Reportagem do Valor Econômico destaca impacto de cortes dos EUA em ONGs brasileiras e traz análise de Paula Fabiani

Em matéria publicada no jornal Valor Econômico, foram abordados os efeitos dos cortes orçamentários promovidos pelo governo dos Estados Unidos em repasses internacionais destinados a projetos humanitários. A redução já afeta diretamente operações no Brasil, como as do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), que perdeu metade de seu orçamento para atuação no país.

A reportagem ouviu especialistas e representantes do terceiro setor, entre eles Paula Fabiani, CEO do IDIS. Ela comentou os reflexos da medida no ambiente filantrópico brasileiro e destacou a insegurança vivida por instituições financiadas por fundações norte-americanas.  Paula também ressaltou a necessidade de fortalecer a captação local de recursos e reduzir a dependência de financiamentos externos.

Leia a matéria na íntegra no site do Valor Econômico aqui.

Encontro de Lideranças do Transformando Territórios fortalece conexão de fundações e institutos comunitários no Brasil

Iniciativa de impacto do IDIS em parceria com a C.S Mott Foundation, o Transformando Territórios (TT) realizou mais um encontro de lideranças comunitárias de organizações participantes deste programa em março. Entre os dias 24 e 26, os líderes de 15 Fundações e Institutos Comunitários (FICs) de 10 estados do Brasil estiveram reunidos em Valinhos, na sede da FEAV – Fórum de Entidades Assistenciais de Valinhos.

O compartilhamento de conhecimento e o apoio técnico para as FICs são diretrizes norteadoras do Programa. Com uma trilha focada em promover a articulação, a governança e a sustentabilidade das FICs, o evento foi um momento de troca e aprendizados para incentivar ações colaborativas que gerem impacto social duradouro nos territórios onde as organizações atuam.

“Poder participar de mais um encontro de lideranças do Transformando Territórios e observar toda evolução que tivemos com as organizações ao longo desses anos é gratificante. Acreditamos fortemente que o desenvolvimento das FICs é um componente crucial para o crescimento da filantropia no Brasil.”, comenta Paula Fabiani, CEO do IDIS.

Representantes das organizações participantes do Programa

As FICs desempenham um papel essencial no desenvolvimento local, justamente por terem um foco geográfico delimitado, como bairros, municípios ou regiões específicas, apoiando outras organizações sem fins lucrativos e iniciativas de um território. Esse modelo de atuação contribui para a redução das desigualdades sociais, promove o desenvolvimento sustentável, fortalece o tecido social, incentiva a participação cidadã e atua como agentes de transformação, impulsionando soluções inovadoras para desafios locais.

 

Compartilhando saberes

Dando início à programação, as lideranças participaram de um momento de boas-vindas no primeiro dia do Encontro. A abertura foi marcada por dinâmicas interativas entre o grupo, promovendo a conexão entre os participantes e o início da experiencia imersiva no evento.

A partir disso, o segundo dia da programação começou com um debate sobre a consolidação da identidade coletiva do grupo, de que modo as organizações se enxergam e como podem ampliar as conexões. Logo em seguida foi realizado uma oficina com foco na comunicação como mobilizadora de recursos, para explorar estratégias de visibilidade e captação de recursos. Esse momento também contou com uma apresentação do Compromisso 1%, iniciativa do IDIS e Instituto MOL para incentivar a filantropia corporativa no Brasil.

O último dia de atividades foi focado na consolidação da programação anterior e na troca de saberes entre as organizações sobre o diagnostico territorial e estratégias para emergências. Um dos destaques foi uma roda de conversa com a participação especial de Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Rafaella Santos e Thainara Martins, ambas do Movimento Bem Maior, apoiador do programa.

O encerramento do evento também foi marcado pela homenagem realizada por Eliane Macari para IDIS, homenageado no quadro de honra da sede da FEAV que contou com colaboração do IDIS na categoria Diamante para a reforma do casarão que havia sido doado a instituição pela FEAC. Eliane agradeceu o apoio da instituição e reforçou a importância do Transformando Territórios para ampliação do impacto social no Brasil.

“O IDIS nos reconhece como um case de sucesso, o que nos honra imensamente. Receber essas lideranças nos proporciona uma rica troca de experiências, ampliando nosso conhecimento e fortalecendo nossas iniciativas”, comenta Eliane Macari, presidente da FEAV.

 

SOBRE O TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

Saiba mais sobre o programa e os participantes em www.transformandoterritorios.org.br

 

 

O que é um fundo patrimonial (endowments)?

Fundo patrimonial, em inglês endowment, consiste na reunião de um patrimônio que deve servir de fonte de recursos previsíveis e perenes no tempo para uma causa altruísta eleita. Um endowment existe para dar perenidade à causa, proteger um determinado patrimônio dos riscos usuais de uma atividade operacional e, em especial, da utilização ineficiente ou desorganizada dos recursos.

Em se tratando de uma causa altruísta, o endowment deve ser de titularidade ou vinculado a uma pessoa jurídica sem fins lucrativos – universidades, museus, teatros, orquestras, hospitais – como um dos meios para garantir sua sustentabilidade  econômica de longo prazo e sua perenização.

O capital que compõe esses fundos é proveniente de doações de pessoas físicas, pessoas jurídicas, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, heranças e legados com o objetivo de perpetuar uma causa, deixar um legado permanente, eternizar valores, por vezes familiares, perante a sociedade.

 

Como funcionam?

A maioria dos endowments nasce com a obrigação de preservar perpetuamente o valor doado, para que este gere rendimentos como forma de garantir a sustentabilidade financeira da organização no longo prazo ou por um período de tempo pré-definido.

Fundos_Patrimoniais_fiscal

O fundo patrimonial deve ser separado contabilmente do patrimônio operacional da instituição, para facilitar a visualização da manutenção de seu poder aquisitivo e a não utilização para outros fins, podendo inclusive constituir uma personalidade jurídica separada da organização beneficiária.

O valor dos rendimentos é utilizado no custeio de despesas operacionais, manutenção das atividades, projetos específicos ou outro fim específico da instituição, mantendo intacto o investimento inicial no longo prazo. Tais fundos devem possuir regras claras para o uso e aplicação dos recursos, visando a perpetuidade da ação filantrópica, exigindo um modelo de gestão de investimentos e uma governança adequada.

Em suma, os fundos patrimoniais garantem ao doador que

    • o dinheiro será
      aplicado na causa escolhida por ele,
    • o uso do dinheiro será regido por
      normas rígidas e transparentes e
    • o dinheiro irá durar o tempo que o investidor definir (IDIS, 2016a).

 

Segundo Sotto-Maior (2011), é importante ressaltar que os fundos patrimoniais não são fundos de investimento, já que esses últimos são instrumentos que investidores usam em busca de retorno financeiro, diferentemente dos endowments, que visam à perenidade de uma organização e sua viabilidade financeira, com interesse coletivo.

Entretanto, é importante mencionar que os recursos dos endowments podem ser investidos em fundos de investimento na busca de rentabilização.

Além disso, Fabiani, Kisil e Alvarez (2013, p. 18) explicam que fundos patrimoniais também não são fundos de reserva, “que são recursos que uma organização separa de suas contas operacionais para eventuais contingências, mas não geram rendimentos suficientes para serem considerados um fundo patrimonial”.

Os fundos patrimoniais funcionam como no diagrama a seguir:

 

Por que criá-los?

Os endowments são criados para gerar rendimentos destinados a organizações da sociedade civil, universidades e instituições culturais, com o objetivo de proporcionar uma menor dependência dessas organizações de recursos públicos e novas doações, gerando maior estabilidade e condições para planejamento de longo prazo, permitindo que ampliem suas atividades em proporções e qualidade antes fora de seu alcance.

São diversas as motivações que podem levar à criação de um fundo patrimonial:

        • Perpetuar uma causa;
        •  Interesse do doador em perpetuar valores em sua família e na sociedade;
        •  Determinar um fim específico para os recursos;
        •  Estabilidade operacional no longo prazo;
        •  Independência;
        •  Profissionalização da governança e da operação;
        •  Margem para a excelência;
        •  Reduzir a perda de foco com captação

Fonte: Fabiani, Kisil e Alvarez (2013)

 

Fundos patrimoniais provêm maior estabilidade e independência financeira, facilitando a busca da excelência em organizações sem fins lucrativos. Dessa forma, as principais razões que levam alguém a doar para um endowment são: sua vontade em perpetuar uma causa ou um legado social, assegurar que seu patrimônio não será gasto rapidamente, mas irá sustentar as atividades da organização por um longo período de tempo, determinar um fim específico para os recursos, evitar a perda de foco com o esforço da captação.

Por meio da criação de um fundo patrimonial, um doador pode perenizar o apoio a uma causa, eternizando a ligação de seu nome à mesma e ao apoio à filantropia de seu país. Dessa forma, o doador deixa um importante legado para a sociedade. Além disso, fundos patrimoniais e organizações sociais são estabelecidos, em grande parte, devido a um fator de ordem emocional, com a perda de um ente familiar ou uma doença na família. Isso leva o doador a disponibilizar recursos para uma organização ou causa específica.

 

O investimento social de uma família, com o falecimento do doador, pode ser descontinuado pelas novas gerações. Herdeiros podem ter interesses diferentes ou não ter interesse em realizar ações filantrópicas. A criação de um fundo patrimonial proporciona ao doador a possibilidade de especificar tipos de projetos e causas a serem apoiados, garantindo o destino dos recursos do fundo estabelecido mesmo após seu falecimento. Ao doar para um fundo patrimonial estabelecido, o doador tem mais segurança de que seus recursos terão um destino de sustentabilidade perene e de que o valor doado não será desperdiçado ou dispendido em necessidades momentânea.

 

Uma organização que depende de um doador ou de um grupo de doadores pode perder a independência operacional para garantir a continuidade do apoio financeiro. Um fundo patrimonial promove a independência de atuação a uma organização, evitando que mesmo interesses dos doadores se sobreponham à missão da mesma.

 

A excelência é considerada um valor por muitas organizações, assim como um objetivo a ser perseguido. Entretanto, buscar a excelência requer recursos financeiros e, para uma organização sem fins lucrativos, o mantra costuma ser gastar o mínimo possível para evitar problemas futuros. Possuir uma fonte permanente de recursos permite o investimento na criação de processos que podem elevar a eficácia e a eficiência da organização, conduzindo-a à excelência.

 

Captar para a gestão e administração de uma organização do terceiro setor é um grande desafio, em particular no Brasil, onde a cultura de doação e os incentivos fiscais são direcionados apenas para projetos.

 

Em geral, o diretor executivo de uma organização dedica grande parte de seu tempo à captação, o que significa tempo e capital humano não focados na causa e no objetivo da organização. Possuir um fundo patrimonial que garanta a totalidade ou parte dos recursos necessários para a organização é um suporte para a manutenção de seu foco em sua missão social.

 

A existência de um fundo patrimonial garante a sustentabilidade de longo prazo, especialmente para as instituições cujos propósitos requerem projetos de prazos extensos para apresentar resultados.

 

Além disso, a existência de um fundo patrimonial bem gerido denota compromisso com a causa, solidez e confiabilidade. São aspectos que transmitem tranquilidade e segurança e que são facilmente percebidos por parceiros, beneficiários e funcionários. Trazem, ainda, estabilidade à organização, e permitem à equipe dedicar sua capacidade criativa para o desenvolvimento dos seus programas

 

Material extraído do GUIA 1 | Conceitos e benefícios dos Endowments como mecanismo de financiamento à cultura. Baixe aqui.

 

Mais sobre fundos patrimoniais

Acesse mais conteúdos nesta temática produzido pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, clique aqui.

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#Conhecimento: Fundos Patrimoniais (Endowments)

Confira nossos conteúdos relacionados a Fundos Patrimoniais (ou endowments).

Acesse o site da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, uma coalizão formada por organizações e pessoas que apoiam a criação de Fundos Patrimoniais Filantrópicos no Brasil, organizada pelo IDIS com apoio jurídico da PLKC Advogados.

Monitor de fundos patrimoniais no brasil

Publicações

Fundos filantrópicos: o que são, tipos e como diferenciá-los

O que é um fundo patrimonial?

Artigos e notas técnicas

Artigo: A profissionalização da gestão financeira de endowments: perspectivas para a perenidade institucional

Artigo: Dilema de horizontes – curto versus longo prazo na gestão de fundos patrimoniais

Artigo: Testamento Solidário – um caminho estratégico para o fortalecimento dos fundos patrimoniais no Brasil

Prefácio Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2023

Artigo: Melhores práticas para se medir o sucesso de um fundo patrimonial

Artigo: O impacto na governança a partir da doação de um legado: Entenda como a criação do fundo patrimonial pode impulsionar mudanças estratégicas em organizações da sociedade civil como a ASA

Artigo: Gestão Sustentável de Fundos Patrimoniais: A Fundação Bradesco como referência no Brasil, transformando pela educação

Artigo: A diversidade na governança de fundos patrimoniais

Artigo: O papel do gestor de investimento

Artigo: Fundo de Fomento à Filantropia: pedra fundamental do legado do IDIS para o Brasil

Artigo: Fundos Patrimoniais e o almoço grátis

Artigo: Não existe longo prazo sem Sustentabilidade

Artigo: Governança: elemento-chave para a gestão de Fundos Patrimoniais

Artigo: Uma nova fronteira para os endowments brasileiros

Artigo: Perspectivas para os Fundos Patrimoniais no Brasil

Artigo: O cenário macroeconômico em 2022 e as implicações para gestores de fundos patrimoniais

Nota técnica: Fundos Patrimoniais Filantrópicos

Artigo: Fortalecimento dos Fundos Patrimoniais | Valor Econômico

Artigo: Posicionamento da Receita Federal traz desestímulo para fundos patrimoniais

Artigo: Cultura em chamas: o que aprendemos três anos após o incêndio do Museu Nacional

Artigo: Fundos patrimoniais: desafios e benefícios da Lei 13.800/19

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Advocacy Fundos Patrimoniais: Coalizão pelos Fundos Filantrópicos 

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IDIS, FEAC e FEAV participam de conferência com lideranças comunitárias globais no Inglaterra

Por Rosana Ferraiuolo, gerente de projetos do IDIS

Promovido pela UK Community Foundations (UKCF), o encontro “Foundations for the Future – Investing in Communities” reuniu organizações participantes do programa Transformando Territórios com institutos e fundações comunitárias de diversos países.

 

As Fundações e Institutos Comunitários, conhecidos no Brasil como ‘FICs’, possuem um enorme potencial para impulsionar o desenvolvimento do território onde atuam, fortalecendo as comunidades locais onde estão inseridas de forma sistêmica, legítima e perene. 

Este foi o mote da Conferência da UK Community Foundations (UKCF), organização que reúne as fundações comunitárias do Reino Unido, que aconteceu entre os dias 8 e 10 de outubro deste ano, com mais de 300 representantes e líderes comunitários regionais e de diversos países. A temática sobre o futuro do investimento comunitário filantrópico e o seu papel na construção de comunidades resilientes, inclusivas e sustentáveis permeou as sessões realizadas nestes dias.

Para representar o Brasil e o Transformando Territórios, membros do programa foram até Harrogate, na Inglaterra. Estiveram presentes Eliane Macari, presidente da FEAV – Fórum das Entidades Assistenciais de Valinhos, Jair Resende, superintendente socioeducativo na Fundação FEAC, e Rosana Ferraiuolo, gerente do IDIS e do Programa Transformando Territórios.

 

Da esquerda para a direita: Jair Resende, Rosana Ferraiuolo e Eliane Macari.

A FEAV e a Fundação FEAC são integrantes do Programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation. A iniciativa surgiu para fomentar a criação e fortalecimento das FICs no Brasil com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

 

Participar da Conferência valeu a pena, sem dúvida! É o real e verdadeiro conceito e aplicação de território e fundação comunitária. Percebe-se que as Fundações Comunitárias do Reino Unido são organizadas para tal, seja pequeno, rural ou grande” , Eliane Macari, presidente da FEAV. 

 

Um olhar para o futuro da filantropia comunitária

Durante os três dias de evento, especialistas de filantropia comunitária de todo mundo estiveram reunidos para se aprofundar em temas como filantropia estratégica, inovação social, justiça climática e ambiental, colaboração de jovens, justiça social, inteligência artificial e outros temas pertinentes a discussão central, que tinha como tema ‘Fundações para o futuro: Investindo em Comunidades’.

“Tivemos a oportunidade de ver muitos temas sendo discutidos, coisas que aqui a gente nem está pensando. Uma das coisas que me deixou bem impressionado foi a utilização da inteligência artificial como uma ferramenta facilitadora na tomada de decisão, sistematização de documentos, indicadores, e assim por diante”, Jair Resende, superintendente socioeducativo na Fundação FEAC. 

A programação, que incentivou as trocas de experiências entre os participantes, proporcionou uma valiosa oportunidade para refletir sobre desafios e oportunidades comuns e se inspirar no trabalho uns dos outros. A integração entre os líderes comunitários presentes proporcionou também um intercâmbio de conhecimento entre membros de países como Reino Unido, África, Romênia, Sérvia, Alemanha, Argentina, entre outros. 

Essa abordagem destaca aspectos fundamentais do desenvolvimento coletivo em rede e do fortalecimento das relações com as comunidades, como a importância dos insights coletivos e a construção de uma relação de confiança e escuta.

 

“Representar o Programa Transformando Territórios nesta conferência foi fundamental para fortalecer nossa conexão com as Fundações Comunitárias de diversos países. Compartilhar a experiência do Brasil e aprender diretamente sobre suas práticas e inspirações, tanto nas sessões quanto nas conversas individuais e coletivas, foi uma oportunidade enriquecedora que nos trouxe inspiração para o desenvolvimento das FICs no Brasil”, Rosana Ferraioulo, gerente do Transformando Territórios.

 

 

SOBRE O TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

Saiba mais sobre o programa e os participantes em www.transformandoterritorios.org.br

Lideranças comunitárias do Transformando Territórios se reúnem em São Paulo

Por Carla Irrazabal, estagiária do IDIS, e Rosana Ferraiuolo, gerente de projetos do IDIS

Iniciativa de impacto do IDIS em parceria com a C.S Mott Foundation, o Transformando Territórios (TT) realizou o seu terceiro encontro anual em setembro. O Encontro, realizado entre os dias 3 a 5 de setembro de 2024, reuniu cerca de 40 pessoas, incluindo representantes de 15 Fundações e Institutos Comunitários (FICs) participantes do programa, além de convidados e parceiros.

Representantes dos participantes do programa Transformando Territórios  Foto: André Porto

 

Dando início à programação, os participantes puderam, em uma roda de conversa no escritório do IDIS para promover o compartilhamento de experiências entre os territórios, a Kenya Community Development Foundation (KCDF) e a Fundação Tide Setúbal. O grupo também participou do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais. E por fim, no terceiro dia, foram realizadas atividades relacionadas de planejamento, proporcionando às FICs a oportunidade de reconhecer potencialidades internas e externas ao considerar o contexto territorial e a fase atual de cada uma. A partir disso puderam identificar desafios e pensar em ações estratégicas em grupo para o desenvolvimento, utilizando a participação no Programa TT como referência para seu impulsionamento.

“A troca de experiências com outros participantes permitiu um aprendizado valioso, principalmente no que diz respeito à implementação de estratégias de filantropia comunitária e à promoção de uma cultura de doação.”, explica um participante em uma avaliação anônima.

 

Aprendendo com os pares 

O último dia de atividades teve início com uma fala de abertura de Paula Fabiani, CEO do IDIS. Ela congratulou a atuação das FICs no fortalecimento das relações com filantropos locais destacando a iniciativa do Manifesto das Fundações e Institutos Comunitários sobre o Compromisso 1%, que foi entregue pelas FICs durante o Fórum. Paula também ressaltou a importância da interlocução do trabalho do TT com outros projetos do IDIS.

“Acreditamos fortemente que o desenvolvimento das FICs é um componente crucial para o crescimento da filantropia no Brasil. E mais do que isso, acreditamos no potencial brasileiro de desenvolvimento comunitário”, ela afirmou.

Representantes das FICs no Fórum junto a Paula Fabiani e Rodrigo Pipponzi, do Instituto MOL

Em seguida, a equipe do programa apresentou o novo ciclo de trabalho, com o objetivo de ‘fortalecer, promover e apoiar o desenvolvimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil’. Quatro pilares sustentam essa jornada: promover o desenvolvimento dessas organizações, criar um ambiente favorável para as FICs, expandir o conhecimento e engajar a sociedade civil com as FICs, e aumentar o número de apoiadores nacionais e locais.

Esse momento gerou uma grande interação com as lideranças, que trouxeram um olhar atento e um protagonismo essencial para potencializar a atuação do programa. Foi notável o desejo de implementar as novidades propostas para o ciclo e a vontade de realizar ações articuladas como grupo.

“Um dos aspectos positivos deste encontro é o foco no protagonismo das comunidades locais, que se organizam para identificar e solucionar suas próprias necessidades. Outro ponto positivo é a diversidade das organizações participantes, que compartilham conhecimentos, métodos e desafios distintos de acordo com seus contextos locais. A interação entre os líderes comunitários estimula a criação de soluções inovadoras e fortalece o papel das organizações sociais.” , mencionou um dos representantes das FICs.

 

Fundos emergenciais: uma estratégia eficaz

Ao final do último dia, parceiros e convidados se juntaram ao grupo para participar da mesa redonda ‘Fundos Emergenciais – abordagens, tendências e a importância das FICs’. O painel trouxe discussões sobre o conceito, perspectivas, práticas e o papel único das FICs no contexto das situações emergenciais, contando com a mediação de Felipe Groba, gerente de projetos do IDIS e com os painelistas Eduardo Cetlin, diretor da Associação Nossa Cidade de Belo Horizonte; João Morais, Coordenador de Investimento Social e do BISC – Benchmarking do Investimento Social Corporativo na Comunitas; Julia Wildner, coordenadora de programas do ICOM de Florianópolis e Karine Ruy, coordenadora geral da Fundação Gerações do Rio Grande do Sul.

A partir de uma análise teórica, Felipe introduziu aspectos importantes para a discussão, explicando que desastres lentos desenvolvem-se gradualmente, muitos serão agravados pelas mudanças climáticas e ocorrerão em regiões afastadas dos grandes centros econômicos. As emergências invisíveis são subnotificadas e não geram mobilização, mas, por outro lado, algumas emergências são duradouras e consequências de longuíssimo prazo de negligência, como em casos recentes.

O moderador destacou que as FICs são atores estratégicos pois possuem conhecimento do território, de suas demandas sociais e das organizações sociais locais, possuem governança sólida e legítima, são multicausais, realizam interlocução com entes privados, públicos e da sociedade civil e possuem visão de longo prazo, foco e perenidade.

Da esquerda para a direita: Felipe Groba, Karine Ruy, Eduardo Cetlin, João Morais e Júlia Wildner. Foto: Andre Porto/IDIS

João Morais compartilhou os principais resultados da pesquisa BISC sobre a atuação empresarial na agenda climática e em situações de desastre, trazendo as experiências das empresas da Rede BISC. Em seguida, as FICs apresentaram diferentes experiências relacionadas a criação de fundos emergenciais e operacionalização das ações em situações de desastre.

O ICOM, representado por Julia Wildner, pioneiro em fundos emergenciais no Brasil, compartilhou sua experiência com o Fundo Emergencial Chuvas, que serviu de exemplo para outras situações emergenciais, como a pandemia da Covid-19. Eduardo Cetlin, representando a Associação Nossa Cidade, contribuiu com a experiência do Fundo Regenerativo de Brumadinho e o processo de governança utilizado nesse caso de forma mais participativa e descentralizada. Por fim, Karine Ruy, da Fundação Gerações, comentou sobre a recente experiência com o desastre ambiental causado pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, abordando os desafios de captação e direcionamento de recursos em momentos críticos.

Foto: André Porto/IDIS

Todos esses exemplos demonstraram a importância de atuar de forma sistêmica, estratégica e preventiva para “estar pronto” para os desafios impostos em situações emergenciais e de desastre. O grupo concluiu que a comunidade local possui conhecimentos valiosos sobre áreas de risco e situações extremas em seu próprio território, além de uma capacidade de mapear necessidades com rapidez e eficiência.

Um guia prático a partir de exemplos de quem já transforma territórios

Fechando a programação intensa de três dias, foi lançado o Guia ‘Como criar uma Fundação ou um Instituto Comunitário: um guia prático a partir de exemplos de quem transforma territórios’, fruto da sistematização dos quatro anos de experiência na condução do programa no IDIS em parceria com a Mott Foundation. O Guia apresenta orientações para promover, fortalecer e desenvolver o modelo de Fundações e Institutos Comunitários (FIC) no Brasil, abordando aspectos legais e estruturais de uma FIC até as melhores práticas para desenvolver a comunidade local, desenvolver parcerias e garantir a sustentabilidade da organização a longo prazo. Esta publicação contribui para reafirmar o conceito das FICs e fortalecê-lo, impactando o setor social de forma ampla e consolidada.

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Apesar das FICs serem únicas, a sistematização das experiências com elas é uma ferramenta poderosa para a organização dessas Fundações e Institutos e novos que poderão vir “conheça uma fundação comunitária e você terá conhecido apenas uma”.

 

SOBRE O TRANSFORMANDO TERRITÓRIOS

O Programa Transformando Territórios é uma iniciativa do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – com a Charles Stewart Mott Foundation para fomentar a criação e fortalecimento de Institutos e Fundações Comunitárias no Brasil, com o engajamento de doadores e sociedade civil, compartilhamento de conhecimento e apoio técnico.

Saiba mais sobre o programa e os participantes em www.transformandoterritorios.org.br

 

 

Correio Braziliense destaca a Pesquisa Voluntariado no Brasil de 2021

Serviço ou atividade voluntária é doar tempo e trabalho de maneira espontânea e sem remuneração para a comunidade, projetos sociais, programas assistenciais, causas, eventos ou  situações emergenciais. Realizada em 2021 pelo IDIS e pelo Datafolha, a terceira edição da Pesquisa Voluntariado no Brasil trouxe um panorama sobre esse tema, indicando tendências e analisando as mudanças das duas últimas décadas.

Em matéria, o Correio Braziliense indicou que, segundo a Pesquisa, o incentivo ao trabalho voluntário cresceu em todo país após a pandemia da Covid-19. O jornal destacou ainda que segundo o levantamento mais da metade da população (56%) fez ou faz algum tipo de atividade voluntária.

Leia a matéria completa aqui. 

 

 

 

 

Paula Fabiani analisa artigo sobre filantropia estratégica em nova edição da Stanford Social Innovation Review

Embora a filantropia estratégica tenha avançado significativamente nos Estados Unidos, tanto em variedade de causas quanto em quantidade de recursos, não se observam melhorias proporcionais em questões fundamentais para a sociedade e o meio ambiente. Essa é a conclusão de Mark Kramer e Steve Phillips no artigo ‘Onde a Filantropia Errou?’, que é a matéria de capa da edição 9 da Stanford Social Innovation Review Brasil (SSIR).

A abordagem questionada pelos autores é amplamente adotada no Brasil, em um contexto bastante diferente. Por isso, a revista convidou autores nacionais com diversas atuações no ecossistema filantrópico para responder a seus argumentos e contextualizar as críticas do artigo.

Paula Fabiani foi uma das lideranças convidadas a trazer perspectivas e exemplos brasileiros para a discussão. “Os autores questionam a crença de que os mais vulneráveis não são capazes de resolver seus próprios problemas e que os grandes doadores possuem a sabedoria necessária para solucionar os desafios sociais”, explica. Veja aqui outras conclusões de Paula.

O artigo também contou com respostas de Richard Sippli (Movimento Bem Maior), Raphael Mayer (Simbi Social) e Eliana Sousa Silva e Gisele Ribeiro Martins (ambas da Redes da Maré).

Confira aqui todas as respostas dos autores e aqui o artigo original na íntegra.

Ilustração: Adams Carvalho

Como criar uma fundação ou um instituto comunitário

Este é um guia prático a partir de exemplos de quem já transforma territórios. A partir da experiência de quatro anos na condução do programa Transformando Territórios, iniciativa do IDIS com apoio da Charles Stewart Mott Foundation, o material apresenta orientações para promover, fortalecer e desenvolver o modelo de Fundações e Institutos Comunitários (FICs) no Brasil.

Os conteúdos abordam desde os aspectos legais e estruturais de uma FIC até as melhores práticas para envolver a comunidade local, desenvolver parcerias
e garantir a sustentabilidade da organização a longo prazo.

Você está preparado(a) para iniciar uma jornada com a missão de promover impacto social positivo?

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Doação da filantropa Mackenzie Scott para o IDIS e outras ONGs no Brasil é destaque na Folha de São Paulo

Considerada a quinta mulher mais rica do mundo, a bilionária americana Mackenzie Scott realizou uma série de ações filantrópicas no Brasil e beneficiou três organizações sociais com cerca de 50 milhões de reais, no total. Uma dessas organizações foi o IDIS, contemplado com R$ 7,5 milhões.

Em matéria para a Folha de São Paulo, Paula Fabiani. CEO do IDIS, ressalta a importância da doação e conta que o valor será integrado ao fundo patrimonial do IDIS, mecanismo também conhecido como endowment, que será criado este ano, em comemoração aos 25 anos da organização, e tem como meta a captação de R$25 milhões.

“O fundo será utilizado para melhorar nossas práticas. A ideia é aumentar nosso uso de tecnologia e continuar fazendo advocacy em Brasília para defender melhorias para a filantropia brasileira e promover um melhor ambiente regulatório para fundos patrimoniais”, afirma Paula Fabiani.

Leia a matéria na íntegra. 

 

 

6º Edital da Água: foco no incentivo a segurança alimentar para grupos minorizados

Há cinco anos, o programa incentiva projetos comunitários voltados para a gestão dos recursos hídricos e a agricultura sustentável

O Instituto Mosaic, responsável pelas ações sociais da Mosaic Fertilizantes, anuncia no dia 27/03 a abertura das inscrições para a sexta edição do Edital da Água com foco na gestão sustentável da água na produção de alimentos para a garantia de segurança alimentar. Tradicionalmente, o programa apoia iniciativas comunitárias voltadas para a promoção e disseminação de tecnologias sociais de gestão dos recursos hídricos, acesso à água e saneamento básico e restauração e preservação de ecossistemas, priorizando projetos que beneficiem grupos minorizados ou sejam liderados por pessoas com perfil de Diversidade e Inclusão, como lideranças mulheres, pessoas na melhor idade, pessoas com deficiência, pessoas negras, indígenas ou não brancas e comunidades tradicionais.

Desde o ano passado, o edital prioriza projetos que promovam a produção de alimentos de forma sustentável, e, nesta edição, traz como inovação o recorte para a primeira infância como novo grupo de prioridade, de modo a incentivar iniciativas voltadas para crianças de zero a 6 anos.

 

Atualmente, no Brasil, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que 1,1 milhão de crianças e adolescentes vivem sob risco de escassez de água, com pelo menos 3 milhões de crianças no território expostas aos impactos das secas extremas. A situação vem se agravando com o avanço das mudanças climáticas. O relatório publicado no ano passado, às vésperas da COP28, alertou para o elevado número de crianças ao redor do mundo sofrendo com os impactos das mudanças climáticas. Estima-se que uma em cada 3 crianças, totalizando 739 milhões, já sofre com a escassez de água. Diante disso, o Unicef faz um apelo por ações voltadas para mitigar os impactos das mudanças climáticas para esse público. Este mesmo público também sofre impacto nutricional, que pode resultar em sequelas por toda vida, por conta da realidade de insegurança alimentar que atravessamos em diversas regiões.

 

“Nesta edição nos preocupamos ainda mais em ampliar nossa visão sobre os públicos minorizados para que seja possível oferecer condições para alcance de direitos primordiais. Trabalhamos em parcerias em prol de um ecossistema de impacto que busca a transformação das realidades brasileiras através da tecnologia social, ao fomentar projetos que asseguram disponibilidade de água de qualidade para gerações futuras, incluindo também o acesso ao alimento, valorizando a questão nutricional tão crucial em nosso país”, diz Camila Bellenzani, gerente de Projetos Sociais do Instituto Mosaic.

 

Na nova edição, uma das novidades é a inclusão de novos municípios, ampliando a abrangência do programa para doze estados. Entre os novos locais, estão Porto Nacional, Palmeirante e Colinas (TO). Pela primeira vez, o estado do Tocantins está incluso na iniciativa, devido à construção da nova Unidade de Mistura da Mosaic Fertilizantes no Terminal Integrador de Palmeirante, o que impulsionará a economia da região.

Ao longo de sua trajetória, o programa já apoiou mais de 66 projetos e impactou diretamente mais de 16 mil pessoas, além de influenciar indiretamente diversas regiões do país. O Edital da Água deste ano selecionará e financiará, com até R$ 45 mil, pelo menos 12 projetos inovadores com potencial de escalabilidade. Esses projetos serão liderados por organizações da sociedade civil ou instituições de ensino que deverão estar comprometidos com a recuperação e preservação de nascentes e áreas de mananciais, o aumento da vazão em cursos hídricos, a instalação de sistemas de saneamento básico, a disseminação de tecnologias sociais para tratamento de água e a promoção da gestão eficiente da água na produção de alimentos.

Nas últimas edições, o programa foi responsável pela recuperação de, pelo menos, 115 nascentes, pela instalação de mais de 210 sistemas de captação de água e/ou tratamento de esgoto, pelo plantio de mais de 64 mil árvores e pela conservação de mais de 215 bilhões de metros quadrados de área recuperada.

LEIA O REGULAMENTO E SAIBA MAIS AQUI

 

Inscrições Edital da Água 2024

Prazo

As inscrições podem ser feitas de 27 de março a 17 de maio de 2024.

Municípios de abrangência

Barreiras, Candeias e Luiz Eduardo Magalhães (BA) | Catalão, Davinópolis, Ouvidor e Rio Verde (GO) | Balsas e São Luis (MA) | Água Boa, Canarana, Confresa, Lucas do Rio Verde, Porto Alegre do Norte, Querência, Rondonópolis, Sinop e Sorriso (MT) | Campo Grande (MS) | Alfenas, Araxá, Conquista, Coromandel, Delta, Patos de Minas, Patrocínio, Sacramento, Tapira, Uberaba e Uberlândia (MG) | Paranaguá (PR) | São Francisco do Sul (SC) | Bebedouro, Cajati, Campinas, Cubatão, São Paulo e Registro (SP) | Barra dos Coqueiros, Capela, Carmópolis, General Maynard, Japaratuba e Rosário do Catete (SE) | Rio Grande (RS) | Colinas, Palmeirante e Porto Nacional (TO)

 

Inscrição

Preencher a planilha de inscrição disponível no site do Instituto Mosaic; reunir os documentos obrigatórios e complementares; e enviar a documentação ao IDIS (editalagua2024@idisconsultoria.org.br), efetivando a inscrição.

LEIA O REGULAMENTO E SAIBA MAIS AQUI

Sobre o Edital da Água

O Edital da Água é desenvolvido com o apoio do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, que auxilia na operacionalização do processo de seleção desde o planejamento até o monitoramento técnico e financeiro dos contemplados. Entre as premissas do edital estão a gestão racional dos recursos hídricos, o alinhamento com os Objetivos Sustentáveis da Organização das Nações Unidas (ODS) e o envolvimento das comunidades locais na sua execução.

Já no primeiro ano de existência, a iniciativa foi contemplada em duas categorias pelo prêmio “Cases de sucesso em #ODS6 – Água e Saneamento” organizada pela Rede Brasil do Pacto Global da Organização da Nações Unidas (ONU), com foco em ações sustentabilidade corporativa.

Em 2023, o projeto financiado pelo edital “Conhecer para conservar: A Educação Ambiental como ferramenta de recuperação do rio Japaratuba, Sergipe, Brasil” da Fundação Mamíferos Aquáticos conquistou o selo ODS e prêmio de Boas Práticas, na terceira Edição do Prêmio ODS, realizado no Encontro Estadual de Sergipe do Movimento Nacional ODS.

Com o objetivo de implantar um sistema de coleta seletiva em escolas e comunidades, por meio da instalação de ecopontos de coleta de óleo, medicamentos e resíduos sólidos, a iniciativa foi contemplada pelo Edital da Água em 2022. Após acompanhar a qualidade da água ao longo de um ano e recuperar nascentes hídricas, o projeto contribuiu diretamente para a conservação do rio Japaratuba, que é responsável por abastecer comunidades quilombolas e indígenas da região.

A Fundação Mamíferos Aquáticos também foi contemplada pela edição passada do edital, dessa vez, com o foco em desenvolver estratégia de agricultura responsável com uso otimizado do recurso hídrico em comunidades quilombolas com o projeto Canteiros D’Água, que tem implantado “canteiros econômicos” para a produção de alimentos.

 

Sobre a Mosaic Fertilizantes

Com a missão de ajudar o mundo a produzir os alimentos de que precisa, a Mosaic atua da mina ao campo. A empresa entrega cerca de 27,2 milhões de toneladas de fertilizantes ao ano para 40 países, sendo uma das maiores produtoras globais de fosfatados e potássio combinados. No Brasil, por meio da Mosaic Fertilizantes, opera na mineração, produção, importação, comercialização e distribuição de fertilizantes para aplicação em diversas culturas agrícolas, ingredientes para nutrição animal e produtos industriais. Presente em mais de dez estados brasileiros e no Paraguai, a empresa promove ações que visam transformar a produtividade do campo, a realidade dos locais onde atua e a disponibilidade de alimentos no mundo, de forma segura, sustentável, inovadora e inclusiva.

Para mais informações, visite www.mosaicco.com.br. Conheça os canais de conteúdo Nutrição de Safras e NutriMosaic. Siga-nos no FacebookInstagram e LinkedIn.

 

 

Vaga para Analista de Projetos Pleno – Juntos pela Saúde

O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social tem uma nova oportunidade para profissionais com experiência na área de Projetos.

Para fortalecer nossa atuação no projeto Juntos pela Saúde, buscamos um(a) Analista Pleno que apoie na gestão de nossas iniciativas nesta área. A pessoa será responsável responsável por apoiar tecnicamente na execução do programa Juntos pela Saúde, contribuindo com atividades de planejamento, acompanhamento, avaliação, pesquisa, organização de materiais.

Acesse a vaga na 99Jobs e inscreva-se.

 

responsabilidades

  • Apoiar nas atividades de relacionamento com os clientes, parceiros e doadores, realizando alinhamentos. monitoramento de resultados e prestação de contas sempre que necessário.
  • Acompanhar os projetos do Juntos pela Saúde, inclusive em viagens de campo se necessário, alertando para desvios ou riscos não previstos, acompanhando os cronogramas físico-financeiro e analisando indicadores com atenção às metas estipuladas.
  • Manter os conhecimentos e aprendizados oriundos dos projetos de forma organizada e acessível.
  • Apoiar no monitoramento do programa Juntos pela Saúde, acompanhando e registrando seus resultados para posterior elaboração de relatórios de prestação de contas.
  • Elaborar e conduzir apresentações e treinamentos presenciais e virtuais em temas relacionados ao Juntos pela Saúde, Investimento Social Privado, Responsabilidade Social Corporativa, Governança, entre outros.
  • Elaborar relatórios e apresentações com sistematização e análise de informações e compartilhamento de conclusões e recomendações.
  • Atuar nas suas atividades do Juntos pela Saúde, zelando pela qualidade das entregas, cumprimento dos prazos acordados e uso eficiente dos recursos, sempre apoiando os gestores do programa nas demandas existentes.

 

requisitos

  • • Formação superior completa e experiência mínima de 4 anos como analista de projetos de impacto, preferencialmente com foco em Investimento Social Privado.
    • Conhecimentos sobre estratégias, políticas e práticas de Investimento Social Privado, Sustentabilidade, Responsabilidade Social Empresarial e Investimento de Impacto. Conhecimentos sobre Políticas Públicas e Saúde Pública serão um diferencial.
    • Análise de informações qualitativas e quantitativas.
    • Conceitos e técnicas de planejamento estratégico, gestão da governança, avaliação de projetos de impacto, criação e gestão de editais e outros veículos de doação.
    • Elaboração de apresentações e relatórios com boa apresentação visual e estruturação clara e objetiva do conteúdo.
    • Conhecimentos avançados de inglês.
    • Desejável conhecimento em projetos de saúde.
    • Gestão e implementação de projetos.
    • Atores e funcionamento do ecossistema de saúde.
    • Captação de clientes e desenvolvimento de parcerias estratégicas.

 

BENEFÍCIOS

  • Vale-Transporte
  • Assistência Médica
  • Vale-Alimentação
  • Credencial plena do SESC
  • Day off no aniversário
  • Tipo de trabalho – Híbrido

 

INSCRIÇÃO

Para inscrever-se para essa oportunidade, acesse a página da vaga na 99Jobs até 12 de novembro de 2023.

O IDIS adota critérios de diversidade e inclusão nos processos seletivos.

SOBRE O JUNTOS PELA SAÚDE

O programa Juntos pela Saúde é uma iniciativa de doação do BNDES no estilo de matchfunding. Ou seja, será cofinanciada pela iniciativa privada para destinar R$200 milhões para projetos na área da Saúde nas regiões Norte e Nordeste, ao longo de quatro anos.

Com estas diretrizes, a iniciativa mostra-se alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU 3, Saúde e Bem-estar; e 10, Redução das Desigualdade.

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a co-criação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

               

O processo avaliativo como um percurso necessário para a maximização do impacto socioambiental positivo

Por Daniel Barretti, gerente de monitoramento e avaliação no IDIS

A crescente demanda por resultados efetivos e aprimoramento do desempenho têm impulsionado organizações a abandonarem práticas tradicionais de coleta e apresentação de dados, em favor de abordagens de avaliação de impacto mais dinâmicas e baseadas em evidências. Superar a reportologia requer uma mudança cultural e organizacional, na qual a gestão com base em evidências emerge como alternativa promissora.

Durante a 12° edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, e sob o norte temático “Da reportologia à gestão baseada em dados e evidências”, palestrantes discorreram sobre como suas organizações enxergam e têm lidado com os trabalhos de Monitoramento e Avaliação.

Para falar sobre a temática, participaram da mesa Cristiane Holanda, gerente de gestão social na Nexa Resources, Frineia Rezende, diretora executiva na The Nature Consevancy Brasil (TNC), Ionatan Gottfried, gerente de relações institucionais do RenovaBR, e Emanuelle Moraes, gerente de cidadania e sustentabilidade no Instituto Sicoob.

 

Todos os palestrantes convidados concordaram unanimemente sobre a importância da avaliação de impacto como um instrumento essencial na gestão de projetos, visando à maximização do impacto socioambiental positivo almejado, e não como uma ferramenta de cálculo numérico. “Os números não representam o resultado final, mas sim o ponto de partida”, resumiu Ionatan.

A visão está perfeitamente alinhada com o oitavo princípio do protocolo de avaliação SROI (Social Return on Investment), publicado pela organização britânica Social Value, intitulada ‘Be Responsive’ (em tradução livre, ‘Seja responsivo’). Esse princípio enfatiza a busca pelo valor social alcançado através de decisões apoiadas por relatórios de avaliação.

Cristiane entende que as áreas sociais das empresas privadas desempenham um papel de intermediação entre a criação de impacto positivo a partir das necessidades da comunidade e a tradução desses impactos para acionistas e investidores. “Ao demonstrarmos a evolução de indicadores de resultado como, por exemplo, renda e IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), passamos a ser vistos, interna e externamente, com mais valor”.

 

Quando se trata de avaliação de impacto, enfrentamos vários desafios, incluindo a dificuldade de atribuir a um projeto específico a responsabilidade por uma mudança, dado que diversas influências externas também desempenham um papel nesse processo. No entanto, para Frineia, o foco não é necessariamente medir o impacto em si, mas sim observar os resultados que nos indicam sua ocorrência.

“Não podemos ter medo de errar e nossas premissas nem sempre estão corretas”, completa.

Por fim,  como lição apreendida, fica claro que a coleta sistemática de dados e sua avaliação  representam uma possibilidade de reflexão sobre as iniciativas e projetos socioambientais. É preciso que se respeite o tempo e as condições de cada organização e, de maneira participativa, refletir sobre quais dados e evidências são verdadeiramente relevantes para maximização do impacto social gerado. Emanuelle  enfatiza o processo avaliativo como um potente espaço de diálogo. “O resultado final da avaliação não é o seu foco principal, mas sim o seu processo de execução”, finaliza.

Quer saber mais? Assista à sessão completa:

 

IDIS é destaque na edição de junho da revista Alliance Magazine

A nova publicação da Alliance Magazine, “Shock of the new – How new giving vehicles and tools are shaking up philanthropy” (em português, Choque do novo – Como novos veículos e ferramentas de doação estão revolucionando a filantropia), publicado na primeira semana de junho, contou com participação do IDIS para alguns conteúdos.

 

A publicação deste mês teve como foco questionamentos como: o modelo convencional de fundação está sendo substituído? A doação online está democratizando a filantropia? A regulamentação não acompanhou a inovação?

 

Com isso em mente, Paula Fabiani, CEO do IDIS, e, Andrea Hanai, Gerente de projetos do IDIS, contribuíram através do artigo: “New country for an old form“, a respeito do fenômeno dos Fundos Patrimoniais (endowments) no Brasil e como eles estão fortalecendo as iniciativas e organizações socioambientais, principalmente após a sanção da Lei 13.800/19, uma inciativa do advocacy da Coalizão, liderada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

 

Além do artigo, a nova edição da revista também trouxe uma resenha produzida por Marcos Kisil, fundador do IDIS, sobre o livro “Brazilian Elites and their Philanthropy: Wealth at the service of development” (Elites Brasileiras e sua Filantropia: Riqueza a serviço do desenvolvimento, em português).

Confira a publicação completa aqui.
Para residentes do Brasil, a assinatura é gratuita por meio deste link

 

Sobre a REVISTA

Criada em 1998, A Alliance é a principal revista de filantropia e investimento social em todo o mundo, fornecendo notícias e análises do que está acontecendo no setor em todo o mundo. Conheça a revista clicando aqui.

Matchfunding: uma nova forma de pensar e fazer filantropia

Painel conduzido pelo IDIS na CCW2023 discutiu estratégia inovadora que une diferentes setores e busca impacto social estruturante e perene

 

No último dia 4 de maio, o IDIS participou da 4ª edição da Catalysing Change Week 2023, evento global liderado por organizações da sociedade civil e empreendedores sociais, que busca reunir e inspirar atitudes que contribuam para o alcance de cada um dos 17 ODS da ONU até 2030.

Com o painel “Matchfunding: estratégia para potencializar o impacto de projetos socioambientais”, o IDIS trouxe para o debate uma estratégia de captação de recursos ainda pouco explorada, mas altamente promissora, capaz de alavancar doações e gerar impactos estruturantes e abrangentes.

Para discutir o Matchfunding na prática, foram convidados Carla Reis, responsável pelo departamento de saúde do BNDES, Maria Izabel Toro, Gerente de Investimento Social do Grupo RD, Andreia Rabetim, Gerente de Articulações Intersetoriais e Voluntariado da Vale e João Abreu, Diretor-Executivo da ImpulsoGov. Todos os convidados estão envolvidos no Programa Juntos pela Saúde, iniciativa de Matchfunding do BNDES, gerida pela equipe do IDIS. 

O objetivo do Programa é apoiar e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) nas regiões Norte e Nordeste do país, com foco em melhorar e expandir os serviços de atenção primária. Entre 2023 e 2026, o Programa destinará R$ 200 milhões para projetos de saúde que atuem nessa porção do Brasil e o valor será levantado por meio de parcerias intersetoriais onde, a cada 1 real doado por outras organizações, o BNDES colocará mais 1 real, dobrando o valor investido e potencializando o impacto das ações desenvolvidas.

 

 

Luiza Saraiva, Gerente do Programa Juntos pela Saúde, abriu o evento e deu boas-vindas ao público e aos palestrantes, e Guilherme Sylos, Diretor de Prospecção e Parcerias do IDIS, ficou responsável pela mediação do painel.

Em sua fala inicial, Carla Reis, do BNDES, comentou que tem a expectativa de que o Juntos pela Saúde deixe legados importantes, não apenas para as regiões onde atuará, mas também para as ações futuras do Banco: Esperamos que a iniciativa deixe um legado de aprendizado para o BNDES, para que possamos, cada vez mais, atuar em parceria com investidores privados, alavancando recursos e sempre garantindo o olhar alinhado às diretrizes do SUS e do Ministério da Saúde, afirmou.

Maria Izabel Toro e Andreia Rabetim trouxeram para a conversa o olhar do apoiador. Tanto o Grupo RD, como a Vale, doaram recursos para o Programa Juntos pela Saúde e acreditam que esse modelo de captação é vantajoso para todas as partes envolvidas. O Matchfunding significa doação dobrada, e isso é fantástico! É um modelo que possibilita multiplicar a doação e gerar mais impacto, destacou Toro, ressaltando que quando objetivos se encontram, não há motivos para não atuar em parceria: “Estar junto traz mais segurança para todos, além de incentivar a cultura de doação”.

Na mesma linha de raciocínio, Andreia defendeu a atuação em rede como única maneira de alcançar transformações sociais efetivas. Para ela, o Matchfunding permite obter ganho em escala, atuar com mais relevância e maior abrangência e ampliar o aprendizado. Sobre a decisão de apoiar o Juntos pela Saúde, ela destacou: Ter a parceria do BNDES nos enche de orgulho, e ter o IDIS como parceiro gestor, nos dá segurança na condução dos processos. São questões fundamentais para sermos uma aliança potente.

Por fim, João Abreu, da ImpulsoGov, trouxe a perspectiva do executor, ou seja, dos projetos que serão apoiados pelo Programa Juntos Pela Saúde. 

Sua iniciativa ImpulsoPrevine foi selecionada como Projeto Âncora para receber investimentos do Juntos pela Saúde e tem como principal foco ajudar prefeituras do Brasil inteiro – e neste caso do Norte e Nordeste do Brasil – a saberem quem são os grupos prioritários que necessitam receber, com mais urgência, os serviços de ação primária do SUS:Todas as pessoas devem ter acesso à saúde de altíssima qualidade; isso passa por termos um SUS mais forte, capaz de fazer bom uso dos recursos que já tem. Não adianta criarmos caminhos paralelos, é preciso alavancar o SUS e fortalecer políticas públicas de saúde, explicou Abreu.

O recurso investido pelo Programa Juntos pela Saúde ajudará o ImpulsoPrevine a transformar os dados que as prefeituras já possuem em informações sobre o perfil da população, contribuindo para o rastreamento da saúde nos municípios e para uma gestão pública da saúde mais responsável e estratégica.

Quando falamos de Matchfunding, falamos da possibilidade de entregar projetos estruturantes, com legado, com sustentabilidade e continuidade. Falamos de uma Filantropia estruturante.

Não à toa o Programa de Matchfunding idealizado pelo BNDES leva em seu nome a palavra “Juntos” – ela simboliza com exatidão a essência desse modelo de captação, que só prospera se realizado em parceria.

Se você tem vontade de fazer parte do Programa Juntos pela Saúde, seja como apoiador ou beneficiário, mande e-mail para juntospelasaude@idis.org.br. Aguardamos o seu contato!

 

Assista na íntegra o painel “Matchfunding: estratégia para potencializar o impacto de projetos socioambientais”:

Oportunidades abertas para projetos socioambientais em dois editais

O núcleo de Gestão da Doação do IDIS entre março e abril de 2023 está com dois editais abertos recebendo concorrência de projetos em 11 regiões do país. Conheça as oportunidades abertas:

Edital Educação com Cidadania: Inscrições até 18 de abril 

O Instituto Chamex, que faz parte da Sylvamo (NYSE: SLVM), a Empresa de Papel do Mundo,  está com inscrições abertas para a 3ª edição do edital Educação com Cidadania.

Por acreditar no papel transformador da Educação, o Instituto Chamex quer chegar em todos os cantos do Brasil por meio do apoio a projetos focados na solução dos desafios do sistema educacional, aliando criatividade e inovação nas formas de ensinar, aprender, empreender e educar.

Serão selecionadas cinzo organizações com projetos voltados à educação que receberão até R$30 mil cada. Saiba mais e inscreva-se.

Edital da Água: Inscrições até 28 de abril

Edital da Água, promovido pelo Instituto Mosaic, responsável pelas ações sociais da Mosaic Fertilizantes, caminha para a sua quinta edição, contabilizando diversos impactos positivos consistentes para assegurar a disponibilidade dos recursos hídricos para gerações futuras nas mais diversas regiões do país, por meio do apoio a 51 projetos.

Até o momento, a Iniciativa da Mosaic Fertilizantes contribuiu para a capacitação de quase 6 mil pessoas e a conservação de uma área de mais de 10 mil metros quadrados em nove estados, além de já ter recuperado 42 nascentes em quatro anos.

Para este ano, serão 15 projetos selecionados para receber até R$45 mil cada. Saiba mais e  inscreva-se

O que faz o núcleo de Gestão da Doação do IDIS?

Uma das principais causas do IDIS é a conexão entre setores, compreendendo que essa é uma possibilidade poderosa de causar impacto social positivo na sociedade. E, para tanto, existem inúmeras formas para que isso seja feito, uma delas é por meio de projetos que são executados diretamente por organizações do terceiro setor, mas apoiadas por uma empresa ou conjunto de empresas.

Esta parceria muitas vezes é feita por meio de repasses de recursos financeiros, seja para execução de projetos pontuais ou para apoio institucional dessas organizações. Sendo assim, para facilitar esta interação, o IDIS com o núcleo de gestão da doação, facilita, dá fluidez e segurança à este relacionamento, se responsabilizando pelas partes burocráticas do processo.

Para garantir o bom andamento dos projetos apoiados, o IDIS assessora em todo o processo de formalização das parcerias, criação e gestão do edital, processo seletivo e seleção. Durante a execução, também é feito o monitoramento, por meio do controle, avaliação e aprovação de prestações de contas técnicas e financeira.

Além dos dois editais abertos, recentemente a área apoiou no edital “Desafio Fundo Catalisador 2030”, pioneiro para ações colaborativas de impacto social ambiental realizado pelo Catalyst 2030 Brasil. A iniciativa selecionou o projeto ‘Água potável para os Mundurukus’, que receberá  R$200 mil, resultado do aporte feito pela água AMA, produto social da Ambev, para realizar ações que promovam o acesso à água potável (ODS #6) para pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Ele prevê a distribuição de filtros para o povo indígena Munduruku no Pará, tornando potável a água de rios, igarapés, cacimbas e pluviais.

Outro projeto em andamento é o “Programa Juntos Pela Saúde”, iniciativa de doação do BNDES no estilo de matchfunding, no qual o IDIS é o responsável pela gestão dos recursos, pela captação e seleção de projetos que serão beneficiados pelo programa. O objetivo é R$200 milhões para projetos na área da Saúde nas regiões Norte e Nordeste, ao longo de quatro anos.

Se interessou por uma das iniciativas ou serviços disponíveis? Entre em contato através de comunicacao@idis.org.br

O que são ODS e o que eles têm a ver com impacto social

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ou ODS, essa sigla soa conhecida para você? Saberia explicar o que ela representa para o mundo e para a sociedade? Pois bem, vamos lá: em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), composta por 193 Estados-membros da ONU definiu metas mundiais para que ‘ninguém no mundo fosse deixado para trás’. 

Partindo de quatro principais dimensões: social, ambiental, econômica e institucional, os ODS defendem que é necessário levar o mundo a um caminho sustentável com medidas transformadoras. Assim, foram definidos  17 objetivos e 169 metas globais interconectadas, a serem atingidos até 2030 – a , como ficou conhecida, “Agenda 2030”.   

Na Agenda estão previstas ações nas áreas de erradicação da pobreza, segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, e tantas outras temáticas. Há questões que dependem da ação de  governos  e grandes empresas globais, mas há recomendações também mais específicas, com um olhar voltado  às comunidades e especificidades de cada local do mundo.

Como surgiram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável?

Para responder a essa questão, precisamos primeiramente contextualizar a Agenda 2030. Ela  surgiu de um processo global participativo de mais de dois anos, iniciado em 2013 e coordenado pela ONU, no qual governos, sociedade civil, iniciativa privada e instituições de pesquisa contribuíram através da Plataforma ‘My World’. 

Sua implementação teve início em janeiro de 2016, dando continuidade à Agenda de Desenvolvimento do Milênio (2000-2015). Para atingir objetivos tão ousados, o plano de ação foi pensado em quatro frentes principais:

  • A primeira foi a construção de uma declaração, onde foi documentada a visão, os princípios e os compromissos da Agenda 2030. De acordo com a própria ONU “a visão é ambiciosa e transformadora, porque prevê um mundo livre dos problemas atuais, como pobreza, miséria, fome, doença, violência, desigualdades, desemprego, degradação ambiental, esgotamento dos recursos naturais, entre outros.”
  • O segundo passo, foi a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Esses 17, citados anteriormente neste artigo, abrangendo as dimensões ambiental, econômica e social do desenvolvimento sustentável.

Até aqui, parece semelhante ao que se espera de ações de impacto social positivo por parte dos diferentes atores sociais, não? Seguindo:

O terceiro passo do plano foca no acompanhamento e avaliação da Agenda 2030, “fundamentais para a sua implementação e deverão ser feitos sistematicamente nos níveis global, regional e nacional”, de acordo com o documento. Por fim, o quarto ponto prevê a implementação desses objetivos e, para tal, definiu metas que tratam dos meios necessários para a execução da Agenda. Coincidentemente, são os mesmos previstos no Objetivo 17, dos ODS.

Saiba mais: como medir o impacto de projetos socioambientais?

Quais são os ODS?

De acordo com a descrição da ONU sobre o objetivo principal de cada ODS, ele são: 

01 – Erradicação da pobreza: acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.

02 – Fome zero e agricultura sustentável: acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.

03 – Saúde e bem-estar: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.

04 – Educação de qualidade: assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

05 – Igualdade de gênero: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

06 – Água limpa e saneamento: garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.

07 – Energia limpa e acessível: garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos.

08 – Trabalho decente e crescimento econômico: promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.

09 – Indústria, inovação e infraestrutura: construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.

10 – Redução das desigualdades: reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles.

11 – Cidades e comunidades sustentáveis: tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

12 – Consumo e produção responsáveis: assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.

13 – Ação contra a mudança global do clima: tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.

14 – Vida na água: conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares, e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.

15 – Vida terrestre: proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da Terra e deter a perda da biodiversidade.

16 – Paz, justiça e instituições eficazes: promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

17 – Parcerias e meios de implementação: fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

Acessando o site dos objetivos de desenvolvimento no Brasil, você ainda consegue acompanhar o andamento do Brasil em cada um desses objetivos. No objetivo 14, por exemplo, que diz respeito à vida na água, o Brasil de 10 indicadores, conseguiu produzir até o momento apenas 1.

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ODS e Impacto social, como se relacionam?

Antes de mais nada, é importante conceituar o que estamos considerando como “impacto social”. Do latim impactus, o impacto é o efeito diretamente atribuível a uma ação ou a consequência de determinado esforço para atingir um fim estabelecido.

No contexto de programas, projetos ou investimentos sociais, o impacto é simplesmente o conjunto de mudanças produzidas pela intervenção. Estas mudanças podem ser intencionais e não intencionais, positivas e negativas, diretas e indiretas.

Sendo assim, é importante compreender que o impacto pode ser mais amplo do que os objetivos declarados de uma intervenção ou negócio, o que afeta seu processo de medição e valoração.

O que ocorre é que impactos sociais são muitas vezes subjetivos e difíceis de se mensurar. Essa complexidade representa um grande desafio para projetos e negócios sociais, que, na sua maioria, acabam não tendo seus impactos – suas intervenções, ou mudanças –  avaliados.

Aqui entram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Oficialmente, os ODS não são uma métrica de avaliação e mensuração de impacto social, entretanto eles ajudam empresas, projetos e organizações a criarem um norte para as ações, considerando esses objetivos e indicadores.

No fim do dia, os ODS e o impacto social estão buscando um mesmo fim que é mudar positivamente, de certa forma, a realidade de uma sociedade, melhorando seu dia a dia, vida, sustentabilidade e economia.

Quer aprofundar-se ainda mais no assunto? Leia “Filantropia e os ODS”, Ebook produzido pela Rockfeller Philanthropy Advisors.

Conheça as Perspectivas para a Filantropia no Brasil 2024. Baixe a publicação completa:

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O que é filantropia?

Filantropia é um conceito antigo, cujo significado vem se transformando ao longo dos séculos. A expressão é formada por duas palavras gregas. A primeira é filos, que quer dizer afeição, amor. E a segunda é antropo, que quer dizer homem, humanidade. Portanto, ao pé da letra, filantropia é ‘amor pela humanidade’.

No decorrer do tempo, porém, passamos a entender filantropia como ‘ações realizadas em favor do próximo, ou do bem público’. Talvez você esteja se perguntado: por que não chamamos de filantropo todo mundo que faz doações, que faz trabalho voluntário, que doa bens, enfim, que ajuda os outros?

Porque existe uma diferença entre quem pratica a caridade e quem faz filantropia. As pessoas que praticam a caridade estão buscando aliviar o sofrimento dos outros, enquanto a tendência da filantropia é tentar resolver o problema que está causando o sofrimento.

Conheça aqui as Perspectivas da Filantropia no Brasil 2023

Como solucionar a origem do problema quase sempre exige mais recursos e mais tempo, os ‘chamados’ filantropos costumam ser pessoas com maior poder aquisitivo. Por isso, quando pensamos em filantropos, logo lembramos dos grandes milionários. Um dos maiores exemplos atuais de filantropo é Bill Gates, criador da Microsoft, que destinou mais de 50 bilhões de dólares para a Fundação Bill e Melinda Gates. Antes dele, houve diversos outros, talvez o mais famoso seja John D. Rockefeller, mais conhecido simplesmente como Rockefeller, que construiu sua fortuna na indústria do petróleo, fez vultuosas doações e criou a Fundação Rockefeller.

 

Filantropia no Brasil

Aqui no Brasil também temos grandes filantropos, ainda que não cultivemos o costume de falar muito a respeito. Um deles é Guilherme Leal, fundador da Natura e de diversas organizações sociais que cobrem as várias causas apoiadas por ele. Outro filantropo brasileiro é Jorge Paulo Lemann, um dos sócios da Ambev, que também criou diversas organizações sociais. Mais recentemente, Elie Horn, fundador da construtora Cyrela, tem surgido como um grande filantropo. Ele foi o primeiro brasileiro a assinar o Giving Pledge, uma declaração de que vai doar, em vida, pelo menos metade de sua fortuna. O Giving Pledge é uma iniciativa lançada por Bill Gates e Warren Buffet, em 2010, que convida bilionários a se comprometerem a doar, no mínimo, 50% de suas riquezas antes da morte. Até outubro de 2021, a iniciativa contava com 224 assinaturas.

Estamos falando sobre pessoas, mas também existe a filantropia corporativa. Em 2020, o Banco Itaú doou R$ 1 bilhão para ajudar no combate à pandemia. É menos comum vermos doações realizadas pelas empresas com um caráter exclusivamente espontâneo e humanitário. As companhias costumam fazer doações estratégicas, alinhadas com sua atuação empresarial ou com públicos de interesse. Mas na pandemia também as empresas precisaram mobilizar em ações assistenciais.

 

Filantropia e Caridade: diferenças e semelhanças

De um modo geral, caridade e filantropia formam uma excelente dobradinha. Uma traz o alívio imediato e a outra trabalha para resolver o problema no longo prazo. E sempre foi assim ao longo da história. A primeira entidade filantrópica no Brasil foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, fundada em 1543. Naquela época, a caridade e a filantropia estavam fortemente concentradas na Igreja Católica, e permaneceu desse modo, aqui no Brasil, até o século XX, quando ocorreu a separação da Igreja e do Estado, e o surgimento de associações, sindicatos e partidos para defesa dos interesses da sociedade. Essas entidades foram evoluindo e se transformando. Surgiram as Organizações Não Governamentais, conhecidas como ONGs e, que, hoje em dia, são chamadas de OSCs, ou seja, Organizações da Sociedade Civil.

 

Para que serve a filantropia?

Todas essas instituições não têm fins lucrativos e trabalham para defender os interesses da sociedade em diversos campos, desde Saúde e Educação, até Cultura e Meio Ambiente. Para viver e funcionar, elas contam com as doações dos filantropos, das empresas e, eventualmente, de recursos advindos do governo. De acordo com Censo Gife 2018, as doações filantrópicas de institutos, fundações e empresas totalizaram R$ 3,5 bilhões naquele ano. Mas esse número foi muito mais alto em 2020, quando empresas doaram mais de R$ 6 bilhões apenas para o enfrentamento da pandemia de COVID-19, segundo levantamento feito pelo Monitor das Doações.

O longo período de instabilidade que o Brasil atravessou na última década prejudicou bastante o crescimento da filantropia. Mas a onda de solidariedade e empatia, gerada pela pandemia, pode ter virado esse jogo, mostrando a doadores e filantropos, que a responsabilidade por construir uma sociedade melhor para todos e todas está nas mãos de cada um de nós.

Por Andrea Wolffenbuttel, consultora associada do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. 

O IDIS promove anualmente o Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais, um espaço exclusivo para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira.

No evento a discussão sobre filantropia e investimento social é ampliada e agregada com diversas temáticas que tangem a sociedade. Filantropos, especialistas e grandes investidores sociais contribuem com o debate.

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ESG, RSC e ISP: o que significa e como as siglas se relacionam

Com o mercado atento às métricas de sustentabilidade e impacto socioeconômico das empresas privadas, é importante saber o que cada conceito propõe

Com o avanço da discussão sobre ESG (em português Ambiental, Social e Governança), seus limites e abrangência começam a se definir com mais clareza. Há dúvidas sobre até onde o conceito  influencia e se relaciona com outros que já vimos por aí, como a Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e o Investimento Social Privado (ISP), principalmente no que diz respeito às pautas relacionadas ao “S”. 

Nesse artigo, você encontrará definições e conceitos sobre as três siglas e como elas fazem parte de um conceito mais amplo que todos os outros: a Sustentabilidade.

Vamos lá?

Sustentabilidade

A Sustentabilidade é o conceito mais amplo de todos quando se trata de olhar atentamente para as relações socioeconômicas e ambientais entre os diferentes setores (poder público, sociedade civil e iniciativa privada). 

O tema é debatido desde a década de 1960, quando começou a aparecer  a “suspeita” de que a exploração do meio ambiente pela atividade industrial não estava compatível com a finitude dos recursos naturais. As questões sociais e a intervenção humana também não demoraram a entrar na pauta, afinal, a questão da dignidade do homem já era um debate antigo.

A sustentabilidade compreende as relações na sociedade e suas demandas. Indivíduos, empresas, governos e sociedade civil passam a mudar sua mentalidade, visando equilíbrio entre economia, sociedade e meio ambiente. 

Este pensamento, por sua vez, influencia mudanças de comportamento e, no caso das empresas, pautará as prioridades de Responsabilidade Social Corporativa (RSC), Investimento Social Privado (ISP) e, por fim, o tão falado ESG

Um exemplo de sustentabilidade em sentido amplo são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma agenda multisetorial em que todos podem contribuir para o avanço das metas e indicadores estabelecidos.

Fonte: https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/parcerias-e-meios-de-implementacao/

Responsabilidade Social Corporativa e o Investimento Social Privado 

Por sua vez, a RSC e o ISP são conceitos que dizem respeito principalmente às relações sociais, em especial entre a  iniciativa privada e sociedade civil. Se, por um lado, a sustentabilidade surge a partir de uma constatação acerca das relações entre a atividade humana e o ecossistema global, a RSC e o ISP surgem como reflexo de um sistema econômico globalizado, onde a iniciativa privada passa a assumir, de forma organizada e estratégica, pautas socioambientais que antes eram em sua maioria delegadas unicamente ao Estado.

A Responsabilidade Social Corporativa considera a empresa corresponsável pelo contexto socioambiental em que está inserida e sugere a atuação de forma intencional em duas dimensões:

  • Dimensão externa: mitigação dos impactos negativos gerados pela sua atividade principal. Ou seja, a empresa minimiza ou anula os efeitos colaterais externos que a sua atividade gera. Por exemplo, compensar a emissão de gases de efeito estufa de uma fábrica por meio do plantio de árvores. 

Aqui é importante notar que cada empresa possui atividades e efeitos colaterais específicos. Portanto, as ações de responsabilidade social corporativa podem variar de acordo com o tipo de empresa e atividade econômica.

  • Dimensão interna: prevê a busca da empresa por uma relação sustentável com seus colaboradores, fornecedores e clientes. Por exemplo, questões de diversidade e inclusão, saúde mental, remuneração, política de contratação de fornecedores, características do produto, entre outros.

Se por um lado a RSC diz respeito à qualidade da relação da empresa com diversos públicos, pautada por princípios de ética e transparência, o Investimento Social Privado (ISP), diz respeito, especificamente, à relação da empresa com o público ‘comunidade’. Entendemos o ISP como a alocação voluntária e estratégica de recursos privados, sejam eles financeiros, em espécie, humanos, técnicos ou gerenciais para o benefício público. Para promover a transformação social, esse investimento precisa ser feito com planejamento estratégico ancorado em dados, com indicadores pré-definidos, execução cuidadosa, monitoramento dos resultados e avaliação do seu impacto.

Por exemplo, uma empresa que oferece serviços pro bono para organizações sociais; uma empresa de tecnologia que oferece licenças gratuitas de sua plataforma para pessoas em vulnerabilidade social; ou uma empresa que realiza doações financeiras para organizações da sociedade civil implementarem projetos ou se fortalecerem institucionalmente, e assim por diante. 

Qual a relação dos conceitos com ESG? 

Pois bem, no ESG, falamos das relações entre a iniciativa privada e o mercado financeiro. Novamente, com uma economia altamente globalizada e o fluxo de informações cada vez mais dinâmico, vemos o mercado financeiro exercendo cada vez mais influência sobre as decisões corporativas. 

Isso porque investidores institucionais que são compostos por fundos de pensão, soberanos, seguradoras e grandes gestores de fundos, e que representam grande parte do capital alocado em empresas de capital aberto, apresentam uma preocupação com os riscos e geração de valor destes ativos no longo prazo, sobretudo os riscos não financeiros quando falamos de ESG.

Ao mesmo tempo, a maior rapidez de acesso às informações faz com que consumidores e sociedade tomem conhecimento cada vez mais rápido sobre o comportamento das marcas que consomem. Esse é o ponto de virada: o consumidor passa a se atentar às ações socioambientais das empresas antes de consumir. 

E é neste contexto que o posicionamento e as ações socioambientais e de governança das empresas passam a entrar na conta de risco e oportunidade dos investidores.

A agenda  ESG aproxima o  mercado financeiro ao debate sobre  sustentabilidade. Ao mesmo tempo, passa a considerar em suas decisões os riscos que estas pautas podem representar ao valor e à perenidade das empresas.  

Esse movimento faz com que investidores demandem informações precisas e mensuráveis sobre como a marca se posiciona com relação a temas emergentes nos tópicos ambientais, sociais e de governança.

O que é analisado pelos investimentos ESG 

Por se tratar da perspectiva do mercado financeiro sobre questões de sustentabilidade empresarial, o objetivo principal segue sendo a geração de valor. No entanto, os acionistas e financiadores consideram os aspectos não financeiros (como as métricas ESG) como um fator importante na tomada de decisão de investimentos. 

Sendo assim, para que o investimento considere os aspectos ESG, existem dois principais requisitos que a empresa deve cumprir: 

  • Transparência na mensuração de desempenho dos eixos ESG; 
  • Materialidade

Ou seja, todos os dados precisam ser divulgados de acordo com padrões internacionais de transparência empresarial (existem vários, como o GRI, SASB, TCFD, CDSB). Pelo fato destes padrões de relatórios ainda não estarem totalmente consolidados no mercado, atualmente cada empresa escolhe o sistema que mais faz sentido para sua atividade. No Brasil, o sistema mais adotado atualmente é o GRI

Já para a materialidade, é necessário que a avaliação seja bastante fiel ao que ocorre na realidade. É comum que empresas de grande porte contratem agentes externos (as auditorias) justamente para comprovar que determinadas mensurações são reais – ou materiais. E aqui, vale a mesma ideia explicada em RSC, no sentido de cada empresa possuir uma atividade específica e, por sua vez, externalidades (efeitos colaterais) específicas.

Portanto, cada empresa possui questões de materialidade próprias, para medir de fato o que importa considerando sua atividade principal. Por exemplo, uma empresa de mineração priorizará aspectos ambientais em detrimento de questões de inclusão digital, algo que se aplicaria melhor para empresas de tecnologia e mídia social. 

De forma simplificada, o ESG de maneira geral se trata de analisar os riscos não financeiros e geração de valor no longo prazo como a mensuração das práticas de Responsabilidade Social Corporativa e Investimento Social Privado de uma empresa.

Diferença conceitual entre ESG, RSC, ISP e Sustentabilidade

De acordo com as definições apontadas, há diferentes patamares de influência: de forma global, a maior consciência acerca dos temas socioambientais são representados pela Sustentabilidade. Na iniciativa privada, a RSC e o ISP (cada um com suas especificidades) representam a forma como cada empresa endereça os temas socioambientais da sustentabilidade. E o ESG, seria o olhar do mercado financeiro para a forma como os temas socioambientais são encarados pelas empresas.

Para facilitar, preparamos um resumo para compreensão: 

  • Sustentabilidade: em seu sentido amplo, a sustentabilidade significa o desenvolvimento da sociedade, economia e meio ambiente visando atender às necessidades do presente, ao mesmo tempo que não compromete a capacidade das próximas gerações de suprir as próprias necessidades. Trata-se de uma premissa que implica  na tomada de decisão de organizações (empresas, setor público e terceiro setor) e indivíduos.
  • Responsabilidade Social Corporativa: diz respeito aos processos de gestão empresarial, pautados por princípios de ética e transparência, de tal maneira que a torna corresponsável pelo contexto socioambiental em que está inserida.
  • Investimento Social Privado: é a alocação voluntária e estratégica de recursos privados, sejam eles financeiros, em espécie, humanos, técnicos ou gerenciais, para o benefício público. Em outras palavras, pode ser definido de maneira simplificada como: “filantropia com estratégia”.
  • ESG: entendimento pelo mercado financeiro que aspectos não financeiros representam riscos/oportunidades para geração de valor das empresas. Trata-se da avaliação e publicação (report) do desempenho das práticas de sustentabilidade empresarial nos eixos: Governança, Social e Meio Ambiente.

Conheça as frentes de atuação do IDIS.

Não é mais possível ignorar os impactos causados

O ESG surge em um momento em que é inevitável, seja pelo contexto histórico, seja pela amplitude de sua influência, que o tema da Sustentabilidade siga ignorado pelo  mercado financeiro. 

Assim, surgem diversos desafios, e um deles é como traduzir aos investidores as informações adequadas sobre  as práticas de RSC e ISP das empresas. Se o impacto social e sua mensuração tornam-se importantes ao mercado financeiro por meio do ESG, as práticas e o histórico do ISP e da RSC são essenciais para apoiá-lo neste desafio.

Quer saber mais sobre o tema? Acesse a Nota técnica “ESG e o S brasileiro”. 

Retrospectiva 2022: crescimento e colaboração

“Nunca avançamos tanto, e em tão pouco tempo. A mobilização causada pela pandemia mostrou a potência da colaboração.” Este foi o mote do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2022 e podemos dizer que ele também nos guiou dia a dia. Trabalhamos juntos, a volta dos encontros presenciais potencializou as conexões e chegamos ainda mais longe. 

Escrevo essa retrospectiva com um enorme orgulho e sentimento de gratidão a todos que estiveram conosco. E se me permitem a liberdade, começo pelo fim: em dezembro fomos reconhecidos como a melhor ONG de filantropia do Brasil, resultado da energia, competência e dedicação de cada um.  

Neste ano, nosso time de consultoria concluiu 53 projetos, com focos diversos como planejamento estratégico, estruturação de fundos patrimoniais e gestão da doação. Entre os destaques, 38 avaliações de impacto de projetos para organizações como Amigos do Bem, Petrobras e Vale, reforçando a tendência de valorização desta prática.  A qualidade das entregas foi refletida nas avaliações dos clientes e encerramos o ano com uma conquista que marcará nossa história: seremos o parceiro gestor do BNDES no programa Juntos pela Saúde, que destinará R$200 milhões para fortalecer o sistema único de saúde nas regiões Norte e Nordeste.  

Avançamos em nossos projetos de impacto, contribuindo para fortalecer o ecossistema filantrópico, inspirar a ação, estimular o diálogo e influenciar políticas públicas. Por meio do programa Transformando Territórios, estamos trabalhando diretamente com 13 institutos e fundações comunitárias em todo o Brasil, e realizamos o 1º Seminário homônimo ao projeto, reunindo doadores, lideranças comunitárias e pessoas interessadas em conhecer melhor o conceito. 

Em parceria com o Instituto MOL, o teste Descubra Sua Causa, originalmente lançado em 2018 pelo IDIS, ganhou uma nova identidade visual e novas funcionalidades para seguir fortalecendo a cultura de doação no país. 

À frente da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, investimos na produção de conhecimento sobre endowments, com artigos e lançamento de duas publicações com dados inéditos: o Panorama dos Fundos Patrimoniais no Brasil, e o Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2021. 

O investimento na produção e disseminação de conhecimento em outros temas também foi significativo. Lançamos a primeira edição do Perspectivas da Filantropia no Brasil, coordenamos a realização da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, nosso Fórum aconteceu pela primeira vez em formato híbrido, com mais de 1.000 participantes, e, nos aprofundamos nos debates sobre ESG, com a produção de artigos, notas técnicas e do Seminário ‘ESG e o Investimento Social Privado’. Conectados com o mundo, levamos novamente uma delegação ao Global Philanthropy Forum. Ao longo do ano, lançamos 36 produtos de conhecimento e tivemos mais de 2.600 participantes em eventos realizados pelo IDIS!

Confira abaixo nosso produtos de conhecimento ao longo desse ano. 

Estas são algumas das histórias que marcaram este ano e há muitas outras a serem contadas, mas que deixarei para nosso relatório de atividades! 

 

QueriIDIS, conselheiros, parceiros, apoiadores, familiares: obrigada por tudo. E que em 2023 possamos seguir caminhando e sonhando juntos, contribuindo para melhorar a vida das pessoas neste país que tanto amamos .

Paula Fabiani, CEO do IDIS

Vaga para Administrativo-Financeiro | Programa de Estágio 2023

Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, o IDIS atua junto a empresas, famílias, institutos, fundações e organizações da sociedade civil. Desenvolvemos projetos de impacto, geramos conhecimento ao setor e oferecemos consultoria ao investidor social e às organizações que executam projetos e programas sociais para que tomem decisões estratégicas e ampliem o impacto de suas iniciativas.

Os estagiários são responsáveis por dar suporte à execução das atividades conduzidas e apoiadas pelo IDIS, garantindo cumprimento de prazos, qualidade nos produtos desenvolvidos e serviços prestados. Leia com atenção as instruções sobre o processo de seleção e os requisitos para participação.

Inscreva-se pelo 99jobs.

COMO VOCÊ ATUARÁ

  • Apoiar o monitoramento e os controles administrativos e financeiros do IDIS;
  • Apoiar na elaboração de gráficos, planilhas, documentos, apresentações, relatórios.
  • Apoiar no auxílio no relacionamento com a assessoria contábil e prestadores de serviços externos (consultores, fornecedores);
  • Atualizar/alimentar o Sistema Financeiro RM Totvs;
  • Apoiar nos processos de compras de mercadorias e serviços;
  • Apoiar a formalização de contratos junto a clientes, fornecedores, funcionários e parceiros do IDIS;
  • Auxiliar e acompanhar o processo anual de auditoria independente auxiliando na sua preparação e coleta de documentos;
  • Auxiliar na análise da documentação de validação de organizações sociais parceiras; e

Requisitos

  • Identificação com o Terceiro Setor
  • Graduação em Ciências Contábeis, Administração, Economia, Gestão Financeira, Gestão Pública, Cursos de Tecnologia ou áreas correlatas, com ao menos um ano para concluir a graduação;
  • Conhecimento de pacote Office (Excel e PowerPoint)
  • Conhecimento em pacotes de análise de dados (Power BI ou outros) será um diferencial;

BENEFÍCIOS

Bolsa estágio (R$ 1.500,00), vale-transporte, vale-alimentação, folga no dia de aniversário, credencial plena do Sesc.

LOCALIZAÇÃO

São Paulo – SP (próximo à estação Pinheiros do metrô e trem)

Vaga para Captação de recursos | Programa de Estágio 2023

Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, o IDIS atua junto a empresas, famílias, institutos, fundações e organizações da sociedade civil. Desenvolvemos projetos de impacto, geramos conhecimento ao setor e oferecemos consultoria ao investidor social e às organizações que executam projetos e programas sociais para que tomem decisões estratégicas e ampliem o impacto de suas iniciativas.

Os estagiários são responsáveis por dar suporte à execução das atividades conduzidas e apoiadas pelo IDIS, garantindo cumprimento de prazos, qualidade nos produtos desenvolvidos e serviços prestados. Leia com atenção as instruções sobre o processo de seleção e os requisitos para participação.

Inscreva-se pelo 99jobs.

como você atuará

  • Apoiar a estratégia de mobilização de recursos do IDIS;
  • Auxiliar em mapeamentos e pesquisas;
  • Apoiar a elaboração de propostas em português e inglês;
  • Apoiar a elaboração de apresentações e relatórios em português e inglês;
  • Manter os dados atualizados e organizados no sistema de CRM;
  • Apoiar a Gerência de Prospecção de Projetos e Parcerias;
  • Participar de eventos e reuniões externas.

 

requisitos

  • Estudantes de graduação nas áreas de comunicação, ciências sociais aplicadas ou áreas correlatas, com ao menos um ano para concluir a graduação.
  • Inglês intermediário;
  • Domínio do pacote Office (Word, PowerPoint, Excel);

BENEFÍCIOS

Bolsa estágio (R$ 1.500,00), vale-transporte, vale-alimentação, folga no dia de aniversário, credencial plena do Sesc.

LOCALIZAÇÃO

São Paulo – SP (próximo à estação Pinheiros do metrô e trem)

Vaga para Comunicação| Programa de Estágio 2023

Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, o IDIS atua junto a empresas, famílias, institutos, fundações e organizações da sociedade civil. Desenvolvemos projetos de impacto, geramos conhecimento ao setor e oferecemos consultoria ao investidor social e às organizações que executam projetos e programas sociais para que tomem decisões estratégicas e ampliem o impacto de suas iniciativas.

Os estagiários são responsáveis por dar suporte à execução das atividades conduzidas e apoiadas pelo IDIS, garantindo cumprimento de prazos, qualidade nos produtos desenvolvidos e serviços prestados. Leia com atenção as instruções sobre o processo de seleção e os requisitos para participação.

A área de comunicação do IDIS, além de zelar pelos projetos institucionais, é responsável pela produção de produtos de conhecimento, como publicações, artigos, eventos e cursos. Buscamos um(a) estagiário(a) com perfil comprometido e curioso, que tenha o desejo de trabalhar em uma Organização da Sociedade Civil e contribuir para o desenvolvimento socioambiental no Brasil.

Inscreva-se pelo 99jobs.

Requisitos da vaga:

  • Cursar carreiras relacionadas à Comunicação, como Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda
  • Ter ao menos 1 ano ainda para se formar
  • Domínio do pacote Office (Word, PowerPoint, Excel) e internet
  • Facilidade para trabalhar em equipe
  • Familiaridade com mídias sociais (Facebook, LinkedIn, Instagram, Youtube e Twitter)
  • Boa redação
  • Interesse no terceiro setor e temas como investimento social privado, responsabilidade social, sustentabilidade

 

Como você atuará:

  • Apoio em ações de comunicação institucional
  • Atualização do site e mídias sociais
  • Análise de métricas de redes sociais e site e produção de relatórios
  • Pesquisa de conteúdo relacionado a temáticas de interesse da organização
  • Organização e atualização de mailings
  • Desenvolvimento de apresentações em Power Point
  • Suporte na produção de eventos
  • Redação, revisão e edição de textos

BENEFÍCIOS

Bolsa estágio, vale-transporte, vale-alimentação, folga no dia de aniversário, credencial plena do Sesc.

LOCALIZAÇÃO

São Paulo – SP (próximo à estação Pinheiros do metrô e trem)

Vaga para consultoria| Programa de Estágio 2023

Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, o IDIS atua junto a empresas, famílias, institutos, fundações e organizações da sociedade civil. Desenvolvemos projetos de impacto, geramos conhecimento ao setor e oferecemos consultoria ao investidor social e às organizações que executam projetos e programas sociais para que tomem decisões estratégicas e ampliem o impacto de suas iniciativas.

Os estagiários são responsáveis por dar suporte à execução das atividades conduzidas e apoiadas pelo IDIS, garantindo cumprimento de prazos, qualidade nos produtos desenvolvidos e serviços prestados. Leia com atenção as instruções sobre o processo de seleção e os requisitos para participação.

Confira os requisitos para a vaga na área de projetos, para atuar no núcleo de consultoria:

REQUISITOS:

  • Ter ao menos ainda 1 ano para se formar, não importando o curso;
  • Ter interesse no terceiro setor, nos temas de investimento social privado, responsabilidade social, sustentabilidade, ESG e áreas afins
  • Domínio do pacote Office (Word, PowerPoint, Excel) e internet
  • Disponibilidade para atuação presencial no escritório do IDIS, em São Paulo

DESEJÁVEL:

  • Domínio intermediário da língua inglesa

BENEFÍCIOS

Bolsa estágio, vale-transporte, vale-alimentação, folga no dia de aniversário, credencial plena do Sesc.

LOCALIZAÇÃO

São Paulo – SP (próximo à estação Pinheiros do metrô e trem)

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Para concluir projeto de avaliação, IDIS visita unidades do Amigos do Bem

Em viagem ao sertão nordestino, Paula Fabiani, CEO do IDIS, e Felipe Insunza Groba, gerente de projetos da instituição, visitaram as unidades da ONG Amigos do Bem do Vale do Catimbau, em Buíque-PE, e de Agrovila, em Mauriti-CE.

A visita é uma etapa do processo de avaliação SROI (Social Return on Investiment) ou Retorno Social Sobre Investimento, protocolo que propõe uma análise comparativa entre o valor dos recursos investidos em um projeto ou programa e o retorno social gerado para a sociedade com essa iniciativa.

Conheça mais sobre a metodologia aqui.

Amigos do Bem é uma instituição social, que atua há 29 anos no sertão nordestino, nas frentes de saúde, educação, trabalho e renda, moradia e acesso à água potável, rompendo o ciclo de fome e de miséria que assolam a região. A OSC atende mensalmente 150 mil pessoas em Inajá e Catimbau (PE), Mauriti (CE) e São José da Tapera (AL). Para que este negócio de impacto social funcione plenamente, a OSC conta com 10.600 voluntários, distribuídos entre São Paulo e o sertão.

Desde 2020, o IDIS vem trabalhando com a organização e neste ano pôde, por fim, visitar algumas das instalações e acompanhar na prática o trabalho realizado pelos Amigos do Bem. Dentre as suas iniciativas no campo da Educação, além da adoção de escolas públicas locais estão os Centros de Transformação, que possuem uma excelente estrutura física e oferecem atividades de contraturno escolar nos âmbitos cultural, esportivo e de apoio escolar para crianças, adolescentes e jovens da região.

Outras instalações visitadas, como as fábricas de castanha de caju, doces e costura, são importantes iniciativas de geração de renda, espaços que garantem uma estabilidade financeira cada vez maior para os moradores, contribuindo também para a sustentabilidade da organização e de seus impactos. Os Amigos do Bem também são responsáveis por parte importante das estruturas de coleta e distribuição de água nos territórios, com a construção de poços, cisternas e distribuição de caixas d’ água. Mais de 1.2 bilhão de litros de água são distribuídos por ano.

O IDIS conversou com beneficiários, equipe, membros da Governança e voluntários dos Amigos do Bem. “É notável o engajamento e comprometimento de todas as partes envolvidas no projeto, fator essencial para seu sucesso”, comentou Paula Fabiani.

A prática de avaliação de impacto tem sido cada vez mais incorporada por empresas e organizações sociais. No IDIS, é nítido o crescimento da demanda pelo serviço, com XX projetos avaliados apenas neste ano. Entre os clientes, já trabalhamos com organizações como Doutores da Alegria, Gerando Falcões, Parceiros da Educação, Petrobras, Sesc, entre outras.

Época Negócios lança glossário de Inovação Social com apoio do IDIS

Recentemente, a Época NEGÓCIOS lançou uma reportagem bastante aprofundada estudando o investimento social privado e ações de inovação social no país. A partir dessa grande reportagem, o veículo produziu um ebook gratuito onde mostra como o ecossistema de investimentos sociais privados mudou, com exemplos recentes de companhias no Brasil e um glossário dos termos mais usados.

O IDIS apoiou na produção do glossário de termos que circundam a temática, sendo eles: filantropia estratégica, filantropia de risco, blended finance, negócio de impacto, inclusão produtiva; empreendedorismo social e economia regenerativa.

Confira o ebook completo da Época NEGÓCIOS clicando aqui

Filantropia estratégica

É a alocação voluntária e estratégica de recursos privados, sejam eles financeiros, em espécie, humanos, técnicos ou gerenciais, para o benefício público. Para promover a transformação social sistêmica e de longo prazo, esse investimento é feito com planejamento estratégico ancorado em dados, com indicadores pré-definidos, execução cuidadosa, monitoramento dos resultados e avaliação do seu impacto.

Fonte: IDIS

Filantropia de risco


A filantropia de risco, também chamada ‘venture philanthropy’, tem como objetivo apoiar e catalisar soluções inovadoras para problemas socioambientais, propostas por negócios de impacto em estágio inicial ou organizações da sociedade civil. Neste modelo, o investidor assume riscos ao apostar em potenciais de mudanças sistêmicas e prioriza o impacto positivo ao retorno financeiro, com financiamento personalizado, complementado com apoio estratégico, monitoramento e avaliação do impacto.

Fonte:  Investimento Social e Impacto no Brasil – Latimpacto

Blended finance


Blended Finance, ou finanças híbridas, são estruturas que combinam capital filantrópico e o capital financeiro para realização de iniciativas com impacto socioambiental. Elas podem combinar instrumentos diversos para apoio aos projetos, como por exemplo dívida, equity, garantias, seguros, programas ou fundos garantidores, grants, pagamento por resultados e assistência técnica.

Fonte: World Economic Forum e BNDES

Negócio de impacto


Negócios de impacto são empreendimentos que oferecem, por meio de seus produtos e serviços, soluções para desafios socioambientais e geram mudanças positivas ao mesmo tempo em que geram resultados financeiros positivos de forma sustentável.

Fonte: Artemisia e Anprotec/ICE


Inclusão produtiva


Inserção de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social no mundo do trabalho, em áreas rurais ou urbanas, por meio do empreendedorismo ou da empregabilidade formal, de modo que sejam capazes de gerar sua própria renda de maneira digna e estável, e assim superar processos crônicos de exclusão social.

Fonte: IDIS e Sebrae

 

Empreendedorismo social


Empreendedorismo social é o conceito por trás da construção de negócios de impacto. Ou seja, o ato de empreender para promover soluções sistêmicas que responder a desafios sociais e ambientais.

Fonte: Fundação Schwab

 

Economia regenerativa


A economia regenerativa propõe o reconhecimento – de maneira calculada – do valor econômico do meio-ambiente, das pessoas e das relações entre estes elementos, para os sistemas produtivos. Com isso, é possível prever usos mais adequados, privilegiando a regeneração e evitando o consumo até a escassez.

Fontes: NetZero

“Construindo o futuro”: novo relatório da CAF America incentiva filantropia para a América Latina

A cidade de Miami é um grande centro de doações filantrópicas para instituições sociais em toda a América Latina, vindas de residentes internacionais de alta renda no local. No entanto, apesar da vontade de criar um impacto duradouro por meio da filantropia, existem diversas barreiras que acabam dificultando a efetividade das doações.

Pensando em quebrar essas barreiras para pessoas que querem realizar doações para países na América Latina, a STEP Miami junto com a CAF America lançaram o relatório “Building the Future: Advising Latin American Philanthropy from Miami”. O objetivo da publicação é de inspirar doações internacionais estratégicas e com eficiência tributária a doadores norte-americanos.

Por meio da pesquisa, a STEP Miami e a CAF America mapearam a relevância das doações internacionais entre os clientes associados à STEP Miami e, com isso, foi constatado que há uma forte oportunidade para ajudar clientes de alto poder aquisitivo, uma vez que 93% dos consultores que responderam à pesquisa relataram que fazem doações anualmente a entidades filantrópicas fora dos Estados Unidos. Desses, 68% relatam realizar doações para instituições Brasileiras.

Pessoas e famílias de alto poder aquisitivo em Miami têm um interesse claro pelas doações a entidades filantrópicas internacionais. Isto reflete a natureza internacional da base de clientes da cidade.

Confira a publicação completa clicando aqui. 

CAF America

A CAF America é uma instituição filantrópica pública e intermediária para doações internacionais e domésticas aconselhadas por doadores. Nos últimos 5 anos, a organização estima ter apoiado a doação de U$2 bilhões, aconselhadas por doadores para milhares de instituições de caridade em 120 países. Além dessas atividades de doação, oferecem uma gama completa de serviços para todos os tipos de atividades filantrópicas.

Paula Fabiani e Andrea W. comentam queda de doações de alimento em jornais da Globo

De acordo com reportagem veiculada no Jornal Nacional no dia 09 de junho, as doações de alimentos caíram 80% em todo o Brasil desde o início da pandemia. Em contrapartida, a procura pelos alimentos dobrou. Algumas entidades estão tendo que montar cestas básicas com menos produtos para seguir com as doações à população que mais necessita.

Em entrevista, Paula Fabiani, CEO do IDIS, ressalta o quanto é importante que a temática da fome seja enfrentada por todos: governo, empresas e organizações da sociedade civil. De forma que seja possível criar iniciativas que atinjam a maior parte da população mais rapidamente.

Assista à reportagem completa: 

O mesmo assunto da queda na doação de alimentos foi destaque também no Jornal Hoje. A consultora associada  do IDIS, Andrea Wolffenbüttel comentou sobre como a crise econômica e social que vem ocorrendo no país tem dificultado que esses números cresçam. “Muitas das pessoas que antes tinha esse poder aquisitivo para doar, se tornaram dependentes de doação” , destacou.

Sociedade à mesa: é hora de decisões compartilhadas na filantropia corporativa

Por Paula Fabiani, CEO do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social Roberta Faria, Cofundadora e Co-CEO da Editora MOL e Presidente do Instituto MOL

Já faz algum tempo que as reuniões decisórias das empresas passaram a ser frequentadas por um público diferente dos habituais executivos. Cada vez mais, outros stakeholders (partes interessadas) são convidados a opinar sobre produtos, operações e até mesmo estratégias e posicionamentos. Mas há uma área que permanece bastante fechada e é, justamente, aquela relacionada ao investimento socioambiental corporativo.

Talvez por ser uma área relativamente nova, que começou a se popularizar nas últimas
décadas do século XX sob nomes como ‘responsabilidade social corporativa’, ‘filantropia corporativa’ e ‘investimento socioambiental privado’, ela continue definindo suas estratégias dentro de um círculo fechado, no qual poucos atores externos têm voz, quando muito, uma consultoria especializada.

Soa estranho porque o investimento socioambiental é especificamente o braço de
relacionamento da empresa com a sociedade, para além do âmbito comercial. Portanto, onde diferentes representantes da sociedade deveriam ter maior potencial de contribuição.

Uma pesquisa recentemente lançada nos Estados Unidos mostra que empregados e consumidores têm a expectativa de contribuir nas decisões de investimento socioambiental corporativo. Oitenta por cento dos colaboradores entrevistados afirmaram que gostariam de opinar, se fossem convidados. E 78% dos consumidores deram a mesma resposta. Setenta e oito por centos dos colaboradores disseram que preferem trabalhar em uma empresa que seja transparente em relação a seus critérios de decisão sobre a filantropia corporativa, e 73% dos consumidores se declararam mais dispostos a comprar de empresas que peçam sua opinião sobre as práticas de doação corporativa.

Ao serem mais transparentes a respeito de suas estratégias de investimento socioambiental e ao consultar seus stakeholders sobre as decisões a serem tomadas nesse campo, as empresas se mostrariam mais abertas a atender às necessidades da sociedade acima do interesse comercial próprio.

Transparência é também uma demanda crescente de investidores, hoje cada vez mais atentos à Agenda ESG (do inglês, Ambiental, Social e Governança). Empresas devem ser claras em relação ao que fazem, ter indicadores e seguir protocolos que permitam uma leitura objetiva por seus públicos. Invariavelmente, a política de investimento socioambiental corporativo é um dos pilares da agenda social.

A pandemia nos mostrou claramente o quão relevantes foram as doações realizadas por empresas naquele momento. E se quisermos superar as dificuldades sociais, ambientais e econômicas enfrentadas pelo Brasil atualmente, as companhias terão de continuar a contribuir da mesma maneira, isto é, visando ao bem público de uma forma direta, clara e confiando na capacidade das organizações da sociedade civil de realizarem seu trabalho.

Por sua vez, essas organizações conseguirão focar muito mais em suas atividades, atuando de forma eficiente e aumentando o impacto positivo de seus projetos, contando com o apoio recorrente de seus financiadores. Por isso, a relevância da transparência das empresas em relação a suas práticas de investimento socioambiental e de seu compromisso com a regularidade e com os valores transferidos.

Analisando os dados apresentados pela pesquisa BISC (Benchmark do Investimento Social Corporativo) nos últimos dez anos, percebemos que o volume total aplicado por empresas em suas ações sociais e ambientais oscila muito, sendo que seu pico, antes da pandemia, havia sido em 2012. De lá, até a chegada da Covid-19, organizações sociais sofreram com sucessivos cortes no investimento social corporativo.

Em 2020, houve um salto nas doações realizadas por empresas, que saíram de R$2,3 bilhões, em 2019, para R$ 5 bilhões no ano seguinte. O que aconteceu em 2021, ainda não sabemos, mas depoimentos das organizações da sociedade civil confirmam uma queda acentuada nos valores.

Para criarmos uma sociedade civil forte e atuante, que contribua para a solução dos
problemas socioambientais e garanta um ambiente democrático para todos, inclusive para a iniciativa privada, todos devem assumir sua responsabilidade no apoio às organizações do Terceiro Setor, com contribuições transparentes e frequentes. Elas serão parceiras e protagonistas na definição de estratégias de investimento, contribuindo para ações cada vez mais ágeis e efetivas.

Artigo publicado na Folha de São Paulo no dia 13 de julho

Mais da metade dos voluntários ativos no Brasil desconhecem a Lei do Serviço Voluntário

Pesquisa indica desconhecimento tanto sobre a lei que rege serviço voluntário como sobre documentos obrigatórios para realização da atividade

“Considera-se serviço voluntário, para os fins de lei, a atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência à pessoa.” 

Isso é o que diz a Lei Nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, que regularizou o serviço voluntário no Brasil. Entre outras coisas, ela prevê a formalização do vínculo entre organizações e voluntários, que deveriam assinar um “termo de adesão ao serviço voluntário” antes de iniciar uma atividade. 

Prestes a completar 25 anos de sua aprovação, a Lei do Serviço Voluntário ainda é pouco conhecida pelos brasileiros, como mostra a terceira edição da Pesquisa Voluntariado no Brasil. Em duas décadas, o número de pessoas que declaram ter feito alguma atividade voluntária ao longo da vida passou de 18% em 2001 para 56% em 2021.

Entretanto, apesar do crescimento de pessoas praticando trabalho voluntário, apenas 45% dos voluntários ativos conhecem a Lei que regulariza a atividade. O número é ainda mais baixo quando questionados sobre o  Termo de Adesão ao Serviço Voluntário: apenas 18% dos voluntários ativos dizem ter assinado. 

Quando consideramos os voluntários mobilizados por Programas de Voluntariado Empresarial, ou seja, aqueles que participam de programas promovidos pelas empresas onde trabalham, o nível de formalização é um pouco maior – 34% assinaram o termo antes de passar a realizar atividades. Melhor que no cenário nacional, mas ainda longe do ideal. 

“A formalização do vínculo é importante para as organizações e para os voluntários. O desconhecimento sobre a legislação do voluntariado no Brasil aponta o potencial de ação para organizações que fomentam a atividade” comenta Kelly Alves do Carmo, consultora da pesquisa 2021. 

Sobre a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, no presente e para as gerações futuras. 

Em sua terceira edição, a pesquisa traz um retrato brasileiro do tema, indica tendências e analisa as mudanças das últimas duas décadas. Foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – e Datafolha assinam a realização.

Vaga de estágio em projetos no IDIS

Buscamos pessoas para atuar em na área de Consultoria, com foco especial em projetos de Gestão de Doações que esteja cursando Administração de empresas, Contabilidade, Ciências Sociais, Direito, Gestão de políticas públicas, Economia, Relações Internacionais, Engenharia de produção ou áreas relacionadas.

Aqui terá a oportunidade de conhecer a fundo o cenário do investimento social privado brasileiro, contribuir para o direcionamento mais adequado de doações realizadas por empresas, famílias, organizações da sociedade civil (OSCs), organismos internacionais e poder público, contribuindo para diferentes causas e para o impacto social positivo das doações gerenciadas pelo IDIS.

Essas vagas são preferenciais para pessoas negras.

 

 Inscreva-se para esta oportunidade no 99Jobs

RESPONSABILIDADES: 

 

    • Realizar pesquisas de conteúdo e analisar dados para apoiar projetos de consultoria;
      Montar apresentações em PPT;
      Envolver-se na formulação e gestão de Editais;

 

    • Apoiar no controle, monitoramento e avaliação de prestação de contas financeiras e técnicas ligadas às doações e editais;

 

    • Apoiar a formalização de minutas contratuais;

 

    • Apoiar a validação e contato com organizações sociais;

 

    • Contribuir para a avaliação técnica de OSCs para clientes estrangeiros

 

    • Outras atividades relacionadas.

 

Requisitos:

    • Estar cursando, no mínimo, o 2° ano de faculdade de administração de empresas, gestão de políticas públicas, economia, contabilidade, engenharia de produção ou áreas relacionadas;

 

    • Ter experiência ou interesse no terceiro setor, nos temas de investimento social privado, responsabilidade social, sustentabilidade, ESG ou áreas afins;

 

    • Domínio do pacote Office (Word, PowerPoint, Excel) e internet;

 

    • Facilidade para trabalhar em equipe;

 

    • Boa redação;

 

  • Domínio intermediário da língua inglesa.

 

Desejável:

  • Noções avançadas de PowerPoint e Excel
  • Domínio avançado da língua inglesa

 

BENEFÍCIOS

Bolsa estágio, vale-transporte e vale-alimentação, Day off de aniversário, Credencial Plena do Sesc.

 

LOCALIZAÇÃO

São Paulo – SP (próximo à estação Pinheiros do metrô e trem)

 

INSCRIÇÕES

Essa oportunidade está disponível em nossa página da 99Jobs, inscreva-se até o dia 11 de julho de 2022.

 

SOBRE NÓS

Somos o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) fundada em 1999 e pioneira no apoio técnico ao investidor social no Brasil. Com a missão de inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto, trabalhamos junto a indivíduos, famílias, empresas, fundações e institutos corporativos e familiares, assim como organizações da sociedade civil em ações que transformam realidades e contribuem para a redução das desigualdades sociais no país.

Nossa atuação baseia-se no tripé geração de conhecimentoconsultoria e realização de projetos de impacto, que contribuem para o fortalecimento do ecossistema da filantropia estratégica e da cultura de doação. Valorizamos a atuação em parceria e a cocriação, acreditando no poder das conexões, do aprendizado conjunto, da diversidade e da pluralidade de pontos de vista.

 

 

Relatório observa uma queda nas doações de grandes fundações dos EUA a partir de 2020

A Candid e o Center for Disaster Philanthropy (CDP) divulgaram um novo relatório, Philanthropy and COVID-19: Examining two years of giving , que detalha a filantropia relacionada à covid-19 em 2021.

A terceira avaliação da Candid e do CDP dos dados filantrópicos relacionados à Covid-19 observam um declínio preocupante nas doações de grandes fundações dos Estados Unidos, mesmo enquanto comunidades enfrentam dificuldades para se recuperar dos efeitos da pandemia. O novo relatório destaca a necessidade de maior apoio filantrópico para recuperação a longo prazo, e o CDP fornece medidas ​​que os financiadores podem adotar pensando em revigorar suas estratégias para a recuperação dos danos causados pela pandemia:

  • Aumentar o apoio às comunidades mais vulneráveis;
  • Fornecer financiamento flexível;
  • Implementar filantropia baseada em confiança;
  • Financiar o mais local e de base possível;
  • Comprometer-se com a transparência compartilhando dados.

Alguns dados interessantes do estudo apontam que 18% do financiamento à Covid-19 foi explicitamente designado como financiamento flexível ou apoio geral. Além disso:

  • As organizações de saúde, serviços humanos e educação receberam as maiores parcelas de financiamento.
  • Para financiamento doméstico com foco nos EUA, 27% da dinheiro doado foi designado para identidades raciais e étnicas. Destes, 71% não indicaram uma identidade específica, mas, em vez disso, foram amplamente designados para “equidade racial” ou “comunidades de cor”.
  • 22% dos doadores norte americanos alocaram suas doações financeiras para organizações de fora dos Estados Unidos.

Outro capítulo do relatório se dedica a apontar como a pandemia impactou a filantropia em outros países, um deles o Brasil. O IDIS, foi uma das fontes escolhidas como estudo de caso para a publicação que cita, também, o Fundo Emergencial para a Saúde – Coronavírus Brasil criado pelo IDIS, BSocial e Movimento Bem Maior ainda em 2020 e que captou R$ 40,4 milhões para ajudar hospitais em 25 estados brasileiros contra a Covid.

O relatório destaca também a publicação “Perspectivas da Filantropia no Brasil em 2022”, mostrando algumas das tendências mapeadas.

Acesse o estudo completo clicando aqui 

O desafio da estruturação dos Programas de Voluntariado

por Clarissa Martins, gerente de Programas Corporativos e Saúde Organizacional na Phomenta, responsável pelo desenvolvimento e implementação de programas de voluntariado corporativo de habilidades (pro bono).

 O voluntariado é uma importante ferramenta para o Terceiro Setor. De acordo com dados da Abong divulgados em 2021, 70% das Organizações Não Governamentais (ONGs) brasileiras atuam quase integralmente com trabalho voluntário. Independentemente do papel que o voluntariado tem na organização, se ele é realizado para tarefas pontuais e específicas ou se ele é o principal vínculo das pessoas com a ONG, uma coisa é certa: a profissionalização da gestão dos programas de voluntariado é uma tendência e já se mostrou essencial para as organizações.

Fato é que estruturar um programa de voluntariado não é fácil. Exige tempo e dedicação da equipe da ONG. Vejo isso como o principal desafio para as organizações. A profissionalização do voluntário acaba sendo mais uma tarefa, dentre tantas outras, que a ONG precisa dar conta de fazer. E, se as organizações do Terceiro Setor já atuam em um contexto de recursos limitados, o cenário fica ainda mais desafiador devido às consequências da covid-19. De acordo com o estudo o Impacto da COVID nas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) Brasileiras, da Mobiliza, 65% das ONGs apontam diminuição significativa de acesso a recursos financeiros e 40% delas mencionam estresse e sobrecarga da equipe. 

Apesar do desafio, investir na estruturação de um programa de voluntariado ainda vale a pena e destaco aqui três vantagens: 

  1. Programas de voluntariado atraem e retêm mais pessoas: estruturar um programa exige pensar em toda a jornada do voluntário na ONG, desde como as pessoas ficarão sabendo das vagas até como os voluntários serão acompanhados e reconhecidos. Com isso, a organização passará a ter uma postura ativa na divulgação de vagas e poderá chegar a cada vez mais pessoas. Além disso, com os voluntários sabendo o que se espera deles, para quem reportar, recebendo feedback e sendo envolvidos em ações de integração e reconhecimento, são maiores as chances de que permaneçam na organização por mais tempo. 
  2. Possibilita que o voluntariado seja mais estratégico para a ONG: normalmente relacionamos a atividade voluntária com as ações mais operacionais de uma organização, como fazer hortas, pintar muros e brincar com os beneficiários. Porém, o voluntariado pode ir além e também ser uma fonte de conhecimento especializado em áreas que a organização não tem equipe interna fixa, como, por exemplo, recursos humanos, marketing e gestão de dados. Refletir sobre qual apoio a organização necessita é um excelente exercício para ampliar o campo de visão sobre o quanto o voluntariado pode agregar para as ONGs. 
  3. Maior proteção para a organização: o trabalho voluntário é regulado pela Lei nº 9.608/1998, que define, entre outros aspectos, que se trata de um trabalho não remunerado e que não gera vínculo empregatício. Para a organização estar juridicamente protegida, é necessário que seja firmado, entre voluntário e ONG, um termo que esclareça essa relação. A profissionalização do voluntariado pressupõe que haja uma ou mais pessoas responsáveis por esta gestão e seus processos. Dessa forma, tem-se maior garantia que as exigências legais estão sendo cumpridas dentro da ONG. Ainda que a profissionalização do voluntariado demande tempo e dedicação da ONG, é importante relembrar que o trabalho voluntário é uma forma de se ter mais pessoas atuando nas organizações.

Estruturar um programa exige muito no início, mas pode trazer excelentes resultados no médio e longo prazos. Além disso, vale ressaltar que a estruturação pode ser feita aos poucos, respeitando-se o momento e a disponibilidade da organização.

Referências
https://mobilizaconsultoria.com.br/o-impacto-da-covid-19-sobre-as-oscs-brasileiras/
https://abong.org.br/wp-content/uploads/2021/05/Remuneracao-de-dirigentes-das-OSC.pdf

Voluntários: luzes em tem tempos de escuridão!

Por Ricardo Martins, fundador e presidente da ONG Olhar de Bia e fundador da Rede Conectados do Terceiro Setor, voluntário por missão e vocação. 

Missão ou vocação?  Ser voluntário é atender ao chamado maior que nos coloca para doar o que temos de mais precioso: nosso tempo! Nossas expertises, conhecimentos e a nossa história! Doar o que temos de melhor para outras pessoas ou causas. 

Em tempos de pandemia, nos colocamos na linha de frente sem medo, ou melhor, se o medo existiu fomos com ele mesmo. E de uma forma tão particular formamos e demos musculatura a uma rede de atores, a Conectados do Terceiro Setor. 

De uma maneira muito simples e com informalidade indivíduos e organizações, as INGs (Indivíduos Não Governamentais) e as ONGs (Organizações Não Governamentais) se uniram para ajudar! Algumas organizações bem estruturadas, inclusive na gestão de seus voluntários, mas outras apenas grupos de trabalho, com muita vontade de estar junto, de apoiar e de doar trabalho, tempo e recursos nesses tempos tão desafiadores de pandemia e distanciamento social. Desejo de ser a diferença em um mundo tão indiferente. A rede se formou não estamos sozinhos, reunimos pessoas empáticas, que descruzaram seus braços para fazer o bem!  

Não havia necessidade de formalizar, de assinar compromissos e de medir resultados: eram tempos de realizar, de atender as demandas, de prover e conter as necessidades e os resultados eram sorrisos e agradecimentos. O grupo foi chamado de os doidos do bem! Mas depois foram reconhecidos como luzes em tem tempos de escuridão! Com os Conectados, conseguimos ter na prática que para fazer o bem de fato, não é necessário termos tantas e tantas regras, leis, letramento que, infelizmente, afastam quem quer apoiar e bate à porta para ajudar em tempos de emergências. 

Agora, um novo momento! Construímos uma rede de confiança, pessoas com o mesmo propósito, que, apesar de fazerem o bem por caminhos diversos, seja na educação, na assistência, meio ambiente, sustentabilidade, etc., possuem valores comuns, e ainda o desejo de diminuir desigualdades, trazer qualidade de vida e justiça para todos. É momento de dar condições aos projetos e ao movimento, que estava na informalidade décadas, a profissionalização. A força do voluntariado vai construir isso! São gestores, advogados, contadores, assistentes sociais, publicitários, administradores e mentores que, neste novo tempo, trarão condições de estruturar, por meio de legislações e treinamentos, a melhoria contínua da rede para seguir apresentando e trazendo o melhor para quem necessita, com urgência de ser atendido e acolhido. 

Que a pesquisa do Voluntariado no Brasil perceba que quem vem para o voluntariado, de maneira organizada ou na informalidade, tem a finalidade de cuidar de gente, construir um mundo cada vez melhor! É ouvir sua Vocação, realizar sua Missão, começando sempre pelo AGORA.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

Acesse o site da Pesquisa Voluntariado no Brasil

Transmissão ao vivo: Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2022, saiba como participar

International audience: announcement follows bellow

 

A 11ª edição do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais já tem data: 15 de setembro. Neste ano, além do evento presencial em São Paulo exclusivo para convidados, a programação será também transmitida ao vivo. 

Para acompanhar, basta se inscrever gratuitamente clicando aqui.  

A filantropia passou a ocupar o noticiário nacional e a sociedade cobrou por comprometimento e resultados. Avançamos, aceleramos soluções por meio das conexões e desafiamos o ditado ‘sozinho se vai rápido e juntos se vai longe’.

Nunca avançamos tanto, e em tão pouco tempo. A mobilização causada pela pandemia mostrou a potência da colaboração. Poder Público, empresas de todos os portes e segmentos, organizações da sociedade civil e indivíduos se uniram. Intensificaram parceiras pré-existentes e criaram novas pontes.

Por isso, o tema deste ano será COLABORAÇÃO. No Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2022 vamos mostrar como é possível irmos ‘rápido e juntos’. Conheça aqui a programação completa.

PALESTRANTES CONFIRMADOS

Entre os palestrantes já confirmados estão Marcilio Pousada (CEO da  REDE – RaiaDrogasil), Celso Athayde (fundador da CUFA),  Ana Buchain (dir. executiva de pessoas, marketing, comunicação e sustentabilidade da B3), Atila Roque (diretor da Fundação Ford Brasil), Flavia Rosso (gerente de impacto social no Ifood) e Mafoane Odara (líder de Recursos Humanos para América Latina na Meta). 

Além de convidados internacionais como Atti Worku (co-CEO do African Visionary Fund), Melissa Berman (Fundadora e CEO da Rockefeller Philanthropy Advisors),  Neil Heslop (CEO da Charities Aid Foundation) e Agustín Landa (Diretor Fundador da Lanza e Representante da Revista Alliance na América Latina). 

REALIZAÇÃO E APOIO

A realização é do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social , em parceria com o Global Philanthropy Forum e a Charities Aid Foundation, com apoio prata da Ford Foundation; e apoio bronze de de Ambev, B3 Social, BNP Paribas Asset Management, Fundação Arymax, Fundação José Luiz Egydio Setubal, Instituto Sicoob, Movimento Bem Maior, Raia Drogasil e Santander.

Neste ano o fórum também terá um parceiro de mídia, a Alliance Magazine – sediada na Inglaterra, é a maior revista sobre filantropia do mundo -, que fará a cobertura do evento e transmitirá o evento em inglês ao vivo em seu canal do YouTube.

The internacional audience will be able to attend the Brazilian Philanthropy Forum online, on Alliance Magazine YouTube channel. The sessions will happen from 1 p.m. to 10 p.m. (BST), with English translation. The program is available on the event´s website: www.idis.org.br/forum/en/  

FÓRUM BRASILEIRO DE FILANTROPOS E INVESTIDORES SOCIAIS

O Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais oferece um espaço para a comunidade filantrópica se reunir, trocar experiências e aprender com seus pares, fortalecendo a filantropia estratégica para a promoção do desenvolvimento da sociedade brasileira. O evento já reuniu mais de 1.500 participantes, entre filantropos, líderes e especialistas nacionais e internacionais. Em nosso canal do YouTube estão disponíveis listas com as gravações de todas as edições. Confira!

Assista também ao vídeo comemorativo de 10 anos do Fórum!

 

Um convite urgente para mudar as práticas de financiamento

 

O Catalyst 2030, rede global que atua em rede para tornar o mundo melhor e mais justo para todos, lançou uma carta aberta destinada a doadores e financiadores de organizações não-governamentais com um apelo para mudanças em suas práticas, tornando-as mais eficazes e melhorando o impacto social sustentável. 

A ação tem como objetivo reunir 1.000 assinaturas em todo o mundo, chamando atenção a esta importante questão. Até 25 de maio, mais de 500 organizações de 60 países já haviam assinado a petição.

Nós do IDIS, assinamos a carta e convidamos você, membro de uma organização não-governamental, a se juntar a nós neste chamamento. Esta é uma oportunidade para acelerar a mudança social, tornando as práticas de financiamento mais eficazes para o setor. 

“Para ter alguma esperança de tornar o mundo um lugar melhor, trabalhando para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, devemos enfrentar de forma mais eficaz as causas dos problemas por meio de mudanças transformadoras nos sistemas. Um número crescente de financiadores e organizações percebeu que agora é a hora de avançar no progresso global e encontrar novas maneiras de apoiar a mudança, mudando as práticas e normas atuais de financiamento no setor social”. Catalyst 2030.  #ShiftingFundingPractices

 

Conheça o site da iniciativa.

 

CONHEÇA A CARTA ABERTA E ASSINE VOCÊ TAMBÉM

Um Convite Urgente para Mudar as Práticas de Financiamento

Estamos agora numa fase da nossa viagem civilizacional onde o nosso mundo enfrenta um conjunto de desafios globais em cascata e interrelacionados que ameaçam o futuro das pessoas e do planeta.  Desde a pobreza endêmica, a desigualdade racial e de gênero, a extinção de espécies, e o desmatamento, até o fascismo crescente, e a crise climática, a combinação destes desafios concorrentes e sobrepostos sinaliza a necessidade urgente de transformar fundamentalmente os sistemas entrincheirados subjacentes a estes grandes problemas. Para termos alguma esperança de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e inverter a trajetória destrutiva que as pessoas e o planeta enfrentam, temos de abordar com mais eficácia as causas profundas de problemas complexos, em vez de tratar os sintomas.  Isto é possível se transformarmos políticas, práticas, costumes, mentalidades, dinâmicas de poder e fluxos de recursos para alcançar um impacto duradouro ao nível local, nacional, e global.  Este é o trabalho conhecido como mudança de sistemas.  É uma perspectiva abrangente à mudança social que procura abordar as características complexas, em grande escala e profundas, das questões sociais.   Um aspecto chave da mudança de sistemas é a colaboração sustentada.  A verdadeira mudança de sistemas ocorre quando múltiplos atores entre setores, disciplinas e grupos sociais – incluindo financiadores e líderes de movimento – trabalham em conjunto para objetivos comuns ao longo de prazos prolongados.Embora encorajemos os financiadores a explorar diferentes oportunidades de financiamento de projetos que possam conduzir ao bem social, incluindo os que oferecem algum retorno financeiro aos investidores, a realização de mudanças eficazes nos sistemas, em particular os muitos aspectos que necessitam de financiamento de doações, exigirá uma poderosa mudança em relação às abordagens filantrópicas tradicionais onde:

1 – os financiadores tendem a confiar nos conhecimentos empresariais e acadêmicos para compreender o impacto social em vez de centrarem a liderança e a experiência vivida daqueles que estão mais próximos das questões que procuramos abordar;
2 –
a maior parte do financiamento é direcionado para aliviar os sintomas de sistemas falidos e não para o trabalho a longo prazo de compreensão, abordagem e mobilização da mudança para abordar as causas profundas;
3 –
o financiamento específico do projeto é concedido em loteamentos de curto prazo, o que também envolve frequentemente papelada excessiva, dinâmica de poder transacional, e uma dependência excessiva em métricas com curto espaço de tempo para avaliar o sucesso; e
4 –
processos e critérios de candidatura podem levar a uma concorrência inútil entre organizações em vez de incentivar os tipos de colaborações necessárias para mudar os sistemas.Um número crescente de financiadores e organizações estão descobrindo que existe uma oportunidade em tempo real para avançar no progresso global e modelar novas formas de apoiar a mudança através da transformação das atuais práticas de financiamento do setor social.  Estas mudanças necessárias abrangem múltiplos tipos de financiadores, incluindo financiamento de filantropia privada, governos, e organismos multilaterais.  Os seguintes princípios descrevem o que nós, um grande grupo de organizações da sociedade civil e inovadores para a mudança de sistema, bem como muitos líderes do pensamento filantrópico, acreditamos ser as práticas mais críticas e eficazes que os financiadores precisar adotar à medida em que lidamos com os problemas complexos que o nosso mundo enfrenta atualmente.  Convidamo-los a considerar a adoção das práticas transformadoras de financiamento abaixo indicadas.  Dado o poderoso papel dos financiadores e doadores em influenciar o trabalho e o âmbito das organizações que trabalham com questões sistêmicas, estas mudanças permitirão e capacitarão melhor o sector social e fomentarão colaborações multisetoriais que trabalham para os tipos de mudanças de sistemas que são urgentemente necessárias.  

PRINCÍPIOS

1 – Dê Financiamento Plurianual e Irrestrito: Abordar as causas profundas dos problemas sistêmicos interligados requer uma adaptação e aprendizagem contínuas a longo prazo. Contar com organizações que tem fundos operacionais gerais durante vários anos (pelo menos três a cinco anos, e de preferência mais tempo) permitem-lhes a flexibilidade necessária para adotarem a abordagem iterativa e a longo prazo para enfrentar grandes problemas sistêmicos, complexos e de longo prazo.  Este tipo de investimento flexível liberta as organizações para se adaptarem às mudanças nas condições e permite que as organizações sem fins lucrativos se concentrem no seu trabalho de missão crítica em vez de se concentrarem na origem das doações do próximo ano.  Se um financiador só pode oferecer doações restritas a projetos, torná-las plurianuais e garantir que cobrem os custos reais diretos (incluindo salários do pessoal) e indiretos da entrega do impacto (tais como alugueis de escritórios e equipamento).  Considerar providenciar mais do que o suficiente para que estes custos permitam que as organizações sem fins lucrativos aumentem um excedente e reservas.

2 – Investir na Capacitação.  Boas ideias não são suficientes.  Ajude os seus parceiros de programa a construir a capacidade organizacional central e a responder ao que eles dizem que mais precisam.  As organizações sem fins lucrativos precisam construir um conjunto diversificado de capacidades, seja na sua organização ou através dos seus parceiros, para trazer força coletiva e sustentabilidade ao seu trabalho ao longo do tempo.  Os financiadores que impõem restrições aos custos gerais limitam a capacidade das organizações para alcançar um impacto social ótimo.

3 – Redes de Fundos: As redes são ferramentas nas nossas caixas de equipamentos de mudança social que apoiam as partes interessadas a tomar medidas de colaboração e a desenvolver iniciativas estratégicas que incluem múltiplos atores que fazem parte da solução.  As redes são também uma excelente fonte de capacitação para os participantes, incentivando a colaboração, experimentando novas abordagens, e permitindo que as correções de curso aconteçam de forma mais rápida e eficiente.  Investir em infraestrutura e capacidade de coordenação das organizações para colaborar, construir redes, e trabalhar em conjunto de forma mais eficiente e eficaz.

4 – Criar Relações Transformativas ao invés de Transacionais: Precisamos evoluir a partir das relações de poder corrosivo que têm caracterizado muitas interações entre financiadores e beneficiários até hoje. Para alcançar a mudança transformacional, precisamos praticar um modelo de parceria em que todos nós trazemos ativos e doações para a mudança em questão. O dinheiro é um desses ativos, tal como o conhecimento da comunidade, o poder das pessoas, as relações, os conhecimentos, o poder econômico e o poder político. O trabalho eficaz de mudança dos sistemas depende de todos estes trunfos.  Requer também sensibilidade partilhada para ouvir, aprender, humildade, e colaboração. Os financiadores podem abdicar de parte do seu poder para construir o nosso poder coletivo para o impacto.

5 – Construir e Partilhar Poder: Os líderes sem fins lucrativos e de movimento não têm estado tradicionalmente presentes em salas onde governos e empresas tomam grandes decisões estruturais. Isto é especialmente verdade para organizações lideradas por pessoas negras, indígenas e de outras etnias, bem como para as lideradas por mulheres, jovens e pessoas com deficiência.  Os financiadores podem ajudar a reequilibrar estas injustiças. Podem consegui-lo através da partilha do poder com e da construção de poder para o setor social, dando mais recursos diretamente a nível local à organizações com liderança local e propriedade local, e fazendo investimentos mais robustos em organizações conduzidas por líderes de cor próximos.  É necessário conceber estruturas e espaços mais inclusivos para a tomada de decisões. Estes espaços devem encorajar o apoio geral ao funcionamento e ao desenvolvimento de capacidades para ajudar os líderes a ganhar políticas e práticas que façam avançar os ODS na sua arena de influência.  É também importante que os financiadores estejam abertos ao financiamento de novos empresários sociais e jovens empresários em início de carreira.

6 – Sejam transparentes e reativos: Traga humildade à sua concessão e reconheça os desequilíbrios de poder nas suas relações com os parceiros do programa. Comunique a sua viagem de equidade com os seus beneficiários. Seja absolutamente claro quanto às suas prioridades e expectativas.  Seja rápido a dizer não, se não for um bom ajuste, e responda em tempo hábil. A urgência dos nossos desafios não exige menos de todos nós.

7 – Simplificar e agilizar a papelada: As organizações sem fins lucrativos passam muito tempo redigindo propostas de doações, relatórios para satisfazer os requisitos dos financiadores, ao mesmo tempo que realizam o difícil trabalho de alteração dos sistemas e cumprem as condições regulamentares. Os financiadores podem ajudar a devolver tempo, simplificando os processos de candidatura, coordenando com outros doadores a due diligence e relatórios, e alinhando os relatórios com uma mentalidade de mudança de sistemas.  A elaboração de relatórios sobre o trabalho de mudança de sistemas é muitas vezes mais complexa e matizada do que a listagem de resultados a curto prazo ligados a projetos individuais. Como métodos adicionais de avaliação do impacto, os financiadores podem estar mais abertos a histórias como exemplos de progresso. Podem perguntar aos beneficiários quais as mudanças no sistema veem ao longo do tempo, e podem falar com os beneficiários sobre o que está funcionando nos seus esforços e o que não está.

8 – Oferecer apoio para além do cheque: Os financiadores têm mais para oferecer do que apenas dinheiro. Seja um conector.  Faça ligações úteis para os parceiros beneficiários a outros possíveis financiadores e organizações de pares, seja curioso e atento às suas necessidades, e crie oportunidades para os mostra-los e mostrar seu trabalho em canais a que tenha acesso.  Apoie redes que construam ligações fortes e forneçam plataformas de colaboração em vez de competição.

9 – Colaborar com outros financiadores: Tal como as organizações sem fins lucrativos precisam tecer redes para alcançar escala, os financiadores precisam construir ecossistemas de investidores no trabalho de mudança de sistemas. Partilhar conhecimentos, conexões e expertise com outros doadores; aumentar a eficiência através de ações coordenadas; abrir portas para os seus beneficiários e caminhar juntos como parceiros.  Ligue-se aos financiadores que estão investindo em áreas semelhantes e responsabilizem-se uns aos outros por pensarem amplamente sobre o seu ecossistema de financiamento e por terem a intenção de incluir líderes e organizações que, histórica e sistemicamente, têm tido dificuldades em acessar os fundos dos doadores.

10 – Adote uma Mentalidade Sistêmica em suas Doações: Os financiadores devem abraçar uma mudança de mentalidade dos sistemas com os seus beneficiários para abordar o(s) problema(s) prioritário(s) escolhido(s).  O objetivo geral é mudar significativamente as condições que mantêm o problema no lugar.  Isto implica identificar, compreender, e abordar as causas profundas do(s) problema(s) que está(ão) a abordando.  Esta mentalidade estende-se também a pensar de forma diferente sobre a avaliação e compreensão do impacto num horizonte a mais longo prazo.  Muitos financiadores podem apontar para alguns destes princípios onde estão liderando ou fazendo progressos.  No entanto, um progresso parcial, embora valha a pena, não será suficiente se quisermos responder à urgência das complexas necessidades às quais nos deparamos.  Apelamos aos líderes do setor filantrópico e aos diferentes tipos de financiadores para que se comprometam a adotar todos estes princípios de forma significativa dentro das suas organizações, de modo que o nosso compromisso partilhado e a nossa capacidade de alcançar uma mudança social duradoura seja acelerada.Especificamente, pedimos aos financiadores que se comprometam com os seguintes passos concretos e práticos para mostrar o seu apoio a estes princípios:

1 – Tomemos o Diagnóstico do Financiador/Doador sobre a mudança dos sistemas de financiamento, encontrado aqui https://bit.ly/3qLJTt1. Esta é uma ferramenta abrangente concebida para apoiar e informar a trajetória de mudança para mais filantropia baseada em mudanças de sistemas.  Desenvolva ações concretas que tomarão como base as recomendações da ferramenta, trabalhe para melhorar a sua pontuação durante o próximo ano ou dois, e comprometa-se a retomar o Diagnóstico de Financiador/Doador para avaliar o seu progresso.

2. Faça mudanças para os elementos-chave da mudança dos sistemas de financiamento, tais como o aumento do financiamento concedido a grupos que utilizam abordagens de mudança de sistemas, o aumento do percentual das suas doações que fornecem apoio central sem restrições, e o aumento do percentual das suas doações que são compromissos de financiamento plurianuais.

3. Revisite e racionalize os seus processos de concessão de doações.  Identifique pelo menos uma forma de incorporar mais perspectivas ou informações de líderes próximos para ajudar a moldar as suas decisões de doações.

4. Responsabilize-se por estes princípios, convidando regularmente os seus beneficiários a darem o seu feedback, quer seja através de uma pesquisa anônima aos beneficiários que desenvolve, um Relatório de Percepção do Beneficiário, uma pesquisa aos funcionários, ou outros mecanismos de feedback que crie para convidar a participação.   *Muitos dos princípios desta carta são derivados de três fontes: Embracing Complexity, um relatório colaborativo da Catalyst 2030, Ashoka e McKinsey & Company que refletiu as perspectivas de muitos empresários sociais em todo o mundo; The Trust Based Philanthropy Project; e os princípios da Filantropia Baseada na Equidade Racial.Estamos ansiosos para trabalhar com você em nossa jornada compartilhada para criar soluções duradouras para muitos dos maiores problemas que as pessoas e o planeta enfrentam hoje.

 

Você concorda com esses princípios? Assine já. 

 

O IDIS é membro fundador do Catalyst 2030 Brasil.

O papel do voluntário nas situações emergenciais

Por Leonard de Castro Farah, Capitão BM, cofundador da HUMUS BR, especialista em Redução de Risco e Desastres pela ONU e UNESCO.

Não se trata de você! Atualmente, estamos vivenciando um processo intenso de desastres relacionados a eventos naturais extremos no Brasil. Fortes chuvas, grandes deslizamentos, rupturas de barragens, muitas vezes associadas a pequenos sismos, grandes incêndios florestais. Todos esses eventos estão cada vez mais frequentes e preocupam muito a todos da sociedade, já que eles, assim como um vírus, não escolhem quem vão atingir.

Recentemente, vimos em Petrópolis uma cidade inteira ser devastada por um dia de chuva forte. E não foi só o morador em situação de risco que foi atingido: foi toda uma sociedade. 

O grande problema começa após a eclosão. O caos se instala! É inerente ao ser humano querer ajudar, a vontade de fazer algo, de partir para a ação, que parece, num primeiro momento, ser o melhor a ser feito, tem consequências desastrosas. O Sr. João sai da sua casa em seu carro e, sem saber das necessidades, recolhe roupas usadas, alguns quilos de alimento não perecíveis, produtos de higiene e vai para a cidade.

Chegando na cidade devastada, após percorrer vários quilômetros, tem que abastecer. Vai para um hotel e tenta encontrar um restaurante para comer algo. Quase todos fechados, pois os que não foram atingidos diretamente pelo evento não abriram, já que seus funcionários morreram, estão desaparecidos ou não foram trabalhar, pois perderam parentes e amigos e estão tentando entender todos os danos causados na cidade. Com fome, ele vai ao supermercado da cidade: poucos estão abertos e ele tenta comprar algo para comer, mas as filas longas das pessoas desesperadas já se formam. Ele fica horas ali para comprar um simples lanche e sai rodando a cidade sem saber onde entregar as doações. 

Não acha nenhum posto de recolhimento e acaba se dirigindo a um quartel de bombeiro ou a um posto policial. Lá, não tem praticamente ninguém, somente uma pessoa para tentar orientar aqueles que chegam. Sem ter estrutura para receber os materiais, ele pede que aquele voluntário deixe as doações ’Naquele canto ali mesmo’.

Está formado o ciclo do Caos. Iguais ao senhor João existem milhares que fazem a mesma coisa, lotando os hotéis, acabando com o combustível da cidade e comprometendo a logística, já que carretas não chegam por conta dos deslizamentos. As pessoas que perderam as casas não têm para onde ir, devido aos hotéis lotados de turistas do caos. Falta abastecimento de água na cidade, o lixo não é recolhido, doenças começam a se proliferar.

As pessoas precisam compreender que não se trata do que você quer fazer, mas, sim, do que a cidade precisa. Muitas vezes, a logística para se encher um carro com água e levar até uma cidade a 500 km de distância é muito mais prejudicial do que se você doasse o valor do combustível para uma instituição que você confia.

As ações de doações podem, sim, atrapalhar. Imagine toneladas de roupas espalhadas sem organização alguma, sujas e ficando num canto qualquer. Não adianta recolher os alimentos em um local se você não tem como fazer o escoamento para onde precisa.

O voluntário precisa entender qual é o seu papel no ciclo do desastre e onde está a lacuna que ele pode preencher. O caos se dá pelo fato de que a oferta de produtos é menor do que a demanda ou porque os produtos não chegam e os sistemas de fornecimento de insumos básicos são interrompidos ou porque há um crescimento vertiginoso das pessoas no local. Isso, por exemplo, é o que acontece com a questão dos refugiados.

Portanto, ajudar em um desastre requer qualificação, treinamento e, acima de tudo, um entendimento do que deve ser feito em todas as etapas de resposta, reconstrução, preparação e capacitação.

Por mais que tenhamos receio de doar quantias em dinheiro, temos que refletir que instituições sérias irão utilizar esses recursos da melhor maneira para socorrer quem precisa.

O voluntariado no Brasil para situações de desastres ainda é muito incipiente e se resume à doação de cestas básicas, geladeiras, fogões e outros materiais. As pessoas precisam entender que os eventos naturais continuarão a acontecer e irão, cada vez mais, prejudicar as comunidades vulneráveis. Diminuir a exposição e vulnerabilidade é fundamental. 

Ser voluntário é doar de coração para que a sua ajuda possa fazer a diferença na vida de quem precisa. É colocar em mente que não se trata do que você quer, e sim do que o outro precisa.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, em sua terceira edição, legitima o trabalho de milhares de voluntários na construção de um Brasil melhor, tanto no presente, quanto para as gerações futuras.

Este artigo integra uma série de conteúdos escritos à convite dos realizadores da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, com intuito de analisar e enriquecer os achados do estudo. Não nos responsabilizamos pelas opiniões e conclusões aqui expressadas.

Acesse o site da Pesquisa Voluntariado no Brasil

WGI 2021 mostra as mudanças no mapa de doações no mundo

Pela primeira vez, 5 das principais economias ocidentais saíram do Top 10 dos países
mais generosos. Por outro lado, houve recorde no número de pessoas que ajudaram um desconhecido: mais de 3 bilhões de pessoas.

Acesse a pesquisa completa do World Giving index 2021 gratuitamente clicando aqui.

 

Segundo o World Giving Index (WGI) o país mais generoso em 2021 é a Indonésia, com uma pontuação de 69, acima dos 59 na última vez em que um Índice anual foi publicado em 2018, quando também ficou em primeiro lugar. Mais de oito em cada 10 indonésios doaram dinheiro este ano e a taxa de voluntariado do país é mais de três vezes a média global. Em segundo lugar vieram o Quênia e em terceiro a Nigéria.

 

O Ranking Global de Solidariedade é uma iniciativa da organização britânica Charities Aid Foundation (CAF), representada no Brasil pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. Conduzido desde 2009, já entrevistou mais de 1,6 milhão de pessoas e faz a cada uma delas três perguntas: você ajudou um estranho, doou dinheiro a uma organização social ou fez algum tipo de trabalho voluntário no mês passado? Nesta edição, foram incluídos os dados de 114 países, representando mais de 90% da população adulta global. Foram entrevistadas pessoas acima de 15 anos, nível de confiança da pesquisa é de 95%.

 

A pesquisa deste ano destaca o impacto do lockdown em países que por anos lideraram o ranking da generosidade:  Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Irlanda e Países Baixos tiveram todos uma queda significativa em suas pontuações. Apenas Austrália e Nova Zelândia, onde a pesquisa foi realizada nas semanas anteriores ao início da primeira onda da pandemia, mantiveram-se entre as 10 primeiras colocações.

 

Confira o gráfico dos países mais generosos do mundo. (Fonte: World Giving Index 2021)

 

Um ponto a se destacar em tempos de coronavírus, é o número recorde de pessoas que relataram que ajudaram um desconhecido em 2020. Segundo a CAF, 55% da população adulta do mundo ajudou um desconhecido no ano passado, o equivalente a mais de 3 bilhões de pessoas. Seis dos 10 países que mais se destacaram em relação a esta variável estão localizados na África.

 

Também cresceu o número de pessoas que doaram dinheiro em 2020, atingindo o maior patamar nos últimos cinco anos – 31% -, enquanto os níveis de voluntariado em 2020 permaneceram relativamente inalterados em nível global.

 

Neste ano, o Brasil ficou em 540 lugar no ranking, subindo 14 posições em relação aos dados de 2018 e 20 posições em relação a sua posição média nos últimos 10 anos.

 

Segundo Paula Fabiani, CEO do IDIS “A generosidade no mundo aumentou, em especial nas economias com pessoas em situação de maior vulnerabilidade. Este movimento de cuidar do próximo e realizar doações precisa continuar para enfrentarmos os efeitos perversos da pandemia e acelerar a melhoria do bem-estar de quem mais precisa”.

 

Para Neil Heslop, diretor executivo da CAF, o World Giving Index deste ano revela o potencial não aproveitado de apoio às organizações sociais como resultado do lockdown em todo o mundo, em especial nos países desenvolvidos.

 

Para ele, a generosidade sem dúvida salvou muitas vidas, mas para instituições sem fins lucrativos que dependem de eventos de arrecadação de fundos, de doações espontâneas em dinheiro ou de um exército de voluntários, o fechamento de economias teve um impacto profundo e será duradouro.

 

A CAF ainda destaca no relatório deste ano que ainda há um grande trabalho a ser feito para reconstruir sociedades devastadas pela perda de recursos para as organizações sociais.

DESTAQUES DA EDIÇÃO

  • Vários países subiram no índice e fizeram sua primeira aparição no top 10, incluindo Nigéria, Gana, Uganda e Kosovo – mas embora suas pontuações gerais de doações tenham aumentado um pouco, sua ascensão no Índice foi impulsionada também pelo declínio de outros países.

 

  • Comunidades em todo o mundo se mobilizaram para ajudar os cidadãos conforme a pandemia se instalou, resultando nos maiores números de ‘ajudou a um estranho’ desde que o índice foi lançado pela primeira vez em 2009.

 

  • Mais da metade (55%) dos adultos do mundo – ou 3 bilhões pessoas – relataram ajudar alguém que não conheciam em 2020. O Brasil atingiu seu recorde neste indicador, com 63% de brasileiros ajudando um estranho.

 

  • Da mesma forma, mais pessoas doaram dinheiro em 2020 do que nos últimos cinco anos (31%). O Brasil também teve o seu melhor percentual dos últimos 5 anos com 26% brasileiros doando para uma organização.

 

  • Os níveis de voluntariado em 2020 permaneceram praticamente inalterados em nível global, assim como no Brasil (15%).

 

  • O Japão ocupou o último lugar do WGI, como o país menos generoso do mundo.

 

  • No relatório especial do 10º aniversário do WGI, divulgado em 2019, os Estados Unidos da América foram o país mais generoso do mundo na década anterior e sete das 10 nações mais generosas estavam entre as mais ricas do mundo.

 

Acesse a pesquisa completa do World Giving index 2021 gratuitamente clicando aqui.

 

 

Confira os resultados da Pesquisa Doação Brasil 2020

Promovida pelo IDIS, a Pesquisa Doação Brasil 2020 é o mais amplo estudo sobre a prática da doação individual no País. Os resultados da segunda edição, realizada pelo instituto de pesquisas Ipsos, revelam o impacto da longa crise econômica e da pandemia sobre a doação dos brasileiros. Ao comparar os dados de 2015 com os de 2020, vemos que a doação encolheu no Brasil, em todas as suas formas, desde a doação em dinheiro, até a doação de bens e de tempo (trabalho voluntário).

 

Baixe a publicação completa: bit.ly/doacaobr2020

Visite o site pesquisa: https://pesquisadoacaobrasil.org.br

 

Enquanto em 2015, 77% da população havia feito algum tipo de doação, em 2020, o percentual ficou em 66%. Quando se trata de doação em dinheiro, a proporção caiu de 52% para 41%. E no caso de doações para organizações/iniciativas socioambientais, a redução foi de 46% para 37%.

Sobre os achados da Pesquisa, Paula Fabiani, CEO do IDIS, comenta: “Apesar da queda das doações, a Cultura de Doação se fortaleceu nos últimos cinco anos. A sociedade está mais consciente da importância da doação e tem uma visão muito mais positiva das organizações da sociedade civil e seu trabalho. As classes mais privilegiadas demonstraram maior grau de solidariedade e responderam à crise de 2020 doando mais.

Cerca de 650 pessoas acompanharam o evento de lançamento pelo Zoom e ao vivo pelo YouTube do IDIS. Desde então, a pesquisa tem sido destaque na imprensa nacional.

Assista ao evento de lançamento na íntegra:

 

Pesquisa Doação Brasil 2020

 

INFLUÊNCIA DA RENDA

Ao analisar a composição dos dados, fica claro que as alterações se deram por conta da prolongada crise econômica dos últimos anos, agravada pela pandemia e pelo cenário de incerteza para o futuro. Observamos que a doação de dinheiro para organizações/iniciativas socioambientais encolheu muito entre as classes menos favorecidas (de 32% para 25% entre 2015 e 2020, na faixa com renda familiar até 2 salários mínimos) e cresceu significativamente entre as classes com mais alta renda (de 51% para 58%, nas classes com renda familiar entre 6 e 8 salários mínimos, e de 55% para 59% entre as classes com renda familiar acima de 8 salários mínimos). Essas classes doaram mais em 2020 do que haviam feito em 2015.

 

VALOR DA DOAÇÃO

Em 2020, menos brasileiros doaram a organizações da sociedade civil e o valor doado caiu. Em 2015, a mediana* do valor anual doado por pessoa era de R$ 240 e em 2020, caiu para R$ 200.

Essa redução teve forte impacto sobre o montante total das doações. Em 2015, o valor total doado pelos indivíduos foi de R$ 13,7 bilhões, o que correspondia a 0,23% do PIB. Em 2020, somou R$ 10,3 bilhões, equivalentes a 0,14% do PIB desse ano.

(*) A mediana é preferida para estimar o valor total doado porque ela considera os valores mais praticados pela sociedade e despreza os valores extremos, ou seja, as doações muito altas ou muito baixas, que deturpam a média.

 

CAUSAS MAIS SENSIBILIZADORAS

O efeito da pandemia mudou as prioridades dos brasileiros, quando se trata de causas. Enquanto em 2015 Saúde e Crianças ocupavam os primeiros lugares na preferência dos brasileiros, em 2020, o Combate à Fome e à Pobreza foi citado por 43% da população como sendo a causa mais sensibilizadora, seguida por Crianças, Saúde e Idosos.

Duas outras causas também ganharam muitos adeptos nos últimos cinco anos – o Combate ao Abandono e Maus-tratos de Animais, e os Moradores de Rua. Ambas haviam pontuado muito pouco em 2015, mas aparecem no ranking de 2020, em quinto e sexto lugar, respectivamente.

 

PERCEPÇÃO SOBRE A DOAÇÃO

Apesar do encolhimento na prática, a população brasileira vê de forma cada vez mais positiva a doação. Mais de 80% da sociedade acredita que o ato de doar faz diferença, e entre os não doadores, essa concordância atinge 75%.

O conceito de que a doação faz bem para o doador cresceu significativamente, de 81% para 91% da população, atingindo uma maioria quase absoluta.

Outro aspecto positivo é que a ideia de que o doador não deve falar que faz doações está perdendo força. Em 2015, ela contava com a concordância de 84% da população e, em 2020, o percentual caiu para 69%. Este é um ponto especialmente importante porque o falar sobre a doação estimula sua prática, traz inspiração, esclarece temores e desperta o interesse de outras pessoas.

 

PERCEPÇÃO SOBRE AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL

A opinião dos brasileiros sobre as organizações da sociedade civil, mais conhecidas como ONGs, evoluiu muito nos últimos cinco anos.

A noção de que as ONGs são necessárias no combate aos problemas socioambientais recebe a adesão de 74% da população, enquanto em 2015, essa concordância estava em 57%.

A afirmação ‘Percebo que a ação das ONGs leva benefícios a quem realmente precisa’ conta com a concordância de 67% da população, e em 2015, esse índice era de 47%.

O reconhecimento de que as ONGs fazem um trabalho competente é indicado por 60% da população, e em 2015, só 44% pensavam desse modo.

O maior destaque, porém, fica com o crescimento da confiança nas ONGs. 45% da população concorda que as ONGs deixam claro o que fazem com os recursos que aplicam. Em 2015, apenas 28% se mostravam de acordo com a afirmação.

OUTROS DESTAQUES

A longa crise econômica que o País atravessa afetou muito as doações;

Parte da população mais pobre, que doava em 2015, deixou de doar e passou a precisar de doações;

Em compensação, as classes de maior renda doaram mais em 2020 do que em 2015;

A doação é vista de forma muito positiva pela população como um todo, e aumentou a percepção de que as pessoas devem falar que fazem doação;

A imagem das ONGs melhorou muito junto à sociedade brasileira.

 

Baixe a publicação completa: bit.ly/doacaobr2020

Visite o site pesquisa: https://pesquisadoacaobrasil.org.br

 

Escute também o podcast “Aqui se Faz, Aqui se Doa” sobre a pesquisa:

REALIZADORES E APOIADORES

A Pesquisa Doação Brasil é uma iniciativa coordenada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, realizada pela Ipsos e com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Fundação Tide Setúbal, Instituto ACP, Instituto Galo da Manhã, Instituto Mol, Instituto Unibanco, Itaú Social, Mercado Pago e Santander.

Pesquisa Voluntariado no Brasil 2011: uma década de voluntariado

O voluntariado faz parte da história do Brasil e tem suas raízes em 1543, na fundação da Santa Casa de Santos. Desde então, vem se transformando. As organizações se multiplicaram, a atividade foi regulamentada, empresas passaram a promover programas de voluntariado, a tecnologia permitiu a atuação dos voluntários à distância.

As pesquisas sobre voluntariado realizadas em 2001 e 2011 mostraram como o brasileiro é sensível ao tema do voluntariado e como tem o desejo de colaborar com causas comunitárias, faltando apenas as organizações se prepararem para recebê-los e aproveitarem todo o potencial que eles oferecem.

Certamente, o maior legado foi a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2001+10, organizada pela Rede Brasil Voluntário. Realizada pelo IBOPE Inteligência, a pesquisa mostrou que um em cada quatro brasileiros com mais de 16 anos já fez ou faz trabalho voluntário, ou seja, eram cerca de 35 milhões de pessoas em ação. 

Baixe aqui os resultados da edição 2011 

 

Assista ao vídeo realizado em 2011, na comemoração da Década do Voluntariado.

 

Assista também ao evento de lançamento da pesquisa 2021:

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 é uma realização do IDIS e do Instituto Datafolha. Foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. Sua viabilização teve o suporte de organizações que acreditam na importância do avanço do voluntariado no Brasil, e participam dessa rede de apoiadores, Ambev, Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Raízen, Sabesp, Sicoob e Suzano.

 

Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais

Agradecemos o seu interesse em participar do “Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2022”. Esta publicação, realizada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e Coalizão pelos Fundos Patrimoniais Filantrópicos, pretende contribuir para que os gestores de fundo patrimoniais brasileiros tenham material para refletir, aprimorar e avaliar a performance de seus endowments.

Antes de iniciar o preenchimento do formulário online, sugerimos que baixe aqui o formulário em Word completo (baixe aqui). Mas, atenção, somente serão aceitos as respostas via o formulário abaixo.

O Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais 2022 é uma realização do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento Social e da Coalizão pelos Fundos Filantrópicos, com apoio de  1618 Investimentos, Fundação José Luiz Egydio Setubal, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal,Pragma Gestão de Patrimônio, Santander e Umane.

 

Saiba mais sobre fundos patrimoniais:

 

 

 

Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 é destaque no JN

Representados nos mais diversos segmentos, desde organizações educacionais a instituições que atuam em causas emergenciais humanitárias, eles coordenam campanhas de distribuição de alimentos, resgatam animais, contribuem para mobilizações ligadas à saúde, compartilham seus conhecimentos.

Os voluntários doam seu tempo, energia e talento em prol de causas em que acreditam. São essenciais para que organizações da sociedade civil atinjam suas missões e, durante a pandemia, fizeram a diferença e impactaram positivamente a vida de milhares de pessoas.

No dia 27 de abril, foi lançada a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, a terceira edição desse estudo que apresenta um retrato brasileiro do tema, indica tendências e analisa  mudanças. O lançamento contou com a participação ao vivo de mais de 400 pessoas.

No mesmo dia, o estudo foi destaque no Jornal Nacional que chamou a atenção, principalmente aos números e significados do voluntariado empresarial. A coordenadora da pesquisa, Silvia Naccache, entrevistada pelo veículo, comentou, ainda, sobre os dados da pandemia: mesmo com o isolamento social, 47% dos voluntários passaram a fazer mais atividades solidárias.

A pesquisa foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. Sua viabilização teve o suporte de organizações que acreditam na importância do avanço do voluntariado no Brasil e participam dessa rede de apoiadores, Ambev, Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Raízen, Sabesp, Sicoob e Suzano. IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – e Instituto Datafolha assinam a realização.

Os resultados completos estão disponíveis em www.pesquisavoluntariado.org.br.

 

Pesquisa Voluntariado no Brasil 2001: conheça a primeira edição histórica

O voluntariado faz parte da história do Brasil e tem suas raízes em 1543, na fundação da Santa Casa de Santos. Desde então, vem se transformando. As organizações se multiplicaram, a atividade foi regulamentada, empresas passaram a promover programas de voluntariado, a tecnologia permitiu a atuação dos voluntários à distância.

Em 2001, no Ano Internacional do Voluntário, aconteceu a primeira edição da Pesquisa Voluntariado no Brasil. Dez ano depois, foi realizada a segunda pesquisa, celebrando a Década do Voluntário. Seguindo a série histórica, surgem os resultados de 2021, ano profundamente marcado pela pandemia de Covid-19 e pelo fortalecimento da cultura de doação.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil apresenta um retrato do engajamento do brasileiro – quem são os voluntários, onde atuam e quais suas motivações.

Baixe aqui os resultados da edição 2001

Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021: acesse o site

Assista também ao evento de lançamento da pesquisa 2021:

 

 

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 é uma realização do IDIS e do Instituto Datafolha. Foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. Sua viabilização teve o suporte de organizações que acreditam na importância do avanço do voluntariado no Brasil, e participam dessa rede de apoiadores, Ambev, Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Raízen, Sabesp, Sicoob e Suzano.

 

 

Brasil, um país cada vez mais voluntário

Por Luisa Gerbase de Lima, Gerente de Comunicação no IDIS

Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 traz cenário positivo
e aponta caminhos para evolução por meio da participação de empresas

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 traz excelentes notícias. Em apenas duas décadas, o número de pessoas que já praticou alguma atividade voluntária em algum momento de sua vida mais que triplicou, passando de 18% para 56% da população. O número de voluntários ativos também é notável – mais de um terço da população (34%). Em outras palavras, são 57 milhões de brasileiros e brasileiras que doaram, em 2021, seu tempo, talento e energia em prol de uma causa em que acreditam e fizeram a diferença na vida dos beneficiados pela ação. E por que fazem? A grande motivação foi a solidariedade, indicada por 74% dos voluntários.

Vibramos com os números, mas não podemos dizer que são surpreendentes – vão ao encontro de achados de outras pesquisas que mostram o fortalecimento da Cultura de Doação e do voluntariado. No World Giving Index 2021, estudo global da britânica Charities Aid Foundation (CAF), promovido pelo IDIS, o Brasil ficou em 54º lugar entre 114 nações. Este ranking de solidariedade contempla atitudes como doação de dinheiro, ajuda a estranhos e voluntariado e, em termos absolutos, subimos 14 posições em relação a 2018 e 20 posições em comparação à média dos 10 anos anteriores.

Outro levantamento, a Pesquisa Doação Brasil 2020, realizada pelo IDIS e com foco em doação individual de dinheiro a causas, mostra que, apesar da queda nos índices de doação, há uma tendência de amadurecimento da sociedade – mais de 80% dos entrevistados concordam que o ato de doar faz diferença e, entre os não doadores, essa concordância atinge 75%. O conceito de que a doação faz bem para o doador também cresceu significativamente entre 2015 e 2020, de 81% para 91% da população, atingindo uma maioria quase absoluta. Mais um aspecto positivo é que está perdendo força a ideia de que o doador não deve falar que faz doações. Em 2015, a afirmação contava com a concordância de 84% da população e, em 2020, o percentual caiu para 69%. Este é um ponto especialmente importante porque o falar sobre doações estimula sua prática, traz inspiração, esclarece temores e desperta o interesse em outras pessoas.

É neste contexto que o voluntariado se desenvolve no Brasil e nota-se que, apesar de a pandemia e o isolamento social terem abalado estruturas, exigindo rápidas readequações, fomos capazes de enfrentar estes desafios – 47% dos voluntários passaram a se dedicar mais, e 21% começaram a fazer atividades voluntárias online como apoio psicológico e ações ligadas à educação.

Tais avanços não são, de forma alguma, espontâneos. São fruto de trabalho e investimento de inúmeras organizações e indivíduos. Estudos e pesquisas geraram dados e reflexões; a prática nos permitiu aprender com as experiências exitosas e, também, com os erros; o aprimoramento do ambiente regulatório trouxe bases mais sólidas e a tecnologia nos permitiu ultrapassar barreiras e contribuiu para conectarmos pessoas e saberes.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 traz um retrato de onde estamos, indica pontos de atenção e possíveis caminhos para seguirmos evoluindo. Manter o crescimento do número de voluntários é sempre desejável, mas o grande desafio é transformar essa tendência em uma prática rotineira – temos 34% de brasileiros voluntários atualmente, mas apenas cerca um terço deles fazem isso regularmente, com frequência definida. A resposta para essa transformação está em um outro número – apenas 15% dos voluntários dizem participar de programas empresariais, indicativo de potencial enorme que pode ser explorado.

Quando unimos o investimento social corporativo com os anseios individuais, encontramos um campo fértil para ações solidárias de empresas junto ao seu público interno e aí moram os programas de voluntariado corporativo. Os resultados possíveis dessa união são muitos, indo além do impacto social gerado e da criação de uma rotina de atuação. Melhoria do clima organizacional, aumento do sentimento de pertencimento, oportunidade de desenvolvimento de competências, fortalecimento de laços entre colaboradores, aprofundamento do relacionamento com a comunidade da empresa, contribuição à estratégia de impacto e investimento social privado corporativo, atração de talentos e contribuição à reputação da marca junto a outros stakeholders são alguns dos benefícios de ações solidárias envolvendo os colaboradores. Tais programas integram também a agenda ESG (sigla para Environmental, Social and Governance, no português, Ambiental, Social e Governança), cada vez mais considerada nas tomadas de decisão de investidores. Ao promover programas de voluntariado corporativo, todos ganham.

A generosidade no mundo aumentou, em especial nas economias com pessoas em situação de maior vulnerabilidade. Este movimento de cuidar do próximo e realizar doações, seja de tempo ou de recursos, precisa continuar para enfrentarmos os efeitos perversos da pandemia e acelerar a melhoria do bem-estar de quem mais precisa. Estamos indo na direção certa e vamos avançar.

A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 foi elaborada e coordenada por Silvia Naccache, com apoio dos consultores Kelly Alves do Carmo e Felipe Pimenta de Souza. Sua viabilização teve o suporte de organizações que acreditam na importância do avanço do voluntariado no Brasil e participam dessa rede de apoiadores, Ambev, Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Telefônica Vivo, Raízen, Sabesp, Sicoob e Suzano. IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – e Instituto Datafolha assinam a realização.

Acesse os resultados completos da pesquisa

Pesquisa IDIS de Percepção de Marca

A cada ano buscamos aprimorar nossa atuação com projetos que contribuam para o alcance de nossa missão e façam sentido aos nossos públicos.

A Pesquisa IDIS de Percepção de Marca, realizada a cada 3 anos e de forma anônima, ajuda a compreender como você, que faz parte de nossa rede, enxerga o IDIS.

São apenas 5 minutos que serão valiosos para aprimorarmos a nossa atuação.

Acesse a pesquisa aqui ou responda abaixo.

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Programa fortalece organizações sociais que atuam com inclusão produtiva

O programa Redes para Inclusão Produtiva, fruto da parceria entre o Sebrae SP e o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, já alcançou diretamente 88 organizações em quatro macrorregiões do Estado de São Paulo: Bauru, Vale do Ribeira, Pontal do Paranapanema e Alta Paulista. O objetivo do programa é o fortalecimento de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que desenvolvem projetos de inclusão produtiva para públicos em situação de vulnerabilidade econômica e social.

O projeto, iniciado em 2020 e desenvolvido ao longo de um ano e meio de trabalho, contou com a participação de organizações sociais de 44 municípios. Tais organizações sociais, embora diferentes em relação à forma de atuação e ao público beneficiado (catadores, artesãos, pequenos agricultores, jovens, egressos do sistema prisional, entre outros), compartilham o mesmo objetivo: o atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social, e o fomento ao empreendedorismo como alternativa para a geração de renda.

As organizações participaram de encontros presenciais de troca de experiências e conhecimentos, definindo desafios comuns e priorizando soluções práticas para esses desafios. Os participantes tiveram acesso a cursos, workshops e sessões presenciais e virtuais de apoio e aprendizado em diversas temáticas, como: elaboração de projetos; gestão de equipes; associativismo e cooperativismo; comunicação e divulgação; e captação de recursos.

Além de propiciar a troca de experiências e conhecimentos, o programa também teve como premissa contribuir para o empoderamento das organizações sociais participantes e para o fortalecimento de sua atuação em rede. Com isso, os resultados começaram a surgir.

Uma das organizações beneficiadas pelo programa é a Associação Pró Menor de Primavera (APROMEP), do município de Rosana, na região do Pontal do Paranapanema. A partir das informações acessadas na rede, a associação redigiu proposta de inclusão produtiva para qualificar 100 jovens e adultos de até 24 anos por meio de parcerias, como com o Sebrae-SP, a fim de inseri-los no mercado de trabalho nas áreas administrativa e de hotelaria e turismo, atendendo às necessidades do município. A proposta foi encaminhada ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e aprovada.

Já o Instituto Feliz Cidade, de Pariquera-Açu, na região do Vale do Ribeira, que se dedica ao atendimento e à doação de alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade econômica e social, obteve junto ao Sebrae-SP a oportunidade de participar de cursos para a reestruturação e capacitação de sua equipe, além da elaboração de projeto de capacitação profissional e inserção de seus beneficiários no mercado de trabalho.

“Trabalhar com públicos em situação de vulnerabilidade é, atualmente, um foco estratégico do Sebrae-SP em prol de uma sociedade mais igualitária em termos de recursos e oportunidades, pois não há crescimento econômico sem que ele seja inclusivo”, diz Wilson Poit, diretor-superintendente do Sebrae-SP. Nesse contexto, as organizações sociais assumem um papel de protagonismo, já que estão, diariamente, trabalhando em prol da inclusão dessas pessoas.

O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e a pandemia acentuou ainda mais esse cenário. O Banco Mundial estima que seus efeitos levem até 49 milhões de pessoas à pobreza. Dados recentes do IBGE demonstram que o país possui mais de 13,5 milhões de desempregados e uma pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional apontou que o Brasil tem pelo menos 19 milhões de pessoas passando fome.

Outra informação alarmante é proveniente do levantamento publicado pela Oxfam em janeiro de 2022. A publicação apresenta uma estimativa de que, entre abril de 2020 e abril de 2021, 377 brasileiros perderam o emprego por hora, e que mais de 600 mil empresas faliram. Antes que o país comece a se recuperar e a reestruturar sua economia, a tendência é de agravamento da crise.

Assim, a união de forças entre o Sebrae-SP e o IDIS na execução do programa surge como uma reação a esse contexto de desemprego e de falta de oportunidades de geração de renda. “Esta experiência gerou resultados e aprendizados muito importantes. As organizações participantes abraçaram a metodologia de rede e se mobilizaram entre si para manter aprendizado e trocas perenes a partir do programa. Com as consequências negativas da pandemia na economia e na renda dos brasileiros, contribuir para esta causa é urgente e tem impacto direto na vida de milhares de pessoas”, comenta Renato Rebelo, diretor de projetos do IDIS.

Colaboração e comprometimento foram as temáticas de destaque no evento “O futuro da filantropia”, promovido pela revista Alliance

Ao longo de 2021, como parte das comemorações especiais do 25º aniversário da revista Alliance – publicação britânica especializada em filantropia – foram promovidos eventos regionais sobre “o futuro da filantropia”.

Durante a celebração, aconteceram painéis online com foco na África, Região Árabe, Ásia & Pacífico, Europa, América Latina e América do Norte. O encerramento das celebrações ocorreu em fevereiro de 2022, com uma conversa global com representantes de cada um dos seis eventos anteriores.

A convidada da América latina foi a CEO do IDIS, Paula Fabiani. Ao lado dela, Caroline McLaughlin da Asia Venture Philanthropy Network; Naila Farouky, CEO do Fórum de Fundações Árabes; Delphine Moralis, CEO do Philanthropy Europe Association; Dave Biemesderfer, Presidente e CEO do Fórum de Filantropia dos EUA; e Caesar Ngule, Diretor de Programas do Kenya Community Development Foundation.

 

E com tantos nomes importantes debatendo o assunto afinal, qual será, então, o futuro da filantropia?

Como era de se esperar, as prioridades e temáticas em cada região do mundo variam de acordo com o momento de cada povo. Entretanto, todos os representantes ressaltaram o poder e a necessidade de colaboração para que a filantropia e o impacto social positivo se fortaleçam. A crise iniciada por conta da pandemia da Covid-19 deixou bastante nítido o poder que a colaboração e comprometimento com causas possuem em momentos de crise. Além disso, mais pessoas passaram a olhar para as doações e ações filantrópicas de outra forma, valorizando o investimento social privado.

“Há uma tendência acelerada em direção à filantropia colaborativa na Ásia à medida que mais financiadores trabalham juntos para implantar fundos e resolver problemas sistêmicos”, destacou Caroline McLaughlin da Asia Venture Philanthropy Network. Dave Biemesderfer, também sobre essa temática, chamou atenção para outro ponto importante que é justamente verificar se todas as mudanças e comprometimentos assumidos durante a pandemia seguirão perenes daqui em diante nos países.

 

 

Questões tangenciais como saúde mental, educação e diversidade também foram destaque e, de acordo com os especialistas, tem ganhado atenção de filantropos ao redor do mundo. Naila Farouky ressaltou que tem se observado uma tendência de que os financiadores e filantropos sejam “mais intencionais em suas ações com o objetivo de criar um impacto mais efetivo”. Ponto também evidenciado por Paula Fabiani, que ainda pontuou que no Brasil tem acontecido um movimento de maior investimento em organizações da sociedade civil como forma mais efetiva de resolver problemas locais.

O evento completo pode ser acessado abaixo.

Além disso, caso você queira refletir ainda mais sobre o que a filantropia tem discutido para os próximos anos, acesse o artigo com as perspectivas da filantropia no Brasil publicado pelo IDIS, basta clicar aqui.