade Solidária, num esforço nacional para mostrar que o voluntariado não é acionado pelo sentimento de culpa, mas que o exercício de cidadania que ele proporciona pode trazer prazer e ser uma atividade qualificada e eficiente.

Decorridos 22 anos do século XXI, os desafios sociais continuam crescentes e, muitas vezes, nos pegam de surpresa, como o isolamento social causado por uma pandemia que exigiu que os voluntários encontrassem novas formas de acolher quem foi mais atingido. Além dos desafios atuais, não sabemos o tamanho dos que nos esperam no futuro, mas sabemos sim que voluntários estarão presentes doando sua energia, tempo e talento na construção de novas relações até que todos, sem exceção, possam exercer o seu direito a uma vida plena.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

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Pesquisa Voluntariado no Brasil 2001: conheça a primeira edição histórica

O voluntariado faz parte da história do Brasil e tem suas raízes em 1543, na fundação da Santa Casa de Santos. Desde então, vem se transformando. As organizações se multiplicaram, a atividade foi regulamentada, empresas passaram a promover programas de voluntariado, a tecnologia permitiu a atuação dos voluntários à distância.

Em 2001, no Ano Internacional do Voluntário, aconteceu a primeira edição da Pesquisa Voluntariado no Brasil. Dez ano depois, foi realizada a segunda pesquisa, celebrando a Década do Voluntário. Seguindo a série histórica, surgem os resultados de 2021, ano profundamente marcado pela pandemia de Covid-19 e pelo fortalecimento da cultura de doação.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil apresenta um retrato do engajamento do brasileiro – quem são os voluntários, onde atuam e quais suas motivações.

Baixe aqui os resultados da edição 2001

Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021: acesse o site

Assista também ao evento de lançamento da pesquisa 2021:

 

 

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 é uma realização do IDIS e do Instituto Datafolha. Foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. Sua viabilização teve o suporte de organizações que acreditam na importância do avanço do voluntariado no Brasil, e participam dessa rede de apoiadores, Ambev, Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Raízen, Sabesp, Sicoob e Suzano.

 

 

O Voluntariado Empresarial no Brasil na última década pelas lentes do censo CBVE

Por Carolina Muller, Gestora da Secretaria Executiva do Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE) e Gerente de Projetos no Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS).

Os últimos 10 anos foram marcados por uma velocidade sem igual no nosso modo de agir, pensar, sentir, consumir e se movimentar por este planeta. É neste cenário de volatilidade, transformação e imprevisibilidade que vamos aqui falar do voluntariado empresarial corporativo e de sua evolução, considerando nesta análise a série de Censos realizados pelo CBVE – Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial, e que vem, desde 2015, evidenciando um crescimento sustentado e qualificado do voluntariado corporativo empresarial enquanto ferramenta estratégica de desenvolvimento de pessoas, comunidades e instituições. 

Programas cada vez mais estratégicos, institucionalizados, gerenciados por indicadores próprios e alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), vem dando a tônica de uma rede que cresceu em capacidade de mobilização e com resposta às demandas da sociedade, especialmente diante de cenários emergenciais, como o vivenciado a partir da Covid-19. Momento em que a rede cresceu em 185% o número de pessoas alcançadas pelas suas ações.

Considerando uma leitura ampla do cenário, o primeiro Censo, em 2015, evidenciou a necessidade de identificação e a disseminação de boas práticas, traduzida como demanda por construção de conhecimento sobre voluntariado empresarial, focado preliminar e principalmente nas múltiplas dimensões e possibilidades do seu fazer. Já em 2016, foi possível perceber movimentos em busca de maior organicidade, alinhamento estratégico e aplicação de ferramentas de gestão, dando início a busca pela definição de processos e instrumentos de monitoramento e avaliação. Uma trajetória ainda em curso, que ganhou forma à medida em que áreas dedicadas à gestão dos programas de voluntariado foram sendo criadas. 

Neste mesmo tempo, duas grandes tendências surgiram: o alinhamento das ações de voluntariado empresarial aos objetivos estratégicos das empresas; e o crescimento do desenvolvimento de ações voluntárias fora do horário comercial. Nesse cenário, o exercício cada vez maior na construção de sistemas próprios para a gestão das atividades de voluntariado emergiu como tendência significativa de investimentos específicos para resolução das demandas de cada organização, e principalmente, de seus colaboradores – maior valor e motor do voluntariado empresarial. A necessidade de seguir buscando por indicadores de impacto decorrente da ação voluntária ficou evidente, motivando o próprio CBVE a iniciar sua própria jornada de desenvolvimento de indicadores íntegros para qualificar a gestão e melhor apurar resultados dos programas de voluntariado

 Nestes dois períodos – 2015 e 2016 – as áreas de Educação e Geração de Renda concentraram o maior número de atividades de voluntariado da #rede. A pactuação global em torno dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o fortalecimento da perspectiva de interdependência no qual se assentam seguiram alinhando os esforços para o cumprimento da Agenda 2030 e se consolidaram como ponto de partida e também de chegada das ações voluntárias.

A partir de 2018, quando o Censo passou a ser bianual, o alinhamento dos Programas de Voluntariado e suas ações ao plano estratégico das empresas se fortaleceu. Quase 95% das associadas declararam realizar este alinhamento, passando a ser fundamental que as ações e programas de voluntariado empresarial estejam conectados aos objetivos e planos estratégicos das instituições, como forma de fortalecimento e perenidade das ações, precursor do movimento ESG que vem a ser incorporado nas organizações. 

E neste aspecto a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 e seu estudo sobre o voluntariado empresarial na última década, elaborado e coordenado por Silvia Naccache traz reflexões para que as empresas, ao cumprirem sua responsabilidade social e metas ESG, também levem essas qualidades aos programas de voluntariado junto a seus colaboradores, destacando o movimento voluntário como deflagrador de soft skills, com destaque para a flexibilidade para lidar com adversidades. Destaque também para o número de voluntários engajados por e em programas de voluntariado corporativos, 15%, dos quais 58% atuam com frequência definida.

Paralelamente, o surgimento do coronavírus arrastou de uma só vez as corporações ao isolamento social e à necessidade da transformação digital. O voluntariado, tão dependente e alimentado de toques, abraços e olhos nos olhos, precisou se reinventar e redescobrir novas formas de alcançar os mais necessitados.

Estar em ação mantendo protocolos sanitários foi desafiador, e migrar do presencial para o virtual foi e segue sendo um calibrador de prerrogativas e possibilidades de estar e atuar em um “novo normal”, ainda mais demandante de recursos e intervenções de proteção e promoção social. 

Agora, com a possibilidade do retorno presencial, intercalando presença e tecnologia em modelos híbridos de operação, seguimos certos de que jamais voltaremos ao que era antes, não sendo possível, nem desejável, ignorar o muito que aprendemos sobre conexão e ganhos de agilidade. Não só pelo alargamento da presença da tecnologia em nossas vidas, mas também pelas emergências humanitárias às quais nos ligamos. 

Alinhavar o agora a um futuro melhor, garantir o essencial à preservação da vida e da dignidade hoje, garantir assistência humanitária aos que mais precisam, unificaram-se como a demanda prioritária dos programas de voluntariado empresarial, renovando o desafio de pensar a assistência, aqui entendida como garantia de acesso aos mínimos sociais.

Nessa jornada, como #rede, nos posicionamos como espaço de partilha, que trabalha para #inspirar você, nosso leitor, a também aceitar o desafio de fazer de nosso mundo um lugar melhor! Nesse sentido, seguimos ainda mais próximos, acelerando inovações e aprendizagens no cumprimento do chamado global para não deixar ninguém para trás. 

 

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

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O que os dados nos contam sobre o impacto da pandemia no voluntariado?

Por Pamela Ribeiro, coordenadora de projetos especiais no GIFE e integrante do comitê coordenador do Movimento por uma Cultura de Doação. 

Durante a pandemia do coronavírus, vimos aparecer diversas  pesquisas e estudos no setor social, todos atentos aos impactos da Covid-19, no engajamento cívico de empresas e pessoas em resposta à emergência. E o que esse conjunto de dados nos conta sobre os efeitos da pandemia no engajamento cívico no Brasil? Isso é o que este artigo pretende, pelo menos em partes, responder.

A pesquisa “Brasil Giving Report 2021”, realizada pela Charities Aid Foundation (CAF) e pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, mostrou uma pequena redução do engajamento cívico em geral do brasileiro durante o primeiro ano de pandemia: as atividades de doação e voluntariado caíram de 78% em 2019 para 72% em 2020. O engajamento com o voluntariado em Organizações da Sociedade Civil (OSCs), que vinha estável no patamar de 43% desde 2017, caiu para 41% em 2020. Já o voluntariado para igrejas ou outras organizações religiosas registrou uma oscilação ainda maior, de 44% em 2019 para 40% em 2020. 

Quando olhamos para o voluntariado corporativo, o cenário não foi muito diferente. Dados da pesquisa “Benchmarking do Investimento Social Corporativo” (BISC 2020)”, da Comunitas, mostram que houve uma queda de 35% no número de colaboradores voluntários em 2020 em relação a 2019. O crescimento no engajamento das empresas observado tanto no Censo GIFE 2020 quanto no BISC 2020, por meio de um aumento expressivo no volume dos investimentos sociais, não foi observado no voluntariado.

Portanto, o primeiro ano de pandemia parece ter sido marcado por uma redução no engajamento dos brasileiros em atividades voluntárias, o que pode ser explicado, de acordo com o BISC 2020, pelo impacto natural que o isolamento social teve em atividades presenciais.

Porém, os dados apontam também para uma ressignificação do engajamento cívico dos brasileiros durante a pandemia. Os dados do BISC 2020 mostram um crescimento na formação de redes de colaboração entre voluntários (de 65% em 2019 para 82% em 2020), no estímulo ao voluntariado digital (de 55% em 2019 para 82% em 2020) e na doação casada funcionário-empresa (de 18% em 2019 para 36% em 2020). A pesquisa “Voluntariado na Educação”, realizada pelo Itaú Social em parceria com o Instituto Datafolha e divulgada em dezembro de 2021, aponta uma tendência semelhante quando mostra que 47% dos respondentes disseram que houve um aumento de doação de alimentos neste período. Aqueles que foram impedidos de se dedicar ao trabalho voluntário presencial, aderiram ao voluntariado digital ou outras formas de doação, como a doação de dinheiro e de bens, como mostram as pesquisas.

O mais recente estudo sobre o tema – Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 – realizado pelo Instituto Datafolha e pelo IDIS, retrata um cenário um pouco diferente do observado no primeiro ano de pandemia. Segundo a pesquisa, o percentual de pessoas que declararam ter aumentado suas atividades voluntárias (47%) durante a pandemia foi superior ao percentual dos que declararam uma redução (34%). Destes, a maioria (61%) se engajou na distribuição de alimentos, roupas, medicamentos, cestas básicas, livros e brinquedos.

Portanto, o que os dados nos contam é que, apesar de uma retração inicial, os números de voluntariado parecem ter voltado a crescer, mostrando uma tendência de reacomodação da prática, que se concentrou em ambientes virtuais e no enfrentamento aos efeitos mais imediatos da pandemia. Nesse sentido, a pandemia parece ter impulsionado novas formas de engajamento cívico e novas experiências de doação, ampliando as possibilidades e o potencial do voluntariado no Brasil.


Referências:

Brasil Giving Report 2021
Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC) 2020
Voluntariado na Educação

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

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Brasil, um país cada vez mais voluntário

Por Luisa Gerbase de Lima, Gerente de Comunicação no IDIS

Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 traz cenário positivo
e aponta caminhos para evolução por meio da participação de empresas

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 traz excelentes notícias. Em apenas duas décadas, o número de pessoas que já praticou alguma atividade voluntária em algum momento de sua vida mais que triplicou, passando de 18% para 56% da população. O número de voluntários ativos também é notável – mais de um terço da população (34%). Em outras palavras, são 57 milhões de brasileiros e brasileiras que doaram, em 2021, seu tempo, talento e energia em prol de uma causa em que acreditam e fizeram a diferença na vida dos beneficiados pela ação. E por que fazem? A grande motivação foi a solidariedade, indicada por 74% dos voluntários.

Vibramos com os números, mas não podemos dizer que são surpreendentes – vão ao encontro de achados de outras pesquisas que mostram o fortalecimento da Cultura de Doação e do voluntariado. No World Giving Index 2021, estudo global da britânica Charities Aid Foundation (CAF), promovido pelo IDIS, o Brasil ficou em 54º lugar entre 114 nações. Este ranking de solidariedade contempla atitudes como doação de dinheiro, ajuda a estranhos e voluntariado e, em termos absolutos, subimos 14 posições em relação a 2018 e 20 posições em comparação à média dos 10 anos anteriores.

Outro levantamento, a Pesquisa Doação Brasil 2020, realizada pelo IDIS e com foco em doação individual de dinheiro a causas, mostra que, apesar da queda nos índices de doação, há uma tendência de amadurecimento da sociedade – mais de 80% dos entrevistados concordam que o ato de doar faz diferença e, entre os não doadores, essa concordância atinge 75%. O conceito de que a doação faz bem para o doador também cresceu significativamente entre 2015 e 2020, de 81% para 91% da população, atingindo uma maioria quase absoluta. Mais um aspecto positivo é que está perdendo força a ideia de que o doador não deve falar que faz doações. Em 2015, a afirmação contava com a concordância de 84% da população e, em 2020, o percentual caiu para 69%. Este é um ponto especialmente importante porque o falar sobre doações estimula sua prática, traz inspiração, esclarece temores e desperta o interesse em outras pessoas.

É neste contexto que o voluntariado se desenvolve no Brasil e nota-se que, apesar de a pandemia e o isolamento social terem abalado estruturas, exigindo rápidas readequações, fomos capazes de enfrentar estes desafios – 47% dos voluntários passaram a se dedicar mais, e 21% começaram a fazer atividades voluntárias online como apoio psicológico e ações ligadas à educação.

Tais avanços não são, de forma alguma, espontâneos. São fruto de trabalho e investimento de inúmeras organizações e indivíduos. Estudos e pesquisas geraram dados e reflexões; a prática nos permitiu aprender com as experiências exitosas e, também, com os erros; o aprimoramento do ambiente regulatório trouxe bases mais sólidas e a tecnologia nos permitiu ultrapassar barreiras e contribuiu para conectarmos pessoas e saberes.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 traz um retrato de onde estamos, indica pontos de atenção e possíveis caminhos para seguirmos evoluindo. Manter o crescimento do número de voluntários é sempre desejável, mas o grande desafio é transformar essa tendência em uma prática rotineira – temos 34% de brasileiros voluntários atualmente, mas apenas cerca um terço deles fazem isso regularmente, com frequência definida. A resposta para essa transformação está em um outro número – apenas 15% dos voluntários dizem participar de programas empresariais, indicativo de potencial enorme que pode ser explorado.

Quando unimos o investimento social corporativo com os anseios individuais, encontramos um campo fértil para ações solidárias de empresas junto ao seu público interno e aí moram os programas de voluntariado corporativo. Os resultados possíveis dessa união são muitos, indo além do impacto social gerado e da criação de uma rotina de atuação. Melhoria do clima organizacional, aumento do sentimento de pertencimento, oportunidade de desenvolvimento de competências, fortalecimento de laços entre colaboradores, aprofundamento do relacionamento com a comunidade da empresa, contribuição à estratégia de impacto e investimento social privado corporativo, atração de talentos e contribuição à reputação da marca junto a outros stakeholders são alguns dos benefícios de ações solidárias envolvendo os colaboradores. Tais programas integram também a agenda ESG (sigla para Environmental, Social and Governance, no português, Ambiental, Social e Governança), cada vez mais considerada nas tomadas de decisão de investidores. Ao promover programas de voluntariado corporativo, todos ganham.

A generosidade no mundo aumentou, em especial nas economias com pessoas em situação de maior vulnerabilidade. Este movimento de cuidar do próximo e realizar doações, seja de tempo ou de recursos, precisa continuar para enfrentarmos os efeitos perversos da pandemia e acelerar a melhoria do bem-estar de quem mais precisa. Estamos indo na direção certa e vamos avançar.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. Sua viabilização teve o suporte de organizações que acreditam na importância do avanço do voluntariado no Brasil e participam dessa rede de apoiadores, Ambev, Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Raízen, Sabesp, Sicoob e Suzano. IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – e Instituto Datafolha assinam a realização.

Acesse os resultados completos da pesquisa

O Futuro do Voluntariado no Brasil: um laboratório de líderes sustentáveis

Por Ricardo Voltolini, fundador e presidente da Ideia Sustentável – Estratégia e Inteligência em Sustentabilidade, com atuação em consultoria, educação e gestão de conhecimento em sustentabilidade, ética, diversidade, governança corporativa, responsabilidade social e investimento social privado.

No final dos anos 1990, quando surgiram os primeiros programas estruturados de voluntariado empresarial no Brasil, houve quem sentenciasse que teriam vida tão breve quanto o movimento de responsabilidade social no qual encontravam abrigo. Entre outras críticas, os céticos da época achavam que não cabia às empresas se “apropriarem” de um ato de vontade dos seus colaboradores (praticado, na maioria das vezes, em horário livre) para turbinar uma imagem de compromisso social. O tempo mostrou que estavam errados. Em duas décadas, o voluntariado nunca deixou de ter espaço na agenda corporativa – isso porque, quando bem conduzido, produz evidentes ganhos para empresas, colaboradores e comunidades.

Os benefícios para as comunidades são largamente conhecidos. O tempo, o dinheiro e o conhecimento de milhares de homens e mulheres, organizados ou não em movimentos de voluntariado empresarial, têm sido força motriz na melhoria da vida de crianças, pessoas com deficiência, adultos analfabetos, populações de baixa renda sem acesso à saúde, educação, trabalho, alimentação e saneamento básico. Constituem reserva de capital humano, intelectual e social de valor inestimável num país marcado por abismos sociais e econômicos. Formam uma rede de apoio, informal mas eficaz, muitas vezes à margem das políticas públicas.

Já os benefícios para os colaboradores tendem a ser menos tangíveis. Variam de pessoa para pessoa. E obedecem à mesma subjetividade que determina suas escolhas e motivações. Orientados por princípios religiosos, de cidadania ou mesmo de autogratificação, os indivíduos que se dedicam à atividade voluntária relatam, em comum, um tipo de retorno emocional que não pode ser mensurado por métricas convencionais de impacto. Ajudar o próximo, no entendimento da maioria dos voluntários, é um modo de conferir sentido à vida, alimentar a alma e buscar um estado de felicidade que só se completa quando se consegue diminuir a dor do outro ou fazê-lo feliz.  

Sobre as benesses para as empresas existe um razoável consenso. Amparada em princípios de solidariedade, altruísmo e cidadania, a ação voluntária equivale a um desejável pulsar de humanidade em organizações que, com o tempo, tornaram-se impessoais e distantes da realidade de suas comunidades. Exercitando-a, as empresas se descobriram mais empáticas. E entenderam, por tabela, que a empatia, além de valor em ascensão no mundo pós-pandemia, ajuda a construir (e fortalecer) vínculos de confiança imprescindíveis para atrair os melhores talentos e ganhar a admiração de clientes em tempos de employer branding e ESG. Empresas são feitas de seres humanos que se mostram mais felizes, integrados e incluídos quando trabalham em organizações humanizadas nas quais se cultua o legítimo interesse pelo bem-estar do outro. Com a crescente mudança nas expectativas das sociedades em relação ao papel das empresas, as pessoas estão mais inclinadas a preferirem se relacionar com corporações íntegras, que pensam e agem como um cidadão decente. Nos dois casos, o voluntariado oferece substrato.

Estou convicto de que, nesse contexto de ascensão do ESG, o voluntariado corporativo – criterioso, bem gerido e integrado à cultura organizacional – pode ser mais do que as empresas enxergam nele. Vejo-o como uma espécie de laboratório de liderança sustentável num tempo em que líderes sustentáveis são, segundo o Fórum Econômico Mundial, fundamentais para conduzir a transição do business as usual para um modelo de empresa mais ética, transparente, e respeitosa em relação às pessoas e ao meio ambiente. A ação voluntária representa um set contemporâneo para o exercício de competências atitudinais esperadas no século 21, como cuidar de pessoas, promover a diversidade e inclusão, agir com ética (fazer o que é certo do jeito certo) e pensar de forma sistêmica e interdependente.

Como já escreveu Peter Senge, os melhores líderes de sustentabilidade estão nas “bordas” e não no centro das organizações. Eles só precisam de um ambiente propício para florescerem.

 

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo e não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

Acesse o site da Pesquisa Voluntariado no Brasil

Pesquisa IDIS de Percepção de Marca

A cada ano buscamos aprimorar nossa atuação com projetos que contribuam para o alcance de nossa missão e façam sentido aos nossos públicos.

A Pesquisa IDIS de Percepção de Marca, realizada a cada 3 anos e de forma anônima, ajuda a compreender como você, que faz parte de nossa rede, enxerga o IDIS.

São apenas 5 minutos que serão valiosos para aprimorarmos a nossa atuação.

Acesse a pesquisa aqui ou responda abaixo.

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Programa fortalece organizações sociais que atuam com inclusão produtiva

O programa Redes para Inclusão Produtiva, fruto da parceria entre o Sebrae SP e o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, já alcançou diretamente 88 organizações em quatro macrorregiões do Estado de São Paulo: Bauru, Vale do Ribeira, Pontal do Paranapanema e Alta Paulista. O objetivo do programa é o fortalecimento de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que desenvolvem projetos de inclusão produtiva para públicos em situação de vulnerabilidade econômica e social.

O projeto, iniciado em 2020 e desenvolvido ao longo de um ano e meio de trabalho, contou com a participação de organizações sociais de 44 municípios. Tais organizações sociais, embora diferentes em relação à forma de atuação e ao público beneficiado (catadores, artesãos, pequenos agricultores, jovens, egressos do sistema prisional, entre outros), compartilham o mesmo objetivo: o atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social, e o fomento ao empreendedorismo como alternativa para a geração de renda.

As organizações participaram de encontros presenciais de troca de experiências e conhecimentos, definindo desafios comuns e priorizando soluções práticas para esses desafios. Os participantes tiveram acesso a cursos, workshops e sessões presenciais e virtuais de apoio e aprendizado em diversas temáticas, como: elaboração de projetos; gestão de equipes; associativismo e cooperativismo; comunicação e divulgação; e captação de recursos.

Além de propiciar a troca de experiências e conhecimentos, o programa também teve como premissa contribuir para o empoderamento das organizações sociais participantes e para o fortalecimento de sua atuação em rede. Com isso, os resultados começaram a surgir.

Uma das organizações beneficiadas pelo programa é a Associação Pró Menor de Primavera (APROMEP), do município de Rosana, na região do Pontal do Paranapanema. A partir das informações acessadas na rede, a associação redigiu proposta de inclusão produtiva para qualificar 100 jovens e adultos de até 24 anos por meio de parcerias, como com o Sebrae-SP, a fim de inseri-los no mercado de trabalho nas áreas administrativa e de hotelaria e turismo, atendendo às necessidades do município. A proposta foi encaminhada ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e aprovada.

Já o Instituto Feliz Cidade, de Pariquera-Açu, na região do Vale do Ribeira, que se dedica ao atendimento e à doação de alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade econômica e social, obteve junto ao Sebrae-SP a oportunidade de participar de cursos para a reestruturação e capacitação de sua equipe, além da elaboração de projeto de capacitação profissional e inserção de seus beneficiários no mercado de trabalho.

“Trabalhar com públicos em situação de vulnerabilidade é, atualmente, um foco estratégico do Sebrae-SP em prol de uma sociedade mais igualitária em termos de recursos e oportunidades, pois não há crescimento econômico sem que ele seja inclusivo”, diz Wilson Poit, diretor-superintendente do Sebrae-SP. Nesse contexto, as organizações sociais assumem um papel de protagonismo, já que estão, diariamente, trabalhando em prol da inclusão dessas pessoas.

O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e a pandemia acentuou ainda mais esse cenário. O Banco Mundial estima que seus efeitos levem até 49 milhões de pessoas à pobreza. Dados recentes do IBGE demonstram que o país possui mais de 13,5 milhões de desempregados e uma pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional apontou que o Brasil tem pelo menos 19 milhões de pessoas passando fome.

Outra informação alarmante é proveniente do levantamento publicado pela Oxfam em janeiro de 2022. A publicação apresenta uma estimativa de que, entre abril de 2020 e abril de 2021, 377 brasileiros perderam o emprego por hora, e que mais de 600 mil empresas faliram. Antes que o país comece a se recuperar e a reestruturar sua economia, a tendência é de agravamento da crise.

Assim, a união de forças entre o Sebrae-SP e o IDIS na execução do programa surge como uma reação a esse contexto de desemprego e de falta de oportunidades de geração de renda. “Esta experiência gerou resultados e aprendizados muito importantes. As organizações participantes abraçaram a metodologia de rede e se mobilizaram entre si para manter aprendizado e trocas perenes a partir do programa. Com as consequências negativas da pandemia na economia e na renda dos brasileiros, contribuir para esta causa é urgente e tem impacto direto na vida de milhares de pessoas”, comenta Renato Rebelo, diretor de projetos do IDIS.

Colaboração e comprometimento foram as temáticas de destaque no evento “O futuro da filantropia”, promovido pela revista Alliance

Ao longo de 2021, como parte das comemorações especiais do 25º aniversário da revista Alliance – publicação britânica especializada em filantropia – foram promovidos eventos regionais sobre “o futuro da filantropia”.

Durante a celebração, aconteceram painéis online com foco na África, Região Árabe, Ásia & Pacífico, Europa, América Latina e América do Norte. O encerramento das celebrações ocorreu em fevereiro de 2022, com uma conversa global com representantes de cada um dos seis eventos anteriores.

A convidada da América latina foi a CEO do IDIS, Paula Fabiani. Ao lado dela, Caroline McLaughlin da Asia Venture Philanthropy Network; Naila Farouky, CEO do Fórum de Fundações Árabes; Delphine Moralis, CEO do Philanthropy Europe Association; Dave Biemesderfer, Presidente e CEO do Fórum de Filantropia dos EUA; e Caesar Ngule, Diretor de Programas do Kenya Community Development Foundation.

 

E com tantos nomes importantes debatendo o assunto afinal, qual será, então, o futuro da filantropia?

Como era de se esperar, as prioridades e temáticas em cada região do mundo variam de acordo com o momento de cada povo. Entretanto, todos os representantes ressaltaram o poder e a necessidade de colaboração para que a filantropia e o impacto social positivo se fortaleçam. A crise iniciada por conta da pandemia da Covid-19 deixou bastante nítido o poder que a colaboração e comprometimento com causas possuem em momentos de crise. Além disso, mais pessoas passaram a olhar para as doações e ações filantrópicas de outra forma, valorizando o investimento social privado.

“Há uma tendência acelerada em direção à filantropia colaborativa na Ásia à medida que mais financiadores trabalham juntos para implantar fundos e resolver problemas sistêmicos”, destacou Caroline McLaughlin da Asia Venture Philanthropy Network. Dave Biemesderfer, também sobre essa temática, chamou atenção para outro ponto importante que é justamente verificar se todas as mudanças e comprometimentos assumidos durante a pandemia seguirão perenes daqui em diante nos países.

 

 

Questões tangenciais como saúde mental, educação e diversidade também foram destaque e, de acordo com os especialistas, tem ganhado atenção de filantropos ao redor do mundo. Naila Farouky ressaltou que tem se observado uma tendência de que os financiadores e filantropos sejam “mais intencionais em suas ações com o objetivo de criar um impacto mais efetivo”. Ponto também evidenciado por Paula Fabiani, que ainda pontuou que no Brasil tem acontecido um movimento de maior investimento em organizações da sociedade civil como forma mais efetiva de resolver problemas locais.

O evento completo pode ser acessado abaixo.

Além disso, caso você queira refletir ainda mais sobre o que a filantropia tem discutido para os próximos anos, acesse o artigo com as perspectivas da filantropia no Brasil publicado pelo IDIS, basta clicar aqui.

IDIS apresenta perspectivas e desafios da filantropia no Brasil em 2022

Um dos grandes nomes da filantropia da história, Andrew Carnegie disse, no século XIX, que era mais fácil fazer fortuna do que doar dinheiro de forma inteligente.

Passado mais de um século dessa declaração, os filantropos contemporâneos se deparam, atualmente com uma sociedade muito mais complexa, com problemas multifacetados e um desafio ainda maior para resolver para quem e como fazer suas doações.

Buscando, então, contribuir com a tomada de decisão dos filantropos, o IDIS preparou o artigo Perspectivas para a Filantropia Brasileira’. A seleção dos tópicos foi feita a partir da vasta experiência do IDIS no apoio a investidores sociais privados. Isso, além da vivência dos últimos dois anos, que trouxeram muitas mudanças nas demandas e expectativas no campo da filantropia.

Baixe agora as 8 tendências completas. 

O documento traz oito perspectivas relevantes e que devem ser considerados pelos filantropos na hora de planejar suas doações. “Cada perspectiva é uma janela para uma paisagem onde algo importante está acontecendo e o filantropo pode traçar um cenário a partir delas, agregando seus elementos próprios”, explica Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Além de apresentar cada tendência e explicar os motivos para ela ter sido escolhida, o artigo também cita exemplos nos quais se pode enxergar ela na prática.

Conheça abaixo as Perspectivas da Filantropia no Brasil:

PERSPECTIVA 1 – Mais grantmakers, menos projetos próprios

A filantropia ganha relevância em seu papel de financiadora das organizações da sociedade civil que buscam a solução para os problemas complexos.

PERSPECTIVA 2 – Emergência x longo prazo

A filantropia estratégica se vê no impasse entre as necessidades de curto prazo e o olhar para o futuro.

PERSPECTIVA 3 – Causas que se fortaleceram

Mesmo em meio à crise sanitária e econômica, a força de algumas causas não se abalou. Elas ganham novos formatos e se mostram mais importantes do que nunca.

PERSPECTIVA 4 – A comunidade como célula mater da filantropia

Nos momentos mais difíceis, os problemas se concentram nas comunidades, assim como as soluções.

PERSPECTIVA 5 – Atuação colaborativa e em parceria

Chegamos mais longe quando caminhamos juntos e, contrariando o ditado, chegamos mais rápido também.

PERSPECTIVA 6 – Empresas mais engajadas

Experiência da pandemia e pressão de investidores e consumidores levam empresas a aumentar as doações.

PERSPECTIVA 7 – Já não é só o capital filantrópico que gera impacto

A possibilidade de conciliar lucro com impacto positivo é cada vez mais atraente para novos e antigos investidores.

PERSPECTIVA 8 – O desembarque da Geração Z

Os Millenials já estão deixando sua marca na filantropia. E agora, o que esperar da Geração Z?

Paula Fabiani comenta o aumento de pessoas em situação de rua no Jornal Hoje

Como consequência da pandemia, muitas famílias passaram a enfrentar maiores dificuldades financeiras e foram impossibilitadas até mesmo de arcar com despesas básicas, inclusive o aluguel. Esse tema foi um dos assuntos do Jornal Hoje, da TV Globo. Com isso, o número de pessoas em situação de vulnerabilidade social cresceu e é bastante visível em cidades como São Paulo.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, comenta a situação e aborda a dificuldade de organizações sociais que buscam oferecer algum tipo de apoio, mas que enfrentam dificuldades devido a diminuição no número de doações no país.

Segundo Paula, “essas pessoas precisaram se apoiar nos programas do governo que acabaram e agora o que resta são os programas das ONGs que estão tentando ajudar e que estão vendo uma crescente demanda de pessoas, porém não estão experimentando um crescente volume de doações. Então a gente vê as doações caindo e um número de pessoas que precisam desse apoio aumentando”. 

Clique aqui e confira a matéria na íntegra.

Veja também: Queda de doações é destaque no Jornal Nacional

IDIS ganha edital da Petrobras para avaliar impacto de 20 projetos

Após participar de concorrência ao Edital nº: 7003676852 da Petrobras, o IDIS foi a organização escolhida para apoiar a empresa na condução de estudos de Avaliação de Impacto dos projetos que compõem o portfólio do Programa Petrobras Socioambiental.

Entre 2022 e 2023, serão executados:

  • Cinco projetos avaliados por meio do Protocolo Avaliativo SROI (Social Return of Investment) – Retorno do Investimento Social.
  • Quinze projetos a serem avaliados sob a perspectiva de uma Análise Custo Benefício.
  • Quatro oficinas de capacitação em SROI e Teoria da Mudança.

 

Desde 2019, o IDIS vem realizando análises sobre os projetos socioambientais apoiados pela Petrobras utilizando diferentes metodologias de avaliação de impacto. Entre eles estão, Projeto Uça, Baleia Jubarte, projeto Mão na Massa e Florestas de Valor.

 

A prática de monitoramento e avaliação de impacto tem se intensificado nos últimos anos. Empresas e filantropos estão cada vez mais interessados em compreender as transformações geradas pelo seu investimento e como fazer a melhor alocação dos seus recursos para maximização do retorno do seu impacto. Do lado das organizações, a avaliação de impacto tem se mostrado como uma excelente ferramenta para melhoria das suas atividades, transparência, comunicação e captação de recursos.

 

Em 2021, o IDIS realizou 17 projetos nesta linha, para organizações como Vale, Fundação Sicredi, Gerando Falcões, Amigos do Bem e Parceiros da Educação e lançou dois relatórios compartilhando resultados específicos. A geração de conhecimento sobre monitoramento e avaliação de impacto também foi importante, com a realização de eventos, produção de conteúdos e capacitações.

 

Resultado da avaliação de impacto realizada pelo IDIS sobre o projeto Florestas de Valor, da Imaflora

Sobre a Petrobras

A Petrobras é uma sociedade anônima de capital aberto que atua de forma integrada e especializada na indústria de óleo, gás natural e energia.

A empresa apoia iniciativas em prol de causas que contribuam para o desenvolvimento da sociedade, instituições do terceiro setor, poder público, universidades e outros públicos. A Petrobras investe em projetos sociais, ambientais, culturais e esportivos selecionados em todas as regiões do país. As iniciativas contribuem para o desenvolvimento local, regional e nacional, gerando renda, promovendo a proteção ambiental, fortalecendo a cadeia produtiva da cultura e ampliando o acesso a práticas esportivas.

O objetivo do Programa Petrobras Socioambiental é contribuir para o desenvolvimento sustentável, com investimentos voluntários em práticas voltadas para um ambiente ecologicamente equilibrado e socialmente equitativo, gerando resultados para a sociedade e para a empresa. O Programa é uma das formas de concretizar a visão e os valores da companhia constantes em seu Plano Estratégico e no princípio e diretrizes de sua Política de Responsabilidade Social.

 

Avaliação de Impacto SROIQuer saber mais sobre esse tema? Confira nossas publicações, vídeos e eventos sobre o tema, clicando aqui.

 

 

 

O Futuro da Filantropia é tema de evento promovido pela Alliance Magazine

A Alliance Magazine, organização social britânica com foco em conteúdo relacionado a investimento social, reunirá especialistas do ramo de diferentes países para debater e refletir sobre o Futuro da Filantropia. O evento encerra uma série que promoveu seis painéis virtuais com representantes de organizações ligadas ao tema em diferentes regiões globais (África, Região Árabe, Ásia & Pacífico, Europa, América Latina e América do Norte) e marca o encerramento da comemoração do 25º aniversário da revista.

Reunindo vozes de cada um desses painéis em uma conversa global, o evento acontecerá no dia 10 de fevereiro de forma online e gratuita. Com um olhar para o futuro, propõe debater a evolução da filantropia após tempos de crise e a contribuição  das novas gerações.

Participaram do evento:

Paula Fabiani, CEO do IDIS, Caroline McLaughlin, Diretora de Parcerias da Asia Venture Philanthropy Network, Dave Biemesderfer, Presidente e CEO do United Philanthropy Forum, Delphine Moralis, CEO da Philanthropy Europe Association, Naila Farouky, CEO do Arab Foundations Forum e Stigmata Tenga, Diretora Executiva da Africa Philanthropy Network serão os palestrantes do evento, que terá mediação de Elika Roohi, da revista Alliance.

As inscrições podem ser feitas no link: bit.ly/futurodafilantropia

Data: 10 de fevereiro | Horário: 11h – 12h (UTC-03:00) Brasília

O Futuro da Filantropia na América Latina

O IDIS foi o parceiro da Alliance para a realização da edição latinoamericana do ciclo de debates.

Além de Paula Fabini, integraram a mesa Carolina Suarez, da Latimpacto (Colombia),
Inês Mindlin Lafer, representando o GIFE e o Instituto Betty e Jacob Lafer (Brasil) e Magdalena Aninat, do Centro de Filantropia e Investimentos Sociais da Universidade Adolfo Ibáñez (Chile).

Entre os temas debatidos, a importância do fortalecimento do ecossistema da filantropia na América Latina, a necessidade do fomento a um ambiente político mais favorável às organizações da sociedade civil e o avanço da colaboração na prática filantrópica, especialmente a partir do evento da pandemia de Covid-19. Houve consenso de que a filantropia vem amadurecendo no continente e que o futuro mostra-se positivo.

Confira o vídeo:

IDIS 2022: vamos juntos!

Com energias renovadas, muitos planos e disposição, entramos em 2022 prontos para inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto!

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimento, consultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Hoje, compartilho alguns dos principais projetos para o ano que inicia. E por acreditar no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista, convido todos para a atuação em parceria. Vamos juntos sonhar mais, criar mais, transformar mais!

Combater os efeitos da pandemia ainda é urgente. Em 2020, respondemos criando o Fundo Emergencial para a Saúde e fortalecendo o SUS, em 2021, o foco foi o programa Redes para a Inclusão Produtiva, em parceria com o Sebrae SP, e neste ano, reunimos parceiros para lançar o Fundo de Conectividade para escolas da rede pública de ensino, visando dar aos alunos uma estrutura mais adequada para o momento que vivemos. Também nos dedicaremos ao Transformando Territórios, programa de desenvolvimento de institutos e fundações comunitárias por meio do qual, com o apoio da Mott Foundation, investiremos R$ 1 milhão no fomento de iniciativas, e seguiremos na liderança da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, atuando para melhorar o ambiente regulatório para este importante mecanismo de sustentabilidade para causas e organizações.

Entre os projetos de Conhecimento, destaco o mapeamento de tendências da filantropia que lançaremos ainda no início deste ano, além da realização do 11º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, que pretendemos realizar em formato híbrido, com sessões presenciais e transmissão ao vivo. Teremos duas publicações sobre Fundos Patrimoniais no Brasil, que nos permitirão entender com mais exatidão o panorama no País, um estudo sobre modelos emergentes de doação, desenvolvido em parceria com a Lilly School of Philanthropy, e o apoio à realização da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2001+20.

Por meio da consultoria, vamos manter a realização de projetos customizados para famílias, empresas e organizações da sociedade civil, os apoiando em sua trajetória de investimento social. O suporte para o planejamento estratégico deve se manter forte, e a tendência mostra que há crescente demanda por apoio técnico em áreas como criação de fundos patrimoniais, gestão da doação e avaliação de impacto.

A agenda ESG, por fim, deve seguir ganhando relevância. No ano passado, participamos ativamente da criação do Pacto de Promoção da Equidade Racial e nosso foco será no fortalecimento do pilar SOCIAL, contribuindo ao debate e à produção de conhecimento, por meio de artigos, notas técnicas e eventos, e oferecendo consultoria àqueles que pretendem evoluir nesta pauta.

Internamente, investiremos em processos e no desenvolvimento de nossa equipe, nosso maior ativo!

Os dozes meses parecem pouco, mas não estamos sós. É colaborando uns com os outros e criando pontes que chegaremos mais longe e mais rápido. Será um ano de grandes projetos, de muito impacto e de colaboração!

Um feliz 2022 para todos nós!

Paula Fabiani

IDIS atualiza valores institucionais 

Os valores são as diretrizes que guiam a equipe no caminho em direção à missão do IDIS. Eles representam a nossa identidade e como nos orientamos internamente na solução de problemas e tomada de decisão. Com a renovação da marca institucional do IDIS e com o crescimento da equipe IDIS nos últimos anos, voltamos os olhares para dentro, buscando identificar quais os valores que compartilhamos enquanto organização.

É a nossa cultura que nos une na missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Com este objetivo e em um intenso processo de conversas e reflexões juntos aos colaboradores, identificamos internamente aquilo que nos define enquanto organização, e de forma participativa com toda a equipe, alinhamos e colocamos em palavras nossa cultura e nossos valores:

Excelência

Nossos projetos e iniciativas são desenvolvidos com embasamento técnico. Estudo, pesquisa, leitura, estudos de caso, entrevistas com especialistas e análise de dados são insumos diários da nossa atuação. Somos inteiramente responsáveis pelas informações que transmitimos para nossos clientes, parceiros e para a sociedade em geral, e o rigor técnico com o qual elaboramos nossos conteúdos é o que constrói e mantém a credibilidade da organização.

Os desafios para a busca de um futuro mais justo e sustentável são inúmeros e enormes, mas nós sonhamos grande e enfrentamos a complexidade e os obstáculos de frente! Cada um dos projetos e iniciativas que realizamos nos ensina novos caminhos e nos traz ainda mais ferramentas a serem usadas para dar passos cada vez maiores em direção à nossa missão.

 

Aprendizado

A busca pelo conhecimento é uma caminhada que nunca chega ao fim. Somos curiosos! Há sempre um novo conceito para aprender, há sempre uma nova tendência que desponta no mundo, há sempre um novo autor, uma organização que propõe um modelo de atuação totalmente novo, uma nova pesquisa, um evento que nos abre novas portas e tantas outras oportunidades. Esse vasto mar aberto do conhecimento nos inspira, nos entusiasma e incentiva cada um de nós a buscar sempre mais.

A reflexão sobre estratégias e caminhos é fundamental para definirmos a direção a seguir, mas também somos implementadores! Botamos a “mão na massa” e tiramos os planos do papel para lidar com as árduas barreiras da realidade prática. Além disso, após cada execução realizada, analisamos cuidadosamente os aprendizados de cada etapa, para que possamos estar cada vez melhor preparados para os próximos desafios, já que sabemos que eles serão cada vez maiores.

 

Colaboração

Acreditamos que a pluralidade de opiniões, origens, histórias de vida e de repertório enriquecem o nosso trabalho e aumentam o nosso potencial de impacto. Por isso, agimos de forma colaborativa, celebramos a diversidade e acreditamos no poder das parcerias. Cada pessoa traz uma contribuição única e, juntos, podemos aprender uns com os outros, analisar com mais profundidade e ter melhores ideias e resultados.

 

Respeito

Vivemos na era das polarizações, e percebemos a dificuldade de encontrar bases de pensamento comum entre diferentes atores. Diante disso, torna-se ainda mais importante manter uma postura propositiva, que incentiva a abertura ao diálogo, o respeito e a escuta como estratégia para unir esforços, ao invés de acentuar os conflitos. Acreditamos que trabalhar para construir propostas e soluções é muito mais eficaz do que criticar e apontar erros. Mesmo em visões de mundo distintas, podem existir objetivos comuns e é aí que devemos explorar todo o potencial transformador das parcerias.

Transparência

Nenhum passo ou resultado deve ser celebrado se não estiver completamente pautado por atitudes éticas, que garantam o respeito, a transparência e a conformidade com leis, normas, princípios morais e o reconhecimento de que, acima de qualquer coisa, somos seres humanos buscando contribuir com o bem-estar de outros seres humanos.

Sustentabilidade

Sabemos que a nossa jornada e nossa missão exigem um esforço de longo-prazo. Portanto, garantir a perenidade da nossa atuação é fundamental para a continuidade da nossa operação. Precisamos realizar a melhor gestão possível dos nossos talentos, recursos financeiros e do nosso conhecimento, para que todos eles sejam aplicados em sua maior potência.

Prazer, somos o IDIS!

Equipe_IDIS

 

 

 

IDIS participa de primeiro Simpósio Global de Filantropia

O Simpósio Global de Filantropia, promovido pela Charities Aid Foundation (CAF), reuniu integrantes da sociedade civil que atuam e fortalecem a filantropia em diferentes partes do mundo. O evento aconteceu no dia 9 de novembro ao longo de 19 horas e reuniu representantes de 10 países, sendo eles: África do Sul, Austrália, Brasil, Bulgária, Canadá, Estados Unidos, índia, Inglaterra, Rússia e Turquia. Com o foco em doadores, o encontro abordou não só a tendência internacional como também a percepção local nos diferentes continentes. Dentre os temas debatidos estão a filantropia de impacto, empoderamento negro, confiança e mecanismos de doação internacional. 

Representante da CAF no Brasil, o IDIS marcou presença no Simpósio e conduziu dois debates relevantes para a filantropia brasileira. Aprofundando o tema da colaboração entre empresas e organizações da sociedade civil, a mesa ‘Empresas Grantmakers: impacto social por meio do apoio a OSCs’ contou com a participação de Daniela Grelin, diretora do Instituto Avon, e Paulo Eduardo Batista, diretor executivo do Instituto Mosaic. A conversa foi moderada por Andrea Hanai, gerente de projetos do IDIS. No segundo painel, Eliane Sousa Silva, fundadora e diretora da Redes da Maré e Erika Sanchez, diretora executiva do Instituto ACP foram convidadas para integrar a mesa ‘Transformando Territórios: investimento para o desenvolvimento local’, mediada por Felipe Groba, gerente de projetos do IDIS.

 

Empresas Grantmakers: impacto social por meio do apoio a OSCs

A preocupação com impacto social tem crescido entre as empresas e as ações voltadas para a transformação social passam a ser pensadas como parte do plano estratégico de crescimento no meio corporativo. O apoio a projetos de organizações da sociedade civil é uma das maneiras pela qual esta dinâmica tem sido organizada. Empresas que apoiam OSCs e/ou financiam projetos sociais já existentes são denominadas grantmakers e para integrar a conversa, convidamos Daniela Grelin do Instituto Avon e Paulo Eduardo Batista do Instituto Mosaic, duas pessoas que estão à frente da atuação social de grandes empresas.

O Instituto Avon atua como uma grantmaker nas causas do câncer de mama buscando levar informação segura e confiável sobre a saúde das mamas a todas as mulheres, e também na violência contra mulheres e meninas por meio da promoção diálogo, estímulo à ação e melhora da qualidade dos serviços oferecidos às mulheres para a construção de relações saudáveis. São quatro os pilares de atuação do Instituto para o empoderamento da mulher: a promoção e divulgação de conhecimento, advocacy, grantmaking e conscientização e engajamento. Daniela enfatizou que um dos requisitos para a transformação social em grande escala é a colaboração. Segundo ela, os entes públicos têm uma atuação muito fragmentada no país e a atuação em rede contribui para suprir esta demanda, destacando para que isso funcione precisa haver confiança mútua entre os colaboradores, que pode ser fortalecida por meio de prestação de contas. 

O Instituto Mosaic é o braço social da Mosaic no Brasil. Ele como missão promover o desenvolvimento mútuo e sustentável nas comunidades, promovendo o bem-estar, a educação de qualidade, a formação de pessoas e o fortalecimento de valores como ética, colaboração e responsabilidade. Paulo contou como se dá essa atuação, começando pelo desenvolvimento local em educação, que promove projetos que envolvem a capacitação de escolas, principalmente professores na primeira infância, seguido dos projetos de reciclagem e alimentação que incentivam a colaboração e o desenvolvimento local. O Edital da Água, projeto que contou com o apoio técnico do IDIS, tem como objetivo promover ações de melhoria da gestão dos recursos hídricos nas comunidades em que a empresa atua. Assim como Daniela, ele também enfatizou a importância do fortalecimento da relação de confiança entre as empresas e as organizações e ressaltou que a prestação de contas não é apenas um relatório, mas também um aprendizado. 

Finalizando, Andra Hanai reforçou: “A relação de confiança construída dos dois lados tem um sucesso maior e potencializa o impacto desse processo”.

 

Transformando Territórios: investimento para o desenvolvimento local

Institutos e fundações comunitárias têm se consolidado cada vez mais internacionalmente como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios. Neste modelo de atuação, o investimento é voltado para uma localidade específica, seja um bairro, uma cidade ou região. Nesse sentido, muitas organizações apostam neste modelo como uma ferramenta de transformação de territórios. 

Eliane Silva, que integrou o painel, está à frente da Redes da Maré, uma instituição da sociedade civil que produz conhecimento, projetos e ações para garantir políticas públicas eficazes para melhorar a vida dos moradores das 16 favelas da Maré, no Rio de Janeiro. Crescida em uma das favelas do Complexo da Maré, Eliane enfatizou que o trabalho coletivo garante a permanência de um trabalho tão robusto quanto o que a organização realiza hoje, em especial o envolvimento da comunidade nos projetos. Falando sobre as ações da organização, ela destacou: “Temos entregas muito concretas, agora temos que pensar nesse estímulo e inspiração para que outros movimentos queiram se engajar, estimular que outras lideranças, outros grupos que querem partilhar de um processo de mudança juntos”.

De acordo com Erika Sanchez, diretora executiva do Instituto ACP, organização que apoia projetos de desenvolvimento organizacional de iniciativas comprometidas em gerar impacto positivo na sociedade, a pandemia trouxe a ação comunitária mais ainda para o centro, pois sua importância ficou evidente e muito clara nas áreas mais vulneráveis do país, comenta. Ela chama atenção para a relevância da construção de relações mais horizontais, da criação de autonomia e confiança na transformação de um território. Para ela, “a sociedade civil brasileira é enorme e tem um papel muito importante nessa construção, por isso a importância de ser fortalecida”. 

O Programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS em parceria com a Mott Foundation, surgiu com o objetivo de fortalecer e fomentar institutos e fundações comunitárias no Brasil. Conheça o programa, acesse transformandoterritorios.org.br.

A Charities Aid Foundation (CAF) é uma organização britânica dedicada à filantropia e com mais de 90 anos de experiência. A CAF apoia doadores – indivíduos, grandes doadores e empresas – a obter o maior impacto possível a partir de sua doação. Sua rede global consolidando-se como a maior estrutura de apoio ao investidor social privado, no mundo. Além da sede no Reino Unido, a CAF também atua na África do Sul, Austrália (Good2Give), Brasil (IDIS), Bulgária (BCause), Canadá, Estados Unidos, Índia, Rússia e Turquia (Tusev).

Institutos e fundações comunitárias norteiam conversa no Podcast ‘Aqui se faz, aqui se doa’

O episódio do podcast ‘Aqui se faz, Aqui se doa’ com a participação do IDIS foi voltado para ações e atuação dos institutos e fundações comunitárias, isto é, associações que atuam em prol de um território geográfico limitado, seja este um bairro, uma cidade ou região. Para conhecer mais sobre esse tipo de organização, Eliana Sousa Silva, fundadora e diretora da ONG Redes da Maré, foi entrevistada por Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Roberta Faria, do Instituto Mol. O podcast é uma iniciativa do Instituto Mol e este episódio integra a série especial de participações do IDIS.

Convidada para falar do funcionamento desse modelo de ação na prática, Eliana Sousa Silva contou sobre ações e iniciativas da organização no Complexo da Maré no Rio de Janeiro. Com destaque para a atuação durante o auge da pandemia de COVID-19, foram promovidas ações para a alimentação e pela saúde da população no território.

Confira na íntegra:

“De acordo com o levantamento realizado pelo Community Foundation Atlas, existem mais de 1.800 institutos e fundações comunitárias no mundo e juntas, essas organizações movimentam mais de 5 bilhões de dólares todos os anos. Para fortalecer esse movimento no Brasil, em 2020 o IDIS criou o programa Transformando Territórios, em parceria com a Mott Foundation”, conta Paula sobre o programa Transformando Territórios, criado para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no país.

Saiba mais sobre o programa, acesse transformandoterritorios.org.br

 

 

‘Perspectivas e desafios dos Fundos Patrimoniais no Brasil’ é tema de evento do IDIS 

Quase dois anos após a sanção da Lei 13.800, em janeiro de 2019, que regulamenta os Fundos Patrimoniais no Brasil, o IDIS, com apoio da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, promoveu evento jogando luz a aspectos tributários e à relação do mercado de capitais com a pauta. Os avanços conquistados pela ação de advocacy e casos práticos também foram apresentados.

 

Confira a sessão na íntegra:

Agenda tributária dos Fundos Patrimoniais

Na primeira sessão, Agenda tributária dos Fundos Patrimoniais participaram  Flavia Regina de Souza, sócia do Mattos Filho Advogados,  Hermann Braga, coordenador do Senador Rodrigo Cunha, Priscila Pasqualin, sócia do PLKC Advogados e conselheira do IDIS, e Paula Fabiani, CEO do IDIS, responsável pela moderação. 

Priscila Pasqualin comentou os esforços da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, composta por mais de 80 membros, entre organizações, empresas e pessoas, de diversas áreas. O grupo está mobilizado para apoiar e promover a articulação necessária para que o Brasil tenha uma legislação que regulamente a existência, governança e operação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos e também acelerar a adoção do mecanismo. Entre as principais conquistas está a sanção da Lei 13.800/19,  mas a ação de incidência continua para aprimoramento do ambiente legal.

Hoje, um dos pontos centrais desta pauta é mudar um posicionamento da Receita Federal que prevê tributação dos rendimentos da Organização Gestora de Fundos Patrimoniais (OGFP), ao entender que elas não teriam direito à imunidade de impostos. Esta disposição desestimula a criação de Fundos e está em disputa.

(Para saber mais: Em artigo publicado no Conjur, foi comentado o parecer da Receita Federal, e a Coalizão emitiu uma Carta Aberta.)

Em sua intervenção, Flavia Regina de Souza destacou o contexto sociopolítico da aprovação da lei. “Era melhor ter uma lei que disciplinasse os fundos patrimoniais e não disciplinasse os aspectos tributários do que não ter nada”, ela avalia. “Tem um papel muito importante na legislação de incentivar novos modelos”, concluiu comparando a legislação das OSCIPs iniciada na década de 90. 

Hermann Braga, coordenador do gabinete do Senador Rodrigo Cunha (PSDB/AL) que é relator do PL 158/2017 que visa fomentar a criação de fundos patrimoniais, esteve presente no evento. Braga apresentou a mobilização que o gabinete do senador tem feito na tramitação deste projeto de lei. O objetivo do PL é de autorizar instituições públicas de ensino superior, institutos federais de educação, instituições comunitárias de ensino superior e instituições científicas, tecnológicas e de inovação a constituir fundos patrimoniais vinculados com recursos oriundos de doações de pessoas físicas e jurídicas a fim de criar uma poupança de longo prazo que se torne fonte regular e estável de recursos.

 

Endowment e o Mercado de Capitais

Para falar sobre Endowment e o Mercado de Capitais, o moderador Diego Martins, sócio da Pragma, abriu o painel com um alerta a gestores de fundos patrimoniais: “A diversificação dos investimentos é o que consegue conciliar objetivos de longo e curto prazo”. Reforçou também a questão tributária, que pode interferir no investimento dos recursos alocados de fundos patrimoniais. “Essa é a maior dificuldade hoje de um gestor de investimento: cavar todas as possibilidades possíveis de diversificação respeitando uma série de barreiras legais”.

Eduardo Loverro, head da área comercial da BNP Paribas Asset Management , compartilhou a experiência na gestão de endowments criados por empresas e famílias. Também comentou sobre as especificidades desse tipo de investimento que precisa de rentabilidade a longo e médio prazo. “Eu tenho certeza que os Mercado de Capitais ajudarão o máximo que puder para defender essa questão [tributária dos endowments]. Eu vejo que a geração da rentabilidade contribui diretamente para o desenvolvimento das ações sociais dos endowments, pois você precisa manter um recurso principal e este precisa gerar receita para promover a ação”, acredita. 

Comparando o cenário nacional e internacional investimentos, Clayton Calixto, especialista de produtos da Santander Asset Management ressalta a importância da diversificação dos investimentos na blindagem contra variações no cenário econômico. “Houve um aumento de percepção de risco muito grande e uma desvalorização do patrimônio, inclusive em renda fixa. Se o investidor tivesse feito essa diversificação, sobretudo no exterior combinado com investimentos locais até de mais risco como como a Bolsa e câmbio, teria se protegido muito bem”, explica.  

FUNDOS PATRIMONIAIS E IDIS

A Coalizão pelos Fundos Filantrópicos é um movimento grupo multisetorial composto por mais de 80 membros, entre organizações, empresas e pessoas que apoiam a regulamentação dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos no país e liderado pelo IDIS com apoio jurídico do PLKC Advogados para um ambiente favorável aos endowments no Brasil.

Por meio de consultoria, o IDIS também vem apoiando diversas organizações na constituição de seus Fundos Patrimoniais, como ASA – Associação Santo Agostinho, Unicamp, Unesp, MAR – Museu de Arte do Rio, entre outros. 

No evento, Andrea Hanai, gerente de projetos do IDIS, compartilhou a experiência na liderança de dentro do IDIS em projetos relacionados a este tema. Ela conta que as maiores dificuldades das organizações estão no campo institucional, em  especial no que tange a definição de propósito e aspectos de governança. 

Para saber mais, entre em contato em comunicacao@idis.org.br.

Investimento social corporativo é tema de evento do IDIS com a Latimpacto

Reunindo especialistas do investimento social corporativo, evento realizado pelo IDIS e Latimpacto trará reflexões e aprendizados sobre a importância dessa destinação de recursos na promoção de transformação social de longo prazo. Além de também compartilharem como, por meio de suas próprias operações ou veículos sociais corporativos, também estão alavancando recursos empresarias-financeiros e não-financeiros.

Quando

_ 21 de outubro
_11h da manhã (horário de Brasília)

 

Inscreva-se agora!

 

O evento será transmitido pelo Zoom e contará com tradução para o Português e Espanhol.

 

Ao compreender o ecossistema brasileiro e os aspectos socioeconômicos e desafios do país, o IDIS se tornou, em maio de 2021, embaixador ativo da Latimpacto, apoiando a promoção do investimento para impacto mais estratégico no Brasil. A parceria inclui a realização de eventos, a produção de artigos e publicações, capacitações, além da participação no Conselho da Latimpacto. Buscando sedimentar o conceito junto a toda equipe do IDIS, em agosto, foi realizada uma Master Class e ao longo de duas horas a Latimpacto compartilhou os principais conceitos relacionado a Venture Philanthropy e por meio de cases, ajudou a esclarecer como acontece na prática.

‘Como escolher uma causa’ é tema de live no Valor Econômico

O Valor Econômico em colaboração com o Valor Social, área de responsabilidade social da Globo, promoveu uma semana especial de lives que teve como temática principal ‘Cultura de Doação’. O evento propôs ampliar os debates sobre a importância e o tamanho do investimento social privado no Brasil, apresentar os melhores caminhos para doar, mostrar o que é feito no âmbito dos negócios e como estimular a cultura de doação.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Joana Mortari, diretora da Associação Acorde, protagonizaram a mesa “Como Escolher Sua Causa”, importante assunto quando se trata da construção de uma cultura de doação. A mesa foi mediada por Celia Rosemblum, Editora de Projetos Especiais do Valor.

Com o objetivo de mobilizar os brasileiros para a doação, o IDIS criou o ‘Descubra sua Causa’, um teste de 9 perguntas que ajuda a encontrar uma causa com a qual a pessoa melhor se identifica e depois mostra organizações com as quais pode contribuir, doando dinheiro ou tempo, por meio de trabalho voluntário.  A Pesquisa Doação Brasil, que tenta entender as barreiras para a cultura de doação no país, em sua edição de 2015 mostrou que 84% dos brasileiros não concordavam com a ideia de que o doador deve falar que faz doações e que, além disso, explica Paula, não havia uma clareza de qual causa mobilizava a ação. Isso mostrou a necessidade de se falar mais sobre o assunto, sobre diferentes causas e do endereçamento das doações. Foi nesse contexto que o teste surgiu e hoje traz opções de como e para onde contribuir de acordo com a causa identificada, direcionando os passos para aquele que deseja agir.

Veja a live na completa:

Documentário “Por um Brasil Melhor” aborda cultura da doação

Para quem se interessa por cultura de doação, esta é uma dica de ouro! No vídeo documentário “Por um Brasil Melhor” há história, conceitos e práticas narradas por diversos atores e ativistas do setor filantrópico. A iniciativa é da Escola Aberta do Terceiro Setor/FJPN, com apoio do Starling Collective

Sobre a iniciativa, Debora Verdan, coordenadora da Escola Aberta do Terceiro Setor, comenta “Sendo o conhecimento também um recurso estratégico de desenvolvimento e transformação social, a produção do documentário visa impulsionar mudanças necessárias em processos e atitudes dos indivíduos e organizações, ampliando assim, por meio da educação, a generosidade, a empatia e a cultura de doação.”

Entre os especialistas e representantes de organizações da sociedade civil que compartilharam seus saberes e experiências sobre o campo, destacamos a participação do IDIS. Contribuíram o fundador Marcos Kisil, comentando o fortalecimento do ecossistema filantrópico no Brasil no final da década de 90, e a atual CEO, Paula Fabiani, que destacou a produção de conhecimento e estudos sobre a cultura doação no Brasil. Também foi entrevistado Ted Hart, CEO da CAF America, organização que como o IDIS integra a rede da Charities Aid Foundation, buscando definir o que é doar e a importância desse ato para individuo, empresas e para toda a sociedade.

Assista ao documentário por meio da plataforma da Escola Aberta do Terceiro Setor, clicando aqui

Redes para Inclusão Produtiva iniciam implementação de projetos

O programa Redes para Inclusão Produtiva iniciou a última das cinco etapas de fortalecimento de organizações sociais que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social, fomentando o empreendedorismo e a geração de renda. ainda em caráter piloto, a iniciativa do IDIS com o Sebrae-SP, contempla quatro macrorregiões do Estado de São Paulo: Bauru, Vale do Ribeira, Pontal do Paranapanema e Alta Paulista.

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Após mapear e selecionar as organizações em 2020, as organizações passaram por um processo de compartilhamento de desafios e conhecimento entre si em encontros presenciais, realizados dentro dos protocolos exigidos pela pandemia. O objetivo foi de encontrar pontos de convergência e estimular a colaboração. Apesar de trabalharem com públicos diversos, como catadores, artesãos, agricultores, jovens, egressos do sistema prisional, entre outros, havia interesses compartilhados todos e foram planejadas soluções coletivas, ativando conhecimentos já existentes dentro da rede. Foram mapeados e envolvidos também parceiros externos, que ofereceram  capacitações e recursos.

Nesta etapa final do projeto, estão sendo realizadas capacitações junto às organizações das quatro macrorregiões abordando temáticas transversais observadas em todas as redes, e também desafios particulares de cada uma. Recentemente, a consultora em voluntariado Silvia Naccache esteve presente no Vale do Ribeira para falar com as organizações. Também estão programadas oficinas sobre comunicação em mídias digitais e captação de recursos, com foco em crowdfunding.

“A pandemia agravou a desigualdade no país e a inclusão produtiva será uma agenda prioritária no próximo ano. Esta experiência piloto já tem gerado grandes aprendizados e acreditamos que o modelo fortalecerá diretamente inúmeras organizações e tem o potencial de ganhar uma grande escala.”, comenta Paula Fabiani, diretora-presidente do IDIS, que pretende expandir o programa a partir dos aprendizados desta experiência.

Empresas e organizações podem se envolver desenvolvendo um programa próprio e implementando uma rede de até 25 organizações em um território de interesse. É possível também tornar-se parceiro do programa do Sebrae-SP, contribuindo para o fortalecimento das redes já estabelecidas ou para a ampliação a outras macrorregiões, ou apoiar por meio de ações como parcerias não financeiras, acesso a mercado e emprego ou programas de voluntariado.

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Programa Redes para Inclusão Produtiva

O Programa Redes para Inclusão Produtiva tem como objetivo fortalecer organizações da sociedade civil que desenvolvem projetos que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social, fomentando o empreendedorismo e a geração de renda. Por meio da formação de redes de compartilhamento e desenvolvimento de boas práticas e inovações relacionadas à inclusão produtiva, ampliamos o acesso a conhecimento, recursos e parceiros. Cada uma das redes é apoiada por 10 meses. Esta é uma iniciativa do IDIS com o Sebrae-SP.

 

Leia também: #Fórum2021 – Inclusão produtiva: caminho para a redução da pobreza e da desigualdade

 

 

Bibliografia sobre Filantropia Comunitária

A literatura sobre Fundações e Institutos Comunitários é muito vasta e rica, para facilitar a leitura inicial sobre o conceito e referências nacionais sobre o tema separamos estas doze bibliografias.

Filantropia Comunitária: Terreno Fértil para o Desenvolvimento Social. 

Fundações Comunitárias no Brasil: Presente e Futuro

What do we mean by community foundation

Community Philanthropy and a New Model of Development Hodgson

Expandindo e fortalecendo a filantropia comunitária no Brasil.

Community Foundation Atlas

Columbus Survey Results

The New Generation of Community Foundations.

Em Busca do Equilíbrio

Carta de Princípios da Rede Iberoamericana de Fundações Cívidas e Comunitárias.

The Growing Importance of Community Foundations

Keeping the “Community” in Community Foundations

IDIS e Latimpacto trazem para o Brasil discussão sobre inovação social e investimento para impacto

Com o objetivo de disseminar o conceito de investimento para impacto no Brasil e ampliar sua aplicação, a primeira atividade da parceria entre entre o IDIS e a Latimpacto, foi o café da manhã virtual Brasil e Portugal: inovação social e investimento de impacto, com Luis Melo. Luis é membro do conselho da EVPA, rede europeia de Venture Philanthropy, e Diretor do Programa Coesão e Integração Social da Fundação Calouste Gulbenkian, em Portugal. Ele lidera um portfólio de projetos de inovação social, investimento de impacto e social impact bonds na Fundação, com sólida experiência em investimento para impacto em Portugal e Europa.

O encontro que aconteceu no dia 1º junho e para dar as boas-vindas contou com a participação de Georgia Pessoa, CEO do Instituto Humanize e vice chair da Latimpacto, e Paula Fabiani, CEO do IDIS. Carolina Suárez, CEO da Latimpacto, participou fazendo uma breve apresentação sobre a rede e o evento foi mediado por Greta Salvi, diretora da Latimpacto no Brasil .

Paula destacou a relevância do encontro, especialmente no momento de retrocessos trazidos pela pandemia, sendo necessária a união de esforços para avançar as agendas do país. Para ela “trazer a perspectiva de Portugal é muito interessante porque é um país de muitas similaridades com o Brasil, não só da língua, mas parte da nossa cultura e da história estão junto com Portugual”, ressalta Paula.

Georgia chamou atenção ao fato de que, mesmo diante de realidades socioeconômicas e políticas distintas entre Brasil e Portugal, a promoção desta conexão para ilustrar, inspirar e adaptar a nossa realidade, é sempre um caminho interessante de se seguir.

Carolina Suarez, CEO da Latimpacto,  comentou que o objetivo da rede é fazer uma comunidade para maximizar o impacto e o desenvolvimento sustentável, fortalecendo o conhecimento e a comunidade na América Latina. “Queremos amplificar o que estamos fazendo, gerar maiores conexões, fortalecer a comunidade, fortalecer o conhecimento e profissionalizá-lo para gerar maior impacto” afirma Carolina.

Na conversa, foram abordados os caminhos e os desafios para a inovação social e investimento para impacto. O debate acerca do investimento para o desenvolvimento social é crescente e abre espaço para mecanismos alternativos de financiamento de iniciativas que transformem nossa sociedade. Uma dessas modalidades é o investimento para impacto, ou Venture Philanthropy, uma abordagem de investimento que prioriza o impacto social e ambiental sobre o retorno financeiro.

Luis de Melo Jeromino da Fundação Calouste Gulbenkian

Fundação Calouste Gulbenkian

Fundada em 1957, a Fundação Calouste Gulbenkian tem como propósito fundamental melhorar a qualidade de vida das pessoas por meio da arte, da assistência social, da ciência e da educação, sendo o fomento à inovação social e ao empreendedorismo eixos transversais de sua atuação. Luis trouxe um panorama dos percursos da Fundação.

A partir de 2013, a Fundação passa a também avaliar a inovação no financiamento de projetos, e é então que se aproxima da abordagem da Venture Philanthropy e começa a fomentar a criação de um ecossistema de impacto em Portugal.

Luis explicou que para acessar o investimento alternativos, além dos recursos públicos e aqueles provenientes da filantropia mais tradicional, empreendedores devem conjugar três elementos para maximizar o seu potencial de impacto: capital, competências e dados.

Capital: empreendedores precisam ter acesso a instrumentos de financiamento adequados e suficientes para as necessidades dos projetos e das organizações.

Nesta categoria, ele aponta: “há um duplo desafio que é de um lado, desenvolver um grupo de financiamento que consiga captar outros tipos de investidores (impacto e retorno financeiro) e por outro lado responder aquilo que são as necessidades dos empreendedores, das organizações e dos seus projetos”

Competências: formação e capacitação para assegurar oportunidades de desenvolvimento dos empreendedores nas áreas de gestão, estratégia, finanças e comunicação.

Dados: transparência nas informações dos investimentos de impacto (desde a modulação financeira até pequenos dados) para criar confiança no mercado.

A Fundação passou a trabalhar em dois níveis para a criação do ecossistema de investimento de impacto. O primeiro, o market building, que consiste no desenvolvimento de mercado em si, com o mapeamento dos atores nacionais, o apoio à criação de uma entidade especializada, o apoio à uma resposta de financiamento público, o engajamento de outros stakeholders nacionais e o lançamento de uma base de dados de custos públicos. Deste processo, surgiu o ‘Grupo de trabalho português para o investimento social’, firmando a proximidade com o setor público, dinâmica muito relevante nesta agenda. A segunda linha de atuação foi tornar-se um market player, ou seja, ser um agente ativo este mercado. A Fundação teve que rever sua estratégia e hoje investe em 5 social impact bonds e fez um investimento relevante no primeiro fundo de capital de risco de impacto português.

Entre as lições aprendidas com a construção de um ecossistema de investimento de impacto, Luis falou sobre a importância da construção de uma visão e agenda de trabalho compartilhadas e da identificação de “champions“, que serão referências para o mercado, sendo quanto mais diversificados, melhor. Lembrou também que a adaptação ao contexto local é essencial, sendo as políticas públicas de grande ajuda para este tipo de projetos.  Além disso, assegurar os quick wins é muito importante porque podem fazer transformações concretas de impacto para transmitir mais confiança no trabalho realizado.

Veja aqui o painel na íntegra:

 

Veja também: Iniciativa Social Corporativa é tema de evento promovido pela Latimpacto junto ao IDIS

O que é um fundo patrimonial?

Fundo patrimonial, em inglês endowment, consiste na reunião de um patrimônio que deve servir de fonte de recursos previsíveis e perenes no tempo para uma causa altruísta eleita. Um endowment existe para dar perenidade à causa, proteger um determinado patrimônio dos riscos usuais de uma atividade operacional e, em especial, da utilização ineficiente ou desorganizada dos recursos.

Em se tratando de uma causa altruísta, o endowment deve ser de titularidade ou vinculado a uma pessoa jurídica sem fins lucrativos – universidades, museus, teatros, orquestras, hospitais – como um dos meios para garantir sua sustentabilidade  econômica de longo prazo e sua perenização.

O capital que compõe esses fundos é proveniente de doações de pessoas físicas, pessoas jurídicas, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, heranças e legados com o objetivo de perpetuar uma causa, deixar um legado permanente, eternizar valores, por vezes familiares, perante a sociedade.

 

Como funcionam?

A maioria dos endowments nasce com a obrigação de preservar perpetuamente o valor doado, para que este gere rendimentos como forma de garantir a sustentabilidade financeira da organização no longo prazo ou por um período de tempo pré-definido.

Fundos_Patrimoniais_fiscal

O fundo patrimonial deve ser separado contabilmente do patrimônio operacional da instituição, para facilitar a visualização da manutenção de seu poder aquisitivo e a não utilização para outros fins, podendo inclusive constituir uma personalidade jurídica separada da organização beneficiária.

O valor dos rendimentos é utilizado no custeio de despesas operacionais, manutenção das atividades, projetos específicos ou outro fim específico da instituição, mantendo intacto o investimento inicial no longo prazo. Tais fundos devem possuir regras claras para o uso e aplicação dos recursos, visando a perpetuidade da ação filantrópica, exigindo um modelo de gestão de investimentos e uma governança adequada.

Em suma, os fundos patrimoniais garantem ao doador que

    • o dinheiro será
      aplicado na causa escolhida por ele,
    • o uso do dinheiro será regido por
      normas rígidas e transparentes e
    • o dinheiro irá durar o tempo que o investidor definir (IDIS, 2016a).

 

Segundo Sotto-Maior (2011), é importante ressaltar que os fundos patrimoniais não são fundos de investimento, já que esses últimos são instrumentos que investidores usam em busca de retorno financeiro, diferentemente dos endowments, que visam à perenidade de uma organização e sua viabilidade financeira, com interesse coletivo.

Entretanto, é importante mencionar que os recursos dos endowments podem ser investidos em fundos de investimento na busca de rentabilização.

Além disso, Fabiani, Kisil e Alvarez (2013, p. 18) explicam que fundos patrimoniais também não são fundos de reserva, “que são recursos que uma organização separa de suas contas operacionais para eventuais contingências, mas não geram rendimentos suficientes para serem considerados um fundo patrimonial”.

Os fundos patrimoniais funcionam como no diagrama a seguir:

 

Por que criá-los?

Os endowments são criados para gerar rendimentos destinados a organizações da sociedade civil, universidades e instituições culturais, com o objetivo de proporcionar uma menor dependência dessas organizações de recursos públicos e novas doações, gerando maior estabilidade e condições para planejamento de longo prazo, permitindo que ampliem suas atividades em proporções e qualidade antes fora de seu alcance.

São diversas as motivações que podem levar à criação de um fundo patrimonial:

        • Perpetuar uma causa;
        •  Interesse do doador em perpetuar valores em sua família e na sociedade;
        •  Determinar um fim específico para os recursos;
        •  Estabilidade operacional no longo prazo;
        •  Independência;
        •  Profissionalização da governança e da operação;
        •  Margem para a excelência;
        •  Reduzir a perda de foco com captação

Fonte: Fabiani, Kisil e Alvarez (2013)

 

Fundos patrimoniais provêm maior estabilidade e independência financeira, facilitando a busca da excelência em organizações sem fins lucrativos. Dessa forma, as principais razões que levam alguém a doar para um endowment são: sua vontade em perpetuar uma causa ou um legado social, assegurar que seu patrimônio não será gasto rapidamente, mas irá sustentar as atividades da organização por um longo período de tempo, determinar um fim específico para os recursos, evitar a perda de foco com o esforço da captação.

Por meio da criação de um fundo patrimonial, um doador pode perenizar o apoio a uma causa, eternizando a ligação de seu nome à mesma e ao apoio à filantropia de seu país. Dessa forma, o doador deixa um importante legado para a sociedade. Além disso, fundos patrimoniais e organizações sociais são estabelecidos, em grande parte, devido a um fator de ordem emocional, com a perda de um ente familiar ou uma doença na família. Isso leva o doador a disponibilizar recursos para uma organização ou causa específica.

 

O investimento social de uma família, com o falecimento do doador, pode ser descontinuado pelas novas gerações. Herdeiros podem ter interesses diferentes ou não ter interesse em realizar ações filantrópicas. A criação de um fundo patrimonial proporciona ao doador a possibilidade de especificar tipos de projetos e causas a serem apoiados, garantindo o destino dos recursos do fundo estabelecido mesmo após seu falecimento. Ao doar para um fundo patrimonial estabelecido, o doador tem mais segurança de que seus recursos terão um destino de sustentabilidade perene e de que o valor doado não será desperdiçado ou dispendido em necessidades momentânea.

 

Uma organização que depende de um doador ou de um grupo de doadores pode perder a independência operacional para garantir a continuidade do apoio financeiro. Um fundo patrimonial promove a independência de atuação a uma organização, evitando que mesmo interesses dos doadores se sobreponham à missão da mesma.

 

A excelência é considerada um valor por muitas organizações, assim como um objetivo a ser perseguido. Entretanto, buscar a excelência requer recursos financeiros e, para uma organização sem fins lucrativos, o mantra costuma ser gastar o mínimo possível para evitar problemas futuros. Possuir uma fonte permanente de recursos permite o investimento na criação de processos que podem elevar a eficácia e a eficiência da organização, conduzindo-a à excelência.

 

Captar para a gestão e administração de uma organização do terceiro setor é um grande desafio, em particular no Brasil, onde a cultura de doação e os incentivos fiscais são direcionados apenas para projetos.

 

Em geral, o diretor executivo de uma organização dedica grande parte de seu tempo à captação, o que significa tempo e capital humano não focados na causa e no objetivo da organização. Possuir um fundo patrimonial que garanta a totalidade ou parte dos recursos necessários para a organização é um suporte para a manutenção de seu foco em sua missão social.

 

A existência de um fundo patrimonial garante a sustentabilidade de longo prazo, especialmente para as instituições cujos propósitos requerem projetos de prazos extensos para apresentar resultados.

 

Além disso, a existência de um fundo patrimonial bem gerido denota compromisso com a causa, solidez e confiabilidade. São aspectos que transmitem tranquilidade e segurança e que são facilmente percebidos por parceiros, beneficiários e funcionários. Trazem, ainda, estabilidade à organização, e permitem à equipe dedicar sua capacidade criativa para o desenvolvimento dos seus programas

 

Material extraído do GUIA 1 | Conceitos e benefícios dos Endowments como mecanismo de financiamento à cultura. Baixe aqui.

 

Mais sobre fundos patrimoniais

Acesse mais conteúdos nesta temática produzido pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, clique aqui.

Caso queira saber mais sobre fundos patrimoniais ou queria conhecer nossos serviços, envie um e-mail para comunicacao@idis.org.br.

O que é SROI e por que ele é útil?

O ‘SROI – Social Return on Investment’, ou Retorno Social sobre Investimento, é um protocolo de avaliação que propõe uma análise comparativa entre o valor dos recursos investidos em um projeto ou programa e o valor social gerado para a sociedade com essa iniciativa. Para isso, aplica diversas técnicas para estimar o valor intangível de ativos que não podem ser comprados ou vendidos.

O SROI é uma ferramenta poderosa de mensuração, que transcende a monetarização do impacto social. Ainda que a relação custo-benefício (ou retorno sobre o investimento) seja o que geralmente atrai a atenção dos investidores sociais, que veem a possibilidade de uma avaliação objetiva e financeira sobre o uso de seus recursos, este processo não deve ser considerado somente um índice. Cada uma de suas etapas é capaz de revelar informações pertinentes sobre o projeto ou programa e gerar insights que favorecem a tomada de decisão e a busca por impactos cada vez maiores e mais consistentes.

Um aspecto chave desse protocolo é seu foco na percepção do beneficiário – o envolvimento dos stakeholders é um dos princípios da SROI, o que significa que o impacto social deve ser avaliado a partir do ponto de vista daqueles que estão diretamente envolvidos no projeto social. Ademais, esse método favorece a integração de dados qualitativos e quantitativos. O primeiro fornece uma visão mais clara sobre a natureza do impacto do projeto por meio de depoimentos dos públicos envolvidos. A abordagem quantitativa, por outro lado, proporciona um trabalho com amostras estatisticamente significativas que mensuram a intensidade das mudanças percebidas.

 

A demanda por avaliação de impacto e SROI no Brasil

Apesar da demanda crescente por Avaliação de Impacto no Brasil, trata-se de prática ainda pouco desenvolvida. Seus conceitos são frequentemente mal utilizados ou pouco claros e organizações enfrentam dificuldades em definir os indicadores. Por exemplo, muitas declaram que mensuram seu impacto, quando na verdade estão mensurando seus resultados, informando o número de pessoas ou famílias atendidas, por exemplo. Evidentemente, analisar os resultados da organização é muito importante e deve ser feito regularmente. Contudo, avaliar impacto é um processo mais profundo e uma oportunidade de refletir sobre como um projeto pode gerar valor social a seus beneficiários e à sociedade como um todo.

O desafio é ainda maior quando consideramos o SROI especificamente. A monetização do impacto é uma tarefa desafiadora, devido à falta de bases de dados de estimativas financeiras no País (instrumento bastante desenvolvido em outros países). Portanto, quando são definidos os valores das estimativas, muitas vezes é necessário coletar dados de fontes primárias, porque praticamente não há dados secundários disponíveis para sustentar as pesquisas.

É muito necessário disseminar conhecimento sobre esse assunto no Brasil, enfatizando a importância de avaliar o impacto de projetos e programas sociais, mesmo com os desafios e limitações envolvidos neste processo. Mensurar o impacto pode nem sempre resultar em conclusões precisas, mas, recomendamos sempre trabalhar com estimativas viáveis (construídas e analisadas com responsabilidade e critérios) do que trabalhar sem nenhum tipo de evidência sobre as consequências das suas intervenções.

Certamente ainda iremos amadurecer e evoluir nessa temática. Por isso, no IDIS, vamos além da realização de trabalhos de consultoria. Procuramos disseminar conceitos e práticas, por meio de publicações, de cursos, do compartilhamento de relatórios de projetos realizados e da participação em eventos.

A experiência do IDIS em avaliação de impacto

Já avaliamos o impacto de dezenas de projetos, para organizações como Amigos do Bem, Gerando Falcões, Parceiros da Educação, Petrobras, Sesc e Vale.

Leia nossos cases.

Conheça aqui alguns dos relatórios e produtos de conhecimento desenvolvidos sobre Avaliação de Impacto:

Como melhorar a gestão de ONGS na pandemia e depois? Confira 6 dicas!

Por Felipe Insunza Groba, Gerente de Projetos do IDIS

Nesse momento de pandemia e crise econômica, muitas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) têm sofrido com a interrupção de suas atividades, falta de recursos e necessidades ainda maiores por parte de seus beneficiários.

Ao mesmo tempo, o crescente desemprego e demandas da saúde pública alavancaram as doações por empresas e famílias ao nível mais alto da história do Brasil, alcançando R$ 5,5 bilhões  somente para campanhas voltadas ao combate das consequências diretas e indiretas do Covid-19, com mais de 371 mil doadores de acordo com os dados do  Monitor das Doações da ABCR até o começo de junho.

Apesar da urgência, editais emergenciais como os lançados pelo Itaú Social (“Comunidade, presente!”) e pela Vale (“Desafio Covid-19”) adotam critérios de elegibilidade para as aplicações que vão da apresentação de documentos fiscais e legais a boas práticas de governança e finanças saneadas.

Com o objetivo de auxiliar as OSCs no diagnóstico de sua resiliência perante essa crise, e também na captação de recursos durante e após a pandemia, preparamos um checklist de documentos e indicadores para orientar os gestores das organizações. A seguir, falamos de cada uma dessas orientações.

Documentos Legais e Certidões de Débito

O processo de validação das organizações por financiadores (empresas, famílias e governos) trata de checar a conformidade das entidades com suas obrigações financeiras e regulatórias, sendo usualmente feito antes da formalização de doações, de modo a evitar riscos reputacionais ou o descumprimento do desejo do doador, com o uso dos recursos para saldar dívidas e passivos pré-existentes. Para gestores e captadores, é importante ter os seguintes documentos regularizados: CNPJ, CND – Certidão Negativa de Crédito, CNDT – Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, Certificado de Regularidade do FGTS, CTI – Certidão Tributária Imobiliária, e outros de âmbito regional aplicáveis. Além da captação de recursos junto a doadores, esses documentos são fundamentais para a tomada de empréstimos de capital de giro ou para investimentos, imprescindíveis para a sobrevivência de muitas OSCs em momentos de crise como a pandemia atual.

Demonstrações Contábeis

Seja para a captação de recursos e prestação de contas, seja para a gestão, é importante manter atualizadas as Demonstrações de Resultado, o Balanço Patrimonial e as razões contábeis mensais da organização, de modo a acompanhar a evolução dos indicadores de receita, custos fixos, despesas variáveis e solvência (passivos tributários e trabalhistas devem estar claros e estimados). A existência de um profissional dedicado às finanças da organização e a contratação de escritório de contabilidade externo são importantes investimentos de gestão e transparência de uma organização. Os passos seguintes no processo de maturidade de uma organização (e cada vez mais exigidos por financiadores e órgão reguladores) são a realização de auditoria externa das demonstrações financeiras e a contabilização de gratuidades e de trabalhos voluntários.

Fundos de Reserva e Stress Tests

Quantos meses duraria sua organização sem receber novas doações? Essa pergunta hipotética foi colocada concretamente à prova para muitas organizações durante a atual crise. A existência de fundos de reserva (ou de contingência) e uma clareza sobre os custos fixos da organização são fundamentais em momentos de estresse. O gestor deve aproveitar tempos de sobra de caixa e fartura, para reservar recursos para períodos de escassez, podendo enfrentar – pelo menos – 3 meses sem receber recursos. No caso de organizações com dependência de recursos governamentais, recomenda-se folga ainda maior (acima de 12 meses), de modo a lidar com incertezas políticas e contingenciamento de recursos públicos. Além disso, é importante simular cenários com possibilidades de estresse (stress tests) para as variáveis sensíveis de sua organização, como a perda de processos trabalhistas, um aumento de despesa por conta da alta do dólar ou mesmo uma queda permanente na captação de recursos.

Monitoramento de Processos e Resultados

A maioria dos investidores sociais exige a apresentação de relatórios sobre os projetos financiados. Para isso, é importante que sua organização possua um cadastro dos beneficiários (respeitando a LGPD), registre as atividades realizadas e seus resultados, como número de participantes e índice de satisfação. Com o tempo, muitos investidores demandarão medidas mais efetivas de impacto, como estudos demonstrando as transformações geradas pelos projetos da sua organização na vida dos beneficiários (ex.: rendimento escolar, ganho de peso, diminuição de adição a drogas, índice de cura em hospitais, etc.).

Indicadores de Eficiência

Nos EUA, onde o terceiro setor representa mais de 5% do PIB, existem Charity Watches responsáveis por ranquear organizações segundo alguns indicadores de eficiência quanto a captação (ex.: razão entre receita e custo de captação) e despesas com projetos (ex.: razão entre despesas com projetos e despesas totais), auxiliando doadores na tomada de decisão dentro de um mesmo segmento. Você pode comparar os indicadores de sua organizações com os benchmarks/referências considerados pela Charity Navigator e pela Charity Watch.

Governança e Conselheiros independentes

Por último, mas não menos importante, está a governança. Muitas organizações nascem de iniciativas pessoais e do trabalho voluntário e dedicado de seus fundadores. No entanto, visando à perenidade e profissionalização da organização, surge a necessidade da contratação de executivos, da instituição de regras claras para o controle dos recursos e mecanismos de deliberação (regulamentos internos), e de instâncias consultivas, deliberativas e fiscalizadoras (conselhos), que zelem pelos valores e finanças da organização no curto e longo prazo. Nesse sentido, a eleição de Conselheiros Independentes – fora do círculo pessoal direto do fundador e/ou do principal executivo – com voz e voto em decisões estratégicas é fundamental como sinalização para investidores sociais. No zelo pela independência de interesses pessoais eventualmente escusos, sugere-se também que no Estatuto Social (ou em regimento interno) constem regras claras quanto a conflitos de interesses e limites ao exercício de funções estratégicas como a de Diretor Executivo e/ou de Presidente do Conselho Deliberativo.

Caso sua organização não cumpra algum dos critérios acima, pode ser o momento de uma guinada estruturante. Essa transformação deverá envolver os gestores e o Conselho da organização, podendo contar com o trabalho de consultorias, com a renegociação de termos e restrições com doadores e bancos credores ou até mesmo com a sondagem a organizações similares para eventual processo de fusão, quando for possível encontrar sinergias entre as atuações.

Se a sua organização passou no diagnóstico de resiliência, parabéns! Mas o trabalho não acaba por aí. É importante manter-se vigilante e dar os próximos passos para a maturidade da organização, seu contínuo processo de profissionalização e – quando for o caso – de expansão.

Mas esse será assunto para um próximo artigo.

Confira o Guia de Gestão de Pessoas no Tereiro Setor, disponível aquiGuia_Gestão_Pessoas_terceiro_Setor

10 dicas para verificar a confiabilidade em uma OSC ou ONG

Confira 10 dicas do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento Social para saber se uma ONG é confiável.

 

1. Visita ao site da OSC

O primeiro passo é conhecer o canal principal de comunicação da OSC. Em geral, é o site, mas é possível que a organização também use um perfil nas mídias sociais para se comunicar ou tenha uma página hospedada no site de um parceiro. Seja onde for, este deve ser o canal onde ela informa a seus beneficiários, doadores, parceiros e demais stakeholders sobre suas atividades. Não encontrar um site ou qualquer perfil da OSC nas redes sociais, é preocupante. Um perfil nas redes sociais sem muitas informações sobre as atividades da OSC também é um sinal de alerta.

2. Facilidade para identificar os dados de contato

Se consta endereço ou telefone da OSC no site ou nas redes sociais, significa que ela está aberta para receber ligações e visitas. Isso é um bom indício. Porém, se os canais de comunicação não aparecem, é sinal de que não será fácil obter informações adicionais ou cobrar uma prestação de contas do que é feito com as doações.

3. Identificação de quem trabalha na OSC

Sabemos que uma organização é feita de pessoas. Se elas aparecem no site, com nomes, currículos e até fotos, quer dizer que existem pessoas físicas por trás da pessoa jurídica. Por outro lado, não fazer referência alguma às pessoas que compõem a equipe, é um pouco estranho.

4. Identificação do(s) responsável(is)

É importante que o site deixe claro quem toma as decisões na organização. Normalmente é um Conselho, e é bom que constem os nomes dos conselheiros. OSCs menores, por sua vez, podem ter apenas um presidente ou diretor-executivo. De qualquer forma, é bem relevante saber de quem será a responsabilidade caso a organização faça algo errado.

5. Conhecimento das atividades da organização

Toda organização tem um propósito específico, está conectada a uma ou mais causas, e desenvolve iniciativas para cumprir sua finalidade. O site precisa mostrar qual o foco de atuação, o tema ou o problema que a OSC pretende tratar e quais as suas atividades. É interessante checar se as atividades apresentadas no site coincidem com aquelas para as quais a OSC está pedindo doações.

6. Presença de registro das atividades

Dizer o que faz é bom, mas mostrar é melhor ainda. Por isso, o site deve trazer fotos, vídeos, depoimentos, relatos ou notícias sobre os projetos realizados. Neste caso, vale a pena visitar as redes sociais porque, muitas vezes, elas são o canal de veiculação do que acontece no dia-a-dia da organização. Encontrar os registros das atividades quer dizer que a OSC está trabalhando. É bom aproveitar para confirmar se as fotos e relatos coincidem com o tipo de atividade para a qual a OSC está pedindo doação.

7. Identificação dos resultados das atividades

Dizer o que faz, mostrar como faz e apresentar os resultados. Essa é a sequência ideal. Não é necessário que haja um relatório pormenorizado. Pode ser suficiente a apresentação de resultados básicos sobre o que se espera do tipo de atividade que a OSC desenvolve, como volume de pacientes atendidos, número de trabalhadores capacitados, ou quantidade de bibliotecas criadas. Muitas vezes, esses dados são encontrados em Relatórios Anuais de Atividades, que as OSCs costumam disponibilizar em seus sites.

8. Verificação dos parceiros

Em sua maioria, as OSCs contam com parceiros tanto para sua sustentabilidade financeira quanto para a realização de seus trabalhos. Dependendo do porte da organização, esses parceiros variam de um pequeno comerciante da vizinhança até fundações internacionais. Também fazem convênios com governos, empresas ou outras organizações sociais. Constatar que a OSC conta com a parceria de outras entidades é um bom indicador. Se essas entidades forem conhecidas e tiverem credibilidade, é ainda melhor.

9. Pesquisa sobre notícias a respeito da OSC

Essa é uma checagem simples de ser feita, mas muito importante. Se a OSC não aparece no noticiário, não quer dizer nada. Caso apareça e a notícia for positiva, conta como ponto favorável, mas se for negativa, talvez seja o caso de pensar duas vezes antes de realizar a doação. A pesquisa pode ser feita em um site de busca, como o Google, e também dentro de veículos específicos, como jornais ou portais de notícias. Mas um alerta: não esquecer que existem fake news, por isso, é melhor dar preferência a veículos de imprensa com credibilidade.

10. Uma última precaução

Se após as verificações anteriores ainda restarem dúvidas, sempre é possível fazer um contato telefônico. O contato direto costuma transmitir mais confiança do que os canais digitais. A preferência deve ser por um telefone fixo, mas caso a OSC não tenha, vale ligar para o celular e pedir informações. As dicas 2 a 9 servem como um roteiro de perguntas a serem feitas, e as respostas podem ser comparadas com os conteúdos encontrados no site e nas redes sociais. A segurança e a tranquilidade de quem estiver respondendo também ajudam a trazer credibilidade. Se ainda assim, não for possível sentir confiança na organização, ainda resta a alternativa de visitar pessoalmente a OSC para conhecer a equipe e o trabalho.

 

Esta lista é baseada na vivência de trabalho no Terceiro Setor, na conversa com colegas e amigos doadores e em minha experiência pessoal. Infelizmente, não há garantia plena de que a OSC que passar por todas as verificações é confiável. Assim como não é possível afirmar, de modo algum, que a OSC que não preencher todos os requisitos não merece receber doações. São apenas precauções aconselháveis
antes de fazer doações. A motivação para esta Nota Técnica foi contribuir para modificar o cenário de desconfiança mencionado no início. O texto tem a intenção de ajudar potenciais doadores a superarem seus temores e construírem laços de confiança com as OSCs. Isso será bom para eles, para as OSCs e para o Brasil!

 

Confira a nota completa em:

IDIS busca Estagiário(a) para Captação de Recursos e Prospecção de Parcerias

 

Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, o IDIS atua junto a empresas, famílias, institutos, fundações e organizações da sociedade civil. Desenvolvemos projetos de impacto, geramos conhecimento ao setor e oferecemos consultoria ao investidor social e às organizações que executam projetos e programas sociais para que tomem decisões estratégicas e ampliem o impacto de suas iniciativas.

Para nos apoiar com a prospecção de projetos e parcerias, buscamos um(a) estagiário(a) com perfil comprometido e curioso, que tenha o desejo de trabalhar em uma Organização da Sociedade Civil e contribuir para o desenvolvimento socioambiental no Brasil.

Principais Atribuições e Responsabilidades

Apoiar a estratégia de mobilização de recursos do IDIS;

Realizar mapeamentos e pesquisas;

Prospectar parcerias nacionais e internacionais;

Apoiar a elaboração de propostas em português e inglês;

Elaborar apresentações e relatórios em português e inglês;

Participar de reuniões periódicas do time IDIS;

Manter os dados atualizados e organizados no sistema de CRM;

Apoiar a Gerência de Prospecção de Projetos e Parcerias em seus desafios;

Participar de eventos e reuniões externas.

 

Requisitos do Cargo

Estudantes de graduação nas áreas de comunicação, ciências sociais aplicadas ou áreas correlatas, com ao menos um ano para concluir a graduação.

 

Conhecimentos específicos:

Inglês avançado;

Domínio do pacote Office (Word, PowerPoint, Excel);

Experiência desejável em uma ou mais das seguintes áreas: planejamento, desenvolvimento social; advocacy, comunicação e marketing, captação de recursos.

Experiência com o Sales Force ou outra plataforma de relacionamento será diferencial.

 

Competências:

Iniciativa e proatividade;

Facilidade para trabalho em equipe;

Organização;

Pensamento estratégico;

Boa comunicação verbal e escrita;

Bom relacionamento interpessoal.

 

Local de trabalho:

Inicialmente: remoto

Após quarentena: São Paulo/SP – próximo à estação Pinheiros.

 

Processo seletivo:

Desenvolva um texto, em até 150 palavras, respondendo à pergunta: Como o Investimento Social Privado pode contribuir para o desenvolvimento do Brasil?

Enviar CV e exercício para guilhermes@idis.org.br, indicando no assunto “ESTÁGIO PROSPECÇÃO DE PROJETOS E PARCERIAS”, até o dia 1º de fevereiro.

Os selecionados na primeira triagem serão entrevistados virtualmente.

Oportunidade para consultor em gestão de projetos

Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, o IDIS atua junto a empresas, famílias, institutos, fundações e organizações da sociedade civil. Desenvolvemos projetos de impacto, geramos conhecimento ao setor e oferecemos consultoria ao investidor social e às organizações que executam projetos e programas sociais, para que tomem decisões estratégicas e ampliem o impacto de suas iniciativas.

Buscamos um(a) profissional experiente e comprometido(a) a trabalhar de forma colaborativa, criativa e com foco em resultados para atuar como consultor(a) externo(a) em nosso time de consultoria.

O foco principal da atuação será um projeto de longo prazo para diagnóstico socioeconômico de comunidades e municípios. O escopo do trabalho envolve identificar e analisar potencialidades e fragilidades territoriais, histórico dos impactos sociais (positivos e negativos) e prospecção de cenários futuros.

Requisitos:

  • Possuir mais de 10 anos de experiência e formação superior (preferencialmente em ciências sociais, economia, serviço social, gestão ambiental, engenharia ambiental ou geografia);
  • Ter experiência em gestão de projetos (diagnósticos, projeções de cenários econômicos ou assuntos relacionados a temas socioeconômicos e ambientais);
  • Vasta atuação em projetos de mensuração de impacto contemplando visita de campo;
  • Preferencialmente, ter participado direta ou indiretamente, ao longo de sua vida profissional, em projetos socioambientais para o setor de petróleo e gás natural, químico, petroquímico ou energia;
  • Disponibilidade de viagens para os estados de SP e RJ;
  • Boa fluência na comunicação oral e escrita na língua inglesa.

Principais atribuições e responsabilidades

  • Gestão de projeto (cronograma, contratação, fornecedores, orçamento);
  • Gestão de equipe (visita de campo);
  • Levantamento, análise e diagnóstico de informações e base de dados socioeconômicas;
  • Criação de dashboards e relatórios com dados do projeto;
  • Proposição e aplicação de metodologia para avaliação dos impactos sociais;
  • Zelar pela ética e valores institucionais do IDIS.

Regime de contratação: PJ

Enviar CV para vagas@idis.org.br com o assunto Consultor Externo, explicitando a razão de seu interesse nesta oportunidade, o tipo de projeto no qual possui experiência anterior e indicando a pretensão salarial. O prazo desta seleção será encerrado em 12/01/21.

Oportunidade no IDIS para atuar com Filantropia Comunitária

Com a missão de inspirar , apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, o IDIS atua junto a empresas, famílias, institutos, fundações e organizações da sociedade civil. Desenvolvemos projetos de impacto, geramos conhecimento ao setor e oferecemos consultoria ao investidor social e às organizações que executam projetos e programas sociais, para que tomem decisões estratégicas e ampliem o impacto de suas iniciativas. Buscamos um profissional experiente e comprometido a trabalhar de forma colaborativa, criativa e com foco em resultados para integrar nosso tiime de consultoria.

Em um primeiro momento, o foco principal da atuação será um projeto de longo prazo para o desenvolvimento de fundações comunitárias no Brasil, realizado em parceria com a Mott Foundation. O escopo do trabalho envolve o apoio técnico às organizações existentes e potenciais, assim como a interlocução com stakeholders e potenciais doadores/parceiros para o projeto.


Principais atribuições e responsabilidades

  • Participar do planejamento do projeto e detalhamento das atividades a serem realizadas, bem como da divisão de papéis e responsabilidades entre a equipe do projeto;
  • Se reunir com parceiros/clientes do IDIS sempre que solicitado para apresentação intermediárias e finais das etapas do projeto e para processos de trabalho colaborativo relacionados ao projeto;
  • Contribuir para a execução do cronograma do projeto, respeitando os prazos e zelando pela qualidade dos produtos a serem entregues, alertando para desvios ou riscos não previstos;
  • Zelar pela ética e valores institucionais do IDIS.

 

Requisitos

Experiência:

  • Formação superior e experiência anterior mínima de 3 (três) anos atuando em gestão de projetos especificamente ligados à área de Investimento Social Privado e assuntos correlatos ao projeto;
  • Planejamento estratégico, incluindo desenho de governança
  • Estudos de campo (diagnóstico e mapeamento local, mobilização, pesquisa qualitativa e outros)
  • O conhecimento e/ou experiências prévias relacionadas à Filantropia Comunitária serão considerados diferenciais.
  • Além disso, a experiência com relacionamento institucional junto a grandes doadores e a gestão de organizações sociais são bem-vindas.

Competências:

  • Inglês fluente
  • Espanhol avançado
  • Proatividade, capacidade de execução, planejamento e relacionamento interpessoal

 

Por enquanto o IDIS atua em formato remoto, mas há previsão de retomada ao escritório. O candidato deve residir em São Paulo, e ter disponibilidade para viagens.

Enviar CV via e-mail para: vagas@idis.org.br  com o assunto Consultor em Filantropia Comunitária e Investimento Social, explicitando a razão de seu interesse nesta oportunidade, o tipo de projeto no qual possui experiência anterior e indicando a pretensão salarial.

#VemProIDIS: Oportunidade para analista de comunicação

 

Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem na área de comunicação um importante pilar de atuação. Buscamos um profissional para integrar o time.

Fundado em 1999, somos uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil e na América Latina. Por meio de nossa atuação, buscamos o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e sustentável, facilitamos o engajamento de pessoas, famílias, empresas e comunidades em ações sociais estratégicas transformadoras da realidade, contribuindo para a redução das desigualdades sociais no país. 

Saiba mais sobre a vaga:


Objetivos:

Apoiar a implantação e execução dos projetos conduzidos pelo IDIS da área de comunicação, garantindo cumprimento de prazos, qualidade nos produtos desenvolvidos e serviços prestados. O analista de comunicação atuará também visando alinhamento interno das atividades do IDIS ao seu objetivo social, sua missão e às políticas e diretrizes internas e contribuindo para a sua sustentabilidade.


Principais atribuições

Apoiar na elaboração do planejamento de comunicação anual e executar as ações de comunicação, conforme cronograma determinado;

Desenvolver conteúdo para o site e mídias sociais do IDIS e da plataforma Descubra sua Causa;

Apoiar a organização de eventos de pequeno, médio e grande porte e todas as ações de comunicação a eles relacionadas;

Desenvolver campanhas e ações de comunicação visando ampliar e disseminar conhecimento sobre Investimento Social Privado;

Apoiar ações de relacionamento com a imprensa;

Apoiar a gestão de parcerias com outras organizações;

Contribuir para o fortalecimento do posicionamento institucional perante diferentes stakeholders, bem como dos programas e projetos desenvolvidos pelo IDIS;

Interagir com as áreas programáticas buscando apoiá-las na geração e disseminação de conteúdos e garantindo o alinhamento institucional;

Apoiar a gerência na melhoria do uso do Salesforce, incluindo dados e gerando relatórios;

Realizar relatórios e acompanhar indicadores de desempenho;

Zelar pela ética e valores institucionais do IDIS.


Requisitos

Graduação Superior em Comunicação Social (relações públicas, jornalismo, publicidade) ou experiência comprovada em áreas correlatas;

Experiência: mínimo de 2 anos de atuação na função ou em atividades na área de comunicação, comunicação de institutos e fundações, familiares independentes ou corporativos; agência de comunicação corporativa, relações públicas, assessoria de imprensa ou de comunicação corporativa/institucional);

Boa comunicação e redação;

Domínio de conceitos e práticas de comunicação institucional e de canais de comunicação, especialmente mídias digitais;

Domínio do pacote Office (Word, PowerPoint, Excel);

Desejável conhecimento em Canva, WordPress, Google Analytics, Google Ads e técnicas de SEO;

Habilidades em planejamento e implementação de processos com atenção para cronogramas, capacidade de decisão, argumentação, criatividade, relacionamento e cooperação;

Boa fluência na comunicação oral e escrita na língua inglesa;

Conhecimento de temas referentes a Terceiro Setor, Investimento Social Privado, Sustentabilidade, Responsabilidade Social Empresarial ou Investimento de Impacto.


Orientações para participação no processo seletivo:

Enviar um e-mail para comunicacao@idis.org.br com o título “ANALISTA DE COMUNICAÇÃO”.

Anexar seu CV.

Incluir as seguintes informações no corpo do e-mail: disponibilidade para início, pretensão salarial e a justificativa sobre seu interesse nesta oportunidade.

Data limite para envio: 12/10/2020.

Movimento por uma Cultura de Doação lança manifesto e recomendações para agenda positiva

A epidemia de Covid-19 ainda está presente no Brasil, mas o ritmo das doações já está caindo acentuadamente. Será que é preciso uma catástrofe nacional para manter os níveis de doação no País?

O Movimento por uma Cultura de Doação acredita que não. E para mostrar que há outras formas, menos dramáticas e mais estratégicas, de sensibilizar os doadores, acaba de lançar um documento chamado “Por uma Brasil + Doador, Sempre”. Nele estão apontadas cinco diretrizes que precisam ser trabalhadas para fazer da doação um ato mais frequente e mais consciente dentro da nossa sociedade.

A definição das estratégias, assim como todas as recomendações contidas no documento são fruto de um trabalho coletivo que vem sendo desenvolvido, de forma planejada, há mais de um ano e, de forma espontânea, há sete anos, desde quando o Movimento surgiu. Andréa Wolffenbüttel, membro do Comitê Coordenador do Movimento e diretora de Comunicação do IDIS, comenta:

“Esperamos que este documento sirva de inspiração e orientação para todos aqueles que querem construir uma sociedade mais doadora e mais comprometida com a solução de seus próprios problemas’

As cinco grandes diretrizes são:

  1. Educar para a Cultura de Doação: se queremos cidadãos mais conscientes e doadores, precisamos começar a formá-los desde a infância e juventude; e podemos também educar adultos para o maior engajamento cívico e comunitário.
  2. Promover narrativas engajadoras: em um mundo saturado de informações, precisamos nos destacar com uma narrativa engajadora, atraente e positiva. Pedir doação sem tabus, contar histórias transformadoras e mostrar que doar faz bem a todos, inclusive ao doador.
  3. Criar um ambiente favorável à doação: doar precisar ser fácil, rápido – com ajuda da tecnologia – e sem entraves legais
  4. Fortalecer as organizações da sociedade civil: doadores querem doar para os beneficiários: populações vulneráveis, crianças, idosos, meio ambiente….Para fazer os recursos chegarem aos beneficiários, existe o trabalho das organizações da sociedade civil e elas precisam ser reconhecidas,  valorizadas e apoiadas para operarem cada vez melhor.
  5. Fortalecer o ecossistema promotor da cultura de doação: quanto mais gente trabalhando pela causa da  cultura de doação, melhor. Quanto mais organizações, mais diverso será esse ecossistema, mais estruturado, mais rico e chegará mais longe.

Cada uma das diretrizes se desdobra em várias recomendações de iniciativas que podem ser adotadas por qualquer um interessado no tema.

O mapa está desenhado e o primeiro passo já foi dado. Agora é necessário fazer com que este mapa alcance todas pessoas que podem ajudar a impulsionar a causa da cultura de doação pelo Brasil: escolas, empresas, universidades, associações de classe e de setor, governos, redes comunitárias, aconselhadores patrimoniais, investidores sociais, dentre outros.

 

O QUE É O MOVIMENTO POR UMA CULTURA DE DOAÇÃO

O Movimento por uma Cultura de Doação foi criado em 2012 como uma articulação ampla, formada por pessoas físicas e jurídicas que se organizaram voluntariamente, de maneira informal e orgânica, para semear e germinar ideias para promover a doação no Brasil. Somos uma rede aberta, horizontal, democrática, composta por instituições e cidadãos interessados no tema.

Iniciativas de sucesso, como o Dia de Doar e o Fundo BIS, que financia  soluções para a expansão da doação no Brasil, são exemplos de sementes que foram plantadas e regadas pelo Movimento.

 

MAIS INFORMAÇÕES

www.doar.org.br 

 

“Espero ver iniciativas que incentivem doações por todas as partes até 2025! Na escola, na empresa, no supermercado, na farmácia, na universidade, no banco, no contador, na prefeitura, na televisão, no Instragram … doar vai virar uma prática de todo brasileiro!”

Danielle Fiabane, membro do Comitê Coordenador do Movimento e consultora de filantropia familiar e empresarial
“A existência de diretrizes para a ampliação da cultura de doação no Brasil é o primeiro passo para a construção de uma agenda comum para todos que, de alguma forma, já estamos implicados e para quem quiser se juntar neste trabalho. E como os últimos meses têm demonstrado tão bem, foco comum unido a atuação colaborativa têm um enorme poder transformador e são elementos fundamentais para que possamos dar conta dos imensos desafios que temos que enfrentar como sociedade.”

Erika Sanchez Saez, membro do Comitê Coordenador do Movimento e consultora do GIFE

“O Brasil é um país de belezas humanas e naturais e cuidar delas é papel de todos, em cada um de nós. Doar é uma expressão deste cuidar “.

Joana Mortari, membro do Comitê Coordenador do Movimento e fundadora da Acorde

“O documento de Diretrizes vem em um momento oportuno, em que a sociedade demonstrou sua solidariedade com as doações expressivas para mitigar os efeitos negativos da pandemia. Esperamos que ele contribua inspirando ações que tornem estas doações recorrentes, contribuindo com o desenvolvimento do nosso país.”

Marcia Kalvon Woods, membro do Comitê Coordenador do Movimento e presidente do Conselho da ABCR

Iniciativas globais no combate à pandemia

A comunidade do Global Philanthropy, da qual o IDIS faz parte, está causando impacto!

Neste artigo, conheça iniciativas da rede GPF ao redor do mundo. De fundos emergenciais à ações de base, compartilhamos alguns exemplos dos trabalhos que têm sido realizados para mitigar a crise causada pela pandemia do coronavírus: 

 

Proteção a Comunidades em Vulnerabilidade

A CARE está respondendo globalmente ao COVID-19, nas comunidades onde atua. Está instalando estações de lavagem de mãos, mobilizando voluntários da comunidade para educar a população em suas casas, e fornecendo suprimentos essenciais como EPIs, desinfetante e kits de saúde. Leia mais sobre os esforços da CARE aqui.

 

 

A SOS Aldeias Infantis ampliou a oferta de apoio psicológico para crianças na Itália. Na Palestina, as casas das famílias SOS foram equipadas com novos computadores para garantir que os alunos possam continuar a frequentar as aulas, virtualmente.

 

 

 

A Dalberg está trabalhando em parceria com a Fundação Jack Ma e o Ministério da Saúde da Etiópia para determinar a melhor maneira de distribuir equipamentos médicos na África. Com diversos parceiros, também lançou o “Safe Hands Kenya”, uma iniciativa para promover e possibilitar melhores condições de higiene para combater a disseminação do coronavírus. Leia mais sobre as iniciativas da Dalberg em resposta ao COVID-19 aqui.

 

Fundos Emergenciais

O IDIS liderou o desenvolvimento de um Fundo Emergencial para fortalecer o Sistema de Saúde Pública do Brasil. Uma forma rápida, confiável e transparente para empresas, filantropos e a sociedade civil se engajarem na luta do Brasil contra a pandemia de coronavírus.

 

 

 

A Fundação King Baudouin, nos Estados Unidos, está lançando Fundos Emergenciais para países africanos perigosamente afetados pelo COVID-19. Cada Fundo irá reunir as contribuições de doadores para distribuí-las para organizações sem fins lucrativos locais e organizações comunitárias que atuam nas linhas de frente.

 

A Tides lançou o Fundo Stronger Together em apoio aos empreendimentos sociais que atendem as comunidades de risco mais impactadas pelo COVID-19. A Tides também iniciou um Serviço de Doação de Resposta Rápida aos seus parceiros para ofertar, de maneira ágil, fundos para organizações impactadas pelo COVID-19. Leia mais sobre as respostas da Tides ao COVID-19 aqui.

 

 

Leornardo Di Caprio, Emerson Colective, Apple e Ford Foundation lançaram, juntos, o America´s Food Fund como o objetivo de garantir que todas as pessoas tenham acesso garantido a alimentos. O Fundo irá ofertar apoio financeiro para a World Central Kitchen e a Feeding America para promover o trabalho dessas organizações.

 

 

Compartilhamento de Conhecimento

 

Kristin M. Lord, presidente e CEO da IREX, é coautora deste artigo sobre como combater a “infodemia” do coronavírus, e a batalha maior contra informações falsas e enganosas compartilhadas nas mídias sociais.

 

 

Pesquisadores do Pacific Institute publicaram um artigo intitulado “Lavar as mãos é fundamental na luta contra o coronavírus, mas e se você não tiver água potável?”. Leia o artigo aqui.

 

 

O Skoll World Forum foi adaptado e partes da agenda foi disponibilizada online, diante da pandemia do COVID-19. A programação foi aberta ao público e ajustada para incluir ideias de todo o mundo sobre a crise da saúde pública. Você pode encontrar sessões gravadas aqui.

 

Conteúdo adaptado de newsletter divulgada pelo GPF em 14 de abril de 2020

O que o relatório OXFAM 2019 tem a dizer para famílias filantropas brasileiras?

Por Ruth Goldberg*

O ‘Tempo de Cuidar, relatório da OXFAM Internacional, divulgado em paralelo ao Fórum Econômico de Davos em janeiro de 2020, conseguiu, novamente, chocar o mundo. Ele destaca o grande fosso que existe no mundo em termos de distribuição de riqueza (em 2019, os bilionários do mundo que somam apenas 2.153 pessoas, detinham juntos mais riqueza do que 4,6 bilhões de pessoas) e os desafios ligados aos extremos de riqueza que coexistem com uma enorme pobreza, com foco no trabalho de cuidado (não remunerado, mal pago e realizado por mulheres e meninas em todo o mundo), que perpetua as desigualdades de gênero e econômica em praticamente todos os países. Ele chama a atenção sobre o modelo vigente, que, a despeito de todos os esforços, continua produzindo desigualdades e injustiças. Mas mudando o ponto de vista e tentando enxergar do lado daqueles que têm mais recursos, o relatório pode servir como excelente guia para ajudar numa tomada de decisão.

Um dos maiores dilemas a serem vencidos por indivíduos e famílias que querem contribuir com a solução dos problemas brasileiros investindo em projetos socioambientais é a definição da causa ou das causas para a sua atuação. Seja atuando apenas como doadores (os chamados grantmakers), ou como operadores diretos dos projetos, a escolha da área de atuação é sempre muito complexa e polêmica.

Entre as razões para essa dificuldade, podemos destacar o uso da lógica racional em contraponto com a emoção, decorrente sobretudo do diálogo intergeracional nas famílias, a necessidade de alinhamento e visão de futuro entre seus membros e por fim, a escassa fonte de dados e informações que garantam uma atuação mais eficaz e alinhada com desafios de longo prazo.

Tendo em vista a importância do trabalho de cuidado (relacionado à atenção às crianças, idosos, pessoas com doenças e deficiências físicas e mentais, trabalhos domésticos), tão essencial para nossas sociedades e portanto para o Brasil, o relatório apresenta soluções estratégicas para reversão deste quadro, baseadas principalmente em ações conjuntas, integradas entre sociedade civil e governos, que abrangem o desenvolvimento de sistemas de cuidado, ações de redistribuição, serviços gratuitos e alteração nas políticas de tributação.

Estudo desenvolvido em 2019 pelo Founders Pledge (www.founderspledge.com), com apoio do PAF – Philantropy Advisory Fellowship para uma organização filantrópica familiar brasileira, pautado na lógica de otimizar o investimento filantrópico versus o impacto social, utilizou um modelo baseado em evidências para elencar áreas de atuação prioritárias que garantam maior eficácia no investimento social no Brasil para os próximos 30-50 anos. Elencou uma lista de nove áreas de intervenção para geração de relevante impacto no Brasil: eficácia em programas governamentais, doenças do envelhecimento, inclusão produtiva, saúde mental, violência interpessoal, política fiscal, primeira infância, eficiência energética e energia limpa e saneamento.

Os atores da filantropia familiar (investidores sociais individuais ou famílias) têm que lidar com uma realidade social muito complexa e com uma variedade enorme de possibilidades (e necessidades) para intervenção. Qualquer que seja a área de atuação escolhida para o investimento social feito por indivíduos ou famílias, as transformações mais estruturantes e necessárias só se darão se houver uma forte articulação entre sociedade civil e governos, alianças e parcerias locais, nacionais e internacionais, adoção de critérios de eficiência, eficácia e efetividade e potente trabalho de advocacy em nome das diversas causas.

Para aqueles interessados em saber um pouco sobre como começar uma atividade filantropa em família, recomendo a leitura da folheto ‘Seu Roteiro para a Filantropia’, publicado pela Rockefeller Philanthropy Advisors e traduzido e publicado em português pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

* Ruth Goldberg é Consultora Associada do IDIS Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

Artigo originalmente publicado em 19/02/20, no Blog do Fausto Macedo, no Estadão

IDIS e BNDES promovem debate sobre Fundos Patrimoniais no Rio de Janeiro

Em parceria com o BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento, realizaremos, no Rio de Janeiro, o lançamento do livro “Fundos Patrimoniais Filantrópicos – Sustentabilidade para Causas e Organizações”. Um ano após a aprovação da Lei 13.800/2019, que regulamenta os fundos patrimoniais no país, reuniremos especialistas para debater avanços, oportunidades e desafios. O evento é gratuito com vagas limitadas. As inscrições pode ser feitas aqui.

Data: 13 de fevereiro, das 9h30 às 12h30
Local: Auditório do BNDES – Av.República do Chile,100, Rio de Janeiro

Agenda (atenção: alteração realizada em 04/02)

09h30: Credenciamento e recepção

10h00: Boas-vindas e histórico dos Fundos Patrimoniais no Brasil
Gustavo Montezano, Presidente do BNDES
Paula Fabiani, Diretora-Presidente do IDIS
Andrea Hanai, Gerente de Projetos do IDIS

10h50: A experiência dos Fóruns de Endowments Culturais
Ricardo Levisky, Fundador e Presidente da Levisky Legado

11h15: Aspectos jurídicos dos Fundos Patrimoniais
Priscila Pasqualin, sócia do PLKC Advogados
Izabela Algranti, advogada da Área Jurídica do BNDES

11h40: Envolvimento e interesse do BNDES
Luciane Gorgulho, Chefe do Departamento de Desenvolvimento Urbano, Cultura e Turismo do BNDES
Fabricio Brollo, Gerente do Departamento de Desenvolvimento Urbano, Cultura e Turismo do BNDES

12h05: Oportunidades em processos de privatização e concessões
Paula Fabiani, Diretora-Presidente do IDIS

12h30: Encarramento do evento e distribuição do livro

Ao final do evento, serão distribuídos exemplares para os presentes. Organizado pelo IDIS e com o publicado com o apoio do Banco Santander, o livro reúne dezenas de artigos, e contou com a participação dos especialistas do BNDES Fabrício Brollo, Izabela Algranti, e Luciane Gorgulho.

Lei dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos completa 1 ano

Ao longo deste primeiro ano, houve intensa mobilização em torno do tema, com regulamentações específicas que permitem colocar o mecanismo em prática. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), por exemplo, lançou a Portaria de Fundos Patrimoniais e Endowments para CT&I e assinou os primeiros termos de apoio institucional do MCTIC a fundos patrimoniais. A Secretaria Especial de Cultura também acenou para a discussão do tema dentro do grupo oficial destacado para escrever as novas instruções normativas da Cultura. No período, foram criadas duas organizações gestoras – a Gestora de Fundo Patrimonial Rogerio Jonas Zylbersztajn e a da PUC-Rio, que lançou o primeiro Fundo Patrimonial Endowment de uma universidade brasileira. Ainda que com adesão tímida, a tendência é de crescimento – há pelo menos 6 outras iniciavas a ponto de serem finalizadas nos termos da Lei. Entre elas, Unicamp; MAR – Museu de Arte do Rio; Museu Judaico; e Instituto CORE de Música, todas apoiadas pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

A legislação brasileira para os Fundos Patrimoniais Filantrópicos é bastante robusta, exigindo regras claras de gestão e governança para o uso dos recursos em projetos e organizações. “A Lei criou um arcabouço legal capaz de atrair doações de longo prazo, trouxe segurança jurídica aos doadores e, de modo geral, isso tudo vem sendo analisado atentamente pelas organizações”, explica a diretora-presidente do IDIS, Paula Fabiani.

Desde 2012 o IDIS lidera um importante debate sobre a regulamentação dos endowments no Brasil, mecanismo que tem se mostrado, há décadas, exitoso para mobilizar recursos filantrópicos em países como Estados Unidos, França Inglaterra e Índia. Em 2018 lançou a Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, um grupo multissetorial que exerceu papel fundamental na articulação entre sociedade civil e governo, que levou à aprovação da Lei.

Esse grupo, hoje composto por mais de 70 organizações, ainda cobra a regulamentação dos Fundos Patrimoniais em causas específicas e é bastante atuante em Brasília, em uma ação coordenada de advocacy. Apresentou o conceito de Filantropização via Privatização ao Ministro da Justiça Sérgio Moro e terá representantes, por exemplo, no grupo citado da Secretaria Especial da Cultura.

Com o objetivo de levar conhecimento e pautar a opinião pública sobre o tema, o IDIS realizou e participou de eventos e seminários sobre os Fundos Patrimoniais e, em dezembro de 2019, lançou o livro Fundos Patrimoniais Filantrópicos: sustentabilidade para causas e organizações, no qual são abordados aspectos jurídicos, gestão dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, captação de recursos e os legados que podem ser preservados, com o objetivo de orientar todos os interessados no tema, desde filantropos a organizações do terceiro setor e organizações gestoras.

Em vigor desde 4 de janeiro de 2019, a Lei 13.800/19 estabeleceu os Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil, ou endowments, fundos criados para receber doações destinadas a sustentar causas ou organizações específicas. São importantes porque preservam o patrimônio doado para garantir que sempre gere recursos para causas de interesse público e contribuem para custear a operação de organizações no longo prazo.

 

Descubra Sua Causa 2.0 desembarca no Dia de Doar, ampliada e com novos parceiros

Além de descobrir a sua causa, você pode doar na hora, de forma simples e segura, escolher um trabalho voluntário ou apenas conhecer mais sobre o tema

A campanha Descubra Sua Causa, do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, completa um ano e passa a reunir, numa mesma plataforma, outros parceiros que, juntos, irão encurtar caminhos entre o entendimento da causa, a doação ou o trabalho voluntário, e, com isso, ajudar a fomentar ainda mais a cultura de doação.

Com um teste simples, leve e fácil, a plataforma ajuda o brasileiro a se conectar às causas com as quais mais se identifica e a conhecer organizações que pode apoiar. Desde saúde, educação e meio ambiente, até promoção da inclusão e diversidade e geração de trabalho e renda. Basta responder a perguntas ligadas a temas do dia-a-dia, tais como: qual manchete de jornal te deixa mais feliz ou para qual lugar você viajaria agora.

FAÇA O TESTE AQUI.

Nessa segunda fase, o Descubra Sua Causa agora reúne IDIS, as plataformas de doação BSOCIAL e SIMBIOSE SOCIAL, esta última especializada em doações a projetos incentivados, o portal de voluntariado ATADOS e a CATRACA LIVRE, que será responsável por produzir conteúdos exclusivos sobre causas.

“Montamos o time dos sonhos e conseguimos gerar ainda mais facilidade para as pessoas conseguirem se engajar com ONGs e projetos. Com isso, damos mais um passo para o fortalecimento da cultura de doação no Brasil”, explica a presidente do IDIS, Paula Fabiani.

Ampliar a transparência e segurança foram fatores levados em consideração nesta nova etapa. Agora, todas as organizações indicadas para doação passaram por um processo de validação.

“É muito bom termos essa parceria com o IDIS e a oportunidade de participar da campanha demonstra a confiança no trabalho que desenvolvemos e comprova que nossa ferramenta está segura, rápida, transparente e leva o recurso para organizações que transformam e impactam”, explica Maria Eugênia Duva Gullo, co-fundadora da plataforma BSocial.

“A iniciativa do IDIS para o Dia de Doar e a junção deste time dos sonhos representa uma grande oportunidade de visibilidade e impacto para o setor filantrópico. Vivemos uma realidade onde a cultura de doação no Brasil ainda é muito modesta; quando olhamos especificamente para as doações de pessoa física em leis de incentivo, menos de 0,1% das pessoas que poderiam direcionar imposto para projetos sociais o fazem. Acreditamos que juntando os parceiros certos e organizações sociais sérias e de alto impacto, podemos mudar esta realidade”, comenta Mathieu Anduze, co-fundador da Simbiose Social.

Outro ponto contemplado com o Descubra Sua Causa 2.0 é o desejo das pessoas de fazer trabalho voluntário. Esse foi mais um avanço na plataforma. “Havia muita demanda por parte das pessoas e não tínhamos como fazer essa ponte e agora isso fica viável e bem mais simples”, completa Paula.

O Atados, uma das principais plataformas de voluntariado do País, conecta pessoas às oportunidades de fazer trabalho voluntário em causas sociais com as quais se identificam e têm sinergia com a campanha do IDIS. Organizações, movimentos e coletivos sociais anunciam vagas de voluntariado. Feito o teste e descobrindo a causa, a pessoa é direcionada para uma página do atados.com.br onde são apresentadas ONGs que atuam na causa escolhida e que aceitam trabalho de voluntários. Daniel Assunção, fundador do Atados, completa: “Para se engajar em uma ação voluntária é necessário identificação com a causa e o ‘Descubra sua Causa’ facilita essa conexão. Com essa parceria os voluntários conseguem identificar realmente qual ação voluntária é perfeita para cada perfil. Como na rede Atados temos mais de 400 vagas abertas, o teste facilita o caminho para se tornar um voluntário.”

Àqueles que se interessam pelo tema, mas ainda têm dúvidas sobre o que fazer, têm a oportunidade de conhecer mais sobre cultura de doação e as causas que são importantes para si, contribuindo ao informar sua rede e disseminar as notícias.

Nesse ponto, a Catraca Livre se junta ao time, tendo recentemente lançado seu novo posicionamento – Catraca Causando – que vem reforçar sua missão de empoderar as pessoas através de conteúdos e ações práticas que impactam positivamente na vida dos cidadãos. O portal produzirá matérias especiais relacionadas a causas e também compartilhará o teste com sua audiência. Isso ajudará a esclarecer dúvidas e fazer com que os internautas tenham mais informações para dar o próximo passo. “Ao unir forças com o IDIS, queremos trazer mais contexto, informação e direcionamento para as pessoas que querem causar a diferença no mundo. O quiz Descubra Sua Causa, na visão da Catraca Causando, vai ajudar a despertar o espírito solidário e ativista que existe em cada um de nós.” – afirma Marcos Dimenstein, diretor executivo da Catraca Livre.

Dia de Doar: Versão brasileira do Giving Tuesday, é um movimento global para promover a doação. É uma mobilização que promove um país mais generoso e solidário, por meio da conexão de pessoas com causas. Acontece sempre na terça-feira subsequente à Black Friday, desde 2012, e neste ano será no dia 3 de dezembro. O lançamento do Descubra Sua Causa 2.0 foi planejado para acontecer próximo à data, se apresentando como um meio fácil e prático para todos que desejam se engajar no Dia de Doar.

 

SOBRE O DESCUBRA SUA CAUSA

O ‘Descubra Sua Causa’ é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social para fortalecer a cultura de doação. Por meio de um teste, as pessoas são estimuladas a refletirem e identificarem suas causas. A partir daí são indicados caminhos para doação e realização de trabalho voluntário, além de notícias sobre os temas de interesse. As conversas são mantidas nos perfis exclusivos da campanha no Facebook e Instagram, com a produção de conteúdos próprios. São parceiros institucionais do projeto ATADOS, BSOCIAL, CATRACA LIVRE e SIMBIOSE SOCIAL. Saiba mais em www.descubrasuacausa.net.br / www.facebook.com/descubrasuacausa/ / www.instagram.com/descubrasuacausa/