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Confira artigo do IDIS em parceria com o Pacto de Promoção da Igualdade Racial na SSIR

A ‘Stanford Social Innovation Review’, publicação referência mundial em inovação social, lançou recentemente uma série de artigos chamada ‘A busca global pela equidade’ feita com parceiros das sete unidades ao redor do globo.

O objetivo da série é analisar desigualdades no contexto de sete regiões específicas e as formas como inovadores locais estão trabalhando para equilibrar a balança e promover inclusão numa série de áreas problemáticas.

Para a versão brasileira, Paula Fabiani, CEO do IDIS; Guibson Trindade, Gerente Executivo do Pacto de Promoção da Equidade Racial e Debora Montibeler, Associada do Pacto, contribuíram com o artigo ‘Equidade no emprego contra o racismo estrutural no Brasil’, que destaca a necessidade urgente de abordagens baseadas em dados para combater as desigualdades sistêmicas em nosso país.

Nele, é apresentado o Protocolo ESG Racial, vinculado ao Pacto de Promoção da Igualdade Racial. Voltado a atrair companhias e investidores institucionais para a causa, o protocolo oferece às empresas uma maneira de quantificar a desigualdade dentro de suas equipes, comparar a composição do quadro laboral à demografia local e desenvolver novas políticas e processos requeridos para alcançar um equilíbrio maior.

 

Confira o artigo completo no site da Revista, disponível em português, inglês, coreano, chinês, árabe, japonês e espanhol.

Acesse:
Stanford Social Innovation Review Brasil

Confira como foi o webinar Avaliação de Impacto SROI: experiências no campo da educação

por Joana Noffs

Na terça-feira, dia 26 de março, o IDIS organizou o Webinar ‘Avaliação de Impacto SROI: experiências no campo da Educação’. No evento, Denise Carvalho, Gerente da área de Monitoramento e Avaliação do IDIS, convidou Mariana Claudio, do Instituto Chamex, e Marcelo Billi, da ANBIMA – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, para uma conversa que explorou as experiências e lições aprendidas a partir dos processos de avaliação das iniciativas conduzidas por suas organizações.

O programa ‘Geração Sylvamo’, do Instituto Chamex, e o programa ‘Como investir em você‘, da ANBIMA, conduzem ações educacionais com público jovem, com objetivos de gerar, respectivamente, inclusão produtiva e maior bem-estar financeiro. Ambos foram recentemente avaliados pelo IDIS através do protocolo SROI, Social Return On Investment, ou ‘retorno social do investimento’.

O Índice SROI busca traduzir, em termos monetários, o retorno para a sociedade gerado por iniciativas socioambientais, fornecendo uma métrica para seu impacto. É um mecanismo importante para que as organizações compreendam as transformações positivas que estão gerando e comunicarem o valor social criado por suas ações de maneira efetiva.

“Entregar um número para stakeholders (partes interessadas) do mercado financeiro é algo mágico”, diz Marcelo Billi, que conclui que os resultados da avaliação o auxiliaram a sumarizar, de modo objetivo e fundamentado, o desempenho do ‘Como investir em você’ e os impactos positivos gerados para os beneficiários.

“A gente precisava entender se a nossa missão, o que a gente queria ali desde o início, estava se cumprindo”, relata Mariana Claudio sobre os motivos que levaram sua organização a buscar uma avaliação de impacto SROI. “Eu entendo que é um desafio do S, do ESG: não tem dados de impacto, daquilo que transforma. Tem um dado de alcance: x pessoas alcançadas, x reais investidos… mas e o impacto?”.

Além de conseguir avaliar se os objetivos e metas das iniciativas estão sendo atingidos, uma das vantagens do protocolo SROI é o foco na perspectiva dos beneficiários diretos. Esta ênfase permite a identificação e mensuração de aspectos intangíveis, como aumento de autoestima proporcionado pelo acesso a um emprego. O enfoque no olhar dos beneficiários também possibilita a identificação de possíveis consequências não intencionais de uma intervenção, ou seja, mudanças ocorridas que não tinham sido planejadas originalmente.

O processo avaliativo permitiu, para a ANBIMA, localizar importantes desdobramentos resultantes de seus programas que não estavam previstos no desenho inicial da iniciativa. Em primeiro lugar, Billi destaca a presença dos impactos socioemocionais nos jovens, que, após a participação no ‘Como investir em você’, melhoram sua autoconfiança, motivação e segurança em relação ao futuro. Um segundo ponto é que o conhecimento adquirido em relação às finanças se traduz, efetivamente, em escolhas financeiras mais saudáveis quanto à poupança e aos investimentos.

Já para o Instituto Chamex, a surpresa maior foi em relação ao peso que os jovens do Geração Sylvamo davam às mudanças socioemocionais vivenciadas após a participação no projeto. Eles consideravam mais valiosas as transformações ocorridas em aspectos como autoestima e perspectivas de carreira do que a empregabilidade, em si.

Assim, além da mensuração do impacto propriamente dita, os aprendizados compartilhados pelos convidados ressaltam a relevância da realização de uma avaliação de impacto em outras esferas, como a melhoria no desenho de um projeto, a transparência organizacional e a possibilidade de comunicação clara com as partes interessadas.

Assista ao evento completo:

 

Reserve a data: Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2024

A 13° edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais já tem data marcada: 4 de setembro, quarta-feira.

Mais uma vez, o evento acontecerá em formato presencial para convidados e será transmitido ao vivo a todos os interessados em acompanhar os debates.

 

AS INSCRIÇÕES JÁ ESTÃO ABERTAS PARA A EDIÇÃO ONLINE

Para receber mais informações e as novidades sobre a programação, preencha o formulário a seguir.

 

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Em breve compartilharemos informações sobre o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2024. 

 

realização e apoio

A realização é do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation, e apoio master do Movimento Bem Maior; apoio prata da RD Saúde; e apoio bronze da Fundação Grupo Volkswagen, Fundação Itaú, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Aegea, Instituto Sicoob e Mott Foundation. A Unicef é apoiadora institucional do evento e a Alliance Magazine é a parceira de mídia.

 

FÓRUM BRASILEIRO DE FILANTROPOS E INVESTIDORES SOCIAIS

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Em nosso canal do YouTube estão disponíveis listas com as gravações de todas as edições. Confira!

 

Paula Fabiani, CEO do IDIS, lança livro como coautora sobre vivências no terceiro setor

Com o propósito de compartilhar mais sobre sua história e inspirar outras mulheres, Paula Fabiani, CEO do IDIS, juntou-se a outras autoras para a produção e  publicação do livro ‘Mulheres no Terceiro Setor’. Este livro é parte da ‘Série Mulheres’, organizada pela Editora Leader.

O lançamento está marcado para o dia 18 de abril, às 19h, na Livraria Travessa do Shopping Villa Lobos, localizada na Av. Dra. Ruth Cardoso, 4777 – Jardim Universidade Pinheiros, São Paulo – SP.

Não deixe de participar!

O livro conta a história de Paula Fabiani e de outras mulheres importantes no terceiro setor brasileiro. Em seu capítulo intitulado ‘A inquietude por um mundo mais justo’, Paula reflete sobre sua trajetória pessoal e como essa experiência influenciou sua carreira. Ela compartilha reflexões sobre sua vida, suas fontes de inspiração, bem como os desafios e dificuldades que enfrentou.

“Quando trabalhamos no terceiro setor, estamos comprometidos com uma causa maior e com o bem-estar das pessoas. Este livro busca destacar o impacto que podemos gerar no mundo e nas vidas das pessoas. Estou muito grata pela oportunidade de contribuir e espero que este livro inspire outras mulheres também”, afirmou Paula Fabiani.

Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2024 destaca respostas à policrise e uso da IA

Produzido pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, o relatório apresenta desafios e inspirações para investidores sociais

Reconhecido pela produção de conhecimento, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, apresenta a terceira edição do relatório anual Perspectivas para a Filantropia no Brasil, explicitando movimentos que são importantes para o agora, que se destacam e para os quais filantropos, investidores sociais e todos aqueles que atuam neste campo devem estar atentos.

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As oito perspectivas apresentadas são fruto de um processo coletivo, que reúne diferentes saberes dos profissionais que compõe a equipe do IDIS. O ponto de partida desta edição foi a compreensão de que os desafios que enfrentamos estão cada vez mais complexos e interconectados. Se antes era predominante uma atuação filantrópica baseada em causas especificas, em silos e caixinhas delimitadas, abre-se o olhar para respostas integradas e que contribuem para mudanças estruturantes. Não à toa, a perspectiva ‘Policrise e as respostas da filantropia’ abre o relatório.

Os crescentes compromissos públicos assumidos por empresas, que vão além do lucro e declaram ações concretas e metas de impacto, conectadas à agenda ESG, a expansão de atores ao redor do Brasil, que atuam de forma localizada, e o investimento crescente na promoção de um ambiente regulatório favorável ao nosso setor são abordados também. Proteção do meio ambiente, a questão climática, a promoção da diversidade e o combate à pobreza são causas que não poderiam ficar de fora, assim como inovações no campo da avaliação de impacto, que começa a se beneficiar do blockchain, e a adoção da Inteligência Artificial, que precisa ser encarada como realidade e não como possibilidade.

“A ação filantrópica, ao mesmo tempo que gera mudanças, responde aos desafios de seu tempo. É propositiva e resiliente. É fruto de iniciativas individuas e de criações coletivas. É inovadora, ágil e profunda. Neste projeto, buscamos apresentar uma fotografia mais nítida de nosso horizonte em 2024. É um convite à reflexão e à ação” explica Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Conheça todas as Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2024 e baixe a publicação completa:

1 – Policrise e as respostas da filantropia
Interdependência entre causas demandam soluções estratégicas e interconectadas

2 – Compromissos com o futuro
Mais do que intenções e declarações públicas: é hora de ação

3 – Brasil no centro das discussões sobre clima e meio ambiente
O protagonismo do poder público e da filantropia nesta agenda global

4 – Potência da Filantropia Regional
Iniciativas filantrópicas avançam em diferentes regiões do Brasil e endereçam desafios locais

5 – Ações para um ambiente regulatório favorável
O foco do investimento filantrópico vai além de causas específicas, beneficiando a infraestrutura do Terceiro Setor

6 – Avaliação de Impacto como aliada na Agenda ESG
A mensuração das ações relacionadas ao pilar Social traz materialidade e contribuem para narrativas de verdadeiro impacto positivo

7 – Governança e diversidade lado a lado
Diferentes origens e perspectivas fortalecem conselhos e levam a melhores decisões

8 – Inteligência Artificial: risco ou oportunidade? Realidade.
A IA veio para ficar e investimento é necessário para que o Terceiro Setor possa aproveitar seu potencial

 

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Evento aborda o protocolo SROI e experiências de sua aplicação no campo da Educação

 

CLIQUE AQUI E INSCREVA-SE PARA PARTICIPAR DO EVENTO! 

 

É crescente o interesse de organizações que desenvolvem projetos de interesse público, sejam elas privadas, públicas ou do terceiro setor, em mensurar e compreender os impactos causados por suas intervenções.

A adoção de mecanismos de avaliação de impacto permite uma análise detalhada e baseada em evidências sobre os efeitos de uma ação sobre pessoas, comunidades e meio ambiente, além de apontar aspectos para mitigar adversidades e ampliar os impactos positivos.

No Webinar Avaliação de Impacto SROI: Experiências no Campo da Educação, Denise Carvalho, gerente do IDIS e especialista em Avaliação de Impacto, apresentará abordagens e metodologias, com destaque para o SROI – Social Return on Investment ou Retorno Social do Investimento, um protocolo que identifica, qualifica e monetiza o impacto social. Experiências práticas aplicadas ao campo da Educação serão apresentadas por Marcelo Bill, superintendente de sustentabilidade, inovação e educação da ANBIMA, e Mariana Cláudio, gerente executiva do Instituto Chamex. Ambas organizações conduziram avaliações de impacto utilizando a abordagem SROI, contando com a consultoria do IDIS.

Faça sua inscrição!

MAIS SOBRE AVALIAÇÃO DE IMPACTO

Com ampla experiência e tendo a produção de conhecimento como um de nossos pilares de atuação, temos inúmeros materiais disponíveis a quem deseja se aprofundar.

Avaliação de Impacto SROI

Acesse aqui.

Para saber mais sobre nossos serviços e falar com a equipe de consultoria, escreva para comunicacao@idis.org.br.

 

Pesquisa global revela percepção sobre o uso de Inteligência Artificial por ONGs

Estudo realizado pela Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo IDIS, mostra sociedade otimista, mas ainda bastante dividida em relação ao uso da IA por organizações sociais

A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser tema de ficção científica, com aplicações cada vez mais presentes em nosso cotidiano. Em 2023, o mundo presenciou (e experimentou) a explosão do ChatGPT, plataforma de IA generativa da Open AI, que em apenas três meses atingiu 100 milhões de usuários – o crescimento mais rápido na história dos aplicativos de internet. E à medida que a tecnologia avança, também cresce a reflexão sobre implicações técnicas e éticas e sobre as oportunidades e riscos associados a ela.

A pesquisa inédita ‘O que pensam as pessoas sobre o uso de IA por ONGs’, realizada pela organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, revela uma sociedade otimista quanto à adoção da Inteligência Artificial, mas como ressalvas. Participaram do estudo mais de seis mil indivíduos em 10 países, incluindo o Brasil.

Segundo a pesquisa, 37% dos entrevistados acreditam que os benefícios do uso da IA superam os potenciais riscos, em contraste com os 22% que afirmam o contrário.

 

“Os achados deste estudo são ricos para aprofundarmos o debate sobre o uso da IA no terceiro setor no Brasil, com a responsabilidade e ética que o tema exige” comenta Luisa Lima, gerente de comunicação e conhecimento do IDIS.

 

O estudo aprofunda a análise calculando ainda a favorabilidade líquida, ou seja, a diferença entre aqueles que são favoráveis ao uso da IA e aqueles que acreditam que os riscos são maiores. No mundo, esse valor equivale a 15%. No ranking por países, o Brasil ocupa o segundo lugar entre aqueles que acreditam que os benefícios do uso da IA superam os riscos (30%), ficando atrás apenas do Quênia (44%). Entre os países pesquisados, apenas na Austrália a maioria da população se mostra cética em relação à adoção do IA, e acredita que os riscos são maiores que as oportunidades (-4%).

As oportunidades mais destacadas pelos respondentes brasileiros foram a possibilidade de auxiliar mais pessoas (29%), a capacidade de rápida resposta a emergências (22%) e a tomada de decisões mais precisas a partir da análise de dados (16%). Daniel Assunção, fundador e diretor executivo do Atados, compartilhou suas percepções sobre os resultados do estudo. Ele expressa otimismo em relação ao assunto, e destaca seu uso em situações emergenciais, como enchentes, por exemplo: “A IA poderá contribuir ainda antes dos desastres, mapeando potenciais riscos e informando a população na iminência de ser afetada. Pode ser benéfica também no momento da resposta, otimizando a distribuição dos recursos e a comunicação entre todos os envolvidos, assim como depois, avaliando a qualidade da resposta a partir do cruzamento de dados disponíveis.”

Já entre os riscos para as organizações do terceiro setor, a segurança de dados (30%), a redução de postos de trabalho (26%) e a geração de informações e decisões enviesadas (14%) foram os mais citados pelos respondentes brasileiros. Para ajudar a mitigar esses potenciais problemas, Rodrigo Pipponzi, Presidente do Conselho Grupo MOL, destaca a importância das estruturas de governança na análise de como a ferramenta deve ser utilizada nas organizações. “Os conselhos das organizações podem desempenhar um papel muito importante, não apenas facilitando a adoção das ferramentas, mas também apoiando a regulamentação de sua utilização e mediando o uso da tecnologia dentro das instituições”, afirma.

Aos poucos, a IA é adotada pelas organizações da sociedade civil, conforme relata Kiko Afonso, diretor executivo da Ação da Cidadania. “Hoje usamos a IA para a comunicação, fazendo anúncios patrocinados em plataformas como Google ou Facebook e gerando imagens, por exemplo. Vemos também um grande potencial de seu uso para a captação de recursos, pois seu uso poderá nos ajudar a compreender melhor o perfil de nossos doadores e criarmos estratégias a partir desse conhecimento.”. A pesquisa revela que o público está atento e interessado em como as ONGs aplicam a tecnologia e apenas 13% responderam que prestariam pouca ou nenhuma atenção ao seu uso pelas organizações que apoiam. Entre os países em desenvolvimento, que inclui o Brasil, 73% dizem que prestariam muita atenção a este ponto, superior aos 40% dos países onde a renda é maior.

Os resultados indicam que o público reconhece as oportunidades geradas pela Inteligência Artificial, mas espera cautela e transparência para compreender como e por que as organizações estão utilizando a inteligência artificial para alcançar sua missão. Reconhecem também que deve haver investimento para que a IA possa ser adotada por todo tipo de organização, evitando criar desigualdades no setor.

Os dados completos estão disponíveis no site da CAF.

 

Percepções de lideranças de ONGs brasileiras sobre os resultados da pesquisa

 

Daniel Assunção, fundador e diretor executivo do Atados

  • Sou otimista sobre o uso de tecnologias. A IA pode otimizar nossas atividades e as pessoas poderão ter mais tempo para empreender e se dedicar a ações que contribuam para a redução das desigualdades, como a prática do voluntariado.
  • A regulação do uso da tecnologia ainda é baixa e no curto prazo pode intensificar as desigualdades e os vieses. No longo prazo, a tendência é de que isso seja superado.
  • Na organização em que atuo, conectamos pessoas interessadas em praticar o voluntariado a organizações sociais. Estamos olhando para a incorporação de tecnologias em geral, e da IA em particular, para melhorar a experiência de nossos usuários e das organizações, agilizar processos e a produção de conteúdo, assim como acelerar a inovação.
  • No Brasil, a cultura de tecnologia entre as organizações sociais ainda é baixa. Vejo poucas organizações inovando a partir de seu uso, mas conforme se popularizem, creio que muitas passarão a adotar em seus processos.
  • A IA tem o potencial de gerar mais oportunidades para o engajamento e ativismo individual. Por outro lado, existe o risco das recomendações ainda terem muitos vieses e por isso é importante investirmos em ações que contribuam para o pensamento crítico.
  • A resposta a emergências ainda é feita de forma pouco estruturada no Brasil. As doações acontecem, mas faltam processos, coordenação e articulação entre as ações realizadas para distribuir os recursos, apoiar os atingidos e mitigar os danos. O uso da IA poderá contribuir de inúmeras formas. Ainda antes dos desastres, mapeando potenciais riscos e informando a população na iminência de ser afetada. Pode ser benéfica também no momento da resposta, otimizando a distribuição dos recursos e a comunicação entre todos os envolvidos, assim como depois, avaliando a qualidade da resposta a partir do cruzamento de dados disponíveis.

 

Rodrigo Pipponzi, Presidente do Conselho Grupo MOL

  • O terceiro setor enfrenta uma escassez de recursos. Acredito que em situações de limitação, a inteligência artificial pode desempenhar um papel complementar. É possível usá-la onde normalmente você não tem gente, não tem rapidez ou agilidade, mas ainda vejo pouco conhecimento sobre sua aplicação.
  • Tenho uma visão otimista e acredito que os benefícios superam os malefícios. Mas acho que existe um risco considerável associado à sociedade não compreender plenamente o uso dessa ferramenta.
  • Um dos principais riscos, em minha opinião, é a desconexão com as causas. Existe o perigo de desumanizar algo que é muito humano, transferindo a responsabilidade de decisões que frequentemente envolvem aspectos emocionais e intuitivos para a IA.
  • Nenhuma das organizações em que atuo atualmente incorpora a Inteligência Artificial como uma ferramenta estabelecida. Temos um uso ainda mais centrado em experimentações, faltando uma política estruturada.
  • Os conselhos das organizações devem desempenhar um papel muito importante, não apenas facilitando a adoção das ferramentas, mas principalmente regulamentando a utilização e mediando o uso da tecnologia dentro das instituições.

 

Rodrigo ”Kiko” Afonso,  Diretor Executivo da Ação da Cidadania

  • As preocupações que são apresentadas na pesquisa são também as minhas preocupações, enquanto líder de uma OSC. Entre os fatores, o que mais me preocupa atualmente é o potencial de vieses (bias), pois isso pode de fato levar a decisões erradas.
  • Atualmente, o algoritmo pode contribuir para o processamento de grandes volumes de dados, mas nunca vai poder substituir pessoas na tomada de decisões importantes, pois isso envolve questões culturais e sociais, que são subjetivas.
  • Na Ação da Cidadania, hoje usamos a IA para a comunicação, fazendo anúncios patrocinados em plataformas como Google ou Facebook e gerando imagens, por exemplo. Vemos também um grande potencial de seu uso para a captação de recursos, pois seu uso poderá nos ajudar a compreender melhor o perfil de nossos doadores e criarmos estratégias a partir desse conhecimento.
  • Hoje, no Brasil, as OSCs usam muito pouco a IA. Acredito que o uso pode gerar resultados positivos, mas antes as organizações devem ter clareza sobre os fundamentos da tecnologia. Caso contrário, o risco de tomarem decisões enviesadas e até mesmo desastrosas é alto.
  • No Brasil, ainda estamos pouco preparados para enfrentar emergências. No curto prazo, acredito que a IA pode contribuir na identificação de potenciais tragédias e aviso às populações que podem ser atingidas.

 

SOBRE A CAF

A CAF – Charities Aid Foundation é um grupo de três organizações sociais sediadas no e Reino Unido, Canadá e Estados Unidos, especializadas em doações internacionais seguras e eficazes. Juntos, trabalhamos com empresas e filantropos para apoiá-los e garantir que o dinheiro alcance as causas centrais de suas estratégias de investimento social privado. No Reino Unido, a CAF também opera o CAF Bank, oferecendo serviços bancários dedicados ao apoio a mais de 14.000 organizações sociais sediadas no Reino Unido. Por meio da rede CAF International, está presente em todos os continentes, sendo o IDIS o representante na América Latina.

SOBRE O IDIS

Fundado em 1999, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social é uma organização social independente e pioneira no apoio estratégico ao investidor social no Brasil. Tem como missão inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, promovendo ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país. Sua atuação baseia-se no tripé geração de conhecimento, consultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia e da cultura de doação.

Rede de Organizações do Bem: capacitação e microfinanciamentos para pequenos projetos deslancharem

O ano era 2012 quando a Agência do Bem – organização social fundada em 2005 em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, abriu uma nova frente de ação, agora como entidade articuladora, chamada de Rede de Organizações do Bem. Logo a Rede se expandiu e hoje oferece conhecimento e financiamento para projetos locais dentro de várias comunidades no estado do Rio de Janeiro.

A Rede do Bem promove fóruns temáticos, abertos e gratuitos, incluindo ciclos de capacitação e editais de financiamento a microprojetos sociais. De 2012 a 2023, mais de 800 instituições já participaram de ações promovidas pela Rede de Organizações do Bem do Rio de Janeiro. Em 2023, 355 instituições estavam cadastradas e, considerando a participação dos fóruns (24º e 25º) e dos editais realizados no ano (11º Microprojetos e 2º Bem Mentoria), o número de organizações participantes da Rede totalizou 517.

Equipe da Rede do Bem com as lideranças dos projetos vencedores do 11º Edital de Microprojetos, que oferece apoio financeiro para fortalecer organizações de base comunitária

O empreendedor social Alan Maia, fundador da Agência do Bem e da Rede de Organizações do Bem, explica que os “microgrants”, ou microfinanciamentos, são uma das tecnologias sociais mais importantes desenvolvidas pela Rede. Toda essa mecânica, explica ele, foi construída com base no binômio confiança-simplicidade:

“Partimos do pressuposto de que o perfil das organizações que apoiamos são pequenas, e sabemos que lidam com muitas dificuldades no cotidiano para manter atividades nos territórios. Quando se cria processos muito complexos, que são o padrão nesses tempos de compliance, acabamos por excluir grande parte dessas organizações que não têm recursos humanos para se dedicar a essa extensa burocracia. Mas isso não significa que não há parâmetros de integridade e transparência. Temos um processo que é simplificado, com dados cadastrais e basicamente três perguntas – sobre o trabalho, a história da instituição e como ela pretende aplicar o recurso financeiro – questões que todas as lideranças comunitárias são capazes de responder”.

 

A Rede do Bem realiza um esforço contínuo para aprimorar seu processo e tornar seu edital cada vez mais inclusivo. A participação no Programa Transformando Territórios, que apoia Fundações e Institutos Comunitários, em especial, desempenha um papel importante ao proporcionar à Rede valiosos conhecimentos sobre a democratização da filantropia e como promover a filantropia comunitária.

Alan ressalta que, depois de 11 anos e dezenas de processos já realizados com essa fórmula, a experiência mostra que a estratégia de “microgrants” não deixa nada a desejar aos editais padrão:

“É uma iniciativa totalmente bem-sucedida que já vem sendo replicada por outras organizações, algumas delas inclusive do próprio Programa Transformando Territórios”.

A prática de grantmaking, o financiamento de projetos sociais já existentes, é um dos princípios das Fundações e Institutos Comunitários (FICs). Na Carta de Princípios para Fundações e Institutos Comunitários do IDIS, a definição desta característica é:

“Majoritariamente grantmakers: captam, gerenciam e realizam doações de recursos financeiros para organizações sem fins lucrativos e iniciativas sociais do território, que atuam na linha de frente do atendimento às demandas comunitárias, de modo a assegurar a vitalidade do setor social local.”

A abertura periódica dos editais de apoio, que financiam microprojetos das mais diversas causas, é possível graças à sólida rede de patrocinadores institucionais. São empresas de pequeno, médio e grande porte, para as quais a Rede é mais que um destino de doações, é uma parceira estratégica para realização de programas de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa, explica a diretora-executiva Cláudia França.

“Lá em 2005, no começo de tudo, a própria Agência do Bem recebeu um microfinanciamento para a recém-criada Escola de Música e Cidadania. Com esse recurso, conseguiu estruturar o projeto, que hoje está presente em 28 localidades, no Brasil e em Portugal. Por isso, sabemos muito bem que esse micro recurso pode se multiplicar”, destaca França.

24º Fórum da Rede do Bem, no Rio de Janeiro: os encontros temáticos e periódicos têm o objetivo de criar oportunidades de ação conjunta

A primeira forma de uma organização “chegar” à Rede do Bem é participar dos fóruns, que são encontros temáticos e periódicos com o objetivo de criar oportunidades de ação conjunta e pensar agendas comuns e estratégicas para essas entidades. Nestes eventos, abertos e gratuitos, são realizadas palestras de temas caros à gestão de entidades do terceiro setor, tais como captação de recursos, elaboração de projetos, monitoramento e avaliação de programas sociais, entre muitos outros.

“Quem participa dos fóruns, ganha pontos nas concorrências via editais, pois sabemos que o conhecimento pode ser o diferencial para eles executarem os projetos”, diz Cláudia.

Além das capacitações em fóruns, a Agência do Bem seleciona, via edital, lideranças sociais e comunitárias para receberem mentorias dos seus técnicos e diretores, em encontros presenciais, ao longo de meses de trabalho conjunto, promovendo a troca de experiências, revisão de processos de gestão, implementação de novas ferramentas e a criação de novas soluções e projetos institucionais.

 

A diretora executiva da Rede de Organizações do Bem com lideranças selecionadas no Edital de Mentoria, que oferece a lideranças comunitárias ferramentas práticas para a aceleração de projetos

“A gente observa que existem muitas organizações comunitárias com um patrimônio relevante, mas com poucos recursos – não só financeiros ou humanos, mas de boas práticas de gestão de projetos e de metodologias de prestação de contas, por exemplo – e aí surgiu a vontade de levar esse conhecimento para o maior número possível de organizações”, conta Cláudia.

A Rede de Organizações do Bem Rio de Janeiro integra o Programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

 

Informações do Território 

  • Território de atuação: Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
  • De 2012 a 2023 – mais de 800 organizações beneficiadas por ações da Rede no Estado do Rio.

 

Quer saber mais sobre a Rede de Organizações do Bem? Acesse o site.

Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

Fundo vai fortalecer o protagonismo de quem vive a Maré

Fazia todo o sentido que, a partir de uma trajetória histórica atuando para criar uma agenda estruturante no campo dos direitos para os mais de 140 mil moradores do Complexo de Favelas da Maré, no Rio de Janeiro, a Redes da Maré criasse um fundo patrimonial. Assim, em 2022, o Fundo Comunitário da Maré foi lançado, com o objetivo de cuidar do legado que a organização construiu nos últimos 26 anos (e vai continuar construindo!) e de fortalecer o protagonismo de outros líderes e iniciativas sociais desse território.

Criada da mobilização comunitária a partir dos anos 80 e formalizada em 2007, a Redes da Maré tem como missão tecer as redes necessárias para que os direitos da população do conjunto de 16 favelas do complexo sejam efetivados. O trabalho acontece a partir da mobilização da população local e da articulação de uma ampla rede de parceiros, como universidades, órgãos públicos e também iniciativa privada.

Evento em comemoração ao Dia da Consciência Negra, na Casa Preta da Maré. Foto: Patrick Marinho

Através de cinco eixos de trabalho – arte, cultura, memórias e identidades; direito à saúde; direito à segurança pública e acesso à justiça; direitos urbanos e socioambientais e educação –, a organização produz conhecimento, projetos e ações. Em 2022, mais de 7,9 mil moradores foram beneficiados diretamente.

“A Maré é maior que 96% dos municípios brasileiros e pode ser considerada uma cidade de médio porte. Olhando para a complexidade da região e população, que sofre muitas violações de direitos individuais e coletivos, entendemos que precisávamos construir algo robusto. Assim, há quatro anos começamos a estruturar um fundo que pudesse aprofundar essa agenda que a organização já trabalha, mas que precisa de uma dimensão de investimentos bem maior do que temos hoje”, conta a fundadora e diretora da Redes da Maré, Eliana Sousa Silva.

 

Eliana Sousa Lima em fórum sobre segurança pública na Maré

Para atingir esse objetivo, a Redes da Maré quer apoiar o ecossistema de organizações e coletivos locais com investimento financeiro e compartilhamento de sua expertise, fortalecendo o setor social do território com conhecimento e se adaptando para perseguir esses objetivos:

“Vamos fomentar a sociedade civil nessas agendas que precisam de mais investimentos que uma única organização pode fazer.  Queremos compartilhar as tecnologias sociais que fomos desenvolvendo ao longo destes anos com estes grupos, contribuir na formação de boas lideranças para saberem elaborar um projeto e defendê-lo, para fazerem uso claro e transparente dos recursos”, explica Eliana.

A prática de grantmaking – o financiamento de projetos sociais já existentes – é um dos princípios das fundações e institutos comunitários (FICs). Na Carta de Princípios para Fundações e Institutos Comunitários do IDIS, a definição desta característica é:

 

“Majoritariamente grantmakers: captam, gerenciam e realizam doações de recursos financeiros para organizações sem fins lucrativos e iniciativas sociais do território, que atuam na linha de frente do atendimento às demandas comunitárias, de modo a assegurar a vitalidade do setor social local.”

O Fundo Comunitário da Maré foi construído a partir da orientação técnica de um Conselho de Investimento, formado por três economistas que aconselham a Redes da Maré não somente sobre o uso dos recursos, mas especialmente sobre como investir e fazer o dinheiro crescer. Estão previstas metas distribuídas em quatro fases:

 

“Almejamos chegar a R$ 100 milhões e, para isso, fizemos um escalonamento a partir de quatro metas. Atingimos a primeira, de R$ 20 milhões, em um ano. Estamos iniciando agora a meta seguinte, de R$ 30 milhões. O plano é que o fundo funcione plenamente, apoiando projetos sociais do território, ao fim desta segunda fase”, explica Eliana, ressaltando que, para alavancar o fundo, a Redes da Maré fez um mapeamento de potenciais doadores em todo o Brasil e que, até o momento, as doações são de empresas e fundações, mas pessoas físicas também podem doar.

 

O Fundo Comunitário é uma forma de garantir também a continuidade de projetos importantes, como o Centro de Artes da Maré, concebido em conjunto com a coreógrafa Lia Rodrigues, que hoje abriga, além de uma companhia de dança, outros projetos.

Há também o projeto De Olho na Maré, do eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, que mantém uma articulação com a Defensoria Pública, o Ministério Público do Rio de Janeiro e a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

Para a efetivação de direitos básicos, um importante projeto é o Espaço Normal, que recebe pessoas usuárias de drogas, muitas vezes sem residência fixa e com dificuldades para emitir documentos e acessar serviços de saúde.

Visita da Open Society Foundations no Espaço Normal. Foto : Douglas Lopes / Redes da Maré.

“Nosso entendimento é que o Fundo Comunitário é o reflexo de que a Redes da Maré está em constante amadurecimento e mudança, se apropriando de sua experiência, trajetória e história para seguir renovada e atual”, conclui a fundadora da organização.

Informações do Território 

  • Território de atuação: Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, constitui-se de várias favelas e sub-bairros, com casas e conjuntos habitacionais. Considerado o maior complexo de favelas da cidade do Rio de Janeiro, com baixíssimos índices de desenvolvimento, estende-se por uma área de 800 mil metros quadrados, cortada pela Avenida Brasil, pela Linha Vermelha e pela Linha Amarela. Reúne os seguintes bairros: Baixa do Sapateiro, Morro do Timbau, Parque Maré, Nova Maré, Nova Holanda, Rubens Vaz, Parque União, Conjunto Esperança, Conjunto Vila do Pinheiro, Vila do João, Salsa e Merengue, Marcílio Dias, Roquete Pinto, Praia de Ramos, Bento Ribeiro Dantas e Mandacaru.
  • População estimada: 140 mil moradores.
  • Desafios regionais: Educação, saúde, lazer, cultura, adensamento urbano e especialmente segurança pública. A violência armada nos territórios da Maré afeta significativamente a vida dos moradores – além das violações de direitos individuais (vida, integridade física, liberdade e até propriedade), impõe obstáculos também ao acesso a direitos sociais e coletivos, como o direito à educação e à saúde.
  • Informações Gerais relevantes de acordo com o case:
    • IDHM – No ano 2000 (dado mais recente), era de 0,722, o 123º colocado no município do Rio de Janeiro.
    • Causas prioritárias mapeadas pela FIC – O trabalho da Redes se organiza em cinco eixos estruturantes: arte, cultura, memórias e identidades; direito à saúde; direito à segurança pública e acesso à justiça; direitos urbanos e socioambientais e educação.

 

A Redes da Maré integra o Programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

 

Quer saber mais sobre o Fundo Comunitário e a Redes da Maré? Acesse o site.

Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

Iniciativa destina R$ 20 milhões para atenção primária em cidades com déficit de médicos do Norte e Nordeste

Inscreva-se até 14 de março!

Por meio da iniciativa Juntos pela Saúde, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a associação civil independente Umane vão destinar até R$ 20 milhões para projetos de Atenção Primária em Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS) em municípios com menos de um médico a cada mil habitantes do Norte e Nordeste. A iniciativa deve beneficiar mais de 1.400 cidades das duas regiões.

Selecionados por meio de edital, os projetos devem apresentar soluções baseadas nos fundamentos das redes de atenção à saúde, com capacidade de impactar processos de atenção primária. As iniciativas devem combinar o uso de dados, novas tecnologias, saúde digital e inovação.

Principal porta de entrada do SUS, a APS promove atendimento preventivo de doenças e solução de casos médicos de baixa gravidade, assim como faz o direcionamento de pacientes com diagnóstico de maior complexidade para níveis superiores de atendimento. Segundo dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab) do Ministério da Saúde, somente em 2023 foram realizados 69,7 milhões de atendimentos individuais e 101,6 milhões de procedimentos de APS na região Nordeste. Na região Norte, no mesmo período, foram 17,8 milhões de atendimentos e 32,6 milhões de procedimentos.

Para a chefe do Departamento do Complexo Industrial e de Serviços de Saúde do BNDES, Carla Reis, ao somar capital público e privado para fortalecer a saúde pública, o modelo traz um ganho extraordinário para todos os envolvidos, sobretudo para quem está na ponta, beneficiando-se dos serviços oferecidos pelo SUS. “Com o apoio da Umane esperamos apoiar projetos estruturantes para fortalecer a atenção primária nos municípios mais carentes. O modelo de matchfunding é uma ferramenta poderosa para multiplicar o investimento público e ampliar o impacto socioambiental da filantropia”, disse.

Projetos elegíveis 

Projetos com conclusão prevista até junho de 2026 podem solicitar apoio financeiro igual ou maior ao valor mínimo individual de R$ 2 milhões. Entre os itens financiáveis estão investimentos fixos, como obras civis, instalações, aquisição de máquinas e equipamentos nacionais (credenciados na linha BNDES Finame), além de capacitação e treinamento.

Os proponentes precisam ser órgãos ou instituições prestadoras de serviços de saúde do SUS, pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, sediadas no país, com finalidade institucional compatível com os objetivos da iniciativa. As propostas poderão ser enviadas, a partir da primeira semana de janeiro de 2024, através do site (clique aqui) da iniciativa.

A iniciativa 

O apoio do BNDES ao Juntos pela Saúde é feito a partir de um investimento de matchfunding: a cada real doado por outras instituições, o Banco aporta outro real. Neste edital, o BNDES aportará R$ 10 milhões, duplicando o valor doado pela Umane. O Instituto para o Desenvolvimento Social (IDIS) ficará responsável pela gestão dos recursos, pela captação e pela seleção de projetos.

“Apoiar o Juntos pela Saúde fortalece nosso objetivo como instituição, de fomentar a ampliação do acesso à saúde e a resolutividade do sistema. Nossa visão é a de ter a Umane contribuindo para reduzir as desigualdades no acesso à saúde, somando os saberes e inovações locais e regionais com o potencial da organização de processos de trabalho, do uso de dados e da tecnologia”, diz a superintendente geral da empresa, Thais Junqueira.

Para a CEO do IDIS, Paula Fabiani, unir esforços em prol de objetivos comuns é a grande força do matchfunding:

“A chegada da Umane é motivo de celebração para nós. Fortalecer o SUS nas regiões brasileiras que mais precisam é um desafio grande e a necessidade de apoiar estas áreas é urgente. A construção da parceria entre IDIS, BNDES e Umane, junto do lançamento deste primeiro edital, representam um passo fundamental rumo às transformações que almejamos”.

 

Cursos gratuitos na Escola Aberta do Terceiro Setor

Há 10 anos, a Escola Aberta do Terceiro Setor vem trabalhando na democratização do conhecimento para fortalecimento da sociedade civil. A geração de conhecimento é um dos tripés de atuação do IDIS bem como essa disseminação de conhecimento.

Ao longo desse tempo, IDIS e Escola Aberta sempre estiveram próximos criando conteúdos. Confira abaixo alguns cursos gratuitos e inscreva-se gratuitamente:

 

A contribuição do terceiro setor no desenvolvimento do país é realidade em vários países e cada vez mais evidente no Brasil, exigindo cada vez mais profissionais qualificados que estejam aptos a fortalecer o setor por meio de uma gestão eficiente e transparente. O curso de Gestão tem a premissa de que os conceitos e experiências bem-sucedidas devem ser replicadas e inovadas. O aluno terá condições de entender as variáveis que permeiam a gestão de uma organização social e implantar os conceitos e técnicas que serão apresentados no curso.

 

A gestão financeira está diretamente relacionada a sustentabilidade das organizações sociais. O curso apresentará aspectos essenciais para uma gestão transparente e sustentável a longo prazo, convidando o aluno a implantar no seu cotidiano as ações que permitirão gerar informações e dados financeiros à sociedade, doadores, parceiros.

 

Paula Fabiani, CEO do IDIS (Instituto de Desenvolvimento para o Investimento Social) conversa a respeito da importância e dos principais aspectos que envolvem a estruturação e a gestão dos Fundos Patrimoniais Filantrópicos.

 

  • ESG: o que o terceiro setor precisa saber?
    ESG é uma sigla em inglês que significa environmental, social and governance. São as práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização.
    E embora profundamente debatido, e cada vez mais aplicado ao segundo setor, o ESG também deve ser entendido como pauta urgente para as organizações da sociedade civil.
    Marcos Kisil, fundador do IDIS –Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Socia, e Rachel Carneiro, da Ideal Social, apresentam o histórico e o conceito do ESG, o que cabe ao Terceiro Setor compreender sobre o tema e como a aplicabilidade dessas práticas pode ser relevante para a gestão e a captação de recursos nas OSCs.

 

  • Captação de recursos no exterior: Canadá e Estados Unidos
    Este minicurso faz parte do treinamento on-line diz respeito ao tema de captação de recursos nos EUA e Canadá, com destaque para os procedimentos e melhores práticas para captar recursos nestes países.As aulas são ministradas por Jessie Krafft e Ted Hart, da Charities Aid Foundation, que durante o curso vão explicar o que é Fundo de Amigos, como acontece a preparação de validação por doadores e também a diferença entre Determinação de Equivalência e Responsabilidade da Despesa.

 

Conheça nossas publicações SOBRE ALGUNS DESSES TEMAS

Denise Carvalho é destacada pela Social Value Internacional

A gerente sênior de Monitoramento e Avaliação do IDIS, Denise Carvalho, recebeu o destaque de “Spotlight of the Month” da rede internacional de avaliação de impacto Social Value International. A rede atualmente está presente em 60 países com participação de pessoas e organizações, entre elas o IDIS.

” A ODS17 é crucial para a a rede, pois as parcerias impulsionam o impacto coletivo. A colaboração é essencial para a nossa rede, promovendo diversas especialidades e recursos. Através da nossa parceria, buscamos amplificar a inovação social, avançando em soluções sustentáveis e avaliando coletivamente o impacto social para um futuro melhor”, comenta Carvalho em entrevista a Social Value.

Recentemente, a equipe do IDIS passou por treinamentos na metodologia SROI (Social Return on Investment ou Retorno Social sobre o Investimento em português) e faz parte da série de treinamentos realizados.

Crianças e jovens também podem (e querem) salvar o planeta!

Estudo ‘3 coisas que eu quero mudar no mundo’ e Pesquisa Doação Brasil mostram crescente tomada de consciência social das novas gerações

De acordo com a 4ª edição da pesquisa 3 Coisas que eu Quero Melhorar no Mundo, promovida pela plataforma de Educação para Gentileza e Generosidade, desde 2020 existe um aumento gradativo e contínuo de tomada de consciência social pelas novas gerações.

Utilizando a metodologia de respostas abertas para a pergunta: “quais são as 3 coisas que eu quero melhorar no mundo”, a pesquisa ouviu crianças e jovens até 18 anos, em todo o Brasil, e efetivou análises quantitativas e qualitativas dos dados inclusive com rankings regionais para compreender as diferentes percepções e demandas de acordo com a realidade vivenciada. No comparativo da edição 2023 com as edições anteriores, o que se mantém sempre em primeiro lugar é a preocupação em melhorar a educação e o direito de estudar.

Questões emergenciais como acabar com a fome e a insegurança alimentar, acabar com a violência e ter mais segurança, acabar com desemprego, mais saúde para todos e resolver o acesso ao saneamento básico, entre outras, convivem com desafios estruturais como acabar com a desigualdade socioeconômica e com a pobreza, resolver o desafio das pessoas em situação de rua, investir mais em ciência, tecnologia, cultura e leitura, por exemplo.

As novas gerações identificam também o que permanentemente merece atenção, como o fim do preconceito e do racismo, a valorização dos direitos humanos e dos direitos das mulheres e das crianças, além de cuidar da natureza e respeitar o meio ambiente, estar em alerta com as queimadas, o desmatamento e o aquecimento global, reduzir a poluição, ampliar processos de reciclagem, cuidar dos direitos dos animais. E projetam como perspectivas para uma convivência mais harmoniosa entre todos mais respeito e tolerância, mais amor e empatia, mais gentileza, solidariedade e generosidade e, em tempos de preocupação com a saúde mental, mencionada pela primeira vez nos quatro anos de estudo, mais qualidade de vida, felicidade, passeios, jogos e brincadeiras em um mundo com mais paz e menos guerras.

“As crianças e jovens estão percebendo, precocemente, que o ‘mundo melhor’, com mais dignidade e senso comunitário para uma convivência mais harmoniosa entre todos, depende de muitas resoluções concretas que precisam ser tomadas o quanto antes. O futuro é altamente dependente da saúde do planeta e das pessoas hoje e, cada vez mais cedo, as crianças estão percebendo a complexidade das interdependências que muitas lideranças, nos mais diversos âmbitos, ou não enxergam ou não estão interessadas em enxergar”, pontua Marina Pechlivanis, idealizadora da Educação para Gentileza e Generosidade.

De acordo com a Pesquisa Doação Brasil 2022, promovida pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e realizada pela Ipsos, revelou que 84% dos jovens pertencentes à faixa etária de 18 a 27 anos, conhecida como ‘Geração Z’, efetuaram algum tipo de doação em 2022. Esse dado demonstra um aumento significativo em relação ao levantamento de 2020, no qual 63% dos respondentes dessa mesma faixa declaravam ter realizado doações. As formas mais comuns de doação incluem a contribuição de bens materiais (76%), seguida por doações em dinheiro (43%) e doações de tempo/trabalho voluntário (30%). A Geração Z tende a doar proporcionalmente mais por meio do trabalho voluntário do que o restante da população e menos em dinheiro. Essa discrepância pode ser atribuída à menor renda média desse público se comparado a gerações mais maduras.

A pesquisa também revela que os jovens que fazem doações têm uma tendência significativa a promover ou contribuir de alguma forma para campanhas de arrecadação ou mobilização. Este dado foi confirmado por 7 em cada 10 jovens doadores em 2022, sendo que 20% deles afirmam ter feito isso em mais de uma ocasião. O grupo também demonstra um otimismo maior em relação às Organizações Não Governamentais (ONGs), quando comparados à população em geral. Entre os jovens, 73% concordam que as ONGs desempenham um papel fundamental no combate aos problemas socioambientais, e 83% concordam com a afirmação de que ‘as ONGs dependem da colaboração de pessoas e empresas para obter recursos e funcionar’. Além disso, mais do que o presente, na Pesquisa Doação Brasil 2022, 52% dos doadores da Geração Z não apenas afirmaram planejar continuar suas doações, como também acreditam que doarão mais em comparação com o ano anterior. Essa abertura indica uma oportunidade valiosa para as organizações filantrópicas de se envolverem com a Geração Z.

 “O acesso à informação instantânea pela internet e redes sociais aproxima os jovens aos eventos e desafios globais. Além disso, a educação e sensibilização sobre essas questões estão cada vez mais presentes no cotidiano. À medida que as novas gerações naturalmente desenvolvem uma consciência mais aguçada das questões socioambientais que afetam o mundo, tendem também a se engajarem mais no futuro.Afirma Luisa Lima, gerente de comunicação e conhecimento no IDIS.

 

Sobre a Educação para Gentileza e Generosidade

Considerando a educação como um caminho viável para a conscientização e a transformação social, a primeira plataforma brasileira de Educação para Gentileza e Generosidade oferece gratuitamente soluções sistêmicas integrativas, interdisciplinares e interpúblicos com base nos 7PEGG. Para as escolas, metodologia com 26 planos de aula adaptados da renomada Learning to Give e adequados à nova BNCC, curso de formação de professores e prêmio. Para as famílias, vídeos, leituras e atividades para melhorar o convívio e desenvolver virtudes humanitárias. Para jovens lideranças sociais, eventos e oportunidades de conexão e visibilidade. Para a sociedade, estudos e pesquisas inéditos com crianças e jovens. Para ambientes de trabalho, dinâmicas de desenvolvimento humano para programas de treinamentos e materiais de comunicação e ambientação, além do Manual de Conhecimento e Autoconhecimento e o Teste dos 7 Princípios. Tudo programado para ser descomplicado, acolhedor e acessível, facilitando a multiplicação e a implementação. Entre os apoiadores-mantenedores estão o Movimento Bem Maior e a Fundação José Luiz Egydio Setúbal.


Sobre o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

Fundado em 1999, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social é uma organização social independente e pioneira no apoio estratégico ao investidor social no Brasil. Tem como missão inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, promovendo ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país. Sua atuação baseia-se no tripé geração de conhecimento, consultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia e da cultura de doação.

 

Texto originalmente publicado no Observatório do Terceiro Setor em 19/12/2023

Gincana de doação entre colaboradores do IDIS arrecada quase R$ 24 mil

Em celebração ao Dia de Doar, a equipe IDIS aceitou o desafio de participar de uma campanha de doação para Fundações e Institutos comunitários (FICs) participantes do programa Transformando Territórios. Divididos em 5 grupos, cada um ficou responsável por arrecadar doações que seriam dobradas devido a um matching realizado pelo programa.

Foto do 2º Seminário Transformando Territórios

Ao longo de 2 semanas, os colaboradores do IDIS acionaram amigos, colegas e familiares seja por meio de vídeos nas redes sociais ou até mesmo a mensagens individuais solicitando doações para a organização apadrinhada. Ao total foram R$ 23.806,00 arrecadados em formato de matching entre 163 pessoas mobilizadas.

As organizações beneficiadas foram: Instituto Comunitário Manaura, Instituto Baixada Maranhense, Instituto Comunitário de Sergipe, FUNDAES – Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo e Fundo comunitário Perifasul M’Boi.

“A experiência da gincana foi incrível. Foi uma ótima forma de apoiar as organizações nas suas campanhas, aproximar nossa equipe do trabalho das FICs e, principalmente, fomentar a cultura de doação no nosso entorno”, comenta Whilla Castelhano, gerente do programa Transformando Territórios.

Marina Negrão, analista de comunicação e uma das organizadoras da iniciativa, destaca o aspecto colaborativo da iniciativa. “Trabalhar em grupo com pessoas de fora do seu dia a dia faz com que novos desafios apareceram e novas oportunidades de interações. Essa experiência com certeza auxilia a todos os envolvidos!”, acredita.

 

Retrospectiva IDIS 2023: ousadia e impacto

A ousadia é inerente ao ser humano, mas deve ser desenvolvida, experimentada e aprimorada. Este foi o tema não apenas do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2023, mas também reflete a jornada do IDIS ao longo do ano. Precisamos de coragem, criatividade, planejamento e persistência para enfrentar desafios e assumir riscos. Com muito orgulho e gratidão pelo ano que passou, afirmo que, em 2023, o IDIS foi mais ousado que nunca!

Foi neste ano que teve início o grandioso Juntos pela Saúde, um projeto de impacto em parceria com o BNDES com o objetivo de destinar, até 2026, R$200 milhões para fortalecer o SUS nas regiões Norte e Nordeste do país. Em apenas um ano de atuação, conquistamos quatro importantes apoiadores e estão em ação três projetos que abrangem quase 300 municípios. A experiência nos qualificou para a assinatura de mais um grande contrato no campo da gestão da doação, que em breve poderá ser divulgado!

Para impulsionar a filantropia corporativa, também estruturamos em parceria com o Grupo MOL o Compromisso 1%. Empresas de qualquer porte e com balanço auditado poderão participar, basta se comprometerem com a doação anual de pelo menos 1% de seu lucro líquido para organizações da sociedade civil. Contamos com a participação de muitas organizações neste planejamento e no ano que vem, será oficialmente lançado.

Em 2023, nossa equipe de consultoria conduziu 54 projetos, abrangendo áreas como planejamento estratégico, estruturação e gestão de fundos patrimoniais, gestão de doações e avaliação de impacto. Incluímos, também, oficialmente em nossa oferta, serviços relacionados à agenda ESG e sua relação com o Investimento Social Privado. 

Investimos no aprimoramento do processo de avaliação de nossos serviços pelos clientes e obtivemos ainda mais retornos sobre a percepção dos projetos concluídos. A nota média alcançada ao longo de todo ano manteve-se superior a 9, com um alto índice de recomendação, demonstrando o comprometimento do time também com a qualidade de tudo que é entregue.  

Progredimos em nossos projetos de impacto, fortalecendo nossa contribuição para o ecossistema filantrópico. Além do já citado  ‘Juntos Pela Saúde, expandimos o programa Transformando Territórios, dedicado ao fomento de fundações e institutos comunitários (FICs) no Brasil. A partir de uma chamada pública, cinco novas organizações passaram a integrar o programa, totalizando 17 participantes. Em setembro, reunimos todos em São Paulo, para o  2° Seminário Transformando Territórios

 

À frente da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, seguimos nossa jornada para a melhoria do ambiente regulatório para os fundos patrimoniais, com uma agenda intensa junto a parlamentares em Brasília. Uma das principais pautas de nosso advocacy neste ano dizia respeito à regulamentação para que recursos proveniente de incentivos fiscais possam também ser destinados a fundos patrimoniais. No início de abril, tivemos uma vitória. A Instrução Normativa 1/2023 do Ministério da Cultura regulamentou o uso de incentivos fiscais destinados à Lei Federal de Cultura, popularmente conhecida como “Lei Rouanet”, para fundos patrimoniais voltados à área da cultura. Em agosto, avançou também o Projeto de Lei 2440/2023, que busca utilizar os incentivos fiscais já existentes na legislação brasileira para estimular doações a fundos patrimoniais filantrópicos de todas as causas. Ele foi aprovado na Comissão de Educação e Cultura do Senado e agora está em análise na Comissão de Assuntos Econômicos. Ainda no campo de políticas públicas, o IDIS também apoiou esforços para incluir as pautas do setor sem fins lucrativos na Reforma Tributária que tramita no governo.

No campo do conhecimento, lançamos 49 produtos ao longo do ano, com mais de 93 mil pessoas alcançadas. Entre os destaques, a segunda edição do relatório Perspectivas da Filantropia no Brasil, a publicação Arquétipos da Filantropia, em parceria com a Rockefeller Philanthropy Advisors, a realização da Pesquisa Doação Brasil 2022, o Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2022, além de artigos, notas técnicas e textos informativos dos mais variados assuntos, e com muitas vozes do IDIS compartilhando seus saberes. Foram também muitos eventos realizados, quando pudemos reunir inúmeras pessoas. 

O destaque, mais uma vez, foi o Fórum Brasileiros de Filantropos e Investidores Sociais, com mais de 1.200 participantes presenciais e online. E não posso deixar de mencionar o encontro que realizamos em Recife, em parceria com a Family Business Network, para falar sobre investimento social privado e impacto. Foi um marco da retomada de nossa agenda regional.

Já agora no finalzinho do ano, o Descubra Sua Causa, projeto desenvolvido pelo IDIS e que agora está sob gestão do Instituto MOL, recebeu o troféu prata de Melhor Design na categoria Design para Impacto Social / Prosperidade.  Ficamos felizes ao ver ele crescendo e sendo reconhecido. 

Conectados ao mundo, levamos novamente uma delegação ao Global Philanthropy Forum, participamos do mais importante encontro europeu sobre filantropia, o Philea Forum, do Shift the Power Global Summit, do Impact Minds, realizado pela Latimpacto, e do WINGS Forum, realizado no Quênia e no qual também fomos palestrantes. Além disso, estive na primeira semana de junho na Conferência de Liderança da Rede Global da Charities Aid Foundation – (CAF), que reuniu representantes das organizações parceiras em Londres, onde está localizada a sede da organização. A novidade é que em 2023 novos membros passaram a integrar a rede, que até então era composta por representantes na África do Sul, Bulgária, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Índia, Nova Zelândia e Turquia.

A ousadia trouxe reconhecimentos. O IDIS foi listado entre as melhores ONGs brasileiras pelo The Dot Good, e conquistamos o selo Great Place to Work, certificação que reflete nosso compromisso em criar um ambiente de trabalho positivo, inclusivo, transparente e ético, promovendo o bem-estar dos colaboradores, fornecedores e parceiros.

Em quatro anos, registramos um crescimento em nossa receita de 156% e a equipe passou de 13 para 48 pessoas. Hoje temos, oficialmente, um programa de estágio para todas as áreas e aprofundamos o debate e as ações relacionadas à diversidade e à inclusão. Nosso comitê se dedicou à escuta e ao conhecimento sobre outras práticas e, aqui, entre as ações que realizou, destaque ao letramento sobre Branquitude, com Cida Bento, e o segundo censo IDIS.

Mas ousar sem responsabilidade não é possível. Foi um ano que exigiu a implantação de novos processos operacionais, financeiros e de gestão de pessoas. Refletimos sobre políticas internas e também sobre o IDIS e nosso posicionamento, buscando manter o crescimento sustentável e alinhado à nossa cultura e objetivos. Planejamos, executamos, revisamos a rota, dialogamos, fortalecemos parcerias. E assim, fomos mais longe. 

QuerIDIS, conselheiros, parceiros, apoiadores, familiares: nosso muito obrigada! Cada um de vocês é parte dessa história. 

Em 2024, o IDIS completa 25 anos e será um momento para celebrar. Sigamos juntos!

Paula Fabiani, CEO do IDIS

Fundo Jequi: promovendo o protagonismo comunitário no Médio Jequitinhonha

Um dos subsolos mais ricos do Brasil, área de exploração de lítio, pedras preciosas, com diversidade de atrativos culturais nas áreas de música, arte e artesanato. Com tantas potencialidades, o território do Médio Jequitinhonha, que reúne mais de 287 mil habitantes em 19 municípios no nordeste de Minas Gerais, tem Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) entre muito baixos e baixos, sendo os maiores desafios a segurança hídrica e alimentar. A experiência da articulação de organizações sociais durante a pandemia foi a mola propulsora para começar a transformar essa realidade: em 2020, começa a nascer o Instituto Comunitário de Desenvolvimento e Inovação do Vale do Jequitinhonha – Fundo Comunitário Jequi.

 

Atividades com escolas publicas no viveiro do CPCD

 

Criado em Araçuaí (MG), o Instituto é uma coalizão formada por 16 organizações parceiras, incluindo a prefeitura do município, com um objetivo comum: promover o protagonismo comunitário ao alavancar ações de desenvolvimento e inovação de forma plena, perene e inclusiva para o território. A gestora de projetos sociais Flávia Mota, uma das fundadoras e Presidente do Jequi, explica que, no Médio Jequitinhonha, cerca de metade da população vive em áreas rurais.

 

“O instituto fará a gestão de um fundo comunitário, que será implementado em 2024, com a função de mobilizar, captar, articular, gerenciar e coordenar investimentos, recursos materiais e financeiros, e formações diversas, para fortalecer não somente as organizações da sociedade civil do território, mas também grupos, lideranças comunitárias, coletivos, startups, oferecendo sustentabilidade a programas e projetos inovadores e de interesse comunitário.”

 

Ser uma instituição local é um dos princípios das Fundações e Institutos Comunitários (FICs), isto é, são as organizações que se dedicam à melhoria da qualidade de vida de

comunidades situadas em uma região geográfica bem delimitada, da qual a FIC é originária e está estabelecida.

Flávia também é Diretora Executiva do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD), organização fundada há 39 anos em Belo Horizonte e que também atua em Araçuaí, há 25 anos. O CPCD é a instituição propulsora do Fundo Jequi. Ela conta que, na pandemia, organizações locais se uniram para enfrentar o problema da fome na região, mas, com ações isoladas, nem sempre as entregas de alimentos estavam chegando às pessoas mais vulneráveis, por conta das dificuldades de acesso às estradas de áreas rurais e também à informação.

Atividade de distribuição de mudas

 

“O CPCD resgatou então o Empório Solidário, uma tecnologia social criada pela organização que já foi reconhecida e premiada pela Fundação Banco do Brasil. É um minimercado onde as famílias cadastradas têm uma cota de alimentos e podem ir mensalmente fazer suas retiradas. Elas usam carrinhos de supermercado e apresentam um cartão de beneficiário, podendo buscar os produtos aos poucos. A gente extrapola um pouco as limitações da cesta básica e proporciona a aquisição de produtos como um achocolatado ou kits de higiene, por exemplo. Durante os dois anos de pandemia, ele funcionou com recursos do Itaú Social”, conta Flávia.

 

A estratégia do Jequi, explica a presidente do novo Fundo, é o engajamento de pessoas e instituições em torno de uma mesma causa: dar potência a projetos exitosos (como o do Empório Social) e a políticas públicas efetivas e estar a serviço do desenvolvimento integral e sustentável da região. As 16 organizações locais que compõem o fundo formam a assembleia e votam na diretoria – formada por oito lideranças voluntárias das instituições parceiras.

“A gente tinha o sonho de ter um Fundo Patrimonial e, quando iniciamos a parceria com o Programa Transformando Territórios, do IDIS, fizemos inúmeras reuniões para discutir o formato. Decidimos começar com um Fundo Comunitário e pelo município de Araçuaí, que tem 34 mil habitantes e em torno de 85 comunidades rurais, para depois expandir para os demais municípios do Médio Jequitinhonha. Araçuaí é uma cidade polo, diversos municípios do entorno dependem dela para hospital e comércio”, explica ela.

 

Para apoiar pessoas e projetos, Flávia diz que o Jequi fará não editais, mas “editodos”:

 

“Sabemos as dificuldades de cumprir todos os requisitos para se encaixar em editais. Queremos apoiar justamente coletivos ainda não formalizados e lideranças comunitárias com um capital semente para investirem na criação de organizações sociais. Como contrapartida, os selecionados vão participar de oficinas de formação para que eles possam gerir projetos com eficiência e até participar de outros editais”, conta a gestora, destacando que o Fundo Jequi está firmando uma parceria para o desenvolvimento de diversas ações – desde mapear os projetos sociais do território a fazer a formação das organizações apoiadas, passando pela captação de recursos.

 

Informações do Território 

  • Território de atuação: Vale do Médio Jequitinhonha
  • População estimada: 287 mil pessoas – sendo 128 mil na área rural
  • IDH – muito baixo (0,000-0,499)/baixo (0,500-0,599)
  • Causas prioritárias mapeadas pela FIC: Segurança alimentar e hídrica.
  • Desafios regionais: Acesso à água tratada, fome, falta de acessibilidade pelas estradas rurais como uma das principais causas da pobreza entre a população rural.

 

O Instituto Comunitário de Desenvolvimento e Inovação do Vale do Jequitinhonha integra o Programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

 

O site do Fundo Jequi está em desenvolvimento, em breve estará disponível em www.fundojequi.org.br.

Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

Juntos pela Saúde fecha ano com perspectiva de atendimento a 300 municípios

Em 2023, o Programa Juntos pela Saúde, iniciativa do BNDES gerida pelo IDIS, veio ao mundo. Com o objetivo de fortalecer o SUS nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o Programa apoia projetos de saúde que atuam em localidades com vazios assistenciais, e prioriza os municípios com menos de 1 médico por mil habitantes. O apoio financeiro oferecido a esses projetos baseia-se na lógica do matchfunding, um modelo de captação conhecido como “turbinado”, em função da sua estratégia de multiplicação das doações captadas.

Na prática, a iniciativa do BNDES funciona da seguinte forma: a cada real doado por organizações parceiras, o BNDES coloca mais R$1,00, dobrando o valor que será repassado aos projetos de saúde. O objetivo é que, até 2026, sejam destinados aproximadamente R$200 milhões para esses projetos, que podem ser contemplados por meio de editais públicos – a serem divulgados no site oficial do Juntos pela Saúde – ou por fomento estruturado.

Para as duas situações, há um processo de validação das organizações e, posteriormente, os projetos passam por diferentes instâncias de avaliação compostas por especialistas, até chegar no Comitê de Validação onde os apoiadores confirmarão o investimento. Para receber o apoio, os projetos precisam focar sua atuação nos municípios prioritários nas regiões Norte e Nordeste e ter como objetivo beneficiar ações e serviços públicos de saúde no âmbito do SUS.

Para saber mais sobre a seleção de novos projetos, clique aqui.

Até o momento, o Juntos pela Saúde conta com quatro importantes apoiadores, além do BNDES, e possui três projetos de amplo alcance que, juntos, chegarão a quase 300 municípios, e que visam o aperfeiçoamento de processos de gestão e atendimento do SUS em suas Unidades Básicas de Saúde, por meio do acesso à ferramentas tecnológicas, infraestrutura e formação de profissionais.

 

Conheça os três primeiros projetos contemplados pelo Juntos pela Saúde e que já estão em execução:

 

CICLO SAÚDE PROTEÇÃO SOCIAL

Ciclo Saúde Proteção Social é uma iniciativa do Cedaps e da Fundação Vale, que visa contribuir para o fortalecimento da Atenção Básica (AB) do Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando sua capacidade de diagnóstico, planejamento, operacionalização, monitoramento e avaliação de seus serviços por meio de Planos de Trabalho Compartilhados com a gestão pública, orientados pelas necessidades de saúde das populações locais.

Atualmente, está presente em 8 municípios do Pará e, por meio da parceria com o Programa Juntos pela Saúde, será iniciado em 24 municípios do Maranhão. Também fazem parte desta parceria a Wheaton Precious Metals, BNDES e IDIS.

Até 2026, estima-se que o projeto alcance 396 Unidades Básicas de Saúde (UBS), 55 Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e uma média de 5.000 profissionais, com o objetivo de apoiar e fortalecer Unidades Básicas de Saúde dos municípios participantes, com foco na proteção social e na promoção da saúde individual e coletiva da população.

“A parceria com o Juntos pela Saúde permite a expansão das atividades do Programa Ciclo Saúde Proteção Social para 32 municípios do Maranhão e do Pará, ampliando nossa atuação no Norte e Nordeste brasileiro. O foco é o aprimoramento da gestão pública e a criação de uma agenda de formação para profissionais de saúde, e de modo complementar para a assistência social e outras parcerias intersetoriais possíveis nos municípios. A metodologia base do Programa, chamada Construção Compartilhada de Soluções Locais, nos permite envolver e engajar as equipes no desenvolvimento de ações focalizadas nas necessidades locais, fortalecendo os vínculos entre as unidades de saúde e a comunidade.” Katia Edmundo, Diretora Executiva do Cedaps.

 

“O Fundo Juntos pela Saúde ajuda a potencializar o investimento social em territórios que demandam um olhar especial para o acesso à saúde de qualidade. Por meio da parceria, fomos capazes de levar o Ciclo Saúde Proteção Social para 32 municípios em que já atuamos com projetos de educação no Pará e no Maranhão. Em parceria com as secretarias municipais, esperamos colaborar de forma estruturante para a melhoria dos serviços públicos e beneficiar toda a população.” Pâmella De-Cnop – Diretora Executiva da Fundação Vale.

 

Para saber mais sobre a iniciativa, clique aqui.

IMPULSO PREVINE

O Projeto, idealizado pela organização sem fins lucrativos ImpulsoGov, é uma solução digital que centraliza em uma plataforma de dados, análises e recomendações sobre o programa de financiamento federal da Atenção Primária, para apresentá-los de forma rápida e descomplicada aos gestores de saúde.

No âmbito do Juntos pela Saúde, o projeto conta com apoio financeiro do Instituto Dynamo e da Umane, cujo contrato está em vias de formalização.

Por meio do apoio financeiro do Instituto Dynamo, o Impulso Previne irá investir na expansão das soluções focadas desenvolvimento no indicador de exames citopatológicos e dar acesso para 19 municípios, validados pelo Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

Já o recurso proveniente da Umane – que está em vias de formalização – será direcionado ao desenvolvimento do indicador de vacinas, criação da aplicação de mensageria e expansão para 240 municípios.

A solução permite, por exemplo, monitorar a realização do exame preventivo do câncer de colo de útero, disponibilizado gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Com ela, gestores locais dos municípios atendidos poderão aprimorar suas estratégias de prevenção à doença, que registra 17 mil casos novos anualmente, conforme dados de 2023 do INCA.

Vale ressaltar, ainda, que a plataforma Impulso Previne trabalha com outros indicadores da Atenção Primária à Saúde e oferece apoio gratuito a municípios, a fim de contribuir para uma melhor gestão e monitoramento da situação de saúde das populações locais.

“O câncer do colo do útero é evitável e altamente curável na fase inicial, mas o risco de morte cresce significativamente em estágios avançados. O exame preventivo é a principal medida de rastreamento dessa doença, no entanto, os profissionais de saúde pública enfrentam dificuldades para saber quem está com ele em dia. Nossas ferramentas transformam os dados do SUS em listas descomplicadas, para que os profissionais saibam quem são as pessoas com o exame pendente e possam buscá-las”, afirma Isabel Opice, diretora de operações da ImpulsoGov.

 

Para saber mais sobre o projeto, clique aqui.

PAINEL DE INDICADORES DE SAÚDE MENTAL

Idealizado pela ImpulsoGov, o projeto visa ampliar o acesso a dados e informações simplificadas para gestores de saúde mental de municípios do Norte e Nordeste do Brasil. Com apoio financeiro do Grupo RD – dentro do âmbito do Juntos pela Saúde – a iniciativa se propõe a desenvolver, implementar e aprimorar um painel de dados e indicadores de saúde mental pela gestão da secretaria municipal de saúde do município. Com isso, busca garantir o acesso da população a um atendimento mais qualificado e eficiente.

O projeto “Painel de Indicadores em Saúde Mental” conta com a parceria do Instituto Cactus, uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo ampliar o debate e os cuidados em prevenção de doenças e promoção da saúde mental. Desde a sua versão inicial em Aracaju (SE), o Instituto Cactus é co-idealizador e financiador do projeto, e continua apoiando a sua ampliação para outros municípios.

“Não existem padrões estabelecidos para avaliar a qualidade dos serviços oferecidos pelas Redes de Atenção Psicossocial e muitas vezes os gestores não têm acesso a informações como o perfil das pessoas atendidas na rede do município e quais serviços elas frequentam. Nosso objetivo com a Plataforma de Indicadores de Saúde Mental é facilitar o acesso a informações confiáveis para esses profissionais, auxiliando na tomada de decisões e contribuindo para a melhoria dos serviços de saúde mental”, afirma Daniela Krausz, gerente de projetos de Saúde Mental na ImpulsoGov.

 

Para saber mais sobre o projeto, clique aqui.

IDIS participa de encontro com famílias empresárias em Recife

O IDIS esteve presente em Recife para facilitar a sessão “Impacto: como famílias empresárias podem contribuir para o desenvolvimento socioambiental no Brasil”, parte do Encontro FBN Recife. A iniciativa faz parte da agenda regional do Instituto de disseminar conhecimento e gerar debates sobre o Investimento Social Privado, Filantropia Familiar e cultura de doação em mais regiões brasileiras, para além dos locais onde já temos atuação.

Ao longo do ano de 2023, intensificamos o relacionamento com atores estratégicos de diferentes estados, buscando enriquecer com diferentes saberes a expertise que vem sendo construída pelo IDIS ao longo desses 24 anos.

O Encontro na cidade de Recife – PE, foi promovido pela Family Business Network Brasil, a maior organização de famílias empresarias do mundo que promove a sustentabilidade desses modelos de negócio. A programação total do evento foi exclusiva para empresários parte da rede, porém a sessão promovida e realizada pelo IDIS foi aberta a outras pessoas, parte do ecossistema filantrópico da região.

Paula Fabiani, CEO do IDIS, facilitou uma conversa ao lado de Mariana Moura, presidente do conselho de família da Baterias Moura e vice-presidente do Grupo Conceição Moura; e Helena Brennand, membro do Conselho de sócios e presidente do Conselho de Família do Grupo Cornélio Brennand.

Na oportunidade, Paula Fabiani apresentou aos convidados um pouco do contexto de Investimento Social Privado onde destacou diferentes modelos possíveis de atuação de famílias empresárias com impacto socioambiental, além de recomendações para aqueles que querem começar na jornada filantrópica.

 

 

Desempenho de fundos patrimoniais: aspectos basilares e perspectivas futuras

Por Leticia Santos, analista de projetos no IDIS

Na sua segunda edição, o Anuário de Desempenho dos Fundos Patrimoniais destaca-se como a principal referência sobre o mecanismo no Brasil, proporcionando visibilidade e estimulando debates sobre o tema. Descubra os principais tópicos discutidos durante o evento de lançamento desta publicação.

Com o crescimento das doações aos fundos patrimoniais, totalizando R$ 330 milhões em 2022 – quase o dobro em relação ao ano anterior (R$ 174 milhões), segundo o Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais – e o ritmo acelerado de criação desses fundos no Brasil desde a implementação da Lei 13.800/2019, é essencial fortalecer o compromisso com estruturas de gestão mais robustas e inovadoras. Isso garantirá que os fundos patrimoniais possam apoiar efetivamente suas instituições e/ou causas de interesse diante dos desafios.

Para compartilhar suas experiências em diversas áreas da gestão de fundos patrimoniais, Carolina Barrios, responsável pelo Fundo Patrimonial na Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Márcia Woods, Assessora da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, e Patricia Valente Stireli, presidente do Conselho de Administração da Organização Gestora do Fundo Patrimonial da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio Libanês, reuniram-se sob a moderação de Andrea Hanai, gerente de projeto do IDIS, durante o lançamento do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais de 2022.

Do ponto de vista da governança de fundos patrimoniais, Marcia Woods destaca que “não há como um endowment não possuir uma estrutura de governança robusta”. Essa abordagem é essencial para gerir o patrimônio e direcionar seus rendimentos de maneira eficaz. Woods ressalta a importância da composição e do perfil dos órgãos de governança, enfatizando a necessidade de envolver diversos grupos ligados à causa ou instituição apoiada pelo fundo patrimonial na tomada de decisão. Isso inclui mulheres, pessoas negras e jovens, buscando tornar as práticas e atuações dos fundos patrimoniais mais inclusivas e relevantes.

Apesar do crescente impacto das doações no aumento do patrimônio líquido dos fundos patrimoniais, conforme evidenciado na publicação, a captação de recursos permanece um desafio comum para a maioria dos endowments. Nesse contexto, Patricia Valente Stireli compartilhou as estratégias adotadas para atingir o objetivo de acumulação de recursos no fundo patrimonial da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio Libanês. Para ela, estabelecer uma estrutura independente em relação à instituição apoiada, ter um propósito bem definido e manter transparência são fundamentais para construir relacionamentos sólidos com doadores.

Instigada por Andrea Hanai, coautora do artigo ‘Uma nova fronteira para os endowments brasileiros’, Carolina Barrios compartilhou suas perspectivas sobre uma abordagem inovadora para os fundos patrimoniais: a implementação de políticas de investimento responsável ou direcionadas a causas específicas.

“Como podemos atuar com mais intencionalidade para incorporar o investimento de impacto em nossas decisões de portfólio? Além de aderir aos princípios de investimento responsável, estamos considerando qual é o nosso papel, como podemos influenciar outras fundações e como podemos instigar nossos gestores e alocadores a terem um olhar mais atento e específico sobre esse tema, gerando discussões e novas alternativas de investimento”, indaga Barrios.

Diego Martins, da Pragma Gestão de Patrimônio, e Ilan Ryfer, da 1618 Investimentos, ressaltam a importância de incorporar critérios de responsabilidade socioambiental, governança e sustentabilidade como diretrizes abrangentes para todo o portfólio de investimentos. Eles enfatizam que o estabelecimento de métricas de avaliação dos investimentos, por meio de compromissos claros, é imprescindível.

A mesa de discussão abordou aspectos relevantes relacionados às boas práticas e às perspectivas futuras no âmbito dos fundos patrimoniais, especialmente no que diz respeito à governança, ao fluxo de caixa e à alocação de investimentos financeiros.

Confira a discussão na íntegra:

PerifaSul M´Boi Mirim: o fundo 100% criado pela e para a periferia

Em meio à efervescente e vibrante periferia da zona sul de São Paulo, nasce uma iniciativa para estabelecer uma forma permanente de arrecadar recursos e investimentos que impulsionem o desenvolvimento local: o Fundo Comunitário PerifaSul M’Boi Mirim (FCP M’Boi Mirim). Este é um fundo brasileiro 100% criado pela e para uma periferia e gerido por lideranças sociais locais. O projeto visionário tem o respaldo da Fundação ABH, instituição familiar que, desde 2015, apoia diversos projetos e iniciativas sociais na região.

A história do fundo começa no início de 2021, quando a Fundação ABH conduziu uma pesquisa com os moradores da periferia sul para entender quais eram as temáticas sociais que mereciam ser trabalhadas com destaque até 2050. Esse processo foi chamado de PerifaSul 2050, conta Marina Fay, diretora executiva da Fundação ABH.

 

“Com base na pesquisa, foi iniciada uma série de oficinas com temáticas como educação, equidade racial, direitos humanos, inclusão tecnológica, comunicação e raízes culturais. O objetivo era validar os resultados e planejar ações que contribuíssem diretamente para a superação dos desafios de cada temática escolhida. Ao longo desse processo, ficou clara a força e importância do coletivo”, ressalta Marina.

 

 

No início de 2022, a Fundação ABH, junto com os participantes dos grupos de trabalho, identificou ativistas de diversas causas no território e os convidou para integrar um Comitê Construtivo. Esses ativistas representam organizações e coletivos dos distritos do Campo Limpo, Capela do Socorro, Capão Redondo, Cidade Ademar, Jardim Ângela, Jardim São Luiz e Parelheiros. No total, são 11 participantes, além de Marina Fay, diretora executiva da Fundação ABH.

Todo esse engajamento resultou, no início de 2023, na constituição do Fundo Comunitário PerifaSul M’Boi Mirim, totalmente formado por lideranças comunitárias locais, refletindo um dos princípios das Fundações e Institutos comunitários (FICs). Na Carta de Princípios para FICs do IDIS, a definição desta característica é:

Representada por membros da comunidade: Possuem instâncias de governança formadas por agentes e cidadãos preocupados com as questões locais que, a partir da sensibilidade e profundo conhecimento do território, são responsáveis por manter a organização, identificar temas prioritários, orientar a alocação eficaz de recursos, bem como defender os interesses da comunidade.

As atuais gestoras do fundo são Naiara Padial Corso, publicitária de formação que optou por uma transição de carreira buscando um trabalho com propósito, e que lhe permitisse estar mais próxima da realidade do seu território, e Alânia Cerqueira, produtora cultural com uma vasta experiencia em iniciativas socioculturais e fundadora da Macambira Sociocultural. Juntas, elas uniram suas experiências e assumiram a gestão desta iniciativa inédita. Alânia detalha como está sendo o processo de criação de uma fundação comunitária:

 

“O conceito de FIC, até então, era só um conceito para nós. Como fazer isso de forma colaborativa e coordenada? Como potencializar a captação de diferentes recursos – não só financeiro, mas também de redes e de infraestrutura? Assim, instituímos um calendário de encontros para alinharmos todas essas questões”.

 

A escolha do território de atuação – M´Boi Mirim – integrado pelos bairros Jardim Ângela e Jardim São Luiz –  aconteceu quase no final do processo da pesquisa PerifaSul. O Comitê passou meses observando as subprefeituras que compõem a Zona Sul, refletindo cuidadosamente sobre suas características antes de tomar essa decisão.

Das cinco subprefeituras de São Paulo com o maior número de favelas, três estão localizadas na periferia sul da cidade. M’Boi Mirim é uma delas, com 42.350 casas em favelas. Além disso, a subprefeitura da região apresenta uma grande diversidade de necessidades e potencial de desenvolvimento, além de ser familiar a grande parte dos integrantes do Comitê, um campo fértil para a atuação em rede. A área também reúne movimentos culturais muito fortes e abriga duas fábricas de cultura, a do Capão Redondo e a do Jardim São Luís.

 

“Escolher M´Boi Mirim foi o que fez mais sentido. Inclusive, foi uma decisão unânime entre todas as lideranças de todos os distritos. Estamos numa curva de aprendizado e a ideia é replicar a iniciativa para outras regiões. Provavelmente, o próximo local será Parelheiros. A decisão não foi difícil nem excludente”, assegura Marina, da Fundação ABH.

 

O FCP M’Boi Mirim nasceu com um capital semente de R$ 200 mil, valor aportado pela Fundação ABH. O fundo busca captar recursos financeiros por meio de doações, parcerias e investimentos. No modelo escolhido pelo FCP M´Boi Mirim, essas doações foram investidas para gerar rendimentos que possam ser utilizados no desenvolvimento do território ano após ano. A primeira meta da organização já foi alcançada: em junho, o Fundo M´Boi Mirim lançou um edital para distribuir até R$ 4 mil a 10 projetos sociais ou culturais da região do M´Boi Mirim com a temática ‘Presença Digital’. Os recursos foram destinados a ações para ampliar a presença digital das iniciativas periféricas, incluindo atividades como a criação de logomarcas, portfólios digitais, vídeos institucionais, identidade visual e manutenção de sites.

 

“Na pandemia, percebemos nossas vulnerabilidades em nos conectar virtualmente. Já existiam pesquisas, mas não estávamos tão atentos a isso. Veio a pandemia e nos tirou, dentre tantas outras coisas, a rua. O único espaço possível era o virtual, e foi aí que percebemos que não tínhamos nada, estávamos excluídos. Demoramos muito para conseguir sanar, ainda que de maneira precária, as nossas conectividades – até para distribuir máscaras de proteção, cestas básicas. Vimos a exclusão reverberar na educação, na saúde, nos colocando numa situação de violência”, conta Alânia, gestora do fundo.

 

O edital foi construído com a intenção de ser o mais simples possível, com o objetivo de atingir e respaldar iniciativas sociais, pessoas físicas e coletivos do território que enfrentam dificuldade de acessar os recursos de maneira tradicional. Agora, conta a gestora, o edital está em fase de execução: “Nossa expectativa é de que essa iniciativa será provocadora, trará identidade e relacionamento para, aí sim, o Fundo M´Boi Mirim se tornar uma referência e ganhar visibilidade. E, futuramente, será o Fundo Capão Redondo, Campo Limpo, Parelheiros e por aí vai”, destaca Alânia.

Paralelamente, o grupo PerifaSul 2050 vinha desenvolvendo, com financiamento da ABH, o Mapa da Periferia Sul, lançado em 2022:

 

“É uma plataforma georreferenciada colaborativa, onde organizações sociais formais e não formais, além das empresas locais, podem se inscrever, para termos uma base de dados, mostrar todas as potências da região e atuarmos colaborativamente. São mais de 30 filtros, possibilitando que se possa encontrar uma agulha no palheiro”, destaca Marina da Fundação ABH.

 

Atualmente o Fundo M’Boi Mirim está buscando outras formas de captação, lançando sua primeira campanha na Benfeitoria. A campanha é realizada com o matchfunding do Programa Transformando Territórios, impulsionado a arrecadação. Isso significa que a cada um real de apoio a uma campanha, o Fundo do Programa Transformando Territórios investe mais um real.

A campanha permanece válida até o dia 8 de dezembro de 2023, e tem como objetivo reunir recursos para criar um novo edital que apoie mais projetos realizados por organizações locais da periferia Sul. Como forma de incentivar doações, são oferecidas diversas recompensas para os doadores, envolvendo-os no território e na atuação do Fundo M´Boi Mirim. As recompensas abrangem desde rodas de sambas, oficinas de grafites até café da manhã na organização e tours pelos projetos que o Fundo apoia.

Dessa forma, o FCP M’BOI se destaca como mais do que um fundo de investimento; é a manifestação da determinação do coletivo em reduzir a desigualdade social e capacitar a periferia.

 

Informações do Território 

  • Território de atuação: M´Boi Mirim é um território no extremo sul de São Paulo que integra os distritos de Jardim São Luis e Jardim Ângela, numa área de 62 km. O nome curioso é de origem tupi e vem do rio que corre na região: Rio M’Boi Mirim é o “rio das cobras pequenas”.
  • Nome do instituto ou fundação comunitária: Fundo Comunitário PerifaSul M´Boi Mirim;
  • Nome e cargo da principal liderança: Alânia Cerqueira, Sidinéia Chagas e Naiara Padial;
  • População estimada: Cerca de 650 mil pessoas;
  • Número de OSCs do território: Plataforma de mapeamento em fase de testes;
  • Causas prioritárias do território mapeadas pela organização: Desenvolvimento comunitário, abrangendo áreas como educação, saúde, cultura, esporte, empreendedorismo, entre outras.

O Fundo Comunitário Perifasul M´Boi Mirim integra o Programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

Quer saber mais sobre o Fundo Comunitário Perifasul M´Boi Mirim? Acesse o site da Fundação ABH.

Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

Vagas de estágio em consultoria em projetos no IDIS

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem novas oportunidades para estagiários nas áreas:

  • Consultoria em geral;
  • Monitoramento e Avaliação;
  • Gestão de Doação;
  • Projeto junto a Fundações e Instituições comunitárias (Transformando Territórios).

Os estagiários são responsáveis por dar suporte à execução das atividades conduzidas e apoiadas pelo IDIS, garantindo cumprimento de prazos, qualidade nos produtos desenvolvidos e serviços prestados. Leia com atenção as instruções sobre o processo de seleção e os requisitos para participação.

Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se.

RESPONSABILIDADES E OPORTUNIDADES

  • Realizar pesquisas de conceitos, referências que enriqueçam os projetos e tragam embasamento para os produtos desenvolvidos;
  • Organizar, ler e analisar documentos e elaborar relatórios e apresentações, incluindo a sistematização dos aprendizados e conclusões;
  • Apoiar a coleta de dados quantitativos e qualitativos necessários para a execução dos projetos
  • Apoiar a elaboração de propostas para potenciais clientes e parceiros;
  • Participar de reuniões periódicas para manter a equipe alinhada com o planejamento estratégico e missão da organização.

REQUISITOS

  • Ter interesse no terceiro setor, nos temas de investimento social privado, responsabilidade social, sustentabilidade, ESG e áreas afins;
  • Estar cursando o penúltimo ano da faculdade, ter ao menos 2 anos para se formar, não importa o curso;
  • Domínio do pacote Office (Word, Excel, Power Point) e internet;
  • Disponibilidade para atuação presencial no escritório do IDIS, em São Paulo

BENEFÍCIOS

  • Bolsa auxílio: R$ 1.500,00
  • Vale-transporte
  • Vale Alimentação e refeição
  • Seguro de vida
  • Credencial plena do Sesc
  • Day off de aniversário

Tipo de trabalho – Híbrido: Combinação de presencial e remoto

INSCRIÇÃO

Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 4 de dezembro de 2023.

O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos. Serão priorizadas vagas candidaturas de pessoas pretas e pardas.

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

 

               

Vaga de estágio em Gestão de Pessoas no IDIS

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para estagiário na área de Gestão de Pessoas.

Os estagiários são responsáveis por dar suporte à execução das atividades conduzidas e apoiadas pelo IDIS, garantindo cumprimento de prazos, qualidade nos produtos desenvolvidos e serviços prestados. Leia com atenção as instruções sobre o processo de seleção e os requisitos para participação.

Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se.

responsabilidades e oportunidades

  • Acompanhamento e organização do processo de avaliação de desempenho
  • Acompanhamento e organização das integrações (onboarding)
  • Organização da agenda de treinamentos
  • Análise de currículos, marcação de entrevistas, entrevistas e uso da plataforma de seleção
  • Rotina de admissão e rescisão
  • Rotina de fechamento de folha

requisitos

  • Graduação em Administração, de Empresas, Psicologia, Recursos Humanos ou áreas correlatas
  • Estar cursando o penúltimo ano da faculdade, ter ao menos 2 anos para se formar
  • Conhecimento de pacote Office (Excel e PowerPoint)
  • Interesse no terceiro setor e temas como investimento social privado, responsabilidade social, sustentabilidade
  • Disponibilidade para atuação presencial no escritório do IDIS, em São Paulo.

BENEFÍCIOS

  • Bolsa auxílio: R$ 1.500,00
  • Vale-transporte
  • Vale Alimentação e refeição
  • Seguro de vida
  • Credencial plena do Sesc
  • Day off de aniversário

Tipo de trabalho – Híbrido: Combinação de presencial e remoto

INSCRIÇÃO

Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 4 de dezembro de 2023.

O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos. Serão priorizadas vagas candidaturas de pessoas pretas e pardas.

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

 

               

Vaga de estágio em comunicação no IDIS

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para estagiário na área de Comunicação.

Os estagiários são responsáveis por dar suporte à execução das atividades conduzidas e apoiadas pelo IDIS, garantindo cumprimento de prazos, qualidade nos produtos desenvolvidos e serviços prestados. Leia com atenção as instruções sobre o processo de seleção e os requisitos para participação.

Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se.

Responsabilidades e oportunidades

  • Apoio em ações de comunicação institucional
  • Atualização do site e mídias sociais
  • Análise de métricas de redes sociais e site e produção de relatórios
  • Pesquisa de conteúdo relacionado a temáticas de interesse da organização
  • Organização e atualização de mailings
  • Desenvolvimento de apresentações em Power Point
  • Suporte na produção de eventos
  • Redação, revisão e edição de textos

requisitos

  • Cursar carreiras relacionadas à Comunicação, como Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda
  • Ter ao menos 1 ano ainda para se formar
  • Domínio do pacote Office (Word, PowerPoint, Excel) e internet
  • Facilidade para trabalhar em equipe
  • Familiaridade com mídias sociais (Facebook, LinkedIn, Instagram, Youtube e Twitter)
  • Boa redação
  • Interesse no terceiro setor e temas como investimento social privado, responsabilidade social, sustentabilidade

BENEFÍCIOS

  • Bolsa auxílio: R$ 1.500,00
  • Vale-transporte
  • Vale Alimentação e refeição
  • Seguro de vida
  • Credencial plena do Sesc
  • Day off de aniversário

Tipo de trabalho – Híbrido: Combinação de presencial e remoto

INSCRIÇÃO

Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 4 de dezembro de 2023.

O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos. Serão priorizadas vagas candidaturas de pessoas pretas e pardas.

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

 

               

Brasil cai para a 89ª posição no World Giving Index, com queda em todos os indicadores

Em todo o mundo, 4,2 bilhões de pessoas ajudaram alguém que não conheciam, fizeram trabalho voluntário ou doaram dinheiro para uma boa causa. Indonésia, Ucrânia e Quênia lideram o ranking

Pelo sexto ano consecutivo, o país mais generoso do mundo é a Indonésia. Em segundo lugar, está a Ucrânia, que estava na décima posição no ano passado e vigésima dois anos antes. Apenas três dos 10 países melhor colocados estão entre as maiores economias do mundo (Indonésia, Estados Unidos e Canadá), enquanto um dos países mais pobres e menos desenvolvidos do mundo, a Libéria, aparece em quarto lugar.

 

O World Giving Index é uma das maiores pesquisas sobre doação já produzidas, com milhões de pessoas entrevistadas em todo o mundo desde 2009. Nesta edição, inclui dados de 142 países, onde as pessoas foram questionadas se realizaram, no último mês, três tipos de ações: ajuda a um desconhecido, doação em dinheiro ou voluntariado. Os dados foram coletados ao longo de 2022. Trata-se de uma iniciativa da organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

 

Depois de figurar entre as 20 nações mais generosas no ranking, o Brasil caiu para a posição 89. Houve queda em todos os indicadores, sendo a mais acentuada a de doações para ONGs, que passou de 41% para 26%. A ajuda a estranhos foi praticada por 64% dos respondentes em 2022, contra 76% no ano anterior. O voluntariado caiu de 25%, em 2021, para 21%. A pontuação média ficou em 37%. Apesar do Brasil ter ocupado posições melhores no ranking em anos anteriores, esta foi a segunda maior pontuação do país desde o lançamento do índice, em 2009.

 

De acordo com Paula Fabiani, CEO do IDIS, A edição anterior refletia ainda os impactos da pandemia, quando a generosidade estava em alta e, as formas de participação, seja por meio de doações ou voluntariado, estavam mais evidentes. A queda da cobertura destes temas na mídia, somado ao empobrecimento da população e ao clima de incerteza e desconfiança comum em períodos de eleição, contribuíram para diminuição da participação da população na prática da doação”.

 

Fabiani pondera que no período houve também movimentações importantes em outros países, em especial referentes ao aumento de doações, que os levaram a ganharem posições melhores.

 

 

Os dados do World Giving Index 2023 mostram os fatores que influenciam a generosidade em todo o mundo:

  • A média global da solidariedade, assim como a média de cada uma das três variáveis, apresenta estabilidade em relação ao ano anterior. A estimativa é de que 4,2 bilhões de pessoas praticaram algum ato, o correspondente a 72% da população mundial adulta.
  • As pessoas que avaliaram sua vida em termos positivos foram mais propensas a terem feito um ato de generosidade, com alguns dos países mais felizes do mundo ficando no top 10 de doações de dinheiro (Suécia, Dinamarca, Holanda e Islândia).
  • Os imigrantes são mais propensos a doar do que os nascidos no próprio país (43% vs 39%), particularmente na Europa, no Oriente Médio e no Norte da África. Aqueles que dizem ter nascido em outro país tendem a ter uma pontuação média mais alta do que os nascidos no país na maioria das regiões. Nas Américas, o achado se confirma e a diferença é de 46% para 41%.

 

De acordo com Neil Heslop OBE, CEO da Charities Aid Foundation, “O World Giving Index nos dá razões para otimismo em um momento de grande instabilidade. A generosidade é inata ao comportamento humano e nos une a todos como uma comunidade global. A diversidade de países que lideram o índice destaca isso: eles cobrem o espectro da riqueza e do desenvolvimento econômico, da geografia, da língua, da religião e da cultura. Doar é construir uma conexão com aqueles que nos cercam, estejam eles do outro lado da rua ou do outro lado do mundo. É por isso que pedimos aos governos que façam mais para encorajar aqueles que podem dar dinheiro e tempo, e promover organizações da sociedade civil vibrantes e resilientes, que enfrentam desafios socioambientais e o impacto de conflitos e deslocamentos populacionais”

 

Top 10 países no World Giving Index 2023

1. Indonésia
2. Ucrânia
3. Quênia
4. Libéria
5. Estados Unidos
6. Myanmar
7. Kuaite
8. Canadá
9. Nigéria
10. Nova Zelândia

Posição do Brasil no ranking: 89

 

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Sobre a CAF – Charities Aid Foundation e o World Giving Index

A Charities Aid Foundation é uma organização social britânica que tem como missão acelerar o progresso da sociedade rumo a um futuro justo e sustentável para todos, contribuindo para que pessoas e empresas possam fazer a diferença nas causas que são importantes para si. Por meio da rede CAF International, está presente em todos os continentes, sendo o IDIS o representante na América Latina.

O CAF World Giving Index é baseado em dados da World View World Poll da Gallup, que é um projeto de pesquisa realizado em mais de 100 países. Para obter informações detalhadas sobre a metodologia do World Poll, clique aqui.

 

Sobre o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

Fundado em 1999, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social é uma organização social independente e pioneira no apoio estratégico ao investidor social no Brasil. Tem como missão inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, promovendo ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país. Sua atuação baseia-se no tripé geração de conhecimento, consultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia e da cultura de doação.

IDIS lança segunda edição do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais analisando 59 endowments brasileiros

A publicação mostra o aumento das doações destinadas aos endowments e apresenta o crescimento dos recursos revertidos a projetos socioambientais

Baixe aqui a publicação completa.

Em sua segunda edição, o Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais, realização do IDIS – Instituto pelo Desenvolvimento do Investimento Social e da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, teve a participação de 59 fundos patrimoniais, constituindo uma amostra quase 50% maior do que a do ano anterior, com 40 respondentes. O patrimônio somado dos fundos que integram o levantamento também é substancialmente maior – R$ 13 bilhões em 2021 vs R$ 123 bilhões em 2022. A série histórica contempla dados de 2019 a 2022 e a publicação traz artigos de especialistas que contribuem para a interpretação dos achados. O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, assina o prefácio.

O crescimento do número de respondentes garante um retrato ainda mais completo dos fundos patrimoniais no Brasil e reafirma o Anuário com uma referência nacional para gestores de endowments. De acordo com mapeamento realizado pela organização, há hoje no Brasil 86 fundos ativos:

“Os mais de 90 gráficos trazem ao leitor parâmetros e estabelecem benchmarkings para a atuação de gestores. Nosso desejo é que o Anuário seja um efetivo instrumento para a tomada de decisões e que a série histórica contribua para uma leitura da evolução da pauta dos fundos patrimoniais no Brasil e das influências externas”, declara Paula Fabiani, CEO do IDIS

A análise da amostra apurou que, depois de uma forte baixa nas entradas para os fundos em 2021, o ano de 2022 trouxe uma recuperação das doações recebidas, que quase dobraram (R$ 174 milhões vs R$ 330 milhões). Entretanto, as doações continuam muito concentradas em poucos fundos. Em 2022, apenas três fundos receberam 64% do volume total de doações. Em 2021, a concentração foi de 53%.

Mesmo com a oscilação das doações, o volume de resgates não teve grande variação entre 2021 e 2022, passando de R$ 324 milhões para R$ 340 milhões. Como a premissa de um fundo patrimonial é que o principal, ou seja, o patrimônio, seja preservado, e apenas os rendimentos sejam destinados às despesas operacionais e repasses à causa, a performance financeira é um fator chave, para além das doações. Por outro lado, a regra tem certa flexibilidade em fundos jovens ou com patrimônios ainda baixos, que estão em fase de estruturação. Nota-se que em 2022, R$ 248 milhões foram destinados para o financiamento de projetos socioambientais.

A Educação é o maior polo de atração para fundos patrimoniais seguida de Ciência & Tecnologia e Saúde. Olhando sob o ponto de vista das organizações beneficiadas, mais de um terço (35%) são instituições educacionais. 

Os endowments brasileiros ainda são majoritariamente executores, ou seja, ao menos 90% são destinadas à realização de projetos próprios. Mais da metade (51%) dos fundos da amostra se enquadram nesse modelo. Aqueles que se consideram essencialmente financiadores, ou seja, que fazem o apoio a projetos de outras organizações, representam 24% da amostra.

A alocação dos investimentos dos fundos patrimoniais continua fortemente concentrada em ativos de renda fixa, que se mantiveram no patamar de 70% (74% em 2020, 73% em 2021 e 75% em 2022). Uma possível leitura é que o comportamento estável dos gestores está vinculado às regras de alocação de recursos contidas nas políticas de investimentos.

A rentabilidade nominal dos fundos patrimoniais se recuperou em 2022, depois de um ano de queda. Esse desempenho é comum a todas as faixas de patrimônio. No dado agregado, a rentabilidade média de 2020 foi de 6,0%, seguida por 3,4% em 2021 e 8,3% em 2022.

A primeira lei que regulamentou os fundos patrimoniais no Brasil data de 2019. Sua sanção contribuiu para dar visibilidade ao mecanismo e acelerou sua adoção. Ainda assim, como a adesão à lei não é obrigatória, a quantidade de fundos que declaram seguir o modelo estabelecido pela Lei 13.800/19 ainda é relativamente baixa – 29% (17 dos 59 integrantes) da amostra. O motivo mais frequente da não adesão é o fato de os fundos terem sido criados antes da sanção da Lei (33%). As demais razões apontadas por maior número de gestores são: o alto custo para manutenção de duas instituições (14%), falta de incentivo fiscal à doação (12%) e governança complexa (10%).

A amostra analisada mostrou que os fundos patrimoniais tendem a ter uma governança bem estruturada. Quase a totalidade (90%) possui Conselho de Administração, sendo que 72% deles contam com membros independentes. Setenta e um por cento mantêm Conselhos Fiscais e 70%, Comitês de Investimento.

Os gestores dos fundos patrimoniais continuam considerando que o maior desafio é a captação de recursos, apontada por quase a metade deles (48%). Em seguida aparecem a rentabilidade (17%) e a consolidação do próprio fundo (14%). Ainda assim, mostram-se otimistas. 70% dos respondentes declararam a perspectiva de ampliação do patrimônio a partir de novas doações para o fundo em 2023.

A respeito dos desafios enfrentados pelos gestores dos fundos patrimoniais, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, afirmou no prefácio do Anuário:

“A despeito de expressivos passos na consolidação dos fundos patrimoniais, não podem ser desconsiderados os percalços de ordem financeira para lhes conferir uma gestão eficiente no atual cenário de retomada de sucessivas crises econômicas. Os seus administradores, consectariamente, necessitam de informações seguras, que lhes deem subsídios para (i) a tomada de decisões estratégicas, (ii) realização do controle de riscos, (iii) atração de investimentos rentáveis, (iv) avaliação do custo-benefício de novas práticas, (v) bem como a fixação de parâmetros sólidos de governança e transparência. Vem em boa hora, nesse contexto, a nova edição do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais”.

ARTIGOS

 

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Esta é uma realização do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos. Apoiam a publicação, 1618 Investimentos, ASA – Associação Santo Agostinho, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Pragma Gestão de Patrimônio, Banco Santander, Umane e Wright Capital Wealth Management.

Sobre o IDIS e Coalizão pelos Fundos Filantrópicos

Há mais de uma década, o IDIS dedica-se a fortalecer a pauta dos fundos patrimoniais no Brasil, com a produção de conhecimento, advocacy, e a liderança da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, grupo multissetorial que reúne mais de uma centena de signatários. Entre as conquistas da rede, está a sanção, em janeiro de 2019, da Lei 13.800/19, conhecida como Lei dos Fundos Patrimoniais, e segue ativa buscando o aprimoramento da legislação em questões mais específicas.

O IDIS também oferece consultoria para a criação de endowments, com participação em projetos para ASA – Associação Santo Agostinho, Hospital AC Camargo, Ibram, MAR – Museu de Arte do Rio, Unicamp, Unesp, entre outros.

Mais sobre fundos patrimoniais

Acesse mais conteúdos nesta temática produzido pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, clique aqui.

Caso queira saber mais sobre fundos patrimoniais ou queria conhecer nossos serviços, envie um e-mail para comunicacao@idis.org.br.

Entrada de novos grupos de iniciativa no programa Transformando Territórios

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação, o desenvolvimento e o fortalecimento de Fundações e Institutos Comunitários (FICs) no Brasil oferecendo apoio técnico, institucional e financeiro.

As FICs são organizações que atuam como grantmakers, ou seja, financiam projetos e iniciativas sociais de múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades do território. Além disso, fortalecem o setor social da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

Em 2020, o Programa Transformando Território recebeu 12 organizações e líderes que almejavam desenvolver este modelo de organização para atuar em suas regiões. Ao final do Programa, 10 novas FICs surgiram, atuando em diferentes territórios em 5 estados.

Em 2023, o Programa se dedicou em um novo esforço de encontrar novos líderes e organizações para atuarem neste modelo. Através de uma chamada pública, encontros e pesquisa ativa, 5 novos grupos de iniciativa entraram no Programa em agosto de 2023.

Cada nova organização e liderança trazem perspectivas, conhecimentos e territórios novos, contribuindo para o desenvolvimento do Programa em cenários tão plurais.

Ao participar do Programa cada organização definirá sua trilha de desenvolvimento, com metas, objetivos e esforços alinhados com seus territórios, conhecimento e história.  A partir de amplos diálogos, reuniões e encontros, o Programa define uma estratégia de apoio para cada organização, respeitando os saberes, demandas e potenciais locais.

Dito isso, algumas das principais atividades realizadas pelo Programa são consultorias, mentorias, capacitações, cursos, aporte financeiro e viagens de intercâmbio entre as organizações. Além de buscar dar visibilidade a todas essas organizações e difundir o debate sobre filantropia comunitária no Brasil.

Abaixo, uma breve descrição de cada um dos novos grupos de iniciativa do Programa Transformando Territórios.

 

Instituto Comunitário de Sergipe – ICOSE

O ICOSE é uma organização que tem por missão promover o fortalecimento do protagonismo das comunidades locais e a atuação em rede, visando o desenvolvimento justo, solidário e sustentável no Estado de Sergipe.

A sua principal missão é identificar, apoiar e assessorar as organizações do terceiro setor e iniciativas de pessoas físicas que atuem na comunidade de forma responsável e, promover o intercâmbio e parceria entre as organizações da sociedade civil com os órgãos públicos, privados e pessoas físicas fortalecendo a comunidade sergipana.

A organização está em seu primeiro ano de atuação, iniciando seus projetos para a cidade de Aracajú e buscando a formação de mulheres empreendedoras e campanhas de solidariedade em escolas da cidade.

Atualmente o ICOSE está realizando uma campanha de arrecadação no site da Benfeitoria, para projetos que tem como objetivo o empoderamento da mulher sergipana, SAIBA MAIS!

 

Rede Paraty

A Rede Paraty surgiu da necessidade de haver uma maior articulação entre o setor social na cidade de Paraty e fortalecer essas iniciativas sociais tão importantes para o território da cidade de Paraty.

A partir de uma pesquisa realizada pela Taiamá Foundation e outros atores locais, foi realizado o desenvolvimento de um diagnóstico socioeducacional e a elaboração de uma teoria da mudança para a cidade de Paraty. O que permitiu mapear as prioridades locais e as organizações no território.

Desse mapeamento sobre as demandas sociais da cidade, um grupo de OSCs da cidade muito bem articulado expressaram o desejo de desenvolver um Instituto Comunitário, para alavancar o impacto socioambiental do território, ampliar o diálogo com o poder público e a cultura de doação local.

 

Associação Nossa Cidade

A Associação Nossa Cidade (ANC), fundada em 2014, tem como objetivo promover um mundo melhor através da filantropia comunitária, já tendo financiado quase 100 projetos por meio de várias abordagens, incluindo Patrocínio Fiscal, Círculo de Doações e gestão do Fundo Regenerativo Brumadinho.

Essas diversas experiências permitiram que a associação desenvolvesse uma tecnologia social para implantação de fundos comunitários em pequenos territórios, chamados de FuSo (Fundos Sociais Nossa Cidade).

A partir deste amplo conhecimento sobre diferentes territórios, atividades de grantmaking e articulação local, o Nossa Cidade se formaliza como um Instituto Comunitário para atuar na região Metropolitana de Belo Horizonte.

 

Mundaú

A Mundaú está sendo fundada pelo líder comunitário Carlos Jorge, fundador do Instituto Mandaver. Com grande representatividade no território e engajado com os desafios de Alagoas, Carlos Jorge impulsiona a Mundaú para transformar organizações e diferentes realidades em Alagoas.

Ela surge com o propósito de operar como um Instituto Comunitário para o estado promovendo o desenvolvimento comunitário do território, buscando maior engajamento dos atores locais, doadores e organizações sociais para aumentar a cultura de doação local.

Atualmente o Instituto dedica seus esforços para a cidade de Maceió, planejando um evento de lançamento em dezembro deste ano envolvendo diversas organizações locais.

Promovendo capacitações, conhecimento, empoderando e fortalecendo a sociedade civil, a Mundaú será uma grande propulsora de transformação, inovação e impacto social no estado.

 

Fundação Gerações

A Fundação Gerações é uma entidade da sociedade civil criada em 2008, na cidade de Porto Alegre, em consonância com a sua missão, dedica-se a fomentar iniciativas, processos e projetos sociais que fortaleçam a sociedade gaúcha. Suas três principais áreas de atuação são: Gestão de Investimento Social, Apoio Financeiro a OSC’s e Formações para o Terceiro Setor.

A Fundação é responsável pelo Fundo Gerações, que tem vínculo com a Lei da Solidariedade, que tem o objetivo de apoiar a constituição de fundos patrimoniais para sustentabilidade das organizações do terceiro setor.

Em 2022 a organização passou por um processo de revisão do seu planejamento estratégico, onde compreendeu a sua missão de atuar como Fundação Comunitária e adentrar ao Programa Transformando Territórios. Como primeira iniciativa para este processo de reformulação, a Fundação está constituindo o Fundo Comunitário Porto para Todos, que passará a exercer estas primeiras atividades como FIC.

 

QUEM SOMOS

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 1999, cuja missão é inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, a partir do trabalho junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

 

A Charles Stewart Mott Foundation é uma organização social grantmaker norte-americana, com sede em Flint (Michigan), fundada em 1926 por Charles Stewart Mott , antigo diretor e acionista da General Motors Corporation. Mais de US$ 3,2 bilhões em ativos alocados para o desenvolvimento de projetos com foco em 4 áreas de atuação: Sociedade civil, educação, meio ambiente e comunidade de Flint. A Mott já apoiou organizações em mais de 62 países e em 2019 distribuiu US$ 133 milhões em grants.

Fundação FEAC: seis décadas impulsionando organizações, territórios e pessoas

Como uma organização mantém um modelo de ação social inovador por quase 60 anos? A história da Fundação FEAC – Fundação das Entidades Assistenciais de Campinas começa no início dos anos 1960, quando as organizações

Jovem Chef – FEAC

sociais campinenses enfrentavam dificuldades econômicas e decidiram atuar de forma integrada e articulada para promover a construção de uma sociedade mais justa e sustentável. Em 2024 a FEAC completará seis décadas desenvolvendo e apoiando soluções reais para os desafios das comunidades mais vulneráveis da região de Campinas.

Um dos fundadores da FEAC, Eduardo Pimentel, teve a ideia de reunir as entidades sob um mesmo guarda-chuva, criar um fundo único e mais eficiente de captação de recursos e realizar apoio e suporte administrativo a outras entidades. Com a iniciativa bem-sucedida, a FEAC foi oficializada em 1964 e seguiu com o propósito de apoio institucional às organizações, tendo como bússola a busca do desenvolvimento integral e do respeito à cidadania plena das crianças e dos adolescentes.

O projeto alcançou novos rumos quando o casal Odila e Lafayette Álvaro, no mesmo ano de criação da organização, decidiram doar a Fazenda Brandina a esse grupo de instituições. No final dos anos 70, quando um grupo imobiliário quis comprar a terra, a FEAC decidiu não só vender o terreno, mas sim tornar-se sócia do shopping que seria construído na região. Naquele momento deu-se início ao que viria a se tornar uma importante fonte de financiamento para organizações do terceiro setor da região.

Assim, as atividades da FEAC são financiadas por recursos próprios, gerados pela administração do próprio patrimônio, especialmente as locações imobiliárias. A partir desses recursos a FEAC realiza a prática de grantmaking – , ou seja, financia iniciativas e projetos de organizações locais. Essa característica é uma das principais atividades de uma Fundação ou Instituto Comunitário.

Na Carta de Princípios para FICs, define-se que:

 

“Majoritariamente grantmakers: captam, gerenciam e realizam doações de recursos financeiros para organizações sem fins lucrativos e iniciativas sociais do território, que atuam na linha de frente do atendimento às demandas comunitárias, de modo a assegurar a vitalidade do setor social local.”

 

Os investimentos são destinados a viabilizar projetos que tenham relação com os objetivos da FEAC em seis áreas programáticas, divididas em três dimensões:

 

  • 1) Empoderar pessoas (Acolhimento afetivo, Educação, Juventudes, Mobilização para autonomia e Primeira Infância em foco);
  • 2) Potencializar territórios (Fortalecimento de vínculos);
  • 3) Impulsionar organizações (Cidadania Ativa e Qualificação da gestão de OSCs     Cidadania e Impacto Social).

 

Em um olhar retrospectivo, percebemos que a FEAC já nasce como uma fundação comunitária em 1964, mesmo sem conhecer esta terminologia para suas atividades.

Urbanizarte, FEAC

 

SUPORTE A PROJETOS ESTRUTURADOS

Jair Resende, superintendente socioeducativo da FEAC

Para garantir a governança efetiva e a sustentabilidade das organizações, dentro do terceiro eixo, a FEAC faz suporte a processos formativos, tendo como um dos principais programas o “Cidadania e Impacto social”, conta o superintendente socioeducativo da FEAC, o paraense Jair Resende:

 

“Impulsionamos as organizações por meio de formações, mentorias, estabelecimento de redes e investimentos, para que tenham mais condições de protagonismo, adotem as melhores práticas de gestão e processos eficientes. Nos últimos tempos, despertados pelo programa Transformando Territórios (TT) do IDIS, temos olhado especialmente para organizações que estão imbuídos na causa do desenvolvimento de territórios”.

 

Em 2022, a Fundação FEAC consolidou um novo modelo de investimento social, a partir de um processo de transformação que teve início quatro anos antes. Antes realizada por meio de apoio institucional, a parceria que a Fundação firma com as organizações parceiras passou a ser realizada por meio de suporte a projetos estruturados.

 

“O ano de 2022 foi o primeiro em que todas as organizações apresentaram as propostas em forma de projetos dentro desse sistema. Isso foi uma grande conquista da FEAC”, afirma Resende.

 

Nesse último ano, foram desenvolvidos 173 projetos em parceria com 127 organizações, um investimento de mais de R$ 25 milhões.

 

“O mais importante é que, com esse sistema, a FEAC conseguiu dimensionar melhor os impactos de suas iniciativas para cumprir o seu papel de impulsionar as transformações nos territórios onde atua”. completa.

 

Entre os editais recentes, estão a apresentação de propostas voltadas à melhoria e transformação dos espaços dos serviços de acolhimento – em que foram selecionados quatro projetos com até R$ 80 mil – e a para organizações atuem com pessoas com deficiência, para apresentação de propostas de projetos visando a acessibilidade arquitetônica – foi apoiado um projeto com até R$ 250 mil.

Além disso, a Fundação FEAC vem realizando, dentro do eixo Cidadania e Impacto Social, um mapeamento dos coletivos de Campinas. O levantamento é feito a partir do cadastro de informações das organizações numa plataforma: a temática em que atuam, se têm sede ou não, onde estão localizadas, o perfil dos membros e quais as dificuldades que enfrentam, dentre outras. Todos estes dados servirão como referências relevantes para parcerias em futuros projetos.

Agricultura Urbana, FEAC

Com uma logística privilegiada e outros recursos singulares, Campinas é hoje uma das cidades mais ricas do país. Entretanto, essa mesma Campinas, oficializada como metrópole pelo IBGE em 2020, apresenta um território de alta desigualdade econômica. Desde a criação da FEAC, a população do município passou de 300 mil para mais de um milhão de habitantes, a vulnerabilidade social também aumentou e a fundação precisou se reinventar algumas vezes para seguir promovendo impacto social positivo na região.

 

UM OLHAR ESTRATÉGICO

Em 2020, a FEAC desenhou as Regiões de Vulnerabilidade Social (REVS), dando mais racionalidade ao olhar para o território. Antes, a organização trabalhava com 349 áreas de vulnerabilidade espalhadas por Campinas.

 

“Muitas compartilhavam equipamentos como escolas e unidades de saúde. Foi assim que se chegou a uma divisão em 16 REVS, que fizeram com que a fundação olhasse, pela primeira vez, para a área rural de Campinas. Também permitiu observar com mais exatidão as vulnerabilidades dos territórios, possibilitando uma atuação mais estratégica”, explica Resende.

 

Mesmo sendo uma fundação com relativos recursos, o superintendente garante que a FEAC segue em busca de parcerias importantes com empresas e outras organizações para criar e operacionalizar projetos.

 

“A aproximação com o IDIS, através do Transformando Territórios, nos despertou a visão de que a FEAC pode ser um hub de investimento social, ampliando suas parcerias para potencializar o ecossistema;”finaliza Resende.

 

APOIAR UM AO OUTRO PARA CRESCER JUNTOS

A entrada da FEAC no Programa Transformando Territórios, que visa o desenvolvimento de Fundações e Institutos Comunitários (FICs), proporcionou à organização uma nova oportunidade para expandir conhecimento sobre a filantropia comunitária, abrindo assim novas perspectivas para atuação.

Uma dessas formas de atuação da FEAC é apoiar a formação de novas FICs na região de Campinas. O primeiro case de sucesso dessa atuação é o apoio a FEAV – Fórum das Entidades Assistenciais de Valinhos que atua no território de Valinhos. Inclusive a FEAV entrou no Programa Transformando Território em 2021, por indicação da FEAC. A participação de ambas no programa também foi o catalisador de uma parceria entre as duas instituições.

Cinemaqui – FEAC

Neste ano, a FEAC como forma de apoio mais expressiva doou um de patrimônios, um histórico casarão localizado na cidade de Valinhos, para a FEAV. Nesses 59 anos de existência é a primeira vez que a FEAC apoia outra organização que atua também como um Instituto Comunitário por meio de uma doação tão significativa.

Esta contribuição está alinhada com o novo objetivo da FEAC em fortalecer cada vez mais o setor social da região de grande Campinas apoiando iniciativas sociais locais por meio de uma abordagem de longo prazo e de um compromisso com o desenvolvimento sistêmico da região metropolitana. E também inicia um processo pioneiro onde uma fundação comunitária apoia o desenvolvimento de outras FICs nas regiões do entorno. Este é um passo importante e disruptivo que demonstra a importância da parceria e aliança entre FICs para o desenvolvimento dos nossos territórios.

 

Informações do Território 

  • Território de atuação: As áreas de atuação da FEAC abrangem todas as 16 Regiões de Vulnerabilidade Social (REVS) no município de Campinas. O conceito das REVS foi definido pelo Núcleo de Inteligência Social (NIS) da FEAC, tendo como base dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
  • Nome do instituto ou fundação comunitária: Fundação FEAC;
  • Nome e cargo da principal liderança Jair Resende, superintendente socioeducativo;
  • População estimada: 200 mil pessoas em situação de vulnerabilidade. Os projetos da FEAC já atingiram 138.266 beneficiários;
  • Número de OSCs do território: Levantamentos apontam cerca de 200 organizações;
  • Causas prioritárias do território mapeadas pela organização: Promoção dos direitos das crianças e dos adolescentes.

    A Fundação FEAC integra o Programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

 

Quer saber mais sobre a Fundação FEAC? Acesse o site.

Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

Espírito comunitário: FEAC doa casarão à FEAV para fortalecer ações sociais em Valinhos

A cooperação para o desenvolvimento é uma das propostas da filantropia comunitária. Visando apoiar a organização parceria de atuação em um território próximo, a FEAC – Fundação das Entidades Assistenciais de Campinas anunciou uma grandiosa doação de um majestoso casarão de 800m² em um terreno de 6000m² que fortalecerá significativamente as atividades da FEAV – Fórum das Entidades Assistenciais de Valinhos, localizada na cidade vizinha à Campinas. Ambas as organizações participam do programa Transformando Territórios do IDIS e atuam de forma próxima neste território no interior de São Paulo na região de Campinas e região metropolitana.

O histórico casarão, construído na década de 20, já serviu como residência da família Bissoto e até subsidiou o outro projeto social, o da Creche da Tia Nair. Agora o edifício com arquitetura rebuscada e espaços amplos será transformado em um centro de apoio a projetos sociais de Valinhos apoiados pela FEAV.

 

 

A FEAV é uma organização sem fins lucrativos que atua como Instituto Comunitário, dedicada a melhorar a qualidade de vida na cidade de Valinhos, por meio de uma abordagem de longo prazo e um compromisso com o desenvolvimento sistêmico da região. Ou seja, atuando neste modelo de organização, a FEAV trabalha como fonte de apoio técnico e financeiro para uma variedade de iniciativas sociais que abrangem diversas causas em seu território, priorizando sempre as necessidades sociais locais a partir de uma escuta ativa da comunidade local.

 

 

Junto de mais 16 organizações do Brasil, a FEAV é uma das organizações integrantes ao Programa Transformando Territórios. Esta é uma iniciativa do IDIS com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação, desenvolvimento e fortalecimento de Fundações e Institutos Comunitários (FICs) no Brasil oferecendo apoio técnico, institucional e financeiro.

A parceria entre as duas organizações não é nova e inclusive, a FEAV foi indicada pela FEAC para participar do Transformando Territórios em 2021. Nesse curto período atuando como um Instituto Comunitário, a organização de Valinhos já acumula grandes conquistas e vem realizando um trabalho excelente fortalecendo o setor social do município por meio de capacitações e apoio financeiro. A entrada no Transformando Territórios também foi o catalisador de uma aproximação da parceria entre ambas as instituições.

A FEAC é uma das Fundações Comunitárias mais antigas do Brasil, atuando desde 1964 no território de Campinas. Nos seus 59 anos de existência é a primeira vez que a FEAC apoia outra organização que atua também como um Instituto Comunitário. Esta contribuição está alinhada com o objetivo da FEAC em fortalecer cada vez mais o setor social da região de grande Campinas.

Agora a diretoria da FEAV, representada pela líder comunitária Eliane Macari, está reunindo os representantes das Organizações da Sociedade Civil da cidade para decidirem juntos quais projetos sociais podem ser implantados no casarão e como transformá-lo num centro de apoio ao setor social de Valinhos.

Essa doação representa o incrível trabalho contínuo da FEAV e da FEAC em apoiar as iniciativas sociais do próprio território, evidenciando como as Fundações e Institutos Comunitários desempenham um papel fundamental no fortalecimento do setor social e na construção de comunidades mais fortes, promovendo um impacto positivo e duradouro onde atuam.

 

“Sabendo que existe uma entidade em Valinhos que atua em modelo similar à FEAC foi natural imaginar a doação. Juntos podemos ser muito mais fortes que cada um atuando de forma isolada. A transferência do patrimônio foi só o primeiro passo de uma história muito bonita daqui pra frente”, afirma Renato Nahas, presidente do Conselho Curador da Fundação FEAC.

 

Essa doação também simboliza o incrível poder de colaboração que o setor social tem entre si e destaca o enorme potencial que poderia ser realizado se houvesse um maior apoio de outros setores. Essa iniciativa será um passo significativo na batalha contra a desigualdade social e na promoção de uma sociedade mais solidária na região de Valinhos.


Sobre o Transformando Territórios

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation que tem como missão fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico. São parceiros institucionais BrazilFoundation e GIFE.

Institutos e Fundações comunitárias tem se consolidado como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto sistêmico para o desenvolvimento da região. São protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento. Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, financiam projetos e iniciativas sociais em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região e fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

Atualmente o Programa Transformando Territórios é composto por 17 fundações e institutos comunitários oriundas de várias regiões do Brasil, localizadas em 10 estados.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo!

Mentalidades em evolução: destaques do Global Philanthropy Forum 2023

Aconteceu, em outubro, o Global Philanthropy Forum 2023 em São Francisco. O evento atraiu cerca de 250 participantes e 86 palestrantes ao longo de dois dias e meio de intensa programação. A delegação brasileira, organizada e liderada pelo IDIS, reuniu 13 membros de diferentes organizações do país.

Os debates do evento abordaram temas como a dinâmica de poder entre doadores e beneficiários, a decolonização da filantropia, doações irrestritas, além de causas relacionadas à diversidade, ajuda humanitária e a correlação entre vulnerabilidades socioeconômicas e os impactos das mudanças climáticas.

A sessão de boas-vindas teve a participação de Philip Yun, presidente e CEO do World Affairs/Global Philanthropy Forum, e Gloria Duffy, presidente e CEO do Commonwealth Club of California, que anunciaram a fusão dessas duas organizações. O IDIS foi mencionado durante o discurso, destacando a parceria duradoura e relevante para a filantropia internacional, sendo o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais um dos maiores representantes do evento fora dos Estados Unidos.

No painel ‘Grandes dólares, grande impacto: o que torna as grandes apostas eficazes?’, fundadores e CEOs discutiram o que foi importante para que suas organizações alcançassem a escala e o impacto esperados pela crescente filantropia de recursos substanciais e de uso irrestrito. A conversa enfatizou a necessidade de estruturar as organizações para receber e gerir esses recursos, abordando uma temática que apareceu de maneira contundente durante o evento: a governança.

O painel “Adotando a responsabilidade (accountability) para amplificar as vozes da comunidade” abordou a responsabilidade dos filantropos. Foi destacado que se os executivos das organizações estão mais preocupados com o que o conselho pensa do que com o que os beneficiários pensam de suas decisões, não há responsabilidade (accountability).

Foi levantada também a questão do papel e do perfil pouco diverso dos membros dos conselhos das organizações doadoras. Isso é visto como um dos obstáculos para a construção de relações de confiança com organizações receptoras de recursos e comunidades beneficiadas. “Por séculos valorizamos nossos conselheiros voluntários, sem questionar se estão realmente servindo às nossas organizações e propósitos. Amamos nossos voluntários, mas talvez precisemos reavaliar esse modelo”, afirmou um dos participantes.

Na sessão ‘Capacidade em vez de dinheiro: usando as práticas empresariais para repensar a resposta a emergências’, foi mencionado que 60% das doações in-kind (bens, serviços e transações que não envolvem dinheiro) nas duas primeiras semanas após o choque são inadequadas e não atendem às necessidades das comunidades afetadas. Além disso, 70% dos recursos doados para desastres se perdem na cadeia de entrega, com apenas 30% chegando às mãos dos beneficiários finais. A sessão que abordou esses números foi esclarecedora, enfatizando a importância das organizações possuírem parceiros locais competentes e articulados.

O tema dos recursos livres foi explorado em diversas sessões, juntamente com a questão do desafio da prestação de contas dos recursos irrestritos recebidos, alinhados com a filantropia baseada na confiança. O uso da tecnologia para geração de dados, monitoramento e escalabilidade de projetos também foi um tema recorrente, com uma sessão dedicada inteiramente a explorar o papel da filantropia no apoio ao desenvolvimento de ferramentas responsáveis, seguras e éticas de Inteligência Artificial Generativa.

Outra sessão abordou a importância do envolvimento do governo na efetividade e escalabilidade de projetos. Durante a discussão sobre parcerias com governos, foram destacados desafios, como a diferença de velocidade em comparação às organizações filantrópicas e o risco reputacional associado a essas colaborações.

“Participar do Global Philanthropy Forum 2023 foi uma experiência enriquecedora, que nos permitiu conectar com pessoas de experiências incrivelmente diversas. Acreditamos firmemente que as conversas e conexões estabelecidas no evento têm o potencial de gerar parcerias transformadoras para o futuro”, comentaram Andrea Hanai e Guilherme Sylos, ambos do IDIS.

 

Brasil no GPF

Liderada por Andrea Hanai, gerente de projetos do IDIS, e Guilherme Sylos, diretor de prospecção e parcerias, a delegação do GPF teve a participação de Carla Duprat (ICE), Caroline Almeida e Giovanni Harvey (Fundo Baobá), Cristiane Sultani (Instituto Beja), Fernanda Quintas e Livia Magro (Liga Solidária), Marco Camargo (Vetor Brasil), Maria Amália Souza (Fundo Casa), Marisa Ohashi (Instituto Alana), Maure Pessanha (Artemisia) e Raphael Mayer (Simbi).

Como parceiros do evento, o IDIS anualmente organiza a viagem, fortalecendo o relacionamento entre os participantes e com a comunidade filantrópica global. Tem interesse em participar? Entre em contato conosco. O próximo GPF ainda não tem data definida, que será divulgada à nossa comunidade assim que for anunciada.

Vem aí ‘Dia de Doar 2023’: participe e doe para Fundações e Institutos Comunitários

 Clique aqui e doe!

Desde 2013, acontece o Dia de Doar no Brasil e neste ano, a 10ª edição vai acontecer em 28 de novembro. O objetivo é incentivar o país a ser mais generoso e solidário, mobilizando pessoas físicas, empresas e campanhas comunitárias para arrecadar recursos e aumentar o impacto positivo de organizações do terceiro setor.

O Dia de Doar estimula a doação de pessoas, empresas e organizações e tem um papel fundamental ao mostrar que todos podem participar, fortalecendo a cultura da doação no cotidiano das pessoas.

Neste ano, o programa Transformando Territórios, que fortalece Fundações e Institutos comunitários (FICs), participa do movimento com uma campanha de matchfunding. Ou seja, a cada R$ 1 doado, o fundo transformando territórios doará mais R$ 1 para as FICs participantes.

 

Com atuação regional, são 6 organizações participantes de distintas regiões do país: 

Conheça esses territórios que transformam realidades por meio de apoio a uma rede de atores e organizações locais. Doe e multiplique o impacto social!

 

A campanha vai até 8 de dezembro. Acesse aqui para doar!

 

O que são Institutos e Fundações Comunitárias?

Institutos e Fundações Comunitárias são organizações da sociedade civil que visam a melhoria da qualidade de vida de populações situadas em regiões geográficas bem delimitadas, a partir da captação, gestão e distribuição de recursos para organizações sem fins lucrativos e iniciativas sociais, através do desenvolvimento de capacidades e valorização de ativos locais, estas organizações produzem conhecimento, atuam em rede com o poder público e sociedade civil em prol do desenvolvimento territorial.

 

Sobre o Transformando Territórios

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation que tem como missão fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico. São parceiros institucionais BrazilFoundation e GIFE.

Institutos e Fundações comunitárias tem se consolidado como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto sistêmico para o desenvolvimento da região. São protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento. Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, financiam projetos e iniciativas sociais em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região e fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

Atualmente o Programa Transformando Territórios é composto por 17 fundações e institutos comunitários oriundas de várias regiões do Brasil, localizadas em 10 estados.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo!

Avaliação de impacto para inclusão produtiva: metodologias, desafios e limitações

A prática de monitoramento e avaliação pode ser uma eficiente ferramenta para a aprendizagem e tomada de decisões em projetos de inclusão produtiva no Brasil. Utilizando métodos avaliativos, como o Retorno Social do Investimento (SROI, na sigla em inglês), é possível compreender o impacto social de projetos e programas e tomar decisões mais assertivas.

No artigo intitulado ‘Avaliação de Impacto para Inclusão Produtiva: Metodologias, Desafios e Limitações’, Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Denise Carvalho, Gerente de Monitoramento e Avaliação do IDIS, exploram os principais benefícios, desafios e limitações enfrentados na avaliação do impacto social de projetos e programas de inclusão produtiva, bem como as tendências e abordagens futuras.

Confira o artigo completo!

O conteúdo desse artigo foi publicado na Revista Brasileira de Avaliação – Edição Especial Inclusão Produtiva, uma publicação que reúne um conjunto inédito de artigos, relatos de experiências, entrevistas e ensaios que discutem a avaliação de políticas públicas e privadas de inclusão produtiva sob perspectivas diversas.

Coordenada pela Rede Brasileira de Avaliação com o apoio da Fundação Arymax, em parceria com a Fundação Tide Setúbal, esta é uma publicação científica que se propõe a fomentar o debate de políticas baseadas em evidências sobre intervenções que se propõem a combater as desigualdades socioeconômicas no Brasil através da geração de trabalho e renda às pessoas economicamente excluídas.

O lançamento da Revista aconteceu na sexta-feira, 27 de outubro, e Paula Fabiani participou como mediadora na mesa ‘Avaliar é preciso: casos práticos de avaliação de programas e políticas’ ao lado de Sérgio Firpo, Secretário de Monitoramento e Avaliação de políticas públicas e Assuntos Econômicos; Paula Pedro, Diretora-Executiva no J-PAL LAC; Wesley Matheus, Diretor Colegiado da Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação e João Paulo Bittencourt, Gerente de Educação no Albert Einstein, voluntário do Instituto Proa e coautor do relato “PROA INDEX: avaliação fidedigna na formação profissional online de jovens.

IDIS passa a ser membro do comitê da ENIMPACTO

No último mês, foi lançada a nova ENIMPACTO (Estratégia Nacional da Economia de Impacto), uma importante iniciativa para impulsionar a economia de impacto positivo no Brasil. O projeto, que já existia, passou por uma extensa revisão visando o alinhamento com as diretrizes do novo governo. O evento de lançamento e a primeira reunião do comitê ocorreram em 19 de outubro, com parte dos participantes na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), e parte online. O IDIS esteve presente, representado por Paula Fabiani, CEO da organização.

A Enimpacto se fundamenta em cinco eixos que estabelecem os princípios fundamentais para promover o crescimento e o fortalecimento da economia de impacto no Brasil. Essa abordagem econômica procura equilibrar a busca por lucro financeiro com a promoção de soluções para questões sociais e ambientais.

Cada um desses eixos implica parcerias entre órgãos governamentais federais, entidades do setor privado e organizações da sociedade civil. O IDIS, em colaboração com instituições como o Sistema B, o Instituto Democracia e Sustentabilidade e o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, desempenha um papel no pilar dedicado ao desenvolvimento do Ambiente Normativo e Institucional, contribuindo ativamente para a promoção da agenda dos fundos patrimoniais.

Os outros eixos têm como objetivos a ampliação da oferta de capital, o aumento do número de negócios com impacto socioambiental, o fortalecimento de organizações intermediárias e a promoção da colaboração entre os governos estaduais e municipais para impulsionar a economia de impacto.

Durante o evento de lançamento, também foi discutido o Plano Decenal da Enimpacto, que busca impulsionar investimentos públicos e privados em ações voltadas para a resolução de problemas sociais e ambientais. Entre os dias 20 de outubro e 20 de novembro, estará aberta a consulta pública para contribuições aos macro-objetivos, metas e ações dos cinco eixos que compõem o Plano até 2032.

O evento de reunião inaugural contou com a ilustre participação de Muhammad Yunus, o primeiro economista a receber o Prêmio Nobel da Paz. Ele é reconhecido globalmente por criar um sistema de microcrédito voltado para empreendedores de baixa renda, proporcionando acesso a empréstimos em instituições financeiras convencionais.

Participe do lançamento da segunda edição do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais

INSCREVA-SE PARA ACOMPANHAR O EVENTO

Bastante populares internacionalmente e cada vez mais adotados no Brasil, os fundos patrimoniais se consolidam como mecanismo potente para a sustentabilidade de organizações e causas. Em novembro, o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social traz uma nova contribuição no campo do conhecimento e lança a segunda edição do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais, levantamento que reúne dados essenciais para gestores. A iniciativa teve a participação de 59 endowments ativos no Brasil, 50% a mais que a amostra do ano anterior, e apresenta uma série histórica de 2019 a 2022 .

 

Entre os temas abordados na publicação, estão fluxo de caixa, alocação, captação, rendimentos, política de investimento, governança de endowments e perspectivas para o futuro. Cada bloco traz ainda um artigo de um especialista, que contribui para o entendimento e interpretação dos achados. “Há mais de uma década o IDIS investe no avanço desta pauta no Brasil. Além de apoiar diretamente a criação de fundos patrimoniais, promovemos ações para aprimorar o ambiente regulatório, ampliar o conhecimento da sociedade sobre o tema e agora, contribuímos para a profissionalização da gestão”, comenta Andrea Hanai, especialista no tema e gerente de projetos no IDIS.

 

O lançamento do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2022 acontece no dia 9 de novembro, das 17h às 18h30, em formato online e gratuito. Uma mesa redonda com gestores de fundos patrimoniais ativos será realizada a seguir da apresentação dos dados. Os interessados devem fazer sua inscrição aqui.

INSCREVA-SE

Confira a agenda:

9 de novembro, quinta-feira

17h
Abertura | Paula Fabiani, CEO do IDIS

17h15
Apresentação do Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2022 | Andréa Wolffenbuttel, consultoria do IDIS, e Felipe Groba, gerente de projetos no IDIS

17h50
Mesa redonda
Debate com a participação de especialistas e gestores de fundos patrimoniais.

Presenças confirmadas:
Carolina Barrios, responsável do Fundo Patrimonial na Fundação Maria Cecília Souto Vidigal
Márcia Woods, assessora da Fundação José Luiz Egydio Setúbal
Patricia Valente Stireli, presidente do Conselho de Administração da Organização Gestora do Fundo Patrimonial da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio Libanês
moderação: Andrea Hanai, gerente do IDIS

 

Esta é uma realização do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, grupo multissetorial liderado pelo IDIS que hoje reúne mais de uma centena de signatários. Esta edição tem o apoio de 1618 Investimentos, ASA – Associação Santo Agostinho, Fundação José Luiz Egydio Setubal, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Pragma Gestão de Patrimônio, Santander e Umane e Wright Capital Wealth Management.

 

Mais sobre Fundos Patrimoniais

Acesse mais conteúdos nesta temática produzidos pelo IDIS aqui.

Caso queira saber mais sobre fundos patrimoniais ou queria conhecer nossos serviços, envie um e-mail para comunicacao@idis.org.br.

Folha de São Paulo anuncia vencedores do prêmio Empreendedor Social 2023

Foram divulgados os vencedores da 19ª edição do Prêmio Empreendedor Social do Ano 2023, promovido pela Folha de S. Paulo. A cerimônia de entrega dos prêmios ocorreu no Teatro Porto Seguro, em São Paulo, e foi apresentada por Cris Guterres e Bruno Gagliasso.

Os cinco premiados foram destacados por suas inovações sociais em áreas que abrangem desde educação e habitação até o acesso à água e a inclusão de mulheres, quilombolas e refugiados. O júri selecionou três vencedores: Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora; Aline Odara, do Fundo Agbara; e Robson Melo, do Estante Mágica. Além disso, houve dois premiados na categoria ‘Escolha do Leitor’: Fernando Rangel, do Refúgio 343, com o maior número de votos do público, e Bruno Sindona, do Sindona, pelo maior volume captado.

Em 2020, Paula Fabiani, CEO do IDIS, foi uma das premiadas por seu trabalho e do IDIS no Fundo Emergencial para a Saúde no combate à Covid-19, contribuindo para o fortalecimento de hospitais filantrópicos.

“Deixo meus parabéns à toda a equipe da Folha de São Paulo pela curadoria de iniciativas tão importantes. Esse palco dado a pessoas e organizações que têm trabalhado por um Brasil melhor é essencial para que sigamos construindo juntos soluções inovadoras para nossos problemas tão complexos”, comenta Paula Fabiani, que também estava presenta na cerimônia de entrega dos prêmios.

 

Equipe do IDIS na cerimônia de entrega de prêmios do 19° Prêmio Empreendedor Social

Atualmente, o IDIS é um dos parceiros institucionais do Prêmio Empreendedor Social desde 2016, e os vencedores têm a oportunidade de palestrar no Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, em uma mesa dedicada exclusivamente a essas iniciativas.

Conheça mais sobre a história e o trabalho de cada uma das organizações vencedoras aqui.

Planejando a sucessão do fundador

Por Andrea Hanai, gerente de projetos no IDIS

Qualquer mudança na liderança de organizações da sociedade civil pode ser um grande desafio, mas quando se trata da sucessão do fundador da instituição, que geralmente desempenha o papel de principal executivo, esse processo pode ser ainda mais complexo, representando muitas vezes um teste à sua sobrevivência.

Por essa razão, cada vez mais organizações vêm buscando o IDIS para apoiá-las no planejamento da sucessão de seus fundadores, baseados em nosso conhecimento no tema da governança de organizações da sociedade civil e inspirados na experiência do processo sucessório do próprio IDIS. Também é comum a questão surgir como uma preocupação durante o processo de planejamento ou revisão estratégica da organização, passando a ser foco do planejamento de curto e médio prazos da instituição.

A estruturação de um plano de sucessão deve ser iniciada a partir de um bom diagnóstico institucional, focado na governança da organização. Nesse trabalho, procura-se mapear os papéis e responsabilidades assumidos pelo fundador e analisar as forças e fraquezas da organização, seus recursos e competências e a efetividade da participação dos demais membros de sua liderança.

Com base nesse diagnóstico, é possível determinar as ações necessárias para viabilizar um processo de transição de liderança que não comprometa o desempenho e impacto da organização. Usualmente essas ações envolvem a reestruturação da governança (e do estatuto social da instituição) com o engajamento de novos membros; a revisão do processo de mobilização de recursos (em geral dependente da rede de relacionamentos construída pelo fundador); e a formulação (ou atualização) das políticas institucionais e operacionais da organização.

É fundamental que este trabalho se desenvolva de forma transparente, com uma comunicação clara para todos os stakeholders. Além disso, a BoardSouce, importante fonte de informações sobre governança de organizações da sociedade civil, recomenda que o processo conte com a assistência de consultores externos à organização, capazes de lidar com sensibilidade com as questões emocionais que comumente envolvem a sucessão do fundador.

Texto originalmente publicado em julho de 2019. 

Quer saber mais sobre a consultoria e os serviços oferecidos pelo IDIS? Escreva para comunicacao@idis.org.br

Manauara: a cidade de Manaus sob o olhar comunitário

Fomentar o protagonismo de mulheres é contribuir para melhorar a condição de vida não só delas, mas de todos que as cercam. Parte deste princípio o Fundo Icamiabas, que acaba de ser lançado pela Manauara Associação Comunitária, que atua para promover o desenvolvimento comunitário na cidade de Manaus, Amazonas. A proposta do fundo é fornecer apoio financeiro e humano, de forma descomplicada e contínua, para lideranças femininas que trabalham em prol de outras mulheres nas periferias da capital amazonense.

Os fundadores da Manauara Ricardo Anderáos, Giselle Mascarenhas e Célia Petit, visitando o Igarapé do Gigante, na comunidade da Redenção, Zona Oeste de Manaus

Foi às margens dos 7 km de extensão do Rio Igarapé do Gigante – que nasce cristalino em meio à floresta nativa e se depara com os problemas ambientais da urbanidade – que teve início o diálogo entre organizações sociais e lideranças comunitárias da Zona Oeste de Manaus. Assim começa, em 2020, uma aliança não apenas para despoluir a bacia hidrográfica, que corta vários bairros de Manaus, mas também para transformar a vida de quem vive às suas margens. São mais de 160 mil famílias manauaras vivendo em situação de extrema pobreza, correspondendo a cerca de 445 mil pessoas nesta situação (19,7% de sua população).

A partir de um mapeamento do campo social da cidade, que identificou os principais ativistas, organizações sociais e demandas do território, em 2021, alguns integrantes deste grupo começam a se estruturar no formato de um instituto comunitário e, em 2022, com apoio e capital semente do IDIS, a Manauara é fundada. Dois dos seis fundadores são os diretores da iniciativa: Ricardo Anderáos e Celia Petit, ambos sócios da Oré Inovação em Impacto Social e criadores da Aliança pelo Igarapé do Gigante.

Membros da Manauara e ativistas locais, junto com o Secretário do Meio Ambiente de Manaus Antonio Stroski e assessores, em plantio de árvores nativas às margens do Igarapé do Gigante, no Dia do Meio Ambiente

O primeiro edital de apoio a projetos foi lançado ainda em 2022, com o tema  “Água, Saúde e Biodiversidade na Microbacia do Igarapé do Gigante”. O edital teve como vencedores os projetos “Mulheres Gigantes” e “Viveiro de Árvores Nativas Parque Mosaico Amazônia“ que, juntos, receberam cerca de R$ 150 mil.

Ser um grantmaker local, isto é, ser uma financiadora do setor social do território em que atuam, é um dos princípios das fundações e institutos comunitários (FICs). Na Carta de Princípios para Fundações e Institutos Comunitários, a definição desta característica é:

Captam, gerenciam e realizam doações de recursos financeiros para organizações sem fins lucrativos e iniciativas sociais do território, que atuam na linha de frente do atendimento às demandas comunitárias, de modo a assegurar a vitalidade do setor social local.

 

SELEÇÃO A PARTIR DE BUSCA ATIVA

Com o primeiro edital, veio o entendimento da necessidade de estimular o protagonismo de mulheres líderes locais em um formato mais simples, sem a necessidade de inscrição em editais, conta Ricardo Anderáos. Assim, foi lançado o Fundo Icamiabas, que selecionará três mulheres em um processo permanente de busca ativa, baseado em entrevistas cruzadas (metodologia snowball mapping).

 

“Já selecionamos a primeira liderança e neste momento estamos buscando a segunda e terceira beneficiárias. O processo pode levar até 3 meses”, conta Ricardo.

 

“O foco da Manauara é o desenvolvimento comunitário de Manaus, atuando através da comunidade e para a comunidade, a partir de processos de escuta ativa que nos capacitam a apoiar as causas mais importantes para a cidade, como geração de renda, prevenção à gravidez na adolescência, combate à prostituição, atividades esportivas, culturais e de apoio escolar para adolescentes e cuidados com a saúde para toda a população”, explica.

 

No Fundo Icamiabas, estão previstos repasses mensais de pequenos valores via cartão de débito recarregável, com a destinação dos recursos definida num plano de ação acordado verbalmente com as lideranças femininas. Os recursos estão sendo captados junto a filantropos, empresas e grupos de mulheres da alta sociedade de Manaus, além de uma campanha de matchfunding que será lançada na Benfeitoria, com aporte do IDIS para impulsionar a arrecadação.

Célia Petit e Ricardo Anderáos, fundadores da Manauara, com Dona Alda (ao centro), líder comunitária da Zona Leste de Manaus e primeira beneficiária do Fundo Icamiabas.

Para garantir a transparência, extratos do fundo e do cartão de cada beneficiária serão publicados regularmente no site da Manauara, assim como as fotos das iniciativas, de forma a documentar as atividades. O número de beneficiárias e os valores que elas receberão serão variáveis, a depender da captação do fundo, com um teto de R$ 5 mil/mês por 12 meses.

 

Informações do Território 

  • Território de atuação: cidade de Manaus (AM)
  • Nome do instituto ou fundação comunitária: Manauara Associação Comunitária
  • Principais lideranças Celia Petit e Ricardo Anderáos
  • População estimada: Aproximadamente 2,4 milhões de pessoas
  • Número de OSCs no território: cerca de 200, segundo o Fundo de Promoção Social do Amazonas
  • Desafios regionais: Geração de renda, prevenção à gravidez na adolescência, combate à prostituição, atividades para manter as crianças fora das ruas, atividades esportivas, culturais e de apoio escolar para adolescentes e cuidados com a saúde
  • Causas prioritárias do território mapeadas pela organização: Multitemáticos, com olhar para redes femininas de apoio mútuo em periferias.

    A Associação Comunitária Manauara integra o Programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil.

 

Quer saber mais sobre a Associação Comunitária Manauara? Acesse o site.

Para conhecer mais sobre os Princípios e características das Fundações e Institutos Comunitários, acesse a Carta de Princípios através deste link.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo.

Campanha duplica doação para institutos comunitários do Brasil

A cada R$ 1 doado, o fundo transformando territórios doará mais R$ 1 para cada uma das Fundações e Institutos comunitários (FICs) que participam do programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS com apoio da Charles Mott Foundation.

Com matching de até R$ 50 mil por organização, o Programa quer impulsionar as iniciativas locais das FICs com esta campanha, engajando comunidades e territórios!

 

Com atuação regional, são 6 organizações participantes de distintas regiões do país: 

Conheça esses territórios que transformam realidades por meio de apoio a uma rede de atores e organizações locais. Doe e multiplique o impacto social!

 

A campanha vai até 8 de dezembro. Acesse aqui!

 

O que são Institutos e Fundações Comunitárias?

Institutos e Fundações Comunitárias são organizações da sociedade civil que visam a melhoria da qualidade de vida de populações situadas em regiões geográficas bem delimitadas, a partir da captação, gestão e distribuição de recursos para organizações sem fins lucrativos e iniciativas sociais, através do desenvolvimento de capacidades e valorização de ativos locais, estas organizações produzem conhecimento, atuam em rede com o poder público e sociedade civil em prol do desenvolvimento territorial.

 

Sobre o Transformando Territórios

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation que tem como missão fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico. São parceiros institucionais BrazilFoundation e GIFE.

Institutos e Fundações comunitárias tem se consolidado como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto sistêmico para o desenvolvimento da região. São protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento. Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, financiam projetos e iniciativas sociais em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região e fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

Atualmente o Programa Transformando Territórios é composto por 17 fundações e institutos comunitários oriundas de várias regiões do Brasil, localizadas em 10 estados.

Saiba mais sobre o programa Transformando Territórios e como apoiá-lo!

Fórum WINGS 2023: a transformação impulsionada pelo espírito Ubuntu

por Luisa Lima | Gerente de Comunicação do IDIS

O encontro trienal da WINGS – Worldwide Iniciatives for Grantmaker Support aconteceu em Nairobi, Quênia, em outubro. Guiados pelo tema TRANSFORMAÇÃO, participantes de 45 países refletiram sobre como destravar o potencial da filantropia. Representando o IDIS, Paula Fabiani, CEO do IDIS e membro do conselho da WINGS, e eu, Luisa Lima, responsável pela área de comunicação e conhecimento, e pela primeira vez participando do encontro. Ao todo, a delegação brasileira contou com 15 representantes.

A plenária de abertura deu tom ao evento: ‘Desafios existenciais e futuros compartilhados: redescobrindo o papel da filantropia’. A indígena brasileira e ativista Txai Suruí, compartilhou a sabedoria de seu povo – todos somos a natureza e apenas proteger não é suficiente, devemos retribuir tudo aquilo que recebemos. Disse que o futuro é ancestral – em nossas culturas há muitas das respostas que buscamos e podem ter sido perdidas ou não são valorizadas-, e a declaração foi citada por muitas pessoas ao longo do evento.

O inglês de ascendência indiana Indy Joha, usou números e dados para mostrar como não estamos nos dando conta da escala de nossos problemas, ou não queremos nos dar conta, afinal, cada um de nós é também responsável por eles. O filantropo estoniano Jaan Tallinn, destacou o papel dos negócios na filantropia e sua jornada pessoal – é o fundador do Skype, da Kazaa e do centro de estudos de Risco Existencial, na universidade de Cambridge. Em sua fala, um olhar positivo sobre o uso da inteligência artificial, que em sua opinião pode trazer grandes benefícios à sociedade se houver investimento. A jovem japonesa Rena Kawasaki contou que aos dezesseis anos foi convidada a participar do conselho de uma empresa de biotecnologia. A experiência mudou sua vida e envolver os jovens nas tomadas de decisão sobre a solução dos desafios que impactarão seu futuro se tornou sua causa. O recado foi que é possível e necessário transformar nosso modelo de desenvolvimento e que a força está quando fazemos isso juntos.

Ao longo de três dias, alguns temas se destacaram nas conversas e por vezes, foi citado o termo de origem africana, Ubuntu, que significa ‘Sou o que sou, porque somos todos nós´. Estamos todos conectados e em nossas práticas filantrópicas esse entendimento, esse pressuposto, pode guiar tudo o que fazemos. Também conectados são os desafios que devemos enfrentar – pobreza, desigualdades em geral, e de gênero e raça com suas especificidades, educação, saúde, emergências climáticas, e muitos outros, que em seu conjunto, configuram a policrise, outro tema bastante presente. Entre outros destaques, a importância do desenvolvimento de lideranças e do envolvimento da juventude, fundações comunitárias como modelo que privilegia soluções locais, a importância da decolonização da filantropia, do investimento na infraestrutura do setor e no desenvolvimento institucional e o potencial de modelos alternativos de financiamento como o blended finance ou venture philanthropy para alavancar o capital filantrópico.

Nas plenárias, destaque para um debate acerca do papel dos conselhos, tema sobre o qual há relativamente pouca reflexão, ainda que a governança seja tantas vezes citada pelas organizações.

O brasileiro Rodrigo Pipponzi, fundador do Grupo MOL, e presidente do conselho do Instituto ACP, compartilhou sua visão e a importância da clareza sobre o papel de cada uma das instâncias. Em um debate com filantropos, a indiana Vidya Shah, destacou a importância do comprometimento dos negócios com práticas sustentáveis (olhar para dentro) e a importância de investirem não só em causas, mas no desenvolvimento institucional de organizações. A austríaca Marlene Engelhorn contou sobre sua campanha para a taxação de grandes fortunas, ela própria representante de uma família bastante abastada. Em sua opinião, este é um importante ponto de partida para reduzir as desigualdades.

Entre os palestrantes e participantes, muitos representantes do continente africano, que contribuíram para que todos compreendêssemos mais as especificidades da região. Bastante dependentes do capital filantrópico internacional, houve debates sobre como esperam que esse apoio aconteça, com maior independência para criação de soluções locais, e não puramente a implementação de projetos ocidentais, que pode ser mais rápidos, mas que por vezes não envolvem as comunidades, geram externalidades e por vezes repetem uma lógica colonialista. A importância de ampliarmos o debate e a prática da filantropia baseada em confiança apareceu em muitos momentos. Como brasileira, foi particularmente especial, pois pude ver como algumas práticas e costumes são fundantes também para quem somos, trazidos há centenas de anos por homens e mulheres que foram escravizados. Me impressionou como modelos citados por africanos se parecem com os modelos das Irmandades Negras, no Brasil colônia, por exemplo.

O ambiente multicultural, diverso, com pessoas de origens tão distintas, contribuiu para a riqueza das conversas. Os espaços na programação para networking e grupos de trabalho permitiam a troca de experiências sobre temas específicos. Em uma sessão sobre a produção e uso de dados, por exemplo, compartilhamos experiências. Um participante de uma organização de direitos humanos chamou atenção de como seus dados que são coletados para proteger populações, se não são armazenados com cuidado, podem ser demandados em tempos de crises, e serem usados contra as populações que se desejava proteger. Representantes de países africanos, por sua vez, chamaram atenção sobre a dificuldade de disseminação dos achados, posto que muitos governos consideram oficiais apenas os dados produzidos por instâncias públicas. O melhor uso e análise de dados existentes foi também citado, assim como a importância de treinarmos as organizações para entenderem como ler os dados e usarem em seu favor.

A transformação é o resultado da ação de cada um de nós e a sensação é de que todos saíram energizados e imbuídos deste dever. Em linha com o tema do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2023, OUSADIA foi uma das palavras de ordem. Devemos ser mais ambiciosos e tomar riscos. É urgente agir e para isso, vamos catalisar o poder desta e de tantas outras redes, que trazem potência em sua constituição. Vamos criar o futuro que queremos!

Seminário Transformando Territórios reúne mais de 30 lideranças comunitárias do Brasil

Aprender entre os pares foi o objetivo do Seminário Transformando Territórios, realizado em setembro, em São Paulo. Participaram representantes de Fundações e Instituto Comunitários (FICs) integrantes do Programa Transformando Territórios, projeto de impacto realizado pelo IDIS em parceria com a C.S. Mott Foundation. Com visitas a projetos apoiados, palestras, capacitações e eventos com investidores sociais e filantropos, foi possível aprofundar a compreensão de um tema fundamental: o poder de transformação dessas organizações no Brasil.

Na segunda edição, o evento teve a participação de mais de 60 pessoas, incluindo lideranças das FICs, filantropos, parceiros e apoiadores comprometidos com essa causa.

 

“Foram 3 dias importantes para conexões, benchmarking e ampliação de visões, processos e possibilidades”, resumiu um dos participantes.

 

“O Seminário foi muito especial, principalmente por ser muito participativo. Acredito nessa construção coletiva para o Transformando Territórios nos próximos anos”, comentou outro participante, de forma anônima, nas avaliações do evento.

 

Inspiração e exemplo: uma visita ao Instituto Cacimba em São Miguel Paulista

É impossível ir à São Miguel Paulista e passar despercebido das ações apoiadas pelo Instituto Cacimba. A organização está no programa Transformando Territórios desde 2020, sendo uma das primeiras FICs da cidade de São Paulo. O Cacimba foi criado com o apoio do Programa e respaldado na sólida confiança que o líder comunitário Hermes de Souza possuía na região. Desde então, Hermes de Souza tem ocupado a direção do Instituto. Saiba mais sobre essa história aqui. Mostrando a importância de inspirar ação, a programação do Seminário começou por aqui.

Ao longo do dia, diversos projetos sociais apoiados pelo Cacimba na região puderam ser conhecidos. Muitos deles receberam orientação do líder Hermes de Souza e agora são apoiados pelo Instituto.

 

Aprendizado e formação: uma constante

No período da tarde, o grupo participou do workshop  “Diversidade e Direitos Humanos”, oferecido por Clara Serva, sócia da área de empresas e Direitos Humanos do TozziniFreire Advogados, e Maria Paula Bonifácio Custódio, advogada da área.

Entre os momentos de troca de experiências e intervalos, houve apresentações culturais de dança por projetos do Instituto NUA, ministrados por pessoas do território.

No segundo dia do Seminário, palestras e rodas de conversas destacaram a relevância e atuações das FICs em seus territórios, e muitas experiências puderam ser trocadas. O encontro aconteceu na sede da Comunitas, que apoia institucionalmente o Transformando Territórios.

Confira os destaques dos quatro painéis que integraram o evento.

Painel 1: Grandes impactos a partir de pequenas doações: potencializando mudanças com contribuições significativas

Nesta mesa estavam presentes os palestrantes Elio Raymundo (presidente da Rede de Organizações do Bem), Thais Almeida (secretária executiva do Instituto Espraiada), Alânia Cerqueira (líder do Fundo Comunitário M’Boi), e como moderadora, Pâmela Ribeiro (coordenadora de Projetos Especiais do GIFE).

A mesa trouxe novas perspectivas sobre como o apoio a pequenas iniciativas locais pode gerar grandes transformações sociais e ambientais, destacando o potencial dos fundos voltados aos microprojetos e do capital semente para o fortalecimento comunitário, sobretudo em regiões em que os recursos são concentrados em grandes organizações.

Elio Raymundo, presidente da Rede do Bem que atua na região metropolitana do Rio de Janeiro, destacou como projetos que recebem pequenos apoios financeiros conseguem promover “resultados inesperados” de desenvolvimento local. O cerne da questão, entretanto é que, para ele só é possível por meio da confiança nas organizações e lideranças que fazem a diferença em seus territórios e da simplicidade nos processos de contrapartida.

Painel 2: Fortalecendo vínculos: construindo relações sustentáveis com o território

Nesta mesa estavam presentes os palestrantes Hermes de Sousa (diretor do Instituto Cacimba), Ana Paolo Vieira (conselheira da FUNDAES), Flávia Mota presidenta do Fundo Comunitário JEQUI), e como moderadora Lúcia Dellagnelo (embaixadora do Programa Transformando Territórios).

Partindo da necessidade de criar laços, Hermes trouxe para o debate a questão da confiança para fortalecer parcerias e construir com o território. Segundo ele, “a confiança em si mesmo leva a confiança no outro” e isso institui a regeneração da confiança.  A chave para ter relações sustentáveis segundo sua experiência é “envolver e trabalhar com a comunidade e não para a comunidade”. Para atingir esse objetivo, é necessário entrar na mesma linguagem, e adaptar a linguagem em cada espaço, até mesmo na construção dos editais, os quais hoje o Instituto Cacimba também tornaram mais inclusivos com a possibilidade de inscrição por vídeos e áudios, além do formato escrito.

Painel 3: Unindo forças: colaborações com o setor público e empresas para transformação comunitária

Nesta mesa estavam presentes os palestrantes Eliane Macari (presidenta da FEAV), Jair Resende (superintendente na Fundação FEAC), Célia Petit (presidenta da Associação Manauara), e como moderadora Patrícia Loyola (diretora de Gestão e Investimento Social da Comunitas).

A parceria entre as fundações que se dedicam às cidades vizinhas – Valinhos e Campinas -, FEAV e FEAC, respectivamente, também demonstraram a força da colaboração entre si e em territórios de atuação. Como compartilhou Jair Resende, da FEAC, como mais de 60 anos de história a FEAC continua a missão de estimular o setor social e vem apoiando o desenvolvimento da FEAV, no desenvolvimento da organização vizinha de município ao doar um imóvel centenário para constituição do fundo patrimonial da FEAV. O apoio mútuo é um exemplo a ser seguido e mostra a potência em prol da transformação comunitária nesse território.

Painel 4: Unindo forças: filantropia comunitária para justiça social

 Nesta mesa estavam presentes os palestrantes Diane Pereira (presidenta do Instituto Comunitário Baixada Maranhense), Gisele Ribeiro (presidenta da Associação Redes da Maré), Willian Narzetti (gerente executivo do ICOM), e como moderadora Mônica de Roure (vice-presidente e diretora de relações institucionais do BrazilFoundation)

No âmbito das potencialidades, Diane apontou a necessidade de estar dentro do território para que a filantropia comunitária entenda a possibilidades, as pessoas e a terra de uma região em distintas situações.  Ela acredita que “considerar que existe potencialidade, quando o rio está cheio, pois é bom para regar as plantas, e quando está vazio é bom pra passar o boi para outras regiões. É preciso pensar que desenvolvimento é ver abundância e não escassez”. A representante do Instituto Baixada ainda afirma que é necessária uma rede de pessoas para que não só se compreender a abundância, mas também de materializar a mudança social.

No terceiro e último dia, os participantes tiveram a oportunidade de participar do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. Saiba mais aqui.

Texto produzido por Alexandra Teles, Ana Beatriz Pedreira e Leticia dos Santos, todas da equipe do IDIS. 

Sobre o Transformando Territórios

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation que tem como missão fomentar a criação e o fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico. São parceiros institucionais BrazilFoundation e GIFE.

Institutos e Fundações comunitárias tem se consolidado como um importante arranjo institucional para o desenvolvimento social e endereçamento das variadas demandas dos territórios, seja este um bairro, cidade ou região, com visão de longo prazo e buscando o impacto sistêmico para o desenvolvimento da região. São protagonistas da interlocução entre organizações e iniciativas sociais com os doadores, sociedade civil e poder público, promovendo transparência e engajamento. Estas organizações atuam como grantmakers, ou seja, financiam projetos e iniciativas sociais em múltiplas causas para endereçar as demandas e prioridades da região e fortalecem o terceiro setor da região com capacitações e apoio técnico, investem na produção de conhecimento e fomentam a cultura de doação no território onde atuam.

Atualmente o Programa Transformando Territórios é composto por 17 fundações e institutos comunitários oriundas de várias regiões do Brasil, localizadas em 10 estados.

Saiba mais sobre o programa e os participantes em transformandoterritorios.org.br

Equipe IDIS faz encontro de reflexões estratégicas para o próximo ciclo

Em setembro, a equipe do IDIS, hoje com 47 integrantes, seu reuniu presencialmente para alinhamento, discussão sobre o propósito da organização, e reflexão sobre a missão, visão e valores. O encontro tinha o objetivo de fornecer insumos para a elaboração do planejamento estratégico da organização.

O encontro aconteceu em meio à natureza, no Centro Paulus, uma hospedaria localizada em Parelheiros, zona sul de São Paulo. Com conversas entre as distintas áreas e pessoas da organização, foram colhidas as impressões de cada para um olhar compartilhado de futuro, caminhando juntos.

“Poucas coisas me encantam mais em um ambiente de trabalho do que construção colaborativa,  feita com muita escuta ativa entre todos os níveis hierárquicos, em um espaço seguro e de respeito mútuo. Nada se constrói sozinho, muito menos uma sociedade mais justa e menos desigual”, comentou Aline Herrera, estagiária de projetos do IDIS.

Esperamos seguir conectados e trabalhando em prol de um Brasil mais solidário, como fazemos há quase 25 anos, envolvendo parceiros e impactando a sociedade.

Modelos de Financiamento: riscos calculados para retornos transformadores

Por Laura Comparato Cardoso – estagiária de consultoria no IDIS

 

Durante o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2023, discutiu-se sobre diferentes modelos de financiamento e seus riscos calculados para obtenção de retornos transformadores, tema da mesa moderada por Andrea Hanai, gerente de projetos no IDIS, e composta por Fabiana Prianti, Head da B3 Social, Marcel Fukayama, Head de Global Policy na B Lab Global e Co-fundador da Din4mo e da BlendLab, e Rodrigo Hübner Mendes, Fundador e Superintendente do Instituto Rodrigo Mendes.

 

Incorporando o tema da ousadia, os palestrantes discutiram a necessidade de inovar no setor social para potencializar o impacto do investimento social privado e fomentar o desenvolvimento do país. Algumas das modalidades discutidas, tais como o investimento social privado voltado para o fortalecimento institucional das organizações, o modelo de blended finance, e o investimento em endowments, focam na ampliação do impacto socioambiental e assumem riscos de forma planejada.

 

A B3 Social é uma organização exclusivamente grantmaker, ou seja, que apoia financeiramente outras organizações da sociedade civil. O seu modelo de filantropia estratégica tem como propósito o combate às desigualdades sociais no país através de aportes institucionais para demais organizações e para endowments, diversificando o seu portfólio de investimento.

Com base na construção de uma relação de longo prazo e de confiança com as organizações beneficiadas, seguindo o princípio de trust-based philanthropy, a B3 Social é capaz de mitigar potenciais riscos associados ao repasse de recursos. Para amenizar o processo de saída do investimento, que pode resultar na interrupção de projetos a ele associados, a organização prioriza uma retirada gradual e busca fortalecer institucionalmente as organizações, contribuindo para a sua autonomia financeira.

Um outro modelo de financiamento inovador é o blended finance, uma forma de investimento misto no qual o capital filantrópico é muitas vezes utilizado para mitigar o risco sistêmico da estrutura, atraindo um maior volume de capital comercial em benefício de causas sociais.

Foi a partir da percepção da dificuldade de famílias das classes D e E para financiarem moradias dignas que surgiu um projeto de blended finance. Foi criado um fundo piloto de R$5 milhões, sendo 60% de capital comercial e 40% de capital filantrópico, capaz de mitigar o risco financeiro. O investimento filantrópico cobre o nível de inadimplência esperado nos empréstimos realizados para as famílias, o que leva a uma redução das taxas de juros e torna os empréstimos mais acessíveis para populações em vulnerabilidade socioeconômica.

 

Para Marcel Fukayama, o blended finance faz parte de uma mudança de paradigma econômico. Para ele, o comportamento empresarial brasileiro estaria migrando de uma lógica de mitigação de externalidades negativas para uma lógica de geração de impacto positivo. Essa é a lógica necessária para que o Brasil consiga colocar em prática um plano de transição ecológica, baseado em uma estratégia de economia verde e de economia de impacto, e o modelo de blended finance é uma boa alternativa para a viabilização dessa transição.

Por fim, o investimento em fundos patrimoniais – endowments também é um modelo de financiamento ousado, permitindo uma estabilidade financeira de longo prazo e um planejamento mais ambicioso. Os endowments surgem como alternativa a um modelo de captação muito centralizado em projetos, o que gera incertezas financeiras não só para a própria organização, mas fragiliza o setor como um todo.

 

O Instituto Rodrigo Mendes é uma das organizações pioneiras na criação de fundos patrimoniais no Brasil e tem por missão a educação inclusiva. Seu endowment está fundamentado em três pilares: (i) visão de longo prazo e uso somente do rendimento real do fundo para perenização do direito à educação para todos; (ii) governança baseada em agilidade e transparência, tendo como elemento estruturante um Comitê de Investimentos voltado para apoiar as decisões em torno da alocação dos recursos no mercado financeiro; e (iii) engajamento através de um Conselho Curador, responsável pelo estabelecimento de metas de captação e atração de investidores.

 

Rodrigo Mendes conclui: Toda pessoa pode gerar um legado. Essa herança varia em amplitude e relevância. […] Os endowments têm uma beleza inerente em sua intenção de perenização e longevidade”.

 

Em suma, foram apresentados três modelos de financiamento capazes de gerar impacto social positivo de longo prazo e mitigar potenciais riscos. É preciso OUSAR para adotar estratégias inovadoras de financiamento, como o blended finance ou o investimento em endowments, assim como, estratégias de fortalecimento institucional de organizações da sociedade civil através de uma instituição grantmaker. Como recado final, o campo filantrópico precisa ter mais OUSADIA para alavancar modelos de financiamento inovadores a fim de promover o desenvolvimento socioambiental no longo prazo, uma vez que as lacunas de desenvolvimento no país são abissais.

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A ousadia da filantropia na Agenda ESG

por Marcelo Modesto gerente, e Gabriel Bianco, coordenador, ambos da célula ESG IDIS

 

A filantropia corporativa, quando realizada de forma estratégica, pode impulsionar resultados positivos não só em outras áreas da empresa – como no caso do engajamento de colaboradores por meio do voluntariado – mas também na totalidade dos stakeholders. Do ponto de vista do stakeholder consumidor, por exemplo, a Pesquisa Doação Brasil, promovida pelo IDIS, indicou que 77% dos brasileiros rejeitam alguma marca/empresa ao tomar conhecimento de práticas socioambientais inadequadas. Em um cenário que a agenda ESG avança com velocidade, é importante que as empresas busquem atuar no Investimento Social Privado orientados por visão de longo prazo e com clareza das contribuições do ISP para sua estratégia de sustentabilidade.

Essa foi a principal mensagem da palestra “A ousadia da filantropia na Agenda ESG” durante o 12º Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais de 2023. A mesa contou com nomes de peso para discutir o assunto e estiveram presentes, como moderador, Guibson Trindade, Cofundador do Pacto de Promoção da Equidade Racial e, palestrando, Caroline Albanesi, VP de Comunicação, Marketing e Relações Institucionais na Amigos do Bem; Marcelo Klein, Diretor de Gestão de Territórios na Vale S.A. e Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual.

Roberto Sallouti, abriu a discussão destacando que no cerne do ESG está a criação de valor para investidores a partir da análise de riscos e oportunidades não-financeiros. Partindo desta motivação inicial, as companhias que buscam desenvolver o planejamento e execução de uma estratégia ESG integrada ao negócio, acabam contribuindo também com outras áreas da empresa, que passam a enxergar novas oportunidades de criação de valor para própria organização e para a sociedade.

No caso do BTG Pactual, foi destacado que a agenda ESG ganhou tração como forma de se antecipar sobre questões regulatórias e tendências de compliance encontradas na Europa e Estados Unidos. Como resultado deste processo, foram criados filtros ESG nos investimentos da instituição antes mesmo desta demanda chegar com mais força no Brasil. Atualmente, fazem isso de forma proativa, atuando de forma criativa e ousada, tomando riscos.

“Investidores ainda são, muitas vezes, burocráticos, e daí as ações viram somente marketing. Precisamos sair da diligência e passar para o transformacional. É aí que atuação do ESG vinculada à filantropia pode trazer resultados interessantes para todos stakeholders”, concluiu.

Caroline Albanesi, por sua vez, trouxe para o debate o ponto de vista de organizações da sociedade civil. Segundo Albanesi, o avanço da agenda ESG nas empresas impactou positivamente o cenário para OSCs, já que, no geral, as parcerias com empresas passaram a ser mais estratégicas e mais proativas do lado do investidor social. Esse fator, abre margem para abordagens inovadoras e ousadas para projetos de impacto socioambiental.

“Quando somos abordados para uma parceria, nossa primeira pergunta é ‘você quer ajudar mesmo, ou colocar isso em um relatório?’, e percebemos que o interesse das empresas é cada vez mais genuíno”, apontou.

Ela destacou que, atualmente, 30% da receita da organização é oriunda de produtos sociais, um modelo de financiamento cada vez mais procurado por empresas parceiras, uma vez que combina diferentes impactos positivos: a inclusão produtiva de públicos vulneráveis com remuneração justa na cadeia de produção e distribuição; o engajamento direto e indireto de consumidores para a causa apoiada; processos de compliance e gestão financeira responsável, visto que a operação do produto social precisa ser superavitária e sustentável.

Encerrando as exposições, Marcelo Klein, Diretor de Gestão de Territórios na Vale S.A., trouxe uma visão geral das transformações ocorridas ao longo dos últimos anos na empresa – muito em consequência da tragédia de Brumadinho.

“As experiências que tivemos de relacionamento com o território após o rompimento da barragem em Brumadinho levaram a Vale a repensar um trabalho árduo de planejamento. A diretoria de Gestão de Territórios nasceu neste processo”, apontou.

Essa nova célula na empresa trabalha especialmente em cinco dimensões: saúde, educação, infraestrutura, nutrição, trabalho e renda.

Outro fator acelerador de mudanças se deu quando a Vale cruzou seus compromissos socioambientais públicos – por exemplo, a meta de retirar 500 mil pessoas da pobreza extrema até 2030 – com a capacidade instalada de execução. Percebeu-se que:

“Não tínhamos internamente a capacidade para executar tudo o que nos propusemos, e daí precisamos fazer um processo duplo, tanto de letramento, quanto de escuta ativa dos territórios, buscando, sobretudo, um equilíbrio entre os stakeholders envolvidos em todas as nossas operações”, afirmou Klein.

Portanto, empresas que buscam maneiras ousadas e inovadoras de se relacionarem com diferentes stakeholders podem se beneficiar de uma estratégia de investimento social privado, já que esta privilegia, em sua origem, a criação de soluções de e pelas comunidades atendidas.

Já Guibson Trindade, em seus comentários sobre a fala dos expositores, relembrou a experiência de criação do Pacto, primeiro protocolo ESG racial no Brasil, que cruza dados públicos de diversidade com levantamentos internos de empresas, além de considerar em seu score ações de investimento social privado para a pauta de equidade racial, considerando o imperativo de ações pelas empresas pelo combate ao racismo tanto da porta para dentro, como da porta para fora.

Portanto, a partir de uma visão das duas pontas geradoras de impacto socioambiental – investidores sociais e executores de projetos – fica evidente a importância do Investimento Social Privado como forma de alavancar os resultados ESG das empresas, não apenas nos projetos em si, mas também no potencial de destravar o relacionamento e percepção de valor de stakeholders.

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Explorando novos caminhos na filantropia: as alianças como motor de mudança

por Alexandra Kaory Higa Teles | Estagiária de Projetos IDIS

 

Defender uma causa exige coragem e ousadia. A mesa “Alianças Improváveis: a ousadia na defesa de causas e territórios” trouxe ao Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais organizações que ousam nessa temática ao desenvolver iniciativas socioambientais de impacto em uma distinta abordagem da filantropia. Entre as palestrantes, estavam Allyne Andrade (superintendente adjunta do Fundo Brasil de Direitos Humanos), Braulina Baniwa (diretora executiva da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas, Guerreiras da Ancestralidades – ANMIGA), Omar Rodrigues (gerente sênior de comunicação e relações institucionais da Fundação Grupo Boticário), e como moderadora, Diane Pereira, (presidenta do Instituto Baixada). O evento é uma realização do IDIS e Charities Aid Foundation em parceria com o Global Philanthropy Forum.

Ao longo da sessão, as pessoas palestrantes compartilharam experiências sobre como suas organizações inovaram a adotar diferentes formas de apoio e/ou soluções alternativas às mais convencionais da filantropia, colaborando de forma próxima com as comunidades para aprimorar o impacto socioambiental positivo nas regiões que atuam pelo Brasil.

O primeiro exemplo de ousadia na defesa de territórios de Braulina Baniwa. Ela relata que há dois anos, quando criou a organização na qual ocupa a diretoria, enfrentou resistência e  poucas organizações e empresas estavam dispostas a apoiá-la por ser uma mulher indígena recém-chegada no setor social. Além disso, Braulina apresentou desafios que dificultaram a captação de recursos financeiros por meios de editais, entre elas a dificuldade com a língua, pelo fato de português não ter sido seu idioma materno, e questões de cunho burocrático.

Ainda sobre as necessidades exigidas muitas vezes em editais, Braulina contrapõe que:

 

“Os números têm sua importância, mas as

narrativas são essenciais para humanizar esse processo de credibilidade no setor social, para mediar nosso impacto.”

Para ela, a valorização das narrativas incentiva que os recursos cheguem às organizações que ainda não estão tão consolidadas e que são compostas por pessoas historicamente marginalizadas da sociedade.

Baniwa ressalta que somente com ousadia e coragem a ANMIGA conquistou ocupar espaços para defender território e causa, ao conquistar cada vez mais credibilidade e confiança do setor social, conseguindo construir uma rede de apoio, ter mais parceiros e criar alianças improváveis.

Já do ponto de vista de uma organização que financia iniciativas socioambientais, Allyne, superintendente adjunta do Fundo Brasil (que representou Ana Valéria Araujo devido a uma emergência pessoal) destacou a importância de organizações e fundos que lutem pela defesa dos direitos humanos, ambientais e sociais no Brasil, como a Rede Comuá.

Dentro os membros desta rede estão Fundo Brasil, Fundo Baobá e Fundo Elas, unidos por um objetivo comum de fortalecer a sociedade civil no Brasil. Esses fundos não operam em projetos diretamente, mas, em vez disso, financiam e apoiam iniciativas sociais diversas para fortalecer o terceiro setor no país, acreditando que isso contribui significativamente para o fortalecimento da democracia no país.

O Fundo Brasil tem apoiado e acreditado em projetos de defesa dos direitos humanos ao longo de 16 anos e isso por si só já é ousado. Entre os focos de atuação está o fornecimento de orientação e dados para políticas públicas, medindo o impacto social e ouvindo ativamente as organizações.

Já a Fundação Grupo Boticário, também financiadora de iniciativas socioambientais, contou sobre a ousadia da criação da organização e nas mudanças do apoio a projetos desde a criação. Omar Rodrigues, representante da Fundação Grupo Boticário, relatou a trajetória da Fundação e de como o fundador, Miguel Krigsner, despontou ao criar uma organização focada na preservação do meio ambiente, antes mesmo de se discutir extensamente o tema da sustentabilidade no Brasil, dois anos antes da Conferência RIO 92. Desde então, a fundação já apoiou mais de 1.600 iniciativas em todo o Brasil, incluindo a preservação de reservas naturais.

Ao longo das três décadas, Omar destaca como a Fundação alterou a forma de atuação.

Até 2019, nosso processo era baseado em editais. A partir de 2020, adotamos um novo modelo chamado ‘Teias de Soluções’, no qual envolvemos uma gama mais ampla de atores, além de biólogos e outros movimentos sociais. Buscamos uma compreensão mais profunda da região, identificando os atores do setor social e compreendendo melhor o território para colaborar com o Grupo Boticário e especialistas na proposição de soluções.” 

 

Explica destacando que esse modelo foi criado partir do pensamento de que fundamentalmente o terceiro setor se assenta na construção de alianças, cooperação e colaboração.

Para condensar as ideias do debate Diane Pereira, do Instituto Baixada, traz uma reflexão sobre como o trabalho de cada organização presente na mesa é importante para transformar os territórios que defendem:

“Como a Maya Angelou diz a coragem é a mais importante de todas as virtudes, porque sem ela nós não podemos praticar nenhuma outra virtude com consistência. Pois em algum momento chegaremos em um problema grande demais e não a enfrentaremos se não tivermos coragem. E para fim isso se refere muito ao setor social, pois o terceiro setor só faz o que faz, atua tão grandiosamente, porque tem coragem e ousadia.”

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Errando é que se aprende: histórias de quem ousou e não acertou de primeira

por Carolina Lopes | Analista de Monitoramento e Avaliação no IDIS

 

No Fórum IDIS 2023, tivemos a oportunidade de participar de uma palestra que abordou um assunto pouco explorado: os erros. É comum que busquemos inspiração em casos de sucesso, mas é importante também considerar que os erros podem ser igualmente inspiradores. Eles, afinal, trazem consigo aprendizados valiosos e muitas vezes ocorrem justamente porque nos arriscamos a ousar. Os erros fazem parte de qualquer processo e, se encarados como ferramentas, podem impulsionar passos ainda maiores.

A palestra teve a participação de representantes do governo, de empresas e da sociedade civil, que compartilharam suas histórias de ações que não tiveram os resultados desejados inicialmente, mas que, diante das adversidades, abriram caminhos ainda melhores.

O presidente do Transforma Brasil e Porto Social, Fábio Silva, iniciou a sessão apresentando o tema e atuando como moderador. Logo em seguida, Nívea Marsili, Secretária de Educação de São Vicente, compartilhou sua história de reconstrução da cidade, ressaltando os erros cometidos no início do processo e como foi importante dar passos para trás e observar o cenário com distância para compreender as complexidades reais diante dos problemas do município.

 

Saulo Barreto, cofundador do Instituto de Pesquisa em Tecnologia e Inovação (IPTI), continuou a palestra com entusiasmo, enfatizando a importância de errar na construção da tecnologia social.

 

“O processo de erro é fundamental para

desenvolver soluções eficazes e a transformação social é um processo demorado, que demanda tempo e paciência”, ele ressaltou.

 

Fábio Silva corroborou com as palavras de Saulo, ressaltando como o impacto social está diretamente conectado à participação ativa das comunidades envolvidas nos processos e como as dificuldades têm o papel de nos colocar no caminho certo.

Em seguida, foi a vez de Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon,

apresentar sua experiência e os desafios enfrentados na instituição. Para ela, o risco é essencial para a inovação e o erro é uma fonte de informação que alimenta o próximo passo a ser dado. Ela mencionou o projeto desenvolvido durante a pandemia em parceria com a rede Accor, que utilizou os hotéis como abrigos para mulheres vítimas de violência, evidenciando a responsabilidade que atores sociais possuem em inovar.

Após as apresentações, Fábio aprofundou o tema central da palestra com perguntas aos participantes. Nívea destacou a importância da flexibilidade e da compreensão do território e da comunidade ao estabelecer parcerias entre o sistema de educação pública e a iniciativa privada. Ela ressaltou que a importância de saber adaptar-se e de entender a cultura local para que o poder público possa de fato trabalhar de forma efetiva e assertiva.

Saulo abordou a questão da “reaplicação” como princípio da tecnologia social, enfatizando que é necessário reconstruir a solução de acordo com a realidade de cada comunidade. Ele ressaltou ainda a importância do capital humano e a necessidade de envolver as pessoas no processo de transformação. Daniela complementou o debate mencionando a importância das conexões baseadas em valores e da construção da confiança através da credibilidade.

A citação de Paulo Freire por Saulo encerrou a palestra de forma inspiradora, ressaltando a importância da educação emancipadora como uma ferramenta para resolver problemas e promover a autonomia das pessoas.

 

A palestra nos mostrou a importância de compartilhar histórias de erros e adversidades, ao invés de apenas relatos de sucesso. Por meio dessas experiências, somos inspirados a enfrentar desafios, aprender com nossos equívocos e buscar caminhos ainda melhores. As palavras e ideias dos participantes nos proporcionaram uma visão mais profunda sobre a ousadia, o impacto social e a necessidade de trabalharmos juntos para alcançarmos resultados eficazes. Que essas histórias sirvam de inspiração para todos nós, sendo um lembrete constante de que é errando que se aprende e que cada erro nos impulsiona a seguir em frente, com determinação, coragem e esperança. Compartilhar nossas falhas e aprender com elas é o caminho para o sucesso verdadeiro e duradouro.

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‘A mudança exige coragem’: mais que nunca, devemos ousar para combater a pobreza

por Joana Noffs | Analista de de projetos do IDIS

 

Em 2021, o Brasil ultrapassou a marca de 63 milhões de pessoas vivendo em situação de pobreza, enquanto 33 milhões de pessoas enfrentavam a fome, de acordo com dados do IBGE e de uma pesquisa conduzida pelo Instituto Vox Populi. Ao mesmo tempo, uma parcela correspondente a 50% da população brasileira detinha apenas 0,4% da riqueza do país em ativos financeiros e não financeiros, segundo dados do World Inequality Lab, também de 2021.

A desigualdade foi agravada, também, pela pandemia no contexto global. Conforme evidenciado em um relatório da Oxfam, entre 2020 e 2022, o 1% mais rico do mundo concentrou quase dois terços de toda a riqueza gerada no período, totalizando cerca de U$ 42 trilhões. A desigualdade extrema na economia também se relacionada com problemas ambientais, raciais e de gênero, e demonstra a urgência de ações corajosas e criativas para enfrentar as vulnerabilidades sociais e institucionais que assolam não apenas o Brasil, mas que se desdobram em uma realidade preocupante à nível global.

A mesa que encerrou o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais de 2023, intitulada “Mais do que nunca, devemos ousar combater à pobreza!”, abordou e discutiu justamente esse cenário desafiador. A palestra contou com mediação da CEO do IDIS, Paula Fabiani, e com os convidados Gilson Rodrigues, presidente do G10 das favelas, Jean Jereissati, CEO da Ambev, e Nivedita Narain, CEO da Charities Aid Foundation (CAF) India. Os palestrantes apresentaram caminhos possíveis e experiências que, tendo a ousadia como impulsionadora, têm se mostrado significativas para pautar um futuro menos desigual.

 

 

Gilson Rodrigues abriu sua participação na mesa resgatando o tema da ousadia, que guiou o Fórum de 2023, e destacou que, apesar do aumento na concentração de renda e aprofundamento das desigualdades sociais no país em um período recente, não se deve definir as favelas e áreas periféricas brasileiras por um olhar de falta, pois isso apenas agrava sua marginalização.

Para combater o estigma e consolidar uma visão positiva sobre as favelas brasileiras, Gilson é uma das vozes que trazem histórias inspiradoras vindas de contexto de adversidade, demonstrando que a favela também é um lugar de muito conhecimento.  O G10 das favelas tem destacado a importância da inovação e empreendedorismo para atingir as mudanças necessárias. Ele argumenta que para o investimento social ser eficaz no combate à pobreza, deve garantir a geração de oportunidades ao combater problemas como a fome e a falta de acesso a serviços básicos.

“Nós acreditamos, efetivamente, que precisamos criar soluções a partir dessa realidade para que a favela possa prosperar e não depender apenas dessas condições [da doação]. (…) Temos buscado criar soluções para impactar positivamente a sociedade e para que a população possa ter trabalho e renda para se desenvolver, mas que também possa optar o que quer comer, pontuou Gilson. 

 

Para isso, segundo a liderança, o investimento social nas favelas deve sempre partir de uma atuação que fortaleça a autonomia dos moradores e seus territórios, e, assim, garanta a sustentabilidade financeira da implementação de projetos com potencial de transformação de desigualdades estruturais.

Através de sua experiência no setor privado, Jean Jereissati, CEO da Ambev, ressaltou em sua fala as inciativas bem-sucedidas que a empresa também tem desenvolvido com objetivo de contribuir com a esses mesmos desafios. Frente aos desafios cada vez mais severos causados pelas mudanças climáticas, que também aceleram fatores chave na manutenção da desigualdade, como a escassez de alimentos, deslocamentos populacionais e contaminação por poluentes, a Ambev busca tornar sua cadeia produtiva ‘carbono neutra’ nos próximos anos, e ressalta a importância da consistência na mitigação de impactos ambientais negativos. Como nos lembra Jereissati sobre as perspectivas para o investimento social privado no país, tomar riscos e ousar é necessário para que possamos obter resultados que são urgentes

Se você quer manter o status quo, você pode se arriscar menos, mas se você quer mudar, você precisa ousar. No Brasil, precisamos ousar para atingir uma filantropia sustentável, destaca o CEO da empresa.

 

Para além do compromisso com a sustentabilidade, que, na visão do palestrante, hoje deve ser encarado como obrigação, a gigante do setor de bebidas tem buscado utilizar-se de uma característica chave de suas atividades para gerar transformação social: sua capilaridade. Estando presente desde a ‘colheita do milho até o garçom na mesa do bar’, essa característica permite que a Ambev atue de forma coerente em frentes diversas. Com o Bora, por exemplo, a companhia tem buscado qualificar empreendedores e conectá-los através de sua rede, gerando inclusão produtiva. O VOA, por outro lado, é um programa de voluntariado da empresa que busca disseminar o conhecimento e expertise em gestão que seus funcionários possuem para iniciativas do terceiro setor, fomentando um ecossistema mais maduro de impacto social. Por fim, destacamos também, dentre as iniciativas mencionadas durante o evento, a água AMA, produto social da Ambev cujos lucros são revertidos para a garantia do acesso dos brasileiros à água potável em regiões de escassez hídrica.

Por fim, Nivedita Narain, CEO da CAF India, nos lembrou da coragem necessária para tomarmos ações estratégicas e planejadas na busca por uma sociedade mais igualitária.

 

Quando você fala em ousadia, eu penso em coragem, compartilhou Nivedita Narain.

 

Que esteve à frente de iniciativas em seu país que colocaram a sociedade civil organizada como um ator chave no enfrentamento da pobreza e da violência de gênero. Retomando tendências recentes da filantropia ao redor do mundo, Narain explica que houve uma mudança no século XXI no curso das doações privadas, que passaram a ser mais direcionadas aos governos, o que acarretou uma diminuição da integração de organizações da sociedade civil neste processo. Ecoando o trazido por Gilson, ela ressalta a importância de que as organizações comunitárias sejam ouvidas e tenham papéis ativos na construção de políticas articuladas entre governo, terceiro setor e investimento privado.

Durante sua apresentação, a líder indiana trouxe um exemplo sólido de como este tipo de ação coordenada pode ter sua faísca inicial com movimentações locais e escalar para uma política pública exitosa, a partir de uma iniciativa na Índia que começou levando crédito bancário a mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica na década de 1990 e que impactou na ampliação representação política de lideranças femininas e na diminuição da violência doméstica. De modo relevante, Nivedita explicitou que, quando discutimos o papel da filantropia no combate à pobreza em um quadro mais amplo, sobretudo quando falamos do Sul global, não podemos nos esquecer de olhar para a questão sob as lentes de gênero.

 

 

Precisamos de muita coragem para as mulheres, a mudança precisa de coragem, ela não acontece facilmente. E a forma da mudança é onde, na comunidade, as mulheres buscam esse espaço e conquistam esse espaço, pois ele não é dado para nós”.

 

Assim, Narain nos deixa como lição a necessidade de observamos fatores como participação comunitária e gênero quando refletimos sobre desenvolvimento local e para sermos capazes de atingirmos as metas da agenda 2030.

Encerrando a mesa, Paula Fabiani, CEO do IDIS, agradeceu aos presentes e apoiadores do evento, nos lembrando da importância das ações coordenadas entre governo, terceiro setor e empresas para o combate às desigualdades. Celebrando a ousadia das iniciativas apresentadas durante a conversa,

“Primeiro precisamos convencer os outros que aquilo é possível, afirmou Fabiani.

Enfatizando que sonhar é um ato necessário para que sejamos capazes de atingir mudança social.

— A equipe IDIS agradece a participação de todes!

 

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O processo avaliativo como um percurso necessário para a maximização do impacto socioambiental positivo

Por Daniel Barretti, gerente de monitoramento e avaliação no IDIS

A crescente demanda por resultados efetivos e aprimoramento do desempenho têm impulsionado organizações a abandonarem práticas tradicionais de coleta e apresentação de dados, em favor de abordagens de avaliação de impacto mais dinâmicas e baseadas em evidências. Superar a reportologia requer uma mudança cultural e organizacional, na qual a gestão com base em evidências emerge como alternativa promissora.

Durante a 12° edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, e sob o norte temático “Da reportologia à gestão baseada em dados e evidências”, palestrantes discorreram sobre como suas organizações enxergam e têm lidado com os trabalhos de Monitoramento e Avaliação.

Para falar sobre a temática, participaram da mesa Cristiane Holanda, gerente de gestão social na Nexa Resources, Frineia Rezende, diretora executiva na The Nature Consevancy Brasil (TNC), Ionatan Gottfried, gerente de relações institucionais do RenovaBR, e Emanuelle Moraes, gerente de cidadania e sustentabilidade no Instituto Sicoob.

 

Todos os palestrantes convidados concordaram unanimemente sobre a importância da avaliação de impacto como um instrumento essencial na gestão de projetos, visando à maximização do impacto socioambiental positivo almejado, e não como uma ferramenta de cálculo numérico. “Os números não representam o resultado final, mas sim o ponto de partida”, resumiu Ionatan.

A visão está perfeitamente alinhada com o oitavo princípio do protocolo de avaliação SROI (Social Return on Investment), publicado pela organização britânica Social Value, intitulada ‘Be Responsive’ (em tradução livre, ‘Seja responsivo’). Esse princípio enfatiza a busca pelo valor social alcançado através de decisões apoiadas por relatórios de avaliação.

Cristiane entende que as áreas sociais das empresas privadas desempenham um papel de intermediação entre a criação de impacto positivo a partir das necessidades da comunidade e a tradução desses impactos para acionistas e investidores. “Ao demonstrarmos a evolução de indicadores de resultado como, por exemplo, renda e IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), passamos a ser vistos, interna e externamente, com mais valor”.

 

Quando se trata de avaliação de impacto, enfrentamos vários desafios, incluindo a dificuldade de atribuir a um projeto específico a responsabilidade por uma mudança, dado que diversas influências externas também desempenham um papel nesse processo. No entanto, para Frineia, o foco não é necessariamente medir o impacto em si, mas sim observar os resultados que nos indicam sua ocorrência.

“Não podemos ter medo de errar e nossas premissas nem sempre estão corretas”, completa.

Por fim,  como lição apreendida, fica claro que a coleta sistemática de dados e sua avaliação  representam uma possibilidade de reflexão sobre as iniciativas e projetos socioambientais. É preciso que se respeite o tempo e as condições de cada organização e, de maneira participativa, refletir sobre quais dados e evidências são verdadeiramente relevantes para maximização do impacto social gerado. Emanuelle  enfatiza o processo avaliativo como um potente espaço de diálogo. “O resultado final da avaliação não é o seu foco principal, mas sim o seu processo de execução”, finaliza.

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Contribuições para uma cultura filantrópica partir da experiência de Armínio Fraga

Por Paloma Pitre, analista de projetos no IDIS

Um dos convidados do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais foi Arminio Fraga, economista, filantropo, ex-presidente do Banco Central do Brasil e sócio fundador da Gávea investimentos. A participação dele na sessão “Em conversa com…”, que tradicionalmente traz pessoas ligadas à filantropia para uma entrevista e ocorreu no dia 14 de setembro de 2023 em São Paulo.

Sob condução de Paula Fabiani, CEO do IDIS, Armínio contou sobre as que o levaram para o caminho do investimento social, versando sobre os projetos com os quais se envolve atualmente, sendo fundador do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS).

A experiência de Armínio nos faz refletir sobre as causas capazes de motivar pessoas a se interessarem e dedicarem recursos, tempo e influência para temáticas sociais e ambientais. Assim, a trajetória pessoal do economista fomenta a discussão sobre caminhos e propostas capazes de ampliar a cultura de filantropia no Brasil, uma das missões do IDIS, que atua há mais de duas décadas nessa temática.

Dentre as motivações que levaram Armínio a adentrar no setor, ele cita que cresceu em um ambiente de defesa pelo engajamento social, no qual era estimulado a se solidarizar com as pessoas. Além disso, Armínio vem de uma família de profissionais da saúde, o que influenciou para que empenhasse esforços iniciais nesse setor.

Nesse sentido, é associado fundador do IEPS, instituto do ramo da saúde, criado antes da pandemia do coronavírus, que visa contribuir para o aprimoramento de políticas públicas para a saúde no Brasil por meio de atividades de advocacy e da realização de pesquisas científicas, fomentando, assim, a tomada de decisões baseada em evidências.

 

Nesse sentido, é associado fundador do IEPS, instituto do ramo da saúde, criado antes da pandemia do coronavírus, que visa contribuir para o aprimoramento de políticas públicas para a saúde no Brasil por meio de atividades de advocacy e da realização de pesquisas científicas, fomentando, assim, a tomada de decisões baseada em evidências.

Ao tratar da experiência do IEPS, Armínio abordou sobre o terceiro setor ser um espaço para se testar modelos que visem solucionar questões sociais e ambientais e, oferecendo bons resultados, podem ter essas soluções escaladas a nível de políticas públicas.

Com proposta semelhante ao IEPS, Armínio também é fundador do IMDS, organização que busca delinear, testar, propor, divulgar e acompanhar, políticas públicas que tenham como enfoque um impacto positivo no campo da mobilidade social, tema de extrema relevância  nacional considerando as desigualdades preexistentes no Brasil.

Por fim, o ex-presidente do Banco Central também contou da sua experiência como membro do conselho da , empresa que compra pastos degradados, realiza a restauração ecológica e quando há a formação de florestas, realiza a  comercialização do crédito de carbono gerado e transforma essas terras em reservas.

Para além dos impactos ambientais, as atividades também geram resultados sociais positivos, já que há um trabalho de atuação conjunta com as comunidades tradicionais presentes nos territórios tanto para a compra de terras de pequenos proprietários como também de geração de trabalho e renda, dentre outras ações. Isso nos leva a refletir sobre outro aspecto tratado por Arminio que é quanto a indissociabilidade do social e do ambiental quando tratamos de sustentabilidade coorporativa no campo social, ambiental e de governança (ESG).

As experiências e motivações de Arminio mostram possíveis caminhos por quem quer iniciar a jornada na filantropia ou mesmo intensificá-la. Sua experiência sinaliza que há uma diversidade de causas nas quais é possível se envolver, havendo a possibilidade de o investidor social encontrar qual melhor dialoga com seus valores, crenças pessoais e trajetória de vida. Ademais, há diferentes graus de engajamento, é possível ser fundador, apenas investidor ou mesmo unir esforços nos trabalhos da organização em questão.

Assista à sessão na íntegra:

O papel da filantropia familiar no enfrentamento de causas invisibilizadas

Por Isadora Pagy, analista de projetos do IDIS

Quando falamos de filantropia é comum pensarmos que se tratam de doações realizadas para causas como educação, saúde e combate à fome. A primeira imagem que nos vem à cabeça muitas vezes é a de crianças em situação de vulnerabilidade que precisam de ajuda. Não à toa que a causa infantil foi a que mais recebeu doações em 2022, representando 46% das doações realizadas no último ano, segundo a Pesquisa Doação Brasil 2022, coordenada pelo IDIS.

Apesar da grande importância e urgência de tais temas, outros acabam ganhando menos destaque, se tornando causas invisibilizadas, o que faz com que seja necessário termos ousadia para dar visibilidade e passar a priorizar esses temas, territórios e organizações. Ainda mais quando falamos de filantropia familiar, que tem se tornado cada vez mais estratégica, indo além de ações pontuais ou assistencialistas, tendo um grande potencial de transformação.

Tal ousadia foi o tema transversal do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2023, que aconteceu no dia 14 de setembro. Nele, foi realizada uma sessão para falar justamente sobre Filantropia familiar e o enfrentamento de causas invisibilizadas¸ contando com a presença de Ilana Minev, presidente do Conselho de Administração da Bemol, Luciana Temer, Diretora Presidente do Instituto Liberta e conselheira do Movimento Bem Maior, Philippine Vernes, Gerente Sênior de Parcerias Internacionais na CAF e, como moderador, Luciano Cerqueira, Coordenador de Projetos da Samambaia Filantropias.

Durante a conversa, Luciana Temer, que trabalha para dar visibilidade ao combate da violência sexual infantil como diretora no Instituto Liberta, comenta como muitos investidores e empresas não têm interesse em investir nesta causa por considerarem “um tema feio”, ou seja, não querem associar sua marca com a causa. Levantando também uma discussão sobre social washing e a realização de investimentos apenas em assuntos que estão “na moda”, visando a valorização da marca aos olhos do consumidor e de potenciais investidores.

Temer compara o tema com o combate à violência contra a mulher, que também não era falado, porque era considerado um assunto que deveria ser tratado dentro de casa, como o ditado que diz “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. Ela ressalta que esse pensamento deve ser combatido, e que a violência sexual infantil, assim como a violência contra a mulher, “é intrafamiliar, é silenciada, está em todas as classes sociais”.

Apesar da importância, as causas invisibilizadas são consideradas residuais e não estruturantes. Justificativa utilizada mais uma vez para não olhar com seriedade e estratégia para tais temas. O que cria um grau de dificuldade maior de engajar parceiros, sendo necessária ousadia para endereçar tais questões socioambientais.

Além da causa de Luciana Temer, ainda há outras tão invisibilizadas quanto. Ilana Minev atua com a causa socioambiental na região da Amazônia e conta sobre as adversidades e peculiaridades de se trabalhar nesta região. Ela comenta que “quando você faz sozinho, você tem uma limitação de recurso, de tempo e de engajamento”, reforçando a importância de se trabalhar de forma colaborativa, um dos pilares para sua atuação, cooperando com outras organizações que também atuam na região.

Minev ressalta outra característica específica do território, de que “a maioria das pessoas têm um olhar de helicóptero [para a Amazônia]. Olha pela copa da árvore e vê tudo verde e vê rios. Mas é necessário descer e abaixar nas raízes e olhar essas 25 milhões de pessoas que moram e que buscam prosperidade”. Falando da potência que a região traz e da importância de se trabalhar de forma aprofundada, combatendo de novo o social washing.

Quando falamos de território, Luciano Cerqueira ressalta outro obstáculo que enfrentamos no passado, que foi da visão dos financiadores e organizações internacionais para com o Brasil como um todo, não apenas em relação à Amazônia. Ele comenta como o Brasil era visto como um país rico e desigual, que possuía riqueza para financiar causas sociais, o que causou a saída de grandes financiadores internacionais, em 2004. Luciano fala como esse movimento mudou e como as organizações internacionais passaram a enxergar novas possibilidades de parceria com o Brasil, trazendo uma boa perspectiva para organizações brasileiras.

Apesar das dificuldades levantadas, existem oportunidades para a filantropia familiar se tornar cada vez mais estratégica. Philippine Vernes, representante da CAF, organização britânica centenária de filantropia, comenta sobre a questão intergeracional, a transferência de riqueza para as próximas gerações, que abre portas para novas temáticas, formas de doar e de fortalecer o terceiro setor.

Assim, é preciso focar em um fortalecimento institucional das organizações, olhando para a governança, mobilização de recursos. De forma que o investimento social privado seja potente, duradouro, colaborativo e que contribua para as diversas causas sociais e territórios do país, trazendo visibilidade para todas e todos.

Confira a sessão completa:

“Onè”, Filantropos, “Respè”, com ousadia, foi a chamada da mesa de abertura do Fórum IDIS 2023

Por Rafaela Antoniazzi, Gerente de Projetos no IDIS

Na última quinta-feira, 14 de setembro, o IDIS realizou mais uma edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. Destacando o tema “ousadia”, o evento foi realizado em São Paulo e contou com a participação de representantes de variados setores do Brasil e do mundo, focados em discutir como podemos evoluir o Investimento Social Privado brasileiro. Além do evento presencial, a programação foi transmitida ao vivo, alcançando cerca de 1.900 pessoas pelo país ao longo do dia.

A primeira mesa esquentou as discussões já abordando a temática geral do evento “Ousadia: elemento transversal para ações transformadoras, diversas e inclusivas” e contou com integrantes de peso: Eduardo Saron, Presidente da Fundação Itaú, Geyze Diniz, Cofundadora do Pacto Contra a Fome, Guerda Nicolas, Cofundadora do Ayiti Community Trust, e Rodrigo Pipponzi, Presidente do Conselho do Grupo MOL e moderador da mesa.

Observa-se que o setor social, especialmente após a pandemia da Covid-19, está vibrante e mais atuante do que nunca. Contudo, ainda que já existam numerosas intervenções sociais bem-sucedidas, a magnitude e gravidade dos problemas atuais não exigem de nós mais ousadia nas nossas ações?

Buscando abrir discussões acerca desses questionamentos, a mesa de abertura do Fórum apresentou provocações de quem não está na zona de conforto e tem ousado na Filantropia.

O que é afinal ousadia? Em sua fala inicial, o moderador Rodrigo Pipponzi destacou que:

“Talvez ousadia esteja em um lugar de fazermos mais e pensar um pouco menos, com responsabilidade, claro, mas priorizar mais a prática e a experiência para buscar a inovação que precisamos no campo.”

 

E foi isso que os palestrantes trouxeram com seus exemplos.

Por sua vez, Geyze Diniz apresentou o Pacto contra Fome, lançado no ano passado e cocriado por ela e mais 40 pessoas.

 

“Foi pelo inconformismo de sermos um país rico, que produz alimentos, que exporta alimentos, que tem o insumo, mas, ao mesmo tempo, a gente tem 33 milhões de brasileiros que passam fome todos os dias e, ainda por cima, a gente desperdiça 8 vezes o que seria suficiente para alimentar esta população.”

Sem dúvida uma iniciativa ousada a de Geyze e de seus colegas, que têm a meta de eliminar a fome no país até 2030 e garantir boa alimentação a todos até 2040. O Pacto Contra Fome procurou se diferenciar de outras organizações ao promover sinergias entre iniciativas do terceiro setor, do setor privado e do setor público. Hoje, em parceria com a UNESCO e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Pacto Contra Fome premia iniciativas para dar visibilidade a projetos já em curso.

Já Eduardo Saron, da Fundação Itaú, destacou ser necessário olhar para a nossa realidade e nossos dados.

“Por exemplo, todos os dias, um ‘Canadá’ de alunos vai às escolas públicas brasileiras. São 35 milhões de crianças lá do ensino infantil até o ensino médio que frequenta escolas públicas. ‘Um Mato Grosso’ de professores recebe esses alunos. Esses números são fantásticos e muito poderosos”.

No entanto, o Brasil apresenta baixos índices de qualidade educacional e caminha lentamente para reverter esse quadro. É urgente, então, que adotemos medidas diferenciadas e transformadoras. Por isso, ousadia é crucial.

Vinda diretamente do Haiti, Guerda Nicolas cativou a plateia explicando que, ao se encontrarem, é costume que as pessoas no Haiti digam “Onè” para que o outro responda “Respè”; sendo este um cumprimento que significa honra e respeito. É justamente com honra e respeito que o Ayiti Comunity Trust (ACT) tem sido uma força de transformação e é pioneiro ao alavancar e empoderar as pessoas locais. O ACT promove um modelo de financiamento permanente, facilitando planejamentos de longo prazo e, portanto, se distinguindo de outras organizações tradicionais no país. Mais importante, o ACT procura promover o potencial das comunidades haitianas, dando voz aos locais e desenvolvendo uma cultura de posse e de orgulho, permitindo a elas traçarem seus próprios caminhos e se apropriarem de suas narrativas:

 

“O ACT acredita que nós podemos criar nossas próprias ideias, e isso não é ousado? (…) Estamos criando uma confiança entre as comunidades. É uma confiança de que as nações negras podem liderar, e que os indivíduos podem confiar num indivíduo negro com milhões de dólares e acreditar que nós realmente podemos entregar algo”.

 

Em comum, os três participantes da mesa destacaram a importância de ouvir a todos, considerando e respeitando os vários tipos de saberes e olhando para a potência dos territórios. É crucial promover um modelo de gestão participativo, priorizando a sinergia entre os diversos indivíduos e setores. Ousado é pautar temas críticos relacionados à educação e fome, por exemplo, como um problema de todos, sem jamais perder esperança de que eles podem ser solucionados e, acima de tudo, ousar é confiar nas forças locais, trazendo-as para o centro de suas próprias decisões.

Quer saber mais? Assista à sessão completa:

Juntos pela Saúde participa de Congresso sobre saúde pública nas regiões Norte e Nordeste do Brasil

Entre os dias 4 e 6 de setembro de 2023, Luiza Saraiva, gestora do Programa Juntos pela Saúde (iniciativa do BNDES, gerida pelo IDIS), participou da 9⁰ edição do Congresso Norte Nordeste de Secretarias Municipais de Saúde, considerado um dos maiores eventos regionais da Saúde Pública realizados no Brasil.

Neste ano, o encontro ocorreu na cidade de Salvador (BA), no Centro de Convenções da capital baiana e teve como tema “As especificidades do Norte e Nordeste na Regionalização do SUS”. Estiveram presentes gestores, trabalhadoras e trabalhadores de Saúde e profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde de 2244 municípios dessas duas regiões do país.

Por ter como principal objetivo fortalecer o SUS no Norte e no Nordeste, o Juntos pela Saúde participou do encontro com vistas a compreender de forma mais profunda e detalhada o cenário da saúde nesta parte do país. “Foi muito importante para entender o cenário numa perspectiva mais ampla, já que pudemos ouvir secretários municipais, além de representantes do próprio Ministério da Saúde”, afirmou Luiza Saraiva. Para ela, ficou evidente que nessas regiões, mais do que em qualquer outra do Brasil, o SUS é essencial e garantir o seu bom funcionamento é urgente e muito significativo para as populações locais. 

 

Há, porém, muitos desafios a serem superados, alguns, bastante primários, como o acesso à internet, que é restrito nessa porção do Brasil – principalmente no Norte — e que dificulta o avanço da telemedicina. “Falamos muito em telesaúde, mas precisamos dar um passo para trás e pensar como estruturar uma rede que seja capaz de garantir a Saúde Digital para essas populações”, comenta Saraiva.

Investir em tecnologia para integrar dados de saúde das 3 instâncias – Federal, Estadual e Municipal – também foi destaque no Congresso. O avanço neste campo é de suma importância, pois permite uma gestão mais eficaz do SUS e um poder de impacto mais efetivo e transformador. 

Somar esforços para atender essas duas regiões do país é um chamado fundamental. Por isso, estar no Congresso foi não apenas importante para entender as complexidades a serem tratadas, mas também para estabelecer diálogos com secretários de saúde estaduais, entender as demandas e as ações já implementadas em cada região e apresentar o Juntos pela Saúde como um meio para potencializar esforços em prol de um SUS ágil e funcional no N e NE do Brasil.